t - Sistema de Bibliotecas da FGV - Fundação Getulio Vargas

Claramente o atendimento a todas estas questões remete a uma situação ideal,
dificilmente alcançada num experimento real. Mas a observância de tais questões
ajuda a interpretar melhor os resultados que são gerados. GRILICHES e MAIRESSE
(1995) se propuseram a discutir apenas o último grupo de questões, mesmo cientes
de que todas as questões estão conectadas, e que o foco em apenas um grupo
pode agravar os problemas apresentados nas outras questões.
Retornando aos pontos críticos da função Cobb-Douglas, os dois primeiros
apresentados são a multicolinearidade dos dados utilizados e a dificuldade de
identificação, dado que o produto e os insumos são determinados simultaneamente
pelas mesmas forças. A dificuldade apresentada pode ser assim ilustrada.
Tome-se uma função de produção de Cobb-Douglas na sua forma log-log.
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y = α z + βx
+ u
(1)
Onde y á o logaritmo do produto, z é o logaritmo do capital (ou todos os fatores
fixos), x é o logaritmo do trabalho e u representa as perturbações. O ponto crítico
apresentado por GRILICHES e MAIRESSE (1995), citando MARSCHAK e
ANDREWS (1944), é que não se pode tratar as variáveis capital e trabalho como
independentes e estimar por MQO, como feito originalmente por Cobb e Douglas.
São improváveis as suposições de exogeneidade necessárias para a consistência
do MQO e, mesmo que fosse considerado que os insumos fixos (z) são pré-
determinados no horizonte relevante de análise, os insumos variáveis (x) podem ser
ajustados pelo produtor a qualquer momento. Portanto, estimações simples da
função de produção por MQO serão viesadas.