05.08.2013 Views

t - Sistema de Bibliotecas da FGV - Fundação Getulio Vargas

t - Sistema de Bibliotecas da FGV - Fundação Getulio Vargas

t - Sistema de Bibliotecas da FGV - Fundação Getulio Vargas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS<br />

ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO<br />

JOSÉ ANTONIO DE SOUZA<br />

UM ESTUDO SOBRE A PRODUTIVIDADE TOTAL DOS FATORES EM SETORES<br />

DE DIFERENTES INTENSIDADES TECNOLÓGICAS<br />

SÃO PAULO<br />

2009<br />

1


JOSÉ ANTONIO DE SOUZA<br />

UM ESTUDO SOBRE A PRODUTIVIDADE TOTAL DOS FATORES EM SETORES<br />

DE DIFERENTES INTENSIDADES TECNOLÓGICAS<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> à Escola <strong>de</strong><br />

Economia <strong>de</strong> São Paulo <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Getúlio<br />

<strong>Vargas</strong>, como requisito para a obtenção <strong>de</strong><br />

título <strong>de</strong> Mestre em Economia <strong>de</strong> Empresas.<br />

Campo <strong>de</strong> Conhecimento:<br />

Economia Industrial e <strong>da</strong> Tecnologia<br />

Orientador:<br />

Prof. Dr. Paulo Furquim <strong>de</strong> Azevedo<br />

1


Souza, José Antonio <strong>de</strong>.<br />

Um Estudo sobre a Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Total dos Fatores em Setores <strong>de</strong><br />

Diferentes Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Tecnológicas / José Antonio <strong>de</strong> Souza. - 2009.<br />

121 f.<br />

Orientador: Paulo Furquim <strong>de</strong> Azevedo.<br />

Dissertação (mestrado) - Escola <strong>de</strong> Economia <strong>de</strong> São Paulo.<br />

1. Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. 2. Produção (Teoria econômica). 3. Mo<strong>de</strong>los<br />

matemáticos. 4. Indústria \ Métodos <strong>de</strong> produção. I. Azevedo, Paulo Furquim<br />

<strong>de</strong>. II. Dissertação (mestrado) - Escola <strong>de</strong> Economia <strong>de</strong> São Paulo. III. Título.<br />

CDU 338.31<br />

2


JOSÉ ANTONIO DE SOUZA<br />

UM ESTUDO SOBRE A PRODUTIVIDADE TOTAL DOS FATORES EM SETORES<br />

DE DIFERENTES INTENSIDADES TECNOLÓGICAS<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> à Escola <strong>de</strong><br />

Economia <strong>de</strong> São Paulo <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Getúlio<br />

<strong>Vargas</strong>, como requisito para obtenção <strong>de</strong> título<br />

<strong>de</strong> Mestre em Economia <strong>de</strong> Empresas.<br />

Campo <strong>de</strong> Conhecimento:<br />

Economia Industrial e <strong>da</strong> Tecnologia<br />

Data <strong>da</strong> Aprovação<br />

_____ / _____/ ________<br />

Banca Examinadora:<br />

Prof. Dr. Paulo Furquim <strong>de</strong> Azevedo<br />

(Orientador)<br />

<strong>FGV</strong> – EESP<br />

Prof. Dr. Cláudio Ribeiro <strong>de</strong> Lucin<strong>da</strong><br />

<strong>FGV</strong> – EESP<br />

Prof. Dr. Jorge Oliveira Pires<br />

<strong>FGV</strong> – EAESP<br />

2


DEDICATÓRIA<br />

Aos meus pais,<br />

Por fazerem <strong>de</strong> mim quem sou;<br />

À Cris,<br />

Pela paciência e <strong>de</strong>dicação;<br />

À Malú,<br />

Por <strong>de</strong> repente surgir na minha vi<strong>da</strong>…<br />

E a ela <strong>da</strong>r razão.<br />

3


AGRADECIMENTOS<br />

Agra<strong>de</strong>ço ao Professor Doutor Paulo Furquim <strong>de</strong> Azevedo pela valiosa orientação e<br />

ensinamentos transmitidos.<br />

Agra<strong>de</strong>ço aos professores <strong>da</strong> EESP por me acolherem em seu seio.<br />

Agra<strong>de</strong>ço ao Professor Doutor Claudio Ribeiro <strong>de</strong> Lucin<strong>da</strong> por suas contribuições na<br />

discussão <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Agra<strong>de</strong>ço aos professores <strong>da</strong> FEA/USP, em especial ao professor Hélio Nogueira <strong>da</strong><br />

Cruz, por compartilhar comigo os objetos <strong>de</strong> pesquisa e me incentivar a seguir<br />

adiante.<br />

Agra<strong>de</strong>ço aos amigos mestrandos e doutorandos <strong>da</strong> EESP que compartilharam<br />

comigo esse período <strong>de</strong> aprendizado.<br />

Agra<strong>de</strong>ço à CAPES pelo suporte financeiro concedido durante o curso.<br />

Agra<strong>de</strong>ço ao IPEA, em especial ao Professor Doutor João Alberto De Negri, pela<br />

disponibilização <strong>da</strong> valiosa base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos.<br />

Agra<strong>de</strong>ço ao IBGE, em especial à equipe <strong>da</strong> Av. Gal. Canabarro, que me recebeu <strong>de</strong><br />

braços abertos, propiciando um caloroso ambiente <strong>de</strong> pesquisa.<br />

4


RESUMO<br />

Este trabalho investigou o problema <strong>da</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total dos<br />

fatores em diversos setores industriais. Tal <strong>de</strong>terminação se dá por meio <strong>de</strong><br />

estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção, obtendo-se a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> a partir do resíduo<br />

<strong>de</strong>stas estimações. A questão que aflora <strong>de</strong>ste procedimento é a existência <strong>de</strong><br />

correlação entre os resíduos e as variáveis explicativas, implicando em diversos<br />

vieses, entre eles o <strong>de</strong> simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> variáveis omiti<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> seleção. Neste<br />

trabalho foram abor<strong>da</strong>dos diversos métodos <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção,<br />

entre eles os métodos <strong>de</strong> Olley e Pakes e Levinsohn e Petrin. Todos os métodos<br />

foram aplicados a diversos setores <strong>da</strong> economia. A escolha dos setores se <strong>de</strong>u com<br />

base na intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um, sendo então escolhidos quatro setores<br />

<strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e quatro <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

A hipótese básica, fio condutor <strong>de</strong>ste trabalho, é que os diversos métodos <strong>de</strong><br />

estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção apresentam diferentes resultados quando<br />

aplicados a setores <strong>de</strong> diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas. Um dos objetivos <strong>de</strong>ste<br />

estudo foi i<strong>de</strong>ntificar se <strong>de</strong>terminado método seria mais a<strong>de</strong>quado a setores <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, enquanto outro seria mais apropriado a setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Conclui-se que o método <strong>de</strong> Olley e Pakes é levemente<br />

superior ao <strong>de</strong> Levinsohn e Petrin em ambos os grupos <strong>de</strong> setores, mas não a ponto<br />

<strong>de</strong> se <strong>de</strong>scartar o segundo método. A sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos resultados aos diferentes<br />

métodos sugere que todos <strong>de</strong>vem ser consultados. Um resultado adicional <strong>de</strong>ste<br />

trabalho é a constatação <strong>de</strong> que houve que<strong>da</strong> ou estagnação <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos<br />

setores selecionados para a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1996 a 2005.<br />

Palavras-chave: produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total dos fatores, estimação <strong>de</strong> funções<br />

<strong>de</strong> produção, métodos <strong>de</strong> estimação paramétricos e semi-paramétricos, intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica.<br />

5


ABSTRACT<br />

The basic hypothesis and core of this dissertation is that various methods of<br />

estimating production functions produce different results when applied to sectors of<br />

different technological intensity. This dissertation focused on <strong>de</strong>termining the total<br />

factor productivity in several industries. Four sectors with high technological intensity<br />

and four sectors of low technology intensity were selected for assess this hypothesis.<br />

Production functions were estimated and its residue used to calculate the<br />

productivity. The correlation between residuals and the explanatory variables<br />

inherent to this procedure, including that of simultaneity, omitted variables and<br />

selection, was taken into account.<br />

One goal of this study was to i<strong>de</strong>ntify whether a particular method would be more<br />

suitable to estimate production functions for industries with low/high technological<br />

intensity. This work studied several methods to estimate production functions,<br />

including: Olley & Pakes, and Levinsohn & Petrin.<br />

Our results show that, for industries with low and with high technological intensity, the<br />

Olley & Pakes method estimates are marginally better than the ones from Levinsohn<br />

& Petrin. In our opinion, such results do not provi<strong>de</strong> enough advantage to put away<br />

the Levinsohn & Petrin method as a method to estimate production functions. The<br />

sensitivity of results to the different methods suggests that all of them should be<br />

consulted.<br />

In addition to the previously stated results, this work i<strong>de</strong>ntified that the sectors<br />

studied experienced a productivity <strong>de</strong>cline or stagnation from 1996 to 2005.<br />

Keywords: productivity, total factor productivity, the estimation of production<br />

functions, methods of parametric estimation and nonparametric, technological<br />

intensity.<br />

6


ÍNDICE DE TABELAS<br />

Tabela 1 – Setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. .................................................42<br />

Tabela 2 – Setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. ..............................................43<br />

Tabela 3 – Gastos Totais <strong>de</strong> P&D sobre Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial (%)......43<br />

Tabela 4 – Gastos Totais <strong>de</strong> P&D sobre Valor <strong>da</strong> Bruto <strong>da</strong> Produção Industrial(%). 44<br />

Tabela 5 – Gastos em Aquisição <strong>de</strong> Máquinas e Equipamentos sobre Valor <strong>da</strong> Bruto<br />

<strong>da</strong> Produção Industrial (%). ..............................................................................45<br />

Tabela 6: Número <strong>de</strong> empresas por setores industriais. ...........................................47<br />

Tabela 7 – Média <strong>da</strong> receita líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão por<br />

setores industriais (R$ 1.000). ..........................................................................48<br />

Tabela 8 – Média do estoque <strong>de</strong> capital e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão por setores<br />

industriais (R$ 1.000)........................................................................................49<br />

Tabela 9 – Médias <strong>de</strong> pessoal ocupado, e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão, por setores<br />

industriais..........................................................................................................51<br />

Tabela 10 – Média dos salários ligados à produção, e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão,<br />

por setores industriais (R$ 1.000).....................................................................52<br />

Tabela 11 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas para o coeficiente do trabalho...................59<br />

Tabela 12 – Distância do coeficiente estimado do trabalho pelos métodos MQO, FE,<br />

MQO c/Investimento, A&B e B&B, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor. .....60<br />

Tabela 13 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas para o coeficiente <strong>de</strong> capital .....................61<br />

Tabela 14 – Distância do coeficiente estimado do capital pelos métodos MQO, FE,<br />

MQO c/Investimento, A&B e B&B, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor. .....62<br />

Tabela 15 – Resultado <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o coeficiente do trabalho<br />

..........................................................................................................................65<br />

Tabela 16 – Distância do coeficiente estimado do trabalho pelos métodos <strong>de</strong> O&P e<br />

L&P, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor. ...................................................65<br />

7


Tabela 17 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o coeficiente do capital<br />

..........................................................................................................................67<br />

Tabela 18 – Distância do coeficiente estimado do capital pelos métodos <strong>de</strong> O&P e<br />

L&P, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor. ...................................................67<br />

Tabela 19 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 17.......................75<br />

Tabela 20 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 18.......................76<br />

Tabela 21 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 20.......................76<br />

Tabela 22 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 36.......................76<br />

Tabela 23 – Razões entre as médias <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong> baixa, consi<strong>de</strong>rando os métodos O&P e L&P.......81<br />

Tabela 24 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 30 ..............81<br />

Tabela 25 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 32 ..............81<br />

Tabela 26 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 34 ..............82<br />

Tabela 27 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 35 ..............82<br />

8


ÍNDICE DE FIGURAS<br />

Gráfico 1: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 17. ...........78<br />

Gráfico 2: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 18. ...........78<br />

Gráfico 3: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 20. ...........79<br />

Gráfico 4: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 36. ...........79<br />

Gráfico 5: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 30. ...........84<br />

Gráfico 6: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 32. ...........84<br />

Gráfico 7: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 34. ...........85<br />

Gráfico 8: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 35. ...........85<br />

9


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11<br />

2 DA ESTIMAÇÃO DE FUNÇÕES DE PRODUÇÃO .......................................... 15<br />

3 DA REVISÃO DOS MÉTODOS DE ESTIMAÇÃO DA FUNÇÃO DE<br />

PRODUÇÃO ............................................................................................................ 29<br />

4 DOS DADOS, DO ESPAÇO E DAS ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS. ............ 38<br />

4.1 Da base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos .................................................................................................................... 39<br />

4.2 Do espaço <strong>de</strong> pesquisa............................................................................................................ 41<br />

4.3 Das estatísticas <strong>de</strong>scritivas ...................................................................................................... 47<br />

5 DA ANÁLISE EMPÍRICA.................................................................................. 55<br />

5.1 Dos métodos MQO, Efeitos Fixos, Arellano e Bond e Blun<strong>de</strong>ll e Bond................................... 57<br />

5.2 Dos Métodos <strong>de</strong> Olley e Pakes e Levinsohn e Petrin.............................................................. 64<br />

5.3 Das análises transversais. ....................................................................................................... 70<br />

5.4 Do estudo <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. .................................................................................................... 73<br />

6 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 87<br />

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 92<br />

APÊNDICE A ........................................................................................................... 97<br />

ANEXO A............................................................................................................... 120<br />

10


1 INTRODUÇÃO<br />

A produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total dos fatores não é uma gran<strong>de</strong>za que possa ser medi<strong>da</strong><br />

diretamente. É até possível calcular diretamente as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s parciais, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s<br />

a <strong>de</strong>terminados fatores, como a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho, ou a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

capital. A produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total dos fatores (PTF) captura as diferenças no produto<br />

entre as firmas, e através do tempo, que não po<strong>de</strong>m ser contabiliza<strong>da</strong>s com<br />

mu<strong>da</strong>nças no uso dos insumos.<br />

A PTF, no entanto, po<strong>de</strong> ser portadora <strong>da</strong> interferência <strong>de</strong> um sem número <strong>de</strong><br />

fatores, tais como inovação tecnológica, mu<strong>da</strong>nças organizacionais e institucionais,<br />

mu<strong>da</strong>nças nas atitu<strong>de</strong>s sociais, flutuações na <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, mu<strong>da</strong>nças nas<br />

participações dos fatores (a própria função <strong>de</strong> produção), variáveis omiti<strong>da</strong>s e erros<br />

<strong>de</strong> medi<strong>da</strong> (HULTEN, 2000).<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar os diversos métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> PTF<br />

existentes, avaliando <strong>de</strong> que forma eles tratam dos fatores elencados acima. Mais<br />

ain<strong>da</strong>, este trabalho se propõe a investigar como os diversos métodos se comportam<br />

quando aplicados a diferentes conjuntos <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, aqui i<strong>de</strong>ntificados como setores<br />

industriais <strong>de</strong> diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas.<br />

Os autores apresentados neste trabalho se <strong>de</strong>bruçaram sobre alguns <strong>de</strong>stes fatores,<br />

procurando limpar a PTF <strong>de</strong> algumas <strong>da</strong>s referi<strong>da</strong>s interferências. Tais interferências<br />

produzem vieses nos coeficientes estimados para as funções <strong>de</strong> produção, entre<br />

eles o viés <strong>de</strong> simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> e o viés <strong>de</strong> seleção.<br />

11


No capítulo dois são apresentados os métodos comumente usados para estimação<br />

<strong>da</strong>s funções <strong>de</strong> produção. A exposição começa com o célebre método dos Mínimos<br />

Quadrados Ordinários (MQO), utilizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> COBB e DOUGLAS (1928), e até<br />

hoje, mesmo com todos os problemas <strong>de</strong>talhados no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta dissertação.<br />

Uma alternativa é utilizar a estrutura <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos em painel e, a partir <strong>da</strong>í, estimar por<br />

efeitos fixos ou primeiras diferenças. A questão é que a estimação <strong>de</strong> efeitos fixos, e<br />

também a <strong>de</strong> primeiras diferenças, se prestam a eliminar a endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> origina<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> variáveis omiti<strong>da</strong>s que são fixas no tempo. Como o objeto <strong>de</strong> estudo é a<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma hipótese que não se preten<strong>de</strong> fazer é <strong>de</strong> que ela é fixa no tempo,<br />

principalmente em séries <strong>de</strong> tempo mais longas.<br />

Em segui<strong>da</strong> serão apresentados os métodos <strong>de</strong> ARELLANO e BOND (1991) e<br />

BLUNDELL e BOND (2000). Estes autores utilizam o método dos momentos<br />

generalizados (GMM) com a utilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagens <strong>da</strong>s variáveis explicativas<br />

como instrumentos, no primeiro caso, e um sistema GMM, com os mesmos<br />

instrumentos mais a <strong>de</strong>fasagem <strong>da</strong> variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte como instrumento para a<br />

equação no nível, no segundo. No primeiro caso os instrumentos mostraram-se<br />

muito fracos.<br />

A última abor<strong>da</strong>gem avalia<strong>da</strong> no capitulo dois é o uso <strong>de</strong> técnicas econométricas<br />

estruturais, sugeri<strong>da</strong>s por OLLEY e PAKES (1996) e LEVINSOHN e PETRIN (2003).<br />

No primeiro caso os autores se propõem a tratar dois problemas comuns neste tipo<br />

<strong>de</strong> estimação: o viés <strong>de</strong> simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> e o viés <strong>de</strong> seleção. Convém antecipar qual<br />

é o problema do viés <strong>de</strong> seleção aqui mencionado. O argumento dos autores é que<br />

a entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> empresas <strong>da</strong> amostra têm forte correlação com a<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou seja, as empresas que saem são as menos produtivas e as que<br />

entram, com processos produtivos novos, são as mais produtivas. OLLEY e PAKES<br />

12


(1996) atacam estes dois vieses com uma estimação em dois estágios utilizando a<br />

variável investimento como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a estimação <strong>de</strong> uma função<br />

<strong>de</strong> saí<strong>da</strong> <strong>da</strong>s empresas <strong>da</strong> amostra.<br />

O procedimento <strong>de</strong> LEVINSOHN e PETRIN (2003) é muito semelhante ao <strong>de</strong><br />

OLLEY e PAKES (1996). Eles, no entanto, propõem uma alternativa ao uso <strong>da</strong><br />

variável investimento como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os autores <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que<br />

em setores <strong>de</strong> longa maturação dos investimentos esta variável po<strong>de</strong> não possuir<br />

suficiente variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Propõem, então, o uso <strong>de</strong> insumos intermediários como<br />

proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

No capitulo três é leva<strong>da</strong> a cabo uma revisão <strong>da</strong> literatura dos métodos <strong>de</strong><br />

estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção. Nele são apresenta<strong>da</strong>s as críticas a ca<strong>da</strong> um<br />

dos métodos, bem como outros problemas que surgem nestes tipos <strong>de</strong> estimação,<br />

como a<strong>de</strong>quação dos <strong>da</strong>dos.<br />

No capítulo quatro é apresenta<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos que<br />

será utiliza<strong>da</strong> nos estudos empíricos <strong>de</strong>ste trabalho. Na primeira seção <strong>de</strong>sse<br />

capítulo é apresenta<strong>da</strong> a base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos disponibiliza<strong>da</strong> pelo Programa <strong>de</strong> Estudos<br />

<strong>da</strong> Produção, Tecnologia e Inovação, do IPEA em conjunto com o IBGE. Na<br />

segun<strong>da</strong> seção foi <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> a <strong>de</strong>limitação do espaço <strong>de</strong> pesquisa segundo o<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho, qual seja, <strong>de</strong> estimar a função <strong>de</strong> produção em setores <strong>de</strong><br />

diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas. Com este objetivo foram escolhidos quatro<br />

setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e quatro setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica. Na última seção do capítulo quatro são apresenta<strong>da</strong>s estatísticas<br />

<strong>de</strong>scritivas a cerca dos setores escolhidos, <strong>de</strong>stacando as características que os<br />

distinguem.<br />

13


No capítulo cinco são apresentados em <strong>de</strong>talhes os resultados <strong>da</strong>s estimações <strong>da</strong>s<br />

funções <strong>de</strong> produção, buscando interpretar os valores obtidos para ca<strong>da</strong> coeficiente<br />

em ca<strong>da</strong> método para ca<strong>da</strong> setor. Na primeira seção do capítulo são abor<strong>da</strong>dos os<br />

métodos paramétricos. Nesta seção são interpretados em <strong>de</strong>talhes os resultados<br />

obtidos para o método <strong>de</strong> mínimos quadrados ordinários (MQO), painel com efeitos<br />

fixos (FE), MQO com a inclusão <strong>da</strong> variável <strong>de</strong> investimento, ARELLANO e BOND<br />

(A&B) e BLUNDELL e BOND (B&B). Na segun<strong>da</strong> seção são abor<strong>da</strong>dos os métodos<br />

<strong>de</strong> OLLEY e PAKES (O&P) e LEVINSOHN e PETRIN (L&P). No caso <strong>de</strong>ste<br />

segundo, são implementa<strong>da</strong>s quatro versões: três com a utilização <strong>de</strong> insumos<br />

intermediários (matéria-prima, combustíveis e energia) como proxies <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, a título <strong>de</strong> comparação com o método <strong>de</strong> O&P, também é<br />

implementa<strong>da</strong> uma versão <strong>de</strong> L&P com a variável investimento como proxy.<br />

Na terceira seção do capitulo cinco são apresenta<strong>da</strong>s análises transversais dos<br />

resultados. O objetivo não é apenas comparar os métodos, mas a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> método a setores específicos. Na última seção do capítulo são apresenta<strong>da</strong>s<br />

as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s calcula<strong>da</strong>s a partir dos coeficientes gerados por ca<strong>da</strong> um dos<br />

métodos em ca<strong>da</strong> um dos setores, e são discutidos os resultados obtidos.<br />

No capítulo seis são apresenta<strong>da</strong>s as consi<strong>de</strong>rações finais <strong>de</strong>ste trabalho, bem<br />

como futuras lacunas que <strong>de</strong>vem ser objeto <strong>de</strong> estudo no futuro.<br />

14


2 DA ESTIMAÇÃO DE FUNÇÕES DE PRODUÇÃO<br />

A teoria econômica que enseja a realização <strong>de</strong>ste trabalho provém <strong>da</strong> constatação<br />

<strong>da</strong>s limitações enfrenta<strong>da</strong>s pela clássica função <strong>de</strong> produção do tipo Cobb-Douglas,<br />

tanto em se tratando <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos agregados quanto na utilização <strong>de</strong><br />

micro<strong>da</strong>dos.<br />

Em GRILICHES e MAIRESSE (1995) po<strong>de</strong> ser encontra<strong>da</strong> uma revisão bem<br />

<strong>de</strong>talha<strong>da</strong> dos problemas enfrentados pela função <strong>de</strong> produção apresenta<strong>da</strong> por<br />

COBB e DOUGLAS (1928) como uma ferramenta para teste <strong>de</strong> hipóteses sobre<br />

teoria <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> marginal e competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mercados <strong>de</strong> trabalho. Após<br />

algumas críticas sobre sua ina<strong>de</strong>quação quanto ao uso sobre <strong>da</strong>dos agregados,<br />

outras pesquisas começaram a aparecer, trabalhando <strong>de</strong>sta vez sobre micro<strong>da</strong>dos.<br />

Ou seja, buscou-se na utilização <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos <strong>de</strong>sagregados contornar o problema <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação simultânea presente nas variáveis agrega<strong>da</strong>s. Mesmo quando<br />

aplica<strong>da</strong> sobre micro<strong>da</strong>dos, GRILICHES e MAIRESSE (1995) enumeram quatro<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s conceituais e problemas com os <strong>da</strong>dos:<br />

1) O que se procura realmente está lá? O que se está representando<br />

quando se utiliza uma função <strong>de</strong> Cobb-Douglas?<br />

2) Têm-se todos os <strong>da</strong>dos para a empreita<strong>da</strong>? Têm-se todos os insumos e<br />

produtos?<br />

3) Como a amostra foi gera<strong>da</strong>? Ela é representativa?<br />

4) O procedimento <strong>de</strong> estimação é apropriado? As variáveis são<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, as suposições estão corretas, o mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong> ser testado?<br />

15


Claramente o atendimento a to<strong>da</strong>s estas questões remete a uma situação i<strong>de</strong>al,<br />

dificilmente alcança<strong>da</strong> num experimento real. Mas a observância <strong>de</strong> tais questões<br />

aju<strong>da</strong> a interpretar melhor os resultados que são gerados. GRILICHES e MAIRESSE<br />

(1995) se propuseram a discutir apenas o último grupo <strong>de</strong> questões, mesmo cientes<br />

<strong>de</strong> que to<strong>da</strong>s as questões estão conecta<strong>da</strong>s, e que o foco em apenas um grupo<br />

po<strong>de</strong> agravar os problemas apresentados nas outras questões.<br />

Retornando aos pontos críticos <strong>da</strong> função Cobb-Douglas, os dois primeiros<br />

apresentados são a multicolineari<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>da</strong>dos utilizados e a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação, <strong>da</strong>do que o produto e os insumos são <strong>de</strong>terminados simultaneamente<br />

pelas mesmas forças. A dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser assim ilustra<strong>da</strong>.<br />

Tome-se uma função <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Cobb-Douglas na sua forma log-log.<br />

16<br />

y = α z + βx<br />

+ u<br />

(1)<br />

On<strong>de</strong> y á o logaritmo do produto, z é o logaritmo do capital (ou todos os fatores<br />

fixos), x é o logaritmo do trabalho e u representa as perturbações. O ponto crítico<br />

apresentado por GRILICHES e MAIRESSE (1995), citando MARSCHAK e<br />

ANDREWS (1944), é que não se po<strong>de</strong> tratar as variáveis capital e trabalho como<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e estimar por MQO, como feito originalmente por Cobb e Douglas.<br />

São improváveis as suposições <strong>de</strong> exogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> necessárias para a consistência<br />

do MQO e, mesmo que fosse consi<strong>de</strong>rado que os insumos fixos (z) são pré-<br />

<strong>de</strong>terminados no horizonte relevante <strong>de</strong> análise, os insumos variáveis (x) po<strong>de</strong>m ser<br />

ajustados pelo produtor a qualquer momento. Portanto, estimações simples <strong>da</strong><br />

função <strong>de</strong> produção por MQO serão viesa<strong>da</strong>s.


GRILICHES e MAIRESSE (1995) propõem três formas para tratar a questão <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>terminação simultânea: a primeira é a utilização <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos em painel, seja com<br />

transformação <strong>de</strong> efeitos fixos, seja com a <strong>de</strong> primeira diferença; a segun<strong>da</strong> é o uso<br />

<strong>de</strong> insumos <strong>de</strong>fasados como variáveis instrumentais; e a terceira é o uso <strong>de</strong> proxies<br />

e equações adicionais para substituir o distúrbio não observado u. O uso <strong>de</strong> uma ou<br />

<strong>de</strong> outra <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s hipóteses a cerca <strong>da</strong> fonte <strong>de</strong> correlação entre x e u.<br />

Tomando o erro u <strong>da</strong> equação (1), po<strong>de</strong>-se, por <strong>de</strong>finição, dividi-lo em três partes:<br />

it<br />

it<br />

it<br />

it<br />

17<br />

u = a + e + ε<br />

(2)<br />

On<strong>de</strong> ait e eit são conhecidos pelo produtor, mas não pelo pesquisador, e ait é<br />

conhecido a tempo <strong>de</strong> afetar as <strong>de</strong>cisões correntes sobre x e eit revela-se apenas<br />

<strong>de</strong>pois e não é previsível. Já εit é o erro líquido introduzido por problemas <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>,<br />

coleta dos <strong>da</strong>dos e procedimentos computacionais. Ou seja, ignorando os erros <strong>de</strong><br />

medi<strong>da</strong>, há apenas uma transmissão parcial <strong>de</strong> u, on<strong>de</strong> ait po<strong>de</strong> afetar o<br />

comportamento presente e eit não, embora possa afetar o comportamento futuro se<br />

suas realizações alterem as expectativas futuras com relação a u.<br />

A principal questão é que os componentes <strong>de</strong> ait são conhecidos pelo produtor e<br />

“transmitidos”, naquilo que for relevante, para a escolha <strong>de</strong> x, e também, com algum<br />

atraso, para a escolha <strong>de</strong> longo prazo <strong>de</strong> z. Esta é a essência do problema <strong>de</strong><br />

simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> estimação <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção.<br />

A principal maneira encontra<strong>da</strong> para superar os problemas <strong>de</strong> simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> foi a<br />

crescente disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos em painel. O argumento é que os principais<br />

erros <strong>de</strong> especificação que são transmitidos para as <strong>de</strong>cisões, tais como diferenças


na terra, capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho, são em gran<strong>de</strong> parte<br />

fixos no tempo e po<strong>de</strong>m ser eliminados por uma transformação <strong>de</strong> efeitos fixos.<br />

Dessa forma a equação (1) po<strong>de</strong>ria ser reescrita <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

it<br />

it<br />

it<br />

i<br />

t<br />

it<br />

18<br />

y = α z + βx<br />

+ a + λ + e<br />

(1’)<br />

On<strong>de</strong> ai e λt são efeitos individuais e <strong>de</strong> tempo “fixos” e po<strong>de</strong>m ser eliminados por<br />

subtração <strong>de</strong> médias por indivíduo e tempo apropria<strong>da</strong>s. Ignorando os erros <strong>de</strong><br />

medi<strong>da</strong> e assumindo que os efeitos <strong>de</strong> tempo po<strong>de</strong>m já estar presentes em z, tem-<br />

se:<br />

( z − z ) + β ( x − x ) + a + + ( e − e )<br />

y α λ<br />

(3)<br />

it − yi•<br />

= it i•<br />

it i•<br />

i t it i•<br />

On<strong>de</strong> a notação xi⋅ representa a média temporal para ca<strong>da</strong> indivíduo i. Na medi<strong>da</strong><br />

em que o erro e “não é transmitido” (não correlacionado com x e z), o problema <strong>da</strong><br />

simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> está resolvido.<br />

Na prática, no entanto, a aplicação do método <strong>de</strong> painel a micro<strong>da</strong>dos no setor<br />

industrial trouxe dois problemas: coeficientes <strong>de</strong> capital baixos ou insignificantes e o<br />

fato <strong>de</strong> que a transformação <strong>de</strong> efeitos fixos ou não eliminava todo o problema <strong>de</strong><br />

simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou agravava problemas pré-existentes, tais como erros em<br />

variáveis.<br />

GRILICHES e MAIRESSE (1995), citando CHAMBERLAIN (1982), apontam que o<br />

uso <strong>da</strong> transformação <strong>de</strong> efeitos fixos para eliminação <strong>de</strong> ai introduz ei na equação e,<br />

portanto, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> exogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> estrita <strong>de</strong> x, não apenas a sua pré-<br />

<strong>de</strong>terminação. Ou seja, os componentes <strong>de</strong> ei <strong>de</strong>vem ser erros puros.


As alternativas para tal questão são a utilização, ao invés <strong>de</strong> efeitos fixos, <strong>da</strong><br />

primeira diferença ou estimação através do Método dos Momentos Generalizados<br />

(Generalized Method of Moments - GMM). O uso <strong>da</strong> primeira diferença contorna a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> exogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> estrita sobre x, que também é eficiente para eliminar<br />

os chamados “efeitos fixos”.<br />

A equação então assumiria a seguinte forma:<br />

( z − z ) + β ( x − x ) + + ( e − e )<br />

y α ζ<br />

(4)<br />

t − yt−1<br />

= t t−1<br />

t t−1<br />

t t t−1<br />

On<strong>de</strong> ζ t = at<br />

− at−1<br />

é a mu<strong>da</strong>nça em a. Se a for fixo, ζ t = 0 e (4) po<strong>de</strong> ser estima<strong>da</strong><br />

por MQO se et não pu<strong>de</strong>r ser antecipado e transmitido para xt e xt+1, mesmo que<br />

afete <strong>de</strong>cisões subseqüentes sobre x (e z). Se a informação em e (ou ζ t ) for<br />

transmiti<strong>da</strong> para valores correntes <strong>de</strong> x então a diferença em x precisa ser<br />

instrumentaliza<strong>da</strong>, ou seja, precisamos utilizar variáveis instrumentais que<br />

apresentem correlação com as diferenças em x, mas não com o erro. Uma vez que o<br />

número <strong>de</strong> variáveis instrumentais disponíveis, <strong>de</strong>fasagens <strong>de</strong> x e z, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

tamanho do painel, procedimentos <strong>de</strong> estimação tornam-se mais complexos,<br />

indicando o uso do Método <strong>de</strong> Momentos Generalizados, como será visto em<br />

<strong>de</strong>talhe a seguir.<br />

ARELLANO e BOND (1991) propõem um método <strong>de</strong> estimação utilizando um GMM<br />

em 2 estágios. O mo<strong>de</strong>lo apresentado por eles, já com a inclusão <strong>de</strong> variáveis<br />

exógenas, é <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

( t ) it i it it i it<br />

19<br />

*<br />

yit = α yi<br />

β ′ x η υ δ ′<br />

−1<br />

+ + + = x + η + υ<br />

(5)


( ) ′ * ′<br />

x<br />

On<strong>de</strong> it = yi(<br />

t−<br />

)<br />

x 1 it é k x 1, it<br />

correlacionados com η i . Se<br />

* *<br />

todo s < t e zero caso contrário, i i(<br />

s 1)<br />

diferencia<strong>da</strong> para o período s. Por outro lado, se<br />

*<br />

seja ( x ) = 0<br />

E υ para todo t , s, então todos os<br />

it<br />

to<strong>da</strong>s as equações.<br />

is<br />

υ não é serialmente correlacionado e<br />

*<br />

it<br />

20<br />

*<br />

x it são todos<br />

*<br />

x forem pre<strong>de</strong>terminados, ou seja, ( x ) ≠ 0<br />

E υ para<br />

x 1,..., x − são instrumentos válidos na equação<br />

*<br />

x it são estritamente exógenos, ou<br />

*<br />

x it ’s são instrumentos válidos para<br />

O método <strong>de</strong> ARELLANO e BOND (1991) mostrou-se pouco eficiente na prática.<br />

BLUNDELL e BOND (1998) relatam que, quando os parâmetros auto-regressivos<br />

são mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>mente gran<strong>de</strong>s e o número <strong>de</strong> observações na série <strong>de</strong> tempo é<br />

mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>mente pequeno, o estimador GMM obtido <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplica<strong>da</strong> a primeira<br />

diferença apresentou gran<strong>de</strong> viés para amostras finitas e baixa precisão. A razão<br />

aponta<strong>da</strong> é que variáveis <strong>de</strong>fasa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> séries são instrumentos fracos para<br />

primeiras diferenças.<br />

BLUNDELL e BOND (1998) consi<strong>de</strong>ram, então, duas alternativas que impõem<br />

restrições adicionais sobre as condições iniciais do processo. O primeiro tipo <strong>de</strong><br />

restrição justifica o uso <strong>da</strong>s diferenças <strong>de</strong>fasa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> y it como instrumento para<br />

equações no nível. O segundo tipo vali<strong>da</strong> o uso do estimador do componente <strong>de</strong> erro<br />

dos Mínimos Quadrados Generalizados (Generalized Least Squares – GLS) sobre<br />

um mo<strong>de</strong>lo estendido condicionado aos valores iniciais observados.<br />

BLUNDELL e BOND (1998) assumem o erro como u it = ai<br />

+ ω it + ε , on<strong>de</strong> i a e ω it<br />

são “transmitidos”, isto é, interferem na escolha <strong>de</strong> it x e ω it = ρωit<br />

+ υit<br />

é um<br />

it<br />

is


processo AR(1). Eles propõem usar x i,<br />

t −1<br />

e x i,<br />

t −τ<br />

para τ ≥ 2 como variável<br />

instrumental para a equação:<br />

( yit<br />

− ρyi,<br />

t−1<br />

) − ( yit<br />

−1<br />

− ρyi,<br />

t−2<br />

) = α(<br />

( xit<br />

− ρxi,<br />

t−1<br />

) − ( xit<br />

−1<br />

− ρxi,<br />

t−2<br />

) ) +<br />

+ β ( ( zit<br />

− ρzi,<br />

t−1<br />

) − ( zit<br />

−1<br />

− ρzi,<br />

t−2<br />

) ) +<br />

+ υ −υ<br />

+ ( ε − ρε ) − ( ε − ρε )<br />

it<br />

i,<br />

t−1<br />

A estimação é basea<strong>da</strong> no momento condicional<br />

it<br />

i,<br />

t−1<br />

it−1<br />

t−2<br />

[ ( u − u ) − ( u − ρu<br />

) | ( x , z ) ] = 0<br />

E it i,<br />

t−1<br />

it−1<br />

i,<br />

t−2<br />

iτ<br />

iτ<br />

τ = 1<br />

i,<br />

t−2<br />

21<br />

(6)<br />

ρ (7)<br />

Ao estimar funções <strong>de</strong> produção, seja <strong>da</strong> maneira menos restrita, com Arellano e<br />

Bond, seja <strong>de</strong> uma maneira mais restrita, com Blun<strong>de</strong>ll e Bond, <strong>de</strong>ve-se ter em<br />

mente que o problema atacado é o <strong>de</strong> simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ou seja, a relação existente<br />

entre o erro <strong>da</strong> equação estima<strong>da</strong>, que vem sendo associado à produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total<br />

dos fatores, e as variáveis explicativas.<br />

Há outro problema envolvido em estimações <strong>de</strong>ste tipo: o viés <strong>de</strong> seleção. Deve ser<br />

lembrado que uma condição importante para qualquer estimação é a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

amostra. O ponto que se quer ressaltar é que apenas as empresas que<br />

sobreviveram são observa<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>do que o painel é dinâmico, on<strong>de</strong> há entra<strong>da</strong> e<br />

saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> indivíduos (empresas). É mais do que intuitivo associar a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

empresas a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais baixas. Portanto, qualquer tentativa <strong>de</strong> estimação<br />

<strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ten<strong>de</strong>rá a sobreestimar o valor real, pois as empresas menos<br />

produtivas em algum momento são excluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> amostra. Quando trabalhamos com<br />

painel balanceado tais empresas são <strong>de</strong>scarta<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>í <strong>de</strong>corre o viés <strong>de</strong> seleção.<br />

Uma nova linha <strong>de</strong> pesquisa em estimativas <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção, chama<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

estrutural, foi inaugura<strong>da</strong> por OLLEY e PAKES (1996) e segui<strong>da</strong> por LEVINSOHN e


PETRIN (2003). Estes dois trabalhos serão analisado s em <strong>de</strong>talhes, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os pontos fortes e fracos <strong>de</strong> suas estratégias.<br />

OLLEY e PAKES (1996) se <strong>de</strong>bruçaram sobre a reestruturação <strong>da</strong> Indústria <strong>de</strong><br />

Equipamentos <strong>de</strong> Telecomunicações nos Estados Unidos nas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1970 e<br />

1980, estimando os parâmetros <strong>de</strong> uma função <strong>de</strong> produção e utilizando-os <strong>de</strong>pois<br />

para acompanhar a evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s empresas. Tal reestruturação se<br />

<strong>de</strong>veu, segundo os autores, às mu<strong>da</strong>nças tecnológicas e a liberação do ambiente<br />

regulatório no setor. Os autores mostram que as escolhas <strong>da</strong>s firmas em continuar<br />

produzindo ou não, e que quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s continuar produzindo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do produto<br />

(ou ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s) por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> insumos consumidos, ou seja, sua<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (ω), que apresenta gran<strong>de</strong> variância entre as empresas e correlação<br />

intertemporal. Daí se originaram dois problemas inter-relacionados quando se<br />

passou à fase <strong>de</strong> estimação: viés <strong>de</strong> simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> e viés <strong>de</strong> seleção.<br />

Com o intuito <strong>de</strong> tratar tais problemas os autores introduziram um mo<strong>de</strong>lo dinâmico<br />

do comportamento <strong>da</strong> firma que especifica a informação disponível no momento em<br />

que as <strong>de</strong>cisões sobre insumos são toma<strong>da</strong>s, bem como gera uma regra <strong>de</strong> saí<strong>da</strong>,<br />

ou seja, que informações disponíveis ao produtor levam-no a tomar a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />

cessar a produção. Na construção <strong>de</strong> tal mo<strong>de</strong>lo eles assumiram que o lucro <strong>da</strong><br />

firma é função <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> variáveis <strong>de</strong> estado próprias e <strong>de</strong> seus<br />

concorrentes. O conjunto <strong>de</strong> variáveis escolhido inclui a i<strong>da</strong><strong>de</strong> (a), o estoque <strong>de</strong><br />

capital (k) e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (ω). Como a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> não é uma variável<br />

observável, os autores propõem utilizar o fluxo <strong>de</strong> investimento como proxy. Eles<br />

<strong>de</strong>senvolveram um estimador semiparamétrico baseados na suposição <strong>de</strong> que há<br />

apenas uma variável <strong>de</strong> estado não-observa<strong>da</strong> que modifica o comportamento <strong>da</strong><br />

22


firma (sua produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>), e que, condicionado aos valores <strong>da</strong>s outras variáveis <strong>de</strong><br />

estado observa<strong>da</strong>s, o investimento é crescente com a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

No começo <strong>da</strong> ca<strong>da</strong> período a firma <strong>de</strong>ve tomar três <strong>de</strong>cisões: <strong>de</strong>cidir se liqui<strong>da</strong> a<br />

operação e recebe um valor Φ relativo ao <strong>de</strong>sinvestimento; ou se continua, e então<br />

<strong>de</strong>ve <strong>de</strong>cidir o quanto investir em fatores variáveis (trabalho) e <strong>de</strong>cidir quanto ao<br />

nível <strong>de</strong> investimento. O investimento realizado irá se somar ao nível <strong>de</strong> capital<br />

existente formando o estoque <strong>de</strong> capital em t+1. As equações <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong><br />

capital e i<strong>da</strong><strong>de</strong> são <strong>da</strong><strong>da</strong>s por:<br />

t+<br />

1<br />

t+<br />

1<br />

( 1−<br />

)<br />

k = δ k<br />

a<br />

= a<br />

t<br />

+ 1<br />

On<strong>de</strong> t k é o estoque <strong>de</strong> capital, i t é o investimento, δ é a <strong>de</strong>preciação do estoque<br />

<strong>de</strong> capital e a t é a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> firma.<br />

O índice <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ϖ it é conhecido pela firma e evolui segundo um processo<br />

exógeno <strong>de</strong> Markov e a distribuição <strong>de</strong> ϖ i,<br />

t+<br />

1 condicional a to<strong>da</strong>s as informações<br />

conheci<strong>da</strong>s em t é <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pela família <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> distribuição<br />

t<br />

+ i<br />

{ F(<br />

⋅ ϖ ) , ∈ Ω}<br />

t<br />

23<br />

(8)<br />

F = | it ω<br />

(9)<br />

ϖ<br />

Assumiu-se também que a firma maximiza o valor presente dos lucros esperados,<br />

que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> percepção <strong>da</strong> firma com relação às estruturas <strong>de</strong> mercados <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

a informação atual. Uma forma apropria<strong>da</strong> <strong>de</strong> expressar esta relação é através <strong>da</strong><br />

equação <strong>de</strong> Bellman para uma firma estabeleci<strong>da</strong>:<br />

( ) ( ) ( ) [ ( ) ] ⎬<br />

⎭ ⎫<br />

⎧<br />

Vt<br />

ω t , at<br />

, kt<br />

= max⎨Φ,<br />

supπ<br />

t ωt<br />

, at<br />

, kt<br />

− c it<br />

+ βE<br />

Vt<br />

+ 1 ωt<br />

+ 1,<br />

at<br />

+ 1,<br />

kt<br />

+ 1 | J t (10)<br />

⎩ it<br />

≥0


On<strong>de</strong> Φ é o valor <strong>da</strong> planta; ( ⋅)<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e do estoque <strong>de</strong> capital; ( i )<br />

t<br />

24<br />

π é o lucro <strong>da</strong> empresa como função <strong>da</strong><br />

c é o custo do investimento; β<br />

é o fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto <strong>da</strong> firma e J t é o conjunto <strong>de</strong> informações disponíveis em t. A<br />

solução para esta equação gera uma regra <strong>de</strong> saí<strong>da</strong> e uma função <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por<br />

investimento. Definindo a função indicadora χ t como zero para a <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong>s<br />

empresas em sair, tem-se:<br />

e<br />

t<br />

( a , k )<br />

⎧1 if ϖ t ≥ ϖ t t t<br />

χ t = ⎨<br />

(11)<br />

⎩0<br />

caso contrário,<br />

t<br />

t<br />

( ω , a k )<br />

i = i ,<br />

(12)<br />

OLLEY e PAKES (1996) supuseram que a função investimento do tipo<br />

( ϖ , k a )<br />

i ,<br />

t = i t t t , <strong>da</strong>dos t<br />

forma é possível inverter a função t<br />

regressão semiparamétrico a seguir:<br />

On<strong>de</strong><br />

t<br />

t<br />

t<br />

k e a t , é sempre crescente em ϖ , <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que 0 > i t . Dessa<br />

t<br />

it<br />

l<br />

ω , obtendo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

i , obtendo: = h ( i , k , a )<br />

it<br />

t<br />

( iit<br />

ait<br />

kit<br />

) it<br />

t<br />

t<br />

y = β l + φ , , + η<br />

(13)<br />

( i , a , k ) = β 0 + β a + β k + h ( i , a , k )<br />

φ (14)<br />

it<br />

it<br />

it<br />

a<br />

A equação (13) i<strong>de</strong>ntifica o coeficiente do trabalho, mas não os do capital e i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Os autores propuseram, então, o seguinte algoritmo <strong>de</strong> estimação. O primeiro passo<br />

é estimar a equação (13) substituindo φ ( ⋅)<br />

por uma aproximação polinomial <strong>de</strong><br />

quarta or<strong>de</strong>m:<br />

it<br />

k<br />

it<br />

t<br />

t<br />

it<br />

t<br />

it<br />

it


y<br />

it<br />

=<br />

β + β l<br />

+<br />

0<br />

4<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

γ<br />

l<br />

4x<br />

it<br />

+<br />

4<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

1x<br />

4<br />

x<br />

x<br />

( k a ) + γ ( k i ) + γ ( i a )<br />

it<br />

it<br />

γ k<br />

x<br />

it<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

+<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

6x<br />

4<br />

γ<br />

it<br />

x<br />

2xi<br />

it<br />

O próximo passo é estimar a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência. A probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> foi<br />

obti<strong>da</strong> utilizando uma aproximação polinomial <strong>de</strong> quarta or<strong>de</strong>m em ( i a , k )<br />

regressores em uma estimação Probit:<br />

P<br />

t<br />

=<br />

Pr ob<br />

( χ = 1)<br />

t+<br />

1<br />

=<br />

4<br />

∑<br />

1x<br />

x=<br />

1<br />

4<br />

+<br />

γ k<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

γ<br />

x<br />

it<br />

4x<br />

+<br />

4<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

it<br />

x<br />

2xiit<br />

4<br />

+<br />

4<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

4<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

γ<br />

3x<br />

3x<br />

a<br />

x<br />

it<br />

x<br />

x<br />

( k a ) + γ ( k i ) + γ ( i a )<br />

it<br />

it<br />

γ<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

+<br />

4<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

6x<br />

γ<br />

it<br />

3x<br />

it<br />

it<br />

a<br />

it<br />

x<br />

it<br />

x<br />

4<br />

∑<br />

x=<br />

1<br />

3x<br />

it<br />

it<br />

it<br />

25<br />

(15)<br />

, como<br />

No terceiro e último passo do algoritmo os autores tomaram os valores estimados <strong>de</strong><br />

β l , φ t e P t , dos dois primeiros passos e voltaram ao mo<strong>de</strong>lo semiparamétrico, com<br />

as convenientes manipulações algébricas<br />

e<br />

t<br />

( iit<br />

, ait<br />

, kit<br />

) = ˆ φt ( iit<br />

, ait<br />

, kit<br />

) − β aait<br />

− k kit<br />

it<br />

it<br />

x<br />

(16)<br />

hˆ β<br />

(14’)<br />

m<br />

it − ll<br />

it = c + aa<br />

it + k kt<br />

+ ∑∑<br />

j m<br />

− 4 4<br />

+ 1 + 1 β + 1 β + 1<br />

= 0 = 0<br />

y β β hˆ<br />

Pˆ<br />

+ e<br />

(13’)<br />

Finalmente, para avaliar a evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no nível <strong>da</strong> firma, os autores<br />

realizaram o seguinte cálculo:<br />

it<br />

mj<br />

( y − b l − b k b a )<br />

p = exp −<br />

(17)<br />

it<br />

LEVINSOHN e PETRIN (2003) se somam a OLLEY e PAKES (1996) nos métodos<br />

estruturais que tentam corrigir os efeitos <strong>de</strong> variáveis não observa<strong>da</strong>s<br />

l<br />

it<br />

k<br />

it<br />

a<br />

it<br />

m<br />

t<br />

j<br />

t<br />

it


correlaciona<strong>da</strong>s serialmente, mas questionam o uso por O&P <strong>da</strong> variável<br />

investimento como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Eles argumentaram que investimento<br />

é um controle sobre uma variável <strong>de</strong> estado e, por <strong>de</strong>finição, é <strong>de</strong> ajustamento caro.<br />

Tal custo po<strong>de</strong> causar problemas na estimação, porque as firmas que realizam<br />

investimentos intermitentes po<strong>de</strong>m ter observações trunca<strong>da</strong>s em períodos <strong>de</strong><br />

investimento nulo.<br />

No caso <strong>de</strong> OLLEY e PAKES (1996), que se concentraram na indústria <strong>de</strong><br />

equipamentos <strong>de</strong> telecomunicações, as observações trunca<strong>da</strong>s representaram<br />

apenas 8% do total. A estratégia <strong>de</strong>stes era apropria<strong>da</strong> a setores mais dinâmicos,<br />

nos quais há investimentos todos os anos. Essa estratégia po<strong>de</strong>ria não se a<strong>de</strong>quar a<br />

setores cujos investimentos têm longo período <strong>de</strong> maturação, on<strong>de</strong> a dinâmica <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta razoável <strong>de</strong>fasagem em relação ao investimento.<br />

Com este problema em mente LEVINSOHN e PETRIN (2003) propuseram a<br />

utilização do consumo <strong>de</strong> insumos intermediários, tais como energia ou<br />

combustíveis, como proxy para a variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A hipótese é a<br />

mesma: aumentos <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> tornam a firma mais eficiente, essa maior<br />

eficiência leva um aumento do produto, levando a um maior consumo <strong>de</strong> insumos<br />

intermediários.<br />

A equação proposta por LEVINSOHN E PETRIN (2003) é <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

t<br />

l<br />

t<br />

k<br />

t<br />

i t<br />

t<br />

t<br />

26<br />

y = β 0 + β l + β k + β i + ϖ + η<br />

(18)<br />

On<strong>de</strong> y é o log do produto, k é o log do estoque <strong>de</strong> capital, l é o log do trabalho e i t é<br />

a função <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por insumos intermediários, que é <strong>da</strong><strong>da</strong> por:


t<br />

t<br />

( ϖ k )<br />

t<br />

t<br />

27<br />

i = i ,<br />

(19)<br />

A mesma restrição é feita quanto à monotonici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> função i t em ϖ t , <strong>de</strong> modo<br />

que seja possível inverter a função e obter ϖ ( i , k )<br />

interessa. Assim, é possível escrever:<br />

E a equação para o segundo estágio fica:<br />

t<br />

( i , k ) β 0 + β k + β i ϖ ( i , k )<br />

t<br />

t<br />

k<br />

t<br />

ϖ = , que, afinal, é o que<br />

t<br />

i t<br />

t<br />

φ = +<br />

(20)<br />

0<br />

t<br />

t<br />

*<br />

[ ϖ ϖ ]<br />

*<br />

yt = β + β k kt<br />

+ βii<br />

t + E t | + + ηt<br />

(21)<br />

Como apresentado em LEVINSOHN E PETRIN (2003), na prática há informações<br />

sobre diversos insumos intermediários. A questão que se coloca então é qual <strong>de</strong>les<br />

seria o mais apropriado como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>? Uma inspeção dos<br />

valores seria o primeiro passo a ser <strong>da</strong>do. Aquele que apresentasse o menor<br />

número <strong>de</strong> valores zero é um forte candi<strong>da</strong>to, pois teria o menor número <strong>de</strong><br />

observações trunca<strong>da</strong>s. Outra importante característica é a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fornecimento. E, por fim, os <strong>da</strong>dos disponíveis <strong>de</strong> insumos <strong>de</strong>vem ser relativos ao<br />

consumo real em <strong>de</strong>terminado período, ou seja, <strong>de</strong>vem ser leva<strong>da</strong>s em<br />

consi<strong>de</strong>ração as aquisições no período, <strong>de</strong>sconta<strong>da</strong>s as variações <strong>de</strong> estoque.<br />

Escolhido o insumo que se utilizará como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na<strong>da</strong> impe<strong>de</strong><br />

que os outros entrem na equação do primeiro estágio como variáveis livres.<br />

Como em OLLEY e PAKES (1996), no primeiro estágio LEVINSOHN e PETRIN<br />

(2003) estimam os valores dos coeficientes <strong>de</strong> trabalho e variáveis livres. No<br />

segundo estágio a primeira condição <strong>de</strong> momento i<strong>de</strong>ntifica β k , pois o capital não<br />

respon<strong>de</strong> ao choque na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e o segundo momento i<strong>de</strong>ntifica β i (o insumo<br />

t<br />

t 1<br />

t<br />

t


usado como proxy), pois a escolha <strong>de</strong> matéria-prima do último período não está<br />

correlaciona<strong>da</strong> com o choque contemporâneo. Por fim, os autores apresentam<br />

resultados obtidos com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> economia chilena <strong>de</strong> 1979 a 1986 para quatro<br />

setores industriais (produtos alimentícios, metais, têxteis e produtos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira).<br />

Os diversos métodos apresentados neste capítulo foram propostos em contextos<br />

específicos, e seus resultados se comportam bem nos conjuntos <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<br />

utilizados. Esta dissertação propõe investigar o comportamento dos diversos<br />

métodos em diferentes conjuntos <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos. Tal diferenciação se <strong>da</strong>rá por meio <strong>da</strong><br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica <strong>da</strong> ca<strong>da</strong> setor industrial. A questão básica que se preten<strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r será como os métodos se comportam em setores <strong>de</strong> diferentes<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas.<br />

No próximo capítulo será apresenta<strong>da</strong> uma breve revisão bibliográfica sobre os<br />

diversos métodos <strong>de</strong> estimação <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção. O objetivo é apresentar as<br />

questões levanta<strong>da</strong>s pela aca<strong>de</strong>mia a cerca dos métodos abor<strong>da</strong>dos.<br />

28


3 DA REVISÃO DOS MÉTODOS DE ESTIMAÇÃO DA FUNÇÃO DE<br />

PRODUÇÃO<br />

A literatura sobre estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção, como já citado anteriormente,<br />

remonta ao célebre trabalho <strong>de</strong> COBB e DOUGLAS (1928). As questões levanta<strong>da</strong>s<br />

α β<br />

por Charles Cobb e Paul Douglas, ao sugerirem a clássica função Y = L K eram:<br />

“...a number of further problems would inevitably present themselves for<br />

solution of which the following are typical. (1) Can we estimate, within limits,<br />

whether this increase in production was purely fortuitous, whether it was primarily<br />

caused by technique, and the <strong>de</strong>gree, if any, to which it respon<strong>de</strong>d to changes in<br />

the quantity of labor and capital?<br />

(2) May it possible to <strong>de</strong>termine, again within limits, the relative influence upon<br />

production of labor as compared with capital?<br />

(3) As the proportion of labor to capital changed from year to year, may it<br />

possible to <strong>de</strong>duce the relative amount ad<strong>de</strong>d to the total physical product by each<br />

unit of labor and capital and what is more important still by the final units of labor<br />

and capital in these respective years?<br />

(…)<br />

(4) Can we measure the probable slopes of the curves of incremental product<br />

which are imputed to labor and to capital and thus give greater <strong>de</strong>finiteness to what<br />

is at present purely an hypothesis with no quantitative values attached?<br />

(5) Finally from such a study of (a) the imputed physical product from year to<br />

year of a unit of labor and capital when joined with (b) a study of the relative<br />

exchange value of a physical unit of manufactured goods in these years and<br />

compared with (c) the actual movement of “real” wages in manufacturing and of<br />

real interest (if the latter can be ascertained), may we secure light upon the<br />

question as to whether or not the process of distribution are mo<strong>de</strong>led at all closely<br />

upon those of the production of values?”<br />

29<br />

COBB, C.W., e DOUGLAS, P. H., “A Theory of Production,”<br />

American Economic Review, 18 (1) 1928, Supplement, pp. 139 e 140<br />

O trabalho <strong>de</strong> Cobb e Douglas tornou-se referência básica nos trabalhos <strong>de</strong><br />

estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção. Não tar<strong>da</strong>ram, no entanto, os relatos <strong>de</strong>


problemas no uso <strong>da</strong> função. O primeiro problema encontrado foi o <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação<br />

simultânea <strong>da</strong>s variáveis capital e trabalho, toma<strong>da</strong>s como exógenas e<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Um dos artigos mais citados nessa linha crítica é o <strong>de</strong> MARSCHAK e ANDREWS<br />

(1944). Na introdução <strong>de</strong> seu trabalho eles <strong>de</strong>ixam bem claro seu ponto <strong>de</strong> vista.<br />

“To <strong>de</strong>scribe and measure causation, the economist cannot perform<br />

experiments. That is, he cannot choose one variable as “<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt,” and, while<br />

keeping the other, “in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt,” ones un<strong>de</strong>r control (i.e., while making them<br />

assume <strong>de</strong>liberately chosen sets of values), watch the values taken by the<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt, i.e., uncontrolled variable. The economist has no in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<br />

variables at his disposal because he has to take the values of all variables as they<br />

come, produced by a mechanism outsi<strong>de</strong> his control. This mechanism is expressed<br />

by a system of simultaneous equations, as many of them as there are variables.<br />

The experiment can isolate on such equation, substituting his own action for all the<br />

other equations. The economist cannot.”<br />

30<br />

MARSCHAK, J., e ANDREWS JR, W. H., “Random Simultaneous Equations and the Theory of<br />

Production,” Econometrica, Vol. 12, No. 3/4 (Jul. - Oct., 1944), p. 143<br />

O ponto crucial <strong>de</strong>fendido pelos autores, que já se sobressai no texto acima, é que<br />

não se po<strong>de</strong> simplesmente tratar as variáveis do lado direito <strong>da</strong> equação como<br />

“in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes” e realizar a estimação por mínimos quadrados ordinários (MQO),<br />

como Cobb e Douglas fizeram. Os insumos não estão sob o controle do economista,<br />

mas dos produtores, que os escolhem <strong>de</strong> uma maneira ótima ou comportamental.<br />

Não há nenhuma garantia <strong>de</strong> exogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>. Estimativas <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção<br />

através <strong>de</strong> MQO serão viesa<strong>da</strong>s e não é possível assumir qualquer interpretação<br />

estrutural.<br />

Uma alternativa comumente emprega<strong>da</strong> pelos econometristas quando enfrentam<br />

este tipo <strong>de</strong> problema é introduzir no mo<strong>de</strong>lo variáveis instrumentais que possam


substituir aquelas variáveis que sejam endógenas, mantendo, ou quiçá melhorando,<br />

o nível <strong>de</strong> explicação <strong>da</strong> equação. A questão é como conseguir tais variáveis.<br />

Há na literatura duas linhas <strong>de</strong> pesquisa para suprir tal <strong>de</strong>ficiência. Como já vimos<br />

em <strong>de</strong>talhe no capítulo anterior, a primeira linha utiliza o Método dos Momentos<br />

Generalizados em primeira diferença, utilizando também <strong>de</strong>fasagens tanto <strong>da</strong>s<br />

variáveis “in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes” quanto <strong>da</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes (ARELLANO e BOND, 1991;<br />

ARELLANO e BOVER, 1995; BLUNDELL e BOND, 1998; BLUNDEL e BOND, 2000).<br />

A segun<strong>da</strong> linha <strong>de</strong> pesquisa foca em técnicas estruturais, utilizando métodos semi-<br />

paramétricos (OLLEY e PAKES, 1996; LEVINSOHN e PETRIN, 2003).<br />

ACKERBERG et al. (2005) fazem uma análise <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> dos trabalhos <strong>de</strong> OLLEY e<br />

PAKES (O&P) (1996) e LEVINSOHN e PETRIN (L&P) (2003) e, ao passo que<br />

i<strong>de</strong>ntificam idéias sóli<strong>da</strong>s e intuitivas, também argumentam que po<strong>de</strong> haver<br />

problemas significativos <strong>de</strong> colineari<strong>da</strong><strong>de</strong> no primeiro estágio <strong>de</strong>stes métodos. Tais<br />

problemas po<strong>de</strong>riam ser contornados com um processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos (PGD)<br />

apropriado que simultaneamente quebrasse esta colineari<strong>da</strong><strong>de</strong> e fosse consistente<br />

com as suposições tanto <strong>de</strong> L&P e O&P. Os autores encontram dois PGD´s para o<br />

método <strong>de</strong> L&P, mas ambos se baseiam em pressupostos muito fortes e não<br />

intuitivos 1 . Já para o método <strong>de</strong> O&P existe um PGD que para os autores é mais<br />

1 O primeiro envolve uma história on<strong>de</strong> uma escolha <strong>da</strong> variável <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> tem uma gran<strong>de</strong><br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> otimização, enquanto a outra opção <strong>de</strong> variável <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> tem exatamente<br />

nenhum erro <strong>de</strong> otimização. O segundo PGD envolve o seguinte enca<strong>de</strong>amento: 1) insumos<br />

intermediários são escolhidos antes do trabalho; 2) entre os pontos no tempo em que insumos<br />

intermediários são escolhidos e o trabalho é escolhido, o nível <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> empresa não<br />

mu<strong>da</strong>; 3) entre esses pontos no tempo, a empresa está exposta a um choque <strong>de</strong> preço ou <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong> que influencia a escolha do trabalho; e 4) esse choque <strong>de</strong> preço ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> varia entre<br />

empresas e não está correlacionado ao longo do tempo. Nenhuma <strong>da</strong>s hipóteses <strong>de</strong>stes PGD’s<br />

parece suficientemente realista (mesmo para uma aproximação) <strong>de</strong> invocar na prática. Para O&P, há<br />

um PGD adicional que quebra a lineari<strong>da</strong><strong>de</strong> e é consistente com o mo<strong>de</strong>lo: ele estabelece que o<br />

trabalho <strong>de</strong>va ser escolhido antes <strong>da</strong> produção e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre o<br />

31


ealístico. Os autores propõem, então, outra abor<strong>da</strong>gem na qual o coeficiente do<br />

trabalho seria estimado no segundo estágio. Eles argumentam que mesmo que<br />

nenhum parâmetro fosse i<strong>de</strong>ntificado no primeiro estágio, ele ain<strong>da</strong> se prestaria a<br />

eliminar o erro não transmitidoε it <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção, que permitiria tratar a<br />

evolução do erro transmitido ϖ it não parametricamente.<br />

VAN BIESEBROECK (2005) faz uma apura<strong>da</strong> análise <strong>da</strong> muitas metodologias hoje<br />

aplica<strong>da</strong>s para estimar a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sua primeira conclusão é que muitas <strong>de</strong>las<br />

não são muito robustas aos erros <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>. Dois outros focos <strong>de</strong> problema são as<br />

lacunas <strong>de</strong> especificação <strong>da</strong> tecnologia <strong>de</strong> produção e as suposições errôneas feitas<br />

à cerca <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> não observa<strong>da</strong>. Ele compara a robustez <strong>de</strong><br />

cinco técnicas: (a) números índices, (b) análise <strong>de</strong> envelopamento <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, e três<br />

métodos paramétricos: (c) estimação <strong>de</strong> variáveis instrumentais, (d) fronteira<br />

estocástica, e (e) estimação semiparamétrica. VAN BIESEBROECK (2005) chega a<br />

cinco conclusões inespera<strong>da</strong>s:<br />

(1) O método a ser usado para estimar a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser aquele<br />

a<strong>de</strong>quado às suposições feitas à cerca <strong>da</strong> sua evolução;<br />

(2) O estimador O&P é robusto a uma série <strong>de</strong> complicações, especialmente<br />

quando uma gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é não transitória;<br />

(3) A maioria dos métodos não é sensível a pequenos erros <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, mas<br />

respon<strong>de</strong> mal a gran<strong>de</strong>s erros. Ruídos aleatórios aju<strong>da</strong>m a evitar sobre-<br />

tempo no qual o trabalho é escolhido e a produção acontece para quebrar a lineari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Este PGD<br />

parece ser mais realista que os necessários para vali<strong>da</strong>r o processo <strong>de</strong> L&P.<br />

32


correção <strong>de</strong> vieses e métodos <strong>de</strong>terminísticos não são piores que os<br />

paramétricos em li<strong>da</strong>r com erros aleatórios <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>;<br />

(4) Os métodos <strong>de</strong>terminísticos, que não assumem homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as<br />

empresas, não são mais robustos que os métodos paramétricos em li<strong>da</strong>r com<br />

a heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> dos custos <strong>de</strong> ajustamento ou tecnologia <strong>de</strong> produção;<br />

(5) Usar a mesma suposição <strong>de</strong> retornos <strong>de</strong> escala, tanto na estimação quanto<br />

na geração dos <strong>da</strong>dos, é necessário, mas não suficiente para resultados<br />

precisos.<br />

WOOLDRIDGE (2009) também analisa as técnicas estruturais apresenta<strong>da</strong>s em<br />

OLLEY e PAKES (1996), e LEVINSOHN e PETRIN (2003). Ele sugere, no entanto,<br />

que sejam implementados especificando diferentes instrumentos para diferentes<br />

equações e aplicando GMM. Avaliando os parâmetros <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

duas equações, algumas questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação são clarifica<strong>da</strong>s e a estimação<br />

conjunta dos parâmetros leva a uma estimação simples e estimadores mais<br />

eficientes. WOOLDRIDGE (2009) propõe para futuras pesquisas a extensão <strong>da</strong><br />

abor<strong>da</strong>gem estrutural <strong>de</strong> L&P/O&P com mo<strong>de</strong>los que permitam efeitos não<br />

observados por firma, como em BLUNDELL e BOND (2000), embora reconheça que<br />

a estimação <strong>de</strong> tais mo<strong>de</strong>los quando os insumos não fossem estritamente exógenos<br />

seria um <strong>de</strong>safio.<br />

MUENDLER (2004a) trata <strong>de</strong> estimativas <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção quando a<br />

mu<strong>da</strong>nça na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é endógena. Ele apresenta um mo<strong>de</strong>lo no qual o efeito<br />

não tratado <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> respostas <strong>da</strong> eficiência planeja<strong>da</strong> <strong>da</strong>s empresas e, numa<br />

extensão do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> OLLEY e PAKES (1996), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o investimento é uma<br />

proxy apropria<strong>da</strong> para produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que interagindo com uma variável <strong>de</strong><br />

33


competição no setor, tal como penetração no mercado estrangeiro. Tal procedimento<br />

parece ser bem sucedido em eliminar o viés <strong>de</strong> sobrevivência e o viés <strong>de</strong><br />

transmissão. Ain<strong>da</strong> persiste o viés <strong>de</strong> preços omitidos, que se origina do fato <strong>de</strong> que<br />

o preço não é observado nas receitas, mas endógeno. Sob competição imperfeita,<br />

os fatores do lado <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> reduzem os coeficientes <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção e<br />

geram economias <strong>de</strong> escala subestima<strong>da</strong>s.<br />

ORNAGHI (2006) discute em que extensão estimativas baixas para retornos <strong>de</strong><br />

escala, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s a parâmetros <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção obti<strong>da</strong> através <strong>de</strong> estimadores<br />

GMM, po<strong>de</strong>m ser atribuí<strong>da</strong>s a erros <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, em especial ao uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>flatores <strong>de</strong><br />

preços comuns entre firmas. O autor utiliza o método GMM em primeiras diferenças<br />

<strong>de</strong>fasa<strong>da</strong>s em dois conjuntos <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, um com preços específicos por firma e outro<br />

com <strong>de</strong>flatores por setor. Ele conclui que gran<strong>de</strong>s melhorias nos parâmetros po<strong>de</strong>m<br />

ser obti<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> uma construção mais cui<strong>da</strong>dosa <strong>da</strong>s variáveis (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes) sem, no entanto, abrir mão do refinamento <strong>da</strong>s técnicas<br />

econométricas.<br />

FELIPE et al. (2008) argumentam que o viés <strong>de</strong> endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> que aparece<br />

quando se estima funções <strong>de</strong> produção usando <strong>da</strong>dos financeiros é resultado do<br />

viés <strong>de</strong> variáveis omiti<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido à pobre aproximação <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> contábil com<br />

as quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas. Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste argumento, os autores questionam a<br />

tentativa <strong>de</strong> resolver tal problema pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos estimadores. Eles<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que to<strong>da</strong>s as variáveis que entram no mo<strong>de</strong>lo sejam medi<strong>da</strong>s em<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas. Embora exista também uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> contábil para valor<br />

adicionado, os <strong>da</strong>dos físicos po<strong>de</strong>m ser obtidos a partir <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os autores<br />

reconhecem a escassez <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas, encontrando estudos com<br />

tal abor<strong>da</strong>gem apenas na área <strong>de</strong> economia agrícola. Em análises <strong>de</strong> simulação os<br />

34


autores encontraram substancial diferença entre a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total dos fatores usando quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e aquela encontra<strong>da</strong> a<br />

partir dos <strong>da</strong>dos monetários. Os autores reconhecem que o uso <strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

físicas não elimina os problemas com relação a lacunas <strong>de</strong> especificação ou<br />

mu<strong>da</strong>nça técnica, mas reforçam que mais esforços <strong>de</strong>veriam ser gastos em coletar<br />

tais quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s do que em encontrar novos métodos <strong>de</strong> estimação.<br />

DORASZELSKI e JAUMANDREU (2007) <strong>de</strong>senvolveram um estimador para funções<br />

<strong>de</strong> produção que permite recuperar a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e seu relacionamento com a<br />

P&D <strong>da</strong> firma. Eles exploram o fato <strong>de</strong> que <strong>de</strong>cisões sobre insumos, tais como<br />

trabalho e matéria-prima, são baseados na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> corrente. Os autores<br />

propõem um mo<strong>de</strong>lo dinâmico a partir <strong>de</strong> uma extensão do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> capital <strong>de</strong><br />

conhecimento <strong>de</strong> GRILICHES (1979), relaxando as suposições sobre o processo <strong>de</strong><br />

P&D e examinando o impacto do investimento em conhecimento na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s firmas. DORASZELSKI e JAUMANDREU (2007) mostram que a ligação entre<br />

P&D e produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> está sujeita a um alto grau <strong>de</strong> incerteza, não lineari<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>. Eles também i<strong>de</strong>ntificaram que a P&D é o maior <strong>de</strong>terminante <strong>da</strong>s<br />

diferenças <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as firmas e <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

firma ao longo do tempo. Os autores também argumentam que a gran<strong>de</strong> diferença<br />

entre as taxas <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> P&D e o investimento em capital físico sugere que tais<br />

incertezas são economicamente significantes e importam para as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong><br />

investimentos <strong>da</strong>s firmas.<br />

MUENDLER (2004b) analisa os efeitos <strong>da</strong> redução <strong>de</strong> barreiras ao comércio exterior<br />

sobre a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas brasileiras. O autor i<strong>de</strong>ntifica três canais em que<br />

a liberalização do comércio po<strong>de</strong> atuar sobre a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>: (1) a competição<br />

estrangeira po<strong>de</strong> induzir os empresários a inovar em processos e produtos (2)<br />

35


acesso mais fácil a equipamentos e insumos estrangeiros; e (3) competição po<strong>de</strong><br />

induzir a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> firmas menos competitivas. O autor faz uma extensão <strong>da</strong> função<br />

<strong>de</strong> Cobb-Douglas para levar em consi<strong>de</strong>ração a participação <strong>de</strong> equipamentos e<br />

insumos importados na função <strong>de</strong> produção. As medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> são<br />

calcula<strong>da</strong>s por três meios: um índice com a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> capital assumi<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> um terço (GRILICHES e MAIRESSE, 1990), um índice a partir <strong>de</strong> estimativas<br />

MQO e um índice a partir do algoritmo <strong>de</strong> OLLEY e PAKES (1996) estendido<br />

(MUENDLER 2004a). Segundo o autor, o canal (1) provou ser uma notável fonte <strong>de</strong><br />

mu<strong>da</strong>nça na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo controlando a endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> pela penetração<br />

no mercado externo e tarifas. O canal (2) mostrou-se relativamente fraco, explicado<br />

pela pequena diferença <strong>de</strong> eficiência entre insumos nacionais e importados, e pela<br />

curva <strong>de</strong> aprendizagem, complementari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> fatores e rearranjos na produção<br />

requeridos pelas novas tecnologias. Já o canal (3) mostrou efeitos dúbios: é certo<br />

que a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência cai e que as firmas <strong>de</strong> baixa eficiência saem<br />

do negócio, mas, numa estimação contrafatual, as firmas elimina<strong>da</strong>s são pequenas,<br />

o que causa pouco efeito sobre a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrega<strong>da</strong>. Este efeito, no entanto,<br />

causa realocações: firmas mais competitivas ganham mercado, economias menos<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m se especializar em setores <strong>de</strong> baixo crescimento e,<br />

finalmente, o aumento <strong>de</strong> custos po<strong>de</strong> absorver os ganhos obtidos.<br />

Esta breve revisão dos métodos <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção serve para<br />

ilustrar que esta é ain<strong>da</strong> é uma linha <strong>de</strong> pesquisa em aberto. Não se consegue<br />

divisar até o momento qualquer método que seja realmente superior ou<br />

inquestionável. As questões em aberto vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a forma funcional, os processos<br />

geradores dos <strong>da</strong>dos até chegar ao método <strong>de</strong> estimação propriamente dito. O<br />

presente trabalho se concentrará nesta última questão.<br />

36


Este trabalho não tem a pretensão <strong>de</strong> estabelecer qual método seja o melhor, sob<br />

quaisquer circunstancias. O foco <strong>de</strong>ste trabalho é exatamente <strong>de</strong>ixar claro que os<br />

métodos apresentam diferentes respostas quando aplicados a diferentes conjuntos<br />

<strong>de</strong> <strong>da</strong>dos. Especificamente, se preten<strong>de</strong> mostrar que, quando aplicados a setores <strong>de</strong><br />

diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas, os métodos po<strong>de</strong>m divergir significativamente.<br />

37


4 DOS DADOS, DO ESPAÇO E DAS ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS.<br />

As questões que motivam este trabalho encontrariam maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em ser<br />

respondi<strong>da</strong>s se não houvesse o oportuno livro organizado por DE NEGRI e<br />

SALERNO (2005): Inovações, Padrões Tecnológicos e Desempenho <strong>da</strong>s Firmas<br />

Industriais Brasileiras, publicado pelo IPEA. Nesse trabalho os pesquisadores do<br />

IPEA traçaram o mais completo e amplo estudo já realizado sobre a inovação<br />

tecnológica na indústria nacional. Uma <strong>da</strong>s principais contribuições <strong>de</strong>sse trabalho é<br />

a forma inovadora como se construiu a base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos para a pesquisa. Vários<br />

trabalhos anteriores, por terem em mente questões específicas, se limitavam a<br />

trabalhar com uma fonte <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, quiçá cruzando com mais uma ou duas fontes,<br />

pois o trabalho <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong>stas bases é por si só um fenomenal esforço <strong>de</strong><br />

pesquisa. Pois o IPEA foi além: i<strong>de</strong>ntificou to<strong>da</strong>s as bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos oficiais que<br />

continham informações sobre as empresas industriais brasileiras, que envolviam<br />

diferentes fontes, <strong>de</strong>senvolveu metodologias próprias e realizou um conjunto <strong>de</strong><br />

testes estatísticos que possibilita o tratamento conjunto dos micro<strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s bases<br />

integra<strong>da</strong>s. Este trabalho só foi possível <strong>de</strong>vido às parcerias estabeleci<strong>da</strong>s entre o<br />

IPEA, o IBGE, o MTE, o BACEN, o MPOG e a SECEX/MDIC.<br />

38


4.1 Da base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<br />

O presente trabalho tem como pilar duas bases <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos manti<strong>da</strong>s pelo IBGE. São<br />

elas a Pesquisa Industrial Anual – Empresa (PIA-Empresa) e a Pesquisa Industrial<br />

<strong>de</strong> Inovação Tecnológica (PINTEC). A PIA-Empresa, referencia<strong>da</strong> no restante <strong>de</strong>ste<br />

trabalho apenas como PIA, reúne informações econômico-financeiras que permitem<br />

perceber as características estruturais básicas do segmento empresarial <strong>da</strong>s<br />

indústrias no país, assim como acompanhar sua evolução ao longo do tempo. Já a<br />

PINTEC tem por objetivo coletar e disponibilizar informações <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

inovação tecnológica <strong>da</strong>s empresas brasileiras com 10 ou mais pessoas ocupa<strong>da</strong>s,<br />

tendo como universo <strong>de</strong> investigação, além <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais, a partir <strong>de</strong><br />

2005 os setores <strong>de</strong> telecomunicações, informática e pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

sabi<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

Às bases disponíveis no próprio IBGE foram agrega<strong>da</strong>s as seguintes bases: Relação<br />

Anual <strong>de</strong> Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego,<br />

Secretaria <strong>de</strong> Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Censo do Capital Estrangeiro (CEB) e<br />

Registro <strong>de</strong> Capitais Brasileiros no Exterior (CBE) do Banco Central do Brasil<br />

(Bacen).<br />

DE NEGRI et al. (2005) <strong>de</strong>screvem em <strong>de</strong>talhes a montagem <strong>de</strong>ssa base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos.<br />

Nessa base original as informações tinham periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> anual e compreendiam o<br />

período <strong>de</strong> sete anos: 1996-2002. A base utiliza<strong>da</strong> para esta dissertação já havia<br />

sido estendi<strong>da</strong> até 2005. A esta base foram agrega<strong>da</strong>s as informações <strong>de</strong> estoque<br />

<strong>de</strong> capital e i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> firma, imprescindíveis para este trabalho.<br />

39


O estoque <strong>de</strong> capital <strong>da</strong> firma, indispensável em quase todos os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção, não era alvo <strong>de</strong> investigação pela PIA até 2000,<br />

e não há segurança com relação aos <strong>da</strong>dos pelo menos até 2002. Essa lacuna foi<br />

preenchi<strong>da</strong> por meio do trabalho <strong>de</strong> ALVES e SILVA (2008). Nesse trabalho os<br />

autores se valem do estoque <strong>de</strong> capital setorial em 1995, fornecido pela metodologia<br />

anterior <strong>da</strong> PIA, distribuindo-o entre as firmas proporcionalmente ao seu número <strong>de</strong><br />

funcionários. A partir <strong>de</strong>ste estoque inicial os autores preencheram os anos<br />

seguintes <strong>de</strong>flacionando o estoque <strong>de</strong> capital, acrescentando as variações líqui<strong>da</strong>s<br />

(investimentos mais melhorias menos <strong>de</strong>preciação). Havia ain<strong>da</strong> a preocupação com<br />

o excessivo número <strong>de</strong> missing values, que foram corrigidos pelo procedimento <strong>de</strong><br />

imputação <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, uma vez que foi constatado o comportamento aleatório na<br />

ausência <strong>de</strong> respostas.<br />

A i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s firmas, outra informação importante para as estimações que se<br />

seguirão, foi incorpora<strong>da</strong> a partir do trabalho <strong>de</strong> COSTA et al. (2006). Os autores<br />

propõem uma proxy para a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> firma utilizando amostragem complexa,<br />

sugerindo a utilização do tempo <strong>de</strong> emprego máximo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma empresa como<br />

estimativa para a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> firma. Eles testaram sua hipótese através <strong>de</strong> um plano<br />

amostral estratificado em comparação com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> real <strong>da</strong>s empresas coleta<strong>da</strong>s via<br />

Internet. O setor <strong>de</strong> construção civil foi o que apresentou os piores resultados para a<br />

utilização <strong>da</strong> proxy. Agropecuários e comércio apresentaram resultados um pouco<br />

melhores, e os setores <strong>da</strong> indústria, governo e serviços apresentaram resultados<br />

satisfatórios. Para os autores os resultados sugerem um forte potencial <strong>de</strong> utilização<br />

<strong>da</strong> informação do tempo máximo <strong>de</strong> emprego para a imputação estatística <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

real <strong>da</strong> firma.<br />

40


4.2 Do espaço <strong>de</strong> pesquisa<br />

De posse <strong>de</strong> tão expressiva e volumosa base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, convinha então <strong>de</strong>limitar o<br />

espaço <strong>de</strong> pesquisa que se pretendia utilizar. Como o objetivo principal <strong>da</strong> pesquisa<br />

é comparar métodos <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção e verificar sua<br />

a<strong>de</strong>quação conforme a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica do setor industrial, os setores<br />

econômicos serão organizados em dois conjuntos <strong>de</strong> setores <strong>de</strong> diferentes<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas.<br />

A classificação dos setores quanto a sua intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica (MARKWALD,<br />

2004) obe<strong>de</strong>ce à metodologia <strong>da</strong> OCDE (Organização para Cooperação e<br />

Desenvolvimento Econômico), que em 1984 <strong>de</strong>senvolveu uma classificação<br />

basea<strong>da</strong> num indicador direto <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, qual seja, a relação entre<br />

<strong>de</strong>spesas em P&D e faturamento. Tal indicador era a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente pon<strong>de</strong>rado por<br />

setor industrial e por país, possibilitando a classificação dos diferentes segmentos<br />

em três categorias: alta, média e baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

A OCDE atualizou a classificação em meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990, incluindo um<br />

indicador indireto <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Este indicador indireto foi estimado<br />

com base na tecnologia incorpora<strong>da</strong> nos bens <strong>de</strong> capital e intermediários utilizados<br />

nos diferentes setores industriais. Tais indicadores, direto e indireto, <strong>de</strong>notam os<br />

setores tanto como produtores como consumidores <strong>de</strong> alta tecnologia. Os<br />

indicadores utilizados pela OCDE foram: gastos <strong>de</strong> P&D divididos pelo valor<br />

adicionado, gastos <strong>de</strong> P&D divididos pela produção e gastos <strong>de</strong> P&D mais<br />

tecnologia incorpora<strong>da</strong> em bens <strong>de</strong> capital e intermediários divididos pela produção.<br />

Os indicadores mostraram-se altamente correlacionados: ou seja, indústrias que<br />

41


investem gran<strong>de</strong> parcela <strong>de</strong> seu faturamento em <strong>de</strong>spesas em P&D também utilizam<br />

insumos e equipamentos tecnologicamente mais sofisticados.<br />

A nova classificação, com base em indicadores <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica para 22<br />

setores industriais <strong>de</strong> 10 países ao longo do período 1980/1992, acabou por<br />

discriminar os setores em quatro categorias: alta tecnologia, média-alta tecnologia,<br />

média-baixa tecnologia e baixa tecnologia. Em 1997, a OCDE aprimorou a<br />

classificação anterior, complementando o enfoque setorial conforme apresentado em<br />

HATZICHRONOGLOU (1997).<br />

Os dois conjuntos <strong>de</strong> setores que serão cotejados nesta dissertação foram assim<br />

selecionados: quatro setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e outros quatro setores<br />

<strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. A i<strong>de</strong>ntificação dos setores obe<strong>de</strong>ce a<br />

classificação CNAE a dois dígitos e a escolha dos setores que comporiam ca<strong>da</strong> um<br />

dos conjuntos levou em consi<strong>de</strong>ração a classificação quanto à intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica apresenta<strong>da</strong> na tabela 1 do ANEXO A, extraí<strong>da</strong> <strong>de</strong> IBGE (2005b). Entre<br />

os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica presentes na referi<strong>da</strong> tabela foram<br />

escolhidos aqueles que apresentaram os maiores níveis <strong>de</strong> investimento médio por<br />

empresas e os maiores níveis <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho. Exceção feita ao setor<br />

<strong>de</strong> Refino <strong>de</strong> Petróleo, que, por apresentar números muito díspares dos <strong>de</strong>mais<br />

setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, foi excluído para não distorcer a análise. Na<br />

tabela 1 são apresentados os setores selecionados.<br />

Tabela 1 – Setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

CNAE<br />

(2 dígitos)<br />

Descrição<br />

30 Máquinas para escritório e equipamentos <strong>de</strong> informática<br />

32 Material eletrônico e <strong>de</strong> aparelhos e equipamentos <strong>de</strong> comunicações<br />

34 Veículos automotores, reboques e carrocerias<br />

35 Outros equipamentos <strong>de</strong> transporte<br />

Fonte: PIA(2003)-IBGE<br />

42


Tabela 2 – Setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

CNAE<br />

(2 dígitos)<br />

Descrição<br />

17 Produtos têxteis<br />

18 Confecção <strong>de</strong> artigos do vestuário e acessórios<br />

20 Produtos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

36 Artigos do mobiliário<br />

Fonte: PIA(2003)-IBGE<br />

Na tabela 2 são apresentados os setores escolhidos para compor o conjunto <strong>de</strong><br />

setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Neste caso foram escolhidos aqueles que<br />

apresentaram os menores níveis <strong>de</strong> investimento médio e <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

trabalho.<br />

São apresentados a seguir, para os setores selecionados, os indicadores <strong>de</strong>scritos<br />

pela OCDE. Os resultados observados para as empresas brasileiras não permitem<br />

ver muito niti<strong>da</strong>mente a discriminação entre setores <strong>de</strong> alta e baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica, o que po<strong>de</strong> ser resultado <strong>de</strong> duas distorções. A primeira é o nível<br />

generalizado <strong>de</strong> baixo investimento em pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento no país. Mesmo<br />

as empresas dos setores consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica não investem<br />

muito em P&D, na maioria <strong>da</strong>s vezes licenciando processos e produtos já<br />

<strong>de</strong>senvolvidos lá fora para produzir internamente. A segun<strong>da</strong> distorção se <strong>de</strong>ve ao<br />

fato <strong>de</strong> que os setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica estavam tão atrasados, que<br />

para enfrentar a concorrência internacional, principalmente <strong>de</strong> China e Índia, tiveram<br />

que se mo<strong>de</strong>rnizar, principalmente via aquisição <strong>de</strong> novas máquinas e<br />

equipamentos.<br />

Tabela 3 – Gastos Totais <strong>de</strong> P&D sobre Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial (%).<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

ano 17 18 20 36 30 32 34 35<br />

2000 0,0240% 0,0184% 0,0444% 0,0382% 0,0151% 0,0381% 0,0530% 0,0407%<br />

2003 0,1183% 0,1877% 0,0737% 0,1553% 0,0826% 0,1319% 0,1820% 0,7158%<br />

2005 0,0990% 0,1719% 0,1178% 0,1905% 0,0904% 0,1374% 0,1774% 0,2823%<br />

Fonte: PINTEC-IBGE<br />

43


A tabela 3, na página anterior, mostra a relação entre os Gastos Totais em P&D,<br />

aquisições aí incluí<strong>da</strong>s, com o Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial. Observando as<br />

médias dos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica contra aquelas dos setores <strong>de</strong><br />

alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, as diferenças são muito pequenas. As exceções são os valores<br />

observados no ano <strong>de</strong> 2003, on<strong>de</strong> os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> gastam mais <strong>de</strong><br />

duas vezes a mais em P&D. O <strong>de</strong>staque nesse indicador é o setor 35 – Outros<br />

equipamentos <strong>de</strong> transporte, que gastou quase quatro vezes mais que o segundo<br />

colocado nesse quesito<br />

Quando a relação entre os Gastos Totais em P&D é feita contra o Valor Bruto <strong>da</strong><br />

Produção Industrial, como se po<strong>de</strong> ver na tabela 4, a diferença se torna mais<br />

perceptível. Referindo-nos novamente ao ano <strong>de</strong> 2003 a diferença chega a 134% em<br />

favor dos setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>. No ano <strong>de</strong> 2000 a diferença chega a mais <strong>de</strong><br />

46% também em favor dos setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. O <strong>de</strong>staque<br />

novamente é para o setor 35, com gastos em P&D em relação ao VBPI quase sete<br />

vezes a média do próprio setor em 2003, e mais <strong>de</strong> duas vezes e meia em 2005.<br />

Na tabela 5, na próxima página, po<strong>de</strong>-se perceber bem o efeito <strong>da</strong>s distorções<br />

alega<strong>da</strong>s. Nela são apresentados os Gastos em Aquisição <strong>de</strong> Máquinas e<br />

Equipamentos sobre o Valor Bruto <strong>da</strong> Produção Industrial. Percebe-se claramente<br />

que quem mais investiu na aquisição <strong>de</strong> máquinas e equipamentos em 2003 e 2005,<br />

proporcionalmente à produção, foi o setor 17 – Produtos Têxteis.<br />

Tabela 4 – Gastos Totais <strong>de</strong> P&D sobre Valor Bruto <strong>da</strong> Produção Industrial(%).<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

ano 17 18 20 36 30 32 34 35<br />

2000 0,0038% 0,0021% 0,0059% 0,0038% 0,0027% 0,0055% 0,0085% 0,0061%<br />

2003 0,0149% 0,0251% 0,0110% 0,0162% 0,0137% 0,0150% 0,0197% 0,1086%<br />

2005 0,0161% 0,0230% 0,0168% 0,0204% 0,0132% 0,0155% 0,0185% 0,0416%<br />

Fonte: PINTEC-IBGE<br />

44


Tabela 5 – Gastos em Aquisição <strong>de</strong> Máquinas e Equipamentos sobre Valor Bruto <strong>da</strong><br />

Produção Industrial (%).<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

ano 17 18 20 36 30 32 34 35<br />

2000 0,0028% 0,0013% 0,0047% 0,0022% 0,0003% 0,0018% 0,0037% 0,0015%<br />

2003 0,0073% 0,0029% 0,0044% 0,0042% 0,0008% 0,0035% 0,0056% 0,0044%<br />

2005 0,0073% 0,0034% 0,0046% 0,0032% 0,0014% 0,0015% 0,0043% 0,0049%<br />

Fonte: PINTEC-IBGE<br />

O setor 20 – Produtos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira – também teve um <strong>de</strong>sempenho<br />

consistentemente superior aos <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Comparando a<br />

tabela 4 com a tabela 5 é possível verificar que boa parte dos Gastos Totais em P&D<br />

nos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica são absorvidos pela aquisição <strong>de</strong><br />

máquinas e equipamentos com alguma tecnologia incorpora<strong>da</strong>.<br />

FURTADO e CARVALHO (2005) discutem em <strong>de</strong>talhes essa discrepância. Os<br />

autores observam que há padrões diferenciados <strong>de</strong> esforços tecnológicos entre<br />

países <strong>de</strong>senvolvidos e em <strong>de</strong>senvolvimento. Furtado e Carvalho concluem que as<br />

diferenças são mais acentua<strong>da</strong>s em setores <strong>de</strong> média e alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser atribuí<strong>da</strong>s à especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva. Nos países <strong>de</strong>senvolvidos tais<br />

setores comportam indústrias sóli<strong>da</strong>s que se apóiam em importantes grupos locais.<br />

Já nos países em <strong>de</strong>senvolvimento a indústria local é menos forte, com<br />

predominância <strong>de</strong> filiais <strong>de</strong> empresas multinacionais. Conforme apontado pelos<br />

autores, e observado nas tabelas acima, o padrão mais homogêneo <strong>de</strong> esforço<br />

tecnológico torna a classificação <strong>da</strong> OCDE pouco significativa para países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Por fim, Furtado e Carvalho propõem uma classificação dos setores <strong>de</strong> acordo com<br />

sua intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> em P&D útil para i<strong>de</strong>ntificar fatores críticos que explicam a diferença<br />

entre os padrões setoriais dos países <strong>de</strong>senvolvidos e em <strong>de</strong>senvolvimento. Tais<br />

45


fatores são: origem do capital, o conteúdo <strong>de</strong> produção local, conteúdo<br />

codificado/tácito <strong>da</strong> tecnologia e políticas públicas. O esforço <strong>de</strong> Furtado e Carvalho<br />

é louvável, mas <strong>da</strong><strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste trabalho dialogar com outros trabalhos,<br />

será segui<strong>da</strong> a classificação ofereci<strong>da</strong> pelo IBGE (IBGE, 2005b).<br />

46


4.3 Das estatísticas <strong>de</strong>scritivas<br />

Escolhidos os setores, o próximo passo é <strong>de</strong>limitar o horizonte <strong>de</strong> pesquisa. O<br />

pesquisador sempre almeja as séries mais longas possíveis, que propiciem robustez<br />

às estimativas feitas. No caso <strong>de</strong>ste trabalho a maioria <strong>da</strong>s bases apresenta séries<br />

<strong>de</strong> 10 anos, <strong>de</strong> 1996 a 2005. Quando os estudos envolverem a PINTEC, o horizonte<br />

é consi<strong>de</strong>ravelmente mais curto. Até o momento só foram divulga<strong>da</strong>s as PINTEC´s<br />

<strong>de</strong> 2000, 2003 e 2005, portanto apenas três observações.<br />

A seguir serão apresenta<strong>da</strong>s algumas estatísticas <strong>de</strong>scritivas a cerca dos setores<br />

selecionados. O primeiro <strong>da</strong>do que é fun<strong>da</strong>mental para as análises que se seguirão<br />

é o número <strong>de</strong> empresas em ca<strong>da</strong> setor. Ele dá a dimensão cross-section do painel<br />

que será utilizado. O que se po<strong>de</strong> observar apenas por inspeção <strong>da</strong> tabela 6 é que o<br />

número <strong>de</strong> empresas em setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica é visivelmente<br />

maior que o número em setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Percebe-se também<br />

que, ao longo <strong>de</strong> uma déca<strong>da</strong>, o número <strong>de</strong> empresas tem crescido constantemente,<br />

a menos <strong>de</strong> uma pequena oscilação em 2002.<br />

Tabela 6 – Número <strong>de</strong> empresas por setores industriais.<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

17 18 20 36 30 32 34 35<br />

1996 1521 2637 1470 2041 122 365 1089 319<br />

1997 1636 2853 1601 2201 137 405 1145 345<br />

1998 1465 2804 1575 2209 118 349 1097 310<br />

1999 1490 3017 1615 2216 126 379 1097 329<br />

2000 1688 3334 1892 2300 153 430 1136 372<br />

2001 1777 3520 1941 2346 165 452 1176 386<br />

2002 1722 3619 1859 2358 162 454 1145 414<br />

2003 1801 3858 1975 2513 171 461 1239 446<br />

2004 1927 3904 2028 2407 167 465 1288 454<br />

2005 2078 4396 2238 2619 202 523 1419 601<br />

Fonte: PIA-IBGE<br />

47


Na tabela 7 são apresenta<strong>da</strong>s as médias <strong>da</strong> Receita Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong>s, e seus<br />

respectivos <strong>de</strong>svios-padrão, para os setores industriais selecionados para a déca<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> 1996 a 2005. Percebe-se claramente que as receitas médias <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s dos<br />

setores <strong>de</strong> maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica são bem mais expressivas que as dos<br />

setores <strong>de</strong> menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Falando em termos médios essa<br />

diferença varia <strong>de</strong> 9 a 17 vezes, entre 1996 e 2005. Isso porque os setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica tiveram crescimento acelerado <strong>da</strong> receita líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s<br />

na déca<strong>da</strong> analisa<strong>da</strong>, com <strong>de</strong>staque para os setores 30 – Máquinas para escritório e<br />

equipamentos <strong>de</strong> informática e 35 – Outros equipamentos <strong>de</strong> transporte, que tiveram<br />

suas receitas aumenta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 505% e 450%, respectivamente. Tal crescimento <strong>da</strong>s<br />

médias foi acompanhado linearmente pelo crescimento dos <strong>de</strong>svios-padrão.<br />

Tabela 7 – Médias <strong>da</strong>s receitas líqui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão por<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

Fonte: PIA-IBGE.<br />

setores industriais (R$ 1.000).<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

17 18 20 36 30 32 34 35<br />

2.710<br />

(22.499) 1<br />

3.295<br />

(20.966)<br />

2.818<br />

(24.786)<br />

4.013<br />

(32.486)<br />

3.925<br />

(33.846)<br />

3.943<br />

(40.786)<br />

4.116<br />

(48.369)<br />

4.897<br />

(54.326)<br />

4.868<br />

(58.581)<br />

4.531<br />

(52.028)<br />

612<br />

(9.474)<br />

619<br />

(9.435)<br />

649<br />

(10.338)<br />

653<br />

(11.828)<br />

659<br />

(11.492)<br />

644<br />

(11.347)<br />

634<br />

(11.196)<br />

664<br />

(11.613)<br />

725<br />

(12.896)<br />

885<br />

(13.259)<br />

621<br />

(7.132)<br />

719<br />

(7.285)<br />

596<br />

(7.533)<br />

801<br />

(10.929)<br />

758<br />

(11.079)<br />

912<br />

(13.942)<br />

1.166<br />

(17.792)<br />

1.736<br />

(27.273)<br />

1.971<br />

(34.268)<br />

1.973<br />

(33.751)<br />

837<br />

(9.758)<br />

911<br />

(10.704)<br />

928<br />

(11.459)<br />

999<br />

(13.640)<br />

1.156<br />

(17.190)<br />

1.229<br />

(18.147)<br />

1.336<br />

(19.842)<br />

1.322<br />

(16.635)<br />

1.613<br />

(23.014)<br />

1.525<br />

(21.933)<br />

6.309<br />

(39.545)<br />

12.639<br />

(77.885)<br />

12.733<br />

(73.247)<br />

18.591<br />

(103.033)<br />

39.379<br />

(229.060)<br />

36.050<br />

(209.963)<br />

29.403<br />

(170.047)<br />

26.214<br />

(174.872)<br />

30.480<br />

(173.238)<br />

38.150<br />

(179.343)<br />

17.396<br />

(134.079)<br />

19.145<br />

(147.369)<br />

17.878<br />

(157.458)<br />

23.379<br />

(224.569)<br />

31.422<br />

(245.937)<br />

35.119<br />

(268.550)<br />

28.829<br />

(259.277)<br />

28.539<br />

(292.199)<br />

40.215<br />

(367.818)<br />

41.937<br />

(379.249)<br />

14.945<br />

(333.994)<br />

17.740<br />

(364.759)<br />

15.705<br />

(324.644)<br />

15.403<br />

(314.623)<br />

19.678<br />

(393.196)<br />

23.053<br />

(442.250)<br />

24.466<br />

(490.331)<br />

31.584<br />

(538.524)<br />

39.713<br />

(658.291)<br />

43.624<br />

(735.186)<br />

5.022<br />

(48.360)<br />

6.951<br />

(72.371)<br />

8.928<br />

(106.517)<br />

12.373<br />

(194.285)<br />

16.613<br />

(273.541)<br />

20.710<br />

(360.609)<br />

20.276<br />

(384.821)<br />

20.283<br />

(337.964)<br />

29.883<br />

(477.215)<br />

27.602<br />

(383.355)<br />

Nota: 1) – Valores entre parênteses representam o <strong>de</strong>svio padrão associado à média anual <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

setor<br />

48


Nota-se que para a maioria dos setores a relação <strong>de</strong>svio-padrão pela média fica<br />

constante, excetuando-se os setores 17, 20 e 35. Percebe-se também uma relação<br />

<strong>de</strong>svio-padrão pela média muito alta para a maioria dos setores, o que po<strong>de</strong> indicar<br />

a existência <strong>de</strong> observações muito díspares (outliers) que po<strong>de</strong>m causar impacto<br />

nas estimativas a serem feitas com tais <strong>da</strong>dos. O <strong>de</strong>staque negativo fica para o setor<br />

34 - Veículos automotores, reboques e carrocerias, on<strong>de</strong> esta relação oscila entre 17<br />

e 22 vezes.<br />

Na tabela 8, na página a seguir, são apresenta<strong>da</strong>s as evoluções <strong>da</strong>s médias <strong>de</strong><br />

estoque <strong>de</strong> capital <strong>da</strong>s empresas, e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão, dos setores<br />

selecionados. Novamente é possível perceber uma diferença significativa em favor<br />

dos setores <strong>de</strong> maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Essa diferença chega a ser <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 7,7 vezes na déca<strong>da</strong>. O <strong>de</strong>staque aqui fica para o crescimento mais acelerado<br />

dos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica no acúmulo <strong>de</strong> capital, on<strong>de</strong> os setores<br />

20 e 36 apresentam, respectivamente, taxas <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> 293% e 263% na<br />

déca<strong>da</strong>. Se bem que o maior crescimento é observado no setor 34, que chega a<br />

316%.<br />

Os <strong>de</strong>svios-padrão apresentados para o estoque <strong>de</strong> capital não são muito gran<strong>de</strong>s,<br />

oscilando entre duas e oito vezes em média. Deve-se ressaltar que esta série foi<br />

construí<strong>da</strong> através do método do inventário perpétuo, conforme <strong>de</strong>scrito por ALVES<br />

e SILVA (2008). Mesmo assim há muitos valores faltantes nesta série <strong>de</strong> capital. Nos<br />

setores 30 e 35 chegam a estar ausentes valores <strong>de</strong> capital para 50% <strong>da</strong> amostra.<br />

Nos <strong>de</strong>mais setores os ausentes são cerca <strong>de</strong> 20% a 30%. Destaque para o setor<br />

18, que para o ano <strong>de</strong> 2005 apresenta apenas 10% <strong>de</strong> valores faltantes.<br />

49


Tabela 8 – Médias dos estoques <strong>de</strong> capital e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão por setores<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

industriais (R$ 1.000).<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

5.705<br />

(18.700) 1<br />

6.321<br />

(16.004)<br />

7.126<br />

(24.919)<br />

8.398<br />

(33.384)<br />

8.113<br />

(37.562)<br />

10.787<br />

(56.708)<br />

11.916<br />

(65.710)<br />

14.325<br />

(75.791)<br />

14.874<br />

(83.129)<br />

15.006<br />

(84.453)<br />

17 18 20 36 30 32 34 35<br />

986<br />

(4.375)<br />

1.061<br />

(3.999)<br />

1.080<br />

(4.845)<br />

1.224<br />

(5.659)<br />

1.172<br />

(6.825)<br />

1.294<br />

(7.979)<br />

1.212<br />

(9.796)<br />

1.541<br />

(11.314)<br />

1.608<br />

(12.237)<br />

1.529<br />

(12.626)<br />

1.724<br />

(7.734)<br />

2.011<br />

(4.993)<br />

2.452<br />

(15.038)<br />

3.120<br />

(18.360)<br />

3.442<br />

(21.791)<br />

3.870<br />

(25.159)<br />

4.392<br />

(31.711)<br />

5.498<br />

(41.266)<br />

5.842<br />

(44.345)<br />

6.778<br />

(47.019)<br />

766<br />

(4.019)<br />

1.040<br />

(2.358)<br />

1.231<br />

(5.360)<br />

1.480<br />

(7.467)<br />

1.733<br />

(8.844)<br />

2.107<br />

(10.488)<br />

2.040<br />

(11.605)<br />

2.338<br />

(11.014)<br />

2.675<br />

(13.800)<br />

2.783<br />

(13.397)<br />

19.410<br />

(88.448)<br />

19.687<br />

(90.770)<br />

21.390<br />

(95.373)<br />

32.681<br />

(106.797)<br />

46.538<br />

(158.921)<br />

52.786<br />

(197.276)<br />

39.530<br />

(132.283)<br />

37.047<br />

(124.380)<br />

41.812<br />

(127.207)<br />

36.310<br />

(124.653)<br />

15.193<br />

(63.519)<br />

16.384<br />

(56.831)<br />

19.057<br />

(71.993)<br />

22.741<br />

(91.334)<br />

32.183<br />

(108.139)<br />

34.122<br />

(123.002)<br />

39.631<br />

(147.304)<br />

42.628<br />

(182.614)<br />

44.702<br />

(182.258)<br />

40.760<br />

(184.759)<br />

19.120<br />

(187.212)<br />

22.817<br />

(158.920)<br />

26.437<br />

(218.698)<br />

31.700<br />

(272.168)<br />

39.836<br />

(322.022)<br />

49.503<br />

(402.717)<br />

55.870<br />

(489.568)<br />

66.715<br />

(546.368)<br />

73.038<br />

(609.056)<br />

79.601<br />

(674.313)<br />

13.276<br />

(63.840)<br />

14.985<br />

(65.203)<br />

15.951<br />

(66.160)<br />

14.085<br />

(43.039)<br />

21.986<br />

(60.358)<br />

19.104<br />

(69.402)<br />

20.807<br />

(84.404)<br />

28.507<br />

(111.245)<br />

32.826<br />

(127.638)<br />

29.851<br />

(125.497)<br />

Fonte: PIA-IBGE.<br />

Nota: 1) – Valores entre parênteses representam o <strong>de</strong>svio padrão associado à média anual <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

setor<br />

Será apresentado, nas duas tabelas a seguir, um quadro sobre a evolução do<br />

emprego nos setores selecionados na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1996 a 2005. Na tabela 9, na<br />

página a seguir, vê-se a evolução <strong>da</strong> média do pessoal ocupado, e respectivos<br />

<strong>de</strong>svios-padrão, nos setores selecionados. Percebe-se claramente uma estagnação<br />

no número <strong>de</strong> pessoas ocupa<strong>da</strong>s, quando não uma diminuição. A única exceção fica<br />

por conta do setor 30 – Máquinas para escritório e equipamentos <strong>de</strong> informática, que<br />

teve um crescimento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 120%. Já o setor 32 – Material eletrônico e <strong>de</strong><br />

aparelhos e equipamentos <strong>de</strong> comunicações apresentou uma redução <strong>de</strong> 22% <strong>de</strong><br />

pessoal ocupado na déca<strong>da</strong>.<br />

50


Tabela 9 – Médias <strong>de</strong> pessoal ocupado, e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão, por setores<br />

industriais.<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

17 18 20 36 30 32 34 35<br />

1996 64<br />

(414) 1<br />

26 28 26 43 110 122 63<br />

(259) (156) (158) (162) (620) (1.460) (349)<br />

1997 72<br />

(346)<br />

1998 58<br />

(397)<br />

1999 68<br />

(445)<br />

2000 63<br />

(428)<br />

2001 63<br />

(572)<br />

2002 59<br />

(546)<br />

2003 58<br />

(509)<br />

2004 53<br />

(509)<br />

2005 52<br />

(504)<br />

26<br />

(223)<br />

24<br />

(220)<br />

25<br />

(251)<br />

25<br />

(215)<br />

23<br />

(209)<br />

24<br />

(199)<br />

24<br />

(429)<br />

25<br />

(212)<br />

25<br />

(224)<br />

29<br />

(144)<br />

27<br />

(152)<br />

27<br />

(151)<br />

27<br />

(157)<br />

26<br />

(148)<br />

26<br />

(152)<br />

31<br />

(199)<br />

30<br />

(210)<br />

29<br />

(203)<br />

27<br />

(152)<br />

27<br />

(174)<br />

25<br />

(162)<br />

25<br />

(159)<br />

25<br />

(158)<br />

25<br />

(157)<br />

23<br />

(148)<br />

25<br />

(171)<br />

24<br />

(158)<br />

73<br />

(380)<br />

65<br />

(289)<br />

71<br />

(313)<br />

91<br />

(251)<br />

86<br />

(333)<br />

76<br />

(316)<br />

65<br />

(304)<br />

77<br />

(325)<br />

97<br />

(378)<br />

107<br />

(510)<br />

95<br />

(486)<br />

90<br />

(505)<br />

102<br />

(483)<br />

100<br />

(438)<br />

83<br />

(382)<br />

84<br />

(565)<br />

85<br />

(377)<br />

86<br />

(410)<br />

128<br />

(1.496)<br />

113<br />

(1.295)<br />

105<br />

(1.222)<br />

105<br />

(1.236)<br />

109<br />

(1.144)<br />

102<br />

(1.130)<br />

116<br />

(1.081)<br />

113<br />

(1.101)<br />

118<br />

(1.151)<br />

62<br />

(313)<br />

69<br />

(396)<br />

65<br />

(436)<br />

68<br />

(448)<br />

77<br />

(565)<br />

69<br />

(551)<br />

91<br />

(722)<br />

95<br />

(709)<br />

96<br />

(673)<br />

Fonte: PIA-IBGE.<br />

Nota: 1) – Valores entre parênteses representam o <strong>de</strong>svio padrão associado à média anual <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

setor<br />

Comparando, agora, os setores <strong>de</strong> alta e baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, tem-se a<br />

princípio um resultado que parece contrariar a lógica. Po<strong>de</strong>r-se-ia esperar que os<br />

setores <strong>de</strong> menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica fossem mais intensivos em mão-<strong>de</strong>-obra,<br />

mas o que se observa na tabela 9 é que as empresas dos setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica têm, em média, 2,5 vezes mais trabalhadores que suas<br />

congêneres nos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Po<strong>de</strong>-se explicar esse<br />

resultado com a constatação que muitas <strong>da</strong>s empresas dos setores <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica escolhidos são constituí<strong>da</strong>s na forma <strong>de</strong> micro ou pequenas<br />

empresas. Outra explicação para este fato <strong>de</strong>corre do paradigma tecnológico <strong>da</strong><br />

microeletrônica, que é, <strong>de</strong> fato, intensivo em pessoas (conhecimento) e menos<br />

sujeito a economias <strong>de</strong> escala. Também <strong>de</strong>ve ser observado que setores intensivos<br />

51


em capital, como o si<strong>de</strong>rúrgico, <strong>de</strong> cimento, alumínio, entre outros, não são<br />

intensivos em tecnologia.<br />

Analisando a tabela acima com foco nos <strong>de</strong>svios-padrão, percebe-se que há algum<br />

problema com os setores 18 e 34, on<strong>de</strong> os números encontrados estão bem acima<br />

<strong>da</strong>queles observados nos <strong>de</strong>mais setores. Enquanto estes dois setores têm <strong>de</strong>svios-<br />

padrão <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes a média, os outros se situam na faixa <strong>de</strong> seis vezes.<br />

Observando, agora, pela ótica dos salários pagos aos trabalhadores dos dois grupos<br />

<strong>de</strong> setores é possível constatar, mais uma vez, a prevalência dos setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Na tabela 10 po<strong>de</strong>-se claramente divisar um fosso que<br />

separa a média dos salários <strong>da</strong>s empresas dos dois grupos <strong>de</strong> setores.<br />

Tabela 10 – Médias dos salários ligados à produção, e respectivos <strong>de</strong>svios-padrão,<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

Fonte: PIA-IBGE<br />

por setores industriais (R$ 1.000).<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica<br />

301<br />

(2.407) 1<br />

376<br />

(2.439)<br />

300<br />

(2.429)<br />

343<br />

(2.277)<br />

340<br />

(2.569)<br />

363<br />

(3.610)<br />

364<br />

(3.981)<br />

410<br />

(4.151)<br />

413<br />

(4.527)<br />

433<br />

(4.925)<br />

17 18 20 36 30 32 34 35<br />

76<br />

(1.312)<br />

83<br />

(1.270)<br />

78<br />

(1.206)<br />

81<br />

(1.185)<br />

81<br />

(1.150)<br />

82<br />

(1.295)<br />

91<br />

(1.242)<br />

99<br />

(1.329)<br />

118<br />

(1.559)<br />

133<br />

(1.725)<br />

80<br />

(866)<br />

95<br />

(873)<br />

92<br />

(961)<br />

95<br />

(854)<br />

97<br />

(894)<br />

111<br />

9981)<br />

125<br />

(1.214)<br />

175<br />

(2.579)<br />

194<br />

(2.839)<br />

206<br />

(2.879)<br />

97<br />

(1.002)<br />

106<br />

(976)<br />

107<br />

(974)<br />

103<br />

(976)<br />

113<br />

(1.031)<br />

118<br />

(1.084)<br />

132<br />

(1.169)<br />

134<br />

(1.242)<br />

163<br />

(1.563)<br />

163<br />

(1.618)<br />

263<br />

(1.680)<br />

481<br />

(2.503)<br />

554<br />

(3.747)<br />

544<br />

(2.846)<br />

1.131<br />

(6.323)<br />

1.005<br />

(5.212)<br />

843<br />

(4.813)<br />

681<br />

(4.430)<br />

845<br />

(5.039)<br />

1.167<br />

(5.743)<br />

713<br />

(6.699)<br />

807<br />

(5.812)<br />

766<br />

(5.717)<br />

737<br />

(5.997)<br />

1.144<br />

(8.667)<br />

1.158<br />

(8.678)<br />

1.098<br />

(7.807)<br />

820<br />

(5.806)<br />

1.180<br />

(7.847)<br />

1.542<br />

(14.832)<br />

1.348<br />

(24.774)<br />

1.512<br />

(27.212)<br />

1.423<br />

(26.472)<br />

1.335<br />

(27.178)<br />

1.485<br />

(28.787)<br />

1.622<br />

(29.642)<br />

1.564<br />

(29.311)<br />

1.866<br />

(30.510)<br />

2.099<br />

(30.271)<br />

2.392<br />

(35.020)<br />

487<br />

(4.199)<br />

552<br />

(5.180)<br />

641<br />

(6.759)<br />

668<br />

(7.879)<br />

791<br />

(9.461)<br />

943<br />

(11.842)<br />

1.031<br />

(16.220)<br />

1.433<br />

(20.021)<br />

1.994<br />

(26.728)<br />

2.011<br />

(25.276)<br />

Nota: 1) – Valores entre parênteses representam o <strong>de</strong>svio padrão associado à média anual <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

setor<br />

52


Se pon<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pelo número <strong>de</strong> empresas no setor, a diferença gira também em torno<br />

<strong>de</strong> duas vezes e meia. E esse fosso ten<strong>de</strong> a aumentar, uma vez que o crescimento<br />

dos salários dos setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica tem sido mais expressivo. O<br />

<strong>de</strong>staque fica por conta dos setores 32 – Material eletrônico e <strong>de</strong> aparelhos e<br />

equipamentos <strong>de</strong> comunicações e 35 – Outros equipamentos <strong>de</strong> transporte, com<br />

crescimentos <strong>de</strong> 176% e 173% quando pon<strong>de</strong>rados pelo número <strong>de</strong> empresas,<br />

respectivamente. Aqui novamente chama-se a atenção para a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za<br />

dos <strong>de</strong>svios-padrão dos setores 18 e 34, o primeiro situando-se acima <strong>de</strong> 15 vezes a<br />

média, enquanto que o segundo se situa 18 vezes acima <strong>da</strong> média calcula<strong>da</strong>.<br />

A partir dos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s estatísticas <strong>de</strong>scritivas apresenta<strong>da</strong>s nas tabelas 6 a 10,<br />

tem-se um quadro mais claro <strong>da</strong> diferenciação entre os setores <strong>de</strong> alta e baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica do que aquele apresentado nas tabelas 3 a 5. Conforme já<br />

apresentado, citando FURTADO e CARVALHO (2005), apesar <strong>de</strong> esta classificação<br />

ser construí<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> PINTEC, pesquisa semelhante àquela utiliza<strong>da</strong> pela OCDE<br />

para classificação dos setores quanto à intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, por problemas<br />

estruturais <strong>da</strong> economia, ou mesmo por alguma inconsistência na pesquisa, os<br />

<strong>da</strong>dos não apresentam o comportamento que se <strong>de</strong>veria esperar. Já os resultados<br />

apresentados nestas últimas cinco tabelas estão perfeitamente alinhados ao que se<br />

espera do comportamento para os setores selecionados.<br />

No próximo capítulo tal questão <strong>da</strong> diferenciação entre setores <strong>de</strong> alta e baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica será aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>. O objetivo é i<strong>de</strong>ntificar, ao executar os<br />

diversos procedimentos para estimação <strong>da</strong>s funções <strong>de</strong> produção em ca<strong>da</strong> um dos<br />

setores selecionados, quais procedimentos se a<strong>de</strong>quam melhor a quais conjuntos <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos. Esta análise se <strong>da</strong>rá em duas dimensões. Na vertical, serão analisados os<br />

resultados <strong>de</strong> todos os métodos em ca<strong>da</strong> um dos setores, buscando i<strong>de</strong>ntificar qual<br />

53


método melhor se encaixa em ca<strong>da</strong> setor. Na dimensão horizontal verificar-se-ão os<br />

resultados <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> método em todos os setores, i<strong>de</strong>ntificando em qual setor ca<strong>da</strong><br />

método produz as respostas mais plausíveis.<br />

54


5 DA ANÁLISE EMPÍRICA<br />

Ao longo <strong>de</strong>ste trabalho será explorado o fato <strong>de</strong> que existem diversos métodos<br />

econométricos para a estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção. A questão que permeia<br />

todo este trabalho, e que neste capítulo procura-se respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> maneira empírica,<br />

é quais são as diferenças nos métodos <strong>de</strong> mensuração <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>? A hipótese<br />

que se quer testar, em relação a esta pergunta, é que os métodos <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong><br />

funções <strong>de</strong> produção não são robustos às diferenças <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica<br />

entre os setores.<br />

Como já foi apresentado em <strong>de</strong>talhes no capítulo 2, a estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong><br />

produção, mesmo que apoia<strong>da</strong> em conjuntos <strong>de</strong> micro<strong>da</strong>dos quase censitários,<br />

apresenta um leque não negligenciável <strong>de</strong> questões.<br />

O que será apresentado neste capítulo <strong>de</strong> análise empírica é que um mesmo<br />

método po<strong>de</strong> apresentar diferentes resultados quando aplicado a setores<br />

econômicos <strong>de</strong> diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas. Estes diferentes resultados não<br />

se restringem a pequenas variações nos valores dos coeficientes principais <strong>da</strong><br />

função <strong>de</strong> produção, capital e trabalho. Há discrepâncias na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za dos<br />

coeficientes, no nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong>stes, na direção dos vieses e nas<br />

estatísticas como um todo.<br />

Outro ponto que chama a atenção é a discrepância <strong>de</strong> resultados entre os diversos<br />

métodos para um mesmo setor. Tal diferença po<strong>de</strong> significar que <strong>de</strong>terminados<br />

métodos, ou pequenas modificações em sua implementação, po<strong>de</strong>m ser mais<br />

a<strong>de</strong>quados a um setor que a outro. Ou seja, <strong>de</strong>terminado método po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r melhores<br />

55


espostas quando aplicado em setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, enquanto<br />

outro método po<strong>de</strong> produzir resultados mais plausíveis em setores <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

Como a ca<strong>da</strong> momento será interessante explorar uma nuance <strong>de</strong>ste estudo<br />

comparativo, diversas formas <strong>de</strong> apresentação serão utiliza<strong>da</strong>s. A idéia é partir dos<br />

métodos mais simples até os mais elaborados, procurando observar nos resultados<br />

o que se po<strong>de</strong> inferir <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um. Tal análise ocorrerá em um sentido vertical, on<strong>de</strong><br />

avaliamos as resultados <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> método para um mesmo setor. Esta análise será<br />

apresenta<strong>da</strong> nas duas primeiras seções <strong>de</strong>ste capítulo.<br />

Na terceira seção o objetivo será efetuar uma análise horizontal, pelos diversos<br />

setores, <strong>de</strong> um método em particular. Neste caso a intenção é avaliar em que<br />

setores um <strong>de</strong>terminado método apresenta resultados mais consistentes, quanto a<br />

significância <strong>de</strong> estimadores e alguns testes básicos.<br />

Como o próprio título <strong>de</strong>sta dissertação <strong>de</strong>nota, um dos objetivos primeiros <strong>de</strong>ste<br />

trabalho é o cálculo <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s totais dos fatores em setores <strong>de</strong> diferentes<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas. Na última seção serão apresentados os resultados<br />

obtidos para o cálculo <strong>da</strong>s referi<strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, abor<strong>da</strong>ndo três aspectos: as<br />

diferenças <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre setores <strong>de</strong> diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas;<br />

as diferentes produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s gera<strong>da</strong>s por diferentes métodos para um mesmo setor<br />

econômico; e a evolução <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s calcula<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

analisa<strong>da</strong>.<br />

56


5.1 Dos métodos MQO, Efeitos Fixos, Arellano e Bond e Blun<strong>de</strong>ll e Bond.<br />

Nesta seção serão apresentados os resultados <strong>de</strong> cinco métodos comumente<br />

utilizados em estudos econométricos para estimar funções <strong>de</strong> produção. São eles:<br />

Mínimos Quadrados Ordinários (MQO); Painel com Efeitos Fixos (FE); MQO,<br />

incluindo o investimento no mo<strong>de</strong>lo; o método apresentado por ARELLANO e BOND<br />

(1991); e o método apresentado por BLUNDELL e BOND (2000) 2 .<br />

O método <strong>de</strong> Mínimos Quadrados Ordinários, utilizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, em COBB e<br />

DOUGLAS (1928), não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> todo <strong>de</strong>sprezado. Ele provê algumas intuições,<br />

idéias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas, sinais, etc. Citando Abramovitz, “ele nos dá a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> nossa<br />

ignorância” (ABRAMOVITZ, 1956 – p.11). Neste trabalho serão utilizados os <strong>da</strong>dos<br />

cross-section na versão pooled. Os <strong>da</strong>dos referentes a ca<strong>da</strong> um dos <strong>de</strong>z anos serão<br />

“empilhados” e ro<strong>da</strong>remos um MQO sobre todo o conjunto. Uma tentativa que será<br />

feita para melhorar o <strong>de</strong>sempenho do MQO é incluir a variável <strong>de</strong> investimento. Com<br />

a inclusão <strong>de</strong>sta variável parte-se do pressuposto que quanto maior a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

tanto maior também será o investimento na empresa.<br />

O uso <strong>de</strong> painel com efeitos fixos supõe que a endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong> na<br />

estimação <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> a variáveis não observa<strong>da</strong>s possa ser<br />

elimina<strong>da</strong> quando os efeitos fixos por indivíduo (empresa) ou pelo tempo (ano) são<br />

eliminados. Ou seja, supõe que a endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> seja apenas contemporânea ou,<br />

<strong>de</strong> outra forma, que os efeitos fixos não variam com o tempo.<br />

2 As estimações serão ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s no Software STATA® 9.0 <strong>da</strong> Stata Corp LP e os respectivos<br />

comandos são apresentados na tabela 4, do Anexo A. Em todos os métodos trabalharemos com<br />

variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s, sendo que diferentes <strong>de</strong>flatores foram utilizados para diferentes variáveis<br />

(veja tabela 3 do Anexo A).<br />

57


O problema <strong>de</strong> variáveis não observa<strong>da</strong>s se reflete no fato <strong>de</strong> essa omissão ser<br />

captura<strong>da</strong> pelo erro <strong>da</strong> estimação, o que produz algum tipo <strong>de</strong> endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> no<br />

mo<strong>de</strong>lo. Se a variável omiti<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> alguma relação com as <strong>de</strong>mais variáveis do<br />

mo<strong>de</strong>lo, como acontece na maioria dos casos, tem-se então que o erro <strong>da</strong><br />

estimação está correlacionado com as variáveis ditas explicativas.<br />

Uma alternativa para se eliminar este problema é o uso <strong>de</strong> variáveis instrumentais,<br />

ou seja, uso <strong>de</strong> variáveis que tenham forte correlação com a variável omiti<strong>da</strong>, mas<br />

não sejam muito correlaciona<strong>da</strong>s com as <strong>de</strong>mais variáveis explicativas. A inclusão<br />

<strong>de</strong>sta variável “limparia” o erro <strong>da</strong> estimação, diminuindo o viés atribuído ao<br />

problema <strong>de</strong> endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>. O problema é que tais variáveis instrumentais não são<br />

assim tão fáceis <strong>de</strong> encontrar. Muitas vezes há dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> até em i<strong>de</strong>ntificar a<br />

origem <strong>da</strong> endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> e, com isso, proce<strong>de</strong>r a busca <strong>de</strong> uma variável<br />

instrumental apropria<strong>da</strong>.<br />

O método <strong>de</strong> ARELLANO e BOND (1991) propõe contornar esta questão utilizando<br />

um estimador GMM em primeiras diferenças, explorando o fato <strong>de</strong> que to<strong>da</strong>s as<br />

restrições sobre os momentos <strong>de</strong>correm <strong>da</strong> suposição <strong>de</strong> que não há correlação<br />

serial entre os erros. Os autores então utilizam diferenças <strong>de</strong>fasa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> variável<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte como instrumento <strong>da</strong>s equações no nível junto com <strong>de</strong>fasagens <strong>da</strong><br />

variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes como instrumentos para as equações em primeiras diferenças.<br />

BLUNDELL e BOND (1998) mostram que o mo<strong>de</strong>lo proposto por Arellano e Bond<br />

po<strong>de</strong> produzir instrumentos fracos quando os regressores não são estritamente<br />

exógenos. Os autores então propõem, em trabalho subseqüente (BLUNDELL e<br />

BOND, 2000), a diferença <strong>de</strong>fasa<strong>da</strong> <strong>da</strong> variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte como instrumento para<br />

a <strong>de</strong>fasagem <strong>da</strong> mesma variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte na equação em nível.<br />

58


Os resultados obtidos com os cinco métodos explanados acima são apresentados<br />

nas tabelas numera<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 7 a 14, do Apêndice A. Serão discutidos em <strong>de</strong>talhe 3 , a<br />

seguir, os coeficientes <strong>de</strong> trabalho e capital obtidos nestes métodos. O objetivo é<br />

avaliar como os diversos métodos se comportam sobre um mesmo conjunto <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos. Serão apresentados nas próximas tabelas os valores obtidos para os<br />

coeficientes <strong>de</strong> trabalho e capital nos setores selecionados, bem como as<br />

respectivas médias e erros quadráticos por setor e método.<br />

A tabela 11 é propícia para iniciar a discussão sobre o viés que se diz haver na<br />

estimação pelo método MQO. À exceção <strong>de</strong> alguns problemas em <strong>de</strong>terminados<br />

setores, po<strong>de</strong>-se perceber que não é tão claro que o MQO superestima o valor do<br />

coeficiente do trabalho na estimação <strong>de</strong> uma função <strong>de</strong> produção.<br />

Tabela 11 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas para o coeficiente do trabalho.<br />

MQO Efeitos MQO c/ Arellano Blun<strong>de</strong>ll<br />

Fixos Investimento & Bond & Bond<br />

Setor<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

17<br />

0,828868<br />

(66,87)<br />

0,694939<br />

(18,62)<br />

0,808125<br />

(66,27)<br />

0,647276<br />

(9,64)<br />

0,094336<br />

(2,47)<br />

18<br />

0,823376<br />

(88,78)<br />

0,767526<br />

(32,05)<br />

0,821364<br />

(87,81)<br />

0,687592<br />

(17,17)<br />

0,146557<br />

(1,6)<br />

20<br />

0,853089<br />

(76,04)<br />

0,846348<br />

(28,66)<br />

0,853487<br />

(75,31)<br />

0,850242<br />

(17,27)<br />

0,489260<br />

(7,57)<br />

36<br />

0,859508<br />

(78,35)<br />

0,812156<br />

(26,09)<br />

0,860226<br />

(77,77)<br />

0,758862<br />

(15,19)<br />

0,263545<br />

(3,48)<br />

Média 0,841210 0,780242 0,835801 0,735993 0,248425<br />

30<br />

0,627311<br />

(18,55)<br />

0,551915<br />

(5,18)<br />

0,706031<br />

(21,29)<br />

0,562721<br />

(4,82)<br />

0,316920<br />

(7,55)<br />

32<br />

0,644319<br />

(34,62)<br />

0,533037<br />

(6,71)<br />

0,659596<br />

(35,71)<br />

0,694473<br />

(9,69)<br />

0,748352<br />

(46,70)<br />

34<br />

0,612862<br />

(54,56)<br />

0,597610<br />

(11,42)<br />

0,625406<br />

(54,85)<br />

0,663623<br />

(10,44)<br />

0,247072<br />

(8,00)<br />

35<br />

0,773059<br />

(39,00)<br />

0,699376<br />

(10,33)<br />

0,751856<br />

(38,10)<br />

0,672996<br />

(10,05)<br />

0,659225<br />

(150,48)<br />

Média 0,664388 0,595485 0,685722 0,648455 0,492892<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Média do<br />

Setor<br />

0,744802<br />

0,774964<br />

0,850792<br />

0,822688<br />

0,611995<br />

0,632856<br />

0,624877<br />

0,724322<br />

3 A estratégia adota<strong>da</strong> para analisar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um ou outro método é a comparação direta<br />

com seus congêneres. Para tanto trabalharemos com as médias dos coeficientes por método e por<br />

setor. O instrumento <strong>de</strong> análise será a distância <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado coeficiente <strong>da</strong> média, medi<strong>da</strong> pelo<br />

erro entre o coeficiente e a média do setor ao quadrado.<br />

59


Pelo que se po<strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r <strong>da</strong> tabela 11, na página anterior, há uma diferença<br />

perceptível <strong>de</strong> nível entre os coeficientes estimados para o conjunto <strong>de</strong> setores <strong>de</strong><br />

baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e aqueles <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>. No grupo <strong>de</strong> setores <strong>de</strong><br />

baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica o coeficiente obtido via MQO é o supremo, seja sem a<br />

inclusão <strong>da</strong> variável investimento (setores 17 e 18) seja com a inclusão (setores 20 e<br />

36), com a média <strong>de</strong>stes setores sendo 0,84, tanto num como no outro. Já quando<br />

se trata <strong>de</strong> setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, tal viés <strong>de</strong> superestimação não é<br />

tão claro, mesmo ain<strong>da</strong> aparecendo como supremo no setor 35 e no setor 30, na<br />

sua versão com a variável <strong>de</strong> investimento. Um <strong>de</strong>talhe que chama a atenção é que<br />

a inclusão <strong>da</strong> variável investimento no método MQO parece atuar no sentido <strong>de</strong><br />

diminuir o viés, seja no caso dos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, quando<br />

reduz a média dos coeficientes estimados, seja no caso dos setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, quando eleva a média. Este fato é um indício a ser melhor investigado<br />

sobre a direção do viés do método MQO <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica do<br />

setor. Esta questão voltará a ser discuti<strong>da</strong> mais adiante.<br />

Tabela 12 – Distância do coeficiente estimado do trabalho pelos métodos MQO, FE,<br />

Baixa<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Alta<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

MQO c/Investimento, A&B e B&B, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor.<br />

MQO Efeitos<br />

Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

Setor Erro Erro Erro Erro Erro<br />

Soma<br />

dos Erros<br />

17 0,007067 0,002486* 0,004010 0,009511 0,423106 + 0,446181<br />

18 0,002344 0,000055* 0,002153 0,007634 0,394895 + 0,407081<br />

20 0,000005 0,000020 0,000007 0,000000* 0,130705 + 0,130738<br />

36 0,001356 0,000111* 0,001409 0,004074 0,312641 + 0,319591<br />

30 0,000235 0,003610 0,008843 0,002428 0,087069 + 0,102183<br />

32 0,000131* 0,009964 0,000715 0,003797 0,013339 + 0,027946<br />

34 0,000144* 0,000743 0,000000* 0,001502 0,142737 + 0,145127<br />

35 0,002375 0,000622* 0,000758 0,002634 0,004238 + 0,010628<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Notas: * – Menor distância <strong>da</strong> média do setor.<br />

+ – Maior distância <strong>da</strong> média do setor.<br />

60


O valor dos coeficientes do trabalho em todos os métodos, à exceção <strong>de</strong> B&B, são<br />

cerca <strong>de</strong> 20% a 30% maiores nos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, em<br />

relação aos <strong>de</strong> alta. Outro ponto que se <strong>de</strong>ve salientar é que a gran<strong>de</strong> maioria dos<br />

coeficientes obtidos é muito significativa. A implementação do método <strong>de</strong> B&B <strong>de</strong>ve<br />

ser melhor investiga<strong>da</strong>, pois não produziu resultados satisfatórios em nenhum dos<br />

setores, do ponto <strong>de</strong> vista do critério adotado, qual seja, a distância <strong>da</strong> média do<br />

setor.<br />

Um ponto que merece <strong>de</strong>staque, apresentado na tabela 12, é o quanto o método <strong>de</strong><br />

B&B se distância <strong>da</strong> média dos outros métodos. Ele apresenta as maiores<br />

dispersões em todos os setores analisados. O método mais consistente, tomando<br />

por parâmetro a dispersão em relação aos outros métodos, é o painel com efeitos<br />

fixos, que se saiu bem nos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. O MQO<br />

apresentou a menor dispersão em dois setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

Tabela 13 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas para o coeficiente <strong>de</strong> capital.<br />

MQO Efeitos MQO c/ Arellano Blun<strong>de</strong>ll<br />

Fixos Investimento & Bond & Bond<br />

Setor Coef. Coef. Coef. Coef. Coef.<br />

(t)<br />

(t)<br />

(t)<br />

(z) (z)<br />

17<br />

0,315125<br />

(19,35)<br />

0,390289<br />

(4,22)<br />

0,267244<br />

(15,19)<br />

0,421123<br />

(2,37)<br />

0,526551<br />

(1,67)<br />

18<br />

0,436746<br />

(32,26)<br />

0,230223<br />

(2,52)<br />

0,381791<br />

(26,22)<br />

0,254293<br />

(1,53)<br />

-0,511356<br />

(-0,91)<br />

20<br />

0,383543<br />

(26,29)<br />

0,449829<br />

(5,85)<br />

0,318728<br />

(19,69)<br />

0,467291<br />

(2,61)<br />

-0,048432<br />

(-0,13)<br />

36<br />

0,393933<br />

(33,11)<br />

0,294472<br />

(5,67)<br />

0,314934<br />

(23,31)<br />

0,337356<br />

(3,38)<br />

0,712103<br />

(2,49)<br />

Média 0,382337 0,341205 0,320674 0,370015 0,169716<br />

30<br />

0,309566<br />

(6,46)<br />

-0,849801<br />

(-0,98)<br />

0,243341<br />

(5,11)<br />

1,05102<br />

(1,39)<br />

2,536474<br />

(3,81)<br />

32<br />

0,406972<br />

(18,79)<br />

0,167297<br />

(0,66)<br />

0,369693<br />

(15,47)<br />

0,388548<br />

(2,28)<br />

0,362146<br />

(6,84)<br />

34<br />

0,398827<br />

(31,57)<br />

0,298544<br />

(4,11)<br />

0,335293<br />

(23,84)<br />

0,178564<br />

(1,72)<br />

0,373959<br />

(2,26)<br />

35<br />

0,238073<br />

(10,29)<br />

0,302356<br />

(1,70)<br />

0,188043<br />

(7,67)<br />

0,856963<br />

(2,39)<br />

1,175084<br />

(39,28)<br />

Média 0,338359 (0,020401) 0,284093 0,618773 1,111916<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Média do<br />

Setor<br />

0,384066<br />

0,158340<br />

0,314192<br />

0,410559<br />

0,658119<br />

0,338931<br />

0,317038<br />

0,552104<br />

61


A tabela 13, na página anterior, apresenta os coeficientes estimados para a variável<br />

<strong>de</strong> capital. Neste caso as tendências já não são tão claras. Nos setores 30 e 35 há<br />

problemas que po<strong>de</strong>m ser atribuídos ao alto percentual <strong>de</strong> observações ausentes na<br />

variável <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> capital, conforme <strong>de</strong>stacado na seção 4.3. Ain<strong>da</strong> assim o<br />

nível <strong>de</strong> significância dos estimadores é muito bom.<br />

Conforme po<strong>de</strong>mos ver na tabela 14, novamente é o método <strong>de</strong> B&B que apresenta<br />

as maiores dispersões em quase todos os setores analisados. Notável, no entanto, o<br />

fato <strong>de</strong> ele apresentar a menor dispersão em relação à média para o setor 32. O<br />

método mais consistente, tomando por parâmetro a dispersão em relação aos outros<br />

métodos, continua sendo o painel com efeitos fixos, que se saiu bem em dois<br />

setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e um <strong>de</strong> alta. O MQO apresentou a menor<br />

dispersão em um setor <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e outro <strong>de</strong> baixa, assim como<br />

sua versão com investimento.<br />

Tabela 14 – Distância do coeficiente estimado do capital pelos métodos MQO, FE,<br />

Baixa<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Alta<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

MQO c/Investimento, A&B e B&B, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor.<br />

MQO Efeitos<br />

Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

Setor Erro Erro Erro Erro Erro<br />

62<br />

Soma<br />

dos Erros<br />

17 0,004753 0,000039* 0,013647 0,001373 0,020302 + 0,040114<br />

18 0,077510 0,005168* 0,049930 0,009207 0,448497 + 0,590313<br />

20 0,004810 0,018397 0,000021* 0,023439 0,131496 + 0,178163<br />

36 0,000276* 0,013476 0,009144 0,005359 0,090928 + 0,119184<br />

30 0,121490* 2,273826 0,172041 0,154369 3,528216 + 6,249942<br />

32 0,004629 0,029458 + 0,000946 0,002462 0,000539* 0,038035<br />

34 0,006690 0,000342 0,000333* 0,019175 + 0,003240 0,029780<br />

35 0,098616 0,062374* 0,132540 0,092939 0,388104 + 0,774573<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Notas: * – Menor distância <strong>da</strong> média do setor.<br />

+ – Maior distância <strong>da</strong> média do setor.


Outro ponto que se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>stacar é a sensível diferença entre os parâmetros<br />

estimados para ca<strong>da</strong> um dos setores. De alguma forma isso já era esperado uma<br />

vez que se po<strong>de</strong> dizer que os setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica seriam mais<br />

intensivos em mão-<strong>de</strong>-obra, enquanto que os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica<br />

seriam mais intensivos em capital.<br />

Um último ponto que <strong>de</strong>ve ser observado nas estimações dos diversos métodos nos<br />

oito setores é o maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> explicação, <strong>da</strong>s estimações MQO e do painel <strong>de</strong><br />

efeitos fixos, nos setores <strong>de</strong> maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Com efeito, po<strong>de</strong>-se<br />

observar nas tabelas <strong>de</strong> 7 a 14 do Apêndice A, que o R 2 para as estimações<br />

aplica<strong>da</strong>s aos setores <strong>de</strong> menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica gira em torno <strong>de</strong> 0,50,<br />

enquanto que o R 2 <strong>da</strong>s estimações nos setores <strong>de</strong> maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica se<br />

situa acima <strong>de</strong> 0,60.<br />

De uma maneira geral, no quadro dos métodos analisados nesta seção, o método<br />

<strong>de</strong> painel com efeitos fixos foi o que se saiu melhor no quesito distância <strong>da</strong> média<br />

dos setores. Deve-se notar que ele se sai especialmente bem nos setores 17 e 18,<br />

<strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Mas, como apontado no capítulo dois, os<br />

coeficientes <strong>de</strong> capital são em sua maioria baixos ou insignificantes. A<br />

transformação <strong>de</strong> efeitos fixos também não elimina todo o problema <strong>de</strong><br />

simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> e agrava problemas pré-existentes.<br />

Mesmo essa eficiência não se sustenta quando coteja<strong>da</strong> junto aos métodos <strong>de</strong><br />

OLLEY e PAKES (1996) e LEVINSOHN e PETRIN (2003). Como será apresentado<br />

na próxima seção, estes métodos apresentam médias para os coeficientes <strong>de</strong> capital<br />

e trabalho bem diferentes <strong>da</strong>s observa<strong>da</strong>s até aqui. Ao final <strong>da</strong> próxima seção será<br />

traçado um panorama geral dos métodos.<br />

63


5.2 Dos Métodos <strong>de</strong> Olley e Pakes e Levinsohn e Petrin.<br />

Para realizar as estimativas <strong>de</strong> OLLEY e PAKES (O&P) (1996) e LEVINSOHN e<br />

PETRIN (L&P) (2003) serão utilizados os trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos por YASAR et al.<br />

(2008) e PETRIN et al. (2004), respectivamente 4 .<br />

Na tabela 15, na próxima página, po<strong>de</strong>m ser observados os coeficientes estimados<br />

para a variável <strong>de</strong> trabalho nos setores selecionados, obtidos através <strong>da</strong>s<br />

metodologias <strong>de</strong> O&P e L&P. Para o método <strong>de</strong> L&P este trabalho apresentará os<br />

resultados para três insumos intermediários como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

matéria-prima, combustíveis e energia elétrica. Para estabelecer um elo <strong>de</strong><br />

comparação com O&P, também será apresentado o resultado <strong>da</strong> variável <strong>de</strong><br />

investimento como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no método <strong>de</strong> L&P.<br />

Po<strong>de</strong>-se observar que todos os coeficientes são muito próximos, a menos <strong>de</strong> uma<br />

ou outra exceção. Percebe-se que os coeficientes do trabalho se comportam <strong>de</strong><br />

maneira homogênea tanto nos setores <strong>de</strong> menor intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica quanto nos<br />

<strong>de</strong> maior intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A princípio não há instrumentos para i<strong>de</strong>ntificar qual dos<br />

métodos é o mais a<strong>de</strong>quado. Repetindo a estratégia apresenta<strong>da</strong> na seção anterior,<br />

foi adota<strong>da</strong> a análise <strong>de</strong> dispersão <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong>ntro do grupo dos cinco<br />

coeficientes ora em estudo como instrumento. Na tabela 16, na próxima página, são<br />

apresenta<strong>da</strong>s as distâncias dos coeficientes estimados em relação à média, bem<br />

como a soma dos erros para ca<strong>da</strong> um dos setores selecionados.<br />

4 Nestes trabalhos os autores apresentam comandos construídos para o STATA® para implementar<br />

ca<strong>da</strong> um dos métodos. No primeiro caso temos o comando opreg e no segundo temos o comando<br />

levpet. A utilização <strong>de</strong>stes comandos acelerou sobremaneira os trabalhos <strong>de</strong> estimação, e<br />

agra<strong>de</strong>cemos sinceramente os autores por compartilharem seu conhecimento conosco.<br />

64


Tabela 15 – Resultado <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o coeficiente do trabalho.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

Setor<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

17<br />

0,801711<br />

(18,51)<br />

0,808586<br />

(18,22)<br />

0,754349<br />

(16,82)<br />

0,809354<br />

(19,50)<br />

0,805776<br />

(19,28)<br />

18<br />

0,816908<br />

(38,39)<br />

0,794855<br />

(34,69)<br />

0,826947<br />

(37,42)<br />

0,827877<br />

(41,49)<br />

0,825505<br />

(35,65)<br />

20<br />

0,854670<br />

(31,02)<br />

0,846891<br />

(31,83)<br />

0,858478<br />

(35,06)<br />

0,859995<br />

(32,28)<br />

0,859869<br />

(32,94)<br />

36<br />

0,858800<br />

(31,30)<br />

0,842720<br />

(32,86)<br />

0,863476<br />

(34,18)<br />

0,862077<br />

(34,53)<br />

0,860035<br />

(32,99)<br />

Média 0,833022 0,823263 0,825813 0,839826 0,837796<br />

30<br />

0,704428<br />

(9,56)<br />

0,696518<br />

(7,58)<br />

0,701408<br />

(7,82)<br />

0,707394<br />

(7,76)<br />

0,703808<br />

(8,07)<br />

32<br />

0,651950<br />

(10,64)<br />

0,647069<br />

(9,66)<br />

0,627987<br />

(10,08)<br />

0,654270<br />

(10,24)<br />

0,654480<br />

(10,85)<br />

34<br />

0,625179<br />

(9,79)<br />

0,577538<br />

(10,47)<br />

0,629585<br />

(11,72)<br />

0,627969<br />

(10,80)<br />

0,625407<br />

(10,97)<br />

35<br />

0,732943<br />

(10,09)<br />

0,716793<br />

(10,34)<br />

0,741701<br />

(10,67)<br />

0,726137<br />

(9,64)<br />

0,730541<br />

(9,94)<br />

Média 0,678625 0,659479 0,675170 0,678942 0,678559<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Média do<br />

Setor<br />

0,795955<br />

0,818419<br />

0,855981<br />

0,857422<br />

0,702711<br />

0,647151<br />

0,617135<br />

0,729623<br />

Tomando a média dos coeficientes do setor como referência, fica clara a prevalência<br />

do método <strong>de</strong> O&P sobre L&P. O método <strong>de</strong> O&P apresenta coeficientes <strong>da</strong> variável<br />

trabalho mais próximos à média para todos os setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica, bem como também para o setor 34, <strong>de</strong> alta.<br />

Tabela 16 – Distância do coeficiente estimado do trabalho pelos métodos <strong>de</strong> O&P e<br />

Baixa<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Alta<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

L&P, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

Setor Erro Erro Erro Erro Erro<br />

Soma dos<br />

Erros<br />

17 0,000033* 0,000160 0,001731 + 0,000180 0,000096 0,002200<br />

18 0,000002* 0,000555 + 0,000073 0,000089 0,000050 0,000770<br />

20 0,000002* 0,000083 + 0,000006 0,000016 0,000015 0,000122<br />

36 0,000002* 0,000216 + 0,000037 0,000022 0,000007 0,000283<br />

30 0,000003 0,000038 + 0,000002 0,000022 0,000001 0,000066*<br />

32 0,000023 0,000000* 0,000367 + 0,000051 0,000054 0,000495<br />

34 0,000065* 0,001568 + 0,000155 0,000117 0,000068 0,001973<br />

35 0,000011 0,000165 + 0,000146 0,000012 0,000001 0,000334*<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Notas: * – Menor distância <strong>da</strong> média do setor; + – Maior distância <strong>da</strong> média do setor.<br />

65


L&P só conseguem este feito para o setor 32, com a matéria-prima como proxy para<br />

a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e para os setores 30 e 35, utilizando a variável investimento como<br />

proxy. Deve ser lembrado, no entanto, que a utilização do investimento como proxy<br />

é uma aplicação <strong>da</strong> idéia <strong>de</strong> O&P no método <strong>de</strong> L&P. Restringindo a análise, por<br />

enquanto, aos coeficientes <strong>de</strong> trabalho, os resultados obtidos com L&P utilizando a<br />

proxy investimento são muito próximos <strong>da</strong>queles obtidos com O&P. Para reforçar<br />

ain<strong>da</strong> mais tal análise, os resultados <strong>de</strong> maior dispersão foram obtidos com L&P,<br />

sendo a proxy matéria-prima responsável por seis setores (18, 20, 36, 30, 34 e 35) e<br />

a proxy combustíveis pelos outros dois (17 e 32).<br />

Nas tabelas 17 e 18, na página a seguir, são apresentados, respectivamente, os<br />

coeficientes estimados para a variável capital pelos métodos <strong>de</strong> O&P e L&P e as<br />

distâncias <strong>da</strong> média do setor dos coeficientes gerados para ca<strong>da</strong> setor por ca<strong>da</strong> um<br />

dos métodos. Da mesma forma que na avaliação dos coeficientes <strong>de</strong> capital gerados<br />

pelos métodos apresentados na seção 5.1, aqui os resultados não são tão claros.<br />

Há coeficientes <strong>de</strong> capital muito gran<strong>de</strong>s, muito pequenos, e até um negativo. O<br />

problema com relação a este coeficiente em particular po<strong>de</strong> ser em gran<strong>de</strong> parte<br />

atribuído às ressalvas que já foram feitas na seção 4.3 e na seção 5.1 com respeito<br />

à variável utiliza<strong>da</strong> como estoque <strong>de</strong> capital. Novamente os problemas são mais<br />

visíveis nos setores 30 e 35, aqueles com cerca <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong> observações faltantes<br />

nesta variável <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> capital. Fica claro também que há problemas no setor<br />

20, on<strong>de</strong> há gran<strong>de</strong> variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos coeficientes estimados, contando inclusive<br />

com um coeficiente negativo. Voltando à base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos foi observado que no início<br />

<strong>da</strong> série histórica a variável <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> capital neste mesmo setor 20 tem 30% <strong>de</strong><br />

valores faltantes.<br />

66


Tabela 17 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o coeficiente do capital.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

Setor<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

17<br />

0,273406<br />

(1,52)<br />

0,733495<br />

(2,97)<br />

0,560180<br />

(3,68)<br />

0,464144<br />

(2,73)<br />

0,268713<br />

(1,69)<br />

18<br />

0,354215<br />

(3,90)<br />

0,150260<br />

(1,19)<br />

0,162202<br />

(0,71)<br />

0,291728<br />

(3,27)<br />

0,877939<br />

(4,73)<br />

20<br />

0,183800<br />

(0,65)<br />

0,328772<br />

(7,54)<br />

0,636347<br />

(2,94)<br />

-0,008874<br />

(-0,26)<br />

0,908807<br />

(6,73)<br />

36<br />

0,792903<br />

(3,86)<br />

0,499304<br />

(2,98)<br />

0,408763<br />

(4,18)<br />

0,287759<br />

(3,17)<br />

0,849580<br />

(14,42)<br />

0,401081 0,427958 0,441873 0,258689 0,726260<br />

30<br />

0,130337<br />

(0,33)<br />

1,130210<br />

(2,91)<br />

0,348689<br />

(1,76)<br />

0,284646<br />

(1,02)<br />

0,467250<br />

(2,03)<br />

32<br />

0,492659<br />

(3,26)<br />

0,544048<br />

(4,78)<br />

0,444346<br />

(3,68)<br />

0,473609<br />

(3,79)<br />

0,387673<br />

(3,07)<br />

34<br />

0,633027<br />

(2,64)<br />

0,179043<br />

(0,92)<br />

0,330064<br />

(2,53)<br />

0,359954<br />

(4,89)<br />

0,771515<br />

(3,98)<br />

35<br />

0,242169<br />

(0,70)<br />

0,420982<br />

(2,48)<br />

0,174201<br />

(1,03)<br />

0,028890<br />

(0,10)<br />

0,012026<br />

(0,15)<br />

0,374548 0,568571 0,324325 0,286775 0,409616<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Baixa Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Alta Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Média do<br />

Setor<br />

0,459988<br />

0,367269<br />

0,409770<br />

0,567662<br />

0,472226<br />

0,468467<br />

0,454721<br />

0,175654<br />

Muitos dos coeficientes obtidos para a variável <strong>de</strong> capital nestes três setores sequer<br />

são significativos. Olhando pelo prisma <strong>da</strong> significância dos estimadores, o método<br />

mais eficiente para estimar o coeficiente <strong>de</strong> capital é o <strong>de</strong> L&P, seja com matéria-<br />

Tabela 18 – Distância do coeficiente estimado do capital pelos métodos <strong>de</strong> O&P e<br />

Baixa<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

Alta<br />

Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tecnológica<br />

L&P, por setor e método, <strong>da</strong> média do setor.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

Setor Erro Erro Erro Erro Erro<br />

Soma<br />

dos Erros<br />

17 0,034813 0,074806+ 0,010039 0,000017* 0,036586 0,156261<br />

18 0,000170* 0,047093 0,042053 0,005706 0,260785+ 0,355807<br />

20 0,051063 0,006561* 0,051337 0,175264 0,249038+ 0,533262<br />

36 0,050734 0,004673* 0,025249 0,078346 0,079478+ 0,238478<br />

30 0,116888 0,432942+ 0,015261 0,035186 0,000025* 0,600303<br />

32 0,000585 0,005713 0,000582 0,000026* 0,006528+ 0,013434<br />

34 0,031793 0,075998 0,015539 0,008981* 0,100359+ 0,232670<br />

35 0,004424 0,060186+ 0,000002* 0,021540 0,026774 0,112926<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Notas: * – Menor distância <strong>da</strong> média do setor.<br />

+ – Maior distância <strong>da</strong> média do setor.<br />

67


prima, seja com investimento, como proxies <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ain<strong>da</strong> por esta ótica, o<br />

método <strong>de</strong> O&P é o menos eficiente, pois só apresenta coeficientes significativos<br />

para os setores 18, 36, 32 e 34. Tomando novamente a média dos coeficientes do<br />

setor como referência, não se tem mais a prevalência <strong>de</strong> O&P sobre L&P. O&P só<br />

apresenta menor dispersão na estimativa do coeficiente <strong>de</strong> capital para o setor 18.<br />

Mas tão pouco se consegue i<strong>de</strong>ntificar em L&P um insumo como proxy que se<br />

sobressaia. Matéria-prima apresenta a menor dispersão para o caso dos setores 20<br />

e 36, combustíveis para o setor 35 e energia apresenta a menor dispersão para os<br />

setores 17, 32 e 34. Um caso a parte é o uso do investimento como proxy, pois<br />

apesar <strong>de</strong> apresentar a menor dispersão para o setor 30, apresenta a maior<br />

dispersão para cinco setores (18, 20, 36, 34 e 35). O uso <strong>da</strong> matéria-prima também<br />

gera um paradoxo, pois, apesar <strong>de</strong> apresentar menor dispersão para os setores 20 e<br />

36, apresenta também a maior dispersão para os setores 17, 30 e 35.<br />

Como interpretar os valores acima? Infelizmente ain<strong>da</strong> não foram <strong>de</strong>senvolvidos<br />

testes que pu<strong>de</strong>ssem avaliar a robustez dos resultados. O único teste disponibilizado<br />

por PETRIN et al. (2004) é o teste <strong>de</strong> Wald para retornos constantes <strong>de</strong> escala.<br />

Referindo-se às tabelas numera<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 7 a 14, do Apêndice A, po<strong>de</strong>-se observar que<br />

para todos os setores sempre há uma ou mais implementações <strong>de</strong> L&P que não<br />

satisfazem o critério <strong>de</strong> 5% para o teste <strong>de</strong> Wald. Para os setores 30 e 35, que são<br />

aqueles com o maior número <strong>de</strong> observações faltantes para a variável <strong>de</strong> estoque<br />

<strong>de</strong> capital, nenhuma implementação <strong>de</strong> L&P satisfaz o critério <strong>de</strong> 5% neste teste.<br />

Há alguns outros pontos que <strong>de</strong>vem ser realçados. O primeiro diz respeito ao<br />

conjunto <strong>de</strong> variáveis utilizados como proxy <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>: investimento, para<br />

O&P, e insumos intermediários, para L&P. No caso <strong>de</strong> investimento, não é possível<br />

68


observar seu coeficiente na saí<strong>da</strong> do comando opreg, do STATA®, que implementa<br />

o método <strong>de</strong> O&P, mas foi possível observar o comportamento <strong>de</strong>sta variável no<br />

procedimento <strong>de</strong> L&P, como variável livre. Ela é muito significativa na gran<strong>de</strong><br />

maioria dos setores e, se elevado o nível <strong>de</strong> significância para 10%, ela será<br />

significativa para todos. No caso dos insumos intermediários, quando estes entram<br />

no mo<strong>de</strong>lo como variáveis livres, o comportamento não é tão homogêneo. A matéria-<br />

prima é significativa em quase todos os setores, à exceção dos setores 34 e 36. No<br />

outro extremo, combustível apenas é significativo para o setor 20, enquanto que<br />

energia só é significativa nos setores 34 e 35. Como L&P não apresentam regras<br />

mais conclusivas sobre a escolha <strong>de</strong> um ou outro insumo intermediário como proxy,<br />

esta po<strong>de</strong> ser uma boa prática para escolha: verificar qual o comportamento do<br />

insumo como variável livre no mo<strong>de</strong>lo.<br />

O último ponto que <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>stacado é que a variável <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo sendo<br />

uma variável <strong>de</strong> estado nos dois procedimentos, não é significativa em nenhum<br />

procedimento para nenhum setor.<br />

69


5.3 Das análises transversais.<br />

Nesta seção serão realiza<strong>da</strong>s algumas análises transversais <strong>da</strong> aplicação dos<br />

métodos paramétricos, O&P e L&P a todos os setores selecionados, tentando<br />

i<strong>de</strong>ntificar quaisquer características quanto à a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> método a<br />

<strong>de</strong>terminado setor.<br />

Voltando a atenção novamente para as tabelas 11 e 15, on<strong>de</strong> foram apresentados<br />

os coeficientes estimados para a variável <strong>de</strong> trabalho por todos os métodos em<br />

todos os setores, bem como para as tabelas 12 e 16, on<strong>de</strong> foram apresenta<strong>da</strong>s as<br />

distâncias entre os coeficientes gerados em ca<strong>da</strong> método para ca<strong>da</strong> setor e as<br />

médias do setor, po<strong>de</strong>-se perceber uma clara divisão entre os valores obtidos para<br />

os setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e os valores obtidos para os setores <strong>de</strong><br />

alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Para os setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica é<br />

claro o viés <strong>de</strong> alta do MQO, se bem que a diferença não é tão expressiva assim.<br />

Mas, nos setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, o MQO apresenta coeficientes <strong>de</strong><br />

trabalho menores que O&P e to<strong>da</strong>s as implementações <strong>de</strong> L&P. Então já não se<br />

po<strong>de</strong> dizer que MQO sempre superestima os coeficientes <strong>de</strong> trabalho. Há indícios <strong>de</strong><br />

que o sentido do viés <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica do setor.<br />

Com certeza po<strong>de</strong>-se dizer apenas que o uso <strong>de</strong> efeitos fixos apresenta os menores<br />

coeficientes para a variável do trabalho entre todos os métodos implementados para<br />

os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. O uso <strong>da</strong> variável investimento reduz um<br />

pouco <strong>da</strong> sobreestimação observa<strong>da</strong> no MQO para setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica e, ao mesmo tempo, aumenta a média dos coeficientes estimados para<br />

os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Está claro, portanto, porque O&P a utiliza<br />

70


em suas formulações. Arellano e Bond produzem as menores estimativas para os<br />

coeficientes <strong>da</strong> variável do trabalho para os setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica, e vem em segundo para os <strong>de</strong> alta, ou seja, pelo critério adotado <strong>de</strong><br />

distância <strong>da</strong> média do setor, são gran<strong>de</strong>s as chances <strong>de</strong> o método <strong>de</strong> A&B estar<br />

subestimando o coeficiente do trabalho.<br />

Os coeficientes obtidos para a variável do trabalho através do método <strong>de</strong> O&P se<br />

situam em uma posição intermediária em relação às implementações <strong>de</strong> L&P, tanto<br />

para os setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica quanto para os <strong>de</strong> alta, todos muito<br />

próximos. Pelo critério aqui adotado, O&P então se mostra superior a L&P com<br />

relação à estimação dos coeficientes do trabalho tanto para os setores <strong>de</strong> alta como<br />

<strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

Quando a atenção é volta<strong>da</strong> para as tabelas 13 e 17, on<strong>de</strong> foram apresentados os<br />

coeficientes estimados para a variável <strong>de</strong> capital por todos os métodos em todos os<br />

setores, bem como para as tabelas 14 e 18, on<strong>de</strong> foram apresenta<strong>da</strong>s as distâncias<br />

entre os coeficientes gerados em ca<strong>da</strong> método para ca<strong>da</strong> setor e as médias do<br />

setor, a análise intersetorial se torna uma tarefa mais árdua. As relações tão<br />

evi<strong>de</strong>ntes quando a análise envolvia as variáveis <strong>de</strong> trabalho agora <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m um<br />

pouco mais <strong>de</strong> atenção. Correndo o risco <strong>da</strong> repetição, <strong>de</strong>ve novamente ser<br />

chama<strong>da</strong> a atenção para os problemas observados na obtenção <strong>da</strong> variável estoque<br />

<strong>de</strong> capital. A primeira conclusão a que se po<strong>de</strong> chegar, olhando <strong>de</strong> maneira geral<br />

todos os coeficientes obtidos para a variável <strong>de</strong> capital, é que já não é tão visível a<br />

diferença entre os setores <strong>de</strong> alta e <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Em alguns<br />

casos tem-se que as médias dos coeficientes obtidos nos setores <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica para a variável <strong>de</strong> capital é maior do que aquelas dos<br />

setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, como é o caso <strong>de</strong> O&P e as<br />

71


implementações <strong>de</strong> L&P que utilizam combustíveis e investimentos como proxy para<br />

a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em função <strong>da</strong> dispersão dos coeficientes nos métodos <strong>de</strong> O&P e<br />

L&P, só é possível tecer algum comentário sobre o setor 32, cujos coeficientes <strong>da</strong><br />

variável <strong>de</strong> capital se situam em torno <strong>de</strong> 0,47. Este também é o setor <strong>de</strong> menor<br />

dispersão dos coeficientes para os métodos paramétricos, mas que nesse caso se<br />

situam ao redor <strong>de</strong> 0,33, indicando que tais métodos paramétricos po<strong>de</strong>m estar<br />

subestimando o coeficiente <strong>de</strong> capital. De uma maneira geral percebe-se que o<br />

método MQO subestima os coeficientes <strong>de</strong> capital quando comparado aos métodos<br />

<strong>de</strong> L&P e O&P em ambos os grupos <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica.<br />

72


5.4 Do estudo <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Este trabalho viu-se impelido a dispensar razoável esforço na revisão teórica e<br />

empírica <strong>da</strong>s diversas metodologias para obtenção <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total dos<br />

fatores. Tal esforço se <strong>de</strong>u <strong>de</strong>vido à varie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos métodos existentes e à hipótese,<br />

coloca<strong>da</strong> no início <strong>de</strong>ste capítulo, <strong>de</strong> que o sucesso <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos métodos<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito mais do conjunto <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos utilizados que do labor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos<br />

respectivos autores em justificar teoricamente seus procedimentos.<br />

O objetivo central <strong>de</strong>ste trabalho, no entanto, é explicitar a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

empresas, que não é diretamente observável. Com efeito, o que se fez até o<br />

momento foi tentar i<strong>de</strong>ntificar qual a melhor ferramenta para seguir adiante com a<br />

investigação. Mas como já foi dito, a escolha não será uma tarefa fácil. Este trabalho<br />

se <strong>de</strong>parou, ao longo do processo, com uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> comum aos trabalhos<br />

empíricos: a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>da</strong>dos. De maneira geral a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>da</strong>dos obtidos<br />

junto ao IBGE é excepcional, mas, como se tratam <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos obtidos <strong>de</strong> pesquisas<br />

que são espontâneas, muitas vezes há observações faltantes, ou mesmo outliers,<br />

frutos <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> entendimento ou digitação.<br />

A seguir são apresenta<strong>da</strong>s tabelas contendo as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s calcula<strong>da</strong>s a partir<br />

dos resíduos <strong>da</strong>s equações estima<strong>da</strong>s. De uma maneira geral a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

obti<strong>da</strong> através do seguinte cálculo:<br />

N ⎡<br />

⎤<br />

(22) pit<br />

= exp⎢ln( yit<br />

) − ∑ β<br />

k ln(<br />

xkit<br />

) ⎥⎦<br />

⎣<br />

k = 1<br />

73


On<strong>de</strong> i i<strong>de</strong>ntifica ca<strong>da</strong> empresa e t representa o tempo. Esta formulação permite a<br />

utilização <strong>de</strong> N insumos x, com seus respectivos coeficientes βk, para a produção y.<br />

A função levpet, que implementa o método <strong>de</strong> L&P, já gera automaticamente tais<br />

valores.<br />

Para efeito <strong>de</strong> comparação são apresenta<strong>da</strong>s também duas medi<strong>da</strong>s comumente<br />

utiliza<strong>da</strong>s como representativas <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>: Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial<br />

sobre Total <strong>de</strong> Pessoal Ocupado (VTI/PO) e Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial sobre<br />

o Total <strong>de</strong> Salários Ligados à Produção (VTI/SAL). As duas representam a relação<br />

do VTI pela mão-<strong>de</strong>-obra, que é uma medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do trabalho. No<br />

primeiro caso o valor <strong>de</strong> VTI é <strong>de</strong>flacionado pelo IGP-M anual, adotando o ano <strong>de</strong><br />

2005 como 100. No segundo caso, como as duas gran<strong>de</strong>zas foram utiliza<strong>da</strong>s em<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s monetárias (R$) correntes e a relação gera<strong>da</strong> é adimensional, não há a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>flacioná-las. Em todos os métodos econométricos foram utilizados<br />

apenas os salários ligados à produção como variável trabalho. Nestes métodos<br />

to<strong>da</strong>s as variáveis foram <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s com o <strong>de</strong>flator a<strong>de</strong>quado.<br />

Uma questão <strong>de</strong> fundo neste trabalho é como comparar os diversos métodos. Como<br />

as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s foram calcula<strong>da</strong>s <strong>de</strong> diversas formas, por métodos paramétricos e<br />

semi-paramétricos, e como os <strong>da</strong>dos apresentaram uma variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> não<br />

imagina<strong>da</strong> a princípio, optou-se por apresentar os valores padronizados <strong>da</strong>s médias<br />

calcula<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> setor. Ou seja, como os valores produzidos são as médias <strong>da</strong>s<br />

empresas em ca<strong>da</strong> setor, to<strong>da</strong>s foram dividi<strong>da</strong>s por seus respectivos <strong>de</strong>svios-<br />

padrão. Nas páginas a seguir são apresenta<strong>da</strong>s as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s padroniza<strong>da</strong>s<br />

VTI/PO, VTI/SAL, e as calcula<strong>da</strong>s por A&B, B&B, O&P, assim como pelas quatro<br />

versões do método L&P.<br />

74


Tabela 19 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 17.<br />

ano<br />

VTI/PO<br />

5<br />

VTI/SAL 6 A&B 7 B&B 8 OP 9<br />

LP<br />

(MP) 10<br />

LP<br />

(Comb) 11<br />

LP<br />

(Ener) 12<br />

75<br />

LP<br />

(Inv) 13<br />

1996 0,4789 0,4896 0,0396 0,0431 0,0420 0,0422 0,0384<br />

1997 0,4507 0,3275 0,0566 0,0619 0,0611 0,0597 0,0577<br />

1998 0,3272 0,2441 0,0728 0,2284 0,0473 0,0513 0,0516 0,0523 0,0444<br />

1999 0,2906 0,3325 0,1336 0,1965 0,0462 0,0479 0,0458 0,0471 0,0426<br />

2000 0,3672 0,2019 0,0749 0,2124 0,0324 0,0297 0,0294 0,0292 0,0284<br />

2001 0,0452 0,1963 0,0534 0,2073 0,0358 0,0417 0,0403 0,0363 0,0424<br />

2002 0,1654 0,0965 0,0630 0,1857 0,0252 0,0309 0,0277 0,0264 0,0285<br />

2003 0,1284 0,0810 0,0446 0,1609 0,0282 0,0332 0,0328 0,0311 0,0304<br />

2004 0,3002 0,2368 0,0305 0,1821 0,0234 0,0258 0,0252 0,0250 0,0239<br />

2005 0,1989 0,2255 0,0590 0,2150 0,0679 0,0727 0,0770 0,0747 0,0608<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

O que fica claro, no entanto, <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> tabela 19, e <strong>da</strong>s tabelas 20, 21 e 22, na<br />

próxima página é que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do método utilizado, não houve um crescimento<br />

consistente <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao longo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> analisa<strong>da</strong>. Mesmo sendo esse<br />

período <strong>de</strong> aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> abertura econômica e intensa mo<strong>de</strong>rnização na<br />

economia brasileira, não é possível perceber ganhos permanentes. Mais ain<strong>da</strong>, nos<br />

setores apresentados neste primeiro bloco, <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, afora<br />

pequenas oscilações, a tendência é <strong>de</strong> estagnação ou pequena que<strong>da</strong>.<br />

5 Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial sobre Total do Pessoal Ocupado.<br />

6 Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial sobre Total <strong>de</strong> Salários pagos na Indústria.<br />

7 Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> a partir dos coeficientes estimados pelo método <strong>de</strong> Arellano e Bond (1991).<br />

8 Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> a partir dos coeficientes estimados pelo método <strong>de</strong> Blun<strong>de</strong>ll e Bond (2000).<br />

9 Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> a partir dos coeficientes estimados pelo método <strong>de</strong> Olley e Pakes (1996).<br />

10 Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> a partir dos coeficientes estimados pelo método <strong>de</strong> Levinsohn e Petrin<br />

(2003), utilizando como proxy <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> o consumo <strong>de</strong> matéria-prima.<br />

11 Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> a partir dos coeficientes estimados pelo método <strong>de</strong> Levinsohn e Petrin<br />

(2003), utilizando como proxy <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> o consumo <strong>de</strong> combustíveis.<br />

12 Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> a partir dos coeficientes estimados pelo método <strong>de</strong> Levinsohn e Petrin<br />

(2003), utilizando como proxy <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> o consumo <strong>de</strong> energia.<br />

13 Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong> a partir dos coeficientes estimados pelo método <strong>de</strong> Levinsohn e Petrin<br />

(2003), utilizando como proxy <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> o investimento.


Tabela 20 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 18.<br />

ano VTI/PO VTI/SAL A&B B&B OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

1996 0,3347 0,3290 0,0369 0,0353 0,0331 0,0327 0,0334<br />

1997 0,1848 0,0813 0,0296 0,0272 0,0256 0,0274 0,0329<br />

1998 0,2412 0,2856 0,0247 0,0448 0,0337 0,0340 0,0332 0,0348 0,0381<br />

1999 0,2681 0,2714 0,0813 0,0387 0,0341 0,0337 0,0318 0,0389 0,0485<br />

2000 0,2118 0,2664 0,0336 0,0325 0,0323 0,0379 0,0372 0,0430 0,0447<br />

2001 0,2408 0,2210 0,1082 0,0326 0,0183 0,0187 0,0187 0,0194 0,0187<br />

2002 0,3238 0,0996 0,0610 0,0315 0,0155 0,0165 0,0154 0,0164 0,0227<br />

2003 0,1986 0,2544 0,0513 0,0299 0,0195 0,0204 0,0193 0,0208 0,0264<br />

2004 0,2161 0,1933 0,0173 0,0249 0,0251 0,0204 0,0196 0,0200 0,0311<br />

2005 0,2657 0,3433 0,0275 0,0264 0,0185 0,0152 0,0150 0,0148 0,0239<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Tabela 21 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 20.<br />

ano VTI/PO VTI/SAL A&B B&B OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

1996 0,4112 0,3099 0,0297 0,0312 0,0312 0,0312 0,0303<br />

1997 0,3425 0,3646 0,9340 0,9164 0,5241 0,6869 0,3084<br />

1998 0,4123 0,3377 0,0332 0,1849 0,0273 0,6501 0,6376 0,6044 0,0272<br />

1999 0,1450 0,1380 0,0403 0,1677 0,0319 0,0392 0,0370 0,0363 0,0325<br />

2000 0,2895 0,3370 0,0617 0,1641 0,0323 0,0280 0,0301 0,0295 0,0353<br />

2001 0,1603 0,3028 0,0412 0,1707 0,0242 0,0250 0,0266 0,0261 0,0262<br />

2002 0,2506 0,3933 0,0462 0,1295 0,9540 0,9175 0,6426 0,8070 0,3855<br />

2003 0,2795 0,3586 0,0251 0,1301 0,0422 0,0378 0,0341 0,0337 0,0319<br />

2004 0,0662 0,1472 0,0290 0,1646 0,0324 0,0318 0,0301 0,0311 0,0302<br />

2005 0,2150 0,0904 0,0375 0,0317 0,0349 0,0364 0,0363 0,0370 0,0335<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Tabela 22 – Resultados do cálculo <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 36.<br />

ano VTI/PO VTI/SAL A&B B&B OP LP(MP) LP(Cb) LP(En) LP(Inv)<br />

1996 0,2866 0,3662 0,0388 0,0321 0,0323 0,0334 0,0294<br />

1997 0,1781 0,2703 0,0350 0,0348 0,0348 0,0341 0,0364<br />

1998 0,1868 0,2217 0,0517 0,2020 0,0257 0,6423 0,6514 0,7628 0,0298<br />

1999 0,2080 0,2392 0,0490 0,1756 0,0319 0,0359 0,0359 0,0358 0,0319<br />

2000 0,2303 0,2328 0,0531 0,2320 0,0206 0,0213 0,0212 0,0213 0,0206<br />

2001 0,2665 0,3044 0,0376 0,1754 0,0288 0,0233 0,0232 0,0234 0,0269<br />

2002 0,1652 0,3230 0,0272 0,1638 0,0181 0,0180 0,0176 0,0173 0,0193<br />

2003 0,2074 0,2123 0,0629 0,1669 0,4054 0,4552 0,4267 0,3866 0,4469<br />

2004 0,2164 0,1635 0,0213 0,1549 0,0310 0,0313 0,0312 0,0312 0,0309<br />

2005 0,2530 0,1870 0,0241 0,0257 0,0906 0,0921 0,0922 0,0922 0,0916<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Para ilustrar melhor este argumento, são apresentados a seguir quatro gráficos que<br />

expressam a evolução <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s padroniza<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s através dos<br />

métodos <strong>de</strong> O&P e L&P. No gráfico 1 po<strong>de</strong>-se perceber claramente uma que<strong>da</strong><br />

76


contínua <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em to<strong>da</strong>s as implementações para o setor 17. Houve<br />

um crescimento consi<strong>de</strong>rável, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50% entre 1996 e 1997. A partir <strong>de</strong> 1997,<br />

observa-se uma que<strong>da</strong> gra<strong>da</strong>tiva até atingir seu vale em 2004, com as<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s caindo a um terço do que eram em 1997. Po<strong>de</strong>-se, porém, observar<br />

um forte crescimento em 2005, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 200%. O quanto este fato se <strong>de</strong>ve a um<br />

crescimento real e o quanto po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido a problemas nos <strong>da</strong>dos do último ano<br />

<strong>da</strong> amostra é difícil dizer. O que fica evi<strong>de</strong>nte, também, é o quanto as cinco<br />

implementações caminham muito próximas.<br />

No gráfico 2, que expressa as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s padroniza<strong>da</strong>s para o setor 18, po<strong>de</strong>-se<br />

observar que o crescimento <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s se prolonga até o ano 2000,<br />

havendo uma que<strong>da</strong> abrupta em 2001. O setor ensaia alguma recuperação até o<br />

ano <strong>de</strong> 2004 e há novamente uma que<strong>da</strong> brusca em 2005. Neste segundo gráfico já<br />

não fica tão clara a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os diversos métodos utilizados, com o insumo<br />

energia claramente gerando produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s maiores que os <strong>de</strong>mais.<br />

Nos dois gráficos seguintes po<strong>de</strong>-se observar que a tendência é <strong>de</strong> estagnação,<br />

com alguns “choques <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>”. No gráfico 3, que mostra as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

do setor 20, po<strong>de</strong>-se observar uma forte variação dos coeficientes entre os anos <strong>de</strong><br />

1997 e 1998, e em 2002. O que se po<strong>de</strong> dizer do choque na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre<br />

1997 e 1998 é ele foi sentido imediatamente em 1997 pela via do investimento e<br />

rapi<strong>da</strong>mente também se dissipou, como o atestam O&P e L&P com investimento,<br />

mas que houve uma transmissão para 1998 pela via dos insumos intermediários. Em<br />

2002, também houve um choque <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas também <strong>de</strong> dissipação<br />

rápi<strong>da</strong>. Já no gráfico 4, <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do setor 36, também foram observados<br />

dois choques, só que agora instantâneos em 1998 e em 2003.<br />

77


0,0800<br />

0,0700<br />

0,0600<br />

0,0500<br />

0,0400<br />

0,0300<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 17<br />

0,0200<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Gráfico 1: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 17.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

0,0500<br />

0,0450<br />

0,0400<br />

0,0350<br />

0,0300<br />

0,0250<br />

0,0200<br />

0,0150<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 18<br />

0,0100<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Gráfico 2: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 18.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

78<br />

OP_17<br />

LP_17_MAT<br />

LP_17_COMB<br />

LP_17_ENER<br />

LP_17_INV<br />

OP_18<br />

LP_18_MAT<br />

LP_18_COMB<br />

LP_18_ENER<br />

LP_18_INV


1,0000<br />

0,9000<br />

0,8000<br />

0,7000<br />

0,6000<br />

0,5000<br />

0,4000<br />

0,3000<br />

0,2000<br />

0,1000<br />

-<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 20<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Gráfico 3: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 20.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

0,8000<br />

0,7000<br />

0,6000<br />

0,5000<br />

0,4000<br />

0,3000<br />

0,2000<br />

0,1000<br />

-<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 36<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Gráfico 4: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 36.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

79<br />

OP_20<br />

LP_20_MAT<br />

LP_20_COMB<br />

LP_20_ENER<br />

LP_20_INV<br />

OP_36<br />

LP_36_MAT<br />

LP_36_COMB<br />

LP_36_ENER<br />

LP_36_INV


O ponto a se notar neste gráfico 4 é que tanto o método <strong>de</strong> O&P quanto o <strong>de</strong> L&P<br />

que utiliza investimento como proxy não respon<strong>de</strong>ram ao suposto choque <strong>de</strong> 1998.<br />

Po<strong>de</strong>-se supor que tenha sido apenas um choque <strong>de</strong> preços nos insumos. A menos<br />

<strong>de</strong>sta exceção, os métodos se mostram mais alinhados neste setor 36 do que no<br />

setor 20.<br />

Nas tabelas 24, 25, 26 e 27, nas páginas seguintes, são apresenta<strong>da</strong>s as<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s gera<strong>da</strong>s para os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Novamente<br />

aqui encontramos uma série <strong>de</strong> problemas com os valores gerados que neste<br />

momento apenas po<strong>de</strong>mos atribuir a inconsistências nos <strong>da</strong>dos, com uma suspeita<br />

muito forte sobre a variável <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> capital, aponta<strong>da</strong>s no capítulo anterior.<br />

Mesmo com todos os problemas, uma constatação já espera<strong>da</strong> é que os valores<br />

apresentados nas tabelas a seguir para as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s padroniza<strong>da</strong>s são<br />

substancialmente maiores que aqueles apresentados nas tabelas para os setores <strong>de</strong><br />

baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Se computa<strong>da</strong> a média ano a ano dos métodos <strong>de</strong><br />

O&P e L&P, conforme apresenta a tabela 23, na próxima página, essa diferença só<br />

é a favor dos setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica em 1997, mas chega a ser <strong>de</strong><br />

quase vinte vezes em 2001. Po<strong>de</strong>mos observar claramente que se excetuando os<br />

anos <strong>de</strong> graves crises, como 1997, 2002 e 2003, os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

tecnológica ten<strong>de</strong>m a ter uma produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em média <strong>de</strong>z vezes maior que a dos<br />

setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. Ao que parece, as crises afetam <strong>de</strong><br />

maneira mais imediata os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica. A provável<br />

hipótese, que não será eluci<strong>da</strong><strong>da</strong> neste trabalho, é que os setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> são mais sensíveis a variações nos níveis <strong>de</strong> investimento, que estão<br />

diretamente liga<strong>da</strong>s às taxas reais <strong>de</strong> juros. Ain<strong>da</strong> na tabela 23 percebe-se que as<br />

maiores relações entre as médias <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ocorre nos anos <strong>de</strong> juro real<br />

80


mais baixo. A única exceção é o ano <strong>de</strong> 2002, em que o juro real caiu, em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

aceleração <strong>da</strong> inflação, mas os investimentos não ocorreram <strong>de</strong>vido às incertezas<br />

que cercavam o processo eleitoral.<br />

Tabela 23 – Razões entre as médias <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos setores <strong>de</strong> alta<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong> baixa, consi<strong>de</strong>rando os métodos O&P e L&P.<br />

ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

A/B 1 7,08 0,42 6,63 4,77 11,10 19,94 1,19 1,53 9,71 1,33<br />

Juro<br />

2 16,29% 18,59% 26,69% 15,28% 10,81% 8,96% 5,90% 12,85% 8,03% 12,64%<br />

real<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Notas: 1) Razão entre a média <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s calcula<strong>da</strong>s pelos métodos <strong>de</strong> O&P e L&P dos<br />

quatro setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica sobre as médias dos quatro setores <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica<br />

2) Taxa OVER/SELIC <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong> pelo IPCA<br />

Tabela 24 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 30.<br />

ano VTI/PO VTI/SAL A&B B&B OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

1996 0,4039 0,4174 0,5572 0,6297 0,8794 0,8229 0,5531<br />

1997 0,3676 0,4483 0,1041 0,0995 0,1003 0,1007 0,0975<br />

1998 0,4794 0,5196 0,5089 0,4140 0,5922 0,6309 0,7228 0,6920 0,6128<br />

1999 0,4470 0,4137 0,1340 0,4936 0,1085 1,0320 0,5258 0,5410 0,1099<br />

2000 0,3911 0,5847 0,1403 0,4674 0,0945 0,1324 0,1004 0,1007 0,1041<br />

2001 0,3934 0,3759 0,3186 0,5661 0,6771 0,7314 0,6579 0,6208 0,7658<br />

2002 0,2780 0,5055 0,3382 0,4776 0,4939 0,6677 0,5101 0,6476 0,4812<br />

2003 0,3113 0,4341 0,2244 0,3110 0,4849 0,6506 0,3164 0,3889 0,3591<br />

2004 0,2141 0,3315 0,3078 0,3328 0,6595 0,6094 1,0170 1,0207 0,9989<br />

2005 0,4509 0,3351 0,1196 0,6006 0,0899 0,1061 0,0915 0,0918 0,0892<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Tabela 25 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 32.<br />

ano VTI/PO VTI/SAL A&B B&B OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

1996 0,2757 0,5114 0,1163 0,2941 0,1287 0,1636 0,1171<br />

1997 0,3380 0,2762 0,0574 0,0616 0,0597 0,0599 0,0576<br />

1998 0,2675 0,2116 0,4550 0,2797 0,7795 0,9223 0,7315 0,8716 0,7152<br />

1999 0,2680 0,3902 0,1457 0,3471 0,0539 0,0579 0,0568 0,0570 0,0543<br />

2000 0,3813 0,4253 0,0733 0,0920 0,1068 0,1000 0,0969 0,0954 0,1112<br />

2001 0,3743 0,4352 0,0700 0,1873 0,9136 0,9154 0,8499 0,9811 0,8978<br />

2002 0,3138 0,3789 0,0346 0,1547 0,1581 0,1692 0,1324 0,1360 0,1646<br />

2003 0,3805 0,2055 0,0575 0,0532 0,2441 0,2755 0,2515 0,1819 0,2853<br />

2004 0,1937 0,1488 0,0730 0,0718 0,0633 0,0807 0,0613 0,0639 0,0642<br />

2005 0,2134 0,3200 0,0894 0,0668 0,0658 0,0762 0,0708 0,0755 0,0644<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

81


Tabela 26 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 34.<br />

ano VTI/PO VTI/SAL A&B B&B OP LP(MP) LP(Cb) LP(En) LP(Inv)<br />

1996 0,7408 0,8395 0,0600 0,0654 0,0603 0,0607 0,0665<br />

1997 0,5010 0,4533 0,0516 0,0577 0,0499 0,0499 0,0478<br />

1998 0,5749 0,7544 0,0700 0,1325 0,0629 0,0627 0,0604 0,0608 0,0638<br />

1999 0,4379 0,7759 0,0586 0,1726 0,0609 0,0585 0,0528 0,0531 0,0493<br />

2000 0,1353 0,3588 0,0560 0,1481 0,7655 1,1024 1,1669 1,1896 0,6099<br />

2001 0,0555 0,4921 0,0390 0,1535 0,0414 0,0745 0,0622 0,0622 0,0649<br />

2002 0,1879 0,4991 0,0529 0,1723 0,0365 0,0632 0,0551 0,0539 0,0537<br />

2003 0,2452 0,5074 0,1080 0,1819 0,0438 0,0326 0,0341 0,0345 0,0466<br />

2004 0,1270 0,2875 0,1479 0,1763 0,0493 0,0370 0,0442 0,0501 0,0591<br />

2005 0,2370 0,2626 0,0413 0,0416 0,0550 0,0373 0,0448 0,0499 0,0661<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Tabela 27 – Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>da</strong> Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para o setor 35.<br />

ano VTI/PO VTI/SAL A&B B&B OP LP(MP) LP(Cb) LP(En) LP(Inv)<br />

1996 0,4579 0,5084 0,0684 0,0721 0,0718 0,0725 0,0679<br />

1997 0,3815 0,3262 0,0936 0,0977 0,0929 0,1033 0,0842<br />

1998 0,3689 0,2361 0,0812 0,5932 0,4726 0,5595 0,3448 0,3355 0,6530<br />

1999 0,3517 0,4869 0,0851 0,4474 0,1575 0,1562 0,1721 0,1888 0,1268<br />

2000 0,4915 0,4031 0,0822 0,3732 0,1544 0,1629 0,1591 0,1593 0,1613<br />

2001 0,3435 0,3505 0,2830 0,3260 0,6344 0,5140 0,5087 0,4686 0,3920<br />

2002 0,4732 0,3794 0,0946 0,3919 0,1206 0,1262 0,1232 0,1231 0,1256<br />

2003 0,4251 0,4537 0,1002 0,5065 0,0607 0,0639 0,0629 0,0632 0,0608<br />

2004 0,4118 0,4203 0,0999 0,0968 0,0861 0,0958 0,0946 0,0933 0,0907<br />

2005 0,2834 0,5479 0,0756 0,1132 0,0717 0,0732 0,0762 0,0765 0,0617<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

Diferentemente do que foi observado nas produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s padroniza<strong>da</strong>s para os<br />

setores <strong>de</strong> baixa intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica, nos setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> não é<br />

possível perceber qualquer tendência. Ao contrário, percebe-se um comportamento<br />

um tanto quanto caótico dos valores obtidos. À exceção do setor 34, que tem um<br />

forte pico no ano <strong>de</strong> 2000, e nos outros anos continuou estável, os <strong>de</strong>mais<br />

apresentam um contínuo sobe e <strong>de</strong>sce. Diante <strong>de</strong> tal variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> cabe ao<br />

pesquisador i<strong>de</strong>ntificar possíveis fontes <strong>de</strong> variação, como preço dos insumos, taxa<br />

<strong>de</strong> juros (preço do investimento) ou variações cambiais, que possam causar impacto<br />

nas suas estimativas. Uma regulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, no entanto, impressiona. To<strong>da</strong>s as<br />

82


produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s observa<strong>da</strong>s no ano <strong>de</strong> 2005 são menores que aquelas observa<strong>da</strong>s<br />

em 1996. Em to<strong>da</strong>s as implementações e em todos os setores.<br />

Para o setor 30, em particular, percebe-se que em <strong>de</strong>terminados anos as estimativas<br />

por meio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos métodos são muito díspares. Da<strong>da</strong> a coerência entre os<br />

métodos estu<strong>da</strong>dos até aqui, tais dispari<strong>da</strong><strong>de</strong>s apenas po<strong>de</strong>m ser atribuí<strong>da</strong>s aos<br />

problemas enfrentados com a variável <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> capital também neste setor 30.<br />

No gráfico 5 fica evi<strong>de</strong>nte esta dispersão entre os métodos. Nos três gráficos<br />

seguintes, on<strong>de</strong> são apresenta<strong>da</strong>s as curvas para os setores 32, 34 e 35, os<br />

métodos novamente voltam a <strong>de</strong>monstrar alguma coerência. Tal uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> só é<br />

quebra<strong>da</strong> nos chamados “choques <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>”, on<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> método respon<strong>de</strong><br />

com uma intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> diferente. Em relação ao setor 32, cumpre <strong>de</strong>stacar o quanto o<br />

método <strong>de</strong> O&P e as diferentes implementações do método <strong>de</strong> L&P caminham<br />

juntos. Um ponto a se <strong>de</strong>stacar é que, enquanto a maioria dos setores experimentou<br />

dois choques <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, com pequena variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos anos <strong>de</strong> ocorrência,<br />

o setor 34 apresentou apenas um choque no ano 2000, como mostra o gráfico 7. No<br />

setor 35, apresentado no gráfico 8, on<strong>de</strong> se esperava um comportamento mais<br />

estranho, por conta dos problemas já relatados nos <strong>da</strong>dos, os métodos se alinham<br />

bem. O único ponto a <strong>de</strong>stacar é que nele os picos <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> são bem<br />

menores que nos outros setores, quase meta<strong>de</strong> do pico observado no setor 34.<br />

83


1,0500<br />

0,9500<br />

0,8500<br />

0,7500<br />

0,6500<br />

0,5500<br />

0,4500<br />

0,3500<br />

0,2500<br />

0,1500<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 30<br />

0,0500<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Gráfico 5: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 30.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

1,0000<br />

0,9000<br />

0,8000<br />

0,7000<br />

0,6000<br />

0,5000<br />

0,4000<br />

0,3000<br />

0,2000<br />

0,1000<br />

-<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 32<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Gráfico 6: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 32.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

84<br />

OP_30<br />

LP_30_MAT<br />

LP_30_COMB<br />

LP_30_ENER<br />

LP_30_INV<br />

OP_32<br />

LP_32_MAT<br />

LP_32_COMB<br />

LP_32_ENER<br />

LP_32_INV


1,2000<br />

1,0000<br />

0,8000<br />

0,6000<br />

0,4000<br />

0,2000<br />

-<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 34<br />

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

Gráfico 7: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 34.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

0,6600<br />

0,6000<br />

0,5400<br />

0,4800<br />

0,4200<br />

0,3600<br />

0,3000<br />

0,2400<br />

0,1800<br />

0,1200<br />

Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 35<br />

0,0600<br />

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Gráfico 8: Comparativo <strong>da</strong>s Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> O&P e L&P para o Setor 35.<br />

Fonte: Elaboração própria.<br />

85<br />

OP_34<br />

LP_34_MAT<br />

LP_34_COMB<br />

LP_34_ENER<br />

LP_34_INV<br />

OP_35<br />

LP_35_MAT<br />

LP_35_COMB<br />

LP_35_ENER<br />

LP_35_INV


À guisa <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong>sta seção convém ressaltar a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s calcula<strong>da</strong>s a partir dos coeficientes estimados pelos métodos <strong>de</strong> O&P<br />

e L&P. A questão que fica em aberto é porque eles respon<strong>de</strong>m <strong>de</strong> maneira tão<br />

diversa aos choques <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. E estes são, evi<strong>de</strong>ntemente, os eventos que<br />

mais interessam ao pesquisador, ao economista.<br />

O método <strong>de</strong> O&P parece ser um pouco superior ao <strong>de</strong> L&P, mas não a ponto <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>scartar completamente o segundo. O que se apreen<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta pesquisa é que<br />

talvez a variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> não seja tão ruim assim. Afinal, são nas variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que<br />

estão conti<strong>da</strong>s as informações <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados eventos. A sugestão que fica ao<br />

pesquisador que está <strong>de</strong>terminado a conhecer como se comporta a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

total dos fatores <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> indústria é aplicar todos os métodos, pois a<br />

partir <strong>de</strong>les este terá um conhecimento maior <strong>da</strong> sua base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, i<strong>de</strong>ntificando<br />

problemas que apenas por inspeção seria inviável. Os métodos po<strong>de</strong>m informar que<br />

talvez haja problema <strong>de</strong> mensuração ou uma anomalia qualquer em <strong>de</strong>terminado<br />

ano. Talvez o consumo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado insumo possa estar fora dos padrões.<br />

Citando novamente VAN BIESEBROECK (2005), a maioria dos métodos não é<br />

sensível a pequenos erros <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, mas respon<strong>de</strong>m mal a gran<strong>de</strong>s erros. Tais<br />

informações po<strong>de</strong>m auxiliar o pesquisador a corrigir <strong>de</strong> maneira mais informa<strong>da</strong> sua<br />

base e, num processo iterativo, ir melhorando suas estimativas <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> até<br />

um ponto que expressar sua confiança nelas.<br />

86


6 DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é o <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong> forma efetiva qual é a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

total dos fatores no nível <strong>da</strong> ca<strong>da</strong> empresa. Ou seja, a partir <strong>da</strong> formulação <strong>da</strong><br />

função <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Cobb-Douglas, i<strong>de</strong>ntificar o que, além dos fatores capital e<br />

trabalho, po<strong>de</strong>ria impulsionar a produção.<br />

Como a formulação <strong>de</strong> Cobb-Douglas só leva em consi<strong>de</strong>ração capital e trabalho,<br />

este algo mais que impulsiona a produção <strong>de</strong>ve estar contido nos resíduos. A<br />

questão é que este resíduo, chamado <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica, produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> total<br />

dos fatores, ou para nós apenas produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, claramente interfere na escolha dos<br />

<strong>de</strong>mais componentes <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção, pois por <strong>de</strong>finição ela é conheci<strong>da</strong><br />

pelo produtor. Há, então, correlação dos resíduos com as variáveis explicativas, o<br />

que compromete a maioria dos métodos econométricos. Este trabalho faz então uma<br />

revisão dos métodos mais utilizados e como ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les tenta, a sua maneira,<br />

resolver o problema <strong>da</strong> correlação entre os resíduos e as variáveis explicativas.<br />

Antes <strong>de</strong> prosseguir, no entanto, convém tecer um pequeno leque <strong>de</strong> comentários a<br />

cerca <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos. A base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos utiliza<strong>da</strong> para levar a cabo tais<br />

experimentos econométricos é fun<strong>da</strong>mentalmente a Pesquisa Industrial Anual (PIA),<br />

do IBGE. O que está claro ao final <strong>de</strong>ste trabalho é que, apesar <strong>da</strong> PIA ser a melhor<br />

e mais ampla base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos disponível sobre o comportamento <strong>da</strong>s empresas, há<br />

que se ter algum cui<strong>da</strong>do ao utilizá-la. Deve-se investir algum tempo no início dos<br />

trabalhos em conhecer melhor a base e entendê-la em to<strong>da</strong>s as suas dimensões.<br />

Como a PIA é uma pesquisa censitária, e não uma base ca<strong>da</strong>stral, há muitos<br />

87


problemas <strong>de</strong> informações faltantes, erros <strong>de</strong> digitação, extratos amostrais e outros<br />

afins, que neófitos em seu uso <strong>de</strong>vem <strong>da</strong>r mais atenção. Este passo po<strong>de</strong> interferir<br />

bastante nos resultados <strong>da</strong> pesquisa e, no caso <strong>de</strong>ste trabalho, acredita-se que os<br />

resultados po<strong>de</strong>riam ser mais conclusivos com uma base melhor trabalha<strong>da</strong>.<br />

Voltando aos resultados obtidos com a aplicação dos métodos econométricos para<br />

<strong>de</strong>terminação dos parâmetros <strong>da</strong> função <strong>de</strong> produção, chega-se a uma primeira<br />

conclusão interessante. Não é fato que MQO sempre sobreestime o coeficiente do<br />

trabalho e subestime o coeficiente do capital. Mesmo sem conhecer os parâmetros<br />

reais dos coeficientes, observa-se que a direção do viés do MQO po<strong>de</strong> diferir entre<br />

setores <strong>de</strong> diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas. Enquanto que nos setores <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica o MQO parece sobreestimar os coeficientes do trabalho,<br />

para os setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica o contrário parece ocorrer.<br />

O uso <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos em painel, com efeitos fixos, mostrou-se duro <strong>de</strong>mais com o<br />

problema <strong>de</strong> variáveis omiti<strong>da</strong>s. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> ele parece limpar em <strong>de</strong>masia as<br />

estimações, levando a uma subestimação dos parâmetros. O uso do MQO<br />

agregando a variável investimento teve uma resposta interessante. Claramente a<br />

variável investimento elimina um pouco do viés do MQO e, mais ain<strong>da</strong>, o faz nos<br />

dois sentidos no caso dos coeficientes do trabalho. Para o caso dos setores <strong>de</strong> baixa<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica ela parece reduzir o viés <strong>de</strong> sobreestimação <strong>de</strong>stes<br />

coeficientes, enquanto que no caso dos setores <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica ela<br />

parece reduzir a subestimação dos mesmos. Ou seja, no primeiro caso ela diminui<br />

os valores estimados para os parâmetros, enquanto que no segundo ela aumenta os<br />

valores estimados.<br />

88


Os métodos <strong>de</strong> ARELLANO e BOND (1991) e BLUNDELL e BOND (2000) foram<br />

também aplicados ao mesmo conjunto <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos. Os dois procuram resolver o<br />

problema <strong>da</strong> endogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> com o uso <strong>de</strong> variáveis instrumentais combina<strong>da</strong>s com<br />

o método <strong>de</strong> mínimos quadrados generalizados (GMM). Os resultados, quando<br />

cotejados todos os setores e comparados com os <strong>de</strong>mais métodos, mostraram-se<br />

inconsistentes.<br />

O que acabou por se tornar o ponto central <strong>de</strong>ste estudo, a comparação dos<br />

métodos <strong>de</strong> OLLEY e PAKES (O&P) (1996) e <strong>de</strong> LEVINSOHN e PETRIN (L&P)<br />

(2003), mostrou-se menos profícua do que se esperava, mas ain<strong>da</strong> assim permite<br />

chegar a algumas conclusões. O primeiro ponto a favor <strong>de</strong> O&P é a clareza <strong>da</strong><br />

proposta. L&P propôem uma boa alternativa ao utilizar insumos intermediários como<br />

proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas não explicam claramente o porque disso. Mais<br />

ain<strong>da</strong>, não estabelecem nenhuma regra para utilização <strong>de</strong>ste ou <strong>da</strong>quele insumo, e<br />

qual produziria melhores resultados para este ou aquele setor. Uma questão que<br />

merece maior questionamento é que soa muito forte a premissa <strong>de</strong> que aumentos <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> levarão a aumentos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> insumos intermediários. Existem<br />

avanços técnicos que elevam a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e reduzem o consumo <strong>de</strong> insumos.<br />

Um exemplo são os novos motores, que <strong>de</strong>senvolvem maior potência com menor<br />

consumo <strong>de</strong> combustível. Voltando à questão dos insumo em L&P, é intrigante a<br />

variação que um mesmo parâmetro po<strong>de</strong> ter, para um mesmo setor, apenas ao<br />

trocar-se o insumo utilizado como proxy para a produtivi<strong>da</strong><strong>da</strong><strong>de</strong>, mesmo mantendo<br />

os outros no mo<strong>de</strong>lo como variáveis livres. Isso aumenta a insegurança com relação<br />

ao método. Os resultados obtidos são similares aos reportados por ACKERBERG et<br />

al. (2003), que também encontraram inconsistências entre os diversos insumos<br />

utilizados.<br />

89


Outras consi<strong>de</strong>rações que <strong>de</strong>vem ser teci<strong>da</strong>s a respeito <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s obti<strong>da</strong>s a<br />

partir dos diversos métodos estu<strong>da</strong>dos. Em primeiro lugar <strong>de</strong>ve-se relatar que, assim<br />

como aconteceu com os coeficientes estimados por ca<strong>da</strong> método, o cálculo <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> acabou por gerar uma enorme variabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Como tal variabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

envolvia a questão <strong>de</strong> algumas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, optou-se por proce<strong>de</strong>r à análise<br />

com as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s padroniza<strong>da</strong>s. Ou seja, as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s médias obti<strong>da</strong>s<br />

para ca<strong>da</strong> setor foram dividi<strong>da</strong>s por seus respectivos <strong>de</strong>svios-padrão.<br />

A primeira conclusão, que perpassa todos os métodos, em todos os setores, é que<br />

não foi possível perceber nenhum aumento consistente <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao longo <strong>da</strong><br />

déca<strong>da</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong> (1996 – 2005). Com exceção <strong>de</strong> alguns choques <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

isolados, o que se i<strong>de</strong>ntificou foi estagnação ou que<strong>da</strong> <strong>da</strong>s produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Mesmo<br />

quando calcula<strong>da</strong>s as duas proxies contábeis para produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Valor <strong>da</strong><br />

Transformação Industrial sobre Pessoal Ocupado, ou sobre Total <strong>de</strong> Salários na<br />

Indústria) o que se observa é estagnação ou que<strong>da</strong>.<br />

Um fato surpreen<strong>de</strong>nte é que as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s padroniza<strong>da</strong>s obti<strong>da</strong>s pelo métodos<br />

O&P e L&P <strong>de</strong>ram resultados muito próximos, apesar <strong>da</strong> dispersão entre os<br />

coeficientes estimados por O&P e as diversas implementações <strong>de</strong> L&P, que<br />

acabaram por gerar gran<strong>de</strong> dispersão entre as produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong>s<br />

diretamente.<br />

Por fim, o que po<strong>de</strong> ser a principal conclusão <strong>de</strong>ste trabalho é aquela que todo<br />

pesquisador sabe: não existe panacéia para todos os males. A variabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

apresenta<strong>da</strong> entre os métodos <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> produção enfraquece<br />

ca<strong>da</strong> método isola<strong>da</strong>mente, mas fortalece uma postura <strong>de</strong> ceticismo científico. Ou<br />

seja, para que se possa chegar a valores mais consistentes <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> o<br />

90


pesquisador não <strong>de</strong>ve se furtar a aplicar mais <strong>de</strong> um método. Ca<strong>da</strong> método po<strong>de</strong><br />

ressaltar uma certa fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos, tornando possível a i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> problemas que apenas por inspeção não seria possível.<br />

Ca<strong>da</strong> um dos métodos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do conjunto <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos sobre os quais é aplicado.<br />

Dependência esta tanto em relação à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos quanto à<br />

<strong>de</strong>limitação do espaço <strong>de</strong> pesquisa. Ou seja, a escolha do setor econômico interfere<br />

na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos resultados. Um resultado importante <strong>de</strong>ste trabalho é que a<br />

aplicação do mesmo método a setores <strong>de</strong> diferentes intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s tecnológicas po<strong>de</strong><br />

gerar resultados divergentes.<br />

A questão que fica, no entanto, é que se diferentes setores apresentam respostas<br />

diferentes ao mesmo método, como será possível compará-los. Esta é a agen<strong>da</strong> do<br />

economista. Qual setor teria o aumento <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> mais expressivo se a ele<br />

fossem canalizados investimentos? Quais insumos intermediários têm maior impacto<br />

sobre a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>? Que políticas públicas são necessárias para se obter<br />

crescimento consistente <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao longo dos anos? Estas são perguntas<br />

que este trabalho não respon<strong>de</strong>, mas que merecem to<strong>da</strong> a atenção.<br />

91


BIBLIOGRAFIA<br />

ABRAMOVITZ, M., (1956). “Resource and Output Trends in the United States Since<br />

1870,” The American Economic Review, Vol. 46, No. 2, Papers and Proceedings of<br />

the Sixty-eighth Annual Meeting of the American Economic Association. (May, 1956),<br />

pp. 5-23.<br />

ACKERBERG, D. A., CAVES, K. e G FRAZER, G., (2003). “Structural I<strong>de</strong>ntification<br />

of Production Functions,” mimeo, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto, Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Economia,<br />

Macroeconomics Seminars, 22 June 2006, Daniel Ackerberg (University of<br />

California, LA).<br />

ALVES, P. e SILVA, A. M., (2008). “Estimativa do Estoque <strong>de</strong> Capital <strong>da</strong>s Empresas<br />

Industriais Brasileiras.” Brasília: IPEA, 2008 (Texto para Discussão nº 1325)<br />

ARBIX G., SALERNO M. S. e DE NEGRI, J. A., (2004). Inovação, via<br />

internacionalização, faz bem para as exportações brasileiras. XVI Fórum Nacional<br />

Economia do Conhecimento, Crescimento Sustentado e Inclusão Social, Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, maio <strong>de</strong> 2004<br />

ARELLANO, M. e BOND, S. R., (1991). “Some tests of specification for panel <strong>da</strong>ta:<br />

Monte Carlo evi<strong>de</strong>nce and an application to employment equations,” Review of<br />

Economic Studies, 58, 277-297.<br />

ARELLANO, M. e BOVER, O., (1995). “Another look at the instrumental variable<br />

estimation of error-components mo<strong>de</strong>ls,” Journal of Econometrics, Elsevier, vol.<br />

68(1), pages 29-51, July.<br />

BACEN, (2009). “Investimento Estrangeiro Direto / Censos 1995/2000 e Ingressos<br />

2001 a 2006”. Banco Central do Brasil. Disponível em:<br />

http://www.bcb.gov.br/rex/IED/Port/Ingressos/planilhas/DivugacaoAtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s95-06.xls.<br />

92


BLUNDELL, R.W. e BOND, S.R., (1998). “Initial Conditions and Moment Restrictions<br />

in Dynamic Panel Data Mo<strong>de</strong>ls,” Journal of Econometrics, 87, 115-143.<br />

BLUNDELL, R. W. e BOND, S. R., (2000). “GMM Estimation with Persistent Panel<br />

Data: An Application to Production Functions”, Econometric Reviews, 19 (3), 321–<br />

340.<br />

COBB, C. W., e DOUGLAS, P. H., (1928). “A Theory of Production,” American<br />

Economic Review, 18(1), 1928, Supplement, 139-72<br />

COSTA, G., ALVES, P., BITTENCOURT, M., ARAÚJO, K. e DOYLE, H., (2006)<br />

“Avaliação <strong>de</strong> uma Proxy para a I<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Firma Utilizando Amostragem Complexa.”<br />

Brasília: IPEA, 2006 (Texto Para Discussão nº 1240).<br />

DE NEGRI, J. A. e SALERNO, M. S. (2005). Inovações, padrões tecnológicos e<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s firmas industriais brasileiras. Brasília: IPEA, 2005.<br />

DE NEGRI, J. A., FREITAS, F., COSTA, G., SILVA, A. e ALVES P., (2005).<br />

“Tipologia <strong>da</strong>s firmas integrantes <strong>da</strong> indústria brasileira”, in Inovações, padrões<br />

tecnológicos e <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s firmas industriais brasileiras. Brasília: IPEA, 2005.<br />

DORASZELSKI, U. e JAUMANDREU, J., (2008). “R&D and Productivity: Estimating<br />

Production Functions When Productivity is Endogenous.” Harvard Institute of<br />

Economic Research Discussion Paper No. 2147, January 2008. Available at SSRN:<br />

http://ssrn.com/abstract=1080306.<br />

ERICSON, R. e PAKES, A., (1995). "Markov-Perfect Industry Dynamics: A<br />

Framework for Empirical Work," Review of Economic Studies, Blackwell Publishing,<br />

vol. 62(1), pages 53-82, January.<br />

FELIPE, J., HASAN, R. e MCCOMBIE, J. S. L., (2008). “Correcting for biases when<br />

estimating production functions: an illusion of the laws of algebra?” Cambridge<br />

Journal of Economics, 2008, 32(3):441-459<br />

FURTADO, A. T.; CARVALHO, R. Q., (2005). “Padrões <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica<br />

<strong>da</strong> indústria brasileira: um estudo comparativo com os países centrais.” São Paulo<br />

em Perspectiva, São Paulo, v. 19, n. 1, Mar. 2005 . Disponível em<br />

93


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392005000100006&lng=en&nrm=iso.<br />

Acessado em 16/10/09. doi: 10.1590/S0102-88392005000100006.<br />

GRILICHES, Z. e MAIRESSE, J. (1995), “Production Functions: The Search for<br />

I<strong>de</strong>ntification”, in Econometrics and Economic Theory in the Twentieth Century: The<br />

Ragnar Frisch Centennial Symposium (Cambridge University Press) 169–203.<br />

HASKEL, J. E., PEREIRA, S. C. e SLAUGHTER, M. J., (2007). “Does Inward Foreign<br />

Direct Investment Boost the Productivity of Domestic Firms?” The Review of<br />

Economic and Statistics, August 2007, Vol. 89, No. 3, Pages 482-496<br />

HATZICHRONOGLOU, T., (1997). “Revision of the High-Technology Sector and<br />

Product Classification.” OECD Working Papers. OECD Science, Technology and<br />

Industry Working Papers No. 1997/2, 1997, English, 26 pages. Disponível em:<br />

http://dx.doi.org/10.1787/134337307632. Acessado em 12/10/2009<br />

HULTEN, C. R., (2000). "Total Factor Productivity: A Short Biography," NBER<br />

Working Papers 7471, National Bureau of Economic Research, Inc.<br />

IBGE, 2002. Pesquisa Industrial <strong>de</strong> Inovação Tecnológica – PINTEC 2000. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: IBGE, 2002.<br />

IBGE, 2005. Pesquisa Industrial <strong>de</strong> Inovação Tecnológica – PINTEC 2003. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: IBGE, 2005.<br />

IBGE, (2005b). “Empresas Industriais <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica têm receita e<br />

investimento acima <strong>da</strong> média.” Rio <strong>de</strong> Janeiro: IBGE, 2005. Acessado em<br />

http://www.ibge.gov.br/home/presi<strong>de</strong>ncia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=388<br />

IBGE, 2007. Pesquisa Inovação Tecnológica – PINTEC 2000, 2003 e 2005. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: IBGE, 2007.<br />

IBGE, 2007. Classificação Nacional <strong>de</strong> Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Econômicas. Versão 2.0. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: IBGE, 2007.<br />

94


JAVORCIK, B. S., (2004). “Does Foreign Direct Investment Increase the Productivity<br />

of Domestic Firms?” In Search of Spillovers through Backward Linkages. The<br />

American Economic Review, Vol. 94, No. 3. (Jun., 2004), pp. 605-627.<br />

JORGE, M. F., (2008). “Investimento estrangeiro direto e inovação: um estudo sobre<br />

ramos selecionados <strong>da</strong> indústria no Brasil.” IPEA Texto para discussão Nº 1327,<br />

Fevereiro 2008.<br />

LEVINSOHN J.e PETRIN A., (2003). “Estimating Production Functions Using Inputs<br />

to Control for Unobservables.” The Review of Economic Studies, Vol. 70, No. 2.<br />

(Apr., 2003), pp. 317-341.<br />

MARKWALD, R., (2004). “Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> tecnológica e dinamismo <strong>da</strong>s exportações<br />

brasileiras” RBCE – Revista Brasileira <strong>de</strong> Comércio Exterior – 79, Abr/Jun <strong>de</strong> 2004,<br />

FUNCEX, Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

MARSCHAK, J., e ANDREWS JR, W. H., (1944). “Random Simultaneous Equations<br />

and the Theory of Production,” Econometrica, Vol. 12, No. 3/4 (Jul. - Oct., 1944), pp.<br />

143-205<br />

MILL, J. S., (1996). Os Economistas – Princípios <strong>de</strong> Economia Política. Volumes I e<br />

II, Editora Nova Cultural. São Paulo, 1996.<br />

MUENDLER, MA., (2004a). "Estimating Production Functions When Productivity<br />

Change is Endogenous," CESifo Working Paper Series CESifo Working Paper No.<br />

1143 , CESifo Group, Munich.<br />

MUENDLER, MA., (2004b).Tra<strong>de</strong>, Technology and Productivity: A Study of Brazilian<br />

Manufacturers 1986-1998 (March 2004). CESifo Working Paper Series No. 1148.<br />

CESifo Group, Munich. Disponível em SSRN: http://ssrn.com/abstract=525924<br />

NSF, (2007). “Advancing Measures of Innovation Knowledge: Flows, Business<br />

Metrics, and Measurement Strategies.” 6-7 June 2006, Workshop Report, NSF 07-<br />

306, January 2007<br />

95


OECD, (2005). Science, Technology and Industry Scoreboard.<br />

OLLEY, S. and PAKES, A. (1996). “The Dynamics of Productivity in the<br />

Telecommunications Equipment Industry”, Econometrica, 64 (6), 1263–1298.<br />

ORNAGHI, C., (2006). “Assessing the effects of measurement errors on the<br />

estimation of production functions,” Journal of Applied Econometrics, 21, no 6, p.<br />

879-891<br />

PETRIN, A., POI, B. P. e LEVINSOHN, J., (2004). “Production function estimation in<br />

Stata using inputs to control for unobservables,” Stata Journal, 4, no2, p. 113-123,<br />

SCHUMPETER, J. A. (1997). Os Economistas – Teoria do Desenvolvimento<br />

Econômico. Editora Nova Cultural. São Paulo, 1997.<br />

SMITH, A. (1996). Os Economistas – A Riqueza <strong>da</strong>s Nações: Investigação Sobre<br />

sua Natureza e suas Causas. Volumes I e II, Editora Nova Cultural. São Paulo,<br />

1996.<br />

SOLOW, R. M., (1957). “Technical Change and the Aggregate Production Function.”<br />

The Review of Economics and Statistics, Vol. 39, No. 3. (Aug., 1957), pp. 312-320.<br />

VAN BIESEBROECK, J. (2005). "Robustness of Productivity Estimates." Journal of<br />

Industrial Economics, 55, 3 (September 2005): 529-69.<br />

WOOLDRIDGE, J. M., 2009. "On estimating firm-level production functions using<br />

proxy variables to control for unobservables," Economics Letters, Elsevier, vol.<br />

104(3), pages 112-114, September.<br />

YASAR, M., RACIBORSKI, R. e POI, B., (2008), “Production function estimation in<br />

Stata using the Olley and Pakes method,” Stata Journal, 8, no 2, p. 221-231,<br />

96


APÊNDICE A<br />

Tabela 1: Variáveis utiliza<strong>da</strong>s para exercício em painel referente aos anos <strong>de</strong> 1996 a<br />

2005 oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s bases PIA, RAIS, capital k (ALVES e SILVA, 2008) e<br />

empr_ano (COSTA et al., 2006). ......................................................................99<br />

Tabela 2: Variáveis construí<strong>da</strong>s e/ou gera<strong>da</strong>s no STATA para exercício em painel<br />

referente aos anos <strong>de</strong> 1996 a 2005 a partir <strong>da</strong>quelas referi<strong>da</strong>s na tabela 1. ..100<br />

Tabela 3: Regressões ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s tabelas 1 e 2 <strong>de</strong>ste Apêndice e<br />

as respectivas variáveis gera<strong>da</strong>s como resultado...........................................102<br />

Tabela 4: Variáveis utiliza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> PINTEC, RAIS e SECEX para exercício <strong>de</strong> pseudo-<br />

painel referente aos anos <strong>de</strong> 2000, 2003 e 2005............................................104<br />

Tabela 5: variáveis construí<strong>da</strong>s e/ou gera<strong>da</strong>s no STATA para exercício <strong>de</strong> pseudo-<br />

painel referente aos anos <strong>de</strong> 2000, 2003 e 2005, a partir <strong>da</strong>quelas referi<strong>da</strong>s na<br />

Tabela 4..........................................................................................................106<br />

Tabela 6: Regressões ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s tabelas 4 e 5 <strong>de</strong>ste Apêndice e<br />

as respectivas variáveis gera<strong>da</strong>s como resultado...........................................107<br />

Tabela 7: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, MQO. A&B e B&B<br />

sobre o setor 17..............................................................................................108<br />

Tabela 8: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 18..............................................................................................109<br />

Tabela 9: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 20..............................................................................................110<br />

Tabela 10: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 36..............................................................................................111<br />

Tabela 11: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 30..............................................................................................112<br />

Tabela 12: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 32..............................................................................................113<br />

Tabela 13: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 34..............................................................................................114<br />

97


Tabela 14: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 35..............................................................................................115<br />

Tabela 13: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 17..................116<br />

Tabela 14: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 18..................116<br />

Tabela 15: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 20..................117<br />

Tabela 18: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 36..................117<br />

Tabela 17: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 30..................118<br />

Tabela 18: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 32..................118<br />

Tabela 19: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 34..................119<br />

Tabela 20: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 35..................119<br />

98


Tabela 1: Variáveis utiliza<strong>da</strong>s para exercício em painel referente aos anos <strong>de</strong> 1996 a<br />

2005 oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s bases PIA, RAIS, capital k (ALVES e SILVA, 2008) e<br />

empr_ano (COSTA et al., 2006).<br />

Variável Conceito Código <strong>da</strong> variável Base <strong>de</strong> origem<br />

empresa_ I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> empresa empresa_fic PIA\EMPRESA<br />

pesof Peso Amostral pesof PIA\EMPRESA<br />

po Pessoal Ocupado x02 PIA\EMPRESA<br />

vti Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial x32 PIA\EMPRESA<br />

rlv Receita Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong>s x14 PIA\EMPRESA<br />

sal Salários x09 PIA\EMPRESA<br />

sal_ind Salários do Pessoal x10 PIA\EMPRESA<br />

combust Gasto com Combustíveis v00053 PIA\EMPRESA<br />

energia Gastos com Energia v00054 PIA\EMPRESA<br />

mat_prim Gastos com Matéria-prima x26 PIA\EMPRESA<br />

V0210 Ativos v0210 PIA\EMPRESA<br />

inv_aq Aquisições x52 PIA\EMPRESA<br />

inv_mel Melhorias x53 PIA\EMPRESA<br />

baixas Baixa x54 PIA\EMPRESA<br />

cnae2 CNAE a dois dígitos cnae2 PIA\EMPRESA<br />

cnae3 CNAE a três dígitos cnae3 PIA\EMPRESA<br />

cnae4 CNAE a quatro dígitos cnae4 PIA\EMPRESA<br />

pia Origem dos <strong>da</strong>dos (1=PIA) pia PIA\EMPRESA<br />

ano ANO ano PIA\EMPRESA<br />

k Estoque <strong>de</strong> Capital k CAPITAL<br />

empr_ano I<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> empresa Empr_Anos RAIS<br />

99


100<br />

Tabela 2: Variáveis construí<strong>da</strong>s e/ou gera<strong>da</strong>s no STATA para exercício em painel<br />

referente aos anos <strong>de</strong> 1996 a 2005 a partir <strong>da</strong>quelas referi<strong>da</strong>s na tabela 1.<br />

Variável Conceito Descrição<br />

Inv sum(x52, x53) Investimentos são a soma <strong>de</strong> Aquisições e Melhorias<br />

inv_liq sum(inv, -x54) Investimentos líquidos são os Investimentos menos as Baixas<br />

rel_k k/vti Relação Capital sobre Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial<br />

rel_k_rlv k/rlv Relação Capital sobre Receita Líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong>s<br />

produtiv_sal vti/sal_ind<br />

produtiv_po vti/po<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

surv<br />

empr_ano if<br />

empr_ano!=.<br />

1 if i<strong>da</strong><strong>de</strong>!=. &<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> > 1 &<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>[_n-1]!=.<br />

Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> medi<strong>da</strong> como Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial<br />

dividi<strong>da</strong> pelo total dos salários na Indústria<br />

Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> medi<strong>da</strong> como Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial<br />

dividi<strong>da</strong> pelo número <strong>de</strong> pessoas ocupa<strong>da</strong>s<br />

I<strong>da</strong><strong>de</strong> é igual ao tempo <strong>de</strong> emprego do empregado mais antigo<br />

A empresa sobreviveu se i<strong>da</strong><strong>de</strong> é diferente <strong>de</strong> vazio E i<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

maior que 1 E a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> empresa no período anterior é<br />

diferente <strong>de</strong> vazio.<br />

exit 1 – surv A saí<strong>da</strong> é o complemento <strong>da</strong> sobrevivência<br />

mat_d<br />

mat_prim *<br />

<strong>de</strong>f_igp<br />

Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

trab_d sal_ind *<strong>de</strong>f_ipc Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

prod_d vti * <strong>de</strong>f_igp Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

rec_d rlv * <strong>de</strong>f_igp Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

comb_d<br />

ener_d<br />

combust *<br />

<strong>de</strong>f_comb<br />

energia *<br />

<strong>de</strong>f_comb<br />

Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

inv_d inv * <strong>de</strong>f_igp Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

invl_d inv_liq * <strong>de</strong>f_igp Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

cap_d k * <strong>de</strong>f_igp Variáveis <strong>de</strong>flaciona<strong>da</strong>s<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> ln(i<strong>da</strong><strong>de</strong>) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnmat ln(1+mat_prim) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lntrab ln(1+sal_ind) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnprod ln(1+vti) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnrec ln(1+1rlv) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lncomb ln(1+combust) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnener ln(1+energia) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lninv ln(1+inv) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lninvl ln(1+inv_liq) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lncap ln(1+k) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnmat_d ln(1+mat_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lntrab_d ln(1+trab_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnprod_d ln(1+prod_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis


lnrec_d ln(1+rec_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lncomb_d ln(1+comb_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnener_d ln(1+ener_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lninv_d ln(1+inv_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lninvl_d ln(1+invl_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

lncap_d ln(1+cap_d) Logaritmos <strong>da</strong>s variáveis<br />

101


Tabela 3: Regressões ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s tabelas 1 e 2 <strong>de</strong>ste Apêndice e<br />

as respectivas variáveis gera<strong>da</strong>s como resultado.<br />

xi: opreg lnprod, exit(exit) state(lncap lni<strong>da</strong><strong>de</strong>) proxy(lninvl) free(lntrab lnmat lncomb lnener)<br />

cvars(i.ano)<br />

gen produtiv_op_XX = exp(lnprod - b1*lncap - b2*lntrab - b3*lni<strong>da</strong><strong>de</strong> - b4*lnmat - b5*lncomb -<br />

b6*lnener)<br />

opreg lnprod_d, exit(exit) state(lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong>) proxy(lninvl_d) free(lntrab_d lnmat_d lncomb_d<br />

lnener_d) cvars(ano)<br />

gen produtiv_op_XX_d = exp(lnprod_d - b1d*lncap_d - b2d*lntrab_d - b3d*lni<strong>da</strong><strong>de</strong> - b4d*lnmat_d -<br />

b5d*lncomb_d - b6d*lnener_d)<br />

reg lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d ano<br />

gen produtiv_ols_XX_d = exp(resid_ols_17_d)<br />

xtreg lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d ano, fe rob<br />

gen produtiv_fe_XX_d = exp(resid_fe_17_d)<br />

reg lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d lninvl_d ano<br />

gen produtiv_olsi_XX_d = exp(resid_olsi_17_d)<br />

xtabond lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d, twostep<br />

gen produtiv_ab_XX_d = exp(resid_ab_17_d)<br />

xtabond2 lnprod_d l.lnprod_d l.l.lnprod_d lntrab_d l.lntrab_d l.l.lntrab_d lncap_d l.lncap_d l.l.lncap_d<br />

lninvl_d l.lninvl_d l.l.lninvl_d lnmat_d l.lnmat_d l.l.lnmat_d lnener_d l.lnener_d l.l.lnener_d<br />

lncomb_d l.lncomb_d l.l.lncomb_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong>, gmmstyle(lnprod_d l.lnprod_d<br />

l.l.lnprod_d lntrab_d l.lntrab_d l.l.lntrab_d lncap_d l.lncap_d l.l.lncap_d lninvl_d l.lninvl_d<br />

l.l.lninvl_d lnmat_d l.lnmat_d l.l.lnmat_d lnener_d l.lnener_d l.l.lnener_d lncomb_d l.lncomb_d<br />

l.l.lncomb_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong>, laglimits(1 2)) twostep noleveleq nomata<br />

gen produtiv_bb_17_d = exp(resid_bb_17_d)<br />

levpet lnprod, free(lntrab lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lninvl lnener lncomb) proxy(lnmat) capital(lncap) reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_mat, omega<br />

levpet lnprod_d, free(lntrab_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lninvl_d lnener_d lncomb_d) proxy(lnmat_d) capital(lncap_d)<br />

reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_d_mat, omega<br />

levpet lnprod, free(lntrab lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lninvl lnener lnmat) proxy(lncomb) capital(lncap) reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_comb, omega<br />

levpet lnprod_d, free(lntrab_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lninvl_d lnener_d lnmat_d) proxy(lncomb_d) capital(lncap_d)<br />

reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_d_comb, omega<br />

levpet lnprod, free(lntrab lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lninvl lnmat lncomb) proxy(lnener) capital(lncap) reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_ener, omega<br />

102


Tabela 3: cont.<br />

levpet lnprod_d, free(lntrab_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lninvl_d lnmat_d lncomb_d) proxy(lnener_d) capital(lncap_d)<br />

reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_d_ener, omega<br />

levpet lnprod, free(lntrab lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnener lnmat lncomb) proxy(lninvl) capital(lncap) reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_inv, omega<br />

levpet lnprod_d, free(lntrab_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnener_d lnmat_d lncomb_d) proxy(lninvl_d) capital(lncap_d)<br />

reps(200)<br />

predict produtiv_LP_XX_d_inv_d, omega<br />

reg lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d ano<br />

gen produtiv_ols_XX_d = exp(resid_ols_17_d)<br />

xtreg lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d ano, fe rob<br />

gen produtiv_fe_XX_d = exp(resid_fe_17_d)<br />

reg lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d lninvl_d ano<br />

gen produtiv_olsi_XX_d = exp(resid_olsi_17_d)<br />

xtabond lnprod_d lntrab_d lncap_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> lnmat_d lncomb_d lnener_d, twostep<br />

gen produtiv_ab_X_d = exp(resid_ab_17_d)<br />

xtabond2 lnprod_d l.lnprod_d l.l.lnprod_d lntrab_d l.lntrab_d l.l.lntrab_d lncap_d l.lncap_d l.l.lncap_d<br />

lninvl_d l.lninvl_d l.l.lninvl_d lnmat_d l.lnmat_d l.l.lnmat_d lnener_d l.lnener_d l.l.lnener_d<br />

lncomb_d l.lncomb_d l.l.lncomb_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong>, gmmstyle(lnprod_d l.lnprod_d<br />

l.l.lnprod_d lntrab_d l.lntrab_d l.l.lntrab_d lncap_d l.lncap_d l.l.lncap_d lninvl_d l.lninvl_d<br />

l.l.lninvl_d lnmat_d l.lnmat_d l.l.lnmat_d lnener_d l.lnener_d l.l.lnener_d lncomb_d l.lncomb_d<br />

l.l.lncomb_d lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong> l.l.lni<strong>da</strong><strong>de</strong>, laglimits(1 2)) twostep noleveleq nomata<br />

gen produtiv_bb_XX_d = exp(resid_bb_17_d)<br />

103<br />

Notas:<br />

1) XX – Setor sobre o qual foi ro<strong>da</strong><strong>da</strong> a regressão, po<strong>de</strong>ndo assumir os valores 17, 18, 20, 30, 32,<br />

34, 35 e 36.<br />

2) reg – regressão por mínimos quadrados ordinários.<br />

3) xtreg – regressão <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos em painel consi<strong>de</strong>rando efeitos fixos.<br />

4) xtabond – procediemento <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> Arellano e Bond (1991).<br />

5) xtabond2 – procedimento <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> Blun<strong>de</strong>ll e Bond (2000).<br />

6) opreg – procedimento <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> Olley e Pakes (1996), ver YASAR et al.(2008).<br />

7) levpet – procedimento <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> Levinsohn e Petrin (2003, ver PETRIN et al.(2004).


104<br />

Tabela 4: Variáveis utiliza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> PINTEC, RAIS e SECEX para exercício <strong>de</strong> pseudopainel<br />

referente aos anos <strong>de</strong> 2000, 2003 e 2005<br />

Variável Conceito<br />

Código<br />

<strong>da</strong> variável<br />

Base <strong>de</strong><br />

origem<br />

empresa_ I<strong>de</strong>ntificador <strong>da</strong> empresa empresa_fic PINTEC<br />

ano Ano ano PINTEC<br />

pesof Pesa <strong>da</strong> empresa na amostra pesofim PINTEC<br />

v1<br />

v10<br />

v11<br />

v16<br />

v17<br />

v22<br />

v23<br />

Origem do capital controlador <strong>da</strong> empresa:<br />

1=Nacional; 2=Estrangeiro;3=Misto<br />

A empresa introduziu produto tecnologicamente novo ou<br />

significativamente aperfeiçoado para a empresa, mas já<br />

existente no mercado nacional?<br />

A empresa introduziu produto tecnologicamente novo ou<br />

significativamente aperfeiçoado para o mercado nacional?<br />

A empresa introduziu processo tecnologicamente novo ou<br />

significativamente aperfeiçoado para a empresa, mas já<br />

existente no setor no Brasil?<br />

A empresa introduziu processo tecnológicamente novo ou<br />

significativamente aperfeiçoado para o setor no Brasil?<br />

A empresa tinha algum projeto ain<strong>da</strong> incompleto para<br />

<strong>de</strong>senvolver ou introduzir produto ou processo<br />

tecnologicamente novo ou aprimorado?<br />

A empresa realizou algum projeto para <strong>de</strong>senvolver ou<br />

introduzir produto ou processo tecnologicamente novo ou<br />

aprimorado, mas que foi abandonado?<br />

v1 PINTEC<br />

v10 PINTEC<br />

v11 PINTEC<br />

v16 PINTEC<br />

v17 PINTEC<br />

v22 PINTEC<br />

v23 PINTEC<br />

v31 Valor dos dispêndios em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> INTERNA <strong>de</strong> P&D v31 PINTEC<br />

v32 Valor dos dispêndios na aquisição externa <strong>de</strong> P&D v32 PINTEC<br />

v33<br />

v34<br />

Valor dos dispêndios na aquisição <strong>de</strong> outros conhecimentos<br />

externos<br />

Valor dos dispêndios na aquisição <strong>de</strong> máquinas e<br />

equipamentos<br />

v33 PINTEC<br />

v34 PINTEC<br />

v35 Valor dos dispêndios em treinamento v35 PINTEC<br />

v36<br />

v37<br />

Valor dos dispêndios na introdução <strong>da</strong>s inovações<br />

tecnológicas no mercado<br />

Valor dos dispêndios em projeto industrial e outras<br />

preparações técnicas<br />

v36 PINTEC<br />

v37 PINTEC<br />

poe Pessoal Ocupado poe PINTEC<br />

recto Receita Total recto PINTEC<br />

conm Consumo <strong>de</strong> Matérias-primas conm PINTEC<br />

sal Gasto com Salários sal PINTEC<br />

gast Gastos totais gast PINTEC<br />

vti Valor <strong>da</strong> Transformação Industrial vti PINTEC<br />

vbpi Valor Bruto <strong>da</strong> Produção Industrial vbpi PINTEC<br />

coi Custo <strong>da</strong>s Operações Industriais coi PINTEC


ano2000 Deflator (base 2005) ano2000 PINTEC<br />

ano2003 Deflator (base 2005) ano2003 PINTEC<br />

ano2005 Deflator (base 2005) ano2005 PINTEC<br />

prop 3gr Proporção dos Empregados com 3º Grau Prop_3Grau RAIS<br />

tempo_es Tempo <strong>de</strong> Estudo Médio dos Empregados (em anos)<br />

Tempo_Estu<br />

do_Me<br />

RAIS<br />

Imp Importações (FOB) imp SECEX<br />

exp Exportações (FOB) exp SECEX<br />

105


Tabela 5: variáveis construí<strong>da</strong>s e/ou gera<strong>da</strong>s no STATA para exercício <strong>de</strong> pseudopainel<br />

referente aos anos <strong>de</strong> 2000, 2003 e 2005, a partir <strong>da</strong>quelas<br />

referi<strong>da</strong>s na Tabela 4<br />

Variável Conceito Código <strong>da</strong> variável<br />

GAS_PD_INT v31/recto Gasto em P&D interna sobre Receita<br />

AQUIS_PD v32/recto Gasto em Aquisição <strong>de</strong> P&D sobre Receita<br />

AQUIS_OUT v33/recto Gasto em Aquisição <strong>de</strong> Outros<br />

Conhecimentos sobre Receita<br />

AQUIS_ME v34/recto Gasto em Aquisição <strong>de</strong> Máquinas e<br />

Equipamentos sobre Receita<br />

TREINAM v35/recto Gasto em Aquisição <strong>de</strong> Treinamento sobre<br />

Receita<br />

INT_INOV v36/recto Gasto com Introdução <strong>de</strong> Inovação no<br />

Mercado sobre Receita<br />

106<br />

PROJ_IND v37/recto Gasto Projetos e Outras Preparações sobre<br />

Receita<br />

inov_prod 1 if v10==1 | v11==1; 0, cc Indica se inovou em produto<br />

inov_proc 1 if v16==1 | v17==1; 0, cc Indica se inovou em processo<br />

ied 0 if v1==1; 1, cc Indica se recebeu IED<br />

lnv31 ln(v31) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnv32 ln(v32) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnv33 ln(v33) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnv34 ln(v34) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnv35 ln(v35) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnv36 ln(v36) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnv37 ln(v37) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lntempo_es ln(tempo_es) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnimp ln(imp) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnexp ln(exp) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> ln(i<strong>da</strong><strong>de</strong>) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnprod_op_XX_d ln(produtiv_op_XX_d) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

lnprod_LP_XX_d_mat ln(produtiv_LP_XX_d_mat) Logaritmo <strong>da</strong>s variáveis<br />

Nota: XX – Setor sobre o qual foi ro<strong>da</strong><strong>da</strong> a regressão, po<strong>de</strong>ndo assumir os valores 17, 18, 20, 30, 32,<br />

34, 35 e 36.


Tabela 6: Regressões ro<strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s tabelas 4 e 5 <strong>de</strong>ste Apêndice e<br />

as respectivas variáveis gera<strong>da</strong>s como resultado.<br />

probit inov GAS_PD_INT AQUIS_PD AQUIS_OUT AQUIS_ME TREINAM INT_INOV PROJ_IND<br />

tempo_es if cnae2=="XX"<br />

probit inov GAS_PD_INT AQUIS_PD AQUIS_OUT AQUIS_ME TREINAM INT_INOV PROJ_IND<br />

tempo_es i<strong>da</strong><strong>de</strong> if cnae2=="XX"<br />

probit inov GAS_PD_INT AQUIS_PD AQUIS_OUT AQUIS_ME TREINAM INT_INOV PROJ_IND<br />

tempo_es ied if cnae2=="XX"<br />

probit inov GAS_PD_INT AQUIS_PD AQUIS_OUT AQUIS_ME TREINAM INT_INOV PROJ_IND<br />

tempo_es ied imp exp if cnae2=="XX"<br />

reg lnprod_op_XX_d inov_prod inov_proc lntempo_es lni<strong>da</strong><strong>de</strong> ied lnexp lnimp<br />

reg lnprod_LP_XX_d_mat inov_prod inov_proc lntempo_es lni<strong>da</strong><strong>de</strong> ied lnexp lnimp<br />

107<br />

Notas:<br />

1) XX – Setor sobre o qual foi ro<strong>da</strong><strong>da</strong> a regressão, po<strong>de</strong>ndo assumir os valores 17, 18, 20, 30, 32,<br />

34, 35 e 36.<br />

2) reg – regressão por mínimos quadrados ordinários.<br />

3) probit – regressão por mo<strong>de</strong>lo Probit.


Tabela 7: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, MQO. A&B e B&B<br />

sobre o setor 17.<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

0,0631103<br />

(1,86)<br />

-0,4070111<br />

(-24,90)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,2218869<br />

(-19,80)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,828868<br />

(66,87)<br />

0,6949386<br />

(18,62)<br />

0,8081254<br />

(66,27)<br />

0,6472758<br />

(9,64)<br />

0,094336<br />

(2,47)<br />

L1.lntrab_d/<br />

0,1458869<br />

(4,13)<br />

L2.lntrab_d<br />

0,1153067<br />

(3,52)<br />

lncap_d /D1.<br />

0,3151249<br />

(19,35)<br />

0,3902888<br />

(4,22)<br />

0,2672441<br />

(15,19)<br />

0,4211227<br />

(2,37)<br />

0,5265508<br />

(1,67)<br />

L1.lncap_d<br />

-0,0249013<br />

(-0,18)<br />

L2.lncap_d<br />

0,0818445<br />

(0,76)<br />

Lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

-0,005668<br />

(-0,18)<br />

0,5102865<br />

(2,28)<br />

0,0287842<br />

(0,88)<br />

-0,0315874<br />

(0,09)<br />

-7,788916<br />

(-0,98)<br />

L1.Lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-7,284776<br />

(-0,58)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

11,66081<br />

(2,20)<br />

lnmat_d /D1.<br />

0,0303466<br />

(5,10)<br />

0,0905616<br />

(5,42)<br />

0,0253452<br />

(4,29)<br />

0,0594628<br />

(2,43)<br />

-0,0347572<br />

(-1,66)<br />

L1.lnmat_d<br />

0,0036839<br />

(0,26)<br />

L2.lnmat_d<br />

-0,0090339<br />

(-0,90)<br />

lncomb_d /D1.<br />

0,0009412<br />

(0,24)<br />

0,00598<br />

(1,02)<br />

-0,0017553<br />

(-0,45)<br />

-0,0071141<br />

(-1,02)<br />

-0,0219704<br />

(-1,91)<br />

L1.lncomb_d<br />

-0,003862<br />

(-0,57)<br />

L2.lncomb_d<br />

-0,0078787<br />

(-1,75)<br />

lnener_d /D1.<br />

0,0142702<br />

(2,31)<br />

0,0232838<br />

(2,31)<br />

0,0125978<br />

(2,04)<br />

0,0158376<br />

(1,25)<br />

0,0140567<br />

(0,88)<br />

L1.lnener_d<br />

0,0152318<br />

(1,37)<br />

L2.lnener_d<br />

0,0051396<br />

(0,65)<br />

lninvl_d /D1.<br />

0,03439<br />

(8,59)<br />

-0,0436368<br />

(-3,13)<br />

L1.lninvl_d<br />

-0,0182156<br />

(-2,10)<br />

L2.lninvl_d<br />

-0,0037862<br />

(-0,69)<br />

ano<br />

0,0073607<br />

(1,06)<br />

-0,0744798<br />

(-5,59)<br />

0,0094727<br />

(1,35)<br />

_cons<br />

-16,89273<br />

(-1,21)<br />

145,0734<br />

(5,62)<br />

-20,3346<br />

(-1,45)<br />

(-,0653385<br />

(-2,58)<br />

Number of obs/gr. 11779 2599(gr.) 10708 6916 3789<br />

F / Sargan 1682,83 178,24 1495,52 58,65 1201,26<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,0074 0,000<br />

R-squared / AR1 0,5002 0,4672 0,5279 0,0000 0,032<br />

Adj R-squared/AR2 0,4999 0,5276 0,2588 0,033<br />

108


Tabela 8: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 18.<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

0,0900546<br />

(4,79)<br />

-0,3509917<br />

(-21,49)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,1705129<br />

(-15,50)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,8233756<br />

(88,78)<br />

0,7675262<br />

(32,05)<br />

0,821364<br />

(87,81)<br />

0,6875918<br />

(17,17)<br />

0,1465574<br />

(1,6)<br />

L1.lntrab_d/<br />

0,134883<br />

(3,46)<br />

L2.lntrab_d<br />

0,1079868<br />

(3,87)<br />

lncap_d /D1.<br />

0,4367458<br />

(32,26)<br />

0,2302299<br />

(2,52)<br />

0,3817906<br />

(26,22)<br />

0,2542926<br />

(1,53)<br />

-0,5113597<br />

(-0,91)<br />

L1.lncap_d<br />

-0,4235486<br />

(-1,57)<br />

L2.lncap_d<br />

0,1514635<br />

(0,5)<br />

Lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

0,0408406<br />

(1,66)<br />

0,0015188<br />

(0,01)<br />

0,0605722<br />

(2,42)<br />

-0,0676618<br />

(-0,31)<br />

0,5353776<br />

(0,06)<br />

L1.Lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-14,31027<br />

(-1,05)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

10,46954<br />

(1,83)<br />

lnmat_d /D1.<br />

-0,0323015<br />

(-9,57)<br />

0,0356528<br />

(4,37)<br />

-0,0347115<br />

(-10,24)<br />

0,0376617<br />

(3,31)<br />

0,013844<br />

(0,41)<br />

L1.lnmat_d<br />

0,0262909<br />

(1,57)<br />

L2.lnmat_d<br />

0,0027727<br />

(0,24)<br />

lncomb_d /D1.<br />

0,0023761<br />

(0,58)<br />

0,0087995<br />

(1,44)<br />

0,0007527<br />

(0,18)<br />

0,0085505<br />

(1,09)<br />

0,0081925<br />

(0,36)<br />

L1.lncomb_d<br />

0,0058286<br />

(0,43)<br />

L2.lncomb_d<br />

0,0018284<br />

(0,19)<br />

lnener_d /D1.<br />

0,0326147<br />

(7,44)<br />

0,0279752<br />

(4,23)<br />

0,029499<br />

(6,66)<br />

0,0190647<br />

(2,14)<br />

0,0119045<br />

(0,59)<br />

L1.lnener_d<br />

0,0072701<br />

(0,56)<br />

L2.lnener_d<br />

-0,000659<br />

(-0,07)<br />

lninvl_d /D1.<br />

0,0336438<br />

(11,19)<br />

-0,070866<br />

(-3,67)<br />

L1.lninvl_d<br />

-0,0218362<br />

(-2,01)<br />

L2.lninvl_d<br />

-0,0125387<br />

-1,81)<br />

ano<br />

0,0304014<br />

(6,16)<br />

-0,022242<br />

(-1,78)<br />

0,0326408<br />

(6,51)<br />

_cons<br />

-64,15935<br />

(-6,49)<br />

43,98233<br />

(1,79)<br />

-68,00644<br />

(-6,77)<br />

-,0700406<br />

(-3,36)<br />

Number of obs/gr. 28887 28887 27545 14901 8934<br />

F / Sargan 2139,22 297,53 1860,32 86,95 2001,36<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,000<br />

R-squared / AR1 0,3415 0,3272 0,3509 0,0000 0,000<br />

Adj R-squared/AR2 0,3413 0,3507 0,0902 0,218<br />

109


Tabela 9: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 20.<br />

110<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

0,0620527<br />

(1,84)<br />

-0,4069285<br />

(-18,52)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,1465808<br />

(-9,84)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,8530895<br />

(76,04)<br />

0,846348<br />

(28,66)<br />

0,8534873<br />

(75,31)<br />

0,8502417<br />

(17,27)<br />

0,4892602<br />

(7,57)<br />

L1.lntrab_d/<br />

0,4211319<br />

(8,80)<br />

L2.lntrab_d<br />

0,2785007<br />

(5,54)<br />

lncap_d /D1.<br />

0,3835434<br />

(26,29)<br />

0,4498288<br />

(5,85)<br />

0,3187281<br />

(19,69)<br />

0,4672906<br />

(2,61)<br />

-0,0484317<br />

(-0,13)<br />

L1.lncap_d<br />

-0,1553502<br />

(-1,31)<br />

L2.lncap_d<br />

0,1829835<br />

(1,67)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

-0,02468<br />

(-0,99)<br />

0,5438568<br />

(3,01)<br />

-0,0068611<br />

(-0,27)<br />

0,2380891<br />

(0,75)<br />

-64,8348<br />

21,76356)<br />

L1.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

92,06511<br />

34,18233)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-30,88654<br />

13,16895)<br />

lnmat_d /D1.<br />

0,0604257<br />

(9,19)<br />

0,0747486<br />

(5,02)<br />

0,0566732<br />

(8,43)<br />

0,0622246<br />

(2,96)<br />

-0,0850513<br />

(-3,03)<br />

L1.lnmat_d<br />

-0,0398529<br />

(-2,13)<br />

L2.lnmat_d<br />

-0,025008<br />

(-1,64)<br />

lncomb_d /D1.<br />

0,0170571<br />

(5,90)<br />

0,0084719<br />

(2,06)<br />

0,0184386<br />

(6,23)<br />

0,0062918<br />

(1,16)<br />

-0,0024631<br />

(0,0110245)<br />

L1.lncomb_d<br />

0,0082999<br />

(0,0064669)<br />

L2.lncomb_d<br />

0,003696<br />

(0,0048864)<br />

lnener_d /D1.<br />

0,0068172<br />

(1,57)<br />

0,0029162<br />

(0,39)<br />

0,0060133<br />

(1,37)<br />

0,0176277<br />

(1,70)<br />

-0,033322<br />

(0,0156787)<br />

L1.lnener_d<br />

-0,01486<br />

(0,0105628)<br />

L2.lnener_d<br />

-,0039725<br />

(0,0072869)<br />

lninvl_d /D1.<br />

0,0276939<br />

(8,95)<br />

-0,0365565<br />

(-2,88)<br />

L1.lninvl_d<br />

-,0085989<br />

(-1,16)<br />

L2.lninvl_d<br />

-,0092905<br />

(-1,88)<br />

ano<br />

0,0037948<br />

(0,69)<br />

-0,0831629<br />

(-6,65)<br />

0,0071182<br />

(1,25)<br />

_cons<br />

-11,28721<br />

(-1,02)<br />

160,2621<br />

(6,59)<br />

-17,14985<br />

(-1,51)<br />

-0,1160152<br />

(-4,78)<br />

Number of obs / gr. 14118 14118 13114 7532 4140<br />

F / Sargan 2301,69 413,39 2007,73 94,22 840,46<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,000<br />

R-squared / AR1 0,5331 0,5063 0,5507 0,0000 0,021<br />

Adj R-squared/AR2 0.5329 0,5504 0,0729 0,047


Tabela 10: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 36.<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

0,1234261<br />

(4,22)<br />

-0,3723152<br />

(-18,61)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,1832824<br />

(-12,37)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,8595081<br />

(78,35)<br />

0,8121563<br />

(26,09)<br />

0,860226<br />

(77,77)<br />

0,758862<br />

(15,19)<br />

0,2635448<br />

(3,48)<br />

L1.lntrab_d/<br />

0,1693534<br />

(4,00)<br />

L2.lntrab_d<br />

0,1652181<br />

(3,40)<br />

lncap_d /D1.<br />

0,3939328<br />

(33,11)<br />

0,2944721<br />

(5,67)<br />

0,3149337<br />

(23,31)<br />

0,3373555<br />

(3,38)<br />

0,7121028<br />

(2,49)<br />

L1.lncap_d<br />

0,0353754<br />

(0,33)<br />

L2.lncap_d<br />

-0,0468348<br />

(-0,49)<br />

Lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

0,082902<br />

(3,65)<br />

0,2448116<br />

(1,56)<br />

0,1211534<br />

(5,24)<br />

0,1114553<br />

(0,38)<br />

-124,1729<br />

(-2,99)<br />

L1.Lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

179,8858<br />

(2,77)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-61,83259<br />

(-2,53)<br />

lnmat_d /D1.<br />

0,0223047<br />

(3,72)<br />

0,07522<br />

(4,45)<br />

0,0151115<br />

(2,50)<br />

0,0369807<br />

(1,86)<br />

-0,0854563<br />

(-2,17)<br />

L1.lnmat_d<br />

0,0173471<br />

(0,91)<br />

L2.lnmat_d<br />

-0,002174<br />

(-0,15)<br />

lncomb_d /D1.<br />

-0,0019784<br />

(-0,62)<br />

-0,0001695<br />

(-0,04)<br />

-0,0010459<br />

(-0,32)<br />

-0,0031382<br />

(-0,53)<br />

0,0102754<br />

(0,77)<br />

L1.lncomb_d<br />

0,0039007<br />

(0,53)<br />

L2.lncomb_d<br />

0,0024599<br />

(0,44)<br />

lnener_d /D1.<br />

0,0182555<br />

(3,84)<br />

0,0284352<br />

(3,92)<br />

0,0137594<br />

(2,85)<br />

0,0293665<br />

(3,05)<br />

0,0130704<br />

(0,68)<br />

L1.lnener_d<br />

0,0060818<br />

(0,55)<br />

L2.lnener_d<br />

0,0143989<br />

(1,86)<br />

lninvl_d /D1.<br />

0,0374578<br />

(12,89)<br />

-0,025434<br />

(-1,95)<br />

L1.lninvl_d<br />

-0,0094964<br />

(-1,18)<br />

L2.lninvl_d<br />

0,0023509<br />

(0,47)<br />

ano<br />

-0,0210988<br />

(-4,38)<br />

-0,0724964<br />

(-6,47)<br />

-0,0145475<br />

(-2,95)<br />

_cons<br />

38,69327<br />

(4,02)<br />

142,225<br />

(6,52)<br />

26,46228<br />

(2,69)<br />

-0,0985426<br />

(-4,94)<br />

Number of obs/gr. 18108 18108 16925 9976 5724<br />

F / Sargan 2657,52 340,61 2341,74 54,01 1137,94<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,0210 0,000<br />

R-squared / AR1 0,5068 0,4972 0,5255 0,0000 0,000<br />

Adj R-squared/AR2 0,5067 0,5253 0,0175 0,960<br />

111


Tabela 11: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 30.<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

-0,0025796<br />

(-0,06)<br />

0,0043781<br />

(0,10)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,0617965<br />

(-1,40)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,6273108<br />

(18,55)<br />

0,5519153<br />

(5,18)<br />

0,7060308<br />

(21,29)<br />

0,5627212<br />

(4,82)<br />

0,3169205<br />

(7,55)<br />

L1.lntrab_d/<br />

-0,0387333<br />

(-0,56)<br />

L2.lntrab_d<br />

-0,1469352<br />

(-3,43)<br />

lncap_d /D1.<br />

0,3095659<br />

(6,46)<br />

-0,8498015<br />

(-0,98)<br />

0,2433409<br />

(5,11)<br />

01,051018<br />

(1,39)<br />

2,536474<br />

(3,81)<br />

L1.lncap_d<br />

-3,386068<br />

(-4,22)<br />

L2.lncap_d<br />

2,188654<br />

(3,35)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

-0,1291171<br />

(-1,05)<br />

-0,7508428<br />

(-0,78)<br />

-0,096378<br />

(-0,86)<br />

-2,163995<br />

(-1,86)<br />

31,0095<br />

(0,48)<br />

L1.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-61,03531<br />

(-0,63)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

27,81077<br />

(0,79)<br />

lnmat_d /D1.<br />

0,1718054<br />

(8,38)<br />

0,2141399<br />

(4,03)<br />

0,1225588<br />

(6,08)<br />

0,2030399<br />

(4,83)<br />

0,1462337<br />

(4,95)<br />

L1.lnmat_d<br />

0,0621499<br />

(2,70)<br />

L2.lnmat_d<br />

0,0462188<br />

(2,17)<br />

lncomb_d /D1.<br />

-0,0378871<br />

(-1,91)<br />

-0,0250292<br />

(-0,83)<br />

-0,0446064<br />

(-2,46)<br />

-0,0130982<br />

(-0,85)<br />

0,0691511<br />

(3,02)<br />

L1.lncomb_d<br />

-0,0173395<br />

(-1,30)<br />

L2.lncomb_d<br />

0,0155032<br />

(1,10)<br />

lnener_d /D1.<br />

,0264126<br />

(1,77<br />

,0421055<br />

(1,99<br />

,0288778<br />

(2,07<br />

,0314703<br />

(2,70<br />

,0079482<br />

(0,46)<br />

L1.lnener_d<br />

-,0407527<br />

(-2,78)<br />

L2.lnener_d<br />

-,00848<br />

(-0,47)<br />

lninvl_d /D1.<br />

,0259988<br />

(2,09)<br />

,0195629<br />

(1,44)<br />

L1.lninvl_d<br />

,0523711<br />

(2,88)<br />

L2.lninvl_d<br />

,0031886<br />

(0,27)<br />

ano<br />

-0,0389412<br />

(-1,63)<br />

-0,0358788<br />

(-0,55)<br />

-0,0435658<br />

(-2,00)<br />

_cons<br />

77,29974<br />

(1,61)<br />

91,86093<br />

(0,73)<br />

87,02767<br />

(1,99)<br />

-0,1074177<br />

(-1,33)<br />

Number of obs / gr. 841 841 760 439 228<br />

F / Sargan 182,63 21,97 199,19 35,28 234,83<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,4550 0,012<br />

R-squared / AR1 0,6055 0,1873 0,6797 0,0767 0,025<br />

Adj R-squared/AR2 0,6022 0,6763 0,1627 0,914<br />

112


Tabela 12: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 32.<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

-0,0314676<br />

(-0,790)<br />

-0,4840182<br />

(-163,11)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,0829849<br />

(-30,38)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,6443189<br />

(34,62)<br />

0,5330371<br />

(6,71)<br />

0,6595958<br />

(35,71)<br />

0,6944731<br />

(9,69)<br />

0,7483522<br />

(46,70)<br />

L1.lntrab_d/<br />

0,2601681<br />

(20,42)<br />

L2.lntrab_d<br />

0,1039131<br />

(12,31)<br />

lncap_d /D1.<br />

0,4069716<br />

(18,79)<br />

0,1672972<br />

(0,66)<br />

0,3696935<br />

(15,47)<br />

0,3885478<br />

(2,28)<br />

0,3621458<br />

(6,84)<br />

L1.lncap_d<br />

0,0475771<br />

(1,93)<br />

L2.lncap_d<br />

-0,3954107<br />

(-14,52)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

-0,0643615<br />

(-1,21)<br />

0,0291983<br />

(0,06)<br />

-0,0225478<br />

(-0,43)<br />

0,1107478<br />

(0,370)<br />

0,4704287<br />

(0,51)<br />

L1.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-9,363667<br />

(-5,23)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

6,523621<br />

(6,00)<br />

lnmat_d /D1.<br />

0,0667687<br />

(6,29)<br />

0,1488587<br />

(4,05)<br />

0,050582<br />

(4,75)<br />

0,0845201<br />

(2,49)<br />

0,0965725<br />

(13,47)<br />

L1.lnmat_d<br />

0,0742164<br />

(13,28)<br />

L2.lnmat_d<br />

0,0043461<br />

(2,33)<br />

lncomb_d /D1.<br />

-0,0087353<br />

(-1,13)<br />

0,0078543<br />

(0,80)<br />

-0,0097177<br />

(-1,26)<br />

0,0096245<br />

(1,00)<br />

-0,0245697<br />

(-7,91)<br />

L1.lncomb_d<br />

-0,0053877<br />

(-3,52)<br />

L2.lncomb_d<br />

-0,0080017<br />

(-6,42)<br />

lnener_d /D1.<br />

0,0171074<br />

(2,21)<br />

0,0231613<br />

(1,36)<br />

0,0115355<br />

(1,48)<br />

0,0208627<br />

(2,01)<br />

-0,0333212<br />

(-10,10)<br />

L1.lnener_d<br />

0,0140767<br />

(6,36)<br />

L2.lnener_d<br />

-0,0081525<br />

(-3,94)<br />

lninvl_d /D1.<br />

0,0325017<br />

(4,91)<br />

-0,0160686<br />

(-9,94)<br />

L1.lninvl_d<br />

0,0010688<br />

(0,650)<br />

L2.lninvl_d<br />

0,0054842<br />

(3,93)<br />

ano<br />

-0,0270262<br />

(-2,40)<br />

-0,0640899<br />

(-1,86)<br />

-0,0267399<br />

(-2,38)<br />

_cons<br />

53,17978<br />

(2,35)<br />

130,9776<br />

(1,99)<br />

52,89401<br />

(2,35)<br />

-0,119671<br />

(-4,30)<br />

Number of obs / gr. 2738 2738 2529 1507 790<br />

F / Sargan 720,56 33,31 659,14 40,21 387,01<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,2504 0,000<br />

R-squared / AR1 0,6488 0,6276 0,6766 0,0066 0,063<br />

Adj R-squared/AR2 0,6479 0,6756 0,4527 0,999<br />

113


Tabela 13: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 34.<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

0,0818742<br />

(1,35)<br />

-0,4279977<br />

(-35,83)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,1734227<br />

(-20,31)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,612862<br />

(54,56)<br />

0,5976101<br />

(11,42)<br />

0,6254061<br />

(54,85)<br />

0,6636299<br />

(10,44)<br />

0,2470718<br />

(8,00)<br />

L1.lntrab_d/<br />

0,2648426<br />

(8,76<br />

L2.lntrab_d<br />

0,0899282<br />

(7,34<br />

lncap_d /D1.<br />

0,3988274<br />

(31,57)<br />

0,2985442<br />

(4,11)<br />

0,3352927<br />

(23,84)<br />

0,1785643<br />

(1,72)<br />

0,3739589<br />

(2,26)<br />

L1.lncap_d<br />

-0,1421658<br />

(-1,40)<br />

L2.lncap_d<br />

-0,0037031<br />

(-0,04)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

0,0822268<br />

(2,98)<br />

0,3463537<br />

(1,45)<br />

0,0774816<br />

(2,78)<br />

-0,1556032<br />

(-0,36)<br />

0,4937502<br />

(0,65)<br />

L1.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-13,53814<br />

-(4,51)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

11,32499<br />

(4,48)<br />

lnmat_d /D1.<br />

0,0092865<br />

(2,11)<br />

0,0397655<br />

(4,36)<br />

0,0069078<br />

(1,52)<br />

0,0284888<br />

(3,04)<br />

0,0029175<br />

(0,31)<br />

L1.lnmat_d<br />

0,0089067<br />

(1,36)<br />

L2.lnmat_d<br />

0,0071594<br />

(1,54)<br />

lncomb_d /D1.<br />

0,0057639<br />

(1,86)<br />

0,0010433<br />

(0,28)<br />

0,0049877<br />

(1,58)<br />

-0,005018<br />

-(0,98)<br />

-0,0128407<br />

(-2,09)<br />

L1.lncomb_d<br />

-0,0033861<br />

(-1,02)<br />

L2.lncomb_d<br />

0,0013537<br />

(0,50)<br />

lnener_d /D1.<br />

0,0384683<br />

(7,54)<br />

0,0417588<br />

(4,91)<br />

0,0325946<br />

(6,31<br />

0,0430913<br />

(4,40<br />

0,0432038<br />

(4,35)<br />

L1.lnener_d<br />

0,0298869<br />

(4,69)<br />

L2.lnener_d<br />

0,0085963<br />

(1,72)<br />

lninvl_d /D1.<br />

0,0337538<br />

(9,93<br />

-0,0515605<br />

(-6,67)<br />

L1.lninvl_d<br />

-0,0305019<br />

(-5,85)<br />

L2.lninvl_d<br />

-0,0096465<br />

(-3,07)<br />

ano<br />

-0,0178231<br />

(-3,16)<br />

-0,0543919<br />

(-4,23)<br />

-0,013658<br />

-(2,39)<br />

_cons<br />

35,148<br />

(3,11)<br />

108,8555<br />

(4,35)<br />

27,44974<br />

(2,40)<br />

-0,0494331<br />

(-2,07)<br />

Number of obs / gr. 8219 8219 7601 4938 2811<br />

F / Sargan 2327,95 51,34 2065, 40 67,96 1036,29<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,0007 0,000<br />

R-squared / AR1 0,6649 0,6562 0,6852 0,0000 0,092<br />

Adj R-squared/AR2 0,6647 0,6848 0,4289 0,308<br />

114


Tabela 14: Resultados <strong>da</strong>s estimativas dos métodos MQO, FE, POLS. A&B e B&B<br />

sobre o setor 35.<br />

MQO Efeitos Fixos<br />

MQO c/<br />

Investimento<br />

Arellano<br />

& Bond<br />

Blun<strong>de</strong>ll<br />

& Bond<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(t)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lnprod_d /LD. /L1.<br />

-0,0222933<br />

(-0,49)<br />

-0,3721589<br />

(-366,15)<br />

lnprod_d.L2.<br />

-0,3175534<br />

(-330,39)<br />

lntrab_d /D1.<br />

0,773059<br />

(39,00)<br />

0,6993762<br />

(10,33)<br />

0,7518562<br />

(38,10)<br />

0,6729963<br />

(10,05)<br />

0,6592251<br />

(150,48)<br />

L1.lntrab_d/<br />

0,2503191<br />

(53,18)<br />

L2.lntrab_d<br />

-0,0205487<br />

(-9,34)<br />

lncap_d /D1.<br />

0,2380727<br />

(10,29)<br />

0,302356<br />

(1,70)<br />

0,188043<br />

(7,67)<br />

0,8569633<br />

(2,39)<br />

1,175084<br />

(39,28)<br />

L1.lncap_d<br />

0,3042336<br />

(6,95)<br />

L2.lncap_d<br />

0,0379319<br />

(1,12)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> /D1.<br />

0,017497<br />

(0,27)<br />

-0,9528713<br />

(-1,77)<br />

0,0103601<br />

(0,16)<br />

-0,0519267<br />

(-0,08)<br />

-1,22644<br />

(-0,26)<br />

L1.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

-13,30749<br />

(-1,78)<br />

L2.lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

12,1476<br />

(4,15)<br />

lnmat_d /D1.<br />

0,0435657<br />

(4,38)<br />

0,0695414<br />

(3,49)<br />

0,0362006<br />

(3,66)<br />

0,0253685<br />

(1,55)<br />

0,0101745<br />

(10,56)<br />

L1.lnmat_d<br />

-0,017738<br />

(-21,93)<br />

L2.lnmat_d<br />

0,0093963<br />

(17,69)<br />

lncomb_d /D1.<br />

0,018438<br />

(2,25)<br />

0,0225427<br />

(1,62)<br />

0,0158467<br />

(1,92)<br />

0,0160005<br />

(1,35)<br />

0,0052283<br />

(7,05)<br />

L1.lncomb_d<br />

-0,0026867<br />

(-3,00)<br />

L2.lncomb_d<br />

-0,02303<br />

(-33,04)<br />

lnener_d /D1.<br />

0,0022442<br />

(0,23)<br />

-0,0008303<br />

(-0,05)<br />

-0,009972<br />

(-1,01)<br />

0,0178511<br />

(1,34)<br />

0,028287<br />

(19,47)<br />

L1.lnener_d<br />

0,0042481<br />

(3,83)<br />

L2.lnener_d<br />

0,0500445<br />

(51,65)<br />

lninvl_d /D1.<br />

0,051206<br />

(6,57)<br />

-0,0512827<br />

(-43,78)<br />

L1.lninvl_d<br />

-0,0331693<br />

(-58,98)<br />

L2.lninvl_d<br />

-0,0026096<br />

(-4,80)<br />

ano<br />

-0,0184988<br />

(-1,33)<br />

-0,0252366<br />

(-0,71)<br />

-0,0244791<br />

(-1,75)<br />

_cons<br />

36,81611<br />

(1,32)<br />

52,66328<br />

(0,78)<br />

49,71215<br />

(1,77)<br />

-0,1405648<br />

(-3,04)<br />

Number of obs / gr. 2131 2131 1984 1141 634<br />

F / Sargan 483,83 42,07 437,97 39,72 489,40<br />

Prob > F/chi2 0,0000 0,0000 0,0000 0,2678 0,000<br />

R-squared / AR1 0,6147 0,0055 0,6395 0,0020 0,048<br />

Adj R-squared/AR2 0,6134 0,6381 0,4913 0,570<br />

115


Tabela 13: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 17.<br />

lnprod_d<br />

lntrab_d<br />

lncap_d<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

lnmat_d<br />

lncomb_d<br />

lnener_d<br />

lninvl_d<br />

ano<br />

OP<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8017113<br />

(18,51)<br />

0,273406<br />

(1,52)<br />

0,1382418<br />

(0,27)<br />

0,0266917<br />

(3,61)<br />

-0,000909<br />

(-0,19)<br />

0,0133822<br />

(1,76)<br />

0,011002<br />

(1,22)<br />

LP<br />

(MP)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,7543489<br />

(16,82)<br />

0,5601801<br />

(3,68)<br />

0,0562701<br />

(1,17)<br />

-0,0021868<br />

(-0,49)<br />

0,0124927<br />

(1,42)<br />

0,0299215<br />

(5,67)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8093539<br />

(19,50)<br />

0,4641438<br />

(2,73)<br />

0,0254228<br />

(0,51)<br />

0,0248368<br />

(2,69)<br />

0,0123208<br />

(1,62)<br />

0,0336226<br />

(6,13)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8057762<br />

(19,28)<br />

0,2687133<br />

(1,69)<br />

0,0293112<br />

(0,53)<br />

0,0229948<br />

(2,36)<br />

-0,0009711<br />

(-0,21)<br />

0,0328838<br />

(6,34)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8085858<br />

(18,22)<br />

0,7334953<br />

(2,97)<br />

0,0263368<br />

(0,55)<br />

0,0244503<br />

(2,40)<br />

-0,0027487<br />

(-0,62)<br />

0,0118188<br />

(1,52)<br />

Number of obs 28698 10708 10708 10708 10708<br />

Wald test 6,59 4,44 0,84 5,63<br />

Prob > chi2 0,0102 0,0351 0,3593 0,0176<br />

Tabela 14: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 18.<br />

lnprod_d<br />

lntrab_d<br />

lncap_d<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

lnmat_d<br />

lncomb_d<br />

lnener_d<br />

lninvl_d<br />

ano<br />

OP<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8169083<br />

(38,39)<br />

0,3542146<br />

(3,90)<br />

-0,1209481<br />

(-1,03)<br />

-0,0321505<br />

(-9,54)<br />

-0,0012002<br />

(-0,25)<br />

0,0293241<br />

(4,42)<br />

0,0329164<br />

(4,82)<br />

LP<br />

(MP)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,7948552<br />

(34,69)<br />

0,1502605<br />

(1,19)<br />

0,078381<br />

(2,49)<br />

-0,0010308<br />

(-0,19)<br />

0,0254054<br />

(4,21)<br />

0,0266215<br />

(8,02)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8269472<br />

(37,42)<br />

0,1622017<br />

(0,71)<br />

0,0630122<br />

(2,15)<br />

-0,0363064<br />

(-9,64)<br />

0,0274727<br />

(5,06)<br />

0,0320227<br />

(9,66)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8278773<br />

(41,49)<br />

0,291728<br />

(3,27)<br />

0,0578698<br />

(1,81)<br />

-0,0364814<br />

(-9,79)<br />

0,0004256<br />

(0,09)<br />

0,0314569<br />

(9,12)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,825505<br />

(35,65)<br />

0,8779395<br />

(4,73)<br />

0,0565994<br />

(1,67)<br />

-0,0359628<br />

(-9,60)<br />

-0,0004486<br />

(-0,10)<br />

0,0266338<br />

(5,21)<br />

Number of obs 58053 27545 27545 27545 27545<br />

Wald test 0,11 3,45 15,53 0,34<br />

Prob > chi2 0,7399 0,0633 0,0001 0,5583<br />

116


Tabela 15: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 20.<br />

lnprod_d<br />

lntrab_d<br />

lncap_d<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

lnmat_d<br />

lncomb_d<br />

lnener_d<br />

lninvl_d<br />

ano<br />

OP<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8546697<br />

(31,02)<br />

0,1837999<br />

(0,65)<br />

-0,0895433<br />

(-0,40)<br />

0,0544129<br />

(4,44)<br />

0,0178374<br />

(4,75)<br />

0,0058264<br />

(1,11)<br />

0,0087643<br />

(1,30)<br />

LP<br />

(MP)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8468913<br />

(31,83)<br />

0,3287722<br />

(7,54)<br />

0,0033087<br />

(0,09)<br />

0,0190717<br />

(5,52)<br />

0,0053934<br />

(0,96)<br />

0,0245334<br />

(6,84)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8584783<br />

(35,06)<br />

0,6363474<br />

(2,94)<br />

-0,0143631<br />

(-0,40)<br />

0,0529605<br />

(4,86)<br />

0,008683<br />

(1,86)<br />

0,0265836<br />

(7,94)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8599954<br />

(32,28)<br />

-0,0088747<br />

(-0,26)<br />

0,026148<br />

(7,39)<br />

0,0534585<br />

(4,82)<br />

0,0184253<br />

(5,15)<br />

0,5040461<br />

(3,23)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

0,8598691<br />

(32,94)<br />

0,9088073<br />

(6,73)<br />

-0,0081718<br />

(-0,22)<br />

0,0537334<br />

(4,90)<br />

0,0181693<br />

(5,42)<br />

0,0055062<br />

(1,06)<br />

Number of obs 30252 13114 13114 13114 13114<br />

Wald test 15,26 6,58 8,20 35,63<br />

Prob > chi2 0,0001 0,0103 0,0042 0,0000<br />

Tabela 18: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 36.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lntrab_d 0,8588005 0,8427201 0,8634763 0,8620772 0,8600354<br />

(31,30) (32,86) (34,18) (34,53) (32,99)<br />

lncap_d 0,7929033 0,4993042 0,4087635 0,2877593 0,8495797<br />

(3,86) (2,98) (4,18) (3,17) (14,42)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> -0,2656087 0,1442088 0,1297952 0,1237516 0,1211145<br />

(-0,30) (4,25) (4,48) (3,91) (4,11)<br />

lnmat_d 0,0141267<br />

0,0150566 0,014959 0,0153664<br />

(1,83)<br />

(1,73) (1,72) (1,72)<br />

lncomb_d -0,0006583 -0,0005083<br />

-0,0000273 -0,0002698<br />

(-0,19) (-0,13)<br />

(-0,01) (-0,08)<br />

lnener_d 0,0137028 0,0160744 0,0149808<br />

0,0151312<br />

(2,19) (2,70) (2,30)<br />

(2,21)<br />

lninvl_d<br />

0,0351495 0,0378263 0,0365096<br />

(9,65) (11,28) (10,28)<br />

ano -0,0134089<br />

(-2,24)<br />

Number of obs 38776 16925 16925 16925 16925<br />

Wald test 9,61 22,90 11,32 169,52<br />

Prob > chi2 0,0019 0,0000 0,0008 0,0000<br />

117


Tabela 17: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 30.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lntrab_d 0,7044285 0,6965177 0,7014076 0,7073938 0,7038081<br />

(9,56) (7,58) (7,82) (7,76) (8,07)<br />

lncap_d 0,1303371 1,13021 0,3486892 0,2846458 0,4672497<br />

(0,33) (2,91) (1,76) (1,02) (2,03)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> -0,8625482 -0,0716906 -0,1043468 -0,1163587 -0,0995793<br />

(-0,39) (-0,54) (-0,72) (-0,93) (-0,76)<br />

lnmat_d 0,1281284<br />

0,1210531 0,1196016 0,1230284<br />

(3,77)<br />

(3,42) (3,53) (3,36)<br />

lncomb_d -0,0498235 -0,0497383<br />

-0,03948 -0,0430897<br />

(-1,92) (-1,57)<br />

(-1,46) (-1,37)<br />

lnener_d 0,0250899 0,0294476 0,0324212<br />

0,0306254<br />

(1,82) (2,00) (1,91)<br />

(1,78)<br />

lninvl_d<br />

0,0252041 0,0290333 0,0276975<br />

(1,79) (2,09) (1,97)<br />

ano -0,0446541<br />

(-1,88)<br />

Number of obs 2794 760 760 760 760<br />

Wald test 3,02 0,32 0,00 0,53<br />

Prob > chi2 0,0823 0,5735 0,9558 0,4672<br />

Tabela 18: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 32.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lntrab_d 0,6519505 0,6279866 0,6542702 0,6544805 0,6470688<br />

(10,64) (10,08) (10,24) (10,85) (9,66)<br />

lncap_d 0,4926586 0,4443456 0,4736089 0,3876728 0,5440483<br />

(3,26) (3,68) (3,79) (3,07) (4,78)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> 0,0445031 0,0335986 -0,0302935 -0,0200249 -0,0201271<br />

(0,08) (0,49) (-0,44) (-0,29) (-0,27)<br />

lnmat_d 0,0590666<br />

0,0532313 0,0531569 0,0561489<br />

(3,88)<br />

(3,10) (2,84) (2,86)<br />

lncomb_d -0,0121272 -0,0143434<br />

-0,0107081 -0,0115009<br />

(-1,66) (-2,15)<br />

(-1,54) (-1,61)<br />

lnener_d 0,0118253 0,010416 0,016427<br />

0,0145035<br />

(1,07) (1,26) (1,85)<br />

(1,58)<br />

lninvl_d<br />

0,0319734 0,034562 0,034108<br />

(3,74) (3,67) (3,42)<br />

ano -0,0258493<br />

(-1,44)<br />

Number of obs 7170 2529 2529 2529 2529<br />

Wald test 0,85 2,48 0,46 4,14<br />

Prob > chi2 0,3572 0,1155 0,4995 0,0419<br />

118


Tabela 19: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 34.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lntrab_d 0,6251791 0,5775378 0,6295846 0,627969 0,6254069<br />

(9,79) (10,47) (11,72) (10,80) (10,97)<br />

lncap_d 0,6330275 0,1790427 0,3300642 0,3599543 0,7715154<br />

(2,64) (0,92) (2,53) (4,89) (3,98)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> -1,420274 0,0845203 0,0764421 0,0737264 0,074299<br />

(-1,04) (2,08) (1,72) (1,70) (1,66)<br />

lnmat_d 0,0047803<br />

0,0060335 0,0037049 0,0041951<br />

(0,59)<br />

(0,88) (0,55) (0,57)<br />

lncomb_d 0,0064814 0,0039603<br />

0,0053632 0,0057406<br />

(1,78) (1,11)<br />

(1,73) (1,67)<br />

lnener_d 0,0320004 0,0311806 0,0311883<br />

0,0325842<br />

(3,71) (3,89) (4,05)<br />

(4,41)<br />

lninvl_d<br />

0,0292529 0,0333076 0,0324242<br />

(7,02) (8,05) (7,73)<br />

ano -0,0141363<br />

(-2,10)<br />

Number of obs 18149 7601 7601 7601 7601<br />

Wald test 0,21 0,63 1,73 5,67<br />

Prob > chi2 0,6473 0,4264 0,1882 0,0173<br />

Tabela 20: Resultados <strong>da</strong>s estimativas <strong>de</strong> O&P e L&P para o setor 35.<br />

OP<br />

LP<br />

(MP)<br />

LP<br />

(Comb)<br />

LP<br />

(Ener)<br />

LP<br />

(Inv)<br />

lnprod_d<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

Coef.<br />

(z)<br />

lntrab_d 0,7329437 0,7167936 0,7417009 0,7261366 0,7305407<br />

(10,09) (10,34) (10,67) (9,64) (9,94)<br />

lncap_d 0,2421695 0,4209816 0,174201 0,0288903 0,0120263<br />

(0,70) (2,48) (1,03) (0,10) (0,15)<br />

lni<strong>da</strong><strong>de</strong> -0,0640752 0,0068626 0,0167641 -0,0046011 -0,0083307<br />

(-0,05) (0,09) (0,22) (-0,06) (-0,82)<br />

lnmat_d 0,0352199<br />

0,035008 0,0355951 0,0358053<br />

(3,19)<br />

(3,04) (2,98) (3,14)<br />

lncomb_d 0,0135866 0,0097761<br />

0,008935 0,012716<br />

(1,29) (1,08)<br />

(1,03) (1,33)<br />

lnener_d -0,010895 -0,0111342 -0,005969<br />

0,6639079<br />

(-1,00) (-1,07) (-0,66)<br />

(2,77)<br />

lninvl_d<br />

0,0413502 0,0502862 0,0465051<br />

(3,86) (5,07) (4,85)<br />

ano -0,0278976<br />

(-1,92)<br />

Number of obs 6597 1984 1984 1984 1984<br />

Wald test 1,07 0,00 0,31 3,42<br />

Prob > chi2 0,3020 0,9500 0,5761 0,0643<br />

119


ANEXO A<br />

120


Tabela 1: Classificação por Intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tecnológica - Variáveis PIA-Empresa 2003<br />

121

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!