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Revista Ethos & Episteme IV - Faculdade Salesiana Dom Bosco

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habilite a valorizar as diferenças de todos os<br />

alunos, estabelecendo intercâmbios intelectuais,<br />

culturais e sociais. Bueno (1999, p.16),<br />

destaca que “não basta incluir nos currículos<br />

de formação de professores conteúdos e<br />

disciplinas que permitam uma formação básica”<br />

para atuar com alunos com deficiências.<br />

Há que se formar profissionais de qualidade,<br />

criativos, autônomos, reflexivos, ousados,<br />

desafiadores, mediadores, consultores, investigadores,<br />

facilitadores, problematizadores, e<br />

que busquem novas formas de ensinar, adequadas<br />

à heterogeneidade dos aprendizes<br />

e compatíveis com os ideais democráticos.<br />

A formação de professores deve criar uma<br />

cultura de reflexão na prática e sobre a prática,<br />

que faça com que os mesmos não vejam<br />

seus alunos como meros objetos a serem<br />

padronizados ou homogeneizados.<br />

Porém, observarmos que embora a formação<br />

inicial propicie a fundamentação teórica,<br />

a prática nem sempre prepara para o<br />

trabalho docente na diversidade. Relacionado<br />

ao exposto, Garcia destaca que<br />

uma das críticas geralmente feita aos cursos<br />

de formação é a pouca incidência que<br />

têm na prática. Ou seja, os professores<br />

dificilmente aplicam ou incluem no seu<br />

repertório docente novas competências,<br />

ainda que estas tenham sido desenvolvidas<br />

adequadamente durante os cursos.<br />

(1999, p.180).<br />

Uma maneira de enfrentar esse problema<br />

é fazer com que<br />

as actividades presenciais de formação<br />

sejam seguidas de actividades de acompanhamento<br />

ou assessoria quer entre<br />

colegas que tenham assistido ao curso,<br />

quer por especialistas (professores que<br />

já tenham conhecimento e competências<br />

nas metodologias em questão, assessores,<br />

etc.) (Ibidem, p.180)<br />

Pimenta e Ghedin (2002, p.19) mencionam<br />

que Schön propõe que a formação de<br />

25<br />

profissionais não ocorra segundo os “moldes<br />

de um currículo normativo que primeiro<br />

apresenta a ciência, depois a sua aplicação<br />

e por último um estágio que supõe a aplicação<br />

pelos alunos dos conhecimentos técnico-profissionais”,<br />

mas que esteja baseada<br />

numa epistemologia da prática, ou seja, que<br />

a prática seja entendida “como momento<br />

de construção do conhecimento, através da<br />

reflexão, análise e problematização desta, e<br />

o reconhecimento do conhecimento tácito,<br />

presente nas soluções que os profissionais<br />

encontram em ato”. Assim, a formação de<br />

professores deve ter como eixo norteador a<br />

escola numa perspectiva de formação-ação.<br />

Dentre as inúmeras dificuldades que os<br />

educadores vivenciam há também aquelas<br />

relacionadas ao processo ensino e aprendizagem.<br />

Geralmente, as informações são<br />

transmitidas pelos professores e a maioria<br />

dos alunos não se detém no significado das<br />

mesmas. Os conteúdos são abordados de tal<br />

forma que os alunos não conseguem estabelecer<br />

uma relação entre o que lhes foi transmitido<br />

e o mundo. Ou seja, o processo de<br />

escolarização se restringe a “aprender vários<br />

tipos de regras simbólicas”, que são utilizadas<br />

somente dentro da escola (MOYSÉS, 1997,<br />

p.59). Com isso, o aluno pode desenvolver<br />

um pensamento correto, porém desprovido<br />

de sentido, pouco contribuindo com o seu<br />

desempenho na sociedade.<br />

É a isso que se deve uma grande parte<br />

dos erros cometidos pelos discentes ao resolverem<br />

um problema. As pessoas utilizam<br />

e absorvem conhecimentos úteis, importantes<br />

e interessantes no cotidiano, mas são<br />

reprovadas, detestando e desprezando o conhecimento<br />

acadêmico, aquele que se tenta<br />

ensinar nas escolas, ocasionando a exclusão<br />

dos alunos que não conseguem realizar uma<br />

integração entre o que se aprende na escola<br />

e a vida.<br />

Muitos dos conteúdos disciplinares são<br />

abordados nas escolas da mesma forma<br />

como eram trabalhados há muito tempo

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