Revista Ethos & Episteme IV - Faculdade Salesiana Dom Bosco
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as boas intenções dos participantes. E de<br />
chamar a atenção para o tema (SOUZA,<br />
2000, p.26).<br />
A Conferência de Tbilisi - Foi a segunda<br />
reunião internacional promovida pela UNES-<br />
CO e a mais marcante de todas, pois revolucionou<br />
a EA. Embora governamental, vários<br />
participantes não oficiais interferiram e foram<br />
internalizadas estratégias e pressupostos<br />
pedagógicos à sua declaração. Trata-se da<br />
Primeira Conferência Intergovernamental<br />
sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi<br />
em 1977. Foram formuladas 41 recomendações<br />
que primam pela união internacional<br />
dos esforços para o bem comum, tendo a EA<br />
como fator primordial para que a riqueza e<br />
o desenvolvimento dos países sejam atingidos<br />
mais igualitariamente.<br />
Ao final convida diferentes instâncias políticas<br />
dos países da Terra a: a) incluir em<br />
suas políticas de educação conteúdos,<br />
diretrizes e atividades ambientais contextualizadas<br />
nos seus países; b) intensificar<br />
trabalhos de reflexão, pesquisa e inovação<br />
em EA por parte das autoridades em educação;<br />
c) estimular os governos a promover<br />
intercâmbios de experiências, pesquisas,<br />
documentação, materiais e formação<br />
de pessoal docente qualificados entre os<br />
países; d) fortalecer os laços de solidariedade<br />
internacionais em uma esfera de<br />
atividade que simbolize uma adequada solidariedade<br />
entre os povos com o fim de<br />
promover a união internacional e a causa<br />
da paz (PEDRINI, 2001, p.28).<br />
Sobre o significado de Tbilisi, Souza (2000,<br />
p.23) afirma que:<br />
A preocupação em se reunir a comunidade<br />
de interessados indica o que nos tem servido<br />
de tese: a) Por um lado, a necessidade<br />
imperativa de um esforço sistemático e<br />
amplo de educação ambiental. Por outro,<br />
o reconhecimento de que as divergências<br />
eram tão profundas que se tornava necessário<br />
tentar-se alguma forma de acordo<br />
sobre o que poderia ser o currículo básico<br />
e os objetivos fundamentais da educação<br />
ambiental.<br />
49<br />
Com o início das preocupações ecológicas<br />
entre os cientistas sociais, tentar-se um<br />
mínimo de uniformidade de perspectivas parecia<br />
um objetivo válido. Tbilisi representa o<br />
ponto culminante nesta busca. A motivação<br />
para a conferência era clara. O momento já<br />
parecia grave no final dos anos 70, exigindo<br />
tomada de posição da comunidade internacional<br />
quanto à necessidade de se orientar<br />
o processo educativo normal para tomá-lo<br />
sensível à problemática ecológica e veículo<br />
da luta que se devia intensificar para salvação<br />
coletiva.<br />
A Conferência Mundial sobre o Meio<br />
Ambiente Humano, celebrada em Estocolmo<br />
em 1972, mostrou a necessidade de gerar<br />
um amplo processo de educação ambiental,<br />
o que levou a criar o Programa Internacional<br />
de Educação Ambiental Unesco/PNUMA em<br />
1975 e a elaborar os princípios e orientações<br />
da educação ambiental na Conferência<br />
de Tbilisi em 1977. Segundo informações de<br />
Leff (2001, p.237), isto levou a fundar a educação<br />
ambiental em dois princípios básicos:<br />
•<br />
•<br />
Uma nova ética que orienta os valores<br />
e comportamentos sociais para os<br />
objetivos de sustentabilidade ecológica<br />
e eqüidade social.<br />
Uma nova concepção do mundo<br />
como um sistema complexo levando<br />
a uma reformulação do saber e a<br />
uma reconstituição do conhecimento.<br />
Neste sentido, a interdisciplinaridade<br />
se converteu num princípio metodológico<br />
privilegiado da educação ambiental.<br />
Mas, a Conferência de Tbilisi não contemplou<br />
as demandas pedagógicas emergentes<br />
internacionalmente. Apenas a Conferência<br />
de Moscou, onde educadores não governamentais<br />
participaram sem amarras formais,<br />
é que, em conjunto com as anteriores, criou<br />
um arcabouço teórico-metodológico aperfeiçoado.