Revista Ethos & Episteme IV - Faculdade Salesiana Dom Bosco
Revista Ethos & Episteme IV - Faculdade Salesiana Dom Bosco
Revista Ethos & Episteme IV - Faculdade Salesiana Dom Bosco
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Revista</strong> de Ciências Humanas e Sociais da FSDB – ANO II, VOLUME <strong>IV</strong> – JULHO – DEZEMBRO 2006<br />
INTERNET E PROJETOS DE APRENDIZAGEM: ESTRATÉGIAS<br />
PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIAT<strong>IV</strong>IDADE<br />
A criatividade pode ser entendida pelo poder de repre-<br />
sentar algo; é a expressão interior daquilo que o indivíduo<br />
constrói em sua relação com o mundo através das funções<br />
de assimilação e acomodação e posteriormente representa<br />
através das idéias. “A representação que a imagem mental<br />
torna possível passa a ser totalmente dissociada de todo ato<br />
exterior, tornando-se pensamento”. (Magadalena, 2003).<br />
Estudos sobre as características da personalidade<br />
e realização criativa apontam a<br />
autonomia de atitudes e comportamentos,<br />
auto-suficiência como condições necessárias<br />
para a criatividade. Assim, as interações<br />
com o meio e com os objetos são extremamente<br />
importantes para o aperfeiçoamento<br />
da capacidade de representar e criar.<br />
Morais (2001) indica que ao considerarmos<br />
perspectivas diferentes, tolerarmos as ambigüidades,<br />
gerarmos alternativas e conflitos<br />
cognitivos, alargamos o pensamento<br />
criativo.<br />
A escola assume o compromisso de<br />
educar para criatividade, a medida em que<br />
promove as interações entre os educandos;<br />
proporciona um ambiente rico de experiências;<br />
favorece a reflexão com práticas que<br />
respeitam o ritmo e o interesse do aprendiz,<br />
e estabelece estratégias de ensino para pergunta,<br />
a resolução de problemas e a sistematização<br />
dos saberes.<br />
Carolina Brandão Gonçalves<br />
85<br />
Embora o discurso da democracia tenha<br />
sido incorporado pelos professores, ainda<br />
é freqüente no espaço escolar assistirmos<br />
uma forte reação a tudo que possa mudar<br />
os antigos modelos de pensar o ensino.<br />
Moraes (2004, p.57) analisando os estudos<br />
de (Torrance, 1962,1968, 1976,1981;<br />
Smith &Carlsson, 1985, Gardner, 1983) declara<br />
que a criança possui várias nuanças de<br />
expressão criativa, apresentando um decréscimo<br />
nos anos posteriores ao pré-escolar. A<br />
razão desse decréscimo estaria associada,<br />
entre outros fatores, à submissão às regras<br />
da escola, à obrigatoriedade de concentração,<br />
e à obediência cega à hierarquia, havendo<br />
na adolescência uma posterior elevação<br />
da potencialidade criativas.<br />
Destes estudos, depreendemos a necessidade<br />
refletir as práticas pedagógicas que<br />
têm sido utilizadas; as estruturas e modo de<br />
conceber a educação. “Tratando-se de uma<br />
entidade vocacionada para o mundo da cultura<br />
e da socialização, a escola não pode ignorar<br />
as profundas transformações dos processos<br />
e dos meios de construção, acesso e<br />
utilização da informação”. (Morgado 2004).<br />
É preciso transpor a passividade dos métodos<br />
de ensino e aprendizagem e dar oportunidade<br />
à escola de se atualizar, de se aproximar<br />
dos que a ela recorrem para adquirir