Revista Ethos & Episteme IV - Faculdade Salesiana Dom Bosco
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que se explica a partir de pontos de vista<br />
divergentes sobre o desenvolvimento profissional<br />
dos(as) professores(as). Já se discute<br />
a inclusão, nessa perspectiva de desenvolvimento,<br />
do necessário investimento, também,<br />
na pessoa, e no saber, oriundo da experiência<br />
do(a) professor(a).<br />
Entretanto, não se trata de instituir, de<br />
forma veemente, a defesa desta ou daquela<br />
esfera de ensino. O mais urgente refere-se à<br />
revisão das concepções que estão no subsolo<br />
dessas dimensões, e atentar a um princípio<br />
que é incontestável: o ser humano, pela sua<br />
natureza, vive numa busca permanente, por<br />
saber mais de si, do mundo e do seu ofício.<br />
Seja no âmbito da formação inicial, seja no<br />
que diz respeito à formação continuada, não<br />
há referência homogênea, única ou modelo<br />
incontestável; o parâmetro deve ser a realidade<br />
histórico-social de vida, do professor,<br />
em toda a sua plenitude.<br />
2. Sobre a Formação Continuada<br />
A abordagem sócio-histórica concebe<br />
sempre o sujeito imerso em sua cultura e<br />
que por conta dessa imersão, sabe que vive<br />
em constante processo de desenvolvimento<br />
e aprendizado, desde os primórdios de sua<br />
existência. Na via dessa perspectiva, não se<br />
pode afirmar que a gênese da formação está<br />
no curso inicial, pois ela está entrelaçada à<br />
própria história de vida do(a) professor(a). A<br />
professora Arminda Rachel Mourão (2003)<br />
durante o exame de qualificação deste trabalho<br />
se posicionou a esse respeito afirmando<br />
que “falar, por exemplo, que a graduação<br />
seria formação inicial, é negar o processo de<br />
vida do sujeito. A formação é um processo<br />
contínuo para toda a vida; a formação inicial<br />
escolar é lá na alfabetização”.<br />
Nunes (2000, p.41) nos convida a refletir<br />
que,<br />
No percurso histórico desta formação de<br />
professores, o aluno, o futuro professor,<br />
40<br />
já traz consigo uma dada concepção de<br />
ensino, aprendizagem, escola, avaliação, docência,<br />
contribuindo, futuramente, para a<br />
configuração de uma determinada prática<br />
pedagógica.<br />
Buscando fundamentar este estudo na<br />
abordagem sócio-histórica e refletindo sobre<br />
essas concepções do ofício de mestre<br />
cujas raízes nos remetem à condição de alunos,<br />
o situamos no âmbito da formação continuada,<br />
sabendo que, do ponto de vista dos<br />
níveis normativos do ensino, a graduação em<br />
pedagogia, curso dos professores envolvidos<br />
na pesquisa que fizemos, recebe a nomenclatura<br />
de formação inicial, de nível superior.<br />
Neste caso havia uma especificidade que<br />
não poderia ser relegada. Todos os participantes<br />
do curso de pedagogia eram professores<br />
e professoras, do quadro permanente<br />
da Secretaria Municipal de Educação, efetivos,<br />
atuantes em sala de aula, com experiência<br />
de mais de cinco anos na profissão, experiência<br />
e conhecimentos acumulados, no<br />
exercício da docência, que não poderiam ser<br />
desconsiderados. Como todos já possuíam a<br />
formação em magistério de nível médio que<br />
os habilitava a atuar nas séries iniciais do ensino<br />
fundamental, o curso de pedagogia, era,<br />
para eles, uma continuidade dos estudos em<br />
educação.<br />
O tempo de docência, já vivido por<br />
esses(as) professores(as), os inseria numa categoria<br />
de profissionais, com mais elementos<br />
para realizar, com êxito, a reflexão crítica, articulando<br />
a experiência cotidiana e os postulados<br />
teóricos, colocando em questão o ofício<br />
de mestre. Sendo assim, a graduação em pedagogia<br />
configurava formação continuada.<br />
E o que é a formação continuada de professores?<br />
A terminologia utilizada na designação da<br />
formação continuada já oscilou, e ainda oscila,<br />
entre termos como educação permanente,<br />
capacitação, reciclagem, treinamento, aperfeiçoamento,<br />
formação contínua e educação<br />
continuada. Segundo Lima (2001, p.42-43),