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CAPÍTULO II - Escola de Química / UFRJ

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Disciplina - Engenharia do Meio Ambiente/ EQ/ <strong>UFRJ</strong><br />

Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

“A questão dos resíduos sólidos é atualmente, um dos temas centrais para aqueles que se<br />

preocupam com ambiente na perspectiva <strong>de</strong> garantir a existência das gerações futuras”.<br />

DEFINIÇÕES<br />

Primeiramente, <strong>de</strong>vemos conceituar a palavra resíduo, uma vez que este inclui não apenas os<br />

materiais sólidos, mas também inclui outros tipos <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> diferentes estados físicos, além <strong>de</strong><br />

uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> significados.<br />

É usual na área ambiental, utilizar a palavra resíduo associando a idéia <strong>de</strong> materiais sólidos ou semisólidos,<br />

como também se associa efluentes com materiais líquidos e emissões com materiais gasosos.<br />

Além disso, o termo resíduos sólidos (urbanos) é tido praticamente como sinônimo <strong>de</strong> lixo e é usado<br />

<strong>de</strong> forma geral pela população.<br />

Segundo SABETAI CALDERONI (1998), o conceito <strong>de</strong> lixo e <strong>de</strong> resíduo po<strong>de</strong> variar conforme a<br />

época e o lugar. Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores jurídicos, econômicos, ambientais, sociais e tecnológicos. Para<br />

alguns lixo está associado ao po<strong>de</strong>r público e resíduo ao setor industrial. Para Cal<strong>de</strong>roni resíduo é um<br />

material que tem valor comercial, e lixo é um material <strong>de</strong>scartado que não tem valor comercial.<br />

Culturalmente, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir resíduo sólido como o conjunto <strong>de</strong> produtos não aproveitados oriundos<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s humanas - doméstica, comercial, industrial, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> entre outros tipos, ou gerados<br />

pela natureza, como folhas, terra etc.<br />

TCHOBANOGLOUS et al, 1993 consi<strong>de</strong>ra que resíduo sólido engloba todo o material sólido e semisólido<br />

que o possuidor não mais consi<strong>de</strong>ra valioso a ponto <strong>de</strong> retê-lo. Já segundo o HANDBOOK OF<br />

ENVIRONMENT CONTROL; SOLID WASTE (1973), compreen<strong>de</strong>-se por resíduos sólido “todo<br />

material sólido putrescível, combustível, rejeitado pelas ativida<strong>de</strong>s industrial, comercial, agrícola e da<br />

comunida<strong>de</strong>; aí não estão incluídos, porém, os materiais sólidos dissolvidos no esgoto domésticos ou<br />

resíduos industriais aquosos”.<br />

Porém em agosto <strong>de</strong> 2010 foi instituída no Brasil a Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos (PNRS),<br />

que levou 19 anos para ser aprovada. A LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010 institui a<br />

Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1998;e dá<br />

outras providências. Esta Lei apresenta uma serie <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições, <strong>de</strong>finindo a diferenciação entre<br />

resíduos e rejeitos.<br />

Resíduos sólidos:<br />

material, substância, objeto ou bem <strong>de</strong>scartado resultante <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s humanas em socieda<strong>de</strong>, a<br />

cuja <strong>de</strong>stinação final se proce<strong>de</strong>, se propõe proce<strong>de</strong>r ou se está obrigado a proce<strong>de</strong>r, nos estados<br />

sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularida<strong>de</strong>s<br />

tornem inviável o seu lançamento na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para<br />

isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;<br />

Rejeitos sólidos:<br />

resíduos sólidos que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esgotadas todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento e recuperação por<br />

processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilida<strong>de</strong> que<br />

não a disposição final ambientalmente a<strong>de</strong>quada.<br />

CAPÍTULO I<br />

DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO<br />

Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios,<br />

objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao<br />

gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilida<strong>de</strong>s dos geradores e do<br />

po<strong>de</strong>r público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.<br />

Art. 3º Para os efeitos <strong>de</strong>sta Lei, enten<strong>de</strong>-se por:<br />

I - acordo setorial: ato <strong>de</strong> natureza contratual firmado entre o po<strong>de</strong>r público e fabricantes,<br />

importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilida<strong>de</strong><br />

compartilhada pelo ciclo <strong>de</strong> vida do produto;


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Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

<strong>II</strong> - área contaminada: local on<strong>de</strong> há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, <strong>de</strong><br />

quaisquer substâncias ou resíduos;<br />

<strong>II</strong>I - área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam<br />

i<strong>de</strong>ntificáveis ou individualizáveis;<br />

IV - ciclo <strong>de</strong> vida do produto: série <strong>de</strong> etapas que envolvem o <strong>de</strong>senvolvimento do produto, a<br />

obtenção <strong>de</strong> matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final;<br />

V - coleta seletiva: coleta <strong>de</strong> resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou<br />

composição;<br />

VI - controle social: conjunto <strong>de</strong> mecanismos e procedimentos que garantam à socieda<strong>de</strong> informações<br />

e participação nos processos <strong>de</strong> formulação, implementação e avaliação das políticas públicas<br />

relacionadas aos resíduos sólidos;<br />

V<strong>II</strong> - <strong>de</strong>stinação final ambientalmente a<strong>de</strong>quada: <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> resíduos que inclui a reutilização,<br />

a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras <strong>de</strong>stinações<br />

admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final,<br />

observando normas operacionais es pecíficas <strong>de</strong> modo a evitar danos ou riscos à saú<strong>de</strong> pública e à<br />

segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;<br />

V<strong>II</strong>I - disposição final ambientalmente a<strong>de</strong>quada: distribuição or<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> rejeitos em aterros,<br />

observando normas operacionais específicas <strong>de</strong> modo a evitar danos ou riscos à saú<strong>de</strong> pública e à<br />

segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;<br />

IX - geradores <strong>de</strong> resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, <strong>de</strong> direito público ou privado, que<br />

geram resíduos sólidos por meio <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s, nelas incluído o consumo;<br />

X - gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos: conjunto <strong>de</strong> ações exercidas, direta ou indiretamente, nas<br />

etapas <strong>de</strong> coleta, transporte, transbordo, tratamento e <strong>de</strong>stinação final ambientalmente a<strong>de</strong>quada dos<br />

resíduos sólidos e disposição final ambientalmente a<strong>de</strong>quada dos rejeitos, <strong>de</strong> acordo com plano<br />

municipal <strong>de</strong> gestão integrada <strong>de</strong> resíduos sólidos ou com plano <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos,<br />

exigidos na forma <strong>de</strong>sta Lei;<br />

XI - gestão integrada <strong>de</strong> resíduos sólidos: conjunto <strong>de</strong> ações voltadas para a busca <strong>de</strong> soluções para<br />

os resíduos sólidos, <strong>de</strong> forma a consi<strong>de</strong>rar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e<br />

social, com controle social e sob a premissa do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável;<br />

X<strong>II</strong> - logística reversa: instrumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social caracterizado por um<br />

conjunto <strong>de</strong> ações, procedimentos e meios <strong>de</strong>stinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos<br />

sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou<br />

outra <strong>de</strong>stinação final ambientalmente a<strong>de</strong>quada;<br />

X<strong>II</strong>I - padrões sustentáveis <strong>de</strong> produção e consumo: produção e consumo <strong>de</strong> bens e serviços <strong>de</strong> forma<br />

a aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s das atuais gerações e permitir melhores condições <strong>de</strong> vida, sem<br />

comprometer a qualida<strong>de</strong> ambiental e o atendimento das necessida<strong>de</strong>s das gerações futuras;<br />

XIV - reciclagem: processo <strong>de</strong> transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração <strong>de</strong> suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos<br />

produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama<br />

e, se couber, do SNVS e do Suasa;<br />

XV - rejeitos: resíduos sólidos que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esgotadas todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento e<br />

recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra<br />

possibilida<strong>de</strong> que não a disposição final ambientalmente a<strong>de</strong>quada;<br />

XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem <strong>de</strong>scartado resultante <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

humanas em socieda<strong>de</strong>, a cuja <strong>de</strong>stinação final se proce<strong>de</strong>, se propõe proce<strong>de</strong>r ou se está obrigado a<br />

proce<strong>de</strong>r, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas<br />

particularida<strong>de</strong>s tornem inviável o seu lançamento na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> esgotos ou em corpos d'água,<br />

ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia<br />

disponível;<br />

XV<strong>II</strong> - responsabilida<strong>de</strong> compartilhada pelo ciclo <strong>de</strong> vida dos produtos: conjunto <strong>de</strong> atribuições<br />

individualizadas e enca<strong>de</strong>adas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos<br />

consumidores e dos titulares dos serviços públicos <strong>de</strong> limpeza urbana e <strong>de</strong> manejo dos resíduos<br />

sólidos, para minimizar o volume <strong>de</strong> resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os<br />

impactos causados à saú<strong>de</strong> humana e à qualida<strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong>correntes do ciclo <strong>de</strong> vida dos<br />

produtos, nos termos <strong>de</strong>sta Lei;<br />

XV<strong>II</strong>I - reutilização: processo <strong>de</strong> aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação<br />

biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos<br />

competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa (Sistema Único <strong>de</strong> Atenção à Sanida<strong>de</strong><br />

Agropecuária);<br />

XIX - serviço público <strong>de</strong> limpeza urbana e <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> resíduos sólidos: conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

previstas no art. 7º da Lei nº 11.445, <strong>de</strong> 2007.


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Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

CAPÍTULO <strong>II</strong> - PRINCÍPIOS E OBJETIVOS<br />

• princípios da prevenção e da precaução;<br />

• princípios do poluidor-pagador e do protetor-recebedor;<br />

• responsabilida<strong>de</strong> compartilhada pelo ciclo <strong>de</strong> vida dos produtos;<br />

• proteção da saú<strong>de</strong> pública e da qualida<strong>de</strong> ambiental;<br />

• incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso <strong>de</strong> matérias-primas e insumos<br />

<strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> materiais recicláveis e reciclados;<br />

• integração dos catadores <strong>de</strong> materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a<br />

Responsabilida<strong>de</strong> compartilhada pelo ciclo <strong>de</strong> vida dos produtos;<br />

• priorida<strong>de</strong>, nas aquisições governamentais, para produtos reciclados e recicláveis;<br />

• o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e valor social,<br />

gerador <strong>de</strong> trabalho e renda e promotor <strong>de</strong> cidadania;<br />

INSTRUMENTOS<br />

• os planos <strong>de</strong> resíduos sólidos;<br />

• os inventários e o sistema <strong>de</strong>claratório anual <strong>de</strong> resíduos sólidos;<br />

• a coleta seletiva, os sistemas <strong>de</strong> logística reversa e outras ferramentas relacionadas à<br />

implementação da responsabilida<strong>de</strong> compartilhada pelo ciclo <strong>de</strong> vida dos produtos;<br />

• o incentivo à criação e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cooperativas ou outras formas <strong>de</strong> associação <strong>de</strong><br />

catadores <strong>de</strong> materiais reutilizáveis e recicláveis;<br />

• a educação ambiental;<br />

• os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;<br />

• os acordos setoriais;<br />

Na gestão e gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos, <strong>de</strong>ve ser observada a seguinte or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

priorida<strong>de</strong>: não-geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos,<br />

bem como disposição final ambientalmente a<strong>de</strong>quada dos rejeitos.<br />

Art. 13. Para os efeitos <strong>de</strong>sta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação:<br />

I - quanto à origem:<br />

a) resíduos domiciliares: os originários <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s domésticas em residências urbanas;<br />

b) resíduos <strong>de</strong> limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza <strong>de</strong> logradouros e vias públicas e<br />

outros serviços <strong>de</strong> limpeza urbana;<br />

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas "a" e "b";<br />

d) resíduos <strong>de</strong> estabelecimentos comerciais e prestadores <strong>de</strong> serviços: os gerados nessas ativida<strong>de</strong>s,<br />

excetuados os referidos nas alíneas "b", "e", "g", "h" e "j";<br />

e) resíduos dos serviços públicos <strong>de</strong> saneamento básico: os gerados nessas ativida<strong>de</strong>s, excetuados os<br />

referidos na alínea "c";<br />

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;<br />

g) resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: os gerados nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, conforme <strong>de</strong>finido em<br />

regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;<br />

h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e <strong>de</strong>molições <strong>de</strong> obras<br />

<strong>de</strong> construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação <strong>de</strong> terrenos para obras civis;<br />

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas ativida<strong>de</strong>s agropecuárias e silviculturais, incluídos os<br />

relacionados a insumos utilizados nessas ativida<strong>de</strong>s;<br />

j) resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> transportes: os originários <strong>de</strong> portos, aeroportos, terminais<br />

alfan<strong>de</strong>gários, rodoviários e ferroviários e passagens <strong>de</strong> fronteira;<br />

k) resíduos <strong>de</strong> mineração: os gerados na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa, extração ou beneficiamento <strong>de</strong><br />

minérios;<br />

<strong>II</strong> - quanto à periculosida<strong>de</strong>:<br />

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão <strong>de</strong> suas características <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong>, corrosivida<strong>de</strong>,<br />

reativida<strong>de</strong>, toxicida<strong>de</strong>, patogenicida<strong>de</strong>, carcinogenicida<strong>de</strong>, teratogenicida<strong>de</strong> e mutagenicida<strong>de</strong>,<br />

apresentam significativo risco à saú<strong>de</strong> pública ou à qualida<strong>de</strong> ambiental, <strong>de</strong> acordo com lei,<br />

regulamento ou norma técnica;<br />

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea "a".<br />

Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea "d" do inciso I do<br />

caput, se caracterizados como não perigosos, po<strong>de</strong>m, em razão <strong>de</strong> sua natureza, composição ou<br />

volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo po<strong>de</strong>r público municipal.


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Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

São planos <strong>de</strong> resíduos sólidos:<br />

• I – o Plano Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos;<br />

• <strong>II</strong> – os planos estaduais <strong>de</strong> resíduos sólidos;<br />

• <strong>II</strong>I – os planos microrregionais <strong>de</strong> resíduos sólidos e os planos <strong>de</strong> resíduos sólidos <strong>de</strong> regiões<br />

metropolitanas ou aglomerações urbanas;<br />

• IV – os planos intermunicipais <strong>de</strong> resíduos sólidos;<br />

• V – os planos municipais <strong>de</strong> gestão integrada <strong>de</strong> resíduos sólidos;<br />

• VI – os planos <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos.<br />

LOGÍSTICA REVERSA<br />

Estão obrigados a estruturar e implementar sistemas <strong>de</strong> logística reversa, mediante retorno<br />

dos produtos após o uso pelo consumidor, <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do serviço público <strong>de</strong><br />

limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores<br />

e comerciantes <strong>de</strong>:<br />

I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem,<br />

após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong><br />

resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos<br />

órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;<br />

<strong>II</strong> – pilhas e baterias;<br />

<strong>II</strong>I – pneus;<br />

IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;<br />

V – lâmpadas fluorescentes, <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> sódio e mercúrio e <strong>de</strong> luz mista;<br />

VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.<br />

LOGÍSTICA REVERSA<br />

I – implantar procedimentos <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> produtos ou embalagens usados;<br />

<strong>II</strong> – disponibilizar postos <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> resíduos reutilizáveis e recicláveis;<br />

<strong>II</strong>I – atuar em parceria com cooperativas ou outras formas <strong>de</strong> associação <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> materiais<br />

reutilizáveis e recicláveis, nos casos <strong>de</strong> que trata o § 1º.<br />

§ 4º Os consumidores <strong>de</strong>verão efetuar a <strong>de</strong>volução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores,<br />

dos produtos e embalagens a que se referem os incisos I a IV do caput, e <strong>de</strong> outros produtos ou<br />

embalagens objeto <strong>de</strong> logística reversa, na forma do § 1º.<br />

§ 5º Os comerciantes e distribuidores <strong>de</strong>verão efetuar a <strong>de</strong>volução aos fabricantes ou importadores<br />

dos produtos e embalagens reunidos ou <strong>de</strong>volvidos na forma dos §§ 2º e 3º.<br />

CAPÍTULO V - DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS<br />

O Po<strong>de</strong>r Público po<strong>de</strong>rá instituir medidas indutoras e linhas <strong>de</strong> financiamento para aten<strong>de</strong>r,<br />

prioritariamente, às iniciativas <strong>de</strong>:<br />

• implantação <strong>de</strong> infra-estrutura física e aquisição <strong>de</strong> equipamentos para cooperativas ou<br />

outras formas <strong>de</strong> associação <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> materiais reutilizáveis e recicláveis formadas<br />

por pessoas físicas <strong>de</strong> baixa renda;<br />

• <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> gestão dos resíduos sólidos <strong>de</strong> caráter intermunicipal ou,<br />

nos termos do inciso I do caput do art. 11, regional;<br />

• estruturação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> coleta seletiva e <strong>de</strong> logística reversa;<br />

• <strong>de</strong>scontaminação <strong>de</strong> áreas contaminadas, incluindo as áreas órfãs;<br />

CAPÍTULO VI - DAS PROIBIÇÕES<br />

Ficam proibidas, nas áreas <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> rejeitos, as seguintes ativida<strong>de</strong>s:<br />

• utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;<br />

• catação;<br />

• criação <strong>de</strong> animais domésticos;<br />

• fixação <strong>de</strong> habitações temporárias ou permanentes;<br />

• outras ativida<strong>de</strong>s vedadas pelo Po<strong>de</strong>r Público.<br />

• Fica proibida a importação <strong>de</strong> resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como os resíduos<br />

sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente e à saú<strong>de</strong> pública, animal e<br />

sanida<strong>de</strong> vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.


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Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

Também utilizada para <strong>de</strong>finição e caracterização <strong>de</strong> resíduos sólidos é o conjunto <strong>de</strong> normas feitas<br />

pela Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas (ABNT) que editou um conjunto <strong>de</strong> normas<br />

para padronizar, a nível nacional, a classificação dos resíduos:<br />

NBR 10.004 - Resíduos Sólidos<br />

NBR 10.005 - Lixiviação <strong>de</strong> Resíduos<br />

NBR 10.006 - Solubilização <strong>de</strong> Resíduos<br />

NBR 10.007 - Amostragem <strong>de</strong> Resíduos<br />

A NBR 10.004 Resíduos Sólidos – Classificação (ABNT/04) <strong>de</strong>fine resíduos sólidos como:<br />

resíduos no estado sólido e semi-sólido que resultam <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> origem:<br />

industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, <strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong> varrição. Ficam incluídos nesta<br />

<strong>de</strong>finição os lodos provenientes <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água, aqueles gerados em<br />

equipamentos e instalações <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> poluição, bem como <strong>de</strong>terminados líquidos cujas<br />

particularida<strong>de</strong>s tornem inevitável o seu lançamento na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> esgotos ou corpos d’água, ou<br />

exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia<br />

disponível.<br />

A NBR 10.004 classifica os resíduos sólidos segundo o grau <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong>, em duas categorias:<br />

Classe I – Perigosos, Classe <strong>II</strong> – Não Perigosos (Classe <strong>II</strong>A – Não Inertes e Classe <strong>II</strong>B – Inertes)<br />

Obs: Os resíduos radioativos não são objeto <strong>de</strong>sta Norma, pois são <strong>de</strong> competência exclusiva da<br />

Comissão Nacional <strong>de</strong> Energia Nuclear (CNEN).<br />

Resíduos Classe I – Perigosos<br />

Esses resíduos apresentam periculosida<strong>de</strong>, característica que função <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s físicas,<br />

químicas ou infecto-contagiosas, po<strong>de</strong> apresentar riscos à saú<strong>de</strong> pública e ao meio ambiente quando<br />

manuseados e <strong>de</strong>stinados <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada.<br />

Resíduos sólidos que constem nos anexos A ou B ou que apresentarem pelo menos uma das<br />

características quanto a inflamabilida<strong>de</strong>, corrosivida<strong>de</strong>, reativida<strong>de</strong>, toxicida<strong>de</strong>, patogenicida<strong>de</strong>.<br />

Por exemplo, um resíduo é: Reativo (...) se possuir em sua constituição CN - ou S 2- em<br />

concentrações maiores que 250 mg <strong>de</strong> HCN liberável/kg <strong>de</strong> resíduo ou <strong>de</strong> 500 mg <strong>de</strong> H2S liberável/kg<br />

<strong>de</strong> resíduo. Patogenico: (...) se contiver ou houver suspeita <strong>de</strong> conter microrganismos patogênicos,<br />

proteínas virais, ADN ou ARN recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios,<br />

cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes <strong>de</strong> produzir doenças em homens, animais ou vegetais.<br />

É importante frisar que todo material em contato com resíduo perigoso fica contaminado e<br />

passa também a ser consi<strong>de</strong>rado como resíduo perigoso.<br />

Qualquer outro resíduo que se suponha tóxico e que não conste nas listagens da norma, <strong>de</strong>verá ter<br />

sua classificação baseada em dados bibliográficos disponíveis.<br />

Resíduos classe <strong>II</strong>A – Não inertes: Aqueles que não se enquadram nas classificações <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong><br />

classe I ou classe <strong>II</strong>B. Aqueles que po<strong>de</strong>m ter proprieda<strong>de</strong>s, tais como: bio<strong>de</strong>gradabilida<strong>de</strong>,<br />

combustibilida<strong>de</strong> ou solubilida<strong>de</strong> em água.<br />

Resíduos classe <strong>II</strong>B – Inertes: Quaisquer resíduos amostrados <strong>de</strong> uma forma representativa, segundo<br />

a NBR 10.007, que submetidos a um contato estático ou dinâmico com água <strong>de</strong>stilada ou <strong>de</strong>ionizada,<br />

à temperatura ambiente, conforme NBR 10.006 (Solubilização) não tiverem nenhum <strong>de</strong> seus<br />

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões <strong>de</strong> potabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água,<br />

excetuando-se aspecto, cor, turbi<strong>de</strong>z, dureza e sabor (anexo G).


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Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

ABNT NBR 10004:2004<br />

CLASSIFICAÇÃO:<br />

não<br />

resíduo<br />

Tem origem<br />

conhecida ?<br />

sim<br />

Consta nos<br />

anexos A ou B?<br />

sim<br />

não<br />

Tem caracteristicas <strong>de</strong>:<br />

Inflamabilida<strong>de</strong>,<br />

corrosivida<strong>de</strong>, reativida<strong>de</strong>,<br />

toxicida<strong>de</strong> ou<br />

patogenicida<strong>de</strong>?<br />

não<br />

resíduo não perigoso classe <strong>II</strong><br />

sim<br />

resíduo perigoso<br />

classe I<br />

Possui constituintes que são<br />

solubilizados em<br />

concentrações superiores ao<br />

anexo G ?<br />

não<br />

resíduo inerte<br />

Classe <strong>II</strong> B<br />

sim<br />

resíduo não inerte Classe <strong>II</strong> A<br />

As <strong>de</strong>cisões técnicas e econômicas em relação a todo o gerenciamento dos resíduos sólidos (manuseio,<br />

acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte e disposição final), <strong>de</strong>verão estar<br />

fundamentadas na classificação dos mesmos. Contudo essa i<strong>de</strong>ntificação é bastante complexa em<br />

<strong>de</strong>terminados casos, e são poucos laboratórios que realizam este serviço.<br />

A amostragem do resíduo é uma operação fundamentalmente importante, como já foi dito<br />

anteriormente existe uma norma a NBR 10007 que orienta sobre a forma <strong>de</strong> se realizar um processo<br />

<strong>de</strong> amostragem, porém quanto mais heterogêneo é o resíduo, mais crítica é a sua amostragem.<br />

Realizar uma <strong>de</strong>terminação das características <strong>de</strong> resíduos que possa ser consi<strong>de</strong>rada representativa<br />

não é tarefa simples e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um bom programa <strong>de</strong> amostragem e da correta preparação das<br />

amostras.<br />

A ausência <strong>de</strong> uma padronização nos métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação das características fisico-químicas e<br />

microbiológicas dificulta a comparação <strong>de</strong> resultados e é, atualmente, um dos problemas da discussão<br />

entre especialistas na área <strong>de</strong> resíduos.<br />

Tabela 1 – Responsabilida<strong>de</strong> pelo gerenciamento dos resíduos<br />

Origem do resíduo<br />

Responsável<br />

Domiciliar<br />

Prefeitura<br />

Comercial Prefeitura 1<br />

Público<br />

Prefeitura<br />

Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Gerador (hospitais, etc)<br />

Industrial<br />

Gerador (indústrias)<br />

Portos, aeroportos e terminais ferroviários e Gerador (portos, etc.)<br />

rodoviários<br />

Agrícola<br />

Gerador (agricultor)<br />

Entulho<br />

Gerador


Disciplina - Engenharia do Meio Ambiente/ EQ/ <strong>UFRJ</strong><br />

Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

1 A Prefeitura é responsável por quantida<strong>de</strong>s pequenas, geralmente inferiores a 50kg, <strong>de</strong> acordo com a<br />

legislação municipal específica. Quantida<strong>de</strong>s superiores são responsabilida<strong>de</strong> do gerador.<br />

O levantamento das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resíduos industriais é feito utilizando a metodologia dos<br />

inventários, que consistem em questionários enviados as indústrias consi<strong>de</strong>radas potencialmente<br />

importantes como geradoras <strong>de</strong> resíduos.<br />

Gerenciamento dos resíduos sólidos<br />

No vigésimo primeiro capítulo da Agenda 21, estão estabelecidas as diretrizes para o gerenciamento<br />

dos resíduos sólidos <strong>de</strong> forma compatível com a preservação ambiental.<br />

Um novo estilo <strong>de</strong> vida, com mudanças nos padrões <strong>de</strong> consumo, nos padrões <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong><br />

geração <strong>de</strong> resíduos se impõe para a humanida<strong>de</strong>. O estabelecimento <strong>de</strong>sses novos padrões<br />

comportamentais e culturais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> educação e conscientização e <strong>de</strong>ve (<strong>de</strong>veria)<br />

ser tarefa da atual geração e das próximas, na construção <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mundo.<br />

A Agenda 21 <strong>de</strong>fine áreas-programa que permitem o estabelecimento <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong><br />

gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos compatível com a preservação do ambiente.<br />

Minimização da produção <strong>de</strong> resíduos, Maximização <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> reutilização e reciclagem<br />

ambientalmente corretas, Promoção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento e disposição <strong>de</strong> resíduos compatíveis<br />

com a preservação ambiental, Extensão da cobertura <strong>de</strong> coleta dos serviços <strong>de</strong> coleta e <strong>de</strong>stino final.<br />

Diretrizes da AGENDA 21<br />

Minimizar/otimização<br />

minimizar<br />

3 R<br />

3 R<br />

tratar<br />

tratar<br />

Dispor<br />

Dispor<br />

REALIDADE ATUAL<br />

Em se tratando <strong>de</strong> um resíduo industrial, a fonte geradora geralmente conhece a composição e a<br />

quantida<strong>de</strong> dos seus resíduos, no entanto, o gerenciamento <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> resíduo po<strong>de</strong> ser bastante<br />

problemático. Uma vez que a geração dos resíduos industriais é diretamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das ações<br />

<strong>de</strong> minimização praticadas pelas indústrias, <strong>de</strong>monstra que o início do Gerenciamento <strong>de</strong> Resíduos<br />

Sólidos começa antes da geração.<br />

Na Agenda 21, os programas consi<strong>de</strong>rados importantes para o equacionamento da poluição por<br />

resíduos perigosos (RP) são:<br />

Promover a minimização da geração <strong>de</strong> RP<br />

Promover e fortalecer a capacitação institucional para o gerenciamento <strong>de</strong> RP


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Promover e fortalecer a cooperação internacional para o gerenciamento da movimentação <strong>de</strong><br />

RP entre fronteiras<br />

Impedir o tráfico internacional ilegal <strong>de</strong> RP<br />

Também faz parte do gerenciamento, o coleta, classificação, segregação, armazenagem, transporte,<br />

reciclagem, bolsa <strong>de</strong> resíduos, levantar as alternativas <strong>de</strong> tratamento e disposição final <strong>de</strong>stes,<br />

consi<strong>de</strong>rando aspectos <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> pessoal, manuseio e procedimento <strong>de</strong> emergência, <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> garantia da proteção ambiental e da saú<strong>de</strong> pública. Além disto, se necessário, realizar<br />

um processo <strong>de</strong> recuperação dos locais contaminados pela disposição ina<strong>de</strong>quada.<br />

As áreas e as formas <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong>verão ser previamente submetidas ao órgão ambiental<br />

para apreciação e parecer. O local para o armazenamento <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>verá estar situado a<br />

distâncias mínimas <strong>de</strong> residências, hospitais, clínicas, centros médicos, <strong>de</strong> escolas, clubes esportivos e<br />

<strong>de</strong> outros equipamentos <strong>de</strong> uso comunitário, <strong>de</strong> rodovias, vias <strong>de</strong> acesso público e corpos d’água. Os<br />

procedimentos <strong>de</strong> coleta e estocagem a serem seguidos são:<br />

COLETA<br />

<strong>de</strong>finir os equipamentos a<strong>de</strong>quados para coleta e segregação dos resíduos sólidos;<br />

<strong>de</strong>finir os locais para os recipientes para coleta e para segregação;<br />

<strong>de</strong>screver o processo <strong>de</strong> transporte;<br />

<strong>de</strong>screver o processo <strong>de</strong> manuseio;<br />

ESTOCAGEM<br />

<strong>de</strong>finir o local e a capacida<strong>de</strong> disponível para cada tipo <strong>de</strong> resíduo;<br />

<strong>de</strong>finir os procedimentos <strong>de</strong> manuseio entre as áreas <strong>de</strong> estocagem e tratamento ou disposição<br />

final;<br />

<strong>de</strong>finir o treinamento necessário ao pessoal envolvido;<br />

Os resíduos sólidos <strong>de</strong>verão sofrer tratamento ou armazenamento a<strong>de</strong>quado preferencialmente no<br />

próprio local <strong>de</strong> produção e nas condições estabelecidas pelos órgãos responsáveis <strong>de</strong> controle da<br />

poluição e <strong>de</strong> preservação ambiental. Entretanto, a maior parte dos resíduos, principalmente aqueles<br />

caracterizados como perigosos são geralmente tratados ou dispostos em locais distantes do seu ponto<br />

<strong>de</strong> geração, o que necessita <strong>de</strong> transporte do ponto <strong>de</strong> geração ao local <strong>de</strong> tratamento ou disposição,<br />

envolvendo coleta, condicionamento e transporte.<br />

Uma vez havendo a impossibilida<strong>de</strong> técnico-científica e econômica do tratamento e disposição dos<br />

resíduos sólidos próximos ao local <strong>de</strong> sua geração, o transporte <strong>de</strong>ve ser feito em veículos<br />

apropriados, compatíveis com as características dos resíduos, aten<strong>de</strong>ndo as condicionantes <strong>de</strong><br />

proteção ao meio ambiente e a saú<strong>de</strong> pública.<br />

O transporte <strong>de</strong> resíduos não perigosos (por exemplo sucatas <strong>de</strong> ferro, lixo <strong>de</strong> restaurante, etc.) não<br />

apresenta gran<strong>de</strong>s implicações quanto ao treinamento <strong>de</strong> motorista e ajudantes, estado <strong>de</strong><br />

conservação do caminhão e burocracia com relação aos órgãos ambientais regionais.<br />

Para o transporte <strong>de</strong> Resíduos Perigosos a indústria é obrigada a seguir uma série <strong>de</strong> procedimentos<br />

para que se cumpram todas as leis e regulamentações dos órgãos ambientais envolvidos no transporte<br />

<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> material, com relação a documentações, licenças etc. Além do cumprimento <strong>de</strong>ste<br />

procedimento, <strong>de</strong>ve exigir também das empresas transportadoras o seu enquadramento às normas<br />

referentes ao transporte <strong>de</strong> resíduos perigosos, e atuar como fiscalizadora, já que a mesma se<br />

encontra no papel <strong>de</strong> co-responsável <strong>de</strong>ste processo.<br />

Os veículos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> carga ou produtos perigosos só po<strong>de</strong>rão transitar por vias públicas ou<br />

rodovias, se preencherem os requisitos <strong>de</strong> simbologia estabelecidos pela Norma Brasileira. Os<br />

produtos <strong>de</strong>vem estar acondicionados para suportar os riscos <strong>de</strong> carregamento, transporte,<br />

<strong>de</strong>scarregamento e transbordo. Devem evitar o uso <strong>de</strong> vias que atravessem ou estejam próximas <strong>de</strong><br />

áreas <strong>de</strong>nsamente povoadas, <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> mananciais, reservatórios <strong>de</strong> água ou reservas<br />

florestais e ecológicas para carregamento, transporte e <strong>de</strong>scarregamento <strong>de</strong> produtos perigosos. O<br />

transporte <strong>de</strong> produtos perigosos somente será realizado em veículos cujas características técnicas e<br />

estado <strong>de</strong> conservação possibilitem segurança compatível com o risco correspon<strong>de</strong>nte ao produto<br />

transportado.<br />

No caso dos resíduos serem transportados ou terem <strong>de</strong> ser estocados até terem um tratamento<br />

a<strong>de</strong>quado, eles <strong>de</strong>vem ser cuidadosamente manuseados, coletados e armazenados. O


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acondicionamento e/ou estocagem <strong>de</strong> resíduos po<strong>de</strong> ser realizado em: tambores, a granel, caçamba,<br />

tanque, fardos, sacos plásticos ou outras formas.<br />

Os veículos <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> carga ou produtos perigosos só po<strong>de</strong>rão transitar por vias públicas ou<br />

rodovias, se preencherem os requisitos <strong>de</strong> simbologia estabelecidos pela Norma Brasileira. Os<br />

produtos <strong>de</strong>vem estar acondicionados para suportar os riscos <strong>de</strong> carregamento, transporte,<br />

<strong>de</strong>scarregamento e transbordo. Devem evitar o uso <strong>de</strong> vias que atravessem ou estejam próximas <strong>de</strong><br />

áreas <strong>de</strong>nsamente povoadas, <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> mananciais, reservatórios <strong>de</strong> água ou reservas<br />

florestais e ecológicas para carregamento, transporte e <strong>de</strong>scarregamento <strong>de</strong> produtos perigosos. O<br />

transporte <strong>de</strong> produtos perigosos somente será realizado em veículos cujas características técnicas e<br />

estado <strong>de</strong> conservação possibilitem segurança compatível com o risco correspon<strong>de</strong>nte ao produto<br />

transportado.<br />

Geralmente o gerenciamento interno é <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> da empresa, mas o externo, muitas vezes,<br />

fica por conta <strong>de</strong> empresas contratadas, o que dificulta o trabalho da empresa sendo a mesma<br />

responsável por todas as fases. O conhecimento do responsável pela manipulação, remoção,<br />

transporte, armazenamento, disposição e controle dos resíduos sólidos também é indispensável. Outro<br />

fator vital é a questão do cumprimento da legislação pertinente e dos objetivos traçados pela<br />

empresa, para assegurar esse programa <strong>de</strong> gerenciamento.<br />

Com relação ao gerenciamento <strong>de</strong> resíduos sólidos são necessárias, inicialmente, a i<strong>de</strong>ntificação da<br />

fonte <strong>de</strong> geração com qualificação e quantificação através da caracterização por amostragem, análise<br />

e classificação. Após essa fase inicial, o procedimento abrange as seguintes etapas:<br />

Medidas preventivas:<br />

Geração da menor quantida<strong>de</strong> possível – minimização na geração;<br />

Segregação em local a<strong>de</strong>quado para evitar a diluição dos materiais pelas águas <strong>de</strong> chuva e<br />

que fiquem dispostos ao tempo;<br />

Rótulos e etiquetas para a i<strong>de</strong>ntificação;<br />

Separação dos resíduos entre si, para evitar a contaminação dos menos perigosos com os<br />

outros e para que não ocorram reações químicas entre os diferentes materiais.<br />

Medidas corretivas<br />

I<strong>de</strong>ntificação do tipo <strong>de</strong> tratamento a ser utilizado. As diretrizes para o tratamento <strong>de</strong> resíduos<br />

consiste em :<br />

o Definição <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> produção, tendo em vista as características qualitativas e<br />

quantitativas dos resíduos resultantes;<br />

o Desenvolvimento dos estudos <strong>de</strong> tratabilida<strong>de</strong> para avaliação dos possíveis<br />

tratamentos;<br />

o Conceituação dos processos tendo-se em vista a eficiência <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> poluentes e<br />

o impacto que irão provocar ao meio ambiente.<br />

I<strong>de</strong>ntificação das empresas que realizarão serviços <strong>de</strong> tratamento, análise e transporte;<br />

Elaboração <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> tratamento que é enviado ao Órgão Ambiental, junto com o laudo<br />

<strong>de</strong> caracterização do resíduo, para que o Órgão emita a autorização;<br />

Transporte do resíduo por uma empresa <strong>de</strong>vidamente licenciada, que terá a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> encaminhar, junto com o resíduo, a documentação necessária;<br />

Recebimento do resíduo pela empresa <strong>de</strong> tratamento, retirada <strong>de</strong> uma amostra testemunha e<br />

pesagem;<br />

Tratamento;<br />

Emissão do comprovante <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação final do resíduo emitido pela empresa;<br />

Arquivamento por um período <strong>de</strong> 5 anos das notas fiscais <strong>de</strong> transporte e do comprovante <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stinação final do resíduo.<br />

Cada resíduo <strong>de</strong>ve ter o seu gerenciamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase imediatamente após a geração até<br />

a disposição final, <strong>de</strong> forma a garantir a minimização <strong>de</strong> riscos à saú<strong>de</strong> pública e ao meio a<br />

ambiente.<br />

Cabe ao gerador <strong>de</strong> resíduos assumir a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar que empresas terceirizadas,<br />

responsáveis pela disposição final, tratamento, compra e reciclagem estejam <strong>de</strong> acordo com as<br />

normas ambientais vigentes.<br />

Vale salientar que todo o gerenciamento não é <strong>de</strong>finitivo, <strong>de</strong>vendo ser reformulado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das<br />

circunstâncias e das necessida<strong>de</strong>s do momento.


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As relações entre países, no que se refere aos problemas ambientais provocados por produtos e<br />

resíduos, têm sido objeto <strong>de</strong> tratados que visam estabelecer novos padrões nas relações<br />

internacionais. Alguns dos tratados atuais que interferem na questão dos resíduos são:<br />

Protocolo <strong>de</strong> Montreal, para controle das substâncias que <strong>de</strong>stroem a camada <strong>de</strong> ozônio<br />

A Convenção da Biodiversida<strong>de</strong>, que regula as condições <strong>de</strong> acesso a recursos biológicos entre<br />

os signatários.<br />

A Convenção da Basiléia, que proíbe a movimentação <strong>de</strong> resíduos perigosos, entre fronteiras,<br />

para países não participantes da convenção, e estabelece regras para a movimentação entre<br />

os países signatários.<br />

Concluindo, a legislação brasileira para a caracterização e a gestão do problema ao nível <strong>de</strong> ação<br />

governamental é bastante completa e segue os mo<strong>de</strong>los adotados nos países industrializados, em<br />

especial, EUA e Alemanha, países com os quais os técnicos brasileiros têm mantido maior intercâmbio<br />

no assunto resíduo industriais.<br />

As normas da ABNT (Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas) cobrem bastante bem as <strong>de</strong>finições<br />

dos resíduos e os cuidados com o seu manuseio, transporte e estocagem. Essas normas são<br />

complementadas pelos documentos fe<strong>de</strong>rais e estaduais referentes a padrões <strong>de</strong> emissões para<br />

incineradores, requisitos mínimos para a localização, construção e operação <strong>de</strong> aterros industriais e<br />

transporte <strong>de</strong> resíduos.<br />

A legislação ambiental para transporte <strong>de</strong> resíduos perigosos soma-se àquela referente ao transporte<br />

<strong>de</strong> substancias perigosas publicada pelo Ministério dos Transportes, sendo que a atuação dos órgãos<br />

ambientais tem se dado em articulação com as autorida<strong>de</strong>s rodoviárias, com relativo sucesso.<br />

Lodos gerados nas ETE’s<br />

O termo “lodo” tem sido utilizado para <strong>de</strong>signar os subprodutos sólidos do tratamento <strong>de</strong> Estações <strong>de</strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> Esgotos ou <strong>de</strong> Efluentes Industriais.<br />

Nos processos biológicos <strong>de</strong> tratamento, parte <strong>de</strong> matéria orgânica é absorvida e convertida, fazendo<br />

parte da biomassa microbiana, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> lodo biológico ou secundário, composto principalmente<br />

<strong>de</strong> sólidos biológicos, por isso é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> biossólido; porém para este termo ser adotado é<br />

necessária uma estabilização do lodo, tornando as características químicas e biológicas compatíveis a<br />

uma utilização, como por exemplo na agricultura.<br />

No Brasil, já temos exemplos concretos da utilização <strong>de</strong> Biossólido como fertilizante em plantações <strong>de</strong><br />

milho em pesquisa realizada pela Embrapa, na região <strong>de</strong> Jaguariúna SP; porém ainda não temos uma<br />

legislação específica para permitir e normalizar a utilização <strong>de</strong> biossólido na agricultura.<br />

Tratamento <strong>de</strong> lodo<br />

O gerenciamento <strong>de</strong> lodo proveniente <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> tratamento é uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

complexida<strong>de</strong>, responsabilida<strong>de</strong> e alto custo, e se for mal executado po<strong>de</strong> comprometer os benefícios<br />

ambientais e sanitários esperados do sistema. Portanto a gestão do lodo prevê a redução <strong>de</strong> sua<br />

produção e o aumento máximo da reutilização e da reciclagem.<br />

A arte <strong>de</strong> gerenciar está em combinar as diferentes soluções possíveis <strong>de</strong> maneira que resulte numa<br />

seqüência <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> baixo custo e boa confiabilida<strong>de</strong>. Se falhar o tratamento, a disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> locais <strong>de</strong> armazenagem se esgotará rapidamente e a eficiência <strong>de</strong>puradora da estação fica reduzida<br />

pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarregar lodo com o efluente.Todo o esforço feito para tratar os efluentes<br />

líquidos po<strong>de</strong> ser comprometido por um tratamento ina<strong>de</strong>quado do lodo gerado nesses processos. O<br />

lodo é consi<strong>de</strong>rado um resíduo sólido (semi-sólido)<br />

Na estação <strong>de</strong> tratamento fica retido um lodo aquoso, cuja quantida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser avaliada em cerca <strong>de</strong><br />

1% a 2% do volume total <strong>de</strong> esgoto/efluente tratado por isso é importante se achar uma utilização<br />

economicamente viável, pois o custo com o lodo po<strong>de</strong> ficar entre 20% e 60% do total gasto com a<br />

operação <strong>de</strong> uma estação <strong>de</strong> tratamentos.


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O lodo biológico produzido em unida<strong>de</strong>s (lagoas aeradas, lodo ativado ) tem um teor <strong>de</strong> sólidos <strong>de</strong> 0,5<br />

- 1,5 % após <strong>de</strong>scarga do <strong>de</strong>cantador secundário. Espessamento é essencial para reduzir este volume<br />

antes das operações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação. Se o tratamento primário produz um volume <strong>de</strong> lodo muito<br />

maior que o do tratamento secundário, os lodos po<strong>de</strong>m ser misturados e <strong>de</strong>sidratados juntos.<br />

Contudo, são frequentemente mantidos separados para um melhor controle da <strong>de</strong>sidratação e<br />

disposição.<br />

Os lodos primários variam amplamente em <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, estabilida<strong>de</strong> química e biológica, solubilida<strong>de</strong>,<br />

toxi<strong>de</strong>z e tamanho <strong>de</strong> partícula. Já o lodo secundário, é geralmente semelhante para todas as<br />

indústrias.<br />

O lodo primário removido do <strong>de</strong>cantador tem cerca <strong>de</strong> 97% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lodo<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lodo produzida por uma estação assim como as características físicas e químicas<br />

<strong>de</strong>ste lodo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m diretamente: do tipo <strong>de</strong> ação, ou melhor, da seqüência <strong>de</strong> processos unitários<br />

empregados no tratamento como um todo.<br />

Pré-tratamento<br />

Coagulação química (condicionamento químico) O condicionamento é um processo <strong>de</strong> preparação <strong>de</strong><br />

lodo, através da adição <strong>de</strong> produtos químicos (coagulantes e polieletrólitos) para aumentar sua<br />

aptidão a <strong>de</strong>sidratação e melhorar a captura <strong>de</strong> sólidos nos sistemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação do lodo.<br />

A maioria dos lodos requer um condicionamento químico anterior ao espessamento e <strong>de</strong>sidratação. A<br />

adição <strong>de</strong> coagulantes químicos facilita a coalescência das partículas mais finas do lodo melhorando<br />

sua filtração. Os coagulantes mais comuns são o cloreto férrico, cal e polieletrólitos.<br />

Coagulação química (condicionamento químico) Os coagulantes inorgânicos são amplamente<br />

utilizados e, na maioria dos casos, capturam com eficiência os colói<strong>de</strong>s. Eles têm a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong><br />

contribuir substancialmente para o aumento <strong>de</strong> volume do lodo, o que acarreta problemas na<br />

<strong>de</strong>sidratação. Os floculantes orgânicos (polieletrólitos) po<strong>de</strong>m ser classificados como: catiônicos,<br />

aniônicos ou não-iônicos. Eles são mais específicos e eficazes, porém são também, mais sensíveis as<br />

alterações <strong>de</strong> pH e são mais caros.<br />

Espessamento ou A<strong>de</strong>nsamento<br />

O a<strong>de</strong>nsamento ou espessamento é um processo físico <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> sólidos e consiste em<br />

basicamente reduzir o volume do lodo, pela redução <strong>de</strong> sua umida<strong>de</strong>, o que facilita as etapas<br />

seguintes <strong>de</strong> tratamento.<br />

As taxas <strong>de</strong> espessamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m:<br />

• proprieda<strong>de</strong>s da alimentação,<br />

• concentração <strong>de</strong> sólidos na alimentação,<br />

• tempo <strong>de</strong> retenção,<br />

• qualida<strong>de</strong> requerida na alimentação da <strong>de</strong>sidratação e<br />

• qualida<strong>de</strong> do sobrenadante requerida para disposição ou reciclo.<br />

Geralmente o espessamento por sedimentação gravitacional ou flotação.<br />

Sedimentação<br />

A configuração mais comum é um tanque circular com profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 3 m e diâmetros <strong>de</strong> 3 - 4,5 m.<br />

As unida<strong>de</strong>s são semelhantes a <strong>de</strong>cantadores primários. Equivale a uma <strong>de</strong>cantação cujo objetivo<br />

principal não é a clarificação do líquido sobrenadante, porém a concentração dos sólidos no fundo.<br />

A eficiência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do lodo. Lodo primário po<strong>de</strong> ser espessado por gravida<strong>de</strong> até cerca <strong>de</strong><br />

90% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, enquanto lodo misto é <strong>de</strong> 95 a 92%.O espessamento <strong>de</strong> lodos orgânicos<br />

(particularmente <strong>de</strong> lodo ativado) é complicado pela ação anaeróbica. Se a temperatura for propícia,<br />

as bactérias no lodo começam a <strong>de</strong>compor a matéria orgânica, liberando gases. Isto acarreta<br />

problemas <strong>de</strong> flotação, impe<strong>de</strong> a compactação e cria odores <strong>de</strong>sagradáveis.<br />

Flotação


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O espessamento por flotação é empregado para lamas contendo sólidos que:<br />

•flutuam melhor que <strong>de</strong>cantam,<br />

• têm baixas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantação ou pobre compactação.<br />

A maioria dos espessadores por flotação usa a pressurização do reciclo. A alimentação do flotador é<br />

misturada com o reciclo pressurizado na entrada do mesmo. Po<strong>de</strong>m ser retangulares (usualmente<br />

para pequenas aplicações) ou circulares. Ambos os tipos são equipados com escuma<strong>de</strong>iras na<br />

superfície e raspadores no fundo. As escuma<strong>de</strong>iras removem o material flutuante do tanque <strong>de</strong><br />

espessamento para um reservatório. Os raspadores removem os sólidos mais pesados que não po<strong>de</strong>m<br />

flotar.<br />

Estabilização<br />

A estabilização visa a atenuar o mau odor no tratamento e manuseio do lodo. Redução <strong>de</strong> organismos<br />

patogênicos e redução <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> sólidos voláteis.<br />

A estabilização biológica do lodo, que é praticada com frequência antes da <strong>de</strong>sidratação ou<br />

disposição, po<strong>de</strong> ser anaeróbia ou aeróbia.<br />

A digestão anaeróbia têm as vantagens <strong>de</strong> baixo consumo energético e produção <strong>de</strong> metano.<br />

As bacias <strong>de</strong> digestão aeróbia, com tempo e retenção <strong>de</strong> 10 -20 dias, reduzem em até 40 % os<br />

sólidos voláteis.<br />

Na digestão anaeróbia os orgânicos do lodo são reduzidos a CH4, CO2 , NH3 e H2S. O CH4 po<strong>de</strong> ser<br />

recuperado e aproveitado para geração <strong>de</strong> energia ou outros propósitos. A digestão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

temperatura, na faixa mesofílica (0- 35 ºC), o tempo <strong>de</strong> digestão é <strong>de</strong> 20 -55 dias, enquanto que na<br />

faixa termofílica (38 - 60 °C), o tempo é <strong>de</strong> 15 - 20 dias.<br />

A fase subseqüente é a <strong>de</strong>sidratação ou <strong>de</strong>saguamento do lodo, que po<strong>de</strong> ser realizada por métodos<br />

naturais ou mecânicos, tendo como objetivo remover água e reduzir ainda mais o volume, produzindo<br />

um lodo com comportamento mecânico próximo ao dos sólidos.<br />

A <strong>de</strong>sidratação do lodo tem um importante impacto nos custos <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong>stino final do lodo,<br />

já que o comportamento mecânico varia com o teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, e a diminuição <strong>de</strong> volume otimiza o<br />

transporte do lodo para seu <strong>de</strong>stino final, visto que na maioria dos países, incluindo o Brasil, as<br />

estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgoto/efluente têm como principal meio <strong>de</strong> locomoção da carga <strong>de</strong> lodo, o<br />

sistema rodoviário e a utilização <strong>de</strong> frota <strong>de</strong> caminhões.<br />

Desidratação<br />

O propósito da <strong>de</strong>sidratação é remover líquido suficiente do lodo espessado <strong>de</strong> forma a produzir uma<br />

torta com conteúdo <strong>de</strong> sólidos e proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manuseio ótimos para subsequente processamento<br />

ou disposição.<br />

Centrifugação<br />

Uma centrífuga <strong>de</strong> sólidos consiste <strong>de</strong> um tambor rotativo que concentra e <strong>de</strong>sidrata o lodo, separando<br />

em uma torta e uma corrente diluída. A torta se forma no interior do tambor e é <strong>de</strong>scarregada <strong>de</strong>ste<br />

por intermédio <strong>de</strong> um parafuso condutor, que gira <strong>de</strong>ntro do <strong>de</strong>ste a uma velocida<strong>de</strong> levemente<br />

menor.<br />

O fluido sobrenadante corre para a extremida<strong>de</strong> oposta do tambor on<strong>de</strong> é coletado. A capacida<strong>de</strong> da<br />

centrífuga está relacionada com seu tamanho (diâmetro e comprimento do tambor).<br />

Através da centrifugação po<strong>de</strong>-se obter um lodo com teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 70 - 80%.<br />

Filtração à vacuo<br />

Um típico filtro à vácuo consiste <strong>de</strong> um tambor rotativo parcialmente submerso em um vaso contendo<br />

a lama. Filtros à vácuo 70% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. Os dois tipos <strong>de</strong> filtros á vácuo mais comuns são o <strong>de</strong><br />

tambor rotativo e o <strong>de</strong> correia rotativa. Des<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da filtração contínua, o filtro à vácuo<br />

com tambor convencional tem sido mais usado . Isto se <strong>de</strong>ve principalmente à sua flexibilida<strong>de</strong><br />

operacional e habilida<strong>de</strong> para manusear várias qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lodos.<br />

A principal <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong>stes filtros é o progressivo processo <strong>de</strong> colmatação do meio filtrante.<br />

Quando esta colmatação alcança um ponto crítico, o meio <strong>de</strong>ve ser substituído ou regenerado com<br />

uma lavagem ácida ou alcalina.Um outro problema é a <strong>de</strong>scarga da torta. Ela <strong>de</strong>ve ter uma espessura


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mínima e secura suficiente para ser <strong>de</strong>sgarregada por completo. Po<strong>de</strong> ter uma zona <strong>de</strong> sopro antes da<br />

<strong>de</strong>scarga. O uso <strong>de</strong> filtros do tipo correia rotativa elimina ou reduz bastante os problemas <strong>de</strong><br />

colmatação e espessura da torta.<br />

O meio filtrante é uma correia sem fim que atravessa do tambor para um rolo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga da torta e,<br />

então,para uma câmara <strong>de</strong> lavagem on<strong>de</strong> sprays <strong>de</strong> alta pressão borrifam fluido em ambos os lados<br />

do tecido.<br />

A <strong>de</strong>scarga da torta se dá pela passagem do meio filtrante por um rolo <strong>de</strong> menor diâmetro, o que<br />

muda abruptamente o raio <strong>de</strong> curvatura do meio causando o <strong>de</strong>spreendimento da torta.<br />

FILTRAÇÃO em PRÉ-CAMADA<br />

A filtração à vácuo em pré- camada é usada para aplicações <strong>de</strong> difícil filtração em que sérios<br />

problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga da torta são esperados ou quando as características da alimentação variam<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente.<br />

O filtro <strong>de</strong> pré-camada é semelhante ao filtro à vácuo <strong>de</strong> tambor rotativo. Uma torta do material <strong>de</strong><br />

pré-camada (como terra <strong>de</strong> diatomácea) é formada sobre o meio filtrante . A filtração prossegue<br />

continuamente pela raspagem <strong>de</strong> uma porção da pré-camada sobre o filtro junto com a torta <strong>de</strong> lodo.<br />

À medida que a filtração continua, a lâmina <strong>de</strong> raspagem avança em direção à superfície do tambor. A<br />

pré-camada po<strong>de</strong> durar por várias horas ou dias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições operacionais.<br />

Filtração em correia horizontal.<br />

Filtros <strong>de</strong> correia horizontal são melhor aplicados a lamas contendo sólidos granulares que forma<br />

tortas rapidamente e têm altas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação. O sistema permite a lavagem contínua da torta<br />

e da correia, minimizando problemas <strong>de</strong> colmatação. As vantagens <strong>de</strong>ste método sobre os outros<br />

métodos são a simplicida<strong>de</strong> operacional e o baixo consumo <strong>de</strong> energia.<br />

Filtração sob pressão.<br />

Filtros prensa do tipo placa e quadro ou placas paralelas consistem <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> placas<br />

retangulares arranjadas face a face na vertical. O meio filtrante é disposto sobre a face <strong>de</strong> cada placa.<br />

As placas são comprimidas e /ou parafusadas para se manterem juntas durante a <strong>de</strong>sidratação.<br />

O filtro opera em regime <strong>de</strong> batelada. O lodo quimicamente condicionado é bombeado para <strong>de</strong>ntro dos<br />

espaços entre as placas. Pressões <strong>de</strong> 100 - 150 psi são aplicadas. Os sólidos preenchem o espaço<br />

entre duas placas enquanto o líquido é forçado através do meio. Ao término do período <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sidratação, as placas são separadas e a torta <strong>de</strong> lodo removida.<br />

Aplicados na filtração <strong>de</strong> lodos municipais e <strong>de</strong> industrias <strong>de</strong> polpa <strong>de</strong> papel, ou <strong>de</strong> lodos contendo<br />

água e óleo. A pressão é suficiente para prevenir o entupimento do filtro por finos. Filtros prensa 60 -<br />

70 % <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.<br />

SECAGEM DO LODO<br />

Secagem natural se dá em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>nominadas leitos <strong>de</strong> secagem.<br />

VANTAGENS<br />

É o método mais simples e mais barato utilizado em secagem <strong>de</strong> lodos, <strong>de</strong>vendo ser escolhido sempre<br />

que possível.<br />

DESVANTAGENS<br />

Dependência <strong>de</strong> condições climáticas favoráveisNecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s áreas disponíveisEmprego <strong>de</strong><br />

mão <strong>de</strong> obra para remoção do lodo secoSó po<strong>de</strong> receber lodo estabilizado.<br />

Leitos <strong>de</strong> secagem compreen<strong>de</strong>m tanques rasos <strong>de</strong> piso drenante, geralmente retangulares,<br />

projetados para receber lodo úmido até uma altura <strong>de</strong> 30 cm. A perda <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água ocorre<br />

através <strong>de</strong> 2 mecanismos:<br />

* percolação através da camada drenante * evaporação através da superfície exposta ao ar<br />

CAMADA SUPORTE – É constituída <strong>de</strong> tijolos maciços assentados com afastamento <strong>de</strong> 2 a 3 cm,<br />

preenchido com areia grossa.


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MEIO FILTRANTE – É constituído <strong>de</strong> camadas <strong>de</strong> pedras <strong>de</strong> granulometria diferentes e arrumadas, <strong>de</strong><br />

modo que a camada inferior tenha granulometria maiores do que as da camada superior<br />

SISTEMA DE DRENAGEM – É constituído <strong>de</strong> canalizações convenientemente dispostas, abaixo do meio<br />

filtrante, <strong>de</strong> modo a recolher o líquido drenado que é enviado à entrada da ETE. Em condições normais<br />

<strong>de</strong> secagem, o lodo po<strong>de</strong>rá ser removido <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período que varia <strong>de</strong> 20 a 40 dias, cuja<br />

umida<strong>de</strong> atinge valores <strong>de</strong> 70 a 60 %.<br />

SECAGEM ARTIFICIAL<br />

A secagem artificial do lodo po<strong>de</strong> ser feita em equipamentos do tipo moinhos rotativos, evaporadores<br />

<strong>de</strong> multi-efeito e <strong>de</strong> leito fluidizado. O teor <strong>de</strong> sólidos po<strong>de</strong> alcançar até 90%.<br />

Em março <strong>de</strong> 2004 foi realizado no Rio <strong>de</strong> Janeiro um encontro sobre Tratamento <strong>de</strong> lodos – utilização<br />

<strong>de</strong> tratamento térmico para secagem <strong>de</strong> lodos. Foi apresentado o primeiro secador <strong>de</strong> lodos em<br />

operação no Brasil, solução já adotada na Europa, nos Estados Unidos e no Japão e que segundo os<br />

palestrantes oferece várias vantagens econômicas e técnicas relacionadas com a economia <strong>de</strong> espaço<br />

<strong>de</strong> instalação, facilida<strong>de</strong> e versatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação .<br />

O Secador Térmico apresentado é da firma italiana Pieralisi é do tipo <strong>de</strong> troca térmica direta, ou seja,<br />

os gases quentes provenientes da combustão entram em contato com o lodo para aquece-lo e<br />

remover a água, po<strong>de</strong>ndo operar continuamente ou intermitentemente.A <strong>de</strong>sinfecção ou higienização<br />

do lodo é uma operação necessária se seu <strong>de</strong>stino for à reciclagem agrícola, já que os processos <strong>de</strong><br />

digestão anaeróbia ou aeróbia po<strong>de</strong>m não reduzirem o nível <strong>de</strong> patógenos a patamares aceitáveis.<br />

TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

Define-se tratamento <strong>de</strong> resíduos como qualquer processo que altere suas características, composição<br />

ou proprieda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> maneira a tornar mais aceitável sua disposição final ou simplesmente sua<br />

<strong>de</strong>struição. Estes métodos se processam por uma ou mais das seguintes formas:<br />

convertendo os constituintes agressivos em formas menos perigosas ou insolúveis;<br />

<strong>de</strong>struindo quimicamente produtos in<strong>de</strong>sejáveis;<br />

separando da massa <strong>de</strong> resíduos os constituintes perigosos, com conseqüente redução do volume a<br />

ser disposto; e<br />

alterando a estrutura química <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados produtos, tornado mais fácil sua assimilação pelo<br />

meio ambiente.<br />

Tipos <strong>de</strong> tratamento<br />

No Brasil, têm sido utilizados os seguintes métodos <strong>de</strong> tratamento e /ou disposição final:<br />

Resíduos urbanos<br />

Resíduos Industriais<br />

Aterros controlados (não é mais Incineração<br />

aceito)<br />

Vazadouros (nunca foi aceito)<br />

Co-processamento<br />

Compostagem natural<br />

Blend energético<br />

Usinas <strong>de</strong> compostagem<br />

Solidificação/inertizaçao<br />

Reciclagem Outros (land-farming, incorporação<br />

em cerâmica, estocagem, lixões)<br />

Aterro sanitário (disposição final) Aterros industriais (disposição final)<br />

Métodos <strong>de</strong> tratamento<br />

Incineração<br />

“Processo <strong>de</strong> tratamento que utiliza a <strong>de</strong>composição térmica <strong>de</strong> resíduos, em elevadas temperaturas,<br />

com objetivo <strong>de</strong> tornar um resíduo menos volumoso e menos tóxico.”<br />

Nesta tecnologia ocorre a <strong>de</strong>composição térmica via oxidação à alta temperatura da parcela orgânica<br />

dos resíduos, transformando-a em uma fase gasosa e outra sólida, reduzindo o volume, o peso e as<br />

características <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong> dos resíduos.


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Todos os materiais provenientes <strong>de</strong>ste processo são tratados com as mais mo<strong>de</strong>rnas tecnologias antes<br />

<strong>de</strong> sua <strong>de</strong>stinação final.<br />

As escórias e cinzas são dispostas em Aterro próprio, os efluentes líquidos são encaminhados para<br />

estação <strong>de</strong> tratamento, on<strong>de</strong> 100% retorna ao processo, e os gases oriundos da queima são tratados<br />

e monitorados on-line, sob os seguintes parâmetros: vazão, temperatura, níveis <strong>de</strong> O 2 ,CO e também<br />

índices <strong>de</strong> NO x , SO x e materiais particulado.<br />

A incineração vem sendo praticada, principalmente para resíduos perigosos líquidos com po<strong>de</strong>r<br />

calorífico acima <strong>de</strong> 3.000 kcal/kg. A maioria dos incineradores disponível no país é <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

empresas multinacionais, e foram construídos principalmente para resolver o problema próprio <strong>de</strong><br />

cada empresa. Essas empresas procuram ven<strong>de</strong>r para outras indústrias a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

incineração exce<strong>de</strong>nte.<br />

OS INCINERADORES DE RESÍDUOS PERIGOSOS DO BRASIL<br />

Capacida<strong>de</strong> total está sendo ampliada para 7000 t/ano<br />

Os sete incineradores comerciais do Brasil estão operando a plena carga e quase não dão conta da<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50 mil t/ano <strong>de</strong> resíduos perigosos. Concentrados em São Paulo, Rio, Bahia e<br />

Alagoas, a procura pelos serviços <strong>de</strong>sses fornos rotativos e fixos para <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> sólidos, líquidos e<br />

pastosos tem aumentado em proporção direta às exigências das leis ambientais. Diante <strong>de</strong>sse quadro,<br />

vários proprietários começam a anunciar ou planejar ampliações <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>.<br />

No caso da Teris, o incinerador está para ser licenciado pela Cetesb para po<strong>de</strong>r queimar as polifenilas<br />

bicloradas (PCBs), o famoso ascarel, óleo isolante para transformadores elétricos. Até o momento,<br />

apenas a Cetrel, a Cinal e a Bayer po<strong>de</strong>m fazer o mesmo.<br />

O investimento nessa área é muito alto tanto na isntalaçao como na operação dos incineradores,<br />

cobrando preço médio oscilante <strong>de</strong> R$ 1,50 a R$ 3,00 por kg <strong>de</strong> resíduo incinerado.<br />

O preço médio cobrado pelos incineradores, <strong>de</strong> acordo com Bert Neumeier, varia principalmente<br />

conforme o po<strong>de</strong>r calorífico da carga (quanto menor mais energia <strong>de</strong>manda), a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduo, <strong>de</strong><br />

cinza gerada, <strong>de</strong> cloro e <strong>de</strong> enxofre. E em seu preço estará embutido não só a queima, mas também os<br />

custos com análises químicas, com embalagens para os resíduos (fibra <strong>de</strong> papelão e plástico reciclado)<br />

e com a disposição em aterros da escória (residual inorgânico classe <strong>II</strong>) e das cinzas (classe I).<br />

RESÍDUOS PASSÍVEIS DE INCINERAÇÃO<br />

resíduos sólidos, pastosos, líquidos e gasosos<br />

resíduos orgânicos clorados e não-clorados (borra <strong>de</strong> tinta, agro<strong>de</strong>fensivos, borras oleosas,<br />

farmacêuticos, resíduos <strong>de</strong> laboratório, resinas, entre outros)<br />

resíduos inorgânicos contaminados com óleo, água contaminada com solventes, entre outros<br />

resíduos ambulatoriais


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RESÍDUOS NÃO-PASSÍVEIS<br />

radioativos<br />

resíduos totalmente inorgânicos<br />

resíduos hospitalares (centro cirúrgico)<br />

VANTAGENS DA INCINERAÇÃO<br />

<strong>de</strong>struição total da parcela orgânica dos resíduos<br />

monitoramento on-line <strong>de</strong> todo o processo<br />

flexibilida<strong>de</strong> na forma <strong>de</strong> recebimento dos resíduos (tambores, bombonas, caixas, fardos,<br />

sacos e big bags)•redução do volume•recuperação energética;<br />

•alternativa para não recicláveis<br />

A <strong>de</strong>svantagem fica por conta dos altos custos <strong>de</strong> instalação e operação, além dos riscos <strong>de</strong> poluição<br />

atmosférica (contaminação primária), e por efeitos <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> dispersão é possível uma<br />

contaminação a médio e longo prazo dos solos e das águas superficiais ou subterrâneas, quando o<br />

equipamento não é a<strong>de</strong>quadamente projetado e/ou operado.<br />

Legislação<br />

NBR 11.175 (Teste <strong>de</strong> queima, Padrões <strong>de</strong> emissão: HCl, HF, CO, SOx, NOx e material<br />

particulado, Monitoramento)<br />

Resolução CONAMA No. 316, 29/10/2002 (Dispõe sobre procedimentos e critérios para o<br />

funcionamento <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> tratamento térmico <strong>de</strong> resíduos)A regulamentação brasileira se<br />

baseia na norma NBR 11.175, <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1989, <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> incineração <strong>de</strong><br />

resíduos perigosos. Na norma, por exemplo, estão os padrões <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> HCl , HF, CO, SOx, NOx,<br />

e materiais particulados. Também <strong>de</strong>fine o monitoramento contínuo, requisitos <strong>de</strong> operação e orienta<br />

a respeito do chamado teste <strong>de</strong> queima..<br />

No teste <strong>de</strong> queima, normalmente feito <strong>de</strong> dois em dois anos, o incinerador opera sob as piores<br />

condições. “Se nesse teste a empresa conseguir ter seus padrões <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong>ntro dos limites, em<br />

qualquer outra operação ela diretamente estará apta”, afirmou o gerente do setor <strong>de</strong> ar, ruído e<br />

vibrações da Cetesb, Carlos Eduardo Komatsu. O resíduo utilizado no teste será então <strong>de</strong> baixo po<strong>de</strong>r<br />

calorífico e com alta emissão <strong>de</strong> material particulado e dos outros poluentes. “Ele <strong>de</strong>verá provar que<br />

consegue aliar o controle <strong>de</strong> emissões com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição”, completa. Caso passem no<br />

teste, realizado também quando são ampliados, os incineradores recebem atestado <strong>de</strong> eficiência <strong>de</strong><br />

99,9999%.


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Figura- Foto <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> incineração.<br />

O controle sobre a formação <strong>de</strong> dioxinas e furanos (compostos organo-clorados) é feito em um<br />

equipamento chamado Quencher, capaz <strong>de</strong> reduzir em menos <strong>de</strong> 1 segundo a temperatura <strong>de</strong><br />

1.200ºC, dos gases finais da incineração, para 80ºC. A medida evita originar compostos cancerígenos,<br />

normalmente produzidos em temperatura na faixa dos 700ºC. Evitando-se a formação das dioxinas e<br />

furanos pelo resfriamento lento, impossível <strong>de</strong> ocorrer em razão da rapi<strong>de</strong>z do Quencher, que opera<br />

com gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água.<br />

Mecanismo <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> incineração.<br />

O forno <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte é composto por duas câmaras, a primária e a <strong>de</strong> pós-combustão, que<br />

oferecem tempo <strong>de</strong> residência total <strong>de</strong> 4 segundos a 1.200ºC. Entre as duas câmaras há uma restrição<br />

que melhora a turbulência <strong>de</strong>ntro do forno <strong>de</strong> modo a garantir uma boa mistura entre o combustível,<br />

constituído pelo próprio resíduo em processo <strong>de</strong> carbonização, e o ar. No topo do forno ficam dois<br />

queimadores e, na sua parte inferior, um terceiro.<br />

Ao final do percurso formado pelas duas câmaras o resíduo orgânico é transformado em CO e CO2.<br />

Restam os resíduos organoclorados, a esta altura em forma <strong>de</strong> gases clorados. Esses gases, à medida<br />

que o processo avança, são parcialmente absorvidos pela própria água <strong>de</strong> resfriamento e da absorção<br />

resulta uma solução contendo cerca <strong>de</strong> 15% <strong>de</strong> ácido clorídrico.<br />

Os clorados contidos nos gases quentes chegam ao Quencher, on<strong>de</strong> sua temperatura, mediante<br />

contato com a resfriadora solução <strong>de</strong> ácido clorídrico, é reduzida <strong>de</strong> 1.250ºC para cerca <strong>de</strong> 90ºC,<br />

aumentando, paralelamente, o teor <strong>de</strong> ácido clorídrico na solução. O HCl e Cl2 persistentes na forma<br />

gasosa são retidos na torre <strong>de</strong> absorção. A seguir são neutralizados com soda cáustica e tratados com<br />

uréia industrial e sulfito <strong>de</strong> sódio, removendo-se o material particulado. O gás neutralizado segue para<br />

um tanque on<strong>de</strong> ocorre a separação das partículas líquidas e se impe<strong>de</strong> por um separador <strong>de</strong> névoa o<br />

arraste <strong>de</strong> partículas menores.


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Problemas que po<strong>de</strong>m surgir<br />

Contaminação da corrente gasosa, líquida e/ou das cinzas (metais)<br />

Danos ao equipamento (F, S, Cl)<br />

Explosões (explosivos e substâncias instáveis ou muito reativas)<br />

Combustão incompleta<br />

Consumo excessivo <strong>de</strong> combustível pelo resíduo muito úmido, como lixo urbano<br />

Geração <strong>de</strong> monóxido <strong>de</strong> carbono (CO) e material particulado em excesso<br />

É importante controlar os seguintes Parâmetros no processo <strong>de</strong> combustão:<br />

• Temperatura – fornecimento <strong>de</strong> energia<br />

• Tempo – suficiente para absorção <strong>de</strong> energia<br />

• Turbulência – garantia <strong>de</strong> mistura a<strong>de</strong>quada<br />

• Excesso <strong>de</strong> ar – mistura resíduo/O2 não é perfeita<br />

Controle <strong>de</strong> emissões e cinzas<br />

• HCl – lavagem ácida (H20 ou cal)<br />

• Gases ácidos: SOx, HF – lavagem alcalina<br />

• NOx – lavagem uréia ou amônia<br />

• Metais e material particulado – controle <strong>de</strong> partículas<br />

• Dioxinas e furanos – controle <strong>de</strong> combustão e resfriamento <strong>de</strong> gases<br />

• Cinzas - aterro<br />

Co-processamento<br />

No Brasil, a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> resíduos pela via do tratamento térmico po<strong>de</strong> contar alem dos<br />

incineradores industriais com o co-processamento em fornos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> clinquer (cimenteiras).<br />

O Co-processamento <strong>de</strong> resíduos sólidos, utiliza a <strong>de</strong>composição térmica, via oxidação, com finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tornar o resíduo atóxico através <strong>de</strong> sua incorporação química às matérias-primas, ou ainda,<br />

elimina-lo sob a forma <strong>de</strong> gás carbônico e água, através <strong>de</strong> sua queima.<br />

A prática do Co-processamento <strong>de</strong> resíduos sólidos vem sendo amplamente explorada e incentivada<br />

como forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição térmica <strong>de</strong> resíduos perigosos e não perigosos em vários países do mundo.


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Co-processamento, à princípio, po<strong>de</strong> ser realizado em qualquer indústria <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que esta prática seja<br />

capaz <strong>de</strong> aproveitar os compostos inorgânicos dos rejeitos e <strong>de</strong>struir os orgânicos, <strong>de</strong>tendo as<br />

condições operacionais para o processo e seu controle sem alterar a qualida<strong>de</strong> do produto final.<br />

No Brasil, o co-processamento <strong>de</strong> resíduos vem sendo praticado, principalmente em fornos<br />

cimenteiros nos Estados do Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.<br />

O Co-processamento tem se apresentado como uma das alternativas tecnológicas mais viáveis no<br />

gerenciamento <strong>de</strong> resíduos, por ser um processo fechado, custo relativamente baixo, <strong>de</strong>struição <strong>de</strong><br />

resíduos e retenção <strong>de</strong> cinzas na matriz do clínquer.<br />

A legislação específica para controle <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> resíduos perigosos em fornos <strong>de</strong> cimento tem sua<br />

importância face à sensibilida<strong>de</strong> do processo a variações na matéria-prima, <strong>de</strong> modo que as indústrias<br />

fabricantes <strong>de</strong> cimento não po<strong>de</strong>m utilizar resíduos que possam causar variações na qualida<strong>de</strong> do<br />

clinquer. Se o fizessem, o cimento não conseguiria ser enquadrado nos rigorosos padrões<br />

especificados pelo ASTM (American Society of Testing Materials), que especifica testes e<br />

procedimentos para assegurar a uniformida<strong>de</strong> o cimento produzido no mundo todo. Antes que o<br />

produto possa ser <strong>de</strong>nominado “Cimento Portland”, é necessária a comprovação <strong>de</strong> que sua<br />

composição química esteja <strong>de</strong>ntro das especificações, além <strong>de</strong> ser submetido a testes físicos <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

e granulometria, comprovando <strong>de</strong>ssa forma, a qualida<strong>de</strong> do cimento produzido, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

das matérias e combustíveis utilizados.<br />

A ativida<strong>de</strong> é regulamentada no País através da Resolução CONAMA nº 264, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1999,<br />

em vigor <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000, on<strong>de</strong> são <strong>de</strong>finidos os procedimentos, critérios e aspectos técnicos<br />

específicos <strong>de</strong> licenciamento ambiental para o co-processamento <strong>de</strong> resíduos em fornos rotativos <strong>de</strong><br />

clinquer, para a fabricação <strong>de</strong> cimento.<br />

A Resolução Conama 264/99 não permite que os resíduos domiciliares brutos e certos resíduos<br />

perigosos venham a ser processados em cimenteiras, tais como os provenientes dos serviços <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, os rejeitos radioativos, os explosivos, os organoclorados, os agrotóxicos e afins.<br />

Caracterização dos fornos <strong>de</strong> cimento<br />

Os fornos <strong>de</strong> cimento reúnem algumas características que os recomendam como possíveis instalações<br />

para a eliminação <strong>de</strong> resíduos perigosos, principalmente se esses resíduos forem combustíveis e<br />

pu<strong>de</strong>rem ser <strong>de</strong>struídos por reação com o oxigênio atmosférico. Dado o seu caráter perigoso a queima<br />

<strong>de</strong>stes resíduos tem <strong>de</strong> ser realizada <strong>de</strong> modo que a sua remoção e <strong>de</strong>struição (DRE- Destruction and<br />

Removal Efficiency) seja elevada. Usualmente as Normas para o tratamento térmico <strong>de</strong> resíduos<br />

perigosos impõem DRE melhores que 99,99% (ou 99,9999% para dioxinas/furanos).<br />

Fig.– Sistema <strong>de</strong> filtração<br />

Fonte: CIMPOR Brasil


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Os gases no forno <strong>de</strong> clínquer atingem temperaturas máximas <strong>de</strong> 2000 ºC no queimador principal e<br />

permanecem a temperaturas acima dos 1200 ºC por períodos <strong>de</strong> 4-6 segundos. Por sua vez o clínquer<br />

sai do forno a temperaturas na or<strong>de</strong>m dos 1450 ºC. Estas temperaturas são das mais elevadas<br />

encontradas em qualquer processo industrial e o tempo <strong>de</strong> residência dos gases a alta temperatura é<br />

também bastante superior ao conseguido em outros processos <strong>de</strong> combustão alternativos, como a<br />

incineração <strong>de</strong>dicada. Assim um forno <strong>de</strong> clínquer é um local com condições ótimas para uma queima<br />

ou <strong>de</strong>struição eficaz <strong>de</strong> qualquer resíduo orgânico que se possa oxidar/<strong>de</strong>compor com a temperatura.<br />

Devido à quantida<strong>de</strong> elevada <strong>de</strong> matéria prima existente no interior do forno, este tem uma inércia<br />

térmica superior ao <strong>de</strong> muitas outras instalações industriais a alta temperatura. Esta característica é<br />

vantajosa quando se queimam substâncias com composição e po<strong>de</strong>r calorífico variável como são os<br />

resíduos industriais.<br />

É necessário tomar algumas precauções em relação ao modo como o material é adicionado ao forno. O<br />

local <strong>de</strong> injeção mais apropriado é o queimador principal junto à saída do clínquer, porque nestas<br />

condições a temperatura e o tempo <strong>de</strong> residência são maximizados. Substâncias líquidas ou sólidos<br />

triturados são normalmente queimados neste ponto do forno.<br />

O diferencial em relação às <strong>de</strong>mais técnicas <strong>de</strong> queima está no aproveitamento do resíduo como<br />

potencial energético ou substituto <strong>de</strong> matéria-prima na indústria cimenteira, sem qualquer alteração<br />

na qualida<strong>de</strong> do produto final.<br />

TIPOS DE RESÍDUOS QUE PODEM USADOS NO CO-PROCESSAMENTO<br />

Dados da literatura apresentam como uma alternativa <strong>de</strong> tratamento o co-processamento para os<br />

seguintes os resíduos industriais:<br />

Resíduos oleosos: borras, lodos, óleos e graxasCatalisadores gastosMateriais <strong>de</strong> refino e<br />

resíduos <strong>de</strong> refinarias <strong>de</strong> petróleoPneusLodos <strong>de</strong> ETESolventesPlásticosMa<strong>de</strong>iraTintas, vernizes,<br />

resinas, corantesSubstâncias inorgânicasProdutos fora da especificação e da valida<strong>de</strong>... além<br />

<strong>de</strong> diversos materiais contaminados, tais como: areias e terras; Equipamentos <strong>de</strong> Proteção<br />

Individual (EPI); Solventes; Serragens; Papéis; Embalagens.<br />

Pela Resolução CONAMA Nº 264 DE 26/08/99, excetua-se do processo <strong>de</strong> licenciamento <strong>de</strong> forno<br />

rotativo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> clínquer, para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> co-processamento <strong>de</strong> resíduos, os resíduos<br />

domiciliares brutos, resíduos <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, radioativos, explosivos, organoclorados,<br />

agrotóxicos e afins.


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Figura - Diagrama <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> co-processamento .<br />

Os resíduos precisam chegar à unida<strong>de</strong> fabril com uma composição conhecida e com uma<br />

uniformida<strong>de</strong> em composição e granulometria especifica.<br />

Resumindo, o coprocessamento em cimenteiras apresenta as seguintes vantagens:<br />

Altas temperaturas e longos tempos <strong>de</strong> residência: mais <strong>de</strong> 5" > 1800 °C<br />

Elevado índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição: Orgânicos totalmente <strong>de</strong>struídos; Metais incorporados e fixados<br />

no produto final<br />

Processo com auto-lavagem <strong>de</strong> gases: A cal representa > 60% em massa<br />

Dupla valorização <strong>de</strong> produtos orgânicos e minerais<br />

Alta eficiência e Recuperação: total 1 MJ resíduo = 1 MJ combustível tradicional<br />

Redução das emissões globais: CO2 global é reduzido<br />

A tecnologia do co-processamento adotada pelas cimenteiras no início dos anos 70 na Europa e no<br />

Canadá, e a partir dos anos 90 no Brasil, aproveita milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> resíduos industriais,<br />

muitos potencialmente tóxicos, para gerar energia e substituir parcialmente o petróleo, o principal<br />

combustível para alimentar os fornos das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção.<br />

As indústrias investiram cerca <strong>de</strong> US$ 30 milhões, a partir da década <strong>de</strong> 90, no <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

tecnologia. Parte da soma foi utilizada, segundo Vagner Maringolo, consultor em co-processamento da<br />

Associação Brasileira <strong>de</strong> Cimento Portland (ABCP), para preparar as unida<strong>de</strong>s para adotar o coprocessamento.<br />

Foram comprados filtros e equipamentos para a<strong>de</strong>quar a emissão do pó aos níveis<br />

exigidos pelas organizações ambientais.<br />

Para fazer o co-processamento as fábricas precisam <strong>de</strong> licenciamento. Segundo a ABCP, 30 das 58<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção dos 10 grupos <strong>de</strong> cimento do Brasil, estão licenciadas pelos órgãos ambientais<br />

para co-processar resíduos.


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Figura– Cimenteiras licenciadas para o co-processamento<br />

Fonte: Abetre<br />

O “blend” energético é uma evolução do co-processamento, na sua modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos com<br />

conteúdo energético. Nesse caso, uma empresa especializada, coleta os resíduos com teores<br />

energéticos acima <strong>de</strong> 3.000 kcal/kg e prepara uma mistura energética que po<strong>de</strong> ser admitida como<br />

combustível auxiliar nos fornos cimenteiros.<br />

A vantagem do blend é ser um produto homogêneo, preparado fora das instalações da industria que<br />

utiliza o produto, eliminando os problemas ambientais e operacionais do co-processamento. As<br />

<strong>de</strong>svantagens são os custos e a redução dos ganhos da cimenteira.


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Co-processamento em Cimenteiras<br />

Incineração<br />

Não po<strong>de</strong> tratar alguns RIP halogenados Destrói menos eficientemente as<br />

moléculas orgânicas (1100ºC/2s contra<br />

1450ºC clínquer/4-6s)<br />

Não po<strong>de</strong> tratar RIP com Hg, Cd, Tl<br />

Po<strong>de</strong> tratar resíduos mais contaminados<br />

(ex:organoclorados)<br />

Necessita da preparação prévia <strong>de</strong> uma<br />

mistura combustível<br />

Produz novos resíduos perigosos:<br />

escórias, poeiras e líquidos <strong>de</strong> lavagem<br />

Destrói com gran<strong>de</strong> eficiência as<br />

moléculas orgânicas<br />

Baixo rendimento energético<br />

Fixa os metais integrando-os na estrutura<br />

do clínquer<br />

Possui um sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong><br />

gases mais eficiente<br />

Elevado rendimento energético<br />

Não produz novos RIP<br />

Compostagem<br />

A crescente preocupação com os problemas ambientais, associada à escassez <strong>de</strong> recursos naturais<br />

tem levado o homem a pensar mais seriamente sobre a questão dos resíduos sólidos.<br />

A compostagem é consi<strong>de</strong>rada um método <strong>de</strong> tratamento com aproveitamento <strong>de</strong> resíduos sólidos<br />

orgânicos, embora seja uma prática remota, surge atualmente como fonte <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> um<br />

fertilizante orgânico/ composto/condicionador <strong>de</strong> solos para a agricultura.<br />

A crescente procura <strong>de</strong> produtos mais saudáveis e produzidos sem a adição <strong>de</strong> fertilizantes químicos<br />

provoca certos estímulos na agricultura mundial, tornando o composto orgânico uma alternativa viável<br />

e conciliatória para dois gran<strong>de</strong>s problemas mundiais: a produção <strong>de</strong> alimentos e a poluição ambiental.<br />

Definição: “É um processo aeróbio e controlado <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição biológica e estabilização da matéria<br />

orgânica em condições que permitam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> temperaturas termofílicas (65 o C)<br />

resultantes <strong>de</strong> uma produção calorífica <strong>de</strong> origem biológica, com obtenção <strong>de</strong> um produto final estável,<br />

higiênico, rico em compostos húmicos e cuja utilização, no solo, não ofereça riscos ao meio ambiente”.<br />

Tabela - Classificação do processo <strong>de</strong> compostagem<br />

Aeróbio – presença <strong>de</strong> O 2, temp. <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição elevada,<br />

Classificação<br />

<strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> CO 2 e vapor d’água;<br />

da<br />

Quanto à biologia<br />

Anaeróbio – ausência <strong>de</strong> O 2, temp. <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição baixa,<br />

<strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> CH 4 e H 2 S e outros gases<br />

Misto - combinação dos dois processos (processo chinês)<br />

compostagem Quanto à temperatura Psicofílica – temperatura normal ambiente<br />

Mesofílica – 35 –55 o C<br />

Termofílica – 55 –70 o C<br />

Quanto ao ambiente Aberto – céu aberto, pátio <strong>de</strong> maturação<br />

Fechado – digestores, bioestabilizadores, biorreatores (possui<br />

melhor controle das fases)<br />

Quanto ao processamento<br />

Natural – revolvimentos peródicos<br />

Acelerado – Dinâmico- reatores<br />

Estático – leiras com sistema <strong>de</strong> aeração<br />

forçada


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Fig. Formação <strong>de</strong> leiras <strong>de</strong> compostagem natural<br />

Compostagem: Processo biológico <strong>de</strong> transformação da matéria orgânica crua, pela ação <strong>de</strong> bactérias,<br />

fungos e outros microorganismos, em substâncias húmicas, com proprieda<strong>de</strong>s e características<br />

diferentes do material que lhe <strong>de</strong>u origem.<br />

Proprieda<strong>de</strong>s Gerais do Húmus<br />

1. Produto natural, produzido biologicamente, que não agri<strong>de</strong> o meio ambiente, mantendo a<br />

biologia dos solos intacta.<br />

2. Melhora as proprieda<strong>de</strong>s físicas, químicas e biológicas dos solos, ajudando a recuperação <strong>de</strong><br />

solos <strong>de</strong>gradados.<br />

3. É fonte <strong>de</strong> nutrientes para as plantas (N, P, K, Ca e Mg)<br />

4. Impe<strong>de</strong> a compactação <strong>de</strong> solos argilosos e promove a agregação <strong>de</strong> solos arenosos.<br />

5. Aumenta a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> nutrientes dos solos<br />

6. liberação dos nutrientes ocorre mais lentamente, diminuindo as perdas por lavagem pela água<br />

das chuvas.<br />

7. Potencializa a ação dos adubos químicos quando utilizados em conjunto.<br />

As características dos materiais comercializados como fertilizantes <strong>de</strong>vem obe<strong>de</strong>cer às especificações<br />

da legislação existente, que dispõem sobre a inspeção e a fiscalização da produção e comércio <strong>de</strong><br />

fertilizantes e corretivos agrícolas e aprovam normas sobre especificações, garantias e tolerâncias.<br />

·Decreto-lei 86.955 <strong>de</strong> 18/12/82<br />

·Portaria MA 84 <strong>de</strong> 29/3/82<br />

Portaria 01 da Secretaria <strong>de</strong> Fiscalização Agropecuária do MA <strong>de</strong> 4/3/83<br />

O composto orgânico é enquadrado na lei como fertilizante orgânico ou mais especificamente como<br />

fertilizante composto.<br />

Valores estabelecidos como parâmetros <strong>de</strong> controle para o composto orgânico, conforme legislação<br />

brasileira.


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Parâmetro Valor Tolerância<br />

pH Mínimo <strong>de</strong> 6,0 Até 5,4<br />

Umida<strong>de</strong> Máximo <strong>de</strong> 40% Até 44%<br />

Mat. Org. Mínimo <strong>de</strong> 40% Até 36%<br />

Nitrogênio total Mínimo <strong>de</strong> 1,0% Até 0,9%<br />

Relação C/N Máximo <strong>de</strong> 18/1 Até 21/1<br />

Tipos <strong>de</strong> resíduos sólidos que po<strong>de</strong>m ser utilizados no processo <strong>de</strong> compostagem: restos agrícolas,<br />

estercos <strong>de</strong> animais, resíduos urbanos (fração orgânica), resíduos agro-industriais e lodos gerados em<br />

plantas <strong>de</strong> ETE’s separados ou combinados com agentes estruturantes.<br />

Fases da Compostagem<br />

• Fase I - fase inicial – início da <strong>de</strong>composição da matéria orgânica, apresenta aquecimento<br />

rápido, <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> calor e vapor d’água, fitotoxicida<strong>de</strong> com formação <strong>de</strong> ácidos<br />

(acético, fórmico, propriônico, butírico, capróico e cáprico - queda do pH ~ 4,5) e toxinas <strong>de</strong><br />

curta duração – 12 a 24 horas.<br />

• Fase <strong>II</strong> - fase <strong>de</strong> semicura ou bioestabilização – <strong>de</strong>gradação ativa – é nesta fase que ocorre as<br />

reações bioquímicas mais intensas. É uma fase essencialmente termofílica (65 oC) – tempo<br />

duração: 24 horas a 8 dias (biorreatores) , 45 – 70 – 90 dias (leiras), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores<br />

ambientais, natureza dos resíduos, tamanho e natureza da população microbiana, balaço <strong>de</strong><br />

nutrientes e do tipo <strong>de</strong> processo escolhido.<br />

• Fase <strong>II</strong>I - fase <strong>de</strong> resfriamento – tempo duração: 2 a 5 dias.<br />

• Fase IV - fase <strong>de</strong> cura, maturação ou humificação (formação <strong>de</strong> ácidos húmicos) e <strong>de</strong><br />

mineralização - tempo duração: 30 a 60 dias


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A compostagem não po<strong>de</strong> ser empregada sozinha. Para um bom rendimento, e para a obtenção <strong>de</strong> um<br />

composto aceitável, o processo, então, é feito em uma sequência <strong>de</strong> 4 fases:<br />

- tratamento preliminar do lixo, com triagem e seleção <strong>de</strong> materiais aproveitáveis;<br />

- fermentação propriamente dita;<br />

- tratamento secundário do produto fermentado; e<br />

-armazenamento e fermentação lenta do composto obtido.<br />

Vantagens:<br />

- aproveitamento do lixo para se obter um produto final útil para o solo;<br />

- é o meio mais econômico para se produzir um composto húmico;<br />

- não ocorre a contaminação do ambiente durante o processo;<br />

- necessita <strong>de</strong> área muito menor que os aterros sanitários;<br />

- po<strong>de</strong> tornar-se rentável ao se conjugar a venda do composto com a coleta <strong>de</strong> lixo municipal.<br />

• Baixo Custo Operacional e <strong>de</strong> Instalação, em comparação a outros processos (por ex:<br />

incineração)<br />

• Po<strong>de</strong> ser realizado na própria fonte geradora do resíduo, evitando <strong>de</strong>spesas com o transporte.<br />

• Po<strong>de</strong> ser uma boa solução para <strong>de</strong>stinar o lodo produzido nas ETE`s.<br />

• Possui a flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processar volumes gran<strong>de</strong>s ou pequenos <strong>de</strong> resíduos<br />

• Produz um composto com excelente aplicação na agricultura.<br />

Inconvenientes:<br />

- necessita <strong>de</strong> mais espaço que a incineração;<br />

- a <strong>de</strong>scarga do lixo libera odores que <strong>de</strong>vem ser eliminados por instalações para ventilação;<br />

- a qualida<strong>de</strong> do composto varia em função da composição do lixo fresco;<br />

- <strong>de</strong>vido aos gran<strong>de</strong>s gastos com transporte no preço final do composto, sua venda ainda é limitada.<br />

• É afetada por diversos fatores (pH, temperatura, aeração, umida<strong>de</strong>, tamanho das partículas,<br />

concentração <strong>de</strong> nutrientes e segregação <strong>de</strong> materiais (coleta seletiva))<br />

• É um processo ainda lento até 60 dias.<br />

• É sensível à produtos tóxicos ou não bio<strong>de</strong>gradáveis (Ex.:celulosídicos), e não processa metais<br />

pesados


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• Caso não haja rigoroso controle do processo, po<strong>de</strong>rão surgir impactos ambientais, com<br />

emanação <strong>de</strong> odores e produção <strong>de</strong> chorume<br />

• Exige boa coleta seletiva e análise da matéria-prima antes do início do processo<br />

• Necessita <strong>de</strong> espaço<br />

Microbiologia do processo<br />

A compostagem é uma bio-oxidação da matéria orgânica conduzida por uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

microrganismos. A diversida<strong>de</strong>, sobretudo <strong>de</strong> bactérias, fungos e actinomicetos favorece uma boa<br />

compostagem.<br />

- Bactérias: sempre presentes no processo, predominantes na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação dos<br />

compostos bio<strong>de</strong>gradáveis, <strong>de</strong>senvolvem-se rapidamente no início do processo, liberam<br />

energia na forma <strong>de</strong> calor, necessitam <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e são ativas numa larga faixa <strong>de</strong> pH.<br />

- Fungos – dominantes quando existe uma alta relação C/N no meio (materiais celulosicos),<br />

suportam baixos teores <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> e larga faixa <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> pH (2-9)<br />

- Actnomicetos – atacam as substâncias não <strong>de</strong>gradadas por bactérias e fungos (baixa<br />

relação C/N), <strong>de</strong>senvolvem-se sobretudo na fase final da maturação.<br />

-<br />

Para um bom rendimento nas diferentes etapas da compostagem e para a obtenção <strong>de</strong> um composto<br />

aceitável, o processo, <strong>de</strong>ve ser feito em uma sequência <strong>de</strong> 4 fases:<br />

- tratamento preliminar dos resíduos sólidos, com triagem e seleção <strong>de</strong> materiais aproveitáveis;<br />

- fermentação propriamente dita;<br />

- tratamento secundário do produto fermentado;<br />

- armazenamento e fermentação lenta do composto obtido.<br />

1) Tratamento preliminar do resíduos sólidos:<br />

Na entrada <strong>de</strong> uma usina <strong>de</strong> compostagem, os caminhões contendo os resíduos sólidos são pesados e,<br />

a seguir, vazam a carga nas fossas <strong>de</strong> recepção.<br />

Das fossas <strong>de</strong> recepção, o resíduo é transportado fresco através <strong>de</strong> correias transportadoras para o<br />

tratamento primário que consiste <strong>de</strong>:<br />

- crivagem para eliminação <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> maior dimensão, que prejudicam os processos<br />

posteriores;<br />

- trituração e homogeneização, para facilitar a fermentação;<br />

- triagem e seleção mecânica ou manual <strong>de</strong> elementos aproveitáveis.<br />

Os crivos geralmente são peneiras vibratórias, que <strong>de</strong>ixam passar o material pequeno, geralmente<br />

<strong>de</strong>componível por fermentação .<br />

A trituração é conseguida, com o emprego <strong>de</strong> moinhos <strong>de</strong> martelo, que tem como objetivo obter uma<br />

granulometria uniforme para a massa do resíduo, que será enviada à fermentação.<br />

A seleção mecânica á realizada por separadores eletromagnéticos, que separam as latas e chapas<br />

ferrosas, e por flotadores, que recuperam os papéis e outros materiais celulósicos.<br />

Na seleção manual são empregadas correias transportadoras planas (esteiras rolantes), <strong>de</strong> on<strong>de</strong> são<br />

retirados materiais não fermentáveis e aproveitáveis, como vidros, latas, peças <strong>de</strong> alumínio, zinco,<br />

chumbo, níquel e cobre, plástico, trapos, etc.<br />

O material separado é encaminhado para prensagem e ensacamento e, quando possível, posterior<br />

comercialização.<br />

2) Fermentação:<br />

2.1) Fermentação clássica/natural ou fermentação em leiras com reviramento:<br />

Processo muito utilizado, no qual o resíduo fresco triturado e selecionado é disposto em áreas<br />

preferivelmente pavimentadas, em montes/pilhas ou em leiras. Em regiões frias ou úmidas, é<br />

conveniente que o local <strong>de</strong> disposição das leiras seja coberto.<br />

A temperatura <strong>de</strong> fermentação é regulada pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio nas leiras, que, por sua vez, é<br />

adicionado simplesmente pelo reviramento das leiras.<br />

As experiências realizadas na UFV indicam que um ciclo <strong>de</strong> reviramento satisfatório <strong>de</strong>ve ser feito a<br />

cada três dias, na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ativa e na fase <strong>de</strong> maturação as leiras não <strong>de</strong>vem ser reviradas.


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Cabe ressaltar que este procedimento po<strong>de</strong> sofrer modificações em função da qualida<strong>de</strong> dos resíduos,<br />

processamento utilizado e <strong>de</strong> fatores ambientais.<br />

O reviramento po<strong>de</strong> ser manual ou mecânico, com escavadora ou equipamento especialmente<br />

projetado para isto.<br />

A temperatura é medida por sonda termométrica todos os dias a 50 - 60 cm da superfície no centro da<br />

leira.<br />

Quando a temperatura cai abaixo <strong>de</strong> 50 o C, é necessário virar as leiras. Quando, após o reviramento, a<br />

temperatura não sobe mais, consi<strong>de</strong>ra-se que o composto está pronto, o que ocorre em torno <strong>de</strong> 75 a<br />

90 dias.<br />

É sugerido que as leiras <strong>de</strong>vam ter seção triangular, com as seguintes dimensões:<br />

- largura da base = 2,40 m e 3,60m (4–5 m)<br />

- altura = 1,20 m e 1,60 m (2 m)<br />

- comprimento em torno <strong>de</strong> 100 m.<br />

ATERROS<br />

Enten<strong>de</strong>-se como disposição final à colocação dos rejeitos em aterros sanitários ou industriais, sem<br />

duvida são os processos ainda mais utilizados no mundo, apesar das diretrizes apontadas pela Agenda<br />

21 em 1992.<br />

É indispensável no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> aterros, algum conhecimento sobre as<br />

proprieda<strong>de</strong>s do solo, principalmente quando se consi<strong>de</strong>ra o solo como atenuador <strong>de</strong> poluição. Alem<br />

disto, uma serie <strong>de</strong> outras proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser conhecidas para garantir um projeto <strong>de</strong> aterro<br />

<strong>de</strong>ntro das normas vigentes pela legislação, tais como: massa específica aparente e aparente seca,<br />

textura, granulometria, forma dos grãos, plasticida<strong>de</strong>, troca irônica, coesão, estrutura das argilas,<br />

porosida<strong>de</strong>, percolação das águas.


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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS<br />

O solo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como um sistema multicomponente constituído por três fases: sólida, líquida<br />

e gasosa. Juntas, as fases líquida e gasosa chegam a ocupar uma gran<strong>de</strong> parte do volume do solo e<br />

compõem a porosida<strong>de</strong> total.<br />

A fase sólida é constituída <strong>de</strong> partículas minerais e <strong>de</strong> substâncias orgânicas. Esses compostos<br />

orgânicos e os minerais sólidos constituem o que se chama matriz do solo e apresentam-se <strong>de</strong> várias<br />

formas e tamanhos com diferentes composições químicas.<br />

Os solos po<strong>de</strong>m ser caracterizados <strong>de</strong> acordo com suas proprieda<strong>de</strong>s físico-químicas e microbiológicas.<br />

Fase Sólida<br />

Fração Mineral - originada da <strong>de</strong>sintegração das rochas, correspon<strong>de</strong> a menos <strong>de</strong> 50% do volume do<br />

solo: e contribui, juntamente com a matéria orgânica para a formação <strong>de</strong> agregados e para a<br />

estruturação do solo. Essa fração exerce gran<strong>de</strong> importância na disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes, na<br />

aeração, na retenção e movimento da água.<br />

As partículas sólidas minerais do solo são divididas em três frações texturais: areia, silte e argila.<br />

Existem uma série <strong>de</strong> classificações adotadas, para <strong>de</strong>finir as escalas <strong>de</strong> tamanho <strong>de</strong>ssas partículas, as<br />

duas mais adotadas são: a escala proposta pela Socieda<strong>de</strong> Internacional <strong>de</strong> Ciência do Solo (ISSC),<br />

que segue a escala originalmente proposta por Atterberg, e a escala proposta pelo Departamento <strong>de</strong><br />

Agricultura dos Estados Unidos (USDA) adotada pela Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Ciência do Solo (SBCS).<br />

,002 0,05 0,1 0,25 0,5 1,0 2,0 mm<br />

argila<br />

Segundo USDA<br />

silte<br />

muito<br />

fina<br />

fina média grossa muito<br />

grossa<br />

Areia<br />

cascalho<br />

0,002 0,02 0,2 2,0 mm<br />

argila<br />

Segundo ISSC<br />

silte<br />

fina<br />

areia<br />

grossa<br />

cascalho<br />

Figura 2.1 – Principais escalas (em mm) <strong>de</strong> tamanhos <strong>de</strong> partículas<br />

A fração mineral do solo é constituída quimicamente por aluminosilicatos, óxidos, carbonatos, sulfatos<br />

e minerais argilícos. Apresenta proprieda<strong>de</strong>s químicas e ativida<strong>de</strong>s variáveis <strong>de</strong> acordo com o tamanho<br />

das partículas.<br />

Dentre esses materiais que constitui a fração mineral, as argilas apresentam maior reativida<strong>de</strong>, e uma<br />

complexa constituição química. A areia e as outras partículas minerais são formadas por quartzo,<br />

feldspatos, micas e outros silicatos. Sua ativida<strong>de</strong> química é quase nula e se <strong>de</strong>compõe lentamente<br />

liberando seus elementos constituintes.<br />

A argila é constituída por silicatos e óxidos <strong>de</strong> Al e Fe que caracterizam-se por apresentar<br />

proprieda<strong>de</strong>s coloidais, com predomínio <strong>de</strong> cargas eletrostáticas negativas. São formadas por minerais<br />

secundários (<strong>de</strong>composição) do grupo da montmorilonitas, ilitas, caolinitas, etc.


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Fração Orgânica - Matéria Orgânica - Materiais orgânicos <strong>de</strong> origem animal ou vegetal, <strong>de</strong>compostos<br />

por ativida<strong>de</strong> microbiana, constituem a matéria orgânica presente no solo.<br />

A população microbiana produz enzimas tais como <strong>de</strong>saminases, fosfatases e sulfatases, as quais<br />

atuam na liberação <strong>de</strong> nitrogênio, fósforo, enxofre e outros nutrientes que estejam presentes como<br />

constituintes <strong>de</strong> moléculas orgânicas.<br />

Diferentes tipos <strong>de</strong> matéria orgânica presentes no solo estão associados a diferentes composições da<br />

microfauna e da microflora. A matéria orgânica que não é completamente <strong>de</strong>gradada contribui para a<br />

formação <strong>de</strong> húmus.<br />

Fase Líquida<br />

A fase líquida, isoladamente, caracteriza a umida<strong>de</strong> do solo e é representada pela água ou solução do<br />

solo, contendo íons como H 2 PO 4 - , SO 4 2- , NO 3 - , Na + , K + , Cl - , Ca 2+ , H + , NH 4 + etc.<br />

A disponibilida<strong>de</strong> da água é o fator físico-químico que mais afeta os microrganismos do solo, os quais<br />

requerem uma alta ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água (a w ) para seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a razão entre a pressão <strong>de</strong> vapor do ar em equilíbrio com a<br />

substância ou solução e a pressão <strong>de</strong> vapor da água pura.<br />

Fase Gasosa<br />

A fase gasosa caracteriza a porosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aeração do solo ou porosida<strong>de</strong> livre <strong>de</strong> água, a qual contém<br />

gases como CO 2 , O 2 , NH 3 e vapor <strong>de</strong> água.<br />

Como o ar e a água divi<strong>de</strong>m os mesmos espaços entre os micro hábitats, a composição gasosa do solo<br />

po<strong>de</strong> ser facilmente manipulada pela alteração no conteúdo <strong>de</strong> água.<br />

Características Microbiológicas<br />

O solo contém uma gran<strong>de</strong> população <strong>de</strong> bactérias, fungos, algas, protozoários, nematói<strong>de</strong>s e vírus. A<br />

flora microbiana do solo está distribuída em todos os tipos <strong>de</strong> solo com ligeiras modificações: os<br />

microrganismos são cosmopolitas e sua distribuição apresenta algumas variações <strong>de</strong> acordo com o<br />

tipo <strong>de</strong> solo e com a profundida<strong>de</strong> do mesmo.<br />

Nesse hábitat heterogêneo, ocorrem interações biológicas intensas e processos bioquímicos associados<br />

à <strong>de</strong>gradação da matéria orgânica, além <strong>de</strong> ocorrerem transformações <strong>de</strong> elementos minerais,<br />

importantes para a nutrição das plantas como N, P, S, Fe e Mn.<br />

As bactérias, que formam o grupo <strong>de</strong> microrganismos mais abundante nos solos, são seres<br />

unicelulares, procariontes e possuem pare<strong>de</strong> celular. São os organismos mais comuns no planeta,<br />

presentes em todas as regiões.<br />

Aterro Comum ou Lixão (Não é forma <strong>de</strong> tratamento)<br />

D’ALMEIDA e VILHENA, 2000 <strong>de</strong>finem aterro comum ou lixão como a forma mais ina<strong>de</strong>quada <strong>de</strong><br />

disposição dos resíduos sólidos, se resumindo a simples <strong>de</strong>scarga sobre o solo, sem a preocupação dos<br />

impactos gerados por essa ativida<strong>de</strong> tanto ao meio-ambiente quanto à saú<strong>de</strong> pública.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> disposição po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como o mais primitivo, on<strong>de</strong> não se há controle algum<br />

do que está sendo <strong>de</strong>positado, nem mesmo ocorre uma separação dos resíduos sólidos urbanos, dos<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e dos industriais.<br />

Essa forma <strong>de</strong> disposição facilita a proliferação <strong>de</strong> vetores, a geração <strong>de</strong> maus odores, e a poluição das<br />

águas superficiais e subterrâneas pelo percolado (mistura do líquido gerado pela <strong>de</strong>gradação da<br />

matéria orgânica com a água da chuva). É, sob todos os aspectos, a pior forma <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos;<br />

Aterro Controlado (não é forma <strong>de</strong> tratamento)


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Segundo Bidone e Povinelli,1999 aterro controlado é uma forma <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos<br />

urbanos no solo, na qual preocupações tecnológicas executivas adotadas durante o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do aterro, como recobrimento dos resíduos com argila, aumentam a segurança do local, minimizando<br />

os riscos <strong>de</strong> impactos ao meio ambiente e a à saú<strong>de</strong> pública.<br />

Embora seja uma técnica preferível ao lançamento a céu aberto, não substitui o aterro sanitário; é<br />

uma solução compatível (não completamente a<strong>de</strong>quada) para municípios pequenos, que não dispõem<br />

<strong>de</strong> equipamentos compactadores e <strong>de</strong> recursos para implementação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> drenagem<br />

a<strong>de</strong>quados.<br />

Aterro Sanitário (disposição final)<br />

Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir um aterro sanitário <strong>de</strong> rejeitos sólidos como sendo a forma <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos no solo, segundo normas operacionais específicas, <strong>de</strong> modo a evitar danos ou riscos à<br />

saú<strong>de</strong> pública e à segurança, minimizando impactos ambientais, ABNT,(1984). Esta técnica <strong>de</strong><br />

tratamento se <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> aterro sanitário celular quando se opta pela construção e operação do<br />

aterro em unida<strong>de</strong>s separadas <strong>de</strong> tratamento, a saber, as células.<br />

Forma <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos, fundamentado em critérios <strong>de</strong> engenharia e<br />

normas operacionais específicas, proporcionando o confinamento seguro dos resíduos e evitando<br />

danos à saú<strong>de</strong> pública e minimizando os impactos ambientais. Esses aterros possuem as seguintes<br />

infra-estruturas: cercamento; cinturão ver<strong>de</strong>; guarita; balança; escritório; refeitório; vestiário;<br />

drenagem <strong>de</strong> águas pluviais; impermeabilização da base, drenagem e tratamento <strong>de</strong> percolados,<br />

drenagem <strong>de</strong> gases, e poços <strong>de</strong> monitoramento;<br />

Algumas Vantagens:<br />

• No caso <strong>de</strong> se dispor <strong>de</strong> terrenos baratos é o método mais econômico.<br />

• Devido a <strong>de</strong>composição do resíduo se obtém um terreno rico em "humus" e após 2-5 anos do<br />

encerramento do aterro sanitário, po<strong>de</strong>-se utilizar o terreno para parques, jardins, estágios<br />

esportivos, etc.<br />

Algumas Desvantagens:<br />

• Problema social-comunida<strong>de</strong>.<br />

• Não se recupera os subprodutos (quando não se realiza coleta seletiva e reciclagem <strong>de</strong><br />

materiais .<br />

• Tem que haver uma vigilância rigorosa.<br />

• Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação das águas e do solo.<br />

• Produção <strong>de</strong> biogás (~ 60% metano - Po<strong>de</strong> passar a ser vantagem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja feita a<br />

recuperação dos gases).<br />

Como já foi dito anteriormente, o Aterro ainda é a técnica mais utilizada tanto para tratamento como<br />

para a disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos, sendo fundamentado em critérios <strong>de</strong> engenharia e normas<br />

operacionais específicas, permite o confinamento dos resíduos sólidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o controle <strong>de</strong><br />

poluição ambiental e proteção à saú<strong>de</strong> pública sejam realizados.<br />

Condições necessárias para implantação <strong>de</strong> um aterro:


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• Estar afastado <strong>de</strong> aeroportos .<br />

• Estar afastado no mínimo 2 Km <strong>de</strong> zonas resi<strong>de</strong>nciais<br />

• Estar próximo da zona <strong>de</strong> coleta (+/-30 Km p/ida e volta – (5 a 20 Km)).<br />

• Apresentar vias <strong>de</strong> acesso em boas condições <strong>de</strong> tráfico para os caminhões.<br />

• Estar afastado <strong>de</strong> cursos d'água, nascentes e poços (no mínimo 200 metros, minimizar<br />

problemas com contaminação).<br />

• Garantir que os recursos hídricos superficiais ou subterrâneos não sejam atingidos.<br />

• Ter jazidas acessíveis <strong>de</strong> material para cobertura.<br />

• Ter solo <strong>de</strong> baixa permeabilida<strong>de</strong>, caso contrário o terreno <strong>de</strong>ve ser preparado com uma<br />

camada <strong>de</strong> argila ou outro material inerte.<br />

• Operar todos os sistemas <strong>de</strong> drenagem e <strong>de</strong> monitoramento normalmente durante pelo<br />

menos 20 anos após o encerramento.<br />

• Apresentar posicionamento a<strong>de</strong>quado em relação a ventos dominantes.<br />

• Impedir o acesso <strong>de</strong> pessoas não autorizadas<br />

• Garantir a operação do aterro sob quaisquer condições<br />

• Discussão com a comunida<strong>de</strong>.<br />

Aterros Industriais<br />

Os aterros industriais para resíduos Classe I e <strong>II</strong>, não são muito difundidos no Brasil, <strong>de</strong>vido a dois<br />

fatores principais: o atraso geral que o Brasil apresenta quanto as soluções para os resíduos<br />

industriais e a síndrome do “nimby” (not in my backyard) on<strong>de</strong> a tentativa <strong>de</strong> implantar aterros<br />

industriais é recebida com hostilida<strong>de</strong> pelas comunida<strong>de</strong>s locais e com reserva pelos órgãos<br />

ambientais.<br />

É absolutamente essencial <strong>de</strong>terminar o volume, a taxa <strong>de</strong> produção, as proprieda<strong>de</strong>s físicas e<br />

químicas do resíduo. Os resíduos <strong>de</strong>vem ser compatíveis, isto é, não <strong>de</strong>vem tornar-se explosivos,<br />

corrosivos, reativos ou tóxicos, ou liberarem gases perigosos quando misturados. (ver norma NBR<br />

13896/1997).<br />

Forma <strong>de</strong> disposição final especialmente projetado e implantado para a disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos<br />

industriais, garantindo um confinamento seguro em termos <strong>de</strong> poluição ambiental e proteção à saú<strong>de</strong><br />

pública. Este aterro possui, no mínimo, todas as infra-estruturas <strong>de</strong> um aterro sanitário. Para<br />

resíduos perigosos, o conceito construtivo é o <strong>de</strong> contenção total, o que significa impermeabilizar tanto<br />

a parte inferior (no caso, com impermeabilização dupla) quanto à parte superior do aterro.<br />

Resíduos que não <strong>de</strong>vem ser dispostos em aterros industriais<br />

Nem todos os resíduos po<strong>de</strong>m ser dispostos em aterros industriais, a seguir serão mostrados os<br />

resíduos que não <strong>de</strong>vem ser dispostos em aterros industriais:<br />

1. Resíduos inflamáveis ou reativos, a menos que sejam previamente tratados (neutralização,<br />

absorção, etc.), <strong>de</strong> forma que a mistura resultante <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> apresentar essas características;<br />

2. Resíduos com menos <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> sólidos totais (em massa);<br />

3. Resíduos que contenham contaminantes que po<strong>de</strong>m ser facilmente transportados pelo ar, a menos<br />

que sejam previamente tratados;<br />

4. Resíduos ou mistura <strong>de</strong> resíduos que apresentem solubilida<strong>de</strong> em água superior a 20% em peso, a<br />

menos que sejam <strong>de</strong>vidamente tratados <strong>de</strong> forma a reduzir sua solubilida<strong>de</strong>;<br />

5. Resíduos constituídos por compostos orgânicos halogenados e não halogenados e<br />

6. Resíduos incompatíveis entre si. Estes não <strong>de</strong>vem ser dispostos em uma mesma célula, a menos<br />

que se tomem as <strong>de</strong>vidas precauções para evitar reações adversas.<br />

Os aterros para resíduos, tanto domésticos quanto industriais são obras <strong>de</strong> disposição final mais<br />

baratas e <strong>de</strong> tecnologias mais conhecidas no Brasil.<br />

Entretanto <strong>de</strong>ve-se ter em mente que esses aterros não servem para disposição <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong><br />

resíduos industriais.<br />

Existem três correntes básicas que norteiam a concepção dos aterros:<br />

A primeira, oriunda dos EUA, afirma que os efluentes <strong>de</strong> um aterro não <strong>de</strong>vem nunca atingir as águas<br />

subterrâneas. Isto implica em aterros completamente confinados ou, então em aterros completamente<br />

drenados.


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A segunda, que vem da Inglaterra, afirma que os solos tem uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenuação <strong>de</strong><br />

poluentes e sua utilização <strong>de</strong>ve ser permitida. Isto implica em aterros parcialmente confinados,<br />

po<strong>de</strong>ndo uma parcela do percolado ir parar nas águas subterrâneas, após ter atravessado uma<br />

camada do solo.<br />

A terceira, que se originou na Suíça, on<strong>de</strong> recomenda que se drenem as águas do freático juntamente<br />

com os líquidos percolados para posterior tratamento.<br />

Algum aspectos operacionais em relação aos aterros:<br />

Sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> base (impermeabilização) – tem a função <strong>de</strong> proteger a fundação do aterro,<br />

evitando-se a contaminação do subsolo e aquíferos adjacentes, pela migração <strong>de</strong> percolados e/ou dos<br />

gases.<br />

Em não havendo condições naturais in situ favoráveis, utiliza-se diferentes técnicas <strong>de</strong><br />

impermeabilização.<br />

Os materiais mais comumentes empregados são argilas compactadas para diminuir a permeabilida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> modo a representar barreiras à migração <strong>de</strong> poluentes, e geomembranas sintéticas, no caso <strong>de</strong><br />

resíduos industriais, sendo a <strong>de</strong> PEAD recomendada como mais a<strong>de</strong>quada por sua resistência<br />

mecânica, durabilida<strong>de</strong> e compatibilida<strong>de</strong> com uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos; a <strong>de</strong> PVC também<br />

tem sido usada.<br />

Alguns sistemas utilizam dupla impermeabilização, constituída <strong>de</strong> duas geomembranas <strong>de</strong> PEAD <strong>de</strong> 1,5<br />

mm e 2mm separadas por uma camada drenante ligada a um poço testemunha, este tipo <strong>de</strong><br />

procedimento visa garantir perfeita impermeabilização do terreno natural sendo realizado um<br />

monitoramento contínuo .<br />

A escolha da técnica <strong>de</strong> impermeabilização a ser empregada é um fator muito importante. No caso da<br />

borra <strong>de</strong> petróleo, por ser um resíduo extremamente ácido, po<strong>de</strong> ocasionar <strong>de</strong>struição da estrutura da<br />

argila, aumentando a permeabilida<strong>de</strong> do solo, neste caso é necessário medidas adicionais <strong>de</strong> proteção<br />

como sua impermeabilização inferior. A USEPA recomenda que impermeabilizações que utilizem solos<br />

compactados ou algum tipo <strong>de</strong> aditivo <strong>de</strong> modo que sejam consi<strong>de</strong>radas como proteções secundárias à<br />

membrana principal, dada a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter um material homogênio e efetivamente<br />

impermeável.<br />

Uma vez escolhida a área do aterro, <strong>de</strong>terminam-se todas as condicionantes necessárias à execução<br />

do projeto. Desse modo <strong>de</strong>ve-se obter dados sobre os resíduos a serem dispostos, dados topográficos,<br />

dados <strong>de</strong> sondagem do terreno e dados meteorológicos da região.<br />

• Resíduos - os resíduos <strong>de</strong>vem ter suas características físicas, físico-químicas, químicas e<br />

infecto-contagiosas muito bem <strong>de</strong>finidas. Esse conhecimento condicionara a escolha da forma<br />

do aterro, dos materiais (que <strong>de</strong>vem ser compatíveis com os resíduos), o projeto dos sistemas<br />

<strong>de</strong> impermeabilização, <strong>de</strong> coleta e tratamento do percolado, do monitoramento, os planos <strong>de</strong><br />

segurança e a própria operação do aterro.<br />

• Topografia – é necessário que pelo menos duas plantas sejam feitas em escalas <strong>de</strong> 1:1000 ou<br />

1:2000 e outra em 1:5000, com curvas <strong>de</strong> nível mostrando os <strong>de</strong>talhes significativos do<br />

terreno.<br />

• Sondagens – e necessário para se obter dados sobre as características do solo (curva<br />

granulométrica, umida<strong>de</strong>, massa especifica, porosida<strong>de</strong>, coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong>) e<br />

distância do lençol freático. Não existe uma regra geral para se <strong>de</strong>terminar o numero i<strong>de</strong>al <strong>de</strong><br />

furos <strong>de</strong> sondagem, quanto menor a área e mais homogêneo for o subsolo, menor será o<br />

numero <strong>de</strong> furos necessários para a sua caracterização. Entretanto, recomenda-se no mínimo<br />

três furos para sondagens <strong>de</strong> reconhecimento e um furo com amostra in<strong>de</strong>formada.<br />

Uma vez <strong>de</strong>terminadas e analisadas as características da área e dos resíduos, <strong>de</strong>ve-se<br />

proce<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>terminação da forma do aterro. Existem 3 formas:<br />

•<br />

• Método Trincheira - Consiste na abertura <strong>de</strong> trincheiras no solo on<strong>de</strong> o resíduo<br />

• é disposto no fundo, compactado e posteriormente coberto com solo.<br />

•<br />

• Método da Área – Empregado em locais <strong>de</strong> topografia irregular e lençol freático no limite<br />

máximo. A formação da célula exige o transporte e aquisição <strong>de</strong> terra para cobertura. Usada


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on<strong>de</strong> o terreno já apresenta características favoráveis e não é necessário nenhum trabalho <strong>de</strong><br />

preparo e po<strong>de</strong>-se aproveitar para recuperar alguma área <strong>de</strong>gradada.<br />

•<br />

• Método Rampa - Conhecido também como método <strong>de</strong> escavação progressiva, é empregado<br />

em áreas planas on<strong>de</strong> o solo natural oferece boas condições para ser escavado e utilizado<br />

como material <strong>de</strong> cobertura. Usado em terrenos secos e planos on<strong>de</strong> se procura mudar a<br />

topografia através <strong>de</strong> terraplanagem construindo-se uma rampa on<strong>de</strong> se coloca os resíduos<br />

formando células. A rampa é escavada no próprio solo e o resíduo é disposto e compactado<br />

pelo trator, operando no sentido ascen<strong>de</strong>nte, formando assim a célula e posteriormente<br />

coberto com solo. O método é vantajoso pois economiza o transporte <strong>de</strong> material <strong>de</strong> cobertura<br />

<strong>de</strong> fora do sistema.<br />

Forma <strong>de</strong> disposição final especialmente projetado e implantado para a disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos<br />

industriais, garantindo um confinamento seguro em termos <strong>de</strong> poluição ambiental e proteção à saú<strong>de</strong><br />

pública. Este aterro possui, no mínimo, todas as infra-estruturas <strong>de</strong> um aterro sanitário. Para<br />

resíduos perigosos, o conceito construtivo é o <strong>de</strong> contenção total, o que significa impermeabilizar tanto<br />

a parte inferior (no caso, com impermeabilização dupla) quanto à parte superior do aterro.<br />

Resíduos que não <strong>de</strong>vem ser dispostos em aterros<br />

Nem todos os resíduos po<strong>de</strong>m ser dispostos em aterros industriais, a seguir serão mostrados os<br />

resíduos que não <strong>de</strong>vem ser dispostos em aterros industriais:<br />

1. Resíduos inflamáveis ou reativos, a menos que sejam previamente tratados (neutralização,<br />

absorção, etc.), <strong>de</strong> forma que a mistura resultante <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> apresentar essas características;<br />

2. Resíduos com menos <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> sólidos totais (em massa);<br />

3. Resíduos que contenham contaminantes que po<strong>de</strong>m ser facilmente transportados pelo ar, a menos<br />

que sejam previamente tratados;<br />

4. Resíduos ou mistura <strong>de</strong> resíduos que apresentem solubilida<strong>de</strong> em água superior a 20% em peso, a<br />

menos que sejam <strong>de</strong>vidamente tratados <strong>de</strong> forma a reduzir sua solubilida<strong>de</strong>;<br />

5. Resíduos constituídos por compostos orgânicos halogenados e não halogenados e<br />

6. Resíduos incompatíveis entre si. Estes não <strong>de</strong>vem ser dispostos em uma mesma célula, a menos<br />

que se tomem as <strong>de</strong>vidas precauções para evitar reações adversas.<br />

Localização <strong>de</strong> Aterros Industriais Classe I (Perigosos)<br />

Deverão ser selecionados, preferencialmente, áreas naturalmente impermeáveis, para construção <strong>de</strong><br />

aterros <strong>de</strong> resíduos industriais. Estas áreas se caracterizam pelo baixo grau <strong>de</strong> saturação, pela<br />

relativa profundida<strong>de</strong> do lençol freático e pela predominância, no subsolo, <strong>de</strong> material argiloso (CIMM,<br />

2005). O subsolo não <strong>de</strong>verá ser constituído essencialmente por material com coeficiente <strong>de</strong><br />

permeabilida<strong>de</strong> (k) maior que 1x10 -4 cm/s.<br />

Não é possível instalar aterros industriais em áreas inundáveis, <strong>de</strong> recarga <strong>de</strong> aqüíferos, em áreas <strong>de</strong><br />

proteção <strong>de</strong> mananciais, mangues e habitat <strong>de</strong> espécies protegidas, ecossistemas <strong>de</strong> áreas frágeis ou<br />

em todas aquelas <strong>de</strong>finidas como <strong>de</strong> preservação ambiental permanente, conforme legislação em vigor<br />

(CIMM, 2005).<br />

Deverão ser respeitadas as distâncias mínimas estabelecidas em norma, a corpos d’água (300<br />

metros), núcleos urbanos (1000 metros), rodovias e ferrovias (50 metros), quando da escolha da área<br />

do aterro (CIMM, 2005).<br />

A construção <strong>de</strong> aterros em ares cujas dimensões não possibilitem uma vida útil para o aterro igual ou<br />

superior a 20 anos, não <strong>de</strong>verá ser executada (CIMM, 2005).<br />

Na seleção da área do aterro, <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>rados os seguintes aspectos: grau <strong>de</strong> urbanização;<br />

valor comercial do terreno; condições <strong>de</strong> acesso; caracterização hidrogeológica; potencial <strong>de</strong><br />

contaminação das águas superficiais e subterrâneas e localização quanto a mananciais <strong>de</strong><br />

abastecimento <strong>de</strong> água (CIMM, 2005). A seguir serão mostradas algumas consi<strong>de</strong>rações geológicas<br />

a<strong>de</strong>quadas para um subsolo: <strong>de</strong>verá ser constituído por um <strong>de</strong>pósito extenso e homogêneo <strong>de</strong> solo<br />

argiloso, com coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> menor ou igual a 1 x 10 -7 cm/s; <strong>de</strong>verá apresentar uma<br />

porcentagem superior a 30% <strong>de</strong> partículas passando pela peneira n 0 200; <strong>de</strong>verá apresentar um pH<br />

maior ou igual a 7 e não sofrer alterações na sua permeabilida<strong>de</strong> em função dos resíduos (CIMM,<br />

2005).<br />

Impermeabilização Inferior <strong>de</strong> Aterros Industriais<br />

Os aterros industriais <strong>de</strong>verão possuir sistema duplo <strong>de</strong> impermeabilização inferior composto <strong>de</strong> manta<br />

sintética sobreposta a uma cama <strong>de</strong> argila compactada, <strong>de</strong> forma a alcançar coeficiente <strong>de</strong><br />

permeabilida<strong>de</strong> menor ou igual a 1,0 x 10 -7 cm/s, com espessura mínima <strong>de</strong> 60 centímetros, <strong>de</strong>vendo<br />

ser mantida uma distância mínima <strong>de</strong> 2 metros entre a superfície inferior do aterro e o nível mais alto


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do lençol freático (CIMM, 2005). Sobre o material sintético <strong>de</strong>verá ser assentada uma camada <strong>de</strong><br />

terra com espessura mínima <strong>de</strong> 50 centímetros (CIMM, 2005). Na escolha da manta sintética a ser<br />

aplicada, <strong>de</strong>verão ser observados os seguintes aspectos: resistência química aos resíduos a serem<br />

dispostos, assim como o envelhecimento à ozona, à radiação, à ultravioleta e aos microorganismos,<br />

essas características <strong>de</strong>vem ser comprovadas através <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> laboratório; resistência à<br />

intempéries para suportar os ciclos <strong>de</strong> umi<strong>de</strong>cimento; secagem; resistência a tração, flexibilida<strong>de</strong> e<br />

alongamento, suficiente para suportar os esforços <strong>de</strong> instalação e <strong>de</strong> operação; resistência à<br />

laceração, abrasão e punção <strong>de</strong> qualquer material pontiagudo ou cortante que possa estar presente<br />

nos resíduos e facilida<strong>de</strong> para execução <strong>de</strong> emendas e reparos em campo, em quaisquer<br />

circunstâncias (CIMM, 2005).<br />

O sistema duplo <strong>de</strong> impermeabilização <strong>de</strong>verá ser construído <strong>de</strong> modo a evitar rupturas <strong>de</strong>vido a<br />

pressões hidrostáticas e hidrogeológicas, condições climáticas, tensões da instalação, da<br />

impermeabilida<strong>de</strong> ou aquelas originárias da operação diária (CIMM, 2005).<br />

O sistema duplo <strong>de</strong> impermeabilização <strong>de</strong>verá ser assentado sobre uma base ou fundação capaz <strong>de</strong><br />

suportá-lo, bem como resistir aos gradientes <strong>de</strong> pressão acima e abaixo da impermeabilização <strong>de</strong><br />

forma a evitar sua ruptura por assentamento com pressão ou levantamento do aterro (CIMM, 2005).<br />

O sistema duplo <strong>de</strong> impermeabilização <strong>de</strong>verá ser instalado <strong>de</strong> forma a cobrir toda a área útil do<br />

aterro, inclusive as pare<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong> cada célula do aterro, <strong>de</strong> modo que o percolado não entre em<br />

contato com solo natural. O percolado drenado e removido da área do aterro, <strong>de</strong>verá aten<strong>de</strong>r às<br />

normas <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong> efluentes em corpos receptores (CIMM, 2005). A figura 3 apresenta o<br />

<strong>de</strong>senho esquemático <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> impermeabilização inferior para resíduo classe I (perigoso).<br />

Figura . Desenho esquemático <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> impermeabilização inferior para resíduo classe I<br />

(perigoso).<br />

Na implantação da impermeabilização <strong>de</strong> aterros, <strong>de</strong>verão ser consi<strong>de</strong>rados os seguintes aspectos:<br />

preparação <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> assentamento estável; execução da impermeabilização segundo a melhor<br />

tecnologia disponível para cada material empregado e execução <strong>de</strong> uma proteção eficiente contra<br />

esforços mecânicos e intempéries (CIMM, 2005). Um sistema <strong>de</strong> impermeabilização <strong>de</strong>verá possuir os<br />

seguintes requisitos: estanqueida<strong>de</strong>; durabilida<strong>de</strong>; resistência mecânica; resistência a intempéries e<br />

compatibilida<strong>de</strong> com os resíduos a serem aterrados (CIMM, 2005).<br />

Impermeabilização Superior (Cobertura Final) <strong>de</strong> Aterros Industriais<br />

Quando do fechamento <strong>de</strong> cada célula <strong>de</strong> um aterro industrial, a impermeabilização superior a ser<br />

aplicada <strong>de</strong>verá garantir que a taxa <strong>de</strong> infiltração na área tão pequena quanto possível. Desta forma,<br />

esta impermeabilização <strong>de</strong>verá ser no mínimo tão eficaz quanto o sistema <strong>de</strong> impermeabilização<br />

inferior empregado (CIMM, 2005).<br />

O sistema <strong>de</strong> impermeabilização superior <strong>de</strong>verá compreen<strong>de</strong>r as seguintes camadas, <strong>de</strong> cima para<br />

baixo:


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1. Camada <strong>de</strong> solo original <strong>de</strong> 60 centímetros, para garantir o recobrimento com vegetação nativa <strong>de</strong><br />

raízes não axiais;<br />

2. Camada drenante <strong>de</strong> 25 centímetros <strong>de</strong> espessura, com coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> maior ou<br />

igual a 1,0 x 10 -3 cm/s;<br />

3. Manta sintética com a mesma especificação utilizada no sistema <strong>de</strong> impermeabilização inferior e<br />

4. Camada <strong>de</strong> argila compactada <strong>de</strong> 50 centímetros <strong>de</strong> espessura, com coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong><br />

menor ou igual a 1,0 x 10 -7 cm/s (CIMM, 2005).<br />

Landfarming<br />

O solo possui, naturalmente, diversos microrganismos com ativida<strong>de</strong>s metabólicas bastante variadas.<br />

Sendo assim, uma das maneiras mais simples <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r no tratamento <strong>de</strong> um resíduo consiste<br />

em misturá-lo ao solo e <strong>de</strong>ixar que a flora microbiana nativa atue.<br />

Esse procedimento, conhecido como landfarming, é amplamente utilizado pela indústria <strong>de</strong> petróleo no<br />

tratamento <strong>de</strong> seus resíduos, mas, também po<strong>de</strong> ser utilizado na <strong>de</strong>scontaminação <strong>de</strong> solos<br />

contaminados por petróleo e <strong>de</strong>rivados (WONG et al., 1997).<br />

Técnica empregada para tratamento <strong>de</strong> resíduos sólidos, on<strong>de</strong> se adicionam nutrientes e espalha-se a<br />

mistura sobre o solo.<br />

Microrganismos: contidos em camada superficial (15-20 cm) <strong>de</strong> solo não contaminado.<br />

Processos envolvidos: <strong>de</strong>composição, lixiviação dos componentes solúveis em água, volatilização e<br />

incorporação à matriz do solo.<br />

Aplicação: resíduos da indústria petroquímica e solos contaminados com petróleo e <strong>de</strong>rivados.<br />

Resíduos não <strong>de</strong>vem conter componentes como microrganismos patogênicos, componentes radiativos,<br />

tóxicos ou altamente reativos.<br />

Operação: necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revolvimento ou misturas periódicas para aerar o solo e promover o contato<br />

entre o resíduo e o solo. O pH <strong>de</strong>ve ser controlado e, se necessário, adiciona-se cal.<br />

Landfarming - Tem sido praticado pela indústria petroquímica há bastante tempo na disposição <strong>de</strong><br />

resíduos sólidos oleosos (borra <strong>de</strong>petróleo).<br />

As principais vantagens <strong>de</strong>ste método <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos são:<br />

1. Efetivida<strong>de</strong> a um custo razoável<br />

2. Relativa segurança ambiental<br />

3. Uso <strong>de</strong> processos materiais que reciclam o resíduo<br />

4. Relativa simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processo, não requerendo equipamento que necessitam <strong>de</strong> constante<br />

manutenção ou que sejam à prova <strong>de</strong> falhas<br />

Essa tecnologia po<strong>de</strong> apresentar algumas <strong>de</strong>svantagens:<br />

· Deficiência dos solos - pois, apesar <strong>de</strong> disponibilizar quantida<strong>de</strong>s apreciáveis <strong>de</strong> carbono capazes <strong>de</strong><br />

sustentar uma numerosa população microbiana, os solos, geralmente, apresentam baixos teores <strong>de</strong><br />

nitrogênio e fósforo (além <strong>de</strong> outros nutrientes inorgânicos). Por isso, freqüentemente, utilizam-se<br />

fertilizantes para suprir a <strong>de</strong>ficiência do solo.<br />

· O problema <strong>de</strong> espaço, pois no landfarming aproveita-se apenas os 20cm superiores do solo,<br />

exigindo gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> terra.<br />

Condições climáticas - o tratamento é altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das condições climáticas (temperaturas<br />

baixas inibem o processo, umida<strong>de</strong> e vento também afetam) e do tipo <strong>de</strong> solo.<br />

· Os contaminantes voláteis, como os solventes, <strong>de</strong>vem ser pré-tratados, para evitar a emissão<br />

<strong>de</strong>stes para a atmosfera, causando assim a poluição do ar.<br />

· O “landfarming” vem levantando preocupações quanto ao risco <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> águas<br />

subterrâneas e liberação <strong>de</strong> odores.<br />

A maior vantagem <strong>de</strong>ssa técnica é o baixo custo com equipamentos, construção e operação.<br />

Como o consumo <strong>de</strong> oxigênio aumenta <strong>de</strong> acordo com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carbono orgânico disponível e<br />

a taxa <strong>de</strong> difusão do oxigênio através do solo é muito baixa, po<strong>de</strong>ndo não haver oxigênio suficiente<br />

para sustentar a ativida<strong>de</strong> aeróbia dos microrganismos.<br />

Para contornar esse problema, o solo <strong>de</strong>ve ser revolvido, promovendo a aeração <strong>de</strong> todo o seu<br />

volume. Um outro fator limitante <strong>de</strong>sse processo é a umida<strong>de</strong>, pois po<strong>de</strong> ocorrer um ressecamento na<br />

superfície.


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Desta forma é necessário que se adicione água ao sistema para manter níveis <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> propícios à<br />

ativida<strong>de</strong> microbiana. O solo po<strong>de</strong> ser tanto irrigado, através <strong>de</strong> dispersores, ou drenado, se a<br />

umida<strong>de</strong> for excessiva.<br />

A homogeneização, responsável pela melhora do contato entre os contaminantes e os microrganismos,<br />

assim como uma maior interação com o oxigênio, é realizada através <strong>de</strong> aragem por meio <strong>de</strong> tratores.<br />

Para acelerar e otimizar o processo, nutrientes (fontes <strong>de</strong> nitrogênio, fósforo e potássio - NPK) e<br />

corretivos <strong>de</strong> pH <strong>de</strong>vem ser periodicamente analisados e adicionados conforme a necessida<strong>de</strong> e<br />

relações pré-estabelecidas.<br />

Todo um preparo da área das células <strong>de</strong> tratamento é exigido, a fim <strong>de</strong> que se reduza, ao mínimo, os<br />

riscos <strong>de</strong> contaminação dos lençóis freáticos por lixiviação <strong>de</strong> poluentes. O material lixiviado é passível<br />

<strong>de</strong> recirculação, tratamento em outra unida<strong>de</strong> e/ou coleta para posterior retirada <strong>de</strong> compostos<br />

orgânicos voláteis.<br />

O custo envolvido no processo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições especificas do local, da exigência ou não <strong>de</strong><br />

impermeabilização, da extensão da área <strong>de</strong> escavação requerida e da obrigatorieda<strong>de</strong> ou não do<br />

tratamento da água e dos compostos orgânicos voláteis emitidos.<br />

Tipicamente, o período <strong>de</strong> tratamento varia entre 2 e 6 meses.<br />

Sendo bem monitoradas e operadas, as células <strong>de</strong> “landfarming” po<strong>de</strong>m oferecer elevadas taxas <strong>de</strong><br />

bio<strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> ampla faixa <strong>de</strong> compostos orgânicos.<br />

NBR – 13894 – Tratamento no Solo (landfarming) ABNT – junho <strong>de</strong> 1997. Fixa as condições exigíveis<br />

para o tratamento no solo <strong>de</strong> resíduos sólidos industriais suscetíveis à bio<strong>de</strong>gradação.<br />

Solidificação<br />

Técnicas <strong>de</strong> Fixação Química e Solidificação<br />

•Atentar para a Compatibilida<strong>de</strong> dos Resíduos e Aditivos<br />

Tecnologias Desenvolvidas e Aplicadas<br />

1)Técnicas baseadas em cimento<br />

Adição <strong>de</strong> cimento Portland ou outros produtos inorgânicos semelhantes. Devido ao<br />

pH obtido na mistura, diversos cátions são convertidos em carbonatos e hidróxidos<br />

insolúveis.


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2)Técnicas baseadas em materiais pozolânicos(não incluindo Cimento)<br />

Cinzas, poeiras <strong>de</strong> forno <strong>de</strong> cimento ou escória <strong>de</strong> alto forno –produtos residuais com<br />

pequeno ou nenhum valor comercial.<br />

3) Técnicas baseadas em termoplásticos<br />

Os resíduos são secos, aquecidos e dispersos através <strong>de</strong> uma matriz plástica<br />

aquecida, mistura esta normalmente disposta em uma contenção secundária (p.ex.,<br />

tambor <strong>de</strong> aço).<br />

4) Técnicas <strong>de</strong> polímeros orgânicos Sistema<br />

uréia-formal<strong>de</strong>ído(UF).<br />

Resíduos secos ou úmidos são misturados com um pré-polímero. Adiciona-se um<br />

catalisador e vaza-se a mistura para um container. O material polimerizado não se<br />

combina quimicamente com o resíduo, mas forma uma massa esponjosa que captura as<br />

partículas sólidas<br />

5) Técnicas <strong>de</strong> encapsulamento<br />

Encapsulamentopropriamente dito é aquele no qual os resíduos são inicialmente<br />

aglomerados e, a seguir, envoltos por uma camisa <strong>de</strong> material inerte (em geral o<br />

polietileno).<br />

6) Técnicas <strong>de</strong> auto-solidificação (cal)<br />

Resíduos industriais proveniente da <strong>de</strong>ssulfurizaçãoou os lodos <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong><br />

exaustão. Estes resíduos contêm gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sulfato ou sulfeto <strong>de</strong><br />

cálcio.<br />

Resíduo é parcialmente <strong>de</strong>sidratado e hidratado novamente para a<br />

formação <strong>de</strong> uma agamassa<br />

Exigências para uma Solidificação/Estabilização<br />

Testes <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> dos resíduos encapsulados<br />

Um processo <strong>de</strong> fixação i<strong>de</strong>al torna os constituintes nocivos quimicamente não<br />

reativos ou estáveis, <strong>de</strong> forma a se obter uma disposição final segura, sem<br />

qualquer contenção secundária. Para ser completamente eficaz, o processo <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong>ve gerar um produto final com boa estabilida<strong>de</strong> dimensional,<br />

resistência às intempéries, ao ataque <strong>de</strong> agentes biológicos e elevada<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte.NBR 10.004, 10.005, 10.006<br />

Compatibilida<strong>de</strong> dos Resíduos e Aditivos<br />

Como em qualquer operação <strong>de</strong> manuseio <strong>de</strong> resíduos perigosos, <strong>de</strong>vem ser<br />

tomados cuidados durante os processos <strong>de</strong> estabilização/solidificação, evitando<br />

a mistura <strong>de</strong> materiais que possam reagir entre si <strong>de</strong> forma danosa.


Disciplina - Engenharia do Meio Ambiente/ EQ/ <strong>UFRJ</strong><br />

Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho


Disciplina - Engenharia do Meio Ambiente/ EQ/ <strong>UFRJ</strong><br />

Prof. Denize Dias <strong>de</strong> Carvalho<br />

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