Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
La Chaumière<br />
Por Adriano Lopes de Oliveira<br />
Além de um restaurante<br />
italiano – o velho Roma –<br />
dirigido por um belga, o<br />
cosmopolitismo de Brasília, que<br />
recebe de braços abertos gente de<br />
toda parte do mundo, produziu<br />
outra situação nada comum: um<br />
legítimo bistrô francês há 37 anos<br />
sob o comando de um legítimo<br />
pernambucano. E não é que deu<br />
certo? Pois durante todo esse tempo<br />
o La Chaumière vem acumulando<br />
prêmios e mais prêmios – inclusive<br />
os da <strong>Roteiro</strong> – como melhor<br />
restaurante francês da cidade.<br />
Severino Alves Xavier mal tinha<br />
completado 16 anos quando deixou<br />
para trás o agreste pernambucano,<br />
em 1961, para tentar a vida na<br />
capital recém-inaugurada. Foi logo<br />
trabalhar para Madame Lucette e<br />
Monsier Roger Noël no Nosso Bar,<br />
primeiro emprendimento do casal<br />
francês na cidade. Após 12 anos de<br />
muita dedicação, primeiro no bar e<br />
a partir de 1966 no La Chaumière,<br />
ele recebeu a notícia que iria mudar<br />
para sempre o rumo de sua vida.<br />
Corria o ano de 1973 quando<br />
Madame Lucette, com quem ele<br />
aprendera os segredos da culinária<br />
francesa, revelou-lhe a disposição<br />
do casal de passar para frente o<br />
restaurante e retornar à França.<br />
“Para minha<br />
surpresa, ela disse<br />
que o comprador<br />
só poderia ser uma<br />
pessoa – eu mesmo<br />
– mas impôs uma<br />
condição: que eu<br />
não mexesse nem<br />
no cardápio nem<br />
no tamanho do<br />
restaurante”, lembra<br />
Severino, que<br />
cumpriu quase à<br />
risca a “ordem”<br />
dos ex-patrões.<br />
Quase porque,<br />
embora mantendo<br />
praticamente intacto<br />
o ambiente simples<br />
e acolhedor da casa,<br />
com espaço para<br />
apenas 28 pessoas,<br />
Severino introduziu<br />
dois novos pratos<br />
no cardápio: o filé à Danielle<br />
(com queijo roquefort ao poivre),<br />
homenagem ao nascimento<br />
da filha, 25 anos atrás, e o filé à<br />
Gabrielle (com molho de abacaxi,<br />
mostarda, suco de laranja, vinho e<br />
champignon), outra homenagem,<br />
agora à primeira neta.<br />
Jamais se soube de alguém que<br />
tenha percebido, ou se queixado,<br />
de queda na qualidade dos pratos<br />
ou do serviço da casa. Tanto que<br />
não demorou muito para que<br />
o ex-garçom passasse a ser chamado<br />
carinhosamente de “chef Severran”<br />
pelos frequentadores mais assíduos<br />
da casa, entre os quais se orgulha<br />
de citar os ex-presidentes Fernando<br />
Henrique Cardoso e José Sarney<br />
e o atual, Luiz Inácio Lula da Silva.<br />
Divulgação<br />
Bar do Mercado<br />
Em ambiente aconchegante,<br />
com decoração pontuada por<br />
arte e história, pode-se tomar<br />
um cafezinho ou um chope<br />
para acompanhar o pastel<br />
de bacalhau, o sanduíche de<br />
mortadela ou o autêntico Bauru.<br />
No almoço, cardápio paulistano.<br />
509 Sul (3244.7999) / CC: todos<br />
Bar Brahma<br />
A casa de Brasília segue a proposta<br />
das outras filiais, com shows,<br />
boa comida e o tradicional chope<br />
cremoso. Frequentado por grandes<br />
personalidades da política e da<br />
música. A decoração é inspirada<br />
nas décadas de 50 a 70. No sábado,<br />
tradicional feijoada ao som de<br />
chorinho e samba de raiz. Cardápio<br />
assinado pelo chef Olivier Anquier.<br />
201 Sul (3224.9313) / CC: todos<br />
25