R$ 5,90 - Roteiro Brasília

os palcos musicais
Concha Acústica
Por Lúcia Leão
Uma das maiores estrelas do
showbizz brasiliense espera a
hora de voltar à cena. Nos
projetos que descansam nas gavetas
da Terracap, à espera de execução,
ela está ainda mais linda e ornada.
Com ajustes técnicos, será capaz de
projetar mais longe os sons emitidos
de suas entranhas, com a mesma força
e limpidez que ofereceu a Elis Regina,
a Roberto Carlos, à Orquestra Jovem
da Bulgária, à Legião Urbana, à Plebe
Rude, a Renato Matos e a tantos
outros de dos mais variados matizes.
Sim, é ela, a Concha Acústica.
Primeiro teatro da cidade – foi
inaugurada em 1969, antes do Teatro
Nacional – e único espaço projetado
especialmente para abrigar grandes
espetáculos, a Concha Acústica,
com seu palco de 50 metros de
comprimento e seis de altura, mas
também a arquibancada com
capacidade para acomodar 10 mil
pessoas, foi “plotada” por Oscar
Niemeyer à beira do Lago Paranoá,
como se a paisagem também saísse
da ponta do lápis do artista.
Fotos: Divulgação
A beleza e a eficácia de todo
o conjunto lhe garantiram papel
de destaque na história da arte em
Brasília. Mas não a livraram do descaso
e do abandono. Com fiação aparente e
descascada, paredes sujas e vazamentos,
foi fechada em junho de 2007 não para
uma simples reforma, mas para uma
completa restauração e modernização
de seus equipamentos. A mudança
profunda ainda não aconteceu, mas
com o pouco que foi feito a Concha
Acústica já pôde receber, no mês
passado, os amantes da axé-music para
o show-festa Vale Night, comandado
pela banda baiana Asa de Águia.
Por enquanto, tudo ainda está como
estava no festival Porão do rock de 1998,
último evento realmente memorável
da Concha Acústica. Mas, se tudo sair
como planejado, ela vai ganhar uma
imensa marquise – e, sob ela, um foyer,
vários banheiros e quiosques para
serviços de bar e restaurante. E ainda,
nas proximidades, um píer, uma pista
de cooper, um centro cultural, um
polo gastronômico... É, Brasília tem
a vocação do sonho. Um dia ele sai
do papel!
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