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8 31 de Outubro a 6 de Novembro de 2008<br />

<strong>Post</strong>-Milénio... Às Sextas-feiras, bem pertinho de si!<br />

Eleições EUA 2008<br />

GUERRA DESIGUAL? OS ORÇAMENTOS<br />

ELEITORAIS DE OBAMA E MCCAIN<br />

OBAMA EM VANTAGEM EM DOIS<br />

DE TRÊS ESTADOS CHAVE<br />

Os candidatos à Casa Branca travam<br />

uma guerra desigual em termos de<br />

campanha eleitoral. O democrata<br />

Barack Obama já angariou o dobro do dinheiro<br />

do republicano John McCain e agora “põe a<br />

carne toda no assador” ao apresentar um anúncio<br />

de 30 minutos nas principais cadeias de<br />

televisão americanas, obrigando inclusivamente<br />

a Fox a atrasar a difusão do sexto jogo<br />

da Baseball World Series (campeonato norteamericano<br />

de basebol). Até agora Barack<br />

Obama já conseguiu angariar 603 milhões de<br />

dólares, ao passo que John McCain não chegou<br />

aos 400 milhões (380). Isso faz com que, neste<br />

momento, a cara de Barack Obama seja<br />

omnipresente na televisão norte-americana,<br />

mesmo durante eventos desportivos de grande<br />

envergadura que normalmente não estão ao<br />

alcance dos candidatos por falta de orçamento.<br />

No que toca à mobilização de voluntários,<br />

Obama também assumiu a dianteira.<br />

A uma semana das eleições, o candidato<br />

republicano mantém de pé uma impressionante<br />

rede de colaboradores.<br />

Numa altura em que em mais de 30<br />

estados estão já a decorrer votações antecipadas,<br />

os voluntários desempenham um<br />

papel fundamental no encaminhar das pessoas<br />

até às urnas e na explicação dos métodos<br />

de voto em cada estado.<br />

A campanha de Obama tem, por exemplo,<br />

delegações em cada um dos 88 condados<br />

no estado de Ohio (considerado um<br />

estado decisivo). Por comparação, nas presidenciais<br />

de 2004, o candidato democrata<br />

John Kerry só tinha representações em 16<br />

desses 88 condados. Obviamente que este<br />

tipo de presença só tem uma explicação:<br />

dinheiro. Muito dinheiro.<br />

Mas a Internet pode igualmente ser um<br />

dos segredos do sucesso de Obama na captação<br />

de apoiantes e voluntários. O candidato<br />

democrata parece ter conseguido<br />

gerir as suas bases de dados electrónicas da<br />

melhor forma em proveito próprio.<br />

Conseguirá McCain ser como Lázaro?<br />

Perante a diferença orçamental entre os<br />

dois candidatos, conseguirá o republicano<br />

John McCain ir às cordas e ainda ganhar o<br />

jogo?<br />

De acordo com David Frum – ex-escritor<br />

de discursos de Bush –, citado pela BBC, os<br />

republicanos deviam já, por esta altura, ter<br />

admitido a derrota iminente e entrar no<br />

modo “controlo de estragos” a fim de limitar<br />

os ganhos democratas no Senado.<br />

Na verdade, o grau de desespero dos republicanos<br />

pode aferir-se a partir do momento<br />

em que começaram já a lembrar que os<br />

americanos têm que ponderar se querem<br />

uma América em que a Casa Branca, o<br />

Senado e o Congresso estão todos nas mãos<br />

dos Democratas ao mesmo tempo, argumentando<br />

que isso daria um poder sem limites<br />

a Barack Obama.<br />

De acordo com a BBC, os analistas indicam<br />

que este é o argumento típico de uma campanha<br />

mais empenhada em controlar os<br />

estragos do que em vencer.<br />

Contudo, McCain é um reputado sobrevivente,<br />

um veterano de guerra que resistiu<br />

a cerca de seis anos de cativeiro no<br />

Vietname e que não dá mostras de soçobrar.<br />

A História prova igualmente que nem sempre<br />

o candidato favorito acaba por ganhar.<br />

Aconteceu a Harry Truman em 1948, quando<br />

derrotou Thomas Dewey, nos últimos<br />

dias de campanha, depois de a América ter<br />

anunciado a sua vitória como “favas contadas”.<br />

De qualquer maneira, a BBC sublinha: “Se<br />

John McCain ganhar, terá que ser comparado<br />

a Lázaro”, e não a Harry Truman.<br />

Ocandidato democrata à presidência<br />

norte-americana, Barack Obama,<br />

supera claramente o republicano<br />

John McCain nos estados de Ohio e<br />

Pensilvânia, mas na Florida a disputa é mais<br />

acirrada, revela uma sondagem agora divulgada.<br />

No Ohio, Obama venceria McCain por<br />

51% contra 42%, enquanto na Pensilvânia a<br />

vantagem seria ainda maior, 53% para 41%,<br />

segundo uma sondagem da Universidade<br />

de Quinnipiac.<br />

«A poucos dias das eleições, Barack<br />

Obama parece resistir aos esforços tardios e<br />

escassos de John McCain no Ohio e<br />

Pensilvânia, mas a vantagem de dois pontos<br />

do democrata entre os eleitores na Florida<br />

deixa este estado no indecisão», afirmaram<br />

os coordenadores da sondagem.<br />

«Ninguém foi eleito presidente desde<br />

1960 sem ganhar em dois destes três estados»,<br />

alertaram.<br />

Na Florida, a diferença é de apenas dois<br />

pontos a favor do senador democrata, 47%<br />

contra 45%, de acordo com a sondagem<br />

realizada nos três estados chave entre os<br />

dias 22 e 26 de Outubro.<br />

«Se Barack Obama levar a Florida,<br />

pode alcançar ou ficar perto da margem da<br />

reeleição do presidente Bill Clinton em<br />

1996», acrescentam os coordenadores da<br />

pesquisa.<br />

OBAMA VISA A CLASSE MÉDIA;<br />

MCCAIN SEGUE UM RUMO LIBERAL<br />

Na recta final da disputa pela Casa Branca,<br />

o candidato democrata Barack Obama<br />

espera seduzir a classe média americana<br />

com o seu programa económico, enquanto<br />

o republicano John McCain segue uma<br />

linha mais tradicional de redução de impostos<br />

que beneficiem os mais ricos.<br />

Embora por prudência nenhum candidato<br />

tenha detalhado o seu projecto económicofinanceiro,<br />

recentemente definiram as linhas<br />

gerais, principalmente depois da tempestade<br />

nos mercados e do fantasma da<br />

recessão, com o seu corolário de embargos<br />

imobiliários e aumento do desemprego<br />

(6,1% no fim de Setembro), se transformaram<br />

na primeira preocupação dos americanos.<br />

Para os economistas, Obama e McCain<br />

diferenciam-se em três temas: impostos,<br />

assistência médica e reformas, enquanto em<br />

termos de energia os seus programas consistem<br />

sobretudo em que os Estados Unidos<br />

sejam menos dependentes do petróleo do<br />

Oriente Médio, com uma inclinação mais<br />

ou menos marcada para a energia nuclear.<br />

"McCain quer aplicar a mesma política fiscal<br />

de Bush, com reduções de impostos<br />

para os mais ricos. Obama quer voltar a<br />

levar os impostos para os que têm rendas<br />

superiores a 250.000 dólares por ano aos<br />

níveis da era Clinton" para reduzir a carga<br />

fiscal para a classe média e financiar outros<br />

projectos, disse à AFP Dean Baker, do<br />

Center for Economic and Policy Research<br />

(CEPR, de orientação de esquerda).<br />

Segundo Obama, 95% dos americanos beneficiariam<br />

com uma redução dos impostos.<br />

McCain chama o adversário de "socialista"<br />

que quer redistribuir a riqueza e propõe, ao<br />

contrário, reduzir de 35% para 25% os<br />

impostos pagos pelas empresas assim como<br />

para a poupança e os fundos de aposentadorias<br />

privadas.<br />

O candidato republicano prometia até há<br />

pouco tempo equilibrar o orçamento antes<br />

do final de seu eventual mandato, em 2013.<br />

Mas os seus assessores afrouxaram quando<br />

os EUA anunciaram um plano de 700 biliões<br />

de dólares para desbloquear o mercado<br />

de crédito que deve ultrapassar o deficit<br />

orçamentário, com uma dívida já superior<br />

aos dez biliões de dólares.<br />

Os impostos sobre os altos rendimentos<br />

defendidos por Obama devem estimular o<br />

emprego com créditos fiscais para cada<br />

vaga criada (3.000 dólares), para investir<br />

em educação, infra-estrutura e energias<br />

alternativas, e para estender - também<br />

mediante incentivos fiscais - a cobertura de<br />

saúde, da qual carecem cerca de 46 milhões<br />

de americanos.<br />

Max Wolff, professor de economia na New<br />

School de Nova York, lembrou em entrevista<br />

à AFP que em 30 anos, os Estados<br />

Unidos tornaram-se num dos países com<br />

maior desigualdade do mundo, com 20%<br />

dos americanos concentrando a metade da<br />

riqueza nacional.<br />

McCain quer cortar as deduções de impostos<br />

nas quais se beneficiam os patrões quando<br />

concedem aos funcionários um plano de<br />

saúde, o que levará à subscrição totalmente<br />

individual e voluntária ao seguro médico.<br />

Outra importante diferença está no sistema<br />

de reformas que McCain quer privatizar<br />

totalmente.<br />

"Ele argumenta que, com isso, vai garantir<br />

melhores rendimentos, mas é apenas uma<br />

maneira de forçar as pessoas a colocarem o<br />

seu dinheiro em instituições financeiras",<br />

denunciou Dean Baker, lembrando que<br />

"para dois terços dos reformados o regime<br />

geral representa a maior parte de sua renda<br />

com uma pensão média de 1.000 dólares ao<br />

mês".<br />

Embora McCain insista num tom liberal de<br />

distanciamento do Estado da economia,<br />

está longe de convencer os mais ortodoxos.<br />

Para Dan Mitchell, do Cato Institute (direita),<br />

a batalha presidencial está sendo entre<br />

Obama, "um esquerdista e colectivista que<br />

pretende ser moderado, e McCain, um<br />

moderado que pretende ser de direita".

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