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Claire T Lazaretti - Programa de Pós-Graduação em Sociologia ...

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25<br />

Predominou a tendência mo<strong>de</strong>rnizadora e tecno-burocrática na elaboração <strong>de</strong><br />

propostas no âmbito da assistência social que, no entanto, não conseguiu redigir e, muito<br />

menos, implantar uma política integral <strong>de</strong> atendimento à população. E pior, estava mutilada<br />

qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação da população usuária no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão,<br />

planejamento e gestão da mencionada política.<br />

Foram criados o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), integrados<br />

pelos órgãos da Legião Brasileira <strong>de</strong> Assistência (LBA) e Fundação Nacional <strong>de</strong> B<strong>em</strong>-Estar<br />

do Menor (FUNABEM), anteriormente vinculados à Presidência da República; o Conselho <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Social e o Fundo <strong>de</strong> Apoio ao Desenvolvimento Social. Proliferaram,<br />

nacionalmente, os Centros Sociais Urbanos e os programas especiais para atingir os bolsões<br />

<strong>de</strong> pobreza: programas habitacionais para famílias <strong>de</strong> baixa renda e programa nacional <strong>de</strong><br />

alimentação e nutrição.<br />

3º período (a partir <strong>de</strong> 1977 e início da década <strong>de</strong> 1980) - persiste o agravamento da<br />

crise econômica com o aumento do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego, do custo <strong>de</strong> vida e da taxa <strong>de</strong> inflação.<br />

Contudo, não há alteração na condução dos programas sociais, que continuam centralizados,<br />

com atendimentos pontuais e paliativos, a ex<strong>em</strong>plo do Sist<strong>em</strong>a Nacional <strong>de</strong> Previdência e<br />

Assistência Social (SINPAS) que, na prática, não conseguiu integrar as políticas <strong>de</strong><br />

previdência, saú<strong>de</strong> e assistência social, n<strong>em</strong> tampouco os programas isolados <strong>de</strong> atenção<br />

materno-infantil com os da pessoa portadora <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, e estes com os do idoso, com as<br />

ações comunitárias, com os do menor infrator, e outros.<br />

Nestes dois últimos períodos, o planejamento da política <strong>de</strong> assistência social era<br />

centralizado na esfera fe<strong>de</strong>ral e aplicado <strong>de</strong> maneira uniforme <strong>em</strong> todo o país, s<strong>em</strong> observar as<br />

especificida<strong>de</strong>s locais e regionais, “(...) até então um conjunto disperso, fragmentado, com<br />

reduzidos índices <strong>de</strong> cobertura e fragilmente financiado por iniciativas governamentais na<br />

área social. Esta forma <strong>de</strong> Estado moldou uma das principais características institucionais<br />

<strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a: sua centralização financeira e administrativa” (ARRETCHE, 2000, p. 20).<br />

Essa centralização na esfera fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> recursos e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório, a fragmentação<br />

institucional e a ausência <strong>de</strong> participação e controle social sobre as políticas públicas<br />

cunharam os el<strong>em</strong>entos característicos do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> proteção social instituído no Brasil. O<br />

aparato institucional centralizado era compatível com o tipo <strong>de</strong> Estado vigente durante a<br />

ditadura militar, para o qual as esferas estaduais e municipais se caracterizavam como agentes<br />

<strong>de</strong> sua expansão e da execução local <strong>de</strong> políticas centralmente formuladas. A fase também<br />

registra, fort<strong>em</strong>ente, componentes <strong>de</strong> cunho corporativista e patrimonial, manifestos <strong>em</strong>

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