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comportamento estrutural e dimensionamento de ... - SET - USP

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Comportamento <strong>estrutural</strong> e <strong>dimensionamento</strong> <strong>de</strong> elementos mistos aço-concreto<br />

79<br />

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES<br />

As estruturas mistas aço-concreto, formadas pela associação <strong>de</strong> perfis <strong>de</strong> aço com o<br />

concreto, constituem uma solução competitiva em sistemas estruturais <strong>de</strong> edifícios e pontes,<br />

sendo bastante empregadas em diversos países. O emprego do sistema misto no Brasil é<br />

relativamente recente e tem evoluído <strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>sta.<br />

Nos sistemas horizontais, constituídos principalmente <strong>de</strong> lajes e vigas, a utilização <strong>de</strong><br />

elementos mistos conduz a algumas vantagens, entre elas a rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> execução e o significativo<br />

aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>estrutural</strong> das vigas, resultando em economia <strong>de</strong> material. Nesses<br />

sistemas, as vigas mistas e as lajes com fôrma <strong>de</strong> aço incorporada, caracterizando as lajes<br />

mistas, são bem utilizadas. Nos sistemas verticais, os pilares mistos têm tido sua utilização<br />

ampliada, principalmente em edifícios altos. Nesses elementos mistos, a combinação açoconcreto<br />

propicia maior rigi<strong>de</strong>z à estrutura e maior resistência ao fogo.<br />

Os conectores <strong>de</strong> cisalhamento, responsáveis pela ligação entre o elemento <strong>de</strong> aço e o<br />

concreto, foram objeto <strong>de</strong> diversas pesquisas, principalmente no que se refere à sua capacida<strong>de</strong> e<br />

ductilida<strong>de</strong>, avaliada por meio <strong>de</strong> ensaios padronizados que estabelecem a curva forçaescorregamento<br />

relativo. As normas apresentam expressões para o cálculo da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alguns tipos <strong>de</strong> conectores, as quais <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> resultados experimentais.<br />

Atualmente, o <strong>comportamento</strong> <strong>estrutural</strong> das vigas mistas simplesmente apoiadas é bem<br />

conhecido. Existem pesquisas recentes, entretanto, que procuram fazer uma avaliação mais<br />

precisa <strong>de</strong> parâmetros que são relevantes no <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong> vigas mistas. Entre esses<br />

parâmetros, estão o efeito da interação parcial aço-concreto, a obtenção da largura efetiva da<br />

laje e o efeito da fluência e da retração do concreto. O <strong>dimensionamento</strong> <strong>de</strong> vigas mistas<br />

submetidas a momentos positivos é tratado por todas as normas. De maneira geral, essas normas<br />

apresentam procedimentos <strong>de</strong> cálculo e hipóteses comuns entre si.<br />

Com relação às vigas mistas contínuas, existem fatores adicionais a serem analisados<br />

quando comparados às vigas simplesmente apoiadas, <strong>de</strong>vido à fissuração do concreto e a<br />

instabilida<strong>de</strong> da viga <strong>de</strong> aço em regiões <strong>de</strong> momentos negativos. A NBR 8800 (1986) não<br />

aborda o caso <strong>de</strong> vigas mistas contínuas, <strong>de</strong>vendo-se consi<strong>de</strong>rar apenas a viga <strong>de</strong> aço isolada no<br />

<strong>dimensionamento</strong>, o que representa um procedimento conservador. Entre as normas<br />

pesquisadas, o EUROCODE 4 (1992) é a que fornece um tratamento mais <strong>de</strong>talhado às vigas<br />

mistas contínuas.<br />

Po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacadas duas particularida<strong>de</strong>s do <strong>comportamento</strong> <strong>de</strong> vigas contínuas, e<br />

que são apresentadas pela norma européia. A primeira <strong>de</strong>las é a obtenção dos esforços<br />

solicitantes a partir da redistribuição <strong>de</strong> momentos, <strong>de</strong>vido à perda <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z à flexão nas<br />

regiões <strong>de</strong> momento negativo, on<strong>de</strong> ocorre a fissuração do concreto. A segunda diz respeito à<br />

verificação da estabilida<strong>de</strong> lateral: os procedimentos <strong>de</strong> cálculo são similares aos apresentados<br />

para as vigas <strong>de</strong> aço isoladas no EUROCODE 3 (1992).<br />

As pesquisas relacionadas ao <strong>comportamento</strong> <strong>estrutural</strong> das lajes mistas são<br />

relativamente recentes. Dessa maneira, encontra-se um número menor <strong>de</strong> pesquisas em relação<br />

às vigas e aos pilares mistos. O EUROCODE 4 (1992) foi a norma abordada neste trabalho, pois<br />

trata <strong>de</strong> todos os estados limites últimos e <strong>de</strong> utilização relevantes no <strong>dimensionamento</strong> <strong>de</strong> lajes<br />

mistas. No Brasil, a utilização <strong>de</strong>sse sistema é recente. Embora a NBR 8800 (1986) não faça<br />

referência a esses elementos, a norma NBR 14323 (1999) trata do <strong>dimensionamento</strong> <strong>de</strong> lajes<br />

com fôrma <strong>de</strong> aço incorporada em temperatura ambiente e em situação <strong>de</strong> incêndio, com base<br />

nas recomendações da norma européia.<br />

Existem diversas pesquisas referentes ao <strong>comportamento</strong> <strong>estrutural</strong> dos pilares mistos.<br />

Tais pesquisas consistem basicamente na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> parâmetros que interferem na<br />

capacida<strong>de</strong> resistente e como esta interferência ocorre. Estes trabalhos, <strong>de</strong> maneira geral,<br />

buscam confrontar estudos teóricos e experimentais, questionando também a formulação<br />

adotada pelas normas que abordam o <strong>dimensionamento</strong> <strong>de</strong> pilares mistos.<br />

Os dois principais tipos <strong>de</strong> pilares mistos oferecem vantagens: no pilar revestido, além<br />

da proteção ao fogo e do aumento da resistência do pilar, a presença do concreto como<br />

revestimento impe<strong>de</strong> a flambagem local dos elementos que compõem o perfil <strong>de</strong> aço. No pilar<br />

Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 25, p. 51-84, 2005

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