04.07.2014 Views

comportamento estrutural e dimensionamento de ... - SET - USP

comportamento estrutural e dimensionamento de ... - SET - USP

comportamento estrutural e dimensionamento de ... - SET - USP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Comportamento <strong>estrutural</strong> e <strong>dimensionamento</strong> <strong>de</strong> elementos mistos aço-concreto<br />

57<br />

3.2.2 Vigas submetidas a momentos fletores negativos<br />

Nas vigas mistas contínuas, além <strong>de</strong> serem submetidas a momentos fletores positivos<br />

nos trechos intermediários dos tramos, encontram-se submetidas a momentos fletores negativos<br />

nas regiões dos apoios. A continuida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> traz vantagens, principalmente em relação ao<br />

ganho <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z global da estrutura, favorecido pelas conexões viga/coluna.<br />

Por outro lado, a existência <strong>de</strong> regiões <strong>de</strong> momentos negativos causam uma perda na<br />

eficiência do sistema misto, pois além <strong>de</strong> diminuírem a resistência à flexão provocada pela<br />

fissuração do concreto tracionado, sujeitam a zona comprimida à flambagem local ou à<br />

instabilida<strong>de</strong> por distorção da viga <strong>de</strong> aço. Além disso, os procedimentos <strong>de</strong> cálculo são mais<br />

complexos quando comparados com o caso <strong>de</strong> vigas simplesmente apoiadas.<br />

Existe uma diferença significativa na rigi<strong>de</strong>z à flexão <strong>de</strong> uma viga mista completamente<br />

fissurada e outra sem fissuração, o que leva a incertezas quanto à distribuição <strong>de</strong> momentos<br />

fletores ao longo da viga.<br />

Os três principais fatores que influenciam a resistência ao momento fletor negativo <strong>de</strong><br />

uma viga mista são:<br />

a) Taxa <strong>de</strong> armadura longitudinal existente na laje: A altura da zona comprimida da alma é<br />

controlada pela força resistente da armadura da laje. A flambagem local da alma e as tensões <strong>de</strong><br />

compressão na mesa da viga <strong>de</strong> aço, por sua vez, limitam a taxa da armadura longitudinal da<br />

laje.<br />

b) Instabilida<strong>de</strong> associada à distorção da seção: Uma consi<strong>de</strong>rável restrição lateral e ao giro é<br />

oferecida pela laje <strong>de</strong> concreto à mesa tracionada da viga <strong>de</strong> aço. A resistência a este tipo <strong>de</strong><br />

instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, portanto, da altura da alma capaz <strong>de</strong> transmitir a restrição até a mesa<br />

comprimida instável.<br />

c) Flambagem local da alma e da mesa na zona comprimida: O momento resistente é reduzido<br />

quando a seção é suficientemente esbelta a fim <strong>de</strong> permitir que a flambagem local se <strong>de</strong>senvolva<br />

para níveis <strong>de</strong> carregamentos abaixo dos que provocariam flambagem por distorção.<br />

3.3 Largura efetiva<br />

O conceito <strong>de</strong> largura efetiva permite levar em consi<strong>de</strong>ração o efeito “shear lag”<br />

relacionado com a distribuição <strong>de</strong> tensões axiais na largura da laje. A teoria elementar da flexão<br />

em vigas supõe que as tensões axiais não variam ao longo da mesa <strong>de</strong> uma viga. Entretanto,<br />

sabe-se que, quando a largura é muito gran<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> uma certa distância do eixo da alma da<br />

viga, trechos da mesa não trabalham inteiramente ao momento fletor, conforme ilustra a figura<br />

6. Portanto, a viga é menos rígida que o indicado pela teoria elementar da flexão. No entanto, é<br />

usual substituir a largura real das mesas por uma largura reduzida, <strong>de</strong> modo que a referida teoria<br />

elementar da flexão, aplicada nesta viga <strong>de</strong> seção transversal transformada, forneça o valor<br />

correto da máxima tensão <strong>de</strong> flexão. Esta largura reduzida da mesa é <strong>de</strong>nominada largura<br />

efetiva. O cálculo exato da largura efetiva no regime elástico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> fatores,<br />

tais como das condições <strong>de</strong> apoio, da distribuição <strong>de</strong> momentos, da proporção existente entre a<br />

espessura da laje e a altura da viga, e da armadura longitudinal colocada na laje <strong>de</strong> concreto.<br />

O cálculo da largura efetiva, o qual encontra base na teoria da elasticida<strong>de</strong>, torna-se<br />

muito trabalhoso, visto que é necessário avaliar não somente os fatores citados, como também<br />

resolver as equações que regem o fenômeno, o que inviabiliza seu cálculo em nível <strong>de</strong> projeto.<br />

Por esse motivo, o efeito “shear lag” é levado em consi<strong>de</strong>ração pelas normas através <strong>de</strong><br />

recomendações práticas para a <strong>de</strong>terminação do valor da largura efetiva.<br />

Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Estruturas, São Carlos, v. 7, n. 25, p. 51-84, 2005

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!