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1 UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro CFCH – Centro ...

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22<br />

bens da família Saião Lobato. No entanto, Carlos Lacerda, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Rio</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> na época, lançou um <strong>de</strong>creto <strong>de</strong>saproprian<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o morro.<br />

“A Mangueira cresce como uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gente pobre, constituída quase<br />

na totalida<strong>de</strong> por negros, filhos e netos <strong>de</strong> escravos, ou seja, elementos da camada <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>sprivilegia<strong>do</strong>s social e economicamente, i<strong>de</strong>ntificada com as manifestações culturais e<br />

religiosas que caracterizavam esse segmento social e racial.” (Costa, 2002)<br />

Muitas manifestações surgiram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, entre estas as artísticas, culturais,<br />

esportivas e sociais, esta última com origem no samba e no carnaval, até a fundação da<br />

Escola <strong>de</strong> Samba em 1928. Foi cria<strong>do</strong> também o Esporte Clube Cerâmica, cujo campo<br />

<strong>de</strong> futebol era utiliza<strong>do</strong> para os ensaios da Escola <strong>de</strong> Samba, além <strong>de</strong> servir para sua<br />

própria ativida<strong>de</strong>. Toda a construção e organização <strong>de</strong>stes eventos contaram com a<br />

participação e colaboração da comunida<strong>de</strong>, o que já seria uma semente para o Programa<br />

Social hoje existente.<br />

“Com os mangueirenses trabalhan<strong>do</strong> em mutirão sem sába<strong>do</strong> nem<br />

<strong>do</strong>mingo para <strong>de</strong>scanso, ergueu-se a se<strong>de</strong> da Escola <strong>de</strong> Samba. (...)<br />

Desampara<strong>do</strong> pelas autorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>spreza<strong>do</strong> pelas classes <strong>do</strong>minantes,<br />

marginaliza<strong>do</strong> pela população em geral, o favela<strong>do</strong> (...) percebe que<br />

sua única saída é fazer crescer os laços <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> comunitária<br />

(...). Há negros, há brigas, há promiscuida<strong>de</strong>. Mas na hora <strong>de</strong> aplacar a<br />

ferida <strong>do</strong> outro, a <strong>do</strong>r é uma só. E o amor também. Foi <strong>de</strong>ssa mescla<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>r e <strong>de</strong>sse amor que se forjou o morro e a Escola <strong>de</strong> Samba da<br />

Mangueira.”<br />

Livro: “Fala, Mangueira”, autores diversos. (1980: 135)

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