1 UFRJ â Universidade Federal do Rio de Janeiro CFCH â Centro ...
1 UFRJ â Universidade Federal do Rio de Janeiro CFCH â Centro ...
1 UFRJ â Universidade Federal do Rio de Janeiro CFCH â Centro ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
30<br />
similarida<strong>de</strong> das questões profissionais e sociais das gerações anteriores, o projeto <strong>de</strong><br />
vida é o mesmo: tornar essa comunida<strong>de</strong> como centro <strong>de</strong> referência da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma vida melhor para aqueles que lá nascem e crescem.<br />
As distorções existem. O questionamento quanto às estruturas sociais também<br />
existe. Mas neste caso em especial, parece que há a superação das forças ‘negativas’ que<br />
levariam as histórias <strong>de</strong> vida individuais a um outro <strong>de</strong>stino. A lógica da repetição<br />
presente na teoria da reprodução social <strong>de</strong> Bordieu confirma parcialmente o fenômeno<br />
que aqui ocorre. A esperança, os i<strong>de</strong>ais, a luta por uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida são<br />
comuns, mas os ‘<strong>de</strong>stinos’ ten<strong>de</strong>m a progredir à medida que essa força cumulativa vai<br />
toman<strong>do</strong> forma e crescen<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> novas contribuições.<br />
Contar a história <strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> é na verda<strong>de</strong> um <strong>de</strong>safio. Imaginar que a<br />
reprodução das histórias individuais que possuem por base to<strong>do</strong> um arsenal psicológico,<br />
econômico, social, profissional, repleto <strong>de</strong> discriminações e eventos cujo resulta<strong>do</strong> seria<br />
pragmaticamente direciona<strong>do</strong> para um sentimento <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong> cada vez maior e,<br />
conseqüentemente, uma estagnação em sua evolução, não parece fazer senti<strong>do</strong> nesse<br />
mun<strong>do</strong> Mangueirense.<br />
Apesar <strong>do</strong>s problemas, percebe-se a <strong>de</strong>terminação; apesar <strong>do</strong>s obstáculos<br />
advin<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma situação política, econômica e cultural características <strong>do</strong> país, existe o<br />
orgulho. Conforme relatos, o orgulho e a esperança <strong>de</strong> pertencer a uma comunida<strong>de</strong> que<br />
luta em conjunto e acredita no i<strong>de</strong>al próprio e <strong>de</strong> seus antecessores parece crescer<br />
quan<strong>do</strong> se pensa na oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova vida para seus integrantes e as gerações<br />
futuras.<br />
O sentimento <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> é antigo, inician<strong>do</strong>-se a partir <strong>do</strong> samba e da<br />
criação <strong>de</strong> sua Escola <strong>de</strong> Samba própria. Cresceu com a iniciativa <strong>do</strong> Programa Social.