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Rumo ao Pico da Neblina: Diário de bordo Apenas algumas centenas de pessoas chegaram até o Pico da Neblina, a 3.014 metros do nível do mar, ponto mais alto do território brasileiro. Ernesto Moeri abre o seu Diário de Bordo e descreve uma aventura singular por Ernesto Moeri Fotos: Araquém Alcântara, Ernesto Moeri N a fronteira com a Venezuela, o Parque Nacional Pico da Neblina desperta a curiosidade não só pelo isolamento geográfico, mas também pelo ecossistema singular, um conjunto notável de montanhas e floresta tropical equatorial. O desejo de se alcançar o Pico da Neblina surgiu da combinação entre o prazer pela aventura e o interesse por uma das mais extensas áreas naturais preservadas do hemisfério sul.
O grupo de expedição na bacia abaixo do Pico : The expedition at the basin below the peak: Batata, Tomé, Nilson, Araquém, Ernesto, Branco Entre os alimentos e equipamentos comprados, tabaco e munição para eventuais escambos ("trocas") com os índios Yanomamis. Dia 2 Dia 2 De Toyota, percorremos 85 km de terra rumo norte, até o igarapé Iá Mirim. De lá, saímos numa pequena canoa, para seis pessoas, e navegamos durante todo o dia pelos rios Iá Mirim e Cauaburi. Nossa primeira noite na floresta foi na estação da FUNAI. As redes do exército disponíveis foram rapidamente substituídas pelas recém-compradas no vilarejo, mais simples, mas muito mais confortáveis. turismo tourism Dia 3 O Parque Nacional foi criado em 1979 e tem 2,2 mil hectares, cerca de 22 mil km 2 , quase metade da área da Suíça. Até hoje, apenas algumas centenas de pessoas chegaram até o Pico da Neblina, a 3.014 metros do nível do mar, ponto mais alto do território brasileiro. O percurso é difícil e desconhecido. Além de garimpar a pouca informação disponível para planejar a expedição, a preparação física é fundamental. Dia 1 Dia 1 No final de agosto de 2002, saímos de São Paulo rumo a Manaus e, de lá, até São Gabriel da Cachoeira, um pequeno município às margens do rio Negro. No vilarejo, os últimos preparativos foram feitos, carregadores contratados e permissões do Ibama e Funai obtidas. Pela manhã o termômetro já marcava 30ºC. A interminável viagem era permeada pela visão de milhares de borboletas que rodeavam os bancos de areia às margens do rio, com suas asas refletindo o sol forte. À tarde, avistamos pela primeira vez as silhuetas das montanhas, escondidas nas nuvens. Também tivemos nosso primeiro encontro com os yanomamis, que nos abordaram numa canoa, assinalando a entrada em território indígena. Após alguma conversa e um saquinho de tabaco, seguimos viagem. O acampamento foi montado numa aldeia indígena abandonada, na beira do rio. A pressa de acender o fogo era grande, para tentar afastar os mosquitos. <strong>Swisscam</strong> nº<strong>31</strong> 01/2003 21
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