Ed 31 - Swisscam
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this context, the great challenge for the<br />
new administration of the Central Bank<br />
will be how to establish its reputation for<br />
austerity and create conditions for inflation<br />
to resume a path that converges to<br />
international levels over the medium term.<br />
On the one hand, the central inflation targets<br />
are likely to be raised, while reinstating<br />
a downward path for targets over<br />
At its R$ 3.90/US$ level of<br />
October, the Real was undervalued<br />
by about 51% in real<br />
terms<br />
the medium term. On the other hand, this<br />
presupposes little space for reductions of<br />
interest rates in the early days of the PT<br />
government.<br />
The result of this outlook for adjustment<br />
and tight policies is low economic growth.<br />
Under a Lula light scenario, we are now<br />
forecasting growth of only 0.9% in 2002,<br />
and 1.0% in 2003. This also reflects a<br />
8.5<br />
8.0<br />
7.5<br />
7.0<br />
6.5<br />
6.0<br />
5.5<br />
5.0<br />
4.5<br />
4.0<br />
3.5<br />
3.0<br />
Market expectations for inflation (IPCA)<br />
Expectativa de mercado para inflação – IPCA<br />
IMF target for inflation 2002<br />
Meta inflação 2002<br />
IMF target for inflation 2003<br />
Meta inflação 2003<br />
stronger-than-expected credit crunch in<br />
the country and the impact of greater<br />
turbulence and uncertainties on the reduction<br />
in investment intentions. At the<br />
same time, continuing weak labor markets<br />
and high inflation are likely to reduce the<br />
scope for increases in real wages, cutting the<br />
potential for consumption to boost growth.<br />
ção da meta do superávit primário para<br />
2003. É provável que essas negociações de<br />
fato terminem durante a segunda revisão do<br />
programa FMI/Brasil, no início de fevereiro.<br />
O principal termômetro para a restauração<br />
da confiança será a taxa de câmbio. Com o<br />
nível de outubro em R$ 3,90/US$, o real foi<br />
desvalorizado em cerca de 51% em termos<br />
reais com relação à sua média nos últimos<br />
3 anos, isto ajudou a reestimular o temor da<br />
volta da inflação e a reestruturar a dívida pública.<br />
Se o perfil light do governo Lula se confirmasse,<br />
isto poderia minimizar as pressões<br />
sobre os fluxos de capital, levando a uma<br />
modesta valorização/estabilização do real<br />
frente ao dólar. Com este panorama, supomos<br />
que o real seria valorizado para quase<br />
R$ 3,50/US$ em dezembro.<br />
Consensus 2002<br />
Consenso 2002<br />
Consensus 2003<br />
Consenso 2003<br />
mar-01 jul-01 nov-01 mar-02 jul-02 nov-02<br />
O panorama externo adverso será um dos<br />
fatores de condicionamento principais para<br />
o primeiro ano do governo Lula, porque a<br />
baixa disponibilidade de capital livre trará<br />
consigo a necessidade de aprofundar o<br />
ajuste atual da balança de pagamentos. Supondo<br />
que a taxa de câmbio do real permaneça<br />
no nível atual de desvalorização, seria<br />
esperado que o déficit em conta corrente<br />
continuasse com sua tendência de queda.<br />
Mesmo assim, esperamos precisar de financiamento<br />
externo de US$33,4 bilhões em<br />
2003 e acreditamos que ambos os fundos<br />
do FMI e da irrigação do mercado financeiro<br />
serão necessários para fechar a balança<br />
de pagamentos. Observe que esta é uma<br />
questão essencialmente relacionada com o<br />
setor privado, pois o total das amortizações<br />
Com o nível de outubro<br />
em R$ 3,90/US$, o real foi<br />
desvalorizado em cerca de<br />
51% em termos reais<br />
e serviços da dívida soberana para o próximo<br />
ano é de apenas US $9,6 bilhões, enquanto<br />
as reservas internacionais líquidas<br />
dos empréstimos do FMI atualmente totalizam<br />
US$ 18,2 bilhões.<br />
O ajuste atualmente em curso na balança<br />
de pagamentos remove todo o escopo para<br />
a atenuação da política fiscal, de modo a<br />
acomodar, por exemplo, os vários e diferentes<br />
programas sociais planejados pelo PT<br />
no passado. Como discutido, supomos que<br />
o governo petista decidiria o aumento do<br />
superávit primário até o máximo de 4,0% do<br />
PIB. Caso haja confiança, é plausível que<br />
este nível de superávit primário evitaria a<br />
trajetória explosiva da razão dívida/PIB, que<br />
deveria estabilizar-se por volta de 60% do<br />
PIB nos próximos 3 anos. Mesmo assim,<br />
não há escopo para facilidades, e no caso<br />
de mais condições globais adversas, este<br />
nível provavelmente teria de ser elevado<br />
durante 2003.<br />
A pressão da taxa de câmbio na inflação<br />
restringe o escopo para a melhora monetária<br />
no curto prazo. A forte desvalorização do<br />
real este ano aumentou a expectativa da<br />
inflação, e agora estamos supondo o valor<br />
do IPCA da inflação de 9,7% em 2002, e<br />
11,2% em 2003 – o que compara-se com<br />
as metas oficiais atuais de 3,5% e 4,0%<br />
(respectivamente). Neste contexto, o maior<br />
desafio para o novo governo do Banco<br />
Central será estabelecer sua reputação de<br />
austeridade e criar condições para que a<br />
inflação retorne para o caminho que leva<br />
aos níveis internacionais no médio prazo.<br />
Por um lado, a meta da inflação a ser<br />
atingida pode ser elevada, ao passo que<br />
volte para a tendência de queda das metas<br />
no médio prazo. Por outro, isto pressupõe<br />
pouco espaço para redução da taxa de<br />
juros nos primeiros dias do governo do PT.<br />
O resultado deste contexto de ajuste e polí-<br />
economia brasileira<br />
brazilian economy<br />
<strong>Swisscam</strong> nº<strong>31</strong> 01/2003 7