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R$19,20<br />
l+d<br />
luz + design + arquitetura<br />
ISSN: 1808-8996<br />
Estádio do Mineirão, Belo Horizonte<br />
171 Collins St, Melbourne<br />
Sede da Open Text, São Paulo<br />
Especial: a obra de Fábio Alvim<br />
Cobertura exclusiva da Light+Building 2014
www.wallamps.com.br
Abajur Blom da FontanaArte, balizador de piso Liz, embutidos Orus e Inside,<br />
balizador Zero, pendente Aplomb da Foscarini, arandela Flesh e pendente Simple.<br />
www.lightdesign.com.br<br />
REPRESENTANTE OFICIAL
R$19,20<br />
l+d #<strong>48</strong><br />
42<br />
<strong>48</strong><br />
l+d<br />
LUZ + DESIGN + ARQUITETURA<br />
Estádio do Mineirão,<br />
Belo Horizonte<br />
Iluminação: Arquitetura e Luz<br />
– Sônia M. Santos Mendes<br />
Foto: Gustavo Xavier<br />
ISSN: 1808-8996<br />
52<br />
ESTÁDIO DO MINEIRÃO, BELO HORIZONTE<br />
171 COLLINS ST, MELBOURNE<br />
SEDE DA OPEN TEXT, SÃO PAULO<br />
ESPECIAL: A OBRA DE FÁBIO ALVIM<br />
COBERTURA EXCLUSIVA DA LIGHT+BUILDING 2014<br />
12<br />
¿QuÉ Pasa?<br />
42<br />
ESPECIAL<br />
A obra de Fábio Alvim<br />
60<br />
<strong>48</strong><br />
PROJETOS<br />
<strong>48</strong>. Café 7 Molinos, São Paulo<br />
52. Estádio do Mineirão, Belo Horizonte<br />
60. 171 Collins St, Melbourne<br />
66. Escritório Open Text, São Paulo<br />
72. Museu da Escola Catarinense, Florianópolis<br />
78<br />
EVENTOS<br />
Cobertura especial da Light+Building 2014<br />
<strong>L+D</strong><br />
8<br />
72
Linha<br />
SR16 / SR17 / SR18<br />
Linha de Spots em LED para instalação em trilho eletrificado, com<br />
opções de 400lm, 1000lm e 2000lm em 3000K e 4000K. Ideais para<br />
iluminação de destaque em lojas, galerias e museus, possui variações<br />
com facho luminoso concentrado, médio ou aberto. Opções de<br />
acabamento em branco microtexturizado ou preto fosco.<br />
Garantia de 5 anos.<br />
46º 23º 11º<br />
Grupo Lumicenter Lighting
EDITORIAL<br />
Romulo Fialdini<br />
PUBLICADA POR<br />
EDITORES<br />
Orlando Marques<br />
André Becker<br />
Thiago Gaya<br />
O Brasil é o destaque da <strong>L+D</strong> de maio/junho. Personagens<br />
especiais, processos bem-sucedidos e patrimônio público restaurado<br />
são algumas das matérias apresentadas nesta edição.<br />
Nosso projeto de capa, o Estádio do Mineirão, é um exemplo raro de<br />
excelente processo quanto da Copa do Mundo: revigoraram um estádio<br />
clássico, com novas instalações repletas de personalidade, bom gosto e<br />
ao mesmo tempo muita integração. A iluminação de Sônia M. Santos<br />
Mendes cumpriu um belo papel ao revalorizar o edifício existente e<br />
ao desenvolver espaços e soluções absolutamente contemporâneos,<br />
tanto nos ambientes reformados como nas novas instalações e apoios.<br />
Em Florianópolis, a mostra de design e decoração Casa Nova escolheu<br />
um edifício histórico como base (o MESC), e deixou como legado para<br />
o patrimônio público uma nova iluminação desenvolvida pela Allume,<br />
totalmente em LEDs, para a fachada.<br />
Apresentamos, ainda, a memória do trabalho do designer brasileiro<br />
Fábio Alvim a partir de uma coleção de imagens inéditas de suas luminárias<br />
mais icônicas, e também com análise delicada e sensível do arquiteto,<br />
e colaborador da <strong>L+D</strong>, Gilberto Franco.<br />
No dia do fechamento desta edição, fomos surpreendidos com a notícia<br />
do falecimento do lighting designer Peter Gasper. Alemão radicado no<br />
Brasil, Peter foi responsável pela iluminação de ícones da arquitetura<br />
brasileira, fruto de sua parceria com Oscar Niemeyer.<br />
Esta edição é dedicada à memória de um dos mais emblemáticos<br />
personagens de nossa iluminação.<br />
Nossa homenagem a Peter Gasper.<br />
Editora Lumière Ltda.<br />
Rua Catalunha, 350<br />
05329-030 São Paulo SP<br />
t: 11 2827.0660<br />
ld@editoralumiere.com.br<br />
www.editoralumiere.com.br<br />
Editores<br />
>André Becker<br />
>Orlando Marques<br />
>Thiago Gaya<br />
DIRETOR DE ARTE<br />
>Pedro Saito<br />
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />
>André Becker<br />
>Carlos Fortes<br />
>Fernanda Carvalho<br />
>Gilberto Franco<br />
>Orlando Marques<br />
>Valentina Figuerola<br />
REVISÃO<br />
>Deborah Peleias<br />
ADMINISTRAÇÃO<br />
>Ana Marcato<br />
>Richard Schiavo<br />
CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS<br />
>Rodrigo Martins<br />
PUBLICIDADE<br />
>Lucimara Ricardi (diretora comercial)<br />
>Paula Ribeiro<br />
>Suely Mascaretti<br />
>Avany Ferreira<br />
MARKETING<br />
>Márcio Silva (coordenador)<br />
>Douglas Carvalho (assistente)<br />
PUBLICIDADE<br />
comercial@editoralumiere.com.br<br />
t: 11 2827.0660<br />
ASSINATURAS<br />
assinaturas@editoralumiere.com.br<br />
t: 11 2827.0690<br />
<strong>L+D</strong><br />
10<br />
IMPRESSA POR<br />
tiragem e circulação<br />
auditadas por<br />
Ricardo Fasanello<br />
Peter Gasper<br />
1940 - 2014
¿QuÉ Pasa?<br />
Luzes apagadas<br />
Faleceu na noite de 30 de abril, aos 73 anos, o lighting designer<br />
Peter Gasper. Nascido na Alemanha e radicado no Brasil desde os 11<br />
anos, Peter começou sua carreira pela iluminação cênica em 1961, na<br />
TV Tupi. Trabalhou com teatro, show business, cinema e, em 1966,<br />
realizou seu primeiro projeto executivo em iluminação arquitetural. Em<br />
sua diversificada carreira, iluminou grandes eventos, como o Rock in Rio,<br />
a missa campal do Papa João Paulo II e o lendário show de Frank Sinatra<br />
no Maracanã. Produziu a cenografia de todas as novelas da Rede Globo<br />
entre os anos 1960 e 1970 e foi um dos responsáveis pelo chamado<br />
“padrão Globo de qualidade”. Criou, ainda, espetáculos multimídias,<br />
como o da barragem da Usina Hidrelétrica de Itaipu.<br />
Na década de 1980, começou sua parceria com Oscar Niemeyer<br />
e foi o profissional responsável pela iluminação de inúmeras de suas<br />
obras. Em entrevista concedida à <strong>L+D</strong> em 2006, Niemeyer declarou:<br />
“tive a felicidade de ter junto de mim o meu amigo Peter Gasper, que<br />
é competente e compreende muito bem os desafios da iluminação<br />
no campo da arquitetura”. De fato, Peter compreendia como poucos<br />
um dos maiores desafios da iluminação: provocar sensações. Nas suas<br />
palavras, “você domina a luz quando faz dela algo para se ver e sentir,<br />
não para se olhar simplesmente”.<br />
Peter Gasper e algumas das obras da profícua<br />
parceria com Niemeyer: Catedral de Brasília (DF),<br />
Auditório do Ibirapuera (São Paulo), Museu de<br />
Arte Contemporânea (Niterói)<br />
<strong>L+D</strong><br />
12<br />
Andrés Otero<br />
Ricardo Fasanello
¿QuÉ Pasa?<br />
Edmund Sumner<br />
Nigel Young<br />
<strong>L+D</strong><br />
14<br />
Reflexo de Marselha<br />
Lord Norman Foster é um mestre em trabalhos onde a luz natural<br />
interage com superfícies metálicas e se transforma em atriz principal<br />
da arquitetura, como alguns de seus trabalhos mais notáveis deixam<br />
patente: a espiral e o cone reflexivos do domo do Reichstag, a tessitura<br />
da cobertura translúcida que cria um padrão de sombras instigante<br />
no Museu Britânico, os pátios internos em espiral do CommerzBank.<br />
Uma obra recente que cria efeitos mágicos por pura reflexão, e<br />
mostra uma adequação cristalina ao cenário e função, é o Pavilhão<br />
do Porto Velho, em Marselha. A proposta de uma cobertura simples<br />
finíssima e bastante alta, com 46 x 22 m de projeção, em aço inoxidável<br />
altamente reflexivo, cria a área desejada de sombra e proteção para<br />
eventos sazonais, como feiras, mercados e exposições. Ao mesmo<br />
tempo, cria também uma estrutura que por si só valoriza a praça do<br />
porto, ao refletir o sol mediterrâneo, o brilho e movimento das águas<br />
e das pessoas passeando no piso de granito fosco, assim como ao<br />
refletir as luzes noturnas do entorno, tudo com grande delicadeza.
¿QuÉ Pasa?<br />
Red Bull Station<br />
<strong>L+D</strong><br />
18<br />
A usina caótica e criativa que é São Paulo, e dentro de São Paulo,<br />
a zona central, ganham uma nova parada. Após algumas edições<br />
temporárias do Red Bull House of Art na cidade, a empresa austríaca<br />
decidiu investir em um espaço permanente na capital paulista, focado<br />
em projetos experimentais de arte e música: a Red Bull Station.<br />
O espaço é uma reforma interessantíssima de uma estação da Light<br />
dos anos 1920, num entroncamento de avenidas – local estratégico<br />
originalmente, pois alimentava a frota de bondes da cidade, e local<br />
emblemático, hoje, para a proposta criativa: um espaço urbano árido,<br />
mas cheio de energia.<br />
A arquitetura ficou a cargo do Tryptique, e a iluminação foi feita<br />
pelo Estúdio Carlos Fortes.<br />
Paredes cruas, instalações e luminárias aparentes se misturam a<br />
elementos novos e arrojados, inserções arquitetônicas e cenográficas.<br />
A ideia de se usar lâmpadas nuas fixadas diretamente às lajes evoluiu<br />
para a especificação de luminárias com tubos de acrílico transparentes,<br />
instaladas em linhas contínuas – preservando o conceito, porém<br />
conferindo segurança ao sistema. A cobertura é um elemento de<br />
destaque, pois o edifício original (tombado pelo Condephaat) tinha<br />
um elemento técnico que valoriza imensamente o projeto atual: uma<br />
fonte escalonada para a água em movimento esfriar as máquinas que<br />
trabalhavam intensamente lá dentro.<br />
Hoje a nova cobertura e a antiga fonte, reformada, esfriam as<br />
cabeças que trabalham intensamente nas oficinas experimentais da<br />
Red Bull Station.
<strong>L+D</strong><br />
19<br />
Pedro Kok
¿QuÉ Pasa?<br />
Luz solar<br />
Algumas soluções para um uso eficiente da luz natural em ambientes<br />
fechados tem se destacado nos últimos anos em diferentes escalas:<br />
desde o reuso de garrafas PET cheias de água e cloro para soluções<br />
caseiras desenvolvidas pelo MIT e popularizadas em países pobres pelo<br />
Um Litro de Luz (www.aliteroflight.org) até peças sofisticadas para usos<br />
maiores e mais técnicos.<br />
Grandes galpões industriais, logísticos ou mesmo mercados e outros<br />
comércios que precisam de boa iluminação, mas têm de minimizar a<br />
incidência solar e maximizar o conforto e eventualmente o isolamento<br />
térmico interno, muitas vezes sofrem um paradoxo curioso: o fato<br />
de durante o dia – com uma abundância de luz solar – estarem com<br />
iluminação artificial em toda a sua área.<br />
Um caso recente de uso intenso de luz natural através de peças<br />
industrializadas é a expansão do galpão de distribuição da Macy’s no<br />
Arizona, Estados Unidos. A área original, feita em 2002, tinha 50.000<br />
m², onde já estavam instaladas peças de uma geração anterior do mesmo<br />
fabricante, a Solatube. A nova área, com 30.000 m² adicionais, utilizou<br />
amplamente luminárias SkyVault da série M74DS com 70 cm de diâmetro.<br />
Uma solução na escala adequada do espaço, que economiza energia e<br />
cria um ambiente mais agradável de trabalho interno.<br />
<strong>L+D</strong><br />
20<br />
Divulgação
¿QuÉ Pasa?<br />
Vana<br />
O escritório sino-britânico-indiano Orproject desenvolveu Vana,<br />
uma instalação-protótipo em Nova Delhi. A partir de pesquisas de<br />
Rajat Sodhi, o sócio indiano do grupo, em geometria computacional<br />
inspirada nas otimizações inerentes da natureza, a estrutura que<br />
se assemelha a árvores é explicada por meio de seus princípios<br />
geométricos: algoritmos que geram padrões venais abertos e fechados,<br />
utilizados na criação topiaria, cuja meta é maximizar a exposição à<br />
luz de cada folha.<br />
O sistema estrutural da topiara age, principalmente, em compressão<br />
e torção. Ao serem invertidos, permitem que se obtenha uma estrutura<br />
tênsil, criando uma isosuperficie (ou seja, uma superfície onde a<br />
tensão em cada ponto seja igual).<br />
Deste modo, a instalação se sustenta a partir do teto como uma<br />
grande nuvem, e se desdobra em quatro colunas de luz. A superfície<br />
é dividida em segmentos triangulares costurados, com LEDs atrás das<br />
juntas, criando a luminosidade e ambientação etéreas da instalação.<br />
<strong>L+D</strong><br />
22<br />
Sumedh Prasad
EVOLUÇÃO EM TECNOLOGIA<br />
agenciaroxo.com.br<br />
Regule a intensidade de luz<br />
em um ambiente com<br />
lâmpadas fluorescentes.<br />
aumente ou diminua<br />
Dimmer digital F800B TRANCIL<br />
redutor de intensidade luminosa, utilizando pulsador<br />
para lâmpadas fluorescentes tubulares<br />
Dimmer LUTRON<br />
com tecnologia de<br />
radiofrequência<br />
que permite o<br />
acionamento via<br />
controle remoto.<br />
Uma nova opção Trancil!<br />
Indicado para ambientes sustentáveis,<br />
comanda os reatores dimerizáveis ligados às<br />
lâmpadas fluorescentes tubulares. Viabiliza o<br />
controle da intensidade luminosa de sancas e<br />
grandes ambientes residenciais e comerciais.<br />
Acionado por pulsador (sem led de sinalização)<br />
Potência máxima de controle: 800W<br />
Tensão de alimentação: 100 a 240V<br />
31 2191-1800<br />
trancil.com.br
¿QuÉ Pasa?<br />
ANOTHERLIGHTUP<br />
Com o objetivo de engajar a população e poder público em questões<br />
de infraestrutura em áreas menos privilegiadas nos arredores da Cidade<br />
do Cabo, África do Sul, o projeto ANOTHERLIGHTUP desenvolveu um<br />
mural que terá suas luzes acesas no período da noite todas as vezes<br />
que doações forem feitas para o financiamento à iluminação pública<br />
destes bairros.<br />
O trabalho consiste na composição de lâmpadas no desenho do<br />
mural e serve como lembrete aos motoristas e transeuntes da existência<br />
de comunidades sem iluminação pública, um direito de infraestrutura<br />
básico no dia a dia das grandes cidades.<br />
O trabalho ficará exposto por um período de seis meses e tem como<br />
meta angariar recursos financeiros necessários para iluminar os caminhos<br />
de pedestres de uma das comunidades com maior índice de criminalidade<br />
do bairro de Khayelitsha, nos subúrbios na Cidade do Cabo.<br />
Para mais informações, visite o site anotherlightup.com<br />
<strong>L+D</strong><br />
24<br />
Divulgação
¿QuÉ Pasa?<br />
Melhor Projeto de Iluminação de Exteriores<br />
Internacional para o projeto “In Lumine Tuo”,<br />
em Utrecht, Países Baixos, do escritório Speirs +<br />
Major Associates. Imagens, James Newton<br />
<strong>L+D</strong><br />
James Newton<br />
26<br />
Lighting Design<br />
Awards 2014<br />
Em março deste ano mais de 800 dos principais nomes da indústria de<br />
Lighting Design e Iluminação se reuniram em Londres para acompanhar<br />
a seleção dos ganhadores do prêmio Lighting Design Awards, um dos<br />
prêmios da indústria de iluminação inglesa internacional com maior<br />
diversidade de categorias.<br />
Entre os ganhadores da edição 2014, destaca-se o designer Mark<br />
Ridler, diretor da BDP Londres, como Melhor Lighting Designer do Ano;<br />
o projeto Tate Britain Millbank, Fase 1, do designer Max Fordham como<br />
Melhor Projeto de Luz Natural; Melhor Projeto de Iluminação de Interiores<br />
Internacional para o projeto Heydar Aliyev Cultural Centre em Baku,<br />
Azerbaijão, do escritório Maurice Brill Lighting Design; e Melhor Projeto<br />
de Iluminação de Exteriores Internacional para o projeto “In Lumine<br />
Tuo”, em Utrecht, Países Baixos, do escritório Speirs + Major Associates.<br />
Entre as demais categorias:<br />
• Melhor Fonte de Luz: LuxiTune, do fabricante LED Engin<br />
• Fabricante do Ano: Cree Europeia<br />
• Melhor Luminária Interiores: OLED Moon Chandelier, do fabricante<br />
Cinimod Studio<br />
• Melhor Luminária Exteriores: Metronomis LED, da Philips<br />
• Melhor Projeto de Iluminação Exterior: Snow Hill, Birmingham, de<br />
Maurice Brill Lighting Design<br />
• Melhor Projeto de Iluminação de Patrimônio Histórico: Guildhall<br />
London Cryspts, de DPA Lighting Consultants<br />
• Hoteis e Restaurantes: Hutong, The Shard, Londres, do escritório Into<br />
Lighting + David Yeo<br />
• Edifícios Públicos: Mary Rose Moseum, Portsmouth, de DHA Designs<br />
• Projeto Comercial de Varejo de Grande Porte: Trinity Leeds, do<br />
escritório BDP<br />
• Projeto Comercial de Varejo de Pequeno Porte: Durham Cathedral<br />
Shop, do escritório Sutton Vane Associates<br />
• Projetos Especiais: Lost Light, Art by Sea Festival, Bournemouth<br />
• Projeto de Escritórios: Western Transit Shed, Londres, de Hoare<br />
Lea Lighting<br />
Para a lista completa, acesse o website lightingawards.com
Pendente Sushi<br />
• Disponível em 10<br />
cores diferentes<br />
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¿QuÉ Pasa?<br />
Momentum do UVA<br />
O Barbican Centre de Londres acaba de abrir a instalação “Momentum”,<br />
do estúdio multidisciplinar de arte e design UVA – United Visual Artists.<br />
Coincidindo com o décimo aniversário do estúdio, “Momentum” foi<br />
criado especialmente para o espaço The Curve, do Barbican, que desde<br />
2006 abriga instalações de artistas contemporâneos cujos trabalhos<br />
respondem à arquitetura distinta desse espaço.<br />
Usando princípios da física e de tecnologia digital, os artistas<br />
transformaram o espaço do The Curve em um grande instrumento<br />
musical por meio da instalação de uma sequência de 12 pêndulos em<br />
seus 90 m de comprimento e criando uma composição de sons e luz.<br />
Os pêndulos, que se movimentam de maneira inesperada em resposta<br />
aos movimentos dos visitantes, projetam sombras e manchas de luz<br />
nas paredes de 6 m altura e piso curvo do ambiente. Com isso, os<br />
designers permitiram que o expectador criasse sua própria experiência<br />
de acordo com seu tempo no ambiente, características físicas individuais<br />
e movimentação no espaço.<br />
A instalação pode ser vista até 1º de junho de 2014.<br />
<strong>L+D</strong><br />
28<br />
© Bethany Clark/Getty Images Courtesy Barbican Art Gallery
¿QuÉ Pasa?<br />
1<br />
2<br />
Wonderglass<br />
Conhecidos por combinar técnicas tradicionais de sopro de cristais<br />
venezianos à mão com abordagem em design contemporâneo, a<br />
Wonderglass apresentou no Istituto dei Ciechi, em Milão, para o Salão<br />
Internacional do Móvel deste ano, três novos modelos assinados por<br />
John Pawson, Claesson Koivisto Rune e Zaha Hadid, além de uma nova<br />
versão em branco dos pendentes Flow de Nao Tamura, sucesso da Design<br />
Miami e Salão de Milão do ano passado.<br />
Os pendentes Grappa, assinados por Claesson Koivisto Rune, e Luma<br />
assinado por Zaha Hadid, exploram a translucidez do cristal, enquanto<br />
Sleeve, de John Pawson, explora a técnica veneziana com cilindros soprados<br />
à mão um dentro do outro. Todos utilizam LED como fonte de luz.<br />
3<br />
4<br />
<strong>L+D</strong><br />
30<br />
1 Flow, por Nao Tamura<br />
2 Sleeve, por John Pawson<br />
3 Luma, por Zaha Hadid<br />
4 Grappa, por Claesson Koivisto Rune<br />
Carlo Lavatori
¿QuÉ Pasa?<br />
LPA / ToshioKaneko<br />
1<br />
2<br />
<strong>L+D</strong><br />
32<br />
5º LEDforum<br />
Está confirmada para 21 e 22 de agosto deste ano, no Tivoli Mofarrej<br />
Conference Hotel, em São Paulo, a 5ª edição do LEDforum.<br />
Dentre os palestrantes internacionais confirmados, o evento trará<br />
pela primeira vez ao Brasil o renomado lighting designer japonês Kaoru<br />
Mende, do escritório LPA – Lighting Planners Associates, apresentando<br />
as 13 palavras-chave utilizadas em seus projetos de iluminação com<br />
sombra e luz; a dupla de lighting designers Sjoerd van Beers e Juliette<br />
Nielsen, do escritório holandês Beersnielsen, responsável pelo projeto<br />
de iluminação do Rjiksmuseum de Amsterdã; Eugenia Marcolli, do<br />
escritório milanês Metis Lighting, apresentará projetos de alto padrão<br />
em hospitalidade, comércio e entretenimento; Paula Longato, do<br />
escritório Arup Lighting de Londres, discutirá práticas sustentáveis no<br />
desenho de luz natural e artificial; e Elettra Bordonaro, do Social Lighting<br />
Movement, apresentará as intervenções e oficinas em iluminação social<br />
ao redor do mundo.<br />
O evento contará, ainda, com a participação dos lighting designers<br />
brasileiros Guinter Parschalk, do escritório Studio Ix, e Paula Carnelós,<br />
do escritório Acenda.<br />
3<br />
Leo Torri<br />
Rijksmuseum / divulgação<br />
LEDforum 2014<br />
Onde: Tivoli Mofarrej Conference Hotel, São Paulo<br />
Quando: 21 e 22 de agosto<br />
Info e inscrição: www.ledforum.com.br<br />
1. Gardens By the Bay, iluminação LPA<br />
2. Bvlgari Hotel London, iluminação Metis Lighting<br />
3. Rjiksmuseum, iluminação Beersnielsen
¿QuÉ Pasa?<br />
divulgação / Lumini<br />
Lumini em Frankfurt<br />
A fabricante brasileira Lumini mais uma vez marcou presença na<br />
feira Light+Building. No estande de 36 m², projetado em parceria<br />
com o escritório Metro Arquitetos Associados, foram apresentadas<br />
as premiadas Bossa, Ginga, Piccolo, Vinte2, Led it Be, Fool e Bauhaus<br />
90. É a sexta edição da qual a Lumini, que hoje exporta seus produtos<br />
para mais de 30 países, participa.<br />
FAS Iluminação<br />
de casa nova<br />
A arte e a sensibilidade de Ingo Maurer estão de casa nova no Brasil.<br />
A FAS Iluminação, representante exclusiva da marca alemã no país,<br />
ocupa desde janeiro novo espaço, na Alameda Gabriel Monteiro da<br />
Silva, São Paulo. Para Arystela Rosa, proprietária da FAS, a nova loja foi<br />
concebida para expor as luminárias privilegiando a singularidade de<br />
cada peça. “Temos a possibilidade tanto de expor de forma harmônica<br />
e suave as potencialidades de cada luminária como também reservamos<br />
um amplo espaço para o desenvolvimento dos projetos técnicos”,<br />
explica. Além das emblemáticas peças de Maurer, a FAS abriga em<br />
seu portfólio outras marcas, como as alemãs Serien, Next, ClassiCom<br />
e a italiana Oty Light.<br />
O projeto da nova loja é do escritório mineiro de arquitetura Rizoma,<br />
e o paisagismo é assinado por Pedro Nehring.<br />
Leonardo Finotti<br />
FAS Iluminação<br />
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 903, São Paulo (SP)<br />
www.fasiluminacao.com.br<br />
<strong>L+D</strong><br />
34
¿QuÉ Pasa?<br />
Caixa D’água<br />
Um mosaico de Plexiglas e aço. Tom Fruin, artista sediado no Brooklin,<br />
em Nova York, executou uma nova obra da sua série Icon, que trabalha<br />
materiais recicláveis, sobras e remendos na forma de ícones arquitetônicos<br />
ao redor do mundo – série iniciada em 2010 na cidade de Copenhagen.<br />
Instalada na cobertura de um edifício no bairro do autor, a nova peça,<br />
Watertower, trabalha a forma das grandes caixas-d’águas aparentes<br />
nova-iorquinas, com a estrutura algo “mondriana” das barras de aço<br />
recebendo placas de Plexiglas coloridas das mais diversas fontes – desde<br />
a fachada de lojas demolidas de Chinatown até um armazém de Astoria.<br />
Formando o mosaico translúcido com a forma icônica da proposta,<br />
à noite uma programação de iluminação, controlada por softwares<br />
Ardunio e desenvolvida por Ryan Holsopple, transforma o tonel em<br />
um farol que busca transmitir a vibração do Brooklin.<br />
<strong>L+D</strong><br />
38<br />
Robert Banat
especial<br />
<strong>L+D</strong><br />
42<br />
Tecido esticado sobre arames curvados. A<br />
liberdade desta técnica permite a criação de<br />
formas sensuais e orgânicas, variando livremente<br />
entre modelos estritamente matemáticos, formas<br />
livres e o figurativismo
Joia Rara,<br />
Coluna Z,<br />
Nuvem,<br />
Evelyn,<br />
Bumerangue,<br />
Cicline<br />
Com nomes instigantes como estes, os objetos e, sobretudo,<br />
as luminárias de Fábio Alvim – designer brasileiro falecido prematuramente<br />
nos anos 1990 – revelam de antemão o que se pode esperar ao se ter<br />
contato com as peças que produziu.<br />
Como pontuou Adélia Borges, em uma época em que as buscas no<br />
design eram mais voltadas ao racionalismo, Alvim inovava ao propor<br />
formas orgânicas às suas peças, propondo-lhes uma nova relação<br />
com o usuário.<br />
Percebe-se no designer uma inquietude criativa, que raramente se<br />
contenta com a coisa acabada, como que deixando em cada peça o<br />
germe da tensão que irá produzir a outra, e a outra, sucessivamente.<br />
Trafega livremente entre o origami e o círculo perfeito, entre o cilindro<br />
e a forma sensual do tecido esticado sobre arames curvos, entre<br />
<strong>L+D</strong><br />
43
painéis em terracota para a fachada do Palácio dos Bandeirantes, em<br />
São Paulo, e o design de joias. Sua produção passa sem cerimônia da<br />
forma proporcional, estudada, de onde se percebe sua bagagem de<br />
conhecimento e apuro, para a forma figurativa, lúdica, infantil. Manter<br />
a mente inquieta, a espinha torta e o coração intranquilo, parecia ser o<br />
mote criativo do designer. Trafegar livremente entre a funcionalidade,<br />
a plasticidade, entre o artesanal e o industrial, de modo a produzir,<br />
mais que objetos, companheiros para o dia a dia.<br />
Com uma vertente criativa que parece inspirada no neoconcretismo<br />
de Lygia Clark – que partia de formas matemáticas para redescobrir<br />
a sensorialidade humana (como em seus conhecidos Bichos), Alvim<br />
Formas perfeitamente geométricas – Us dispostos<br />
segundo um critério perfeitamente rígido, acima<br />
à esquerda. No entanto, a sensualidade extravasa,<br />
seja pela pequena imperfeição, seja no arranjo<br />
de cores que sutilmente foge à regra. Abaixo, à<br />
esquerda, a luminária Coluna, que poderia ser<br />
matematicamente descrita como um gráfico<br />
tridimensional de senos e cossenos, adquire,<br />
por seu método construtivo, uma sensualidade<br />
que transcende a rigidez matemática de sua<br />
concepção. À direita, luminárias de mesa Joia<br />
Rara, os Bichos, de Lygia Clark<br />
<strong>L+D</strong><br />
44
Acima, luminária de teto Nuvem, de 1978, prêmio<br />
de melhor luminária na Exposição do Móvel e<br />
Objeto Inusitado, do Museu da Imagem e do Som<br />
(MIS), São Paulo. À direita, Coluna Z e, abaixo,<br />
luminária Concha, catalogada pelo Museum of<br />
Modern Art (MoMA), de Nova York<br />
<strong>L+D</strong><br />
45
Ao lado, os bichos de Fábio Alvim.<br />
Abaixo, à esquerda, descanso<br />
de mesa em metal. No pé da<br />
página, à esquerda, luminária PL<br />
encomendada pela Osram para<br />
o lançamento da lâmpada PL no<br />
Brasil e, à direita, luminária de piso<br />
da série Evelyn, criada na década<br />
de 1980, em que o esqueleto<br />
metálico se extravasa para fora<br />
(exoesqueleto), reduzindo a<br />
porção luminosa a um naco e,<br />
assim, transformando a peça<br />
definitivamente em escultura<br />
antropomórfica. “Voltei-me para<br />
um empenho mais conceitual de<br />
criação”, teria dito Alvim na época<br />
<strong>L+D</strong><br />
46
pareceu antever um estilo orgânico ao design que só viria a se consolidar<br />
posteriormente como uma identidade nacional com os irmãos Campana.<br />
Uma de suas peças – a luminária Concha – foi, inclusive, incorporada<br />
ao acervo expositivo do MoMA, de Nova York. Outras obras suas<br />
também tiveram reconhecimento em museus e exposições nacionais<br />
e internacionais.<br />
Na comemoração dos 70 anos de seu nascimento, ocorrida em 15<br />
de abril deste ano, uma série de ações está programada, entre elas o<br />
lançamento de um livro sobre sua trajetória, o relançamento comercial<br />
de suas peças mais importantes e diversas exposições, capitaneados<br />
por sua filha, Manuela Alvim, em parceria com Lígia Carnicelli e apoio<br />
permanente do museólogo Fábio Magalhães. (Por Gilberto Franco)<br />
Joia Rara, Coluna Z, Nuvem<br />
Evelyn, Bumerangue, Cicline<br />
Fontes: Press-releases de Fábio Alvim Design e Museu da Casa<br />
Brasileira; textos e depoimentos de Manuela Alvim e texto de<br />
Adélia Borges<br />
Imagens: Arquivo Fábio Alvim Design<br />
Acima, Esculturas de Luz, em que a vertente neoconcretista “assume<br />
força – formas geométricas dispostas de modo a produzir um<br />
resultado orgânico”. Abaixo, à esquerda, a luminária Cicline, período<br />
em que a produção do designer assumiu maior síntese-concisão<br />
formal, inovando os processos construtivos. Abaixo, à direita,<br />
mesas em metal, uma das peças, entre outras, programadas para<br />
o relançamento comercial do trabalho do designer<br />
<strong>L+D</strong><br />
47
projetos<br />
<strong>L+D</strong><br />
<strong>48</strong><br />
O Café 7 Molinos se apropriou do alinhamento<br />
da caixilharia do Shopping Iguatemi JK para criar<br />
o elemento de destaque da proposta: réguas<br />
dinâmicas de madeira que percorrem o ambiente
Integração<br />
O café 7 Molinos fica no Shopping Iguatemi JK,<br />
dentro da Livraria da Vila. Projeto arquitetônico do escritório Tacoa,<br />
de Rodrigo Cerviño Lopez e Fernando Falcon, com lighting design da<br />
Lichia Lighting, de Rafaela Romitelli.<br />
A Livraria da Vila tem uma longa tradição de investir em boa arquitetura,<br />
com mais de uma unidade da rede premiada pelo IAB-SP e outras<br />
instituições. O Shopping Iguatemi JK também se destaca pela proposta<br />
arquitetônica. Sem entrar no mérito urbanístico do modelo de shopping<br />
centers, este é um exemplo de centro de compras com raro esmero:<br />
acabamentos e linhas limpas, luz natural abundante, átrios e peles<br />
de vidro com aberturas e transparências generosas para a Marginal<br />
Pinheiros e a Vila Olímpia – tendo sido, inclusive, capa da <strong>L+D</strong> 40.<br />
Literalmente dentro de contexto de investimento em soluções<br />
arquitetônicas de diferentes portes, o Tacoa trabalhou de um modo<br />
muito instigante a proposta do Café.<br />
Mais do que a arquitetura do shopping ou da livraria, um elemento<br />
que se destacava no espaço a ser ocupado pelo projeto era o janelão<br />
em uma de suas faces, com uma vista excepcional: a esplanada do<br />
complexo do shopping abaixo, a Marginal e o Rio Pinheiros em segundo<br />
plano, e as colinas do Morumbi ao fundo, mirando o sol poente,<br />
criando um visual interessante o tempo todo.<br />
Neste janelão, os caixilhos modulados do shopping, grandes montantes<br />
verticais, são um elemento dominante.<br />
Rodrigo e Fernando trabalharam essa situação diferente – pois uma<br />
das paredes do Café já estava definida de saída, e era bastante forte<br />
– para amarrar o conceito ao espaço, integrando-o à vista e também<br />
com a construção.<br />
Assim, fitas esbeltas de madeira, alinhadas e “saindo” de cada<br />
montante da janela, atravessam todo o ambiente, com desenhos<br />
distintos. A partir da modulação das fitas, aplicaram placas de concreto<br />
pré-moldadas entre elas, definindo o piso, o teto e o próprio mobiliário<br />
fixo de apoio – balcões e bancadas.<br />
A concepção arquitetônica buscou, com esse elemento organizador,<br />
criar a característica do espaço e também amarrar questões técnicas:<br />
os pontos onde a fita se destaca das placas do forro e surgem frestras<br />
no concreto, funcionam como retorno do ar-condicionado. E as fitas<br />
destacadas e soltas no ar foram pensadas como base da iluminação.<br />
<strong>L+D</strong><br />
49
As réguas ficam, ora inseridas em placas de<br />
concreto, ora destacadas do forro ou das paredes;<br />
quando soltas, recebem LEDs no seu interior,<br />
criando a iluminação indireta do espaço<br />
<strong>L+D</strong><br />
50<br />
“Recebi como desafio proposto pelos os arquitetos providenciar<br />
um café bem iluminado, sem nenhuma luminária aparente”, afirma<br />
Rafaela Romitelli. “As linhas de madeira que percorrem o ambiente,<br />
num bonito contraponto ao revestimento de concreto, soltam-se do<br />
teto de maneira gráfica em pontos diferentes. Os arquitetos anteviram<br />
no local a oportunidade do alojamento da iluminação. Fiz estudos em<br />
uma maquete de papel experimentando efeitos diferentes com lanternas<br />
e outras fontes luminosas em miniatura, testei o efeito de fontes<br />
pontuais nas junções da linha e até a possibilidade de dispositivos que<br />
fazem o corte do facho (muito usado em iluminação de teatro) para a<br />
simulação de tiras de luz, mas a melhor solução foi fazer a luz apenas<br />
acompanhar as réguas inclinadas, valorizando o movimento das linhas<br />
de madeira, através da diferença da iluminância rebatida pelo teto.”<br />
Assim, foram definidas fitas de LED (5W/ml, 10W/ml e 22W/ml,<br />
3.000K) para serem instaladas nas canaletas das faixas de madeira,<br />
resultando em uma iluminação absolutamente integrada à arquitetura.<br />
A partir desta solução, Rafaela e os arquitetos criaram algumas<br />
adaptações para situações específicas: no balcão, onde o forro é mais<br />
baixo, as fitas ficam próximas e paralelas ao nível da laje; e na parede<br />
ao fundo do balcão, também se soltam na vertical, permitindo uma<br />
importante iluminação indireta.<br />
Outro elemento de destaque no ambiente, e, dentro da simbiose<br />
da proposta, da iluminação é a parede com uma grande estante de<br />
madeiras repleta de nichos. Todos são iluminados com as mesmas<br />
fitas de LED (5W/ml, 3.000K) e contribuem para uma iluminação<br />
difusa quente e agradável no ambiente em geral, além da sua função<br />
primária de iluminar os produtos nos nichos.<br />
Em resumo, é um projeto com um conceito tão bem amarrado e<br />
interessante que permite que uma solução única e simples de iluminação<br />
seja irretocável. E a integração da iluminação com a arquitetura reforça<br />
uma das qualidades raras do projeto: a integração de uma loja de<br />
shopping – normalmente ilhas conceituais isoladas – com o seu entorno.<br />
(Por André Becker)<br />
Café 7 Molinos<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de Arquitetura: Tacoa (Rodrigo Cerviño Lopez, Fernando<br />
Falcon – colaboração: Natasha K. No)<br />
Projeto de Iluminação: Lichia Lighting (Rafaela Romitelli)<br />
Fornecedores: Osram<br />
Fotos: Giuliana Nogueira
<strong>L+D</strong><br />
51
projetos<br />
IMAGINA<br />
NA COPA<br />
<strong>L+D</strong><br />
52<br />
A posição dos postes em uma única linha<br />
confere desenho limpo à esplanada e cria<br />
áreas de luz e sombra, imprimindo ritmo à<br />
área monumental
Um dos escolhidos para sediar a Copa do Mundo<br />
FIFA 2014, o estádio do Mineirão foi inteiramente modernizado para<br />
adequar seus espaços ao grande evento esportivo e também para<br />
servir de complexo de esporte, cultura e lazer para a cidade de Belo<br />
Horizonte. Localizado no bairro da Pampulha, na capital mineira, o<br />
complexo esportivo que contava, além do estádio, com um ginásio<br />
poliesportivo conhecido como Mineirinho, recebeu uma monumental<br />
esplanada que interliga as duas construções, além de um museu e<br />
ampliação do estacionamento.<br />
O projeto executivo de arquitetura foi realizado pelo escritório<br />
mineiro BCMF e o projeto de iluminação ficou a cargo da arquiteta<br />
Sônia M. Santos Mendes, do escritório Arquitetura e Luz. Além de<br />
dar visibilidade noturna para a fachada e à esplanada, o projeto de<br />
iluminação requalificou as áreas internas, como arquibancadas, salas<br />
VIP, vestiários e acessos. As premissas do projeto incluíram eficiência<br />
e otimização da manutenção da iluminação instalada.<br />
FACHADA<br />
Para a fachada, a lighting designer adotou o partido de criar uma<br />
visibilidade diferente daquela percebida durante o dia. Isso envolveu<br />
estudar de que forma os pórticos seriam iluminados para permitir a<br />
leitura dos volumes da sua estrutura.<br />
Os 88 pórticos que estruturam o estádio foram iluminados com<br />
barras de LED RGB posicionados rente às faces frontais e superiores,<br />
marcando com clareza o elemento forte da arquitetura da fachada,<br />
tombada pelo Conselho do Patrimônio Histórico de Belo Horizonte.<br />
<strong>L+D</strong><br />
53<br />
Gustavo Xavier
Cada caixa recebeu três barras de LED e teve fechamento em tampa<br />
de vidro transparente. No total, foram utilizadas 352 barras equipadas<br />
com 18 LEDs de alta potência (1,65W/LED).<br />
Para que a luz atingisse a altura total do pórtico de 23 m, foram<br />
usadas caixas embutidas no chão com três barras de LED para cada<br />
pórtico com lentes de 6º para fechar o facho. Além disso, a posição e<br />
angulação das três barras paralelas foram cuidadosamente estudadas<br />
para garantir uma boa distribuição da luz em toda a altura. Na face<br />
superior, as barras de LED são apoiadas na própria estrutura e fazem o<br />
mesmo efeito, dando continuidade no desenho do pórtico. O controle<br />
de cores do LED RGB, feito através de protocolo DMX, permite inúmeras<br />
combinações de cor e movimento.<br />
A circulação dos pavimentos em todo o perímetro do estádio foi<br />
iluminada com luminárias equipadas com lâmpadas de vapor metálico<br />
com tubo de descarga cerâmico. Essa luz, vinda de dentro do volume,<br />
enfatiza o desenho da elipse em torno da qual os pórticos são dispostos,<br />
revelando anéis que durante o dia não são percebidos com clareza.<br />
ESPLANADA<br />
Na esplanada, a estratégia foi iluminar o piso. Com poucos elementos<br />
construídos, apenas mobiliários, os postes formam uma linha única<br />
evitando um número excessivo de interferências. Para resolver a distribuição<br />
da luz e não interferir no efeito criado para os pórticos da fachada,<br />
foram desenhados postes específicos para o Mineirão. As luminárias<br />
que compõem os postes utilizam lâmpadas de vapor metálico (150W<br />
3.000K) e refletores de alta eficiência que concentram o facho de luz,<br />
evitando sobras indesejadas. As luminárias são orientáveis, permitindo<br />
o ajuste preciso das áreas a serem iluminadas.<br />
Iluminação dos pórticos em<br />
LED RBG reforçam a leitura<br />
da estrutura da fachada<br />
<strong>L+D</strong><br />
54
Joana França<br />
Os acessos novos em estrutura<br />
metálica e fechamento com vidro<br />
aparentam leveza com o desenho<br />
limpo das luminárias com barras<br />
de LED e difusor translúcido<br />
ACESSOS<br />
O acesso à esplanada e à passarela que conduz ao Mineirinho são<br />
feitos por meio de rampas, cujos guarda-corpos receberam luminárias<br />
especialmente desenvolvidas para criar o efeito visual desejado, com fácil<br />
acesso à manutenção e à prova de vandalismo. A lâmpada utilizada foi<br />
a fluorescente com refletor que gera um facho assimétrico, direcionando<br />
a luz para o piso e evitando ofuscamento. As peças estão dispostas<br />
de maneira que seja perceptível o ritmo criado através dos fachos de<br />
luz e sombras.<br />
<strong>L+D</strong><br />
55
Nas circulações internas, a construção<br />
em concreto aparente e materiais<br />
crus recebeu instalações e luminárias<br />
aparentes, com diversas camadas<br />
metálicas sobrepondo-se ao concreto<br />
<strong>L+D</strong><br />
56
As caixas de escada que dão acesso às arquibancadas têm aparência<br />
leve e transparente, iluminadas com linhas de luz nas laterais, dando<br />
um ar de equipamento funcional e contemporâneo. Barras de LED<br />
(30W/m 4.000K) com difusor translúcido atingem o objetivo de iluminar<br />
de forma homogênea e difusa as áreas de circulação, sem destoar da<br />
arquitetura discreta.<br />
No estacionamento coberto, a iluminação é resolvida de forma homogênea<br />
com luminárias de fluorescente T5 (28W 4.000K). Para o estacionamento<br />
descoberto, Sônia Mendes optou por postes com desenho diferente<br />
daquele utilizado na esplanada. Aqui a arquiteta preferiu um modelo com<br />
design mais escultural com formas curvas, em duas alturas diferentes:<br />
3,90 e 2,50 m e lâmpada de vapor metálico de 250W.<br />
ÁREAS INTERNAS<br />
A construção bruta aparente das áreas internas também foi assumida<br />
pelo projeto de iluminação. As tubulações ficam visíveis e compõem a<br />
realidade construtiva junto com os outros elementos de infraestrutura do<br />
prédio. O desafio foi lidar com diferentes pés-direitos nos pavimentos e<br />
evitar variedade de lâmpadas e luminárias para facilitar a manutenção.<br />
Para os lounges e camarotes, a arquiteta desenvolveu uma luminária<br />
que atendesse às seguintes necessidades: incorporar dois tipos de<br />
lâmpadas – uma difusa e outra pontual; poder ser instalada sobreposta<br />
em lajes planas, inclinadas ou pendente por cabos de aço; ter aparência<br />
leve. A luminária criada em conjunto com o fabricante tem duas<br />
versões em tamanhos diferentes, utilizando lâmpadas fluorescentes<br />
(28W 3.000K) e vapor metálico CDMR-111.<br />
Nos lounges, foi criada uma luminária<br />
específica, que atendesse com<br />
flexibilidade diferentes demandas<br />
espaciais e de instalação<br />
<strong>L+D</strong><br />
57
<strong>L+D</strong><br />
58<br />
Acima, luminárias com fluorescentes<br />
T5 foram usadas nos corredores e<br />
vestiários: luz linear e contínua
ARQUIBANCADAS E CAMPO<br />
Para iluminar as arquibancadas, a lighting designer se preocupou em<br />
não ofuscar os torcedores. Para isso, estudou os melhores locais para a<br />
colocação dos projetores equipados com lâmpadas de vapor metálico<br />
de 250W nos pontos de menor altura e de 400W nos locais mais altos.<br />
A iluminação do campo foi totalmente refeita para atender aos níveis<br />
de iluminância média e uniformidade necessárias para a transmissão em<br />
HDTV. O projeto, realizado pela empresa MHA, previu 372 projetores<br />
alocados na extremidade da cobertura nova para atingir uma iluminância<br />
média vertical de 3.099 lux. Foram utilizadas lâmpadas de vapor metálico<br />
de 2.000W com 5.900K de temperatura de cor, índice de reprodução de<br />
cor de 90 e refletor de alta eficiência. Atendendo às adequações exigidas<br />
pela FIFA, hoje o estádio do Mineirão é uma arena multiuso equipada<br />
não apenas para sediar jogos de futebol, mas também atividades de<br />
entretenimento de grande porte. (Por Fernanda Carvalho)<br />
Novo Mineirão<br />
Belo Horizonte, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Arquitetura e Luz – Sônia M. Santos Mendes<br />
Projeto executivo de arquitetura: BCMF – Bruno Campos,<br />
Marcelo Fontes, Silvio Todeschi<br />
Cliente: Minas Arena<br />
Fornecedores: Iluminar, Ever light, Philips (lâmpadas e reatores);<br />
Schréder + Siteco (iluminação do campo); Schréder + Beka<br />
(circulações internas); Schréder + Metalsinter (postes da<br />
esplanada)<br />
Fotos: Jomar Bragança<br />
<strong>L+D</strong><br />
59
projetos<br />
171 Collins St<br />
Melbourne<br />
<strong>L+D</strong><br />
60<br />
Collins Street, no coração financeiro da “Paris” da<br />
cidade de Melbourne, na Austrália, é um endereço conhecido por<br />
abrigar uma coleção de edifícios com diferentes estilos arquitetônicos<br />
históricos – do vitoriano, art déco e nouveau até torres de edifícios<br />
contemporâneos – e também hotéis internacionais, centro de negócios<br />
e de compras exclusivos.<br />
O recém-inaugurado número 171 Collins St. é um empreendimento<br />
coorporativo de luxo que abriga escritórios e lojas de segmentos<br />
privilegiados. Seu projeto de arquitetura foi desenvolvido pelo escritório<br />
australiano Bates Smart e teve como principal abordagem a integração<br />
da fachada tombada, de herança vitoriana, ao novo empreendimento.<br />
Além disso, o projeto contemplou também a redefinição da malha de<br />
circulação de pedestres em seus arredores.<br />
Seu principal desafio consistiu na articulação do edifício histórico<br />
existente ao edifício novo, de maneira a promover um fluxo novo de<br />
circulação de pedestres da Collins St. até a rua paralela e vice-versa,<br />
até então inexistente naquela altura da quadra.<br />
Para isso, os arquitetos projetaram, logo depois da entrada do<br />
edifício tombado, um átrio grandioso com dimensões semelhantes à<br />
altura do edifício histórico. Sua principal característica é a abundância<br />
de luz natural feita através de uma cobertura inteiramente de vidro<br />
transparente e o uso de materiais de acabamentos nobres. Logo atrás<br />
desse átrio e com entrada pela rua paralela, os arquitetos ergueram a<br />
nova torre com praticamente o dobro da altura do edifício histórico<br />
e com acesso direto ao átrio e à Collins St.<br />
O volume da torre é composto por painéis de vidro inclinados e<br />
intercalados em duas posições de maneira a refletir a luz natural da<br />
cidade. Para isso, os painéis receberam tratamento com impressão de<br />
uma película pontilhada praticamente invisível pelo lado de dentro.<br />
Esse tratamento faz com que a luz natural seja refletida na fachada,<br />
resultando numa arquitetura com volume de aparência externa mais<br />
iluminada e mais leve a qualquer hora do dia ou da noite quando<br />
comparada aos edifícios vizinhos. Além disso, essa película diminui a<br />
incidência de calor e ofuscamento nos ambientes internos.<br />
Já nos ambientes internos, o átrio e as circulações são os principais<br />
espaços públicos do edifício e respondem pela maioria do escopo de<br />
trabalho do projeto de iluminação artificial desenvolvido pelo escritório<br />
local Electrolight.<br />
Fachada tombada do edifício Mayfair,<br />
hoje 171 Collins St., no coração da “Paris”<br />
australiana na cidade de Melbourne
<strong>L+D</strong><br />
61
Nesta página, áreas de circulação adjacentes ao<br />
átrio. Destaque para as luminárias embutidas<br />
no forro wallwasher para iluminação da parede<br />
de mármore travertino e conjunto linear para<br />
luz difusa embutido no piso para definição do<br />
perímetro do ambiente<br />
<strong>L+D</strong><br />
62
Na página seguinte, hall de entrada do edifício com átrio ao fundo.<br />
Abaixo, à direita, volume do balcão da recepção em silhueta e em<br />
contraste com as paredes iluminadas por luminárias de sobrepor<br />
fixadas nos eixos das placas de vidro e hall dos elevadores iluminados<br />
somente por downlights embutidos no forro e sistema difuso<br />
embutido no piso junto às paredes para a definição do perímetro<br />
do ambiente. Na página ao lado, vista do átrio: contraste entre<br />
iluminação natural e artificial e detalhe do sistema linear embutido<br />
junto à parede da escada<br />
<strong>L+D</strong><br />
63
Abaixo, vista do átrio com contraste entre<br />
temperaturas de cor da iluminação natural e<br />
artificial. Detalhe esquemático do sistema linear<br />
embutido junto à parede da escada<br />
Os lighting designers tiveram como conceito principal enfatizar as<br />
dimensões volumétricas desses espaços e destacar os elementos de<br />
revestimento que integram a imagem de ambiente exclusivo e sofisticado<br />
do empreendimento. Para isso, foram utilizadas sobreposições de<br />
camadas de luz utilizando técnicas específicas de iluminação.<br />
Para o destaque dos planos verticais revestidos de mármore travertino<br />
do hall de entrada e circulações adjacentes ao átrio, foram utilizadas<br />
luminárias embutidas no forro para iluminação frontal tipo wallwasher<br />
com lâmpadas de vapor metálico em temperatura de cor quente.<br />
Com esta técnica, as propriedades físicas de cor e brilho da pedra<br />
foram enfatizadas.<br />
Já no átrio, as paredes foram iluminadas de maneira rasante com<br />
luminárias com fontes similares com a finalidade de enfatizar a textura<br />
deste mármore e iluminar o ambiente como um todo através de luz<br />
<strong>L+D</strong><br />
64
efletida. Nas áreas onde não foi possível o uso de equipamentos embutidos<br />
devido à ausência de teto, os designers utilizaram luminárias de sobrepor<br />
cujos ângulos de corte dos fachos são controlados por aletas a fim de<br />
corresponder às curvas fotométricas das luminárias embutidas.<br />
Para concluir o esquema, todas as áreas, incluindo as escadas,<br />
receberam iluminação difusa embutida em detalhe especial no piso junto<br />
às paredes, a fim de definir os limites periféricos da arquitetura e criar<br />
a ilusão das paredes estarem iluminadas em todas às suas dimensões.<br />
Os lighting designers também foram responsáveis pela iluminação da<br />
fachada tombada do edifício histórico. Apesar das diversas possiblidades<br />
de intervenção, o projeto de luz se limitou em destacar apenas o<br />
arco romanesco da entrada e as duas figuras decorativas acima dele,<br />
figuras estas que contam um pouco da história do uso do edifício.<br />
Desta maneira, os designers mantiveram um esquema de iluminação<br />
enxuto e minimalista, tal qual as áreas internas.<br />
Sobre o projeto de iluminação, o arquiteto comentou: “Os ambientes<br />
irradiam sofisticação e luxo por meio de uma abordagem sutil e<br />
afinada que integra perfeitamente a luz à expressão arquitetônica.<br />
(Por Orlando Marques)<br />
171 Collins St<br />
Melbourne, Austrália<br />
Projeto de Iluminação: Electrolight<br />
Projeto de Arquitetura: Bates Smart<br />
Fornecedores: Meyer, KKDC, Erco, Flos, We-ef,<br />
Bega, Phillips<br />
Fotos: Dean Bradley<br />
<strong>L+D</strong><br />
65
projetos<br />
open<br />
text<br />
<strong>L+D</strong><br />
66<br />
Os escritórios da sede da Open Text no Brasil, empresa<br />
de softwares de gerenciamento empresarial, ocupam um pavimento-<br />
-tipo do Edifício Faria Lima Corporate, em São Paulo, na Av. Faria Lima –<br />
região que concentra vários lançamentos corporativos nos últimos anos.<br />
Ocupando uma área de aproximadamente 700 m² em um edifício<br />
com Certificação LEED, o projeto partiu da premissa de reutilização<br />
parcial de luminárias existentes para duas lâmpadas fluorescentes<br />
tubulares T5 de 28W, considerando-se uma ocupação do tipo “open<br />
space”, com soluções complementares e específicas de acordo com as<br />
atividades a serem exercidas nas demais áreas – recepção, estar, salas<br />
de reunião, diretoria e café.<br />
A potência total instalada não deveria ultrapassar a densidade de<br />
consumo de 12,00W/m² – considerando os sistemas existentes e os<br />
acréscimos. Deveria também prever o uso de sensores e dimmers<br />
nas salas de reuniões, que não são de ocupação continuada. Tais<br />
parâmetros são os mínimos necessários para a obtenção dos pontos<br />
para a certificação, mas que sozinhos e sem a devida manipulação<br />
podem acabar não criando ambientes de qualidade num projeto.<br />
Segundo o arquiteto Carlos Fortes, titular do estúdio responsável<br />
pelo projeto de iluminação, o conceito adotado, com o objetivo de<br />
se encontrar soluções que estabelecessem uma hierarquia entre os<br />
ambientes, aproveitando ao máximo as luminárias existentes, foi o<br />
de se trabalhar desenhos de forros que mesclassem áreas com forro<br />
de gesso liso, paginadas com o forro modulado.
<strong>L+D</strong><br />
67<br />
Vista da recepção dos escritórios da sede<br />
da Open Text no Brasil, com projeto de<br />
iluminação que respondeu de maneira<br />
qualitativa às demandas prescritas em<br />
normas técnicas e quesitos
Vista parcial do salão principal de trabalho tipo “open<br />
space”, onde o forro foi trabalhado de maneira a<br />
mesclar áreas de forro liso e forro modulado, a<br />
fim de se encontrar soluções que estabelecessem<br />
uma hierarquia entre os ambientes. No fundo, à<br />
esquerda na imagem, a sala do café com parede<br />
com revestimento de madeira iluminada<br />
<strong>L+D</strong><br />
68<br />
O salão principal de trabalho, onde o conceito de ocupação “open<br />
space” foi mantido e que concentra o staff, ocupa a parte central do<br />
pavimento e é dividido em duas áreas separadas por um pequeno bloco<br />
que abriga um depósito e duas pequenas salas de “call room”. Optou-<br />
-se por manter o forro modulado apenas sobre as estações de trabalho,<br />
deixando toda a circulação periférica com forro de gesso liso. Dessa<br />
forma, conseguiu-se o máximo aproveitamento das luminárias existentes,<br />
com o menor consumo possível para se garantir a iluminância média<br />
desejada (500 lux) nas mesas e níveis de uniformidade. A circulação<br />
periférica dessas áreas não recebeu nenhum acréscimo de iluminação,<br />
uma vez que apenas a diferenciação dos forros delimita os espaços. A<br />
iluminação que sobra da área de staff e que vaza das salas contíguas<br />
dos gerentes – cujas paredes são de vidro – é suficiente. Apenas na<br />
passagem junto às salas fechadas e na área onde há uma bancada<br />
de apoio foram acrescentados pontos embutidos no forro de gesso –<br />
downlights para LEDs de 10,5W/3.000K.<br />
As salas de reunião foram iluminadas com as luminárias embutidas<br />
existentes – refletores e aletas parabólicos para duas lâmpadas fluorescentes<br />
T5 de 28W/3.000K. O forro foi paginado de maneira a criar linhas<br />
paralelas no limite entre o forro modulado e o forro de gesso, e a<br />
iluminação sobre as mesas foi complementada com downlights para<br />
LEDs de 10,5W/3.000K, ligados em grupos de controle dimerizados.<br />
Numa sala de reuniões maior, foi criado ainda um desnível entre o<br />
forro modulado e o forro de gesso, com iluminação indireta, com fitas<br />
de LED de 12,6W/metro linear.<br />
Na sala da diretoria, além das luminárias para lâmpadas fluorescentes<br />
embutidas no forro modulado, há os mesmos downlights para LEDs de<br />
10,5W/3000K embutidos no forro de gesso, junto às paredes, criando<br />
uma sobreposição de camadas de iluminação com tipos diferentes<br />
de luz, uma com sistema para Iluminação direta e uniforme e a outra<br />
também para iluminação direta mas com facho mais concentrado.<br />
Na área do café, criou-se uma sanca linear ao longo da parede com
No alto, vista da sala de reuniões com<br />
iluminação para os planos verticais e<br />
iluminação para a mesa, agrupadas<br />
em diferentes grupos de controles<br />
dimerizáveis. No meio, vista da área<br />
de trabalho tipo “open space”,<br />
com iluminação uniforme e níveis<br />
de iluminância conforme normativa.<br />
Embaixo, vista da recepção com<br />
letreiro de identificação iluminado<br />
por iluminação difusa<br />
<strong>L+D</strong><br />
69
evestimento de madeira, dando destaque a essa superfície vertical<br />
e destacando atribuições qualitativas do espaço. Na área de mesas,<br />
foram utilizadas luminárias orientáveis para LEDs de 13,2W/3.000K,<br />
garantindo ajustes de focalização no layout de mobiliário final.<br />
Na recepção e na área de estar de clientes, a solução adotada foi<br />
trabalhar basicamente com iluminação indireta, com poucas luminárias<br />
embutidas no forro. Essa solução proporciona iluminação difusa ao<br />
ambiente com baixo consumo – utilizaram-se as fitas de LED de 12,6W/<br />
metro linear em sancas de gesso, fixadas de maneira a aproveitar ao<br />
máximo a emissão de luz do sistema e paginadas sempre paralelas<br />
às paredes principais. Essa solução ilumina também o letreiro de<br />
identificação – em alto relevo branco sobre fundo branco – sem a<br />
necessidade de complementos, uma vez que a direção e tipo de luz<br />
criam um conjunto de sombras e contrastes para a sua devida leitura.<br />
Sobre o balcão da recepção, as luminárias pendentes decorativas<br />
em vidro soprado transparente da Bocci, para LEDs de apenas 1,5W,<br />
complementam e conferem personalidade ao espaço, sem comprometer<br />
a visão da parede de fundo.<br />
No hall dos elevadores, foi criado um rasgo central de iluminação<br />
indireta, na mesma linguagem das demais sancas do projeto. As<br />
luminárias embutidas no forro são sem moldura, com vidro jateado,<br />
para lâmpadas fluorescentes compactas de 26W/2.700K.<br />
Para concluir, é importante notar que a definição dos desenhos de<br />
forro em todo o projeto abordada pelo time de lighting designers,<br />
apesar de não ser uma atribuição imediatamente esperada como<br />
parte do escopo de trabalho destes profissionais, muitas vezes é<br />
uma ferramenta importante no sucesso de projetos de iluminação,<br />
especialmente em projetos dessa natureza. Pois, além de ajudar a<br />
solucionar a hierarquia dos ambientes, atender quantidades prescritas<br />
em normas e certificações energéticas cria espaços qualitativamente<br />
mais agradáveis para o usuário. ((Por Orlando Marques)<br />
<strong>L+D</strong><br />
70<br />
Acima, vista da sala de estar de clientes,<br />
iluminado com iluminação difusa e poucas<br />
luminárias embutidas no forro
Vista do hall de elevadores com rasgo luminoso<br />
para iluminação indireta e difusa, e downlights<br />
com visor em vidro translúcido embutidos nos<br />
eixos das portas dos elevadores<br />
<strong>L+D</strong><br />
71<br />
Open Text<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de Iluminação: Estúdio Carlos Fortes<br />
Arquitetura e Interiores: Dante Della Manna<br />
Fornecedores: Lumini e Bocci<br />
Fotos: Daniel Ducci
projetos<br />
<strong>L+D</strong><br />
72
O edifício nonagenário do MESC,<br />
em Florianópolis, recebeu uma nova<br />
iluminação, totalmente em LEDs, a partir<br />
da sua utilização para a mostra Casa<br />
Nova – e que perdurou como legado<br />
para a cidade<br />
Fachada<br />
Histórica<br />
No centro histórico de Florianópolis, numa interessante<br />
esquina de vias centenárias com piso de paralelepípedos, um edifício<br />
do início da década de 1920 se destaca.<br />
O volume maciço, tectônico, é suavizado com as filigranas do estilo<br />
eclético, uma das vertentes fortes do período. E um embasamento em<br />
pedra, que resolve o desnível entre a Rua Saldanha Marinho e a Avenida<br />
Hercílio Luz, cria uma base bruta, que ao mesmo tempo contrasta com<br />
o prédio e enriquece o conjunto.<br />
A construção abrigou originalmente a Escola Normal. Em 1963,<br />
passou a sediar o Centro de Ciências da Educação da Universidade<br />
do Estado de Santa Catarina. A partir de 2000, foi transformada no<br />
Museu da Escola Catarinense – MESC.<br />
E em 2013, a Mostra Casa Nova, tradicional evento de decoração,<br />
design e arte em Santa Catarina, escolheu o edifício do MESC como<br />
espaço de exposição, e investiu em benfeitorias permanentes como<br />
legado à cidade.<br />
Assim foi encomendada e financiada a nova iluminação do edifício<br />
histórico, projeto da Allume, escritório de Marina Makowiecky e Paola Simoni.<br />
Elas citam como inspiração e referências importantes em iluminação<br />
de edifícios históricos, a Estação da Luz em São Paulo, o Teatro Municipal<br />
do Rio de Janeiro e igrejas de Salvador.<br />
Foi feita a opção por soluções exclusivamente em LED, pensando<br />
tanto no baixo consumo de energia como na longevidade das peças,<br />
devido à dificuldade de manutenção adequada em edifícios públicos.<br />
Do ponto de vista formal, a opção foi realçar com a iluminação<br />
os elementos expressivos do ecletismo que caracterizam o prédio: o<br />
embasamento, as colunas, as cimalhas, os arcos e as cornijas.<br />
<strong>L+D</strong><br />
73
A iluminação reforça as linhas da<br />
arquitetura eclética: os eixos verticais dos<br />
pilares, e as faixas horizontais das cornijas<br />
Cada um deles recebeu uma solução específica, inserindo as novas<br />
peças de iluminação de modo discreto nas reentrâncias e projeções<br />
abundantes em edifícios ecléticos.<br />
No embasamento, foram embutidas luminárias de solo com LED<br />
(15W, 3.000K) em alumínio injetado, com vidro temperado translúcido,<br />
abertura de 40º e acabamento em aço inox, destacando os blocos que<br />
delimitam a altura do porão e recebem as colunas duplas da fachada,<br />
que se iniciam apenas no térreo elevado.<br />
As colunas, por sua vez, são destacadas com projetores de longo<br />
alcance em LED (20W, 2.800K) com corpo em alumínio injetado,<br />
abertura de 10º, pintura epóxi na cor cinza e difusor em acrílico,<br />
marcando com a iluminação o ritmo da fachada.<br />
A estes elementos verticais, se sobrepõe duas linhas horizontais<br />
bastante fortes: a primeira, das cimalhas intermediárias; a segunda, das<br />
cimalhas superiores e dos arcos, elementos distintos mas que formam<br />
um coroamento iluminado coeso.<br />
<strong>L+D</strong><br />
74
As cimalhas servem de bandeja de luz para luminárias flexíveis em<br />
LED (7,2W, 3.000K) com abertura de 120º. Na cimalha inferior, criase<br />
um efeito wallwasher, destacando uma faixa de luz na base da<br />
parede do 2º andar; na cimalha superior, destaca-se o rendilhado das<br />
cornijas e dos próprios arcos, que juntos criam um volume iluminado<br />
rico no topo do edifício.<br />
Arremata o conjunto a iluminação das colunas da platibanda, com<br />
miniprojetor em LED (9W, 3.000K), com abertura de 45º.<br />
E, assim, o edifício nonagenário ganha uma nova feição noturna,<br />
enriquecendo a si e o centro histórico de Florianópolis. Tanto na escala<br />
mais intimista da esquina de paralelepípedos na Rua Saldanha Marinho,<br />
onde está no nível da rua e do pedestre, quanto na sua escala mais urbana,<br />
para quem circula pela Avenida Hercílio Luz e tem uma ampla visão do<br />
prédio histórico iluminado, elevado sobre o embasamento de pedra,<br />
que chega a mais de 4 m perto da avenida e permite sua percepção à<br />
distância, acima dos carros, o tempo todo. (Por André Becker)<br />
MESC<br />
Florianópolis, Brasil<br />
Projeto de Iluminação: Allume Arquitetura de Iluminação<br />
(arq. Marina Makowiecky, arq. Paola Simoni) –<br />
colaboração eng. Claudia Brandão<br />
Fornecedores: Máximo Iluminação (embutidos de solo,<br />
spots), Utiluz (projetores), Brilia (fitas de LED)<br />
Fotos: Mariana Boro<br />
<strong>L+D</strong><br />
75
Publieditorial<br />
E:Light e os<br />
lançamentos da<br />
Light+Building 2014<br />
Fundada há 17 anos, a Cynthron é referência absoluta em<br />
automação. A empresa fornece produtos de ponta e presta serviços<br />
nas áreas de DVI (Dados, Voz e Imagem), Automação Elétrica, Áudio<br />
e Vídeo, Painéis de Touch Screen e Sistemas de Gerenciamento e<br />
Controle, Segurança e Persianas, Cortinas e Toldos.<br />
A Cynthron adotou como partido, desde o princípio, somente<br />
trabalhar com marcas de alto padrão e, assim, se fez conhecida por<br />
prestar um serviço de alta qualidade, com produtos de empresas que<br />
são referências em cada segmento de tecnologia predial.<br />
No decorrer dos últimos dez anos, a Cynthron também se<br />
destacou por sua atuação na área de iluminação, trabalhando com<br />
exclusividade no Brasil os produtos da fabricante alemã Erco, uma<br />
das mais conceituadas marcas do mundo. A experiência de trabalhar<br />
em projetos diferenciados, nos quais a alta tecnologia e o design são<br />
elementos essenciais, evidenciou uma grande oportunidade: criar<br />
uma unidade de negócio exclusivamente dedicada à iluminação de<br />
alto padrão, com produtos especiais, excelentes prazos de entrega,<br />
logística eficiente e um suporte técnico sem precedentes aos lighting<br />
designers. Assim nasceu a E:light.<br />
Com três anos de atuação exclusiva na área de iluminação, a E:light<br />
ampliou seu portfólio e, hoje, fornece produtos das principais marcas<br />
internacionais, como Erco, Targetti, Louis Poulsen, Artemide e Schimtz,<br />
e da fabricante brasileira Iluminar. Além de trabalhar com produtos<br />
de qualidade indiscutível, a E:light aposta em um excelente serviço<br />
de orientação técnica e, para isso, montou uma equipe especializada<br />
que conta com profissionais de grande experiência em projetos de<br />
iluminação, oferecendo suporte total aos especificadores.<br />
Conheça a seguir algumas das novidades apresentadas pelos<br />
principais fornecedores da E:Light em Frankfurt, na Light+Building<br />
2014.<br />
1<br />
Artemide<br />
A fabricante italiana Artemide sempre trouxe em seu portfólio<br />
renomados designers. Nomes como Livio Castiglioni, Santiago<br />
Calatrava, Mario Botta e Rodolfo Dordoni, dentre tantos outros<br />
ícones do design mundial, assinaram peças da marca. As coleções<br />
mais recentes da Artemide mostram que a empresa vai além dos seus<br />
clássicos decorativos e tem investido muito em lançamentos de alta<br />
tecnologia. Inúmeros foram os lançamentos da linha arquitetural, com<br />
destaque para o excelente trabalho que vem sendo feito com linhas<br />
contínuas e modulares de LED, como a família SCRITURA (foto 3) –<br />
design de Carlota de Bevilacqua e Laura Pessoni – e APPEARANCE (foto<br />
2), de Jean Nouvel, que também assina a linda luminária de mesa<br />
EQUILIBRIST (foto 1).<br />
2 3
7 8<br />
4<br />
5<br />
Louis Pulsen<br />
Grande nome mundial do design, com clássicos como as luminárias PH e Artichoke,<br />
a dinamarquesa Louis Poulsen apresentou o balizador RUBBIE (fotos 7 e 8). Com<br />
acabamento em borracha, o equipamento emite luz circular e muito uniforme, graças a<br />
seu refletor interno. A eficiente distribuição da luz promove boa iluminação sem causar<br />
ofuscamento. O produto possui IP65.<br />
Targetti<br />
A tradicional marca italiana Targetti caprichou em seu lançamento para a Ligh+Building<br />
2014 e apresentou um produto que, seguramente, revolucionará a iluminação externa,<br />
principalmente de paisagismo. KEPLERO (fotos 9 e 10) é o novo projetor de solo que tem<br />
a flexibilidade como grande diferencial. Suas duas versões, Zoom e Gimbal, tem sistemas<br />
ópticos móveis e orientáveis, que possibilitam diferentes efeitos e posicionamentos da<br />
luz, e podem assumir diversas configurações.<br />
6<br />
9<br />
10<br />
Erco<br />
A fabricante alemã Erco é referência mundial em tecnologia.<br />
Seus conjuntos ópticos são absolutamente precisos e eficientes e<br />
representam, sem dúvida, o “sonho de especificação” de lighting<br />
designers. A Erco levou a Frankfurt uma grande novidade: atenta às<br />
transformações ocorridas na Europa nos últimos anos, a empresa<br />
apresentou uma linha de luminárias mais econômica como alternativa<br />
à família Quintessence, sem abrir mão da celebrada qualidade de seus<br />
produtos. A linha SKIM (fotos 4, 5 e 6) traz uma nova tecnologia de<br />
conjunto óptico com lentes maciças, que proporcionam luz eficiente<br />
e ergonômica e, ainda, criam um elegante efeito luminoso no refletor.
eventos<br />
LIGHT + BUILDING –<br />
FRANKFURT 2014<br />
<strong>L+D</strong><br />
78<br />
A cada nova edição da Light + Building, uma das<br />
maiores e mais abrangentes feiras de iluminação do mundo, que<br />
acontece a cada dois anos em Frankfurt, observamos ao longo dos<br />
muitos estandes uma espécie de inconsciente coletivo da indústria<br />
de iluminação, que nos permite entender e analisar os novos rumos<br />
que o mercado vem tomando com a rápida e irreversível mudança da<br />
indústria, com a substituição das lâmpadas por LEDs.<br />
Em 2014, praticamente não se encontram produtos ou soluções<br />
criados para fontes de luz tradicionais – todos querem mostrar que<br />
estão adaptados à nova realidade. A rápida e bem-vinda evolução dos<br />
LEDs, com muitas de suas limitações superadas, já nos mostra que os<br />
principais fabricantes e criadores encontram-se alinhados, com bons<br />
produtos à disposição, sem precisar se valer de malabarismos ou truques<br />
para solucionar problemas como dissipação de calor, temperatura de<br />
cor, eficácia luminosa, qualidade cromática etc.<br />
Os principais fabricantes de lâmpadas – como Philips e Osram –<br />
também nos mostram seu alinhamento com essa nova realidade. Em<br />
seus enormes estandes, vemos pouquíssimo espaço dedicado a fontes<br />
convencionais, como lâmpadas fluorescentes ou de vapor metálico.<br />
Observamos também que, além de apresentar LEDs de alta eficácia<br />
e excelente qualidade, estão empenhados em apresentar mais do<br />
que “lâmpadas” – investindo em sistemas que integrem luminárias e<br />
controles às fontes luminosas. E agora que os LEDs de 120 lumens/Watt<br />
já são uma realidade à nossa disposição, fala-se em 200 lumens/Watt<br />
– ou seja, a evolução qualitativa não demostra sinais de esgotamento.<br />
Todos os fabricantes trabalham com LEDs no intervalo de 90 a 120<br />
lumens/Watt – o que já os coloca no mesmo patamar das lâmpadas<br />
fluorescentes ou de vapores metálicos. Praticamente todas as aplicações<br />
apresentam produtos que permitem aos lighting designers e projetistas<br />
desenvolver projetos 100% LEDs – sejam projetos comerciais, corporativos,<br />
residenciais ou de qualquer outra natureza.<br />
Ainda encontramos algumas barreiras a serem transpostas: os postes<br />
e equipamentos de iluminação pública deixam a desejar em termos de<br />
conforto visual e controle de ofuscamento; ainda não é muito clara<br />
qual será a nova luminária a substituir a commodity 2 x 28W ou 4 x<br />
A escultura “Twinkle Twinkle” na<br />
Praça do Deutsche Bank: uma das<br />
180 instalações da Luminale 2014<br />
espalhadas por Frankfurt durante<br />
a Light+Building<br />
14W com refletores de alumínio e aletas parabólicas para iluminação<br />
de escritórios – mas vislumbramos que o futuro do LED já é o nosso<br />
presente. Encontramos respostas – ou pelo menos propostas – para<br />
praticamente todas as questões, e concluímos que os fabricantes estão<br />
empenhados em proporcionar aos profissionais soluções qualitativamente<br />
superiores àquelas que víamos até a penúltima edição da Light +<br />
Building, em 2012.<br />
As luminárias que utilizam o princípio da condução e refração da<br />
luz com difusores prismáticos parecem ser a proposta mais próxima<br />
a estabelecer um novo padrão para a iluminação de escritórios. Esse<br />
princípio permite desenvolver uma grande gama de produtos com<br />
aplicações diversificadas – pendentes de iluminação direta e indireta,<br />
pedestais, luminárias de parede, embutidas ou sobrepostas – e aqui<br />
encontramos um grande benefício proporcionado pelas pequenas<br />
dimensões dos LEDs, pois é possível desenvolver luminárias finíssimas,<br />
com desenho leve e ofuscamento controlado.<br />
Algumas propostas nos mostram, também, que existe uma certa<br />
revisão de parâmetros estéticos preestabelecidos, decorrentes da própria<br />
natureza dos LEDs e suas características físicas – o que nos mostra
Messe Frankfurt Exhibition / Jochen Günther<br />
uma evolução da indústria e dos criadores na maneira de se pensar a<br />
fonte de luz. Cada vez menos vemos produtos adaptados ao LED, e<br />
sim produtos criados para explorar a sua morfologia.<br />
As pequenas dimensões das fontes emissoras de luz e a facilidade<br />
de se trabalhar em linhas contínuas, por exemplo, nos mostra que<br />
todos os fabricantes desenvolveram produtos que exploram essas<br />
características. Linhas luminosas com inúmeras variações – retas, curvas,<br />
de sobrepor, de embutir no piso, em paredes, em conjunto com outros<br />
sistemas – são vistas em praticamente todos os estandes, cada um<br />
buscando imprimir sua personalidade. Para isso, são desenvolvidos<br />
perfis extrudados e lentes, que integram linhas difusas e luminárias<br />
variadas à arquitetura e sugerem uma flexibilidade de uso.<br />
O alto custo, no entanto, ainda é uma questão não solucionada. É<br />
claro que a cada ano o custo/benefício melhora, diminuindo o tempo de<br />
payback em instalações novas ou retrofits. Mas os fabricantes mostram-<br />
-se dispostos a buscar soluções que contemplem essa questão – caso,<br />
por exemplo, da ERCO, que apresenta uma linha de luminárias mais<br />
econômica como alternativa à sua primeira linha, com lentes maciças,<br />
sem abrir mão da conhecida qualidade de seus produtos.<br />
Vemos também uma maior liberdade na criação de produtos que<br />
exploram o conceito de iluminação difusa. Além das citadas linhas<br />
luminosas, grandes luminárias decorativas ou luminárias técnicas com<br />
difusores de acrílico, policarbonato e outros materiais são apresentadas.<br />
E talvez vislumbrando qual será o próximo passo a ser bem-solucionado<br />
pela indústria, podemos eleger a palavra conectividade – outra questão<br />
exaustivamente explorada e proposta por vários fabricantes. Falar em<br />
sistemas de controle não é mais novidade – sensores de luminosidade,<br />
variação de intensidade e de temperatura de cor já são recursos<br />
incorporados à linguagem dos projetos. Mas hoje todos têm propostas<br />
para integrar esses controles a softwares desenhados para tablets e<br />
smartphones – com propostas que, às vezes, beiram o bizarro, como<br />
o sistema que propõe a localização de produtos nas gôndolas de um<br />
supermercado por um software que identifica o produto através do<br />
sistema de iluminação. Paradoxos tecnológicos a serem explorados<br />
para realmente mostrarem-se úteis e funcionais aos profissionais e<br />
usuários. (Por Carlos Fortes)<br />
A seguir, uma seleção de produtos que se destacaram na feira.<br />
<strong>L+D</strong><br />
79
ARTEMIDE<br />
1. ATOMO, em plástico moldado.<br />
Design de Ernesto Gismondi.<br />
2. FLASHIT, de Massimo Tassone<br />
– perfil de alumínio com fita de LED<br />
e difusor em acrílico translúcido para<br />
iluminação indireta.<br />
3 / 4 / 5. SISTEMA GRAFA, para<br />
iluminação difusa e indireta – exemplo<br />
do novo padrão para iluminação de<br />
escritórios, com corpo em alumínio<br />
e lente em policarbonato. Design de<br />
Jean Michel Wilmotte.<br />
6. PAD SYSTEM, de Carlotta de<br />
Bevilacqua – outro exemplo para<br />
iluminação de escritórios, com perfis<br />
de alumínio de apenas 16 mm.<br />
7. SPACE CLOUD, de Ross<br />
Lovegrove – pendente formado pela<br />
sobreposição de lâminas de alumínio<br />
anodizado perfurado.<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
7<br />
6<br />
5<br />
<strong>L+D</strong><br />
80
BENWIRTH LICHT<br />
8. LEDed B., de Ben Wirth<br />
– minimalismo na proposta<br />
que apresenta um bulbo de<br />
vidro transparente na forma de<br />
uma lâmpada incandescente<br />
convencional, com o LED<br />
escondido na base.<br />
8 9<br />
10<br />
11<br />
12<br />
DARK<br />
9. CAPTAIN CORK, de Miguel Arruda – o designer português propõe<br />
uma luminária em forma de pera confeccionada em cortiça, matéria-<br />
-prima tipicamente portuguesa.<br />
10 e 11. EDGAR ROUND e EDGAR SQUARE, plafonier e pendente<br />
com difusor translúcido.<br />
12. SHANGHA, pendente formado por lâminas de madeira, que cria<br />
um efeito de luz e sombra no ambiente.<br />
13. THE BIG BUBBLE, de Alex de Witte – bulbos de vidro transparente<br />
soprado com a fonte escondida na base.<br />
13<br />
<strong>L+D</strong><br />
81
IGUZZINI<br />
14 / 15. LAZER BLADE, família de luminárias modulares com<br />
refletor em plástico metalizado, em diferentes versões – fixas,<br />
orientáveis, com ou sem moldura.<br />
16 / 17 / 18. TRICK, luminária com lentes que produzem<br />
diferentes efeitos de luz e sombra.<br />
16<br />
17<br />
18<br />
14<br />
15<br />
<strong>L+D</strong><br />
82<br />
25
21<br />
22<br />
20<br />
19<br />
23<br />
LUCEPLAN<br />
19 / 20. COMPENDIUM, luminária de piso ou pendente,<br />
apresenta um perfil de alumínio que pode ser orientado para<br />
emissão de luz em diferentes direções. Design de Daniel Rybakken.<br />
21 / 22. OLALA, luminária em vidro transparente e OLEDs<br />
criada por emdedesign.<br />
23 / 24. TANGO, do argentino Francisco Gomez Paz –<br />
perfis metálicos que se movimentam nas juntas, modificando<br />
a emissão de luz.<br />
25. TIVEDO, luminária de mesa criada por Sebastian Bergne.<br />
24<br />
<strong>L+D</strong><br />
83
26<br />
27<br />
30<br />
31<br />
28<br />
29<br />
32<br />
33<br />
<strong>L+D</strong><br />
84
MARSET<br />
34<br />
26 / 27. FOLLOW ME, de Inma Bermúdez – luminária portátil<br />
e recarregável para áreas internas e externas.<br />
28 / 29. GINGER, de Joan Gaspar – as cúpulas das luminárias<br />
são confeccionadas em um material obtido pela compressão de<br />
madeira e papel, resultando em lâminas extremamente delicadas.<br />
30 / 31. HAZY DAY, de Uli Budde – a cúpula em vidro soprado<br />
cria um degradê do transparente ao translúcido, emulando a luz<br />
do sol filtrada pela neblina.<br />
32 / 33. SANTORINI, por Sputnik Estudio, luminárias para uso<br />
externo inspiradas nas lanternas de barcos de pesca.<br />
PROLICHT<br />
Da Áustria, a Prolicht apresenta luminárias com desenhos<br />
geométricos e divertidos.<br />
34. VICTORY, plafonier ou pendentes difusos.<br />
REGENT<br />
35. FLOW LED, luminária pendente totalmente difusa.<br />
36 / 37. TWEAK CLD, família de luminárias para escritórios, que<br />
sugere o controle individualizado da luz nas estações de trabalho.<br />
35<br />
37<br />
36<br />
<strong>L+D</strong><br />
85
38 39<br />
42<br />
SANTA & COLE<br />
38 / 39. BLANCOWHITE, de Antoni Arola – família de luminárias<br />
que explora as pequenas dimensões dos LEDs.<br />
40 / 41. NIMBA, de Antoni Arola – pendente formado por dois<br />
anéis, um externo que abriga os LEDs, e um interno que reflete a luz,<br />
criando um halo.<br />
42. TMC, de Miguel Milá – clássicos abajures com cúpulas reguláveis.<br />
40<br />
41 46<br />
<strong>L+D</strong><br />
86
TOBIAS GRAU<br />
43. STUDIO, pendente com módulos<br />
orientáveis para iluminação direta.<br />
44 / 45. XT, família de luminárias para<br />
iluminação de escritórios.<br />
43<br />
44<br />
45<br />
TUNTO<br />
46 / 47 / <strong>48</strong> / 49. Luminárias em madeira natural com LEDs e<br />
OLEDs, criadas pelo finlandês Mikko Kärkkäinen – desenho delicado<br />
aliado às mais avançadas tecnologias.<br />
47 <strong>48</strong> 49<br />
<strong>L+D</strong><br />
87
50<br />
ULRIKE MÄDER<br />
50 / 51. COUPOLE, para iluminação indireta –<br />
cúpula feita com polpa de papel reciclado, com um<br />
perfil que esconde os LEDs fixados na borda.<br />
51<br />
52<br />
53 54<br />
<strong>L+D</strong><br />
88<br />
VIBIA<br />
Linha de luminárias para áreas<br />
externas: 52. BAMBOO, design<br />
Arola & Rodrigues; 53. EMPTY,<br />
design Xúcla; 54. MERIDIANO,<br />
design Jordi Vilardell & Meritxell<br />
Vidall.<br />
55. WIRE FLOW, design Arik Levy.
57 58<br />
59<br />
56<br />
WEVER & DUCRÉ<br />
Da Bélgica, destacamos os seguintes produtos:<br />
56. BEBOW, design Serge e Robert Cornelissen – luminária<br />
composta por módulos geométricos, combina iluminação direta<br />
e difusa.<br />
57. BISHOP, design Wever & Ducré – cúpula em concreto.<br />
58 / 59. WIRO, design Bernd Steinhuber – luminária feita<br />
em fios de arame.<br />
60<br />
61<br />
62<br />
55<br />
63<br />
<strong>L+D</strong><br />
89<br />
GRAYPANTS<br />
Os holandeses da Graypants, além de suas conhecidas luminárias<br />
em papelão, apresentaram uma linha de luminárias em lâminas<br />
de alumínio.<br />
60 / 61. SCRAPLIGHTS, luminárias em papelão corrugado.<br />
62 / 63. STEPLIGHTS, luminárias em anéis de alumínio.
PARA SABER MAIS<br />
Allume<br />
Fábio Alvim Design<br />
Tacoa Arquitetos<br />
T: +55 <strong>48</strong> 3028 2254<br />
Tel: +55 11 993072323<br />
T: +55 11 3159 3045<br />
www.allume.arq.br<br />
www.fabioalvimdesign.com<br />
www.tacoa.com.br<br />
Arquitetura e Luz<br />
Foster & Partners<br />
United Visual Artists<br />
T: +55 31 9952 7822<br />
T: +44 (0)20 7738 0455<br />
Tel: +44207378 0303<br />
sonia2sm@gmail.com<br />
www.fosterandpartners.com<br />
www.uva.co.uk<br />
Electrolight<br />
Lichia Lighting<br />
Wonderglass<br />
Tel: +6139670 2694<br />
T: +55 11 4508 8446<br />
Tel: +44020 7631 2061<br />
www.electrolight.com.au<br />
www.lichialighting.com<br />
www.wonder-glass.com<br />
Estúdio Carlos Fortes<br />
Orproject<br />
Tel: +55 11 3064 4194<br />
T: +44 7940 3668 12<br />
www.estudiocarlosfortes.com<br />
www.orproject.com<br />
PATROCINADORES<br />
Avant<br />
LG Electronics<br />
Luxion<br />
Sylvania<br />
T: (11) 2085 0093<br />
T: 4004 5400<br />
www.luxion.com.br<br />
T: (11) 3133 2400<br />
www.avantsp.com.br<br />
www.lge.com/br<br />
T: (54) 3021 0007<br />
www.sylvania.com.br<br />
página 25<br />
página 29<br />
página 21<br />
página 31<br />
E:Light<br />
Light Design + Exporlux<br />
Mantra<br />
Trancil<br />
T: (11) 3062 7525<br />
T: (81) 3339 1654<br />
T: (41) 3026 8081<br />
T: 0800 979 9030<br />
páginas 76 e 77<br />
www.lightdesign.com.br<br />
www.mantraco.org<br />
www.trancil.com.br<br />
páginas 4 e 5<br />
páginas 16 e 17<br />
página 23<br />
Euroled<br />
Lumicenter<br />
Nichia<br />
Ventana<br />
T: (11) 3045 8670<br />
T: (41) 2103 2750<br />
T: +1 678 259 9258<br />
T: (11) 4596 1100<br />
www.euroledbrasil.com.br<br />
www.lumicenter.com.br<br />
www.nichia.com<br />
www.ventanabr.com<br />
página 15<br />
página 9<br />
página 33<br />
página 13<br />
Inside<br />
Luminárias Projeto<br />
Omega Light<br />
Wall Lamps<br />
T: (11) 4746 1352<br />
T: (11) 2946 8200<br />
T: (11) 5034 1233<br />
T: (11) 3386 4700<br />
www.inside.ind.br<br />
www.luminariasprojeto.com.br<br />
www.omegalight.com.br<br />
www.wallamps.com.br<br />
<strong>L+D</strong><br />
página 27<br />
página 39<br />
páginas 6 e 7<br />
2ª capa<br />
90<br />
Itaim Iluminação<br />
Lumini<br />
Osvaldo Matos<br />
T: (11) 4785 1010<br />
T: (11) 3437 5555<br />
T: (11) 3045 3095<br />
www.itaimiluminacao.com.br<br />
www.lumini.com.br<br />
www.osvaldomatos.com.br<br />
3ª capa<br />
4ª capa<br />
página 11<br />
Lemca Iluminação<br />
Lutron<br />
Steluti<br />
T: (11) 2827 0600<br />
www.lutron.com/latinamerica<br />
T: (11) 3079 7339<br />
www.lemca.com.br<br />
página 35<br />
www.steluti.com.br<br />
página 40<br />
página 41
inovação a favor<br />
da excelência técnica<br />
corpo em alumínio<br />
injetado com sistema<br />
especial de vedação.<br />
possui conjunto<br />
óptico em polímero<br />
desenvolvido para<br />
amaciar o facho sem<br />
perder eficiência.<br />
led bath<br />
ideal para iluminação<br />
geral de ambientes<br />
úmidos como banheiros,<br />
varandas e áreas de<br />
piscina coberta.<br />
lumini.com.br