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A percepção de juventude a partir do Projeto Saúde e ... - Uece

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Nesse caminho, é preciso pensar, também, políticas públicas <strong>de</strong><br />

juventu<strong>de</strong> para além <strong>do</strong> lugar que, hoje ocupam. Isso significa propor<br />

para<strong>do</strong>xalmente na institucionalização, a <strong>de</strong>sinstitucionalização, o que se configura<br />

outro <strong>de</strong>safio.<br />

Abri-se aqui um parêntese para clariar sob qual ótica se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />

<strong>de</strong>sinstitucionalização. Isso se constitui na <strong>de</strong>sconstrução <strong>do</strong>s saberes, práticas,<br />

culturas e valores pauta<strong>do</strong>s nas percepções <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> que requer <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com Hadler e Guareschi (2010) <strong>de</strong>smontar as respostas científica e institucional,<br />

romper a relação mecânica <strong>de</strong> causa-efeito para <strong>de</strong>sconstruir o problema, recompon<strong>do</strong>-o,<br />

re-complexifican<strong>do</strong>-o e superar a invalidação, tu<strong>do</strong> isso está implica<strong>do</strong><br />

num processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinstitucionalização.<br />

Pensar na <strong>de</strong>sintitucioanlização, nesse contexto, é enxergar a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação daquilo que estanca as intensida<strong>de</strong>s, das políticas<br />

públicas. É potencializar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação <strong>do</strong>s fazeres e dizeres, ou<br />

seja, <strong>do</strong>s saberes e práticas, aqui referidas as ações e educação e saú<strong>de</strong> com foco<br />

nos jovens.<br />

É, também, <strong>de</strong>snaturalizar as crenças em verda<strong>de</strong>s incondicionadas, que<br />

tomam ou dão forma a uma instituição no momento em que esta instala uma posição<br />

supostamente eterna, verda<strong>de</strong>ira, imutável e inquestionável.<br />

Constitui portanto, no âmbito das políticas macro, um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio,<br />

mudar a visão <strong>do</strong> que é aparentemente imutável nas políticas universais e<br />

setorializadas <strong>de</strong> Educação, Geração <strong>de</strong> Emprego e Renda, <strong>de</strong> Assistência Social,<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, entre outras. E em especial da Educação como re<strong>de</strong>ntora e corretora das<br />

distorções sociais, pelo seu caráter forma<strong>do</strong>r, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da or<strong>de</strong>m social<br />

produtora <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s. Pois esse mo<strong>de</strong>lo é i<strong>de</strong>ológico, imputa a educação as<br />

mudanças sociais e escamoteia os mecanismos e causas estruturais e contribui para<br />

que se mantenham intactas as condições sociais da atualida<strong>de</strong>.<br />

Ainda pautada na visão da <strong>de</strong>sinstitucionalização se constitui o terceiro<br />

<strong>de</strong>safio: <strong>de</strong> implementar uma política que transponha as percepções<br />

estigmatiza<strong>do</strong>ras e homogêneas da juventu<strong>de</strong>. Talvez esse seja o maior <strong>de</strong>safio,<br />

pois congrega os <strong>de</strong>safios cita<strong>do</strong>s anteriormente da institucionalização e<br />

<strong>de</strong>sinstitucionalização e o que o que será exposto posteriormente, o da<br />

intersetorialida<strong>de</strong>. Bango, 2003, revela- nos que:

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