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A percepção de juventude a partir do Projeto Saúde e ... - Uece

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5 SABERES E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE A PARTIR DAS<br />

PERCEPÇÕES SOCIAIS DE JUVENTUDE<br />

5.1 Construção Sociológica <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> a <strong>partir</strong> das percepções sociais<br />

A discussão sobre juventu<strong>de</strong> ocupa um espaço importante, após a<br />

Segunda Guerra Mundial. Isso acontece segun<strong>do</strong> Reguillo (2003), nos diversos<br />

campos: na ciência, no Esta<strong>do</strong>, na Igreja, no merca<strong>do</strong> e na mídia. Ressalta, ainda,<br />

que, neste perío<strong>do</strong> se consolida um discurso jurídico, um discurso escolar e uma<br />

florente indústria, que reivindica a existência <strong>do</strong>s jovens como sujeitos <strong>de</strong> direito e<br />

como sujeitos <strong>de</strong> consumo. E que, pela primeira, vez ofereciam-se produtos <strong>de</strong><br />

consumo exclusivos para os jovens.<br />

No transcorrer da história, vê-se <strong>de</strong>senhar a reação <strong>do</strong>s jovens ao cenário<br />

social com os símbolos da contestação: os lost generation e os beatniks<br />

expressavam a insatisfação com a irracionalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> capitalismo, <strong>de</strong>sumanização e<br />

frivolida<strong>de</strong>. “Os hippies manifestavam mo<strong>de</strong>los alternativos <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>.”<br />

(VALENZUELA, 1998).<br />

Por volta <strong>do</strong>s anos 1950 a problemática da juventu<strong>de</strong> era a “predisposição<br />

para a transgressão e a <strong>de</strong>linquência”, portanto, entendida quase como inerente à<br />

condição juvenil, à corporificação da figura <strong>do</strong> “rebel<strong>de</strong> sem causa”. Nos anos 1960<br />

e 1970, a problemática tinha um caráter político, era uma geração que ameaçava a<br />

or<strong>de</strong>m social, política, moral. Culturalmente, surgia a contracultura, a contra<br />

tecnocracia e com elas os movimentos pacifistas e os hippies. Aqui a juventu<strong>de</strong> se<br />

apresenta como categoria transforma<strong>do</strong>ra e sua representação congregava o me<strong>do</strong><br />

da revolução para uma parte da socieda<strong>de</strong>.<br />

Chega-se aos anos 1980 e Helena Abramo (1994) revela que está posta<br />

para a juventu<strong>de</strong>, nesse perío<strong>do</strong> uma tentativa <strong>de</strong> homogeneização, evocação<br />

comparativa com a juventu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s anos 1960, estereotipan<strong>do</strong> e i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> a<br />

juventu<strong>de</strong> como passiva e alienada, sen<strong>do</strong> esta vista como trai<strong>do</strong>ra da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e<br />

essência “rebel<strong>de</strong>”, entendida como “própria” da condição juvenil.

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