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Anais do I Congresso de Bioetica e Bem-Estar Animal - Unoesc

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<strong>Anais</strong> <strong>do</strong> I <strong>Congresso</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e<br />

I Seminário Nacional <strong>de</strong> Biossegurança e Biotecnologia <strong>Animal</strong><br />

massivas <strong>de</strong> gases tóxicos, produtos químicos gera<strong>do</strong>s nas fábricas, metais pesa<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s<br />

resultantes da ativida<strong>de</strong> industrial. Estes produtos tem si<strong>do</strong> aponta<strong>do</strong>s como causa <strong>do</strong><br />

aquecimento global, da perturbação na camada <strong>de</strong> ozônio, à extinção <strong>de</strong> espécies tanto<br />

local quanto globalmente, à redução da capacida<strong>de</strong> reprodutiva <strong>de</strong> animais e plantas<br />

(inclusive o homem); ressalto que é provável que alguns efeitos <strong>de</strong>letérios venham a ser<br />

caracteriza<strong>do</strong>s só em anos vin<strong>do</strong>uros, pelo caráter crônico ou marginal <strong>do</strong>s efeitos que<br />

alguns <strong>de</strong>stes produtos causam na fisiologia <strong>do</strong>s seres vivos. Não po<strong>de</strong> ser esqueci<strong>do</strong> que<br />

a quantida<strong>de</strong> imensa <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos orgânicos gerada pela população humana <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 6<br />

bilhões <strong>de</strong> pessoas, associa<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>jetos orgânicos oriun<strong>do</strong>s das criações animais são,<br />

via <strong>de</strong> regra, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s in natura a cursos d’água em geral, acarretan<strong>do</strong> a eutrofização da<br />

água e a morte <strong>de</strong> seres vivos outros que não os anaeróbicos; as marés vermelhas (bloom<br />

<strong>de</strong> algas) são o efeito mais visível <strong>de</strong>ste problema (ALTIZER et al., 2003).<br />

Tráfego internacional <strong>de</strong> pessoas, animais e seus subprodutos<br />

Nos últimos 3000 anos da história da humanida<strong>de</strong> nunca o homem moveu-se<br />

tão rápi<strong>do</strong> como agora. Esta velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> pessoas, animais e seus<br />

subprodutos, associada ao gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> comércio implica em que to<strong>do</strong> e qualquer<br />

micro- ou macroorganismo que esteja colonizan<strong>do</strong> estas pessoas e animais (ou mesmo<br />

produtos não orgânicos, mas que po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> vetores mecânicos <strong>de</strong> parasitas) também<br />

viaja junto. Isto permite que, no espaço <strong>de</strong> poucas horas, um agente infeccioso po<strong>de</strong> estar<br />

<strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> planeta, com potencial <strong>de</strong> infectar uma gama completamente diversa<br />

<strong>de</strong> hospe<strong>de</strong>iros, os quais, muitas vezes, são completamente ingênuos (naive) para esta<br />

nova modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção. Espécies invasoras são atualmente um grave problema<br />

ambiental, on<strong>de</strong> mesmo espécies não-parasitárias tem causa<strong>do</strong> graves prejuízos à saú<strong>de</strong>,<br />

ao comércio, e aos ecossistemas <strong>do</strong>s locais invadi<strong>do</strong>s (CROSSAN et al., 2007; BLOUIN<br />

et al., 1995; DASZAK E CUNNINGHAM, 1999; KILPATRICK et al., 2006).<br />

Isto posto, concluo ressaltan<strong>do</strong> que conservação ambiental e controle <strong>de</strong><br />

zoonoses (<strong>de</strong> e para animais silvestres) estão intimamente relaciona<strong>do</strong>s e pensar em<br />

soluções e formas <strong>de</strong> mitigar um é ajudar no controle <strong>do</strong> outro (DASZAK et al., 2007).<br />

Um ecossistema diverso, pouco poluí<strong>do</strong> química e organicamente, coloniza<strong>do</strong> por uma<br />

população (animais e pessoas) que se alimenta <strong>de</strong> forma saudável; STEPHENSON et al.,<br />

2000; COOP E KYRIAZAKIS, 1999), é um ecossistema menos propenso a ser invadi<strong>do</strong><br />

prejudicialmente por micro- ou macro- fauna e flora.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ALTIZER, S; HARVELL, D; FRIEDLE, E. Rapid evolutionary dynamics and disease<br />

threats to biodiversity. Trends Ecol Evol, 18(11):589-596, 2003.<br />

ANDERSON PK, CUNNINGHAM AA, PATEL NG, MORALES FJ, EPSTEIN PR,<br />

DASZAK P. Emerging infectious diseases of plants: pathogen pollution, climate change<br />

and agrotechnology drivers. Trends Ecol Evol, 19(10):535-44, 2004.<br />

BLOUIN, MS; YOWELL, CA; COURTNEY, CH; DAME, JB. Host movement and the<br />

genetic structure of populations of parasitic nemato<strong>de</strong>s. Genetics, 141: 1007-1014,1995.<br />

COOP, RL; KYRIAZAKIS, I. Nutrition-parasite interaction. Veterinary Parasitology,<br />

84:187-204, 1999.<br />

Sistema CFMV/CRMVs - Comissão <strong>de</strong> Ética, Bioética e <strong>Bem</strong>-<strong>Estar</strong> <strong>Animal</strong> e Comissão <strong>de</strong> Biotecnologia e Biossegurança

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