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Contingências entrelaça<strong>da</strong>s e o estudo do comportamento verbal<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

60<br />

Esta pesquisa teve como objetivo analisar relações entrelaça<strong>da</strong>s envolvendo comportamento<br />

verbal. As relações ocorri<strong>da</strong>s nas três situações permitiram uma amostra relativamente extensa de<br />

contingências entrelaça<strong>da</strong>s envolvendo tanto comportamento verbal como não verbal.<br />

O objetivo específico de verificar a modelagem de comportamento de resolução de um<br />

problema complexo permitiu encontrar detalhes importantes não explícitos na fábula de Skinner<br />

(1988). Um primeiro detalhe foi a utilização excessiva de autoclíticos alterando respostas verbais<br />

no ouvinte e produzindo estímulos pré-correntes e auxiliares quando a regra emiti<strong>da</strong> pelo experimentador<br />

não era possível de identificar as relações entre os eventos (o estímulo discriminativo<br />

especificado pela regra não era claro).<br />

Outro detalhe foi o controle que a regra exerceu sobre o comportamento do ouvinte<br />

temporalmente distante. Tal discussão parece ser importante uma vez que Catania (1999), Mallot<br />

e Braam (1991), Glenn e Mistr (1992) e Reitman e Gross (1996), reportam-se a esse fenômeno<br />

como um estímulo condicional e não como um estímulo discriminativo apontado por Skinner em<br />

1969. Frente a essa discussão, Skinner (1957) abor<strong>da</strong> no capítulo Estimulação Suplementar um<br />

tópico que parece esclarecer este impasse quando o falante fortalece o comportamento verbal do<br />

ouvinte. No momento em que uma regra passa a ser emiti<strong>da</strong> por um falante produz estimulações<br />

suplementares no ouvinte a ponto de “levar o ouvinte a dizer algo, que de outra forma, ele não<br />

diria” (p.321).<br />

A emissão de um tato permite que tanto falante como ouvinte fiquem sob controle de<br />

variáveis essencialmente iguais, desmistificando a ideia de que algo é comunicado ao ouvinte. E<br />

neste mesmo momento, o ouvinte passa a se comportar como falante e não é “surpreendente o fato<br />

de ele [tato] poder ser reduzido a uma suplementação ecóica, textual ou intraverbal” (p.321).<br />

No segundo momento, foi possível identificar regras extraí<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s situações de modelagem,<br />

verificar como se estabelecem as relações verbais e o que ocorreu nas interações entre indivíduos<br />

não pertencentes à mesma comuni<strong>da</strong>de verbal. A imitação, neste momento, foi o processo operante<br />

mais utilizado pelo sujeito que não pertencia à comuni<strong>da</strong>de sócio-verbal (S3 – Sexta-Feira), porém<br />

o resultado final foi que ele não conseguiu formular uma regra eficaz, no sentido de resolver o<br />

problema do jogo.<br />

No último momento <strong>da</strong> pesquisa foi possível verificar efeitos <strong>da</strong>s regras na relação entrelaça<strong>da</strong>s<br />

entre sujeitos pertencentes à mesma comuni<strong>da</strong>de sócio-verbal. Dentre as muitas relações<br />

obti<strong>da</strong>s destacou-se a utilização de partículas verbais seleciona<strong>da</strong>s no primeiro momento em que<br />

Crusoé (S2) jogava com o objetivo de extrair a regra do jogo.<br />

REFERÊNCIAS<br />

R<br />

E<br />

V<br />

I<br />

S<br />

T<br />

A<br />

ANDERY, M.A.P.A, et al. Análise de fenômenos sociais: esboçando uma proposta para a identificação<br />

de contingências entrelaça<strong>da</strong>s e metacontingências. In: TODOROV, J.C., et al. (Org.)<br />

Metacontingências: comportamento, cultura e socie<strong>da</strong>de. Santo André, SP: ESETec Editores<br />

Associados, 2005.<br />

CATANIA, C.A. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. 4. ed. Porto Alegre:<br />

Artes Médicas, 1999.<br />

TERRA E CULTURA - N o 48 e 49 - Ano 25 - Janeiro a Dezembro de 2009

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