fundamentos de fÃsica i fundamentos de fÃsica i - Departamento de ...
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AULA 1 - A FÍSICA E A COMPREENSÃO DA NATUREZA<br />
OBJETIVOS (AO FINAL DESTA AULA VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE...)<br />
• DISCUTIR COM SEUS COLEGAS ALGUNS ASPECTOS HISTÓRICOS DA MECÂNICA NEWTONIANA<br />
• RECONHECER OS LIMITES DE VALIDADE DAS TEORIAS FÍSICAS E AS SIMPLIFICAÇÕES ENVOLVIDAS<br />
• DESCREVER O QUE SÃO AS GRANDEZAS FÍSICAS, SEUS PADRÕES E SUAS UNIDADES<br />
• ENTENDER O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES E A NOTAÇÃO CIENTÍFICA<br />
• FAZER ANÁLISE DIMENSIONAL, CONVERSÃO DE UNIDADES E ESTIMAR ORDEM DE GRANDEZA<br />
• OPERAR COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS E EXPRESSAR A INCERTEZA DE UMA MEDIDA<br />
• DISTINGUIR ENTRE PRECISÃO E EXATIDÃO DE UMA MEDIDA E CALCULAR O VALOR MAIS PROVÁVEL<br />
1.1 ALGUMAS RAZÕES PARA NÃO SE ESQUECER DA FÍSICA<br />
Quase todo livro <strong>de</strong> física que conhecemos começa com um discurso sobre o quanto a física<br />
é bela e importante. Quanto a isto não restam dúvidas. Mas se a física é assim tão bacana e tão<br />
fundamental porque será que as pessoas sempre nos dizem, educadamente, que “não gostam<br />
muito da física”. Normalmente a razão <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>sencanto é conseqüência da dificulda<strong>de</strong> com a<br />
linguagem empregada (no caso, a matemática), e não com a física propriamente dita. Outras<br />
vezes o problema não é com a matemática, mas com o entendimento dos conceitos. Também,<br />
não é para menos, você <strong>de</strong>ve se lembrar <strong>de</strong> ter passado horas discutindo sobre um <strong>de</strong>terminado<br />
assunto, escrevendo fórmulas e mais fórmulas no quadro, sem, contudo, ter feito o mais simples<br />
dos experimentos para observar o que acontece.<br />
Por exemplo, você enten<strong>de</strong> que velocida<strong>de</strong> média é o <strong>de</strong>slocamento durante um dado<br />
intervalo <strong>de</strong> tempo, sabe escrever que v m = ∆x/∆t, sabe que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da direção e do sentido,<br />
mas não compreen<strong>de</strong> exatamente o que isto significa. Faça então o seguinte experimento:<br />
Escolha um local em sua casa que esteja ligado ao seu quarto por uma linha reta. Experimente<br />
andar do seu quarto até esse local, contando o número <strong>de</strong> passos e cronometrando o tempo gasto<br />
no percurso. Calcule agora sua velocida<strong>de</strong> média.<br />
©Todos os direitos reservados. <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> Física da UFMG Página 15<br />
No nosso caso, para ir do quarto para o banheiro, foram percorridos 10 passos durante um<br />
intervalo <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> 10 segundos. Logo, a velocida<strong>de</strong> média foi <strong>de</strong> 1 passo por segundo. Mas,<br />
velocida<strong>de</strong> é uma gran<strong>de</strong>za vetorial. Quer dizer, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da direção e do sentido. Como assim?<br />
Se o objetivo fosse tomar um banho, andar 1 passo por segundo na “direção” quarto-cozinha não<br />
serviria. Também não adiantaria estar na direção correta, quarto-banheiro, seria preciso andar no<br />
“sentido” correto: do quarto para o banheiro.<br />
Como po<strong>de</strong> ver, para apren<strong>de</strong>r física é preciso vivenciar a física. E é com esse intuito<br />
que gostaríamos <strong>de</strong> lhe convidar para uma jornada fascinante rumo ao entendimento do<br />
comportamento da natureza e, conseqüentemente, da própria física. Mesmo porque você já<br />
vivencia a física em seu dia-a-dia. Vamos lembrar algumas situações em que isto ocorre.<br />
Imagine como seria comprar uma calça ou um sapato se em cada lugar que você chegasse o<br />
número 37 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>sse do tamanho do pé do prefeito? Como seriam as relações comerciais entre<br />
os países? E a comparação entre os trabalhos científicos? Pois é, o Sistema Internacional <strong>de</strong><br />
Unida<strong>de</strong>s estabelece os padrões <strong>de</strong> comprimento, tempo e massa que permitem uma<br />
uniformização das medições em todo o mundo.<br />
Será que você conseguiria chegar a tempo em seu trabalho sem levar em conta o tempo<br />
necessário para o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> sua casa até o local <strong>de</strong> trabalho? E sem levar em conta a<br />
velocida<strong>de</strong> média dos automóveis no horário <strong>de</strong> pico do trânsito em sua cida<strong>de</strong>? Você já<br />
experimentou <strong>de</strong>scer <strong>de</strong> um ônibus em movimento? Por sua própria experiência, já sabe que sua<br />
velocida<strong>de</strong> relativa ao chão é maior, portanto, precisará aumentar o ritmo <strong>de</strong> sua passada<br />
quando colocar o pé no chão ou acabará caindo.<br />
Seria possível andar se não houvesse atrito? Experimente correr <strong>de</strong> meias sobre um chão<br />
bem encerado e <strong>de</strong>pois sobre um piso bem grosso. Percebeu como a rugosida<strong>de</strong> do piso interfere?<br />
Tente agora abrir a porta <strong>de</strong> sua casa empurrando próximo à maçaneta e <strong>de</strong>pois próximo à<br />
dobradiça? Qual é o jeito mais fácil? Aplicar uma força mais longe do ponto <strong>de</strong> rotação gera maior<br />
torque, portanto, menor força para se realizar o mesmo movimento.<br />
É mais fácil frear um carro ou um caminhão andando à mesma velocida<strong>de</strong>? Todo mundo<br />
sabe que é o carro. Isso mesmo, precisa se fazer menos força para frear o objeto com menor<br />
momentum ou quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento.<br />
Uma brinca<strong>de</strong>ira que sempre fazemos com os alunos novatos no laboratório é pedir a eles<br />
que fervam um pouco <strong>de</strong> água até 110 0 C. Depois <strong>de</strong> um bom tempo fervendo a água eles voltam<br />
dizendo: “Professor, o termômetro não passa <strong>de</strong> 100 0 C !!!!”. Pior seria ter <strong>de</strong> tomar remédio para<br />
febre toda vez que alguém resolvesse “medir” sua temperatura com a mão.<br />
Você já viu um ovo que tenha espatifado no chão, espontaneamente, fazer o movimento<br />
inverso e voltar, inteirinho, para cima da mesa? Você já vivenciou uma situação em que todo o ar<br />
©Todos os direitos reservados. <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> Física da UFMG Página 16