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HORTO DO CAMPO GRANDE <strong>MAGAZINE</strong> 55<br />
H.C.G.M.: O transplante de árvores é outra das áreas em que a<br />
Teleflora detém muita experiência. Gostaria de partilhar connosco<br />
alguns desses desafios<br />
A.C.B.: A experiência da Teleflora em transplantes de árvores iniciou-se<br />
com o transplante de palmeiras de grande porte. Posteriormente,<br />
na década de 90, fizemos um acordo com um parceiro<br />
detentor da exclusividade do sistema Optimal para a Península<br />
Ibérica, o que permitiu à Teleflora, em consórcio com os Viveiros<br />
Falcão, realizar todos os transplantes, das diversas espécies<br />
existentes na área, onde de futuro viria a surgir a Expo’98. Foi<br />
neste âmbito que se realizou aquela que foi considerada uma<br />
das maiores operações de transplante em Portugal e que consistiu<br />
no transplante de uma Phoenix reclinata, existente no local<br />
que agora acolhe o Estádio do Sporting, tufo este com mais de<br />
50 pés e com uma altura entre 6 e 12 metros. Este transplante<br />
surgiu na sequência de negociações e contrapartidas entre a<br />
Câmara Municipal de Lisboa e a Teleflora, o que nos permitiu oferecer<br />
esta palmeira à Expo’98, para a sua colocação na sua área<br />
de intervenção. Procederam-se a inúmeros trabalhos de preparação<br />
e, durante a operação, foram vários os desafios técnicos<br />
com que nos deparámos, principalmente por se tratar de uma<br />
árvore de grande porte que possuía, não um, mas vários troncos.<br />
De referir que, dada a especificidade destes trabalhos, a sua boa<br />
concretização só foi possível graças a todos os meios humanos e<br />
técnicos envolvidos, alguns pioneiros neste tipo de trabalho.<br />
Paralelamente a estes trabalhos, concretizou-se também o transplante<br />
de cerca de um milhar de pinheiros de grande porte, transplantes<br />
inéditos em Portugal à data, também tendo como destino<br />
final, a Expo’98. Desde então, têm sido muitos os trabalhos<br />
realizados no transplante de árvores de grande porte como, por<br />
exemplo, as centenas de oliveiras e azinheiras transplantadas do<br />
Alqueva, através de um protocolo realizado com a EDIA. Actualmente,<br />
as inúmeras solicitações que recebemos comprovam que<br />
somos uma empresa de referência nesta área específica.<br />
“Estou há 25 anos à frente<br />
deste projecto e a verdade<br />
é que parece que foi ontem<br />
que tudo começou, o que me<br />
leva a concluir que ao “construir<br />
paisagem” não damos<br />
pelo tempo passar.”<br />
H.C.G.M.: Em que áreas é que se pode e deve inovar ainda mais<br />
A.C.B.: Inovar é um desafio diário, mas a técnica de Aerossementeira, em que<br />
investimos bastante na aquisição de equipamentos, é sem dúvida uma área<br />
que gostaríamos de aprofundar. Trata-se da execução de sementeiras por via<br />
aérea, o que permite, a baixo custo, combater a erosão em grandes áreas.<br />
Foi desenvolvida não só para se proceder aos trabalhos em zonas inacessíveis,<br />
mas também para combater a erosão causada pelos incêndios florestais.<br />
No nosso parecer, os solos, independentemente de a quem pertençam, são<br />
um bem Nacional e como tal a sua preservação deveria estar contemplada no<br />
erário público. Embora até à data este processo não tenha tido a aceitação<br />
que pretendíamos, continuamos a trabalhar com a convicção de que esse dia<br />
chegará, à semelhança do que acontece em países como os Estados Unidos,<br />
o Canadá e o Brasil, entre outros.<br />
H.C.G.M.: O ano de 1994 marcou a constituição da empresa subsidiária<br />
S.Y.P. Siembras y Plantaciones, em Espanha. Que balanço pode ser feito da<br />
sua actividade<br />
A.C.B.: Em 1994, a utilização do método da hidrossementeira em Portugal,<br />
técnica em que éramos líderes do mercado, atingia o seu auge. No entanto, o<br />
mercado português começava a tornar-se demasiado pequeno. Perante isto,<br />
porque não explorar o país vizinho, com uma maior dimensão e em franco<br />
crescimento Sabíamos que nesta área tão específica, a Espanha detinha<br />
um know-how inferior ao nosso, e foi assim que criámos a nossa primeira<br />
sucursal fora de Portugal. Demos muito, mas também aprendemos muito em<br />
Espanha, e embora tenhamos começado pela hidrossementeira e pelas plantações<br />
maciças em vias de comunicação, recentemente, os trabalhos realizados<br />
evoluíram também para outros âmbitos, como seja os ajardinamentos de<br />
inúmeros parques industriais, ETARs, e trabalhos de enquadramento paisagístico<br />
em centros comerciais, etc..<br />
H.C.G.M.: A grandiosidade e grau de exigência das obras realizadas pela Teleflora<br />
implicam um elevado investimento em equipamentos técnicos especializados.<br />
Que exemplos nos pode dar<br />
A.C.B.: As Hidrossemeadoras de maior calibre, o veículo anfíbio adquirido<br />
para as intervenções realizadas na Ria Formosa, os aparelhos específicos<br />
para o processo das Aerossementeiras, as transplantadoras de médio calibre<br />
e a introdução do Sistema Optimal. O laboratório de tratamento de sementes<br />
também mereceu um forte investimento através da aquisição de equipamentos<br />
de diagnóstico, tais como câmaras de germinação, tararas, mesas dissimétricas,<br />
rectificadoras de semente, câmaras frigoríficas de condições controladas<br />
e estufas de secagem, entre outros.<br />
Também na área de diagnóstico fitossanitário de árvores foram feitas várias<br />
apostas em equipamento mecânico e electrónico para testes do estado físico<br />
das mesmas, assim como em equipamento de trepa devidamente certificado<br />
para o efeito. Claro que a utilização destes equipamentos exige técnicos<br />
especializados, pelo que a formação é também uma área em que investimos<br />
muito.