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HORTO DO CAMPO GRANDE <strong>MAGAZINE</strong> 74<br />
Casas nobres, jardins, lendas e tradições. No Lumiar, a riqueza do património histórico<br />
desperta a curiosidade de conhecer de perto lugares ainda hoje fiéis à sua origem.<br />
A Quinta de São Sebastião, com o seu palacete e envolvente paisagística, é um desses<br />
espaços privilegiados. Um sofisticado condomínio residencial está agora integrado<br />
nos jardins da Quinta, que também foram alvo de um projecto de recuperação.<br />
Manter o equilíbrio visual entre as novas estruturas edificadas, os espaços verdes<br />
e a traça antiga do palacete foi o maior objectivo.<br />
Contextualização histórica<br />
Com uma área total de 19 mil m², a Quinta de São Sebastião, construída no<br />
século XVII, deve o seu nome à proximidade com a Ermida de São Sebastião,<br />
situada no Largo com a mesma designação. Ao longo da história, a propriedade<br />
foi pertença de várias famílias, tendo-se desenvolvido significativas obras<br />
de reconstrução e valorização, tanto do palácio como das zonas verdes envolventes.<br />
O arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, um dos nomes mais conceituados<br />
no domínio da arquitectura paisagista em Portugal, foi o responsável pelo<br />
estudo das áreas ajardinadas da Quinta nos anos 70.<br />
Pérgula e pavilhão real<br />
Duas construções imponentes<br />
A Quinta reúne, no seu conjunto, um acervo artístico de grande riqueza e<br />
diversidade, sendo peremptório deixar um apontamento especial para a pérgula<br />
e para o pavilhão real, enquanto dois dos elementos arquitectónicos mais<br />
singulares. Ao longo de um caminho coberto, a pérgula conduz ao extenso<br />
relvado onde se encontram o lago (artificial) e o pavilhão real. O tecto de arco<br />
abatido ostenta pinturas com motivos vegetalistas, com destaque<br />
para a folha de videira enquanto elemento decorativo.<br />
Sensivelmente a meio da sua extensão está uma escadaria de<br />
balaústres em cantaria que conduz ao amplo relvado onde se<br />
situam o lago e o pavilhão real.<br />
O pavilhão real destaca-se pela magnificência das paredes e<br />
tecto totalmente decorados com magníficas pinturas a fresco<br />
realizadas pelo arquitecto A. Basalisa, em 1971. A composição<br />
central é enquadrada em trompe l’oeil (técnica artística com truques<br />
de perspectiva que cria uma ilusão óptica ao mostrar algo<br />
que não existe realmente) de colunas, balaustrada e escada-