Entrevista Adhemar Altieri, diretor de Comunicação Corporativa da Unica Panorama dentro do Br<strong>as</strong>il, pois é aqui que é feito o etanol. Ou seja, os ganhos vão muito além do preço na bomba e eles precisam ser compreendidos pelo consumidor que, invariavelmente, faz uma análise simplista, b<strong>as</strong>eada no preço do etanol e da g<strong>as</strong>olina na bomba, m<strong>as</strong> isso não inclui <strong>as</strong> perd<strong>as</strong> enormes que estão ocorrendo hoje na Petrobr<strong>as</strong>, por ela ser obrigada a vender g<strong>as</strong>olina abaixo do custo. E quem paga essa conta, a Petrobr<strong>as</strong> não pertence a todos nós E se é <strong>as</strong>sim, quando ela tem um imenso prejuízo, como vem tendo, quem paga por isso é o público. Esse é o preço de o governo utilizar a Petrobr<strong>as</strong> para dar encaminhamento à sua política de controle da inflação. Temos que trabalhar para que o consumidor preste atenção nos detalhes e perceba tudo que há nesse meio de campo. Não é meramente o preço na bomba, pois o preço do etanol não reflete os benefícios que ele gera, por isso a campanha prioriza os benefícios. As pesso<strong>as</strong>, primeiro, têm que ter muito claro que esse é um combustível que te dá um ar mais limpo, mais empregos e gera divis<strong>as</strong>, ou seja, nós não queimamos divis<strong>as</strong> br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong> para ter esse combustível, nós ganhamos divis<strong>as</strong>, pois essa indústria também faz açúcar e 70% do açúcar produzido no Br<strong>as</strong>il é exportado, é o quinto item da pauta de exportações br<strong>as</strong>ileira. São mais de US$ 15 bilhões por ano que o setor traz para dentro do Br<strong>as</strong>il. Qual a região do País onde esse esforço promocional é mais intenso No momento a campanha está centrada em São Paulo, porque o Estado consome 70% do etanol br<strong>as</strong>ileiro e é onde está a maior oportunidade de expansão d<strong>as</strong> vend<strong>as</strong>. Essa campanha pode ir para outros Estados. Isso está sendo discutido, pois existem mais três outros Estados onde, habitualmente, o etanol é competitivo no mercado, ou seja, tem preço abaixo de 70% do preço da g<strong>as</strong>olina na bomba. Min<strong>as</strong> Gerais também está desenvolvendo esse esforço de incentivar o consumo. O Estado vai aderir à campanha da Unica Min<strong>as</strong> está discutindo se vai aderir à campanha da Unica. Quem já decidiu aderir é o Paraná, por meio da Alcopar, e outros Estados onde o preço está competitivo. Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também estão examinando essa possibilidade. Min<strong>as</strong> Gerais têm dificuldades, pois o ICMS ainda é elevado e lá tem uma g<strong>as</strong>olina barata, o que dificulta a competitividade do etanol. M<strong>as</strong> de qualquer forma é um dos grandes Estados br<strong>as</strong>ileiros em termos de população e de consumo de combustíveis, por isso seria importante fazer a campanha lá para transmitir um recado para o consumidor, de modo que ele também tome conhecimento dos <strong>as</strong>pectos favoráveis do etanol. Essa é uma decisão de cada Estado e temos que aguardar o que cada um pretende fazer nessa safra. Que avaliação o senhor faz da comunicação institucional do setor sucroenergético com outros setores estratégicos da sociedade Eu acho que houve uma evolução muito grande e o que marca isso é que hoje se tem, na grande mídia, uma certeza sobre onde buscar informações quando se tem uma dúvida sobre Há prov<strong>as</strong> b<strong>as</strong>tante clar<strong>as</strong> de que o setor está mais aberto, mais disposto <strong>ao</strong> diálogo para receber pesso<strong>as</strong> que querem ver como é que ele funciona.” o setor. E talvez a principal evidência de que isso melhorou é que raramente se vê, atualmente, matéri<strong>as</strong> com ataques gratuitos, com acusações infundad<strong>as</strong> e isso era muito comum. Hoje, em algum lugar, é possível que haja alguma atuação que não esteja 100% de acordo com regr<strong>as</strong> estabelecid<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> quando se vê alguma coisa negativa, são c<strong>as</strong>os isolados, numa proporção menor, no contexto de um setor que emprega mais de 1 milhão de pesso<strong>as</strong>. E até não muito tempo atrás, o setor era definido pelos seus problem<strong>as</strong>. Se existia um erro, uma atuação equivocada em algum lugar, virava uma manchete e aquilo p<strong>as</strong>sava a retratar o setor. Isso nós não vemos mais. Há prov<strong>as</strong> b<strong>as</strong>tante clar<strong>as</strong> de que o setor está mais aberto, mais disposto <strong>ao</strong> diálogo para receber pesso<strong>as</strong> que querem ver como é que ele funciona e saber se essa produção é mesmo sustentável. Isso tem acontecido de uma forma intensa e crescente. Cada vez mais empres<strong>as</strong> estão se estruturando, por exemplo, para ter profissionais qualificados para cuidar da comunicação. E isso até cinco, seis anos atrás era uma raridade, eram pouquíssim<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> que tinham. No agregado eu diria que o resultado é muito positivo e que tende a continuar melhorando, o que mostra uma melhora da imagem e mais compreensão por parte da opinião pública em relação <strong>ao</strong> setor. Reprodução/Unica O interesse de jornalist<strong>as</strong> estrangeiros pelo etanol br<strong>as</strong>ileiro arrefeceu em relação à grande demanda verificada nos anos de intensa expansão Com certeza diminuiu. Nós temos isso acompanhado mês a mês pela Unica e esse interesse, que há alguns anos era de cerca de 30% a 35% do atendimento que prestávamos, hoje está entre 18% e 20% d<strong>as</strong> demand<strong>as</strong>. E o motivo é simples. Antigamente, os jornalist<strong>as</strong> vinham <strong>ao</strong> Br<strong>as</strong>il atraídos pel<strong>as</strong> denúnci<strong>as</strong>, atrás da matéria negativa, m<strong>as</strong> com o tempo começou a ficar claro que não era daquele jeito. E se um veículo é serio, ele não perde mais tempo indo atrás de algo que é um detalhe e não o todo. Hoje, quando recebemos jornalist<strong>as</strong> estrangeiros, podemos perceber que <strong>as</strong> reportagens são muito mais bem estruturad<strong>as</strong>, emb<strong>as</strong>ad<strong>as</strong> e não redundam, necessariamente, em matéri<strong>as</strong> contrári<strong>as</strong> <strong>ao</strong> setor, o que era muito comum. E quanto <strong>ao</strong> Projeto Agora, há novidades programad<strong>as</strong> O projeto está com a programação desta safra em pleno andamento, com um novo programa educacional que vai priorizar a bioeletricidade. A próxima edição do Top Etanol está para ser lançada e o próximo Agroenergia em Curso vai ser realizado nesse segundo semestre. Já estamos procurando uma empresa parceira para acolher a próxima visita, com seminários e tudo mais, entre divers<strong>as</strong> outr<strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong>. Estamos fazendo um esforço para expandir o Projeto Agora. Nós conseguimos atrair de volta o Ceise BR, que representa a indústria de b<strong>as</strong>e e já foi parceiro do Projeto Agora. A entidade saiu, agora voltou e como estamos vendo o setor com pouca atividade em termos de expansão, construção de usin<strong>as</strong> nov<strong>as</strong>, é evidente que esse é um setor que está um pouco complicado. Mesmo <strong>as</strong>sim, eles fizeram um esforço para voltar <strong>ao</strong> projeto agora, pois é importante para eles e para nós, no meu pensamento, que eles continuem envolvidos e ativos para que possamos superar ess<strong>as</strong> dificuldades. Com isso, o Agora cresce, chegando a 11 entidades e cinco empres<strong>as</strong>. Na medida em que empres<strong>as</strong> nov<strong>as</strong> aderirem e o caixa do projeto aumentar, nov<strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong> serão lançad<strong>as</strong>. Presidente do Sifaeg é novo presidente do Fórum Nacional Sucroenergético O presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, foi eleito, por unanimidade, para presidir o Fórum Nacional Sucroenergético. A instituição representa <strong>as</strong> 16 maiores entidades de 15 estados produtores de açúcar, etanol e bioenergia. Entre <strong>as</strong> met<strong>as</strong> de trabalho do executivo goiano está a atuação conjunta com os ministérios, poder legislativo e governo federal, na busca de polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> para o uso do etanol, e consequentemente, a volta de investimentos no setor. “Desde 2008 não há construção de nov<strong>as</strong> usin<strong>as</strong>”, afirma André Rocha. O mandato é de dois anos. Como vice foi escolhido o presidente do Sindaçúcar (PE), Renato Cunha. Conferência Internacional Datagro A 13ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol será realizada nos di<strong>as</strong> 21 e 22 de outubro, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo (SP). O tradicional evento terá como tema principal “Diversificação, Biotecnologia e Logística – na rota do futuro”. O objetivo da conferência é reunir especialist<strong>as</strong> na área e promover debates sobre <strong>as</strong> perspectiv<strong>as</strong> do mercado, planejamento estratégico e comercial para os diferentes elos da cadeia de produção e comercialização do setor sucroenergético mundial. O encontro dará, mais uma vez, suporte <strong>ao</strong> Sugar Dinner São Paulo, reconhecido como um dos eventos sociais e de negócios de maior prestígio para o setor sucroenergético. Mais informações sobre o programa preliminar e cad<strong>as</strong>tramento pelo site www.conferenciadatagro.com. br ou pelos números (11) 4195-6659 e (11) 4191-4116. Característic<strong>as</strong> dos novos clones potenciais de cana RB são apresentad<strong>as</strong> pela Ridesa No início do mês de abril, a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) promoveu uma Reunião Técnica no auditório do Centro de Ciênci<strong>as</strong> Agrári<strong>as</strong> da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), localizado em Arar<strong>as</strong> (SP). Na oc<strong>as</strong>ião, os pesquisadores apresentaram <strong>ao</strong>s fornecedores de cana de 13 <strong>as</strong>sociações vinculad<strong>as</strong> à rede, seis nov<strong>as</strong> possíveis liberações de variedades da Ridesa: RB 975157, RB 975184, RB 975201, RB 975242, RB 975932 e RB 975952. Desconto em equipamentos de irrigação Os empresários do meio rural com intenção de investir na agricultura irrigada podem adquirir equipamentos, serviços e materiais com desconto de até 9,25%. A redução é garantida pelo Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). O desconto é resultado da suspensão da exigência d<strong>as</strong> contribuições do PIS/P<strong>as</strong>ep (1,65%) e Cofins (7,6%). No setor agrícola, podem aderir <strong>ao</strong> benefício do governo federal projetos de irrigação em áre<strong>as</strong> a partir de 5 hectares. “Com este benefício o produtor poderá ampliar a área irrigada em praticamente 10%, sem ter que fazer nenhum outro investimento; apen<strong>as</strong> com a desoneração”, explica Cristiano Zinato, analista de Infraestrutura da Secretaria Nacional de Irrigação do Ministério da O coordenador do Programa de Melhoramento Genético da cana-deaçúcar (PMGCA) da UFSCar, Hermann Paulo Hoffmann, explicou que “apresentamos <strong>as</strong> variedades que serão liberad<strong>as</strong> e <strong>as</strong> recomendações de uso”. Foi publicado, ainda, um boletim específico sobre <strong>as</strong> possíveis liberações. De acordo com o censo varietal dos canaviais de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, os tipos de cana RB ocupam 63,2% da área de plantio e 59,7% da área de cultivo nesses estados. Integração Nacional (Senir/MI), ressaltando que a desoneração vale tanto para novos projetos quanto para ampliação e modernização dos já existentes. Criado em 2007, pela Lei n° 11.488, o Reidi é um instrumento importante para o fortalecimento da agricultura irrigada no País. “O aumento do número de projetos estimula a fabricação de mais equipamentos, o que gera mais emprego, mais produção agrícola e mais renda, além de contribuir para a redução da pressão inflacionária”, disse Zinato. Os produtores rurais, pessoa jurídica, interessados em aderir <strong>ao</strong> Reidi devem encaminhar a solicitação de enquadramento no regime e o escopo do projeto à Secretaria Nacional de Irrigação. 6 • CANAL, Jornal da Bioenergia Julho de 2013 • 7