Dissertação - Centro Tecnológico / UFES - Universidade Federal do ...
Dissertação - Centro Tecnológico / UFES - Universidade Federal do ...
Dissertação - Centro Tecnológico / UFES - Universidade Federal do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
3 Revisão Bibliográfica LÁZARO, G.C.S. (2012) 21<br />
Paerl e Millie (1996) destacam a vantagem eco-evolutiva das cianobactérias de<br />
utilizar a energia luminosa em ambos os extremos <strong>do</strong> espectro visível, ou seja, no<br />
comprimento de onda azul, que pode penetrar até o fun<strong>do</strong> da coluna de água, e no<br />
de onda vermelho, que se extingue em menor profundidade, ou seja, próxima da<br />
superfície d’água (LEMASSON; DE MARSAC; COHEN-BAZIRE, 1973). Esta<br />
vantagem não é observada na maioria <strong>do</strong>s espécimes da comunidade<br />
fitoplanctônica.<br />
A elevada diversidade metabólica e ecológica das cianobactérias contribui para o<br />
sucesso competitivo e ocupação de diferentes nichos e ecossistemas aquáticos<br />
(dulcícolas, salobros e marinhos) e ambientes terrestres (vivem sobre rochas ou solo<br />
úmi<strong>do</strong>), com ocorrência, inclusive, em habitats extremos e inóspitos, caso de locais<br />
com baixas e altas temperaturas (fontes termais e gêiseres, desertos), águas ácidas,<br />
hiper-salinas, com concentrações baixas de oxigênio e elevadas de metais pesa<strong>do</strong>s<br />
(GRAHAM; WILCOX, 2000; WHITTON; POTTS, 2000; SANT’ANNA et al., 2006).<br />
A salinidade pode inibir o desenvolvimento de florações tóxicas em mananciais<br />
eutróficos ao diminuir o crescimento e produção de cianotoxinas, caso de<br />
cianobactérias de águas estuarinas, que dependem da habilidade nas rápidas<br />
mudanças osmóticas (KJERFVE, 1996 cita<strong>do</strong> por SAMPAIO, 2008).<br />
Também são encontradas em áreas expostas à alta irradiação de ultravioleta <strong>do</strong> tipo<br />
UV-B e UV-C (regiões polares – Ártico e Antártica) (VICENT; MUELLER; BONILLA,<br />
2004), além de sobreviverem em baixas concentrações de dióxi<strong>do</strong> de carbono (CO 2 )<br />
(SAMPAIO, 2008). Ademais, cianofíceas são tolerantes a dessecação (SAMPAIO,<br />
2008).<br />
Além disso, esses microrganismos podem colonizar folhas de plantas vasculares<br />
como ocafé e o maracujá (aerofíticas) (MACHADO, 2011), aparecer na formação de<br />
biofilmes em solos contamina<strong>do</strong>s com deriva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> petróleo (CÔRREA, 2007) e<br />
efluentes, onde estas cianofíceas podem atuar tanto na biodegradação quanto na<br />
bioindicação de poluentes.