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Homofobia & Educação – Um Desafio ao Silêncio - Cepac

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<strong>Homofobia</strong> & <strong>Educação</strong><br />

heteronormativas são maneiras tácitas de atuação dos poderes e<br />

constituem uma das fontes de sua invulnerabilidade. A superação<br />

das discriminações homofóbicas nos ambientes escolares requer<br />

o questionamento da produção cotidiana das normas de gênero e<br />

da censura implícita à diversidade sexual, de modo a abrir espaço<br />

para outras formações discursivas e para novos campos de sentido<br />

sobre as sexualidades e as expressões do gênero.<br />

A homofobia é uma prática social <strong>–</strong> masculinista, misógina<br />

e heteronormativa <strong>–</strong> e não apenas uma atitude pessoal de<br />

aversão, desprezo ou ódio contra a diversidade sexual. As injúrias<br />

homofóbicas, 6 xingamentos a que estão submetidos lésbicas,<br />

gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), decorrem de<br />

um imaginário heteronormativo, em que a diversidade sexual<br />

é transformada em abjeção. A violência normativa dos modos<br />

de representação heterossexuais modela e subjuga LGBT, e<br />

a injúria define o horizonte da relação destes com o mundo,<br />

engendrando um sentimento permanente de contravenção<br />

com a ordem sexual e social, de insegurança, de angústia. 6<br />

Para a promoção e o reconhecimento da diversidade sexual, é<br />

fundamental a desnaturalização de tal norma e a visibilidade de<br />

outras performances de gênero e sexualidade.<br />

Do ponto de vista teórico-epistemológico, a perspectiva<br />

aqui apresentada enfoca a produção dos modos de ser sujeito,<br />

considerando os poderes reguladores e questionando o estatuto<br />

ontológico das identidades cristalizadas. A afirmação das<br />

subjetividades em termos ontológicos dissimula as relações de<br />

poder que as instituem. Como afirma Guacira Louro,<br />

120<br />

a questão deixa de ser, neste caso, a identificação das diferenças de<br />

gênero ou de sexualidade, percebidas como marcas que preexistem<br />

nos corpos dos sujeitos e que servem para classificá-los, e passa a<br />

ser uma questão de outra ordem: a indagação de como (e por que)<br />

determinadas características (físicas, psicológicas, sociais etc) são<br />

tomadas como definidoras de diferenças. 12:46<br />

A diversidade, portanto, não é um pressuposto da discussão,<br />

mas um efeito de práticas sociais que engendram modos de

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