Homofobia & Educação – Um Desafio ao Silêncio - Cepac
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<strong>Homofobia</strong> & <strong>Educação</strong><br />
de singularidades de indivíduos e grupos e a valorização da<br />
pluralidade cultural podem não só humanizar a construção do<br />
conhecimento como também se revelar fatores indispensáveis<br />
para o desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico<br />
e consciente. O respeito à diversidade é elemento imprescindível<br />
para se garantir a formação para a cidadania e a qualidade do<br />
processo de ensino-aprendizagem, em favor de cada pessoa. No<br />
entanto, historicamente, por não percebê-lo, a sociedade brasileira<br />
vem perdendo preciosas chances de se tornar desenvolvida,<br />
soberana, justa, solidária e, inclusive, ecologicamente consciente.<br />
Assim, com inquietante frequência, negligencia que, no campo<br />
da educação escolar, o convívio direto entre pessoas diferentes<br />
enseja oportunidades de aprendizado e de crescimento, pois as<br />
diversidades/diferenças (inclusive as sexuais e de gênero) podem<br />
constituir um importante recurso pedagógico. 48,49 Não é a qualidade<br />
do ensino que conduz à coexistência pacífica e <strong>ao</strong> convívio<br />
democrático com a diversidade, mas, antes, é a efetiva promoção<br />
da diversidade que pode propiciar um ensino de qualidade e<br />
favorecedor de ambiências escolares regidas pela cultura de paz.<br />
A diversidade se tensiona, instiga e inquieta; se percebida<br />
no âmbito de um processo dialógico, pode se revelar pedagógica.<br />
Nesse caso, ela ensina à medida que propicia novas possibilidades<br />
de encontros, formas de (re)conhecimento e sensibilidades,<br />
bem como oportunidades para desmistificar o que imaginamos<br />
acerca de nós mesmos, dos outros e do mundo. É inestimável o<br />
que a diversidade pode nos proporcionar <strong>ao</strong> nos fazer avançar<br />
criticamente, sobretudo em relação a nós mesmos, a nossos valores,<br />
significados, representações (e autorrepresentações, geralmente<br />
tão encantadas e generosas), limites, silêncios e possibilidades.<br />
Costuma-se observar que a estereotipia produz tanto<br />
percepções e visibilidades viciadas quanto determinada<br />
invisibilidade. Esta última se daria à medida que a estereotipia oculta<br />
ou impede a percepção de especificidades individuais de seres<br />
humanos identificados, objetivados, julgados e estigmatizados<br />
a partir dos prismas fornecidos pelos estereótipos. A imagem<br />
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