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Homofobia & Educação – Um Desafio ao Silêncio - Cepac

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<strong>Homofobia</strong> & <strong>Educação</strong><br />

cultural e político da legitimidade da expressão da diversidade<br />

sexual implicam o empoderamento de indivíduos e grupos<br />

sexualmente dissidentes e marginalizados. i Requerem também<br />

a construção ou o aprofundamento do diálogo, a tessitura<br />

de alianças, indispensáveis para se fazer frente a possíveis<br />

manifestações de resistência por parte de setores dominantes e<br />

a processos de atualização ou invenção de formas de opressão,<br />

inclusive entre grupos discriminados.<br />

Ao mesmo tempo, é preciso considerar que, embora<br />

louváveis, ações isoladas tenderão a produzir efeitos limitados<br />

enquanto os temas da diversidade sexual estiverem ausentes<br />

da formação inicial e continuada de profissionais da educação<br />

e não comparecerem de maneira nítida e bem articulada nas<br />

diretrizes para os sistemas de ensino. Nesse sentido, é irrealista<br />

esperar que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para<br />

o ensino fundamental possam, isoladamente, dar conta desses<br />

temas. Além de não terem encontrado condições favoráveis a<br />

seu enraizamento nos sistemas de ensino, os PCNs não foram<br />

acompanhados de políticas educacionais especificamente voltadas<br />

à temática da diversidade sexual. Primeiro documento oficial do<br />

Ministério da <strong>Educação</strong> (MEC) a associar a sexualidade à ideia de<br />

prazer, os PCNs deixaram de mencionar as homossexualidades<br />

e mantiveram total silêncio sobre as transgeneridades. 24 No<br />

documento, a noção de orientação sexual e a tematização<br />

das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), da aids e da<br />

gravidez adolescente, aliadas a um discurso de responsabilização<br />

dos sujeitos, não ensejaram o alargamento e o aprofundamento<br />

do debate em termos mais críticos, plurais e inovadores. 10<br />

Tampouco se alcançarão efeitos positivos se, em favor dos<br />

profissionais da educação, não houver investimentos na produção<br />

acadêmica, na divulgação científica e na elaboração de material<br />

didático e paradidático. A esse respeito, James T. Sears é enfático:<br />

sem forte investimento na formação de professores(as) para a<br />

promoção da diversidade sexual, de pouco servirão as diretrizes<br />

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