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mobilizar desde já contra o “pacotaço” do governo lula - PCO

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30 DE MAIO DE 2010 CAUSA OPERÁRIA ATIVIDADES A12<br />

“O MAR DE MÁRIO”<br />

CCBP recebe pré-estréia de<br />

<strong>do</strong>cumentário sobre Mário Peixoto<br />

No último dia 22, o Centro Cultural Benjamin Perét teve<br />

a honra de exibir pela primeira vez o <strong>do</strong>cumentário “O<br />

Mar de Mário” como parte das atividades especiais sobre<br />

Cinema Brasileiro<br />

Entre as atividades especiais<br />

<strong>do</strong> mês de maio <strong>do</strong> Centro Cultural<br />

Benjamin Peret (CCBP)<br />

destacam as palestras realizadas<br />

no dia 22. Neste dia, o palestrante<br />

Adilson Mendes, pesquisa<strong>do</strong>r<br />

da Cinemateca Brasileira apresentou<br />

o tema <strong>do</strong> “Cinema<br />

Novo”.<br />

Adilson analisou inicialmente<br />

as condições políticas e econômicas<br />

em que surgiu o movimento<br />

mais conheci<strong>do</strong> <strong>do</strong> cinema<br />

brasileiro. Apresentou também<br />

as principais características<br />

deste movimento que foi<br />

uma ruptura com o cinema produzi<strong>do</strong><br />

pela indústria até então.<br />

Nasci<strong>do</strong> nos últimos anos da<br />

década de 1950, em meio à reabertura<br />

da crise revolucionária<br />

brasileira, os realiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

Cinema Novo iriam buscar resgatar<br />

a tradição iniciada pela<br />

segunda geração modernista,<br />

de retrato e crítica da sociedade<br />

brasileira de sua época. O contato<br />

com outros movimentos<br />

que estavam acontecen<strong>do</strong> na<br />

Europa, como a “Nouvelle Vague”<br />

francesa ou o “Neorealismo<br />

Italiano” também foram referência<br />

para diretores como<br />

Glauber Rocha, Roberto Santos,<br />

Nelson Pereira <strong>do</strong>s Santos<br />

etc. A importância da criação da<br />

Cinemateca Brasileira pelo crítico<br />

Paulo Emílio Sales Gomes<br />

e toda discussão a respeito da<br />

produção cinematográfica que<br />

existia também foi um estímulo<br />

para os diretores <strong>do</strong> cinema<br />

novo.<br />

Entre as inovações deste cinema<br />

estavam o retrato inova<strong>do</strong>r<br />

de temas como o sertão<br />

brasileiro, o desenvolvimento<br />

industrial e problemas sociais.<br />

Em decorrência <strong>do</strong>s poucos<br />

O pesquisa<strong>do</strong>r da Cinemateca, Adilson Mendes, fala sobre<br />

“Cinema Novo”.<br />

recursos que dispunham, as<br />

produções que eram extremamente<br />

baratas transformaram<br />

esta dificuldade em criatividade.<br />

Os filmes eram fetos em cenários<br />

reais, com iluminação natural,<br />

interpretações mais naturalistas<br />

<strong>do</strong>s atores etc.<br />

Ao final da palestra, Adilson<br />

Mendes, exibiu o importante<br />

curta-metragem “Pedreira de<br />

São Diogo”, de Leon Hirszman,<br />

realiza<strong>do</strong> em 1962, durante seus<br />

anos no Centro Popular de<br />

Cultura da UNE (União Nacional<br />

<strong>do</strong>s Estudantes).<br />

O mar de Mário<br />

Peixoto<br />

O cineasta Reginal<strong>do</strong> Gontijo, o professor Ismail Xavier e o poeta Francisco K em bate-papo<br />

sobre o <strong>do</strong>cumentário “O Már de Mário”.<br />

Na parte da tarde aconteceu<br />

o encontro entre três especialistas<br />

e admira<strong>do</strong>res da obra “Limite”<br />

de Mário Peixoto. O cineasta<br />

Regina<strong>do</strong> Gontijo, realiza<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentário inédito “O<br />

Mar de Mário; sobre Mário<br />

Peixoto, o poeta Francisco K,<br />

autor de uma tese sobre o filme<br />

“Limite” e o maior especialista<br />

<strong>do</strong> cinema brasileiro Ismail<br />

Xavier, uma das maiores autoridades<br />

<strong>do</strong> assunto na atualidade,<br />

professor da ECA-USP e<br />

autor de mais de 15 livros sobre<br />

cinema.<br />

A atividade teve início com<br />

uma apresentação inicial <strong>do</strong> professor<br />

Ismail Xavier que tratou<br />

da “Modernidade <strong>do</strong> Cinema<br />

Brasileiro”. Ismail Xavier relacionou<br />

o cinema convencional,<br />

que não foge da rotina com a<br />

produção independente, “alternativa”<br />

ou até mesmo chama<strong>do</strong><br />

de cinema de vanguarda.<br />

Este cinema diferente que nos<br />

faz pensar foi coloca<strong>do</strong> em oposição<br />

à indústria cinematográfica<br />

estabelecida.<br />

Após esta apresentação foi<br />

realizada a pré-estréia <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentário<br />

“O Mar de Mário”.<br />

Cria<strong>do</strong> a partir de seis horas de<br />

gravações com depoimentos e<br />

conversas com Mário Peixoto<br />

entre os anos de 1986 a 1988. O<br />

filme é uma obra de grande valor<br />

poético revelan<strong>do</strong> uma personalidade<br />

<strong>do</strong> famoso diretor pouco<br />

conhecida. Mário Peixoto aparece<br />

no filme de maneira despojada,<br />

é filma<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> não convencional.<br />

Desta forma o cineasta<br />

Gontijo conseguiu revelar<br />

um pouco da personalidade e das<br />

idéias <strong>do</strong> grande cineasta.<br />

Entre as diversas imagens<br />

registradas, destaca-se a expressiva<br />

seqüência onde Mário Peixoto<br />

lê a famosa carta que durante<br />

anos foi atribuída ao cineasta<br />

soviético Serguei Eisenstein,<br />

sobre o filme “Limite”. Posteriormente,<br />

revelou-se que o texto<br />

na verdade fora escrito pelo próprio<br />

Mário Peixoto, o que acrescenta<br />

novos da<strong>do</strong>s sobre a personalidade<br />

<strong>do</strong> brasileiro, bem<br />

como sua apreciação sobre a<br />

Cena <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentário inédito “O Mar de Mário”, de<br />

Reginal<strong>do</strong> Gontijo, exibi<strong>do</strong> no CCBP.<br />

própria obra. Escondi<strong>do</strong> sob o<br />

pseudônimo de Eisenstein, Peixoto<br />

terá escrito o que foi certamente<br />

sua mais sincera opinião<br />

sobre este hermético longa-metragem<br />

experimental concebi<strong>do</strong><br />

por ele em 1931.<br />

Após a exibição foi inicia<strong>do</strong> o<br />

bate-papo entre os convida<strong>do</strong>s e<br />

a platéia presente. Entre as considerações<br />

a respeito <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentário<br />

o “O Mar de Mário”, foi<br />

destaca<strong>do</strong> sua habilidade em não<br />

seguir a regra básica <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentários,<br />

mas sim revelar um<br />

Mário Peixoto novo, mais humano<br />

e ainda bastante lúci<strong>do</strong><br />

com quase 80 anos de idade. O<br />

<strong>do</strong>cumentário também dialogou<br />

com o filme “Limite” chegan<strong>do</strong><br />

a reproduzir algumas<br />

cenas que foram perdidas durante<br />

a restauração <strong>do</strong> filme na<br />

década de 1970. Alguns truques<br />

e efeitos estéticos como<br />

imagem em negativo também<br />

aparecem para destacar a intenção<br />

experimental <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentário.<br />

A exibição de “O Mar de<br />

Mário” no CCBP foi um <strong>do</strong>s<br />

primeiros acontecimentos<br />

mais importantes <strong>desde</strong> sua<br />

inauguração em outubro de<br />

2009. O filme foi exibi<strong>do</strong> a partir<br />

de uma cópia em DVD <strong>do</strong> original<br />

grava<strong>do</strong> em vídeo, mas está<br />

sen<strong>do</strong> transforma<strong>do</strong> em película<br />

para ser exibi<strong>do</strong> nos cinemas<br />

<strong>do</strong> País.<br />

CINEMA BRASILEIRO<br />

A experiência cinematográfica de “Limite”<br />

Na sexta-feira, dia 21, o Centro<br />

Cultural Benjamin Péret<br />

(CCBP) iniciou atividades especiais<br />

<strong>do</strong> mês de maio sobre o Cinema<br />

Brasileiro.<br />

A primeira delas foi uma palestra-debate<br />

sobre o filme “Limite”,<br />

único filme concluí<strong>do</strong> <strong>do</strong> diretor.<br />

Inicialmente foi feita a exibição <strong>do</strong><br />

filme, obra-prima de Mário Peixoto,<br />

realiza<strong>do</strong> em 1930 e exibi<strong>do</strong><br />

pela primeira fez em 1931. O<br />

filme foi um marco na história <strong>do</strong><br />

cinema brasileiro. Suas inovações<br />

técnicas se revelaram uma novidade<br />

em meio à produção cine-<br />

matográfica brasileira da época.<br />

Foi amplamente estuda<strong>do</strong> e<br />

classifica<strong>do</strong> como uma expressão<br />

das mais avançadas vanguardas<br />

européias. “Limite”, um filme<br />

mu<strong>do</strong> de quase duas horas de<br />

duração demonstrou por meio da<br />

utilização <strong>do</strong>s recursos cinematográficos,<br />

imagens que são lembradas<br />

até hoje.<br />

Após o filme foi realizada uma<br />

palestra com João André Dorta e<br />

Filipe Florence Rios, membros <strong>do</strong><br />

GARI (Grupos por uma Arte<br />

Revolucionária Independente)<br />

grupo liga<strong>do</strong> ao <strong>PCO</strong> (Parti<strong>do</strong> da<br />

Causa Operária).<br />

Na palestra, foi discuti<strong>do</strong><br />

como Mário Peixoto realizou<br />

“Limite”, destacan<strong>do</strong> suas diversas<br />

inovações, além de alguns<br />

momentos importantes de sua<br />

biografia. Entre eles, a importância<br />

de seu contato com outros<br />

intelectuais brasileiros <strong>do</strong> meio<br />

cinematográfico, como os diretores<br />

Humberto Mauro, Adhemar<br />

Gonzaga e a atriz Carmem Santos.<br />

Curiosidades da produção <strong>do</strong><br />

filme também foram menciona<strong>do</strong>s.<br />

A utilização de não-atores<br />

para os personagens, como é o<br />

caso de Olga Breno, uma vende<strong>do</strong>ra<br />

de bombons. Outros detalhes<br />

da produção incluíam o fato<br />

das câmeras utilizadas nas filmagens<br />

terem si<strong>do</strong> emprestadas e<br />

to<strong>do</strong> o custo <strong>do</strong> filme banca<strong>do</strong><br />

pelo próprio diretor. Da<strong>do</strong> importante<br />

é que as inovações artísticas<br />

apresentadas em "Limite", por<br />

meio de diversos ângulos de câmeras<br />

e pela montagem arrojada,<br />

foram influenciadas pelo cinema<br />

de vanguarda europeu e soviético.<br />

Uma das peças fundamentais<br />

para a criação desta obra-prima foi<br />

o diretor de fotografia, Edgar Brazil,<br />

profissional da área de cinema<br />

que foi capaz de colocar em prática<br />

todas as idéias de Peixoto a<br />

respeito da concepção das cenas.<br />

Edgar Brazil montou diversas<br />

“engenhocas” para suprir as deficiências<br />

financeiras. Como não<br />

era possível importar os equipamentos<br />

necessários, o fotógrafo<br />

construiu um eleva<strong>do</strong>r para câmera<br />

para realizar filmagens <strong>do</strong><br />

alto, além disso, foi cria<strong>do</strong> um<br />

carrinho para as filmagens em<br />

movimento, no qual o carro era<br />

transporta<strong>do</strong> por quatro homens.<br />

Foi ainda a primeira vez que se<br />

utilizou filme pancromático em<br />

uma produção nacional, película<br />

importada e extremamente sensível,<br />

capaz de reproduzir tons de<br />

cinzas com muito mais nuances<br />

e contornos.<br />

“Limite” é um filme extremamente<br />

experimental que possui<br />

qualidades técnicas na manipulação<br />

da câmera, <strong>do</strong>s enquadramentos<br />

e ritmos <strong>do</strong> filme que facilmente<br />

podem ser compara<strong>do</strong>s com<br />

grandes filmes de diretores como<br />

Dziga Vertov, Serguei Eisenstein<br />

ou F.W. Murnau. O filme surpreendeu<br />

também pela força poética<br />

das imagens que contam uma história<br />

aparentemente simples, mas<br />

utilizan<strong>do</strong> os diversos recursos<br />

próprios <strong>do</strong> cinema, uma grande<br />

novidade em sua época.<br />

“Limite” teve poucas exibições<br />

no Brasil e não teve distribuição<br />

comercial. Ficou perdi<strong>do</strong> por mais<br />

de 50 anos até que foi restaura<strong>do</strong> por<br />

amigos de Mário Peixoto e voltou<br />

a ser exibi<strong>do</strong> somente em 1978.<br />

VERA CRUZ<br />

O cinema brasileiro<br />

esmaga<strong>do</strong> pelo imperialismo<br />

A última palestra <strong>do</strong> especial<br />

sobre o Cinema Brasileiro no<br />

Centro Cultural Benjamin Perét<br />

foi com o tema “Vera Cruz”,<br />

sobre os estúdios cinematográficos<br />

brasileiros cria<strong>do</strong>s no final<br />

da década de 1940.<br />

A palestra foi apresentada<br />

pelos membros <strong>do</strong> GARI, João<br />

André Dorta e Filipe Florence<br />

Rios, a exposição se concentrou<br />

nas características da Companhia<br />

Vera Cruz como indústria,<br />

sua evolução no senti<strong>do</strong> de<br />

produzir um cinema em escala<br />

industrial e as dificuldades en<strong>contra</strong>das<br />

por ela em sua implantação<br />

no merca<strong>do</strong> nacional.<br />

Inicialmente foi feito um<br />

panorama da situação política e<br />

econômica no Brasil nos anos<br />

que precederam a criação da<br />

Vera Cruz. Foi fala<strong>do</strong> das outras<br />

empreitadas cinematográficas<br />

brasileiras como os estúdios da<br />

Cinédia e da Atlântida.<br />

A Vera Cruz foi um <strong>do</strong>s projetos<br />

mais ambiciosos <strong>do</strong> cinema<br />

brasileiro. Foi banca<strong>do</strong> por<br />

um grupo de industriais paulistas,<br />

como Francisco Matarazzo,<br />

o principal financia<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

projeto. Estes industriais estavam<br />

interessa<strong>do</strong>s em realizar um<br />

cinema universal que por meio<br />

de sua distribuição nacional e<br />

internacional proporcionasse a<br />

ascensão desta burguesia no<br />

merca<strong>do</strong> mundial.<br />

O projeto grandioso da Vera<br />

Cruz também foi ressalta<strong>do</strong>.<br />

Foram trazi<strong>do</strong>s técnicos e especialistas<br />

em cinema de mais<br />

de 27 nacionalidades para colocar<br />

em prática os projetos.<br />

Nomes como Alberto Cavalcanti,<br />

o primeiro produtor <strong>do</strong>s<br />

estúdios, organizou toda a equipe<br />

que foi trazida de fora para<br />

montar a estrutura da Vera<br />

Cruz.<br />

A idéia inicial <strong>do</strong> projeto era<br />

produzir 12 filmes por ano com<br />

a meta de chegar a 20 filmes<br />

anualmente. Com isso pretendiam<br />

competir com o cinema<br />

internacionalmente. Mas as dificuldades<br />

foram maiores que<br />

os êxitos, com diversos problemas<br />

decorrentes da submissão<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> brasileiro ao merca<strong>do</strong><br />

estrangeiro.<br />

A Vera Cruz durou apenas<br />

cinco anos, produziu cerca de<br />

20 filmes, entre eles sucessos<br />

internacionais como “Tico-tico<br />

no Fubá” (1952) e “O Cangaceiro”<br />

(1953), mas os constantes<br />

problemas de produção, distribuição<br />

e falta de dinheiro foram<br />

mais determinantes. O<br />

projeto da Vera Cruz foi finalmente<br />

vítima <strong>do</strong> gigantesco<br />

monopólio de Hollywood sobre<br />

o merca<strong>do</strong> cinematográfico<br />

brasileiro. Diversas empresas<br />

norte-americanas como a<br />

Columbia e Universal <strong>do</strong>minavam<br />

diversos setores no País e<br />

sufocaram o desenvolvimento<br />

da Vera Cruz.<br />

Finalmente a Vera Cruz faliu<br />

e seu projeto aborta<strong>do</strong> pela<br />

<strong>do</strong>minação imperialista no Brasil,<br />

assim como aconteceu com<br />

diversos outros empreendimentos<br />

brasileiros.<br />

O cineasta Mário Peixoto,<br />

diretor de um filme só, conseguiu<br />

com “Limite” fazer um cinema<br />

extremamente moderno, cinematográfico<br />

que entrou para a<br />

história <strong>do</strong> cinema brasileiro.<br />

O cineasta Mário Breves Peixoto,<br />

ou Mário Peixoto como é<br />

mais conheci<strong>do</strong>, é um <strong>do</strong>s nomes<br />

<strong>do</strong> cinema brasileiro que se<br />

transformou em um mito. Fez<br />

apenas um filme, “Limite”, em<br />

1931, e entrou para história <strong>do</strong><br />

cinema nacional e mundial.<br />

CINEMA DE VANGUARDA<br />

Quem foi Mário Peixoto?<br />

Mário Peixoto.<br />

Ele nasceu em 25 de março de<br />

1908, provavelmente na Bélgica. É<br />

originário de uma família burguesa.<br />

Tinha como avô materno o<br />

comenda<strong>do</strong>r Joaquim José de<br />

Souza Breves, um<br />

<strong>do</strong>s maiores planta<strong>do</strong>res<br />

de café da<br />

época <strong>do</strong> Segun<strong>do</strong><br />

Império e também o<br />

maior traficante de<br />

escravos. Seu pai<br />

era de uma família de<br />

usineiros de açúcar.<br />

Aos 18 ano foi<br />

estudar na Inglaterra,<br />

próximo de Eastbourne,<br />

no Sussex<br />

entre os anos de<br />

1926 e 1927.<br />

Quan<strong>do</strong> voltou<br />

ao Brasil conheceu<br />

diversas pessoas<br />

que o fizeram ter um<br />

contato maior com<br />

o cinema. Entre eles, Brutus Pedreira,<br />

os irmãos Silvio e Raul Schnoor,<br />

o cineasta Adhemar Gozaga<br />

e Pedro Lima.<br />

Fun<strong>do</strong>u Chaplin Club em 1928,<br />

o primeiro cineclube brasileiro.<br />

Destas discussões surgiu a publicação<br />

O FAN entre 1928 e 1930.<br />

Mário Peixoto voltou para a<br />

Europa em 1929 e nesta ocasião<br />

um acontecimento foi determinante<br />

para a vida <strong>do</strong> futuro cineasta.<br />

Em um passeio nas ruas de<br />

Paris, Peixoto viu uma foto na revista<br />

VU. Nela uma mulher é<br />

envolta por braços masculinos<br />

que estão algema<strong>do</strong>s. A foto fez<br />

com que o diretor escrevesse na<br />

mesma noite um texto que depois<br />

se tornaria o roteiro de “Limite”.<br />

Ao voltar para o Brasil, apresentou<br />

o texto para os amigos <strong>do</strong><br />

Chaplin Club que tiveram a idéia<br />

de fazer o filme.<br />

“Limite” foi filma<strong>do</strong> em 1930<br />

e estreou um ano depois, no Rio<br />

de Janeiro. A repercussão <strong>do</strong> filme<br />

nacional e internacionalmente<br />

elevou o nome de Peixoto ao primeiro<br />

time <strong>do</strong> cinema. O cienasta<br />

tinha apenas 21 anos e seu filme<br />

foi amplamente comenta<strong>do</strong>.<br />

Após “Limite”, Peixoto envolveu-se<br />

na produção de outros filmes,<br />

mas não concluiu mais nenhum<br />

outro. Dentre eles destaca-se<br />

também “Onde a Terra<br />

Acaba”.<br />

Publicou livros de poesia, um<br />

romance e textos de crítica cinematográfica.<br />

Morreu em 1992,<br />

aos 84 anos, pobre e praticamente<br />

desconheci<strong>do</strong>.

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