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mobilizar desde já contra o “pacotaço” do governo lula - PCO

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30 DE MAIO DE 2010 CAUSA OPERÁRIA MULHERES A4<br />

PRIORIDADE DA TROPA DE CHOQUE DA DIREITA<br />

Comissão da Câmara aprova Estatuto <strong>do</strong> Nascituro<br />

Comissão de Seguridade Social e Família aprovou o<br />

projeto de lei que pretende acabar com o direito das<br />

mulheres ao aborto em casos de violência sexual,<br />

criminalizar a fertilização in vitro e pesquisas com<br />

cé<strong>lula</strong>s-tronco embrionárias<br />

Sessão da CSSF que aprovou o Estatuto <strong>do</strong> Nascituro.<br />

No último dia 19, a Comissão<br />

de Seguridade Social e<br />

Família (CSSF), da Câmara<br />

<strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s aprovou o Projeto<br />

de Lei 478/2007 que cria<br />

o Estatuto <strong>do</strong> Nascituro.<br />

O projeto é a junção de uma<br />

série de outros projetos da tropa<br />

de choque da direita <strong>contra</strong><br />

as mulheres que no Congresso<br />

Nacional atuam para<br />

atacar os direitos das mulheres.<br />

O Estatuto reúne absur<strong>do</strong>s<br />

jurídicos, ataque a princípios<br />

constitucionais, retrocesso<br />

da legislação atual em diversos<br />

aspectos, além de criar<br />

empecilhos para estu<strong>do</strong>s, por<br />

exemplo, com cé<strong>lula</strong>s-tronco<br />

embrionárias e fertilização in<br />

vitro.<br />

Como <strong>já</strong> foi dito aqui, o projeto<br />

é a prioridade da tropa de<br />

choque da direita. É o “PAC”<br />

<strong>do</strong>s conserva<strong>do</strong>res e fundamentalistas<br />

para este ano eleitoral.<br />

A aprovação <strong>do</strong> projeto<br />

é fundamental para justificar o<br />

financiamento de suas candidaturas,<br />

seja por parte da Igreja,<br />

de organismos internacionais,<br />

de caixa <strong>do</strong>is ou coisa que<br />

o valha. É parte <strong>do</strong> programa<br />

político da hierarquia da Igreja<br />

Católica para impor <strong>do</strong>gmas<br />

através de leis, e a prisão de<br />

mulheres em nome <strong>do</strong> peca<strong>do</strong>.<br />

E ainda parte <strong>do</strong> programa da<br />

direita internacional que diante<br />

da crise <strong>do</strong> regime vem aumentan<strong>do</strong><br />

sua ação repressiva<br />

em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, e pretende<br />

cada vez mais restringir os direitos<br />

democráticos de toda a<br />

população.<br />

CPI DO ABORTO<br />

Mais uma indicação<br />

No mesmo dia em que foi<br />

aprova<strong>do</strong> o Estatuto <strong>do</strong> Nascituro,<br />

a CPI <strong>do</strong> aborto recebeu<br />

mais uma indicação. Agora são<br />

11 titulares. Faltam <strong>do</strong>is para a<br />

CPI ser instalada<br />

No último dia 19, a Comissão<br />

de Seguridade Social e Família<br />

(CSSF) da Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s<br />

aprovou o Estatuto <strong>do</strong> Nascituro.<br />

Na noite desse mesmo dia, o<br />

PSDB indicou seu terceiro titular<br />

a compor a CPI <strong>do</strong> aborto.<br />

A mais nova integrante é a deputada<br />

Professora Raquel Teixeira<br />

(PSDB-GO) que divide as<br />

vagas <strong>do</strong> bloco PSDB/DEM/<br />

PPS com os deputa<strong>do</strong>s Bispo<br />

Gê Tenuta (DEM-SP), João<br />

Campos (PSDB-GO), Zenal<strong>do</strong><br />

Coutinho (PSDB-PA) e Jorge<br />

Tadeu Mudalen (DEM-SP).<br />

A deputada Professora Raquel<br />

Teixeira esteve no 3º Encontro<br />

de Legisla<strong>do</strong>res e Governantes<br />

pela Vida, onde dividiu a<br />

mesa com Solange Almeida<br />

(PMDB-RJ), relatora <strong>do</strong> Estatuto<br />

<strong>do</strong> Nascituro, e a presidenta<br />

<strong>do</strong> Psol, Heloísa Helena. Com<br />

sua indicação a CPI fica com 11<br />

titulares e um suplente. Ficam<br />

faltan<strong>do</strong> apenas <strong>do</strong>is titulares<br />

para que a CPI seja instalada.<br />

É importante lembrar alguns<br />

aspectos que estão por detrás<br />

dessa Comissão Parlamentar de<br />

Inquérito.A CPI <strong>do</strong> aborto é a<br />

prioridade de número <strong>do</strong>is da<br />

tropa de choque da direita <strong>contra</strong><br />

as mulheres no Congresso<br />

Nacional. A prioridade número<br />

um é o Estatuto <strong>do</strong> Nascituro,<br />

proposto pelo deputa<strong>do</strong> Luiz<br />

Bassuma (ex-PT-BA, atual PV)<br />

e Miguel Martini (PHS-MG) que<br />

foi aprova<strong>do</strong>, como dito anteriormente,<br />

pela CSSF, e agora vai<br />

Um retrocesso<br />

O projeto aprova<strong>do</strong> pela Comissão<br />

de Seguridade Social e<br />

Família foi o substitutivo da<br />

deputada Solange Almeida<br />

(PMDB-RJ), relatora <strong>do</strong> projeto<br />

na Comissão, ao Projeto de<br />

Lei 478/07, <strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s Luiz<br />

Bassuma (ex-PT-BA, atual PV)<br />

e Miguel Martini (PHS-MG),<br />

que cria o Estatuto <strong>do</strong> Nascituro.<br />

Fundamentalmente, o Estatuto<br />

pretende impor o entendimento<br />

filosófico de que “a vida<br />

começa na concepção”. Identifican<strong>do</strong><br />

o embrião como “ser<br />

humano não nasci<strong>do</strong>”, o projeto<br />

estabelece que “<strong>desde</strong> a concepção<br />

são reconheci<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s<br />

os direitos <strong>do</strong> nascituro, em<br />

especial o direito à vida, à saúde,<br />

ao desenvolvimento, à integridade<br />

física e os demais direitos”.<br />

Nesse entendimento estão,<br />

inclusive, embriões produzi<strong>do</strong>s<br />

por fertilização in vitro ainda<br />

não transferi<strong>do</strong>s para o útero da<br />

mulher. Deixan<strong>do</strong> em aberto o<br />

futuro da prática no País.<br />

O projeto abertamente pretende<br />

ser um retrocesso na legislação<br />

atual. Isto porque o<br />

Código Penal de 1940, em seu<br />

artigo 128, permite o aborto em<br />

casos de estupro ou quan<strong>do</strong> há<br />

risco para a vida da mulher.<br />

Diante da polêmica sobre o assunto,<br />

mesmo com os deputa<strong>do</strong>s<br />

da tropa de choque da direita<br />

na Comissão, a deputada<br />

Solange Almeida sinalizou que<br />

poderia fazer uma complementação<br />

de voto para, supostamente,<br />

assegurar que o Estatuto<br />

não alteraria o Artigo 128 <strong>do</strong><br />

Código Penal. Uma manobra.<br />

Um golpe.<br />

Os propositores <strong>do</strong> projeto,<br />

inclusive sua relatora, Solange<br />

Almeida, declararam mais de<br />

uma vez que o Estatuto pretende<br />

impedir qualquer possibilidade<br />

de aborto no Brasil.<br />

Não é possível que o projeto<br />

garanta a execução <strong>do</strong> Código<br />

Penal uma vez que seu conteú<strong>do</strong><br />

é a exata <strong>contra</strong>dição <strong>do</strong> art.<br />

128.<br />

O projeto estabelece:<br />

“Art. 12. É veda<strong>do</strong> ao Esta<strong>do</strong><br />

ou a particulares causar<br />

dano ao nascituro em razão de<br />

ato cometi<strong>do</strong> por qualquer de<br />

seus genitores.<br />

“Art. 13. O nascituro concebi<strong>do</strong><br />

em decorrência de estupro<br />

terá assegura<strong>do</strong> os seguintes<br />

direitos:<br />

I – direito à assistência prénatal,<br />

com acompanhamento<br />

psicológico da mãe;<br />

II – direito de ser encaminha<strong>do</strong><br />

à a<strong>do</strong>ção, caso a mãe<br />

assim o deseje.<br />

§ 1º Identifica<strong>do</strong> o genitor<br />

<strong>do</strong> nascituro ou da criança <strong>já</strong><br />

nascida, será este responsável<br />

por pensão alimentícia nos termos<br />

da lei.<br />

§ 2º Na hipótese de a mãe<br />

vítima de estupro não dispor de<br />

meios econômicos suficientes<br />

para cuidar da vida, da saúde <strong>do</strong><br />

desenvolvimento e da educação<br />

da criança, o Esta<strong>do</strong> arcará<br />

com os custos respectivos até<br />

que venha a ser identifica<strong>do</strong> e<br />

responsabiliza<strong>do</strong> por pensão o<br />

genitor ou venha a ser a<strong>do</strong>tada<br />

a criança, se assim for a vontade<br />

da mãe.”<br />

Leia-se: mesmo que a gestação<br />

seja fruto de uma violência<br />

hedionda, o estupro, nem o<br />

Esta<strong>do</strong>, a justiça, o médico e<br />

nem mesmo a mulher vítima<br />

dessa violência poderá decidir<br />

pela interrupção da gestação. E<br />

após o assédio moral e o terror<br />

psicológico para forçá-la a<br />

manter a gestação, a proposta é<br />

que o estupra<strong>do</strong>r seja localiza<strong>do</strong>,<br />

apenas para ser estabelecida<br />

a tortura de recorrer à justiça<br />

não para garantir a punição <strong>do</strong><br />

seu algoz, mas uma “pensão alimentícia”<br />

ao nascituro! Para,<br />

além <strong>do</strong> filho, manter o vínculo<br />

da vítima com seu estupra<strong>do</strong>r<br />

por pelo menos 18 anos. À<br />

mulher, nenhum direito, apenas<br />

o assédio, a tortura, o terror.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, mesmo<br />

quan<strong>do</strong> a vida da mulher estiver<br />

em risco, ela será obrigada<br />

a dispor de sua vida para<br />

para a CCFFC (Comissão de<br />

Fiscalização Financeira e Controle)<br />

por haver no projeto proposta<br />

que gera ônus para o Esta<strong>do</strong>,<br />

a chama<strong>do</strong> “bolsa estupro”.<br />

A CPI foi aprovada no final <strong>do</strong><br />

ano passa<strong>do</strong>, por ação <strong>do</strong> então<br />

presidente da Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s<br />

Arlin<strong>do</strong> Chinaglia (PT-SP),<br />

que para tentar reaver a confiança<br />

<strong>do</strong> movimento de mulheres esteve<br />

na votação <strong>do</strong> Estatuto <strong>do</strong><br />

Nascituro, na CSSF, onde votou<br />

<strong>contra</strong> o projeto, como líder <strong>do</strong><br />

<strong>governo</strong>. No entanto, sua encenação<br />

na CSSF não retira <strong>do</strong> PT<br />

e <strong>do</strong> <strong>governo</strong> a responsabilidade<br />

pela ameaça da CPI <strong>do</strong> aborto e<br />

pela própria aprovação <strong>do</strong> Estatuto<br />

<strong>do</strong> Nascituro.<br />

O objetivo da tropa de choque<br />

da direita com a CPI é ampliar a<br />

perseguição à qual as mulheres<br />

<strong>já</strong> estão submetidas diante da<br />

ilegalidade <strong>do</strong> aborto. A idéia é<br />

utilizar o precedente <strong>do</strong> Mato<br />

Grosso <strong>do</strong> Sul, onde quase<br />

10.000 mulheres foram acusadas<br />

e indiciadas por “crime de<br />

aborto”, com base em prontuários<br />

médicos, <strong>do</strong>cumentos sigilosos<br />

apreendi<strong>do</strong>s e utiliza<strong>do</strong>s<br />

ilegalmente pela polícia. E que<br />

não continham provas suficientes<br />

para acusar, indiciar e prender<br />

mulheres. Mas tu<strong>do</strong> isso<br />

aconteceu.<br />

Outro objetivo da tropa de<br />

choque da direita é investigar e<br />

criminalizar as organizações de<br />

mulheres que lutam pela legalização<br />

<strong>do</strong> aborto. Sinal disso <strong>já</strong> foi<br />

da<strong>do</strong> com uma ação <strong>do</strong> Ministério<br />

Público de S. Paulo <strong>contra</strong> a<br />

organização Católicas pelo Direito<br />

de Decidir, que no final de<br />

2008 foi acusada, por denuncia<br />

anônima, de “incitação e facilitação<br />

<strong>do</strong> crime”. Isso porque a<br />

organização trabalha com pesquisas<br />

e divulgação <strong>do</strong>s direito<br />

das mulheres ao aborto legal.<br />

Portanto, além de ser um ataque<br />

aos direitos individuais das<br />

mulheres de disporem sobre seu<br />

corpo, de decidirem sobre o<br />

aborto, a CPI é um ataque aos<br />

direitos coletivos e políticos das<br />

mulheres. Visa caçar sua liberdade<br />

de expressão, de organização<br />

política. A ofensiva da direita,<br />

que deve tomar proporções ainda<br />

maiores com a CPI, pretende<br />

intimidar, calar a voz das mulheres<br />

e daqueles que defendem<br />

seus direitos. Querem impor a<br />

hipocrisia e o silêncio. Para realizarem<br />

ataques ainda mais ferozes,<br />

<strong>contra</strong> as mulheres e toda<br />

população.<br />

Nesse senti<strong>do</strong> é preciso denunciar<br />

em to<strong>do</strong>s os lugares a<br />

tropa de choque da direita, e<br />

seus representantes ditos de<br />

“esquerda”, presentes <strong>do</strong> <strong>governo</strong><br />

e na oposição, como é o<br />

caso de Heloísa Helena <strong>do</strong> Psol.<br />

Mais <strong>do</strong> que nunca faz-se<br />

necessário que as mulheres e<br />

suas organizações rompam<br />

com o <strong>governo</strong> da frente popular,<br />

trai<strong>do</strong>r das reivindicações<br />

femininas e aban<strong>do</strong>nem todas<br />

as ilusões no Congresso Mensalão,<br />

que simplesmente não<br />

têm nenhuma preocupação com<br />

as mazelas a que estão submetidas<br />

as mulheres, não reconhecem<br />

suas necessidades mais<br />

sentidas.<br />

Só a mobilização massiva, a<br />

organização independente e a<br />

luta política <strong>contra</strong> a direita e<br />

seus alia<strong>do</strong>s na esquerda poderão<br />

barrar a CPI <strong>do</strong> aborto, bem<br />

como garantir os direitos democráticos<br />

das mulheres.<br />

tentar resguardar a sobrevida<br />

<strong>do</strong> feto, mesmo quan<strong>do</strong> estiver<br />

confirma<strong>do</strong> que o embrião<br />

tenha algum tipo de malformação<br />

incompatível com a vida<br />

extra-uterina. Ou seja, será sacrificada<br />

a vida, a saúde da<br />

mulher por um feto natimorto.<br />

Tacitamente, sem expressar<br />

claramente tal intenção, o<br />

projeto revoga o art. 128 <strong>do</strong><br />

Código Penal, <strong>do</strong> fascista Esta<strong>do</strong><br />

Novo. Impedin<strong>do</strong> que o<br />

direito ao Aborto Legal seja<br />

garanti<strong>do</strong> às mulheres.<br />

A proposta aprovada retirou<br />

o artigo que previa o reconhecimento<br />

<strong>do</strong> aborto como crime<br />

hedion<strong>do</strong>. Mas como se<br />

pôde observar no que restou<br />

<strong>do</strong> seu conteú<strong>do</strong>, o projeto<br />

continua sen<strong>do</strong> uma ameaça,<br />

um retrocesso e uma afronta<br />

aos direitos das mulheres.<br />

De Bush a<br />

Berlusconi. Um<br />

programa de<br />

direita<br />

Esse é um programa da direita<br />

internacional. Leis semelhantes<br />

foram aprovadas pelo<br />

<strong>governo</strong> de George W. Bush,<br />

nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, e Silvio<br />

Berlusconi, na Itália.<br />

No projeto original de Bassuma<br />

e Martini, a aprovação<br />

de legislação semelhante pelos<br />

<strong>governo</strong>s direitistas e ultraconserva<strong>do</strong>res<br />

de Bush e Berlusconi<br />

é apresentada como<br />

razão para a<strong>do</strong>ção de medida<br />

semelhante pelo Brasil.<br />

“Em 25 de março de 2004,<br />

o Sena<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />

da América aprovou um projeto<br />

de lei que concede à criança<br />

por nascer (nascituro) o<br />

status de pessoa, no caso de<br />

um crime. No dia 1º de abril,<br />

o presidente George W. Bush<br />

sancionou a lei, chamada “Unborm<br />

Victims of Violence Act”<br />

(Lei <strong>do</strong>s Nascituros Vítimas de<br />

Violência). De agora em diante,<br />

pelo direito norte-americano,<br />

se alguém causar morte ou<br />

lesão a uma criança no ventre<br />

de sua mãe, responderá criminalmente<br />

pela morte ou lesão<br />

ao bebê, além da morte ou lesão<br />

à gestante. Na Itália, em<br />

março de 2004, entrou em<br />

vigor uma lei que dá ao embrião<br />

humano os mesmos direitos de<br />

um cidadão.”<br />

O que a tropa de choque da<br />

direita no Brasil não revela são<br />

as conseqüências dessa legislação<br />

e o fato de que na Itália,<br />

por exemplo,<br />

estão sen<strong>do</strong><br />

estudadas alterações<br />

nessa<br />

lei, para adaptar<br />

a legislação<br />

aos inevitáveis<br />

avanços tecnológicos.<br />

Inclusive<br />

para<br />

a<strong>do</strong>ção de legislação<br />

compatível<br />

com<br />

outros países<br />

europeus.<br />

A proposta<br />

é tão reacionária<br />

que na defesa<br />

<strong>do</strong> Estatuto,<br />

a relatora<br />

Solange Almeida<br />

chegou<br />

a declarar que “A criança não<br />

pode pagar pelo erro <strong>do</strong>s pais”.<br />

A mesma opinião expressa, e<br />

rejeitada internacionalmente,<br />

pelo então Arcebispo de Recife<br />

e Olinda, <strong>do</strong>m José Car<strong>do</strong>so<br />

Sobrinho, quan<strong>do</strong> em<br />

2009, diante da violência sofrida<br />

por uma menina de nove<br />

anos na cidade de Alagoinha,<br />

em Pernambuco, que acabou<br />

fican<strong>do</strong> grávida de gêmeos e<br />

decidiu pelo aborto para preservar<br />

a sua vida, declarou que<br />

“o aborto é pior que o estupro”.<br />

Com o cínico argumento de<br />

“defesa da vida” a tropa de<br />

choque da direita oferece a defesa<br />

<strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong> feto em<br />

detrimento das necessidades e<br />

<strong>do</strong>s direitos das mulheres. Os<br />

alia<strong>do</strong>s da Opus Dei fingem<br />

proteger os direitos <strong>do</strong> nascituro<br />

para atacar os direitos<br />

conquista<strong>do</strong>s a duras penas<br />

pelas mulheres.<br />

Através <strong>do</strong> Estatuto <strong>do</strong> Nascituro,<br />

querem impor uma<br />

moralidade, um <strong>do</strong>gma, uma<br />

única visão autoritária.<br />

É importante dizer que esse<br />

setor defende a escravidão das<br />

mulheres. Rejeita toda possibilidade<br />

de emancipação e libertação<br />

feminina. Não as<br />

compreende como sujeito de<br />

direitos. Com garantias constitucionais,<br />

direito à dignidade,<br />

liberdade, igualdade e autonomia.<br />

A encenação<br />

<strong>do</strong> PT<br />

Para fazer demagogia com<br />

o movimento de mulheres, o<br />

PT participou com parte da<br />

sua bancada da CSSF votan<strong>do</strong><br />

<strong>contra</strong> o Estatuto. Mas nem<br />

to<strong>do</strong>s os deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PT na<br />

Comissão estiveram presentes<br />

para votar. O que demonstra<br />

o nível de preocupação <strong>do</strong> PT<br />

e <strong>do</strong> <strong>governo</strong> com os projetos<br />

que ameaçam os direitos e a<br />

vida das mulheres. Se fosse<br />

um projeto de interesse <strong>do</strong> <strong>governo</strong>,<br />

como o pré-sal ou o<br />

PAC, que envolvesse grandes<br />

somas de dinheiro e votos,<br />

seria cobrada a presença e o<br />

voto de toda bancada governista<br />

para garantir os interesses<br />

<strong>do</strong> <strong>governo</strong> e seus alia<strong>do</strong>s,<br />

os banqueiros e empresários.<br />

Ao contrário disso, além de<br />

<strong>do</strong>is ou três deputa<strong>do</strong>s da Comissão,<br />

o PT man<strong>do</strong>u à CSSF<br />

o deputa<strong>do</strong> José Genuíno (PT-<br />

SP) para discursar, e o deputa<strong>do</strong><br />

Arlin<strong>do</strong> Chinaglia (PT-<br />

SP) que como líder da bancada<br />

<strong>do</strong> PT se pronunciou e votou<br />

<strong>contra</strong> o projeto.<br />

A atuação <strong>do</strong>s deputa<strong>do</strong>s<br />

petistas não passou e não passa<br />

de mera encenação, haja<br />

vista que a aprovação <strong>do</strong> projeto<br />

é fruto da total falta de<br />

compromisso <strong>do</strong> PT e <strong>do</strong> <strong>governo</strong><br />

com as necessidades<br />

<strong>do</strong>s setores oprimi<strong>do</strong>s da sociedade.<br />

Vale destacar a presença <strong>do</strong><br />

deputa<strong>do</strong> Arlin<strong>do</strong> Chinaglia<br />

que apenas participou da votação<br />

da CSSF para tentar<br />

desfazer o mal estar com o<br />

movimento de mulheres. Isto<br />

porque Chinaglia é o responsável<br />

direto pela CPI <strong>do</strong> Aborto.<br />

A CPI <strong>do</strong> aborto foi uma das<br />

últimas ações de Chinaglia<br />

como presidente da Câmara<br />

<strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s, no final <strong>do</strong> ano<br />

passa<strong>do</strong>. Ele assinou a autorização<br />

para a instalação da CPI,<br />

apesar de um dia antes ter se<br />

comprometi<strong>do</strong> em reunião<br />

com o movimento de mulheres<br />

a tentar impedir a sua abertura.<br />

Psol nem dá as<br />

caras<br />

Deputadas Solange Almeida, Professora Raquel<br />

Teixeira e a presidenta <strong>do</strong> Psol Heloísa Helena, em<br />

Encontro para organizar a ofensiva <strong>contra</strong> as mulheres.<br />

O Psol, que soltou uma<br />

nota, na internet manifestan<strong>do</strong><br />

seu posicionamento contrário<br />

ao Estatuto manteve sua posição<br />

convencional quan<strong>do</strong> se<br />

trata <strong>do</strong>s problemas que afetam<br />

diretamente a vida das<br />

mulheres: não fez absolutamente<br />

nada.<br />

Os digníssimos deputa<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> Psol na Câmara, que representam<br />

correntes que supostamente<br />

defendem o direito<br />

das mulheres ao aborto e por<br />

isso não concordam com o posicionamento<br />

da presidente <strong>do</strong><br />

parti<strong>do</strong> Heloísa Helena, sequer<br />

apareceram para encenar<br />

como fizeram os deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

PT.<br />

E mais. Pode-se considerar<br />

que o Psol não apenas corroborou,<br />

como possibilitou a<br />

aprovação <strong>do</strong> Estatuto <strong>já</strong> que<br />

não ocuparam sua vaga na<br />

CSSF deixan<strong>do</strong> que ela fosse<br />

ocupada pelos deputa<strong>do</strong>s Arman<strong>do</strong><br />

Abílio (PTB-PB), e<br />

Roberto Brito (PP-BA). Estes<br />

não apenas estiveram presentes<br />

como votaram favoráveis<br />

ao Estatuto <strong>do</strong> Nascituro.<br />

Enquanto isso, <strong>do</strong> Psol<br />

não se viu nada. Nem uma palavra<br />

a respeito da votação<br />

<strong>do</strong> Estatuto que representa<br />

um ataque e retrocesso histórico<br />

para as mulheres.<br />

Não ao ataque da<br />

direita <strong>contra</strong> as<br />

mulheres!<br />

Como <strong>já</strong> foi dito aqui, para<br />

além das eleições, o Estatuto <strong>do</strong><br />

Nascituro é a prioridade número<br />

um da tropa de choque da<br />

direita, seguida pela CPI <strong>do</strong><br />

aborto, e o Estatuto das Famílias.<br />

Isso ficou claro no 3º Encontro<br />

de Legisla<strong>do</strong>res e Governantes<br />

pela Vida, realiza<strong>do</strong><br />

no final de abril.<br />

Na mesa composta pela<br />

musa da tropa de choque da<br />

direita e da Frente de Esquerda,<br />

Heloísa Helena, pela deputada<br />

Solange Almeida, relatora<br />

<strong>do</strong> Estatuto <strong>do</strong> Nascituro e<br />

pela deputada Professora Raquel<br />

Teixeira (PSDB-GO),<br />

mais nova indicada para compor<br />

a CPI <strong>do</strong> aborto, as parlamentares<br />

defenderam tais iniciativas<br />

como fundamentais e<br />

prioritárias para este ano eleitoral.<br />

Não é à toa que a tropa de<br />

choque da direita concentrou<br />

suas forças na aprovação <strong>do</strong><br />

projeto na CSSF e agora vai<br />

fazer de tu<strong>do</strong> para instaurar a<br />

CPI <strong>do</strong> aborto antes mesmo<br />

das eleições.<br />

No tramite legislativo, o Estatuto<br />

vai agora para a Comissão<br />

de Finanças e Tributação<br />

(CFT), <strong>já</strong> que prevê ônus ao<br />

Esta<strong>do</strong>, através da chamada<br />

“bolsa estupro”. Sen<strong>do</strong> aprova<strong>do</strong><br />

tambémna CFT, o projeto<br />

segue para a Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania,<br />

para então ser vota<strong>do</strong> no<br />

Plenário da Casa. Posteriormente,<br />

será analisa<strong>do</strong> pelo Sena<strong>do</strong>.<br />

A aprovação <strong>do</strong> Estatuto <strong>do</strong><br />

Nascituro é um ataque sem<br />

precedentes aos direitos das<br />

mulheres. Mas é também mais<br />

um exemplo da completa indigência<br />

<strong>do</strong> <strong>governo</strong> Lula, <strong>do</strong><br />

PT, no que tange representar<br />

minimamente os interesses<br />

<strong>do</strong>s setores oprimi<strong>do</strong>s da população.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>,a aprovação<br />

<strong>do</strong> projeto é uma experiência<br />

fundamental com a esquerda<br />

pequeno-burguesa e a Frente<br />

Popular no <strong>governo</strong>.<br />

Para o movimento organiza<strong>do</strong><br />

de mulheres está colocada<br />

na ordem <strong>do</strong> dia reorientar<br />

suas ações, e aban<strong>do</strong>nar definitivamente<br />

qualquer ilusão na<br />

frente popular ou<br />

na via parlamentar,<br />

através <strong>do</strong><br />

Congresso Mensalão.<br />

Não aos ataques<br />

da direita<br />

<strong>contra</strong> os direitos<br />

democráticos das<br />

mulheres!<br />

Pela organização<br />

política independente,<br />

e de<br />

massas das mulheres!<br />

Pela legalização<br />

<strong>do</strong> aborto!<br />

Saiba quem são<br />

os deputa<strong>do</strong>s que<br />

estiveram na<br />

CSSF e não votaram<br />

<strong>contra</strong> o Estatuto <strong>do</strong> Nascituro:<br />

Titulares – Manato<br />

(PDT-ES), Angela Portela (PT-<br />

RR), Arman<strong>do</strong> Abílio (PTB-<br />

PB, vaga <strong>do</strong> Psol), Arnal<strong>do</strong> Faria<br />

de Sá (PTB-SP), Chico<br />

D’Angelo (PT-RJ), Dr. Paulo<br />

César (PR-RJ), Dr. Talmir<br />

(PV-SP), Eduar<strong>do</strong> Barbosa<br />

(PSDB-MG), Henrique Afonso<br />

(ex-PT, PV-AC), Jofran Frejat<br />

(PR-DF), Pe. José Linhares<br />

(PP-CE), Lael Varella (DEM-<br />

MG), Miguel Martini (PHS-<br />

MG), Raimun<strong>do</strong> Gomes de<br />

Matos (PSDB-CE), Ribamar<br />

Alves (PSB-MA), Saraiva Felipe<br />

(PMDB-MG) e Vadão Gomes<br />

(PP-SP). Suplentes: Antonio<br />

Bulhões (PRB-SP), Antonio<br />

Cruz (PP-MG), Assis <strong>do</strong> Couto<br />

(PT-PR), Camilo Cola (PMDB-<br />

ES), Colbert Martins (PMDB-<br />

BA), Fátima Pelaes (PMDB-AP),<br />

João Campos (PSDB-GO), Leandro<br />

Sampaio (PPS-RJ), Leonar<strong>do</strong><br />

Vilela (PSDB-GO), Luciana<br />

Costa (PR-SP), Luiz Bassuma<br />

(ex-PT, PV-BA), Manoel<br />

Junior (PMDB-PB), Mauro<br />

Nazif (PSB-RO), Neilton Mulim<br />

(PR-RJ), Otavio Leite<br />

(PSDB-RJ), Roberto Britto<br />

(PP-BA, vaga <strong>do</strong> Psol), Ronal<strong>do</strong><br />

Caia<strong>do</strong> (DEM-GO), Solange<br />

Almeida (PMDB-RJ),<br />

Takayama (PSC-PR) e Wilson<br />

Braga (PMDB-PB).

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