mobilizar desde já contra o “pacotaço” do governo lula - PCO

30 DE MAIO DE 2010 CAUSA OPERÁRIA MOVIMENTO ESTUDANTIL A14
USP SÃO CARLOS
Estudantes ocupam coordenadoria contra
a interferência no processo de seleção
Ampliando a luta iniciada em São Paulo, os estudantes
da USP de São Carlos também ocupam coordenadoria
Os estudantes devem exigir o fim da Coseas em todos os
campi da USP com o apoio e a ampliação da ocupação.
Nesta segunda-feira, os estudantes
da Universidade de
São Paulo do campus de São
Carlos ocuparam a sede da
Coseas contra a intervenção
no processo de seleção de
moradores.
Os estudantes reivindicam
que o processo de seleção realizado
pelos estudantes seja
reconhecido pela universidade.
Após 40 anos em que a moradia
de São Carlos existe e é
administrada pelos moradores,
agora a Coseas quer interferir
na seleção.
Em São Paulo, os estudantes
ocupam há mais de dois
meses a Coseas contra a política
de vigilância do órgão e
da irregularidade do processo
ABAIXO A DITADURA
de seleção dos moradores e a
interferência na vida dos estudantes.
Agora querem impor o
mesmo sistema, rejeitado em
São Paulo, para os estudantes
em São Carlos.
Independência
dos estudantes
para administrar
a moradia
Desde o início da gestão de
Rodas, o reitor-interventor de
Serra-Goldman, os estudantes
da moradia do campus de
São Carlos estão sendo ameaçados
de perder a autonomia
para gerir o local onde moram.
Em fevereiro, a reunião da
burocracia universitária, chamado
Conselho diretor foi
aprovado que os estudantes
não participariam do processo
seletivo dos ingressantes
na moradia.
Foi aprovada ainda a formulação
de um regulamento
com “regras de vivência” e
também os estudantes não
fariam parte.
Segundo relato dos moradores,
recentemente foi implantação
das coordenadorias
de campi (Coseas) e as reuniões
trancadas e com seguranças
na porta.
A moradia estudantil de São
Carlos, desde que surgiu há
42 anos, é administrada pelos
moradores.
Os moradores que organizavam
os critérios e o processo
de seleção e também para
o auxílio-moradia (auxílio-financeiro).
Havia uma comissão de seleção
é formada por cinco
moradores, eleitos em assembléia
geral, quatro professores
(um de cada unidade) e a
assistente social.
Isso não é a primeira vez
que acontece. A administração
do Campus, através da
sua Coordenadoria, ameaça a
independência dos estudantes.
Querem excluir os estudantes
do processo e aplicar
os critérios de seleção adota-
Rodas é fraco: ampliar a mobilização
para derrubar o interventor
Nenhuma concessão ao
reitor-interventor na USP.
Greve geral para acabar com
a itadura da burocracia universitária,
Rodas e Serra-
Goldman.
O movimento dos estudantes
e funcionários da USP
deve ultrapassar a barreira
formada pelas direções das
entidades para se enfrentar e
derrubar o reitor-interventor.
Rodas é repudiado até mesmo
por um setor da burocracia
universitária. As eleições
realizadas em um pequeno
setor da burocracia haviam
dado a Rodas o segundo lugar.
Os estudantes da faculda-
LUTA ESTUDANTIL
de de Direito, da qual Rodas
era diretor, reivindicam o
“fora Rodas”.
No dia da posse de Rodas,
de forma desproporcional,
este colocou a polícia para
reprimir duramente menos de
cem estudantes que protestavam
em frente à Sala São Paulo,
local em que foi realizada
a cerimônia. Três estudantes
foram presos no protesto.
Este já era o primeiro indício
de que o chamado “diálogo”
em 2009 era apenas uma
tentativa de acalmar a oposição
ao interventor.
Na primeira manifestação
na gestão de Rodas, a ocupação
da Coseas, o reitor-interventor
tentou incitar a direita
contra os estudantes.
Após os moradores do
CRUSP descobrirem diversos
documentos que comprovam
a vigilância e a perseguição
contra os estudantes, Rodas
afirmou que seriam privilegiados
por reivindicarem o fim
da perseguição e aumento de
vagas.
No primeiro dia da greve
dos funcionários, Rodas aprovou
multa contra o sindicato
e o impedimento dos piquetes,
que são uma atividade legítima
da greve.
Rodas tenta sufocar o movimento
de oposição para
manter a intervenção do estado
capitalista na universidade.
Para isso, conta com as direções
pelegas nas entidades.
Seus recursos estão ficando escassos
e quase não tem onde se
apoiar.
A palavra de ordem de “fora
Rodas” resume toda a luta que
vêm travando os estudantes nos
últimos anos.
Mais do que em outros momentos
está colocada a luta pela
verdadeira autonomia da universidade
diante do estado capitalista.
O interventor de Serra é fraco
e uma mobilização ampla e
conseqüente pode derrubá-lo,
por isso os estudantes devem
aprovar a greve e paralisar toda
a universidade.
AJR faz campanha na USP pelo “fora
Rodas” e a greve com ocupação
Estudantes da AJR distribuem
dez mil panfletos na cidade
universitária, com passagem
em sala de aula para esclarecer
e ampliar a luta dos estudantes
contra a ditadura do governo e
seu interventor na USP.
Para combater a direita na
universidade, é necessário fortalecer
a organização que demonstra
em todos os momentos
estar ao lado da luta dos
estudantes e do verdadeiro
movimento estudantil.
Neste sentido, a Aliança da
Juventude Revolucionária, organização
que é um instrumento
para o desenvolvimento da luta
do conjunto dos estudantes,
distribuiu nesta semana dez mil
panfletos reforçando a necessidade
da deflagração da greve
contra a burocracia universitária
e o interventor de Serra na
USP.
A campanha pela Greve com
ocupação contra Rodas e a ditadura
na universidade tendo
sido feita sistematicamente pela
AJR com passagem em sala de
aula, colagem de cartazes, manifestações
e propostas nas
assembléias para organizar este
movimento.
É preciso ser concreto e a
greve com ocupação é a resposta
necessária contra a ditadura
do governo na universidade. Os
estudantes da moradia já denunciaram
o sistema de vigilância
montado contra eles para perseguir
qualquer luta contra o regime.
É preciso levantar um programa
claro de luta, com as reivindicações
do movimento estudantil
e assim unificar as tendências
existentes entre os estudantes
em um grande movimento
contra o reitor-interventor
e a ditadura na universidade.
A campanha será ampliada
com intensa agitação e propaganda
através de cartazes, boletins,
folhetos, além de várias
matérias no Causa Operária
Notícias Online, no semanário
Causa Operária e na revista
Juventude Revolucionária que
analisaram esta questão a partir
dos mais diferentes aspectos.
Com polêmicas com as correntes
no movimento estudantil,
com a direita e explicando o desenvolvimento
da luta na universidade.
O objetivo é agrupar os estudantes
que querem lutar contra
a ditadura na universidade imposta
pelo governo e para isso
precisam se enfrentar também
com a burocracia estudantil.
2010
Funcionários da USP em greve paralisam reitoria
Fortalecendo a greve dos
funcionários, os trabalhadores
da reitoria da USP aderiram a
greve que ocorre há mais de 20
dias e a reitoria foi bloqueada.
No dia 25 de maio os funcionários
da Universidade de São
Paulo (USP) bloquearam o prédio
da reitoria.
A decisão ocorreu após assembléia
entre funcionários do
prédio que aprovaram o apoio ao
movimento que ocorre desde o
dia 5 de maio.
A greve reivindica a extensão
do reajuste salarial de 6% concedido
aos professores também
para a categoria dos servidores.
Os trabalhadores da USP, Unicamp
(Universidade Estadual de
Campinas) e da Unesp reivindicam
também aumento salarial de
16% mais R$ 200.
É positiva a iniciativa que
deve se ampliar para toda a
universidade e derrotar a política
do reitor-interventor que quer
impedir o direito de greve.
Antes de a greve dos funcionários
começar, na terça-feira
dia 4, o reitor interventor João
Grandino Rodas, conseguiu na
Justiça liminar prevendo o corte
dos dias parados pelo e multa
ao sindicato da categoria, o Sintusp,
em R$ 1 mil por dia, “caso
sejam montados piquetes e o
acesso aos prédios da instituição
fique prejudicado”.
A tentativa era inibir a mobilização
geral da universidade
contra a fraca gestão de Rodas.
Em 2009, a tentativa de inibir
as atividades de greve dos funcionários
com a entrada da PM
na USP fortaleceu o movimento
dos estudantes. O repúdio à
entrada da PM foi generalizado
e a burocracia estudantil que
estava a meses contendo a tendência
de luta dos estudantes foi
anulada.
A entrada dos estudantes na
greve foi fundamental e conseguiu
demonstrar a enorme crise
da burocracia universitária na
USP. Pela primeira vez no País
os estudantes se enfrentaram
diretamente com a polícia, lançando
o que tinham a mão para
dos pela Coseas (Coordenadoria
de Serviço e Assistência
Social da USP). E assim como
veio à tona com a ocupação no
campus Butantã, cumprir a
função definida pela reitoria
de vigiar e controlar a vida dos
estudantes.
Os moradores da USP de
São Carlos, em assembléia decidiram
manter o processo
seletivo das moradias com a
participação estudantil e seguindo
os critérios aprovados
também em assembléia.
Todo apoio à
ocupação
Todo o movimento estudantil
da USP deve apoiar a
luta dos estudantes de São
Carlos, que estão sendo atacados
pela política de Rodas,
que foi colocado por Serra
para o novo interventor justamente
por ser conhecido por
atacar os estudantes e defender
a privatização da universidade.
A ocupação da sede da Coseas
em São Paulo expôs
como se organiza a ditadura
na universidade contra os estudantes
da moradia.
Os estudantes precisam
agir energicamente contra
esta medida e bloquear a ação
da Coseas em todos os campi
da USP com o apoio e a ampliação
da ocupação.
impedir a invasão policial.
Este amadurecimento do
movimento não pode ser revertido
e este é o medo de Rodas.
A mobilização deste ano é a
continuidade da luta realizada no
último período na USP. O reitor-interventor
conta apenas
com o apoio da frente popular
e dos pelegos do movimento
estudantil para se segurar no
cargo.
Por isso a diretoria do DCE
(Psol) está boicotando a greve
estudantil que irá dar um salto
de qualidade da mobilização, em
defesa dos interesses de estudantes
e servidores contra a
ditadura de Serra e do PSDB na
universidade.
Veja aqui Carta Aberta do
Alojamento ao Campus
de São Carlos
Os moradores do Alojamento
informam aos demais estudantes,
funcionários e professores do
Campus que, desde o impasse
gerado pela Coordenadoria do
Campus quanto ao processo seletivo
para as bolsas moradia e
auxílio-moradia, temos buscado
diversas tentativas de diálogo com
esta, visando resolver a situação.
Sem obter sucesso, deliberamos
em assembléia geral dos moradores
nossa permanência na Coordenadoria
do Campus até que tal
impasse seja resolvido. Para que
todos possam compreender
melhor nossas reivindicações,
segue breve histórico de todo o
processo, bem como alguns dos
principais pontos que constituem
tal discussão:
2005/2006: Formação de uma
Comissão de Revisão do Regimento
para Concessão de Bolsas
Moradia e Auxílio-Moradia
(composta por professores, estudantes
e a assistente social do
campus). A proposta do Regimento
é amplamente debatida
durante um ano pela Comissão,
pela Assembléia de moradores do
Aloja e no Conselho de Campus
(atual Conselho Gestor).
Junho/2006: Aprovação do
Regimento da Seleção no Conselho
de Campus, após análise da
proposta e de diversos pareceres.
24/Fev/2010: Conselho Gestor
do Campus desconsidera todo
o processo anterior e alega que o
Regimento não é válido, pois o
mesmo não passou pela CLR em
2006.
No entanto, o próprio Estatuto
da USP deixa bem claro que a
CLR (Comissão de Legislação de
Recursos) trata-se de uma comissão
assessora que se restringe ao
Conselho Universitário. Ou seja,
nada tem a ver com as decisões
tomadas pelo Conselho Gestor do
Campus. Além disso, mesmo
quando esta emite algum parecer,
os Conselhos tem total autonomia
para tomar suas decisões,
mesmo que contrárias a tal parecer.
Tal constatação deixa claro
que a argumentação apresentada
não é válida e que o Conselho
Gestor tenta aproveitar-se da situação
para propor uma nova
comissão de revisão do regimento,
visando excluir a participação
dos estudantes do processo.
4/Março/2010: Em Assembléia
Geral de Moradores, o Aloja
decide manter, fundamentados na
legitimidade do Regimento, a realização
do processo seletivo para
as bolsas moradias e auxílio-moradia.
5/Março/2010: Reunião entre
representantes do Alojamento e
Coordenadoria do Campus. Esta
se restringe ao caráter meramente
informativo por parte da Coordenadoria
quanto às decisões
tomadas pelo Conselho Gestor.
23/Março/2010: O Aloja propõe
e realiza reunião entre representantes
do Alojamento, Coordenadoria
do Campus e professores
que faziam parte da comissão
de seleção. Novamente não há
qualquer abertura para diálogo ou
negociação.
Março-Abril/2010: Descoberta
a existência de documentos da
COSEAS que comprovam as
práticas de vigilância e invasão de
privacidade dos moradores do
CRUSP (Conjunto Residencial da
USP de SP). Realização de debate
no Campus, informativos,
coleta de assinaturas e moções de
apoios.
14/Maio/2010: Novamente o
Aloja tenta dialogar pedindo nova
reunião com a Coordenadoria do
Campus. Apesar de todos os
contra-argumentos colocados
pelos moradores do alojamento,
a Coordenadoria decide manter
sua decisão e deixa claro que não
aceitará qualquer outra que seja
diferente.
24/Maio/2010: Os moradores
do Alojamento permanecem na
Coordenadoria do Campus para
resolver o impasse gerado.
Porque os estudantes devem
continuar participando de todas
as etapas do processo seletivo?
Faz 42 anos (desde que existe)
que os estudantes participam
de todas as etapas do processo
para garantir que os critérios
adotados na seleção do alojamento
sejam transparentes e justos
para todos. Dessa forma temos
a certeza de que os critérios discutidos
e aprovados em assembléia
geral sejam de fato colocados
em prática e não serão incluídos
critérios que exigem mais dos
que precisam. Ou seja, buscamos
com isso garantir condições de
permanência dos menos favorecidos
para que estes continuem
estudando e se formando de forma
a diminuir as desigualdades
sociais. Vale ressaltar que a aprovação
dos critérios em assembléia
só acontece em São Carlos
, o que é resultado da participação
dos moradores. Além disso,
os estudantes conhecem muito
mais a realidade daqueles que precisam
de auxílios para se manter
na universidade, sendo assim,
contribuem para uma avaliação
mais qualificada.
Em outros campi da USP existem
vários casos comprovados
de abusos e injustiças cometidas
pela COSEAS no processo de seleção.
Por isso, aqui em São Carlos
, os moradores fazem questão de
participar de todas as etapas do
processo seletivo.
A constituição de uma comissão
em que os estudantes não
participam de todas as etapas não
contempla os pontos aqui apresentados.
A questão da legalidade e da
legitimidade.
O regimento no qual o processo
do Aloja se baseia foi resultado
de uma ampla discussão, na
qual participaram alunos, professores
e a assistente social do
campus. A proposta, com alterações,
foi aprovada pelo Conselho
de Campus (atual Conselho Gestor)
em julho de 2006. Diferentemente
do alega a Coordenadoria,
o regimento passou pelas
instâncias que deveria passar e é
legal, inclusive há pareceres jurídicos
que comprovam a sua legalidade.
O processo seletivo do Aloja
já está finalizado e foi feito e divulgado
com base no regimento
aprovado em 2006, contando
com 413 inscritos. O processo
seletivo da COSEAS não segue
nenhum regimento, os critérios
não foram definidos e nem divulgados,
não foram aprovados pela
comunidade, ainda não está finalizado
e não obteve número suficiente
de inscritos. Isso demonstra
claramente a legitimidade do
processo realizado com a participação
plena dos estudantes.
Intransigência da Coordenadoria
A decisão de excluir os estudantes
do processo seletivo para
bolsa moradia e auxílio-moradia
tomada pelo Conselho Gestor do
Campus em 24 de fevereiro foi
unilateral: nem os estudantes, nem
os professores que compõe a
comissão de seleção, nem a assistente
social do campus foram
procurados para opinar à respeito.
Desde o impasse gerado, o
Aloja procurou a Coordenadoria
a fim de resolvê-lo marcando pelo
menos três reuniões. Nessas reuniões
a Coordenadoria colocou
que não acataria nenhuma proposta
que não a sua, se colocando
numa posição meramente
informativa.
Essa postura da Coordenadoria
é apenas um reflexo do que
pode ser observado nas demais
esferas de decisão da universidade
e diante de outras demandas,
grupos e entidades.
O alinhamento com essa postura
vem sendo mais evidente
desde a mudança das Prefeituras
de Campi para Coordenadorias.
A partir de então as reuniões do
Conselho Gestor tem se resumido
a referendar decisões já tomadas
por um grupo ainda mais restrito
que o próprio conselho, deixando
de lado todo o debate necessário
em torno de cada pauta
e com a comunidade uspiana.
Isso tem gerado muito descontentamento.
Para manter a tomada
de decisão dessa forma, a USP
se vale de mecanismos como a
instalação de câmeras, restrição
da entrada e presença de seguranças
no prédio da Coordenadoria
para coibir possíveis manifestações.
Essas medidas foram tomadas
assumidamente pelo Coordenador
do Campus para evitar
questionamentos em torno de
suas decisões.
Urgência de resolução
Além de tudo o que já foi exposto
anteriormente, a resolução
da questão ganha mais urgência
devido aos novos contratos das
bolsas auxílio-moradia que devem
ser efetuados até o final de
maio para garantir o pagamento
desses bolsistas a partir de junho.
Dessa forma, é fundamental
que a Coordenadoria reconheça
o processo seletivo em conformidade
com o aprovado em
2006, visto a sua legalidade, legitimidade
e ampla discussão realizada
para sua aprovação.