Barreiro - Fonoteca Municipal de Lisboa

More documents

Recommendations

Info

± Particularmente activo na cidade do Porto, aposta na simplicidade, na herança do agit-prop, alterando o sentido de frases e palavras do património cultural ou do discurso do quotidiano. A violência, o riso, a ênfase na mensagem directa atravessam os seus stencils ou despertam numa metralhadora que ameaça pintar paredes e “in loco” numa das salas. Também especificamente para o espaço da Vera Cortês, são esperados graffitis de Obey (1974) e Tosco (1981). O primeiro pertence à velha guarda da arte urbana e contribuiu para a expansão da linha ilegal do graffiti clássico. As suas imagens são, por isso, reminiscentes da cultura popular do século XX: o hip hop, os murais de Los Angeles, o graffiti como fundo dos corpos imortalizados pela fotografia da música popular. Já Tosco segue uma linhagem devedora do comix underground dos anos 70, da animação e da cultura trash: imaginem Walt Disney, S. Clay Wilson e Savage Pencil numa furiosa pintura colectiva. A figuração expressiva e expressionista (outro motivo que explica o pudor da arte contemporânea face à arte urbana?) também pontua as propostas de Sphiza, Mar e Ram, mas nenhum vai pintar paredes. Todos trazem obras em suportes que normalmente não associaríamos à rua. Sphiza (1988), única mulher, expõe duas telas com figuras humanas e retratos, e Mar (1974), membro do colectivo VSP, conhecido pelas suas pinturas gordas e coloridas, optou por uma instalação e uma escultura feita com lixo. As telas são igualmente as superfícies das imagens abstractas, próxima de uma “action-painting” feita sob o céu azul, de Ram (1976), que tem desenvolvido esculturas a partir de elementos naturais. Com tácticas irónicas ou políticas, apresentam-se, Adres, Kusca e ±. Expõem peças onde é notório um maior pendor conceptual e crítico. Particularmente activo na cidade do Porto, ± aposta na simplicidade, na herança do agit-prop, alterando o sentido de frases e palavras do património cultural ou do discurso do quotidiano. A violência, o riso, a ênfase na mensagem directa atravessam os seus stencils (“Perda Filosofal” ou “To Buy or Not To Be”, “Uma Casa Portuguesa Sem Certeza) ou despertam numa metralhadora que ameaça pintar paredes. Kusca transforma figuras da cultura tradicional e literária portuguesa em personagens inquietantes: numa impressão emoldurada Camões pisca-nos o olho, num pequeno monitor corre um filme com uma Beatriz Costa psicadélica. Quanto a Adres (1981), vai instalar uma porta onde marcará um dos seus poéticos stencils (visíveis nas ruas de Lisboa e arredores), que aproveitam a as falhas ou os desenhos nas paredes para interpelar quem passa. E este epílogo de “Underdogs” chega com as fotografia de artistas em plena actividade clandestina, algures em Portugal ou noutro país europeu, prontos a assaltar visualmente um comboio. São imagens assinadas por Smart Bastard (1987), autodidacta que há anos documenta a pintura ilegal de comboios e metros, viajando com passes falsificados do Interail. Como os outros “underdogs”, a sua assinatura é o seu nome. A cidade o seu atelier. E só isso que precisamos de conhecer. Vhils mostra as suas figuras, esculpidas nas paredes ou “escavadas” a partir de camadas de cartazes embebidos em resina. Vemo-las, na exposição, nas fotografias de intervenções em Torres Vedras (em cima) e Moscovo 32 • Sexta-feira 26 Novembro 2010 • Ípsilon
GREG MARTIN Philippe Herreweghe Oferece-nos um Mahler apolíneo. Pág. 40 Michael Cunningham Toque de finados, “Ao Entardecer”. Pág. 35 Jonathan Franzen “As Correcções”: nove anos depois da edição original, quando foi recebido como o objecto messiânico que a cultura americana exige a intervalos regulares, é desconcertante notar o grau de sucesso de uma empreitada tão megalómana Pág. 34
Page 1: Sexta-feira 26 Novembro 2010 www.ip
Page 4 and 5: Flash Mostra de Cinema da América
Page 6 and 7: A experiência da CUF foi incompar
Page 8 and 9: Barreiro Rocks 2010 Noites esgotada
Page 10 and 11: Barreiro Rocks 2010 10ª edição d
Page 12: Grupo Desportivo Ferroviários do B
Page 15 and 16: mas só cheguei ao Kurt Vonnegut, o
Page 17 and 18: I ness” é um músico que fez tud
Page 20 and 21: O ex-baixista dos Ornatos Violeta r
Page 22 and 23: Depois de 30 anos de colaboração
Page 24 and 25: James Franco também quis ser trave
Page 26 and 27: RUI GAUDÊNCIO O coração no “Fi
Page 28 and 29: Um português, dois espanhóis e um
Page 30 and 31: A arte urbana de p numa galeria Dad
Page 34 and 35: Livros GREG MARTIN Ficção Antes d
Page 36 and 37: Livros aMaumMedíocremmRazoávelmmm
Page 38 and 39: Concertos Chromatics: aspereza pós
Page 40 and 41: Discos Philippe Herreweghe oferece-
Page 42 and 43: Teatro “É uma contação. Não
Page 44 and 45: Cinema aMaumMedíocremmRazoávelmmm
Page 46: Expos A pintura de Batarda foge a p

Barreiro - Fonoteca Municipal de Lisboa

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?