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Barreiro - Fonoteca Municipal de Lisboa

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Cinema<br />

Sexta,<br />

3 Dezembro,<br />

ROB<br />

EPSTEIN<br />

por mais 1,95€.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Estreiam<br />

Regresso a<br />

Chris Marker<br />

Uma obra que nos toca<br />

a todos: os momentos<br />

<strong>de</strong>terminantes das nossas<br />

vidas colectivas.<br />

Luís Miguel Oliveira<br />

Chris Marker,<br />

Memórias dos Tempos<br />

<strong>Lisboa</strong> Culturgest,<br />

2 a 6 <strong>de</strong> Dezembro, 3,5 Euros<br />

Um marciano que nos visitasse<br />

pensaria que Portugal é o paraíso da<br />

cinefilia: em menos <strong>de</strong> um mês, duas<br />

retrospectivas Chris Marker. Depois<br />

da que foi organizada no Estoril Film<br />

Festival é agora a Culturgest a<br />

receber, entre 2 e 6 <strong>de</strong> Dezembro, um<br />

programa Marker, comissariado por<br />

Augusto M. Seabra.<br />

Esta inflação talvez possa<br />

contribuir para <strong>de</strong>svelar uma obra<br />

cujo conhecimento, em Portugal,<br />

continua a ser exclusivo dos círculos<br />

cinéfilos mais intensos - e em 60<br />

anos, nunca um filme <strong>de</strong> Chris<br />

Marker chegou ao circuito comercial<br />

português. E no entanto, falamos <strong>de</strong><br />

uma obra que nos toca a todos: nela<br />

se registam, se evocam, se reflectem<br />

muitos dos momentos <strong>de</strong>terminantes<br />

das nossas vidas colectivas durante as<br />

últimas décadas: <strong>de</strong> Cuba ao Maio <strong>de</strong><br />

68, do estertor do colonialismo<br />

europeu à irreversível entrada da<br />

tecnologia (da “imagem” e outras)<br />

nos nossos quotidianos.<br />

A obra <strong>de</strong> Marker (que nasceu em<br />

1921) é vasta e um pouco caótica, ou<br />

não se tratasse <strong>de</strong> um cineasta que<br />

conciliou o ensaio, premeditado e<br />

maturado, com o registo <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>terminado momento. O seu lado<br />

labiríntico vem daqui, do seu alcance<br />

mas também <strong>de</strong>ste constante<br />

movimento <strong>de</strong> acção e reacção. De<br />

resto, Marker estimula o “labirinto”,<br />

que é a essência <strong>de</strong> alguns dos seus<br />

filmes e do seu trabalho sobre a sua<br />

própria obra: trata-se daquele género<br />

<strong>de</strong> cineasta que se po<strong>de</strong> tornar um<br />

As estrelas do público<br />

pesa<strong>de</strong>lo para filólogos e filmólogos,<br />

na medida em que regularmente<br />

retrabalha os seus filmes, por vezes<br />

muitos anos <strong>de</strong>pois do seus<br />

momentos originais. Com ele, cada<br />

filme é potencialmente um “work in<br />

progress” que nunca se po<strong>de</strong> dar por<br />

fechado. Aconteceu com “Le Fond <strong>de</strong><br />

l’Air est Rouge” (um dos seus gran<strong>de</strong>s<br />

filmes, a exibir no dia 5): estreado em<br />

1977, trata-se <strong>de</strong> uma história, <strong>de</strong> uma<br />

crónica, <strong>de</strong> um balanço (e <strong>de</strong> uma<br />

missa <strong>de</strong> finados), dos i<strong>de</strong>alismos<br />

esquerdistas do pós-guerra, com<br />

centro em Cuba e passagem por<br />

vários lugares (entre eles do tão<br />

nosso 25 <strong>de</strong> Abril). Mas nos anos 90<br />

essa primeira versão <strong>de</strong>u lugar a uma<br />

nova remontagem, que mais do que<br />

baralhar e dar <strong>de</strong> novo, encarava o<br />

filme na sua condição <strong>de</strong> “obra<br />

aberta”, e aberta, em primeiro lugar,<br />

ao tempo e à História - e assim<br />

Marker imiscuia em “Le Fond <strong>de</strong> l’Air<br />

est Rouge”, quase como epitáfio, a<br />

dissolução dos regimes comunistas<br />

do leste europeu. De outro dos seus<br />

trabalhos essenciais, “Le Joli Mai”,<br />

um filme que tem como pretexto o<br />

fim da guerra da Argélia e foi feito em<br />

1962, soubemos agora que Marker se<br />

encontra a preparar um remontagem<br />

(e é a razão por que ficou <strong>de</strong> fora da<br />

retrospectiva - mas alguns<br />

espectadores terão tido ocasião <strong>de</strong><br />

ver na Cinemateca, em Setembro).<br />

Desta vastíssima obra a Culturgest<br />

mostra uma seleccão concisa e quase<br />

cirúrgica, emblemática das várias<br />

épocas e modos que caracterizam o<br />

trabalho <strong>de</strong> Marker. Não falta o<br />

lendário “La Jetée” (dia 2), ficção<br />

científica “fotográfica” e, em tudo o<br />

que convoca (do seu “materialismo”<br />

ao seu “romantismo”), um pequeno<br />

labirinto. Nem, na mesma sessão, um<br />

dos “links” mais evi<strong>de</strong>ntes entre<br />

Marker e a nouvelle vague, “Les<br />

Statues Meurent Aussi”, feito a quatro<br />

mãos com Alain Resnais, arte e<br />

cultura populares africanas evocadas<br />

num contexto anti-colonialista. No<br />

dia 3, a preciosida<strong>de</strong> que é a<br />

“Description d’un Combat” (1960),<br />

filme que hoje se vê como uma<br />

crónica sobre a juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Israel<br />

(que como estado tinha então 12 anos<br />

<strong>de</strong> existência), e “L’Ambassa<strong>de</strong>”<br />

(1973), centrado no “11 <strong>de</strong> Setembro<br />

Chileno”, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Allen<strong>de</strong> por<br />

Jorge<br />

Mourinha<br />

Pinochet. Ainda no dia 3, chega o<br />

famoso “bestiário <strong>de</strong> Chris Marker”,<br />

com “Slon Tango” (curtíssimo filme,<br />

como um “gag”, sobre um elefante <strong>de</strong><br />

jardim zoológico) e “Chats Perchés”<br />

(<strong>de</strong> 2004, o filme mais recente<br />

incluido na mostra), que me<strong>de</strong> a<br />

temperatura da “contracultura”<br />

francesa contemporânea a partir <strong>de</strong><br />

“graffitis” on<strong>de</strong> os gatos (o animal<br />

preferido <strong>de</strong> Marker) são<br />

protagonistas. No dia 4, três filmes<br />

fundamentais sobre o cinema e sobre<br />

cineastas, ilustrando estra outra<br />

importante tendência do cinema <strong>de</strong><br />

Marker: “AK”, sobre Kurosara, “Une<br />

Journée d’Andrei Arsenevich”, sobre<br />

Tarkovski, e o magnífico “Le<br />

Tombeau d’Alexandre”, que evoca o<br />

lendário Medvedkine, porventura o<br />

mais revolucionário dos cineastas<br />

soviéticos revolucionários <strong>de</strong> 20 e <strong>de</strong><br />

30. Com “Level 5”, no dia 5,<br />

encontramos uma das mais incisivas<br />

aproximações <strong>de</strong> Marker às “novas<br />

tecnologias” (“novas” <strong>de</strong> 1997, data<br />

em que o filme foi feito) e à sua<br />

relação com o nosso entendimento<br />

da história e da política. E finalmente,<br />

Luís M.<br />

Oliveira<br />

fechando em beleza, no dia 6 é<br />

mostrado “Sans Soleil”, um daqueles<br />

(poucos) filmes capazes <strong>de</strong> reinventar<br />

o cinema para além <strong>de</strong> todas as<br />

práticas e <strong>de</strong> todas as tradições,<br />

inqualificável “retrato <strong>de</strong> Tóquio” (na<br />

verda<strong>de</strong>, mais do que apenas isto),<br />

um dos mais extraordinários ensaios<br />

filmados alguma vez saídos <strong>de</strong> mãos<br />

humanas.<br />

O artesão<br />

existencialista<br />

O Americano<br />

The American<br />

De Anton Corbijn,<br />

com George Clooney, Violante<br />

Placido, Thekla Reuten, Paolo<br />

Bonacelli, Johan Leysen. M/12<br />

MMMnn<br />

Mário<br />

J. Torres<br />

Vasco<br />

Câmara<br />

O Americano mmmnn mnnnn nnnnn nnnnn<br />

Cópia Certificada nnnnn mmmnn nnnnn mmmnn<br />

Imparável mmmnn nnnnn nnnnn nnnnn<br />

José e Pilar mmmnn mmmnn mmmmn mmmnn<br />

Machete mmmnn nnnnn nnnnn nnnnn<br />

Mistérios <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> mmmnn mmmnn mmmmm mmmnn<br />

A Re<strong>de</strong> Social mmmmn nnnnn mmmnn mnnnn<br />

O Rei da Evasão nnnnn mmmnn mmmnnn mmnnn<br />

Os Miúdos Estão Bem mmnnn nnnnn mmnnn mnnnn<br />

Yuji & Nina mmmnn mmmnn nnnnn mmnnn<br />

“Sans Soleil”, um daqueles (poucos) filmes capazes<br />

<strong>de</strong> reinventar o cinema para além <strong>de</strong> todas as<br />

práticas e <strong>de</strong> todas as tradições<br />

€ 20,00/dia; € 60,00/3 dias;<br />

€ 6,33/almoço/dia (opcional)<br />

Para mais informações:<br />

www.museudooriente.pt<br />

Tel.: 213 585 299<br />

E-mail: servico.educativo@foriente.pt<br />

mecenas principal:<br />

mecenas do serviço educativo:<br />

<strong>Lisboa</strong>: Castello Lopes - Cascais Villa: Sala 5: 5ª 2ª<br />

16h, 18h50, 21h20 6ª 3ª 16h, 18h50, 21h20, 00h10<br />

Sábado 13h20, 16h, 18h50, 21h20, 00h10 Domingo<br />

13h20, 16h, 18h50, 21h20; Castello Lopes -<br />

Londres: Sala 2: 5ª Domingo 2ª 14h, 16h30, 19h,<br />

21h45 6ª Sábado 3ª 14h, 16h30, 19h, 21h45,<br />

FÉRIAS DE NATAL<br />

TALISMÃ DESAPARECIDO<br />

<br />

Necessária marcação até 13 <strong>de</strong> Dezembro<br />

ÓPERA CHINESA<br />

10 ANOS NUM MINUTO<br />

<br />

Necessária marcação até 20 <strong>de</strong> Dezembro<br />

Av. Brasília, Doca <strong>de</strong> Alcântara (Norte) | 1350-352 <strong>Lisboa</strong> | Tel.: 213 585 200 | E-mail: info@foriente.pt | www.museudooriente.pt<br />

Ípsilon • Sexta-feira 26 Novembro 2010 • 43

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