Revista dos Pneus 016 - Janeiro 2012
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DOSPNEUS<br />
REVISTA<br />
REVISTA INDEPENDENTE DE PNEUMÁTICOS E SERVIÇOS RÁPIDOS<br />
Mercado<br />
PNEUS<br />
RECAUCHUTADOS<br />
O pneu recauchutado tem-se afirmado não<br />
só pelo preço, mas também por questões<br />
relacionadas com a segurança e o meio<br />
ambiente. Para promover o produto a ANIRP<br />
lançou a Campanha “Pneu Recauchutado<br />
Tudo Controlado”<br />
Nº 16 • JANEIRO <strong>2012</strong> • ANO III • 5 EUROS<br />
PUB<br />
Entrevista<br />
Ramón<br />
Villalobos,<br />
Responsável<br />
Rede Key Point<br />
para Portugal<br />
Mercado<br />
Nova<br />
distribuição<br />
virada para o<br />
cliente final<br />
Empresa<br />
<strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
com nova<br />
dinâmica de<br />
negócio<br />
Técnica<br />
As quatro vidas<br />
do pneu de<br />
camião
EDITORIAL<br />
Nº 16 • JANEIRO <strong>2012</strong> • ANO III<br />
SUMÁRIO<br />
Tanta<br />
contradição<br />
Nos muitos quilómetros que tenho feito a visitar as empresas e as<br />
entidades que têm como ponto comum o “pneu”, acabo por ter<br />
sentimentos contraditórios face à evolução deste sector de actividade<br />
por estes tempos, tendo em conta o futuro.<br />
Por um lado vejo o ânimo de alguns operadores, visível pelos investimentos<br />
que têm vindo a fazer ou vão realizar num futuro a curto prazo,<br />
mas por outro noto que o desânimo já se apoderou de muita gente.<br />
Vejo também uma classe de empresários, nomeadamente jovens, que<br />
perceberam que só reinvestindo no negócio em formação, tecnologia e<br />
gestão podem preparar-se para o futuro, mas também vejo a opção pelo<br />
facilitismo, onde o vender a qualquer custo e sem critério é opção.<br />
Noto vontade para que o associativismo no sector <strong>dos</strong> pneus vá por<br />
diante, mas noto também que existem demasiadas sensibilidades contraditórias<br />
que dificultam esse projecto.<br />
Noto que existem entidades com vontade de dinamizar sectores de actividade<br />
com acções reais, mas assisto a outras onde o peso da burocracia<br />
é demasiado grande para que as suas iniciativas ganhem dimensão e<br />
relevância.<br />
Sei também que toda a gente sabe e conhece os problemas que afectam<br />
este sector, mas desconheço qual a razão porque muitos não querem<br />
de facto fazer nada para os resolver.<br />
Sei ainda que temos feito um esforço enorme para dar visibilidade a to<strong>dos</strong><br />
os operadores do sector, mas noto também que alguns, mesmo de<br />
referência mundial, continuam a olhar com desconfiança para nós.<br />
Noto que to<strong>dos</strong> querem que exista uma revista do sector e que valorizam<br />
os seus conteú<strong>dos</strong>, mas ainda não compreendi porque é que ainda<br />
temos que argumentar tanto para a implementar neste mercado.<br />
O que noto mesmo é que existe uma profunda contradição neste sector<br />
de actividade. Apesar de ser um mercado maduro, tem demasia<strong>dos</strong><br />
podres, sendo por vezes irracional, pouco lógico e acima de tudo desorganizado.<br />
Existem “vontades” para se organizar, mas com tanta contradição,<br />
talvez o melhor para muitos é deixar andar e esperar que as coisas<br />
se resolvam naturalmente. Aliás, o mercado irá tratar disso!<br />
Paulo Homem<br />
paulo.homem@apcomunicacao.com<br />
Notícias<br />
Novidades do sector 4<br />
Actualidade<br />
Site <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> 12<br />
9º Encontro Valorpneu 14<br />
Com. Esp. Produtores <strong>Pneus</strong> ACAP 16<br />
Com. Esp. Retalhistas <strong>Pneus</strong> ACAP 17<br />
Apresentação campanha ANIRP 18<br />
Conhecer<br />
Compreender a recauchutagem 22<br />
Mercado<br />
Nova distribuição 28<br />
Campanha de verificação Michelin 32<br />
Entrevistas<br />
Bruno de Carvalho, Rubber Vulk 34<br />
Ramón Villalobos, Key Point 36<br />
Empresas<br />
Recauchutagem São Mamede 40<br />
Multishop Auto 44<br />
Avis 47<br />
Pneuport 48<br />
<strong>Pneus</strong> Cruzeiro 52<br />
José Aniceto & Irmão 56<br />
Velyen 58<br />
Garland 60<br />
Retalho<br />
Vulcanizadora Fragoso & Filhos 61<br />
Pit Stop By Santogal 62<br />
A. H. Almeida 63<br />
Opinião<br />
Luís Martins, Gripen Wheels 64<br />
Destaque<br />
Manual de Gestão Oficinal 66<br />
Técnica<br />
As 4 vidas do pneu de camião 68<br />
<strong>Pneus</strong> OTR – Off the Road 72<br />
WWW.APCOMUNICACAO.COM<br />
FICHA TÉCNICA<br />
®<br />
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TrimestralASSINATURA ANUAL:20 Euros (4 números)<br />
DISTRIBUIÇÃO:CTT Nº de Registo na ERC: 125367 Depósito Legal Nº:306293/10<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 03
NOTÍCIAS<br />
Speedline trucks de<br />
regresso<br />
A Speedline vai recomeçar a produção e distribuição<br />
das jantes para "camião".<br />
Este "nicho" de mercado, que já foi bastante representativo<br />
para a Speedline, praticamente desapareceu<br />
com a extinção deste negócio por parte da<br />
empresa.<br />
Após a aquisição da Speedline por parte da Ronal,<br />
as jantes de camião Speedline estarão de novo<br />
no mercado, numa aposta da empresa em ter jantes<br />
de qualidade, com estilo muito próprio, possuíndo<br />
ainda homologação e certificação TÜV.<br />
Em Portugal é a Toptotal a fazer a distribuição<br />
das mesmas para o mercado nacional, a exemplo<br />
do que já acontece com as diversas marcas do Grupo<br />
Ronal, o que já acontece a partir deste mês de<br />
Fevereiro. <br />
Continental Mabor Empresa do Ano<br />
Europneus aposta no “ambiente”<br />
Ao longo de 2011, a Europneus decidiu adoptar uma atitude pró activa no que diz respeito ao meio ambiente.<br />
Esta decisão conduziu a uma busca de soluções capazes de oferecer, não só, uma alternativa inovadora para a<br />
reciclagem <strong>dos</strong> pneus mas também de se reflectir num produto de consumo capaz de minorar os efeitos relaciona<strong>dos</strong><br />
com o desmantelamento das florestas.<br />
Fruto deste projecto, nasceu a divisão “Europneu – Ambiente”, uma diversificação das actividades comerciais<br />
deste retalhista de pneus, focada na redução da pegada ecológica visando a sustentabilidade ambiental.<br />
Depois de analisar diversas propostas, a Europneus foi nomeadoa, desde Dezembro passado, representante<br />
para Portugal e Brasil da empresa “Dena Tecnology, Ltd.” que desenvolveu um processo de produção e equipamentos<br />
basea<strong>dos</strong> na Nano-tecnologia para produção e utilização de materiais nanómetricos e moleculares.<br />
A tecnologia desenvolvida pela Dena é capaz de produzir produtos mais leves, mais resistentes, mais puros,<br />
mais precisos e com custos menores.<br />
A Dena actua em diferentes sectores, como as tintas, cosméticos, indústria alimentar, indústria farmacêutica,<br />
indústria química entre outros, e apresenta uma solução inovadora com respeito à reciclagem <strong>dos</strong> pneus que converte<br />
em produtos substitutos da madeira.<br />
Esta madeira, totalmente amiga do ambiente, não sofre os danos que afectam a madeira convencional tais<br />
como os efeitos da água, da exposição ao tempo e <strong>dos</strong> insectos.<br />
Esta tecnologia propicia uma alternativa de investimento com recuperação do capital entre nove a 12 meses e<br />
margens extremamente aliciantes. Alem disso, a “madeira verde” tem comprador assegurado.<br />
Através da Europneus, é oferecido todo o suporte técnico necessário para implementação do projecto e a possibilidade<br />
de estabelecer acor<strong>dos</strong> de investimento em formato de Joint Venture. <br />
A Continental Mabor foi eleita empresa do ano<br />
2010 pela <strong>Revista</strong> Exame, tendo realizado nesse ano<br />
vendas superiores a 597 milhões de euros.<br />
O crescimento de cerca de 26% em relação ao<br />
ano anterior deveu-se à elevada procura internacional<br />
de pneus, tanto do lado <strong>dos</strong> construtores de automóveis,<br />
como do mercado de substituição. Cerca<br />
de 97% das vendas da empresa são realizadas para<br />
exportação, principalmente para o espaço comunitário.<br />
O negócio da Continental Mabor caracteriza-se<br />
pelo fabrico de pneus e sua comercioalização através<br />
<strong>dos</strong> canais internacionais do Grupo Continental,<br />
onde está integrada. Em 2010 este grupo tinha<br />
masi de 148 mil emprega<strong>dos</strong>, estava activo em 46<br />
países e teve vendas globais superiores a 26 mil milhões<br />
de euros. O grupo Continental é actualmente<br />
o quarto maior fabricante de pneus em termos globais.<br />
No futuro próximo, os investimentos realiza<strong>dos</strong><br />
na Continental Mabor serão domina<strong>dos</strong> pela necessidade<br />
de responder à complexidade crescente da<br />
produção. A empresa também pensa na expansão,<br />
até porque a competitividade entre as várias unidades<br />
de produção do Grupo Continental é elevada.<br />
O tipo de pneus que a fábrica de Lousado produz<br />
em maior quantidade é o segmento Premium, mas a<br />
empresa está actualmente a apostar também na fabricação<br />
de pneus de alta performance UHP. Tratase<br />
de um projecto que esta unidade industrial conseguiu<br />
trazer para o nosso país, que poderá contribuir<br />
para elevar a sua capacidade de produção até 20 milhões<br />
de pneus / ano, só nesta gama.<br />
José Carvalho Neto é desde o início de <strong>2012</strong>, o<br />
novo Presidente da Continental Mabor, em substituição<br />
de António Lopes Seabra, que passou a ser o<br />
responsável pela Região da Ásia e Pacífico de <strong>Pneus</strong><br />
para viaturas de passageiros e comerciais ligeiros da<br />
Continental. <br />
Desmontadora<br />
super-automática<br />
A Sarraipa iniciou a comercialização de<br />
uma máquina de desmontar pneus super-automática.<br />
Denominada 40 TiTop, esta equipamento<br />
da Teco, possui um braço vertical<br />
que está equipado com<br />
ferramenta automatizada “lever-less”.<br />
Equipada com dispositivo<br />
automático TPH, este<br />
equipamento assiste o<br />
operador na montagem<br />
e desmontagem<br />
de qualquer tipologia de<br />
pneumático. Possui também<br />
um sistema de blocagem<br />
do prato que permite<br />
desmontar rodas de 11 a 26<br />
polegadas. <br />
Guia Michelin<br />
<strong>2012</strong><br />
A Michelin acaba de pôr à venda a nova<br />
edição do guia Michelin Espanha & Portugal<br />
que, fiel ao seu compromisso com os viajantes,<br />
apresenta uma vasta e variada selecção<br />
de estabelecimentos de ambos os países.<br />
Nesta nova edição, o viajante conta com<br />
uma selecção de 4.448 estabelecimentos, <strong>dos</strong><br />
quais 2.246 são hotéis, 295 estabelecimentos de<br />
turismo rural, 1.783 restaurantes e 124 bares de<br />
tapas em Espanha. Além disso, para nos facilitar<br />
a selecção, os inspectores de O guia Michelin assinalamnos<br />
com o pictograma “Bib Gourmand” 229 estabelecimentos que servem<br />
uma cozinha de qualidade a menos de 35 €, e com o “Bib Hotel” 51 hotéis que oferecem<br />
serviços de qualidade com a maior parte <strong>dos</strong> quartos a menos de 55 € o quarto duplo, nas províncias,<br />
e 65 € em grandes cidades e lugares turísticos importantes. Nesta edição de <strong>2012</strong>, também se destacam<br />
em vermelho 311 estabelecimentos especialmente agradáveis.<br />
O guia, que conta com toda a riqueza cartográfica do fundo documentário Michelin, inclui um total de<br />
1.397 localidades, mostrando também 174 planos de 131 cidades e 34 mapas regionais. <br />
04<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
NOTÍCIAS<br />
Sópneus novo distribuidor Falken<br />
A Falken Tire Corporation assinou um acordo de distribuição<br />
com a Sópneus. Com efeito imediato, a Sópneus<br />
torna-se distribuidor exclusivo em Portugal da marca Falken,<br />
comercializando a linha completa de pneus de Turismo,<br />
4x4 e Comerciais.<br />
A Falken é uma marca de pneus pertencente ao Grupo<br />
Sumitomo Rubber Industries, sedeado em Tóquio, no Japão,<br />
e um <strong>dos</strong> maiores fabricantes de pneus do mundo.<br />
Com uma vasta gama de Turismo, 4x4 e Comerciais, os<br />
pneus Falken evidenciam-se pelas altas performances,<br />
quer em piso seco, quer em piso molhado. Com prestações<br />
bastante positivas apresentadas nos testes de comparação realiza<strong>dos</strong> por entidades<br />
especialistas, os pneus Falken têm vindo a ganhar cada vez mais a confiança<br />
<strong>dos</strong> condutores, que encontram assim uma marca de pneus que oferece<br />
uma excelente relação qualidade/preço.<br />
A Sópneus é uma cadeia de postos multi-marca especializa<strong>dos</strong> na prestação de<br />
todo o tipo de serviço a pneumáticos, possuindo equipamentos tecnologicamente<br />
avança<strong>dos</strong>, capazes de realizar intervenções com elevado rigor, rapidez e<br />
qualidade. Para além de todo o tipo de serviços a pneumáticos, dedica-se também<br />
à realização de serviços rápi<strong>dos</strong> de mecânica. Para mais informações sobre a<br />
Sópneus visite www.sopneus.com. <br />
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KHM distribuiu<br />
Kumho competição<br />
Os <strong>Pneus</strong> de Competição da Kumho tem<br />
agora um novo Importador e Distribuidor<br />
para Portugal.<br />
Trata-se da KHM Racing - Comércio de <strong>Pneus</strong> de Competição Unipessoal, Lda,<br />
cujo responsável é Humbero Matos.<br />
Para mais informações sobre a KHM e sobre os pneus Kumho de competição poderá<br />
contactar por este e.mail: khmracing@gmail.com. <br />
Muitos projectos na Euro Tyre<br />
No âmbito do projecto de expansão da Euro Tyre como distribuidor ibérico<br />
inaugurou esta empresa as suas novas instalações.<br />
Com uma área de armazenamento de 10.000 m2, a Euro Tyre possui agora as<br />
condições necessárias para crescer neste mercado. Com um stock médio de<br />
90.000 unidades a Euro Tyre serve o mercado português e o mercado espanhol<br />
em 24 horas.<br />
No seguimento do seu projecto de expansão como distribuidor ibérico, a Euro<br />
Tyre abriu também, em Outubro, uma nova delegação em Barcelona.<br />
Com uma área de 1.000m2 e uma equipa de 5 pessoas a empresa pretende<br />
prestar, na Catalunha, um serviço de duas entregas diárias.<br />
Com um stock médio de 4.000 pneus e abastecimentos semanais a partir de<br />
Portugal ou da Holanda, a Euro Tyre pretende atingir uma quota de mercado relevante<br />
neste mercado.<br />
Em 1 de Outubro de 2011, a equipa comercial em Espanha foi aumentada,<br />
possuindo neste momento a empresa uma equipa de seis comerciais espalha<strong>dos</strong><br />
por toda a espanha.<br />
Com entregas díarias, em 24 horas, desde Portugal, o mercado espanhol apresenta-se<br />
como um mercado natural de crescimento para a Euro Tyre.<br />
As vendas no mercado espanhol duplicaram em 2011, quando comparado<br />
com 2010, sendo objectivo da empresa que, em <strong>2012</strong>, as mesmas atinjam o mesmo<br />
valor em Espanha e Portugal.<br />
É objectivo da Euro Tyre, no segundo semestre de <strong>2012</strong>, a abertura de um armazém<br />
em Madrid para fortalecer a sua presença local. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 05
NOTÍCIAS<br />
Novo Marathon+ para<br />
camiões<br />
O lançamento da<br />
nova gama Marathon<br />
+ da Goodyear, marca<br />
a introdução de pneus<br />
para camiões que reduzem<br />
os custos operacionais<br />
do veículo,<br />
ainda mais do que os<br />
seus predecessores e os<br />
seus concorrentes.<br />
Os pneus de eixos de direção e condução de longo curso Marathon<br />
LHS II + e LHD II + da Goodyear, disponibilizam a mais baixa<br />
resistência ao rolamento, comparativamente a qualquer outro<br />
pneu para camiões da Goodyear, com uma melhor aderência ao<br />
piso molhado do que os seus concorrentes e sem qualquer redução<br />
do desempenho na quilometragem. A resistência ao rolamento<br />
<strong>dos</strong> novos pneus é 7% inferior à <strong>dos</strong> pneus Marathon LHS II e<br />
LHD II, o que significa um consumo de combustível mais eficiente<br />
e emissões mais baixas.<br />
Os testes realiza<strong>dos</strong> pela TÜV Süd Automotive, que compararam<br />
o desempenho <strong>dos</strong> novos pneus Marathon + com os de três<br />
principais concorrentes, demonstram uma capacidade ímpar de<br />
resistência ao rolamento e ótimo desempenho de travagem em<br />
piso molhado, <strong>dos</strong> novos pneus. Uma inovadora e nova melhoria<br />
do composto de rasto, denominado Silefex, é um <strong>dos</strong> componentes<br />
chave <strong>dos</strong> avanços tecnológicos. <br />
Facom lança chave<br />
inovadora<br />
Preocupada com a segurança, e a fim de melhorar as<br />
condições de trabalho, a FACOM introduz um novo<br />
conceito no mercado – a nova chave D.48 para a drenagem<br />
de óleo e as correspondentes pontas magnéticas<br />
do cárter, o que torna as mudanças de óleo mais simples,<br />
rápidas e sem risco de queimaduras. As oficinas,<br />
frequentemente, recorrem à solução do “Faça você<br />
mesmo” – uma chave de roquete onde colocam na parte<br />
superior uma garrafa de plástico cortada. Mas com a<br />
nova chave de drenagem da Facom, os mecânicos podem<br />
remover o tampão do depósito de óleo com facilidade<br />
e sem que o óleo entre em contacto com as mãos.<br />
Actualmente não existe nenhuma ferramenta como<br />
esta no mercado. A chave para mudança de óleo e as 15<br />
pontas magnéticas para o depósito de óleo estão disponíveis<br />
para serem comercializadas em kit (D.48-KITPB)<br />
ou individualmente (D.48PB e MB-J15PB).<br />
Mitas com novo pneu para ceifeiras<br />
A Mitas apresentou, depois de uma intensa colaboração com um fabricante líder de ceifeiras,<br />
o Continental CHO (Cyclilc Harvest Operation).<br />
“Para responder à procura de uma geração de ceifeiras de alto rendimento era necessário desenvolver<br />
pneus que resolvessem o conflito entre o cumprimento da normativa em estrada e a<br />
crescente necessidade de protecção do solo”, disse Hans-Ulrich Klose, director de engenharia<br />
da marca checa. <br />
Configurador para<br />
jantes OZ<br />
A Neoparts apresentou as jantes OZ para veículos<br />
da marca Smart. Até agora no mercado havia<br />
pouca escolha em termos de jantes para o Smart<br />
ForTwo, mas agora, este pequeno já pode ter jantes<br />
OZ.<br />
Outra das novidades da OZ é o lançamento de<br />
novos produtos, ou melhor novos modelos de jantes.<br />
Destaque para os novos modelos OZ Itália, OZ<br />
Vittoria, OZ Superturismo Dakar e OZ Cortina,<br />
que entraram no mercado em Novembro passado.<br />
Uma derradeira novidade é o "novo" configurador<br />
de jantes/viatura com imagem incluída no site<br />
ou fotografia do veículo.<br />
Através do site www.ozracing.com/configurator<br />
pode visualizar as jantes da sua preferência na imagem<br />
predefinida existente ou em<br />
www.ozracing.com/facecar para inserir uma fotografia<br />
da sua viatura e experimentar vários modelos<br />
de jantes. Esta é a melhor forma de escolher as jantes<br />
que melhor se adaptam e que melhor efeito visual<br />
têm num automóvel, servindo também como<br />
uma óptima ferramenta para as casas de pneus<br />
mostrarem aos seus clientes. <br />
Adrenalin em exclusivo<br />
na First Stop<br />
A Bridgestone já iniciou a comercialização do novo membro<br />
da família Potenza, o Adrenalin. Tal como o nome indica, este<br />
pneu pretende proporcionar aos jovens condutores, diversão e<br />
emoções fortes, tal como dar uma aparência mais desportiva<br />
ao seu veículo.<br />
Este novo elemento tem a designação RE002 e vem apresentar-se<br />
como uma nova alternativa premium dentro deste<br />
nicho de mercado.<br />
A performance do Potenza Adrenalin está orientada sobretudo<br />
para uma condução em seco, oferecendo uma resposta<br />
de condução agressiva, esperada pelos jovens entusiastas. Esta<br />
nova aposta da Bridgestone posiciona-se imediatamente abaixo<br />
do S001, o porta-estandarte da marca em termos de performance<br />
para veículos de alta cilindrada.<br />
O Adrenalin estará nesta fase disponível nas medidas 195/60<br />
R15 com índice de velocidade H (210km/h), 195/55 R15, 205/55<br />
R15, 215/55 R15, 225/55 R16, 195/50 R15, 205/50 R15, 205/55 R16<br />
e 225/55 R16, estas em índices de velocidade W (270km/h). <br />
25 milhões de pneu Hankook<br />
Após a conclusão da segunda unidade de produção, na sua fábrica<br />
na Hungria, a Hankook anunciou que a atingiu a produção de<br />
25 milhões de unidades em Novembro de 2011.<br />
Este dado revela, segundo a Hankook, o seu forte crescimento no<br />
mercado europeu, em virtude de uma cada vez maior procura <strong>dos</strong><br />
pneus da marca mas também o crescimento das suas actividades<br />
como fornecedor de pneus para primeiro equipamento junto de algumas<br />
das mais importantes marcas de automóveis.<br />
A Hankook investiu cerca de 550 milhões de euros nesta fábrica<br />
na Hungria, que recentemente atingiu a sua capacidade plena em<br />
termos de produção, com 12 milhões de pneus por ano, empregando mais de 2.000 pessoas.<br />
Nesta unidade da Hankook são produzi<strong>dos</strong> pneus para veículos automóveis, SUV e comerciais ligeiros,<br />
num total de mais de 500 diferentes tipos de especificações e medidas. <br />
06<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
NOTÍCIAS<br />
Troféu Pneu do Ano<br />
O Troféu Pneu do Ano, realizado pela <strong>Revista</strong><br />
<strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> nos anos 2010 e 2011, vai passar a<br />
realizar-se de dois em dois anos, de modo a<br />
conseguirmos ter mais modelos de pneus novos<br />
a concurso.<br />
Assim, o Troféu Pneu do Ano será realizado<br />
em anos ímpares, que são também os anos de realização<br />
da Conferência sobre o Comércio de <strong>Pneus</strong><br />
em Portugal, igualmente organizada pela <strong>Revista</strong><br />
<strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong>.<br />
Esperamos deste modo conseguir satisfazer os<br />
interesses das marcas de pneus presentes no mercado<br />
nacional e de to<strong>dos</strong> os leitores e operadores do sector que participam com a<br />
sua votação na escolha <strong>dos</strong> melhores pneus do ano.<br />
O próximo Troféu Pneu do Ano será em 2013 e as categorias a concurso serão:<br />
Premium, Quality e Budget. Vai por certo ser uma edição muito concorrida a nível<br />
de novos produtos, pois será o primeiro ano em que os pneus candidatos vão apresentar<br />
as etiquetas de identificação, que passam a ser obrigatórias no final de <strong>2012</strong>. <br />
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Pedro Teixeira nas redes<br />
espanholas de oficinas Continental<br />
Pedro Teixeira faz parte, desde o início de <strong>Janeiro</strong>, membro da direcção-geral<br />
da FSC, a empresa que congrega as redes de oficinas da continental em Espanha,<br />
seja a Best Drive ou a <strong>Pneus</strong> Expert.<br />
Ao mesmo tempo, o até agora director-geral da FSC, José Luis de la Fuente,<br />
passará a ocupar o cargo de director-geral da Continental no mercado português.<br />
“Desta forma, a Continental continua a apostar no desenvolvimento da sua presença<br />
no ponto de venda através <strong>dos</strong> conceitos multiproduto – Best Drive – e da<br />
sua rede de especialistas de pneus de turismo <strong>Pneus</strong> Expert”, disse fonte da empresa.<br />
“Em 2011, a rede <strong>Pneus</strong> Expert cresceu em nove novos franchisa<strong>dos</strong> até chegar<br />
a estar representado por um total de 124 pontos de venda em Espanha. Por outro<br />
lado, desde o seu lançamento no mercado em Março de 2011, a Best Drive superou<br />
as suas expectativas até chegar a alcançar os 33 pontos de venda no final do<br />
ano passado”, diz a marca. <br />
To<strong>dos</strong> os pneus<br />
convergem para<br />
Reifen <strong>2012</strong><br />
O maior evento mundial do sector <strong>dos</strong><br />
pneus tem lugar na Messe de Essen, Alemanha,<br />
de 5 a 8 de Junho próximos. Tudo o<br />
que diga respeito a produtos e serviços relaciona<strong>dos</strong><br />
com pneus, distribuição destes,<br />
tecnologias de pneus e de chassis de veículos,<br />
recauchutagem, vulcanização, reparação e oficinas de pneus terá passagem obrigatória<br />
na Reifen <strong>2012</strong>. A feira abrirá no dia 4 com uma cerimónia festiva quanto<br />
baste, onde serão entregues os Prémios de Inovação relativos a este ano, cujas categorias<br />
em competição incluem Tecnologias, Produtos, Conceitos de Serviço, Optimização<br />
de Processos, Defesa do Ambiente e Conservação de Recursos. A apresentação<br />
das candidaturas termina no final de Março deste ano.<br />
Toda a feira será acompanhada por um programa e informações e apoio, que conta<br />
com a experiência do principal patrocinador do evento, a associação alemã de comércio<br />
de pneus BRV. Na manhã do primeiro dia da feira (dia 5/6), um seminário<br />
sobre assessoria a empresas e processo de sucessão empresarial ocupará as atenções.<br />
A seguir ao almoço, o tema obrigatório serão as novas etiquetas <strong>dos</strong> pneus novos.<br />
No dia 6/6, outros seminários e conferências estão na calha, incluindo temas como<br />
Maneiras e Procedimentos, O Ser Humano - a questão do risco, etc. No dia 7/7, várias<br />
acções de formação terão lugar, incluindo temas como venda especializada de<br />
pneus, oficinas de reparação e o inesgotável tema " Trye Label ".<br />
A organização este ano criou um novo site exclusivo para o evento (www.messeessen-media.de),<br />
que permite a expositores e visitantes acederem a toda a informação<br />
disponível sobre a feira de Reifen e até efectuarem encomendas. Mais informações<br />
estarão disponíveis no site habitual (www.reifen-messe.de). <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 07
NOTÍCIAS<br />
Nova loja Norauto<br />
em odivelas<br />
A Norauto, líder europeu em Centros-Auto e especialista<br />
na manutenção e equipamento automóvel, tem a<br />
partir de 29 de Novembro, uma nova loja em Odivelas,<br />
junto ao Odivelas Parque.<br />
Este novo centro tem uma área total de 860 m2 e vai<br />
funcionar como superfície de venda de peças e de produtos<br />
para o automóvel e como oficina de reparações auto.<br />
Implementada em Portugal desde 1996, a Norauto tem<br />
consolidado a sua posição, de norte a sul, como a superfície<br />
comercial ideal para a manutenção automóvel, contabilizando em Portugal um total de 15 centros auto.<br />
Este novo centro de Odivelas está dividido em áreas bem definidas como Lazer Viagens, Som e Multimédia<br />
(equipamento electrónico), Prazer e Paixão (personalização), Conforto e Segurança e Peças Técnicas. Com esta<br />
divisão, a Norauto pretende oferecer mais de 5 000 referências em produtos para automóvel, com destaque para<br />
os pneus, baterias, travagem, som, mobilidade, entre outros produtos.<br />
Infinity prepara nova linha de produtos<br />
A Infinity vai apresentar a sua nova linha de produtos na Reifen <strong>2012</strong>, o salão internacional de pneus que<br />
decorre em Essen (Alemanha), de 5 a 8 de Junho. A nova gama da marca tem vindo a ser testada na Europa,<br />
para ficar garantido que estará de acordo com a nova legislação europeia. Jorge Crespo, o responsável pelas<br />
operações da Infinity na Europa, disse que esta nova gama será o próximo passo em matéria de segurança e<br />
qualidade. “Os novos pneus vão trazer pisos assimétricos para os modelos UHP, SUV e HP e oferecer componentes<br />
novos e melhora<strong>dos</strong> que incluem mais sílica numa gama que tem sido considerada de alta qualidade”,<br />
disse. <br />
NPS com lubrificantes<br />
e baterias<br />
Dando continuidade à qualidade do serviço prestado<br />
aos seus clientes a NPS Portugal lançou recentemente<br />
duas novas gamas de produtos.<br />
Assim, a NPS Portugal lançou uma gama completa<br />
de óleos e de baterias para todas as marcas de viaturas<br />
japonesas, coreanas e europeias.<br />
Relativamente aos óleos a NPS Portugal disponibiliza,<br />
óleo de travões, motor e caixa de velocidades. Os<br />
óleos comercializa<strong>dos</strong> pela NPS Portugal, são de marca<br />
própria, possuindo elevada qualidade e fiabilidade.<br />
A NPS Portugal, acaba também de lançar em Portugal<br />
baterias da prestigiada marca KOBA, apresentadas<br />
com logo KOBA e logo NPS. A qualidade e eficácia<br />
das baterias KOBA são inquestionáveis, pelo que, a<br />
NPS Portugal disponibiliza com este lançamento,<br />
uma gama de baterias de qualidade de topo, para to<strong>dos</strong><br />
os seus clientes.<br />
As baterias comercializadas pela NPS Portugal, destinam-se<br />
igualmente a toda a gama de viaturas, desde<br />
automóveis a comerciais e para todas as marcas de veículos<br />
japoneses, coreanos e europeus. <br />
Montenegro<br />
& Fernandes<br />
lança jornal<br />
A Montenegro & Fernandes<br />
vai ter uma novo suporte de comunicação<br />
para os seus clientes<br />
e para o mercado em geral. A empresa de ferramentas<br />
vai lançar um jornal trimestral (já em<br />
<strong>Janeiro</strong>)com o propósito de informar “os nossos<br />
clientes para as acções que irão ser tomadas relativamente<br />
à TENG TOOLS em Portugal”, diz José<br />
Coelho, responsável da empresa. Terá também no<br />
interior campanhas que podem ser de baixa de preços<br />
ou produtos com ofertas associadas. Este jornal<br />
servirá também para explicar o funcionamento<br />
para algumas ferramentas mais especiais. Mais informações<br />
em www.montenegrofernandes.pt<br />
Goodyear<br />
introduz microchip<br />
nos pneus para camião<br />
A Goodyear anuncia pela primeira vez a utilização comercial<br />
de microchips em pneus para camiões. Estes microchips permitem<br />
evitar o roubo de pneus <strong>dos</strong> atrela<strong>dos</strong>, uma prática que afecta<br />
os operadores de frotas e que em tempo de crise se acentua<br />
ainda mais. O novo pneu para atrelado Goodyear Regional<br />
RHT II RFID (Identidade de rádio frequência) 435/50R19.5 integra<br />
um microchip que estabelece uma ligação, via internet,<br />
com o programa de gestão de pneus FleetOnlineSolutions.<br />
Esta nova tecnologia, que obteve um prémio na América Latina<br />
no início deste ano, permite monitorizar os pneus. Em caso de<br />
roubo, é muito mais fácil localizá-los e identificá-los em relação a<br />
outros pneus. Os pneus podem ser monitoriza<strong>dos</strong> durante a sua<br />
vida útil incluindo em situações de re-revestimento do rasto. <br />
Andres disponibiliza<br />
Rodiac<br />
Rodiac é o novo pneu<br />
de moto da Nankang,<br />
que a empresa Neumático<br />
Andrés (importador<br />
para Espanha) já tem disponível<br />
para os seus<br />
clientes.<br />
O novo Rodiac é um<br />
pneu sport-touring que<br />
permite uma ampla gama de<br />
usos, apresentando uma boa relação<br />
qualidade/preço para o seu segmento.<br />
Este pneu apresenta alguns novos desenvolvimentos<br />
técnicos, que permite que o mesmo apresente<br />
maior estabilidade e rigidez da carcaça.<br />
A Neumaticos Andrés possui uma extensa gama<br />
de pneus para moto das marcas, Michelin, Pirelli,<br />
Bridgestone, Metzeler, Dunlop y Continental, tendo<br />
agora aumentado o seu catálogo com a incorporação<br />
da marca Nankang. <br />
Hankook<br />
com novo pneu<br />
para camião<br />
AH22+ será o nome do novo pneu da Hankook<br />
para camião, no seguimento da linha AH22. Este produto,<br />
desenhado especificamente para utilização no<br />
tráfico regional oferece agora mais rendimento no tráfico<br />
urbano e de longa distância, graças à sua estrutura<br />
optimizada que apresenta o cinturão mais largo, uma<br />
área de talão reforçada e um novo desenho da banda<br />
de rodagem. O AH22+ pode utilizar-se para to<strong>dos</strong> os<br />
eixos de camiões e autocarros em tráfego regional.<br />
A carcaça plana reforçada permite uma pressão uniforme<br />
sobre o solo e, em combinação com a estrutura<br />
também reforçada do talão do AH22+, proporciona<br />
uma vida útil maior do pneu, inclusivamente em situações<br />
de carga máxima.<br />
Graças a uma menor deformação do pneu, não só<br />
se reduz a resistência ao rolamento e cumprem-se os<br />
requisitos de custo-benefício para essas actividades,<br />
como também se consegue uma condução suave, pelo<br />
que o controlo e o conforto aumentam. <br />
08<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
NOTÍCIAS<br />
Desmontadora<br />
automática<br />
profissional<br />
A StatusGrau tem disponível<br />
para comercialização<br />
uma nova desmontadora<br />
automática<br />
profissional.<br />
A Smonther<br />
850 Duo possui uma<br />
série de características,<br />
entre as quais se destacam:<br />
- Sistema sem ferro de<br />
desmonta;<br />
- Movimento tipo<br />
pantógrafo;<br />
- Chama automática da<br />
coluna operativa;<br />
- Memória do descolador;<br />
- Posicionamento automático da unha sobre a<br />
jante;<br />
- Duas velocidades;<br />
- Dois senti<strong>dos</strong> de rotação;<br />
- Descolador duplo;<br />
- Rodízio com guia lazer;<br />
- Elevador de roda integrado;<br />
- Diâmetro de 12 a 30 polegadas; <br />
Lopes Seabra é vice-presidente<br />
da Continental Ásia e Pacífico<br />
A Continental AG nomeou António Lopes Seabra como Executivo responsável pela<br />
região da Ásia e Pacifico de <strong>Pneus</strong> para Viaturas de Passageiros e Comerciais Ligeiros.<br />
António Lopes Seabra iniciou a sua actividade na Continental em 1990 como Director<br />
de Compras. Depois de alguns anos de sucesso nas áreas de materiais, distribuição e<br />
operações industriais, foi nomeado em Outubro de 2000 Presidente da Continental Mabor<br />
bem como gestor de outras empresas do Grupo Continental em Portugal. Em 2004 e,<br />
em acumulação, liderou a fábrica da Continental no México bem como outros projectos relevantes do Grupo<br />
Continental, nomeadamente o arranque da fábrica de Camaçari no Brasil. Pertence a vários Conselhos Consultivos<br />
da Continental e também sob a sua responsabilidade foram concretiza<strong>dos</strong> diversos projectos de expansão em<br />
Portugal, nomeadamente, os projectos ExPro2002, SUVs, bem como o arranque da produção de pneus UHP<br />
(pneus de alta performance) e Conti-Seal (pneus anti-furo). <br />
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Aguesport<br />
importador Federal<br />
A Aguesport, empresa grossista de pneus, é o novo<br />
importador exclusivo da marca Federal para o mercado<br />
português.<br />
A Federal é uma marca com longa tradição no mercado<br />
português, que entretanto quase desapareceu,<br />
mas que a Aguesport pretende agora revitalizar. Para<br />
isso está já a trabalhar no sentido de criar uma rede de<br />
agentes, com o objetivo estratégico de ter um agente<br />
por cada concelho de Portugal.<br />
A gama Federal passará a estar disponível a partir<br />
do final de <strong>Janeiro</strong> de <strong>2012</strong>.<br />
Neste momento estão a ser preparadas campanhas<br />
publicitárias destinadas ao consumidor final, que serão<br />
lançadas em diversos meios de comunicação social.<br />
Esta marca apostou forte no último ano no lançamento<br />
de novos modelos onde se destaca o novo Federal<br />
595 RPM. Este modelo será na opinião da<br />
Aguesport a "bandeira" da marca pelo seu design e<br />
pela sua qualidade.<br />
A aguesport destaca também o novo modelo destinado<br />
ao mercado <strong>dos</strong> SUV, o Federal Couragia FX. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 09
NOTÍCIAS<br />
Camac lança<br />
novos produtos<br />
A CNB-CAMAC, único fabricante nacional de pneus, viu, em 2011, as suas gamas<br />
renovadas e actualizadas.<br />
Para viaturas comerciais surge o 145R13C – NC80, enquanto para veículos ligeiros<br />
surge o 165R15 Alpus - (Pneu de Inverno).<br />
Estas duas referências surgem após o lançamento das novas dimensões na gama<br />
CYGNUS (ligeiros de passageiros), Terra e Atlas (4x4) e Fargo (VAN) efectuada no<br />
primeiro trimestre de 2011.<br />
A empresa pretende, agora, continuar a crescer e a conquistar quota de mercado,<br />
aumentando a sua presença nos merca<strong>dos</strong> nacional e internacional.<br />
O lançamento de novas dimensões de pneus (a concretizar no 1ª trimestre de <strong>2012</strong>)<br />
é outro <strong>dos</strong> trunfos da marca para chegar a mais consumidores. <br />
Haweka com dois novos produtos<br />
A Haweka lançou o Airgolift, um elevador rápido, que se junta facilmente<br />
com qualquer máquina de equilibrar. Com este produto, obtémse<br />
um posicionamento mais preciso <strong>dos</strong> pneus no eixo da máquina. O<br />
pneu é sempre correctamente fixado. Além disso, não há pressão da<br />
roda sobre o eixo durante o processo de aperto, prolongando a<br />
vida do seu veio central, bem como a saúde <strong>dos</strong> técnicos que executam<br />
a operação.<br />
Outro produto novidade na Gonçalteam,<br />
que representa a Haweka<br />
em Portugal, é uma garra para alinhamentos<br />
de automóveis. Com<br />
novo design e nova ergonomia,<br />
o equipamento tem uma abertura variável de 13 a 25 polegadas e é adaptável<br />
a quase todas as marcas. O representante garante um preço imbatível e formação<br />
técnica sobre o produto. <br />
Polibaterias<br />
aumenta gama<br />
Fiamm<br />
Em virtude da recente comercialização<br />
por parte da<br />
Polibaterias das baterias<br />
FIAMM, já disponíveis<br />
nas gamas Diamond<br />
e Titanium,<br />
vem agora esta empresa<br />
acrescentar a bateria L6 12V 110Ah<br />
na gama Titanium.<br />
Trata-se de um modelo específico para os<br />
Porsche Cayenne, VW Touareg, Audi Q7, entre<br />
outros veículos de gama média alta e alta e<br />
também para a Fiat Ducato (equipamento original<br />
FIAMM).<br />
Para além disso, a Polibaterias iniciou também<br />
a comercialização das baterias de moto<br />
FIAMM, nas gamas Storm e Wind, duas gamas<br />
diversificadas e apropriadas para as principais<br />
marcas de veículos duas rodas, tais como,<br />
BMW, Ducati, Honda, Yamaha, Susuki, Kawasaki,<br />
etc.<br />
A FIAMM, como acontece também na área<br />
automóvel ao fornecer em OEM a Mercedes,<br />
Renault, Grupo PSA, Toyota, Nissan, Ferrari,<br />
Fiat, Maserati, entre outras, é nesta área equipamento<br />
original da marca DUCATI em que é o<br />
sponsor oficial da Ducati Moto GP team. <br />
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Z. Ind. Maia I - Sector 1, Lt.45<br />
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10<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
NOTÍCIAS<br />
Fiat apresenta peças Classic Line<br />
O Fiat Group Automobiles Portugal efectuou para o mercado o lançamento da CLAS-<br />
SIC LINE - a gama de peças auto do grupo Fiat que combina qualidade e poupança com<br />
preços altamente vantajosos para veículos fora de produção. A Classic Line responde a<br />
uma solicitação do mercado e torna-se numa excelente oportunidade para as oficinas, oferecendo<br />
uma gama de peças certificadas pelo grupo Fiat, que garante a melhor relação qualidade/preço<br />
para os veículos fora de produção. De facto, o valor mais alto das operações<br />
de manutenção, é exactamente aquele que se refere aos veículos com mais de 5 anos de idade,<br />
que representam mais de 80% do parque circulante do grupo Fiat em Portugal. Nesta<br />
primeira fase de lançamento, as linhas de produto a serem disponibilizadas são:<br />
Pastilhas de Travão (42 referências) e Discos de Travão (38 referências).<br />
Já em <strong>2012</strong>, serão lançadas as linhas de produto de filtros, distribuição<br />
e suspensão. Com a introdução de novas linhas de produto<br />
e extensões programadas, a Classic Line irá disponibilizar<br />
uma oferta integrada, indo de encontro às necessidades <strong>dos</strong> clientes<br />
deste segmento. <br />
Cygnet com pneus<br />
Bridgestone<br />
Os Bridgestone Ecopia B250 foram escolhi<strong>dos</strong> pela Aston<br />
Martin para equipar o seu modelo Cygnet. O pequeno<br />
citadino de luxo será equipado de série com os Ecopia com<br />
a medida 175/60 R16. Os pneus Bridgestone Ecopia recorrem<br />
a uma tecnologia de compostos de enchimento que reduzem o atrito e a acumulação de<br />
calor durante a rotação do pneu, levando a uma menor resistência ao rolamento e igualmente<br />
a menores consumos. A principal vantagem <strong>dos</strong> pneus Ecopia é o facto de obter benefícios<br />
ecológicos sem sacrificar a segurança, especialmente na travagem em piso molhado e no manuseio<br />
em geral. O Cygnet é um veículo citadino com design artesanal e a atenção ao detalhe<br />
esperada de um Aston Martin. Com uma escolha quase ilimitada de opções de acessórios manualmente<br />
concebi<strong>dos</strong>, o Cygnet oferece ao seu condutor luxo e individualidade. <br />
S. José Logística<br />
de <strong>Pneus</strong> é<br />
PME Excelência<br />
A S. José Logística de <strong>Pneus</strong> foi distinguida<br />
com o Estatuto PME Excelência 2011, uma<br />
iniciativa do IAPMEI, criada numa parceria<br />
com a banca, para sinalizar o mérito das pequenas<br />
e médias empresas que evidenciam os melhores desempenhos no<br />
universo das PME Líder nacionais.<br />
O Estatuto PME Excelência foi atribuído este ano a 1368 empresas,<br />
que em vários sectores de actividade, se destacaram pelos melhores desempenhos<br />
económico-financeiros e de gestão.<br />
Dessa forma a S. José Logística de <strong>Pneus</strong> apresenta rácios de solidez financeira<br />
e de rendibilidade acima da média nacional, têm sabido manter<br />
altos padrões competitivos num contexto particularmente exigente e está<br />
a conseguir ultrapassar a crise com crescimento, consolidação de resulta<strong>dos</strong>,<br />
e contributos activos na criação de riqueza e de emprego na região<br />
onde se insere. <br />
Lava rodas electrónica Teco<br />
A LR 400 é uma equipamento da Teco, comercializado<br />
em Portugal pela Sarraipa, que<br />
serve para lavar rodas.<br />
Esta máquina de limpeza de rodas electrónica<br />
está equipada com sistema de lavagem de<br />
circuito fechado com água a baixa pressão<br />
e grânulos, sendo concebida para operar<br />
em rodas de turismo, veículos de todo-oterreno,<br />
ligeiros e veículos comerciais. <br />
PUB<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 11
ACTUALIDADE<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com<br />
<strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> lança site<br />
Primeiro como suplemento do Jornal das Oficinas, depois a versão em papel e agora<br />
como site de informação na internet e newsletter digital. A <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> segue<br />
assim o seu percurso, proporcionando mais informação, com esta plataforma na internet<br />
Cada vez mais a internet é um local de consulta<br />
preferencial para apresentação das empresas e<br />
de interacção com utilizadores e parceiros,<br />
pelo que este é o momento adequado para o<br />
lançamento do site da REVISTA DOS PNEUS e o<br />
alargamento <strong>dos</strong> canais de relacionamento com to<strong>dos</strong><br />
aqueles que querem conhecer melhor o sector <strong>dos</strong><br />
pneus em Portugal e no mundo.<br />
Esta plataforma online encontra-se assim em<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com e está já acessível com notícias<br />
actualizadas, que permitem comunicar sempre<br />
que a informação aconteça.<br />
Além da REVISTA DOS PNEUS, sentimos falta de<br />
ter uma plataforma que pudesse dar imediatamente a<br />
informação que produzimos e aquela que o mercado<br />
nos faz chegar. É daí que nasce o site, no qual nos<br />
comprometemos a actualizar sempre que houver informação<br />
que o justifique.<br />
Este site pretende ser uma ferramenta de comunicação<br />
aberta a to<strong>dos</strong> os intervenientes no sector, que dela<br />
podem usufruir para comunicar livremente as suas notícias,<br />
conteú<strong>dos</strong> e opiniões que sejam relevantes para<br />
este sector de actividade e para o seu crescimento.<br />
Apelamos também à disponibilidade de to<strong>dos</strong> os operadores<br />
<strong>dos</strong> pneus e <strong>dos</strong> serviços rápi<strong>dos</strong>, para visitar<br />
em www.revista<strong>dos</strong>pneus.com e comentar as notícias<br />
que entender.<br />
No entanto, os conteú<strong>dos</strong> do site não substituem os<br />
da revista. Cada um destes suportes, terá a sua forma<br />
própria de tratar os acontecimentos relaciona<strong>dos</strong> com<br />
o sector <strong>dos</strong> pneumáticos.<br />
Simultaneamente com o site, regularmente serão<br />
editadas newsletter digitais, com as notícias do próprio<br />
site da REVISTA DOS PNEUS, sendo essa mais uma<br />
forma de comunicar com o sector.<br />
Também no Facebook<br />
Paralelamente aproveitamos para lançar a página da<br />
REVISTA DOS PNEUS do Facebook, que está em<br />
www.facebook.com/revistapneus, e que é mais um suporte<br />
de comunicação que está ao dispor deste sector.<br />
Neste suporte são também divulgadas as notícias do<br />
site do REVISTA DOS PNEUS, mas qualquer pessoa<br />
ou empresa lá poderá colocar os seus próprias conteú<strong>dos</strong>.<br />
Para terminar, voltamos a chamar a atenção que<br />
pode enviar todas as informações (através do e.mail:<br />
paulo.homem@apcomunicacao.com), para o site e<br />
para a revista, nomeadamente:<br />
- Novidades e notícias diversas da vossa empresa;<br />
- Novos serviços;<br />
- Novos produtos;<br />
- Novos equipamentos;<br />
- Novos negócios;<br />
- Campanhas e promoções;<br />
- Inauguração de novas lojas e pontos de vendas;<br />
- Novas oficinas, armazéns;<br />
- Entre outros.<br />
Boa visita em www.revista<strong>dos</strong>pneus.com.<br />
12<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
ACTUALIDADE<br />
O “menu” orienta para cada<br />
uma das secções que estão<br />
disponíveis<br />
Esta função permite<br />
pesquisar sobre qualquer<br />
conteúdo publicado<br />
Poderá fazer o downlod da<br />
última edição da <strong>Revista</strong><br />
<strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> em PDF<br />
Regulamente poderá<br />
responder às sondagens<br />
sobre assuntos do sector<br />
Aqui estará sempre a<br />
notícia mais recente e<br />
que merece o maior<br />
destaque, sendo este<br />
espaço actualizado com<br />
muita regularidade<br />
Basta assinar para passar<br />
a receber regularmente a<br />
newsletter do site<br />
Alguns <strong>dos</strong> eventos<br />
terão uma destaque<br />
através de uma<br />
reportagem fotográfica<br />
Algumas das notícias terão<br />
destaque neste espaço<br />
Os úlitmos comentários às<br />
notícias também terão<br />
destaque<br />
As notícias recentemente<br />
editadas ficam disponíveis na<br />
primeira página do site<br />
O Facebook da <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>Pneus</strong> pode ser consultado<br />
através do site<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 13
ACTUALIDADE<br />
9.º Encontro Valorpneu<br />
Bom desempenho<br />
A Valorpneu reuniu os seus aderentes e diferentes entidades na FIL, em Lisboa,<br />
no âmbito do 9º Encontro Valorpneu, no qual aproveitou para fazer um balanço da<br />
actividade mas também dar a conhecer algumas novidades<br />
Aentrar no seu 10º ano de existência, a Valorpneu<br />
promoveu o seu encontro anual. Na sessão<br />
de aberura, Mário Grácio, Director geral da<br />
Agência Portuguesa do Ambiente destacou<br />
mais uma vez o excelente desempenho da Valorpneu,<br />
nomeadamente ao nível <strong>dos</strong> objectivos, onde “mais<br />
uma vez se passou <strong>dos</strong> 100%, isto é, conseguiu-se recolher<br />
mais pneus do que aqueles que são coloca<strong>dos</strong> no<br />
mercado. Também destaco o excelente desempenho ao<br />
nível das metas de reciclagem e valorização <strong>dos</strong> pneus”.<br />
O responsável da Agência Portuguesa do Ambiente reconheceu<br />
ainda que “foi uma época ganha em prol <strong>dos</strong><br />
pneus usa<strong>dos</strong>”.<br />
Cristina Caldeira, Directora do Departamento de<br />
Fluxos Especiais e Merca<strong>dos</strong> de Resíduos da Agência<br />
Portuguesa do Ambiente, na sua apresentação fez um<br />
balanço <strong>dos</strong> quase 10 anos da actividade ao nível do sistema<br />
de recolha de pneus usa<strong>dos</strong>. Destaque nesta intervenção<br />
para a aplicação do princípio da responsabilidade<br />
alargada do produtor (PRAP), decorrente do Artigo<br />
10 -A do Decreto-Lei nº 73/2011 de 17 de Junho, que<br />
atribuiu ao produtor do produto a responsabilidade total<br />
ou parcial, física e/ou financeira pelos impactes ambientais<br />
(em todo o ciclo de vida), pela produção de resíduos<br />
decorrentes do processo produtivo, pela posterior<br />
utilização <strong>dos</strong> respectivos produtos e respectiva<br />
gestão quanto atingem o final de vida.<br />
Desta forma, tenta-se promover alterações à concepção<br />
do produto, envolvendo menos resíduos na sua<br />
produção e posterior utilização, e tenta-se garantir o tratamento<br />
<strong>dos</strong> produtos que tenham assumido a natureza<br />
de resíduos.<br />
A forma como este princípio é aplicado em sistema<br />
integra<strong>dos</strong> surge com enfoque na hierarquia de gestão<br />
de resíduos, na introdução de metas de recolha, recauchutagem<br />
e reciclagem mas também com a persecução<br />
de objectivos de informação, sensibilização e de investigação<br />
e desenvolvimento, junto de to<strong>dos</strong> os intervenientes.<br />
Em termos de perspectivas futuras, Cristina Caldeira,<br />
referiu como prioridade da APA e do seu departamento,<br />
a revisão do DL nº 111/2011 e da portaria<br />
nº 335/97, bem como o cumprimento da meta mínima<br />
de incorporação 5% de materiais recicla<strong>dos</strong> em<br />
obra, a articulação com as compras públicas ecológicas<br />
e ainda a promoção da introdução de constituintes recicla<strong>dos</strong><br />
na produção de novos materiais (como a utilização<br />
do Betume modificado de Borracha).<br />
SGPU<br />
Na intervenção de Climénia Silva, da Valorpneu, referiu<br />
que entre 2003 e Outubro de 2011, foram trata<strong>dos</strong><br />
800 toneladas de pneus, que corresponde a 350 Kms de<br />
distância de cobertos por uma largura de quatro metros<br />
e meio de pneus com três metros de altura. Ao todo,<br />
nesse período, foram trata<strong>dos</strong> qualquer coisa como<br />
118.000.000 de pneus.<br />
De to<strong>dos</strong> os indicadores de performance da Valorpneu<br />
apenas não foi atingindo o da recauchutagem (mais<br />
a preparação para reutilização). Nesse sentido, a Valorp-<br />
14<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
ACTUALIDADE<br />
EVOLUCÃO DOS<br />
FLUXOS DE PNEUS<br />
PRÉMIO INOVAÇÃO<br />
VALORPNEU 2011<br />
Na apresentação de Paulo Silva, da Valorpneu, foram<br />
apresenta<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> interessantes da evolução da actividade<br />
desta entidade gestora de pneus usa<strong>dos</strong>.<br />
O destaque vai para o quadro que aqui publicamos<br />
sobre a evolução <strong>dos</strong> fluxos de pneus (em toneladas)<br />
de 2003 até 2011.<br />
Existiu uma diminuição clara <strong>dos</strong> pneus coloca<strong>dos</strong> no<br />
mercado em 2011, que deve rondar os 9,3%, sendo que<br />
o mais preocupante é que essa diminuição não é acompanhada<br />
na mesma proporção pelos pneus usa<strong>dos</strong> gera<strong>dos</strong><br />
(-4,5%) e muito menos pelos pneus usa<strong>dos</strong> recolhi<strong>dos</strong><br />
(-2,4%).<br />
Esta situação para a Valorpneu é importante, segundo<br />
Paulo Silva, pois poderá colocar em risco o equilíbrio<br />
do sistema (SGPU).<br />
Com uma taxa de recolha de pneus usa<strong>dos</strong> que chegou<br />
aos 108% em 2011 (estimado), Paulo Silva considera<br />
que tal situação se deve ao mercado paralelo,<br />
mas também ao facto de haver mais vendas de pneus<br />
usa<strong>dos</strong> ou de pouco qualidade a entrar no mercado<br />
(que têm um período de utilização mais curto), bem<br />
como a entrada e saída de operadores pontuais.<br />
O 9º Encontro da<br />
Valorpneu foi bastante<br />
participado, ficando<br />
evidente o trabalho<br />
que tem sido feito por<br />
esta entidade<br />
Foram divulga<strong>dos</strong> neste 9º Encontro da Rede Valorpneu,<br />
os Prémios Inovação Valorpneu 2011. A<br />
terceira edição desta iniciativa premiou, com 7.500<br />
Euros e um estágio profissional na Valorpneu, Filipe<br />
Valadares e Miguel Bravo, dois alunos do curso<br />
de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico<br />
(IST) que desenvolveram o projecto “Betão com<br />
borracha proveniente de pneus usa<strong>dos</strong>”.<br />
O projecto consiste numa nova forma de produção<br />
de betão com granulado de borracha que permite<br />
evitar o consumo de uma quantidade apreciável<br />
de agrega<strong>dos</strong> naturais, mantendo e melhorando,<br />
em alguns casos, as propriedades do betão.<br />
Este novo tipo de betão poderá ter aplicabilidade<br />
prática em lajetas com aplicações em arruamentos,<br />
acessibilidades, praças e jardins; separadores<br />
centrais do tipo New-Jersey e lancis; paredes divisórias<br />
ou lajes estruturais e como material de enchimento.<br />
O projecto teve o acompanhamento do Professor<br />
Doutor Jorge de Brito e a duração total de 12 meses:<br />
“ Nove meses de trabalho prático e três meses<br />
de trabalho teórico, nos quais produzimos cerca de<br />
2.000 litros de betão no laboratório do IST”, explicaram<br />
os vencedores do Prémio.<br />
Além do primeiro prémio foram atribuídas duas<br />
menções honrosas, a segunda a Maria Neto, que<br />
desenvolveu o projecto “Do pneu ao refúgio”, que<br />
nasceu em 2009 como trabalho de mestrado na<br />
Universidade da Beira Interior (UBI) e continuou depois<br />
como trabalho de doutoramento na Faculdade<br />
de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), e<br />
a primeira à dupla Bruno Vasconcelos e Pedro Malaca<br />
da Universidade de Coimbra, com o projecto<br />
“Desenvolvimento de uma célula robotizada de recolha<br />
de contentor e triagem de pneus”.<br />
neu tem feito uma série de iniciativas que passou por<br />
um protocolo com a ANIRP que levou a acções de formação<br />
na área da triagem de pneus e encaminhamento<br />
para recauchutagem. A Valorpneu deu também apoio à<br />
campanha que a ANIRP desenvolveu sobre o pneu recauchutado.<br />
Outra iniciativa, que a Valorpneu está a promover, é<br />
um estudo de caracterização da actividade de recauchutagem,<br />
com análise do mercado, identificação <strong>dos</strong> constrangimentos<br />
e, muito importante, saber as quantidades<br />
de pneus que passam fora do âmbito do Sistema de<br />
Gestão de <strong>Pneus</strong> usa<strong>dos</strong> (SGPU).<br />
A Directora Geral da Valorpneu falou ainda de outras<br />
acções que esta entidade gestora tem em curso, com<br />
destaque para a constante adequação da rede de recolha<br />
de pneus usa<strong>dos</strong>, onde sobressai o processo de certificação<br />
ambiental <strong>dos</strong> pontos de recolha e um maior seguimento<br />
da acção de triagem de pneus usa<strong>dos</strong> para recauchutagem.<br />
Ao nível do transporte e valorização, a Valorpneu<br />
tem estado muito atenta às cargas de pneus usa<strong>dos</strong> <strong>dos</strong><br />
pontos de recolha para os valorizadores, estando a decorrer<br />
um projecto interno nesta matéria.<br />
Outro aspecto que vai merecer cada vez mais atenção<br />
da Valorpneu é o das vendas online de pneus, numa<br />
tentativa de identificar “novos” produtores, nomeadamente<br />
empresas estrangeiras que colocam pneus novos<br />
no mercado português via comércio electrónico. Digase<br />
que em 2010, a Valorpneu registou um decréscimo<br />
de aproximadamente 10% relativamente aos pneus coloca<strong>dos</strong><br />
no mercado que liquidam Ecovalor.<br />
Quanto ao sistema de informação da Valorpneu, está<br />
a decorrer um projecto para a sua total renovação, incluindo<br />
a vertente da SGPU Online. Com esta situação<br />
poderá ter uma agilidade maior e obviamente um<br />
maior controlo.<br />
Aderentes<br />
Outros da<strong>dos</strong> interessantes foram revela<strong>dos</strong> neste<br />
encontro da Valorpneu.<br />
Diogo Branco, da Valorpneu, revelou que até final<br />
de 2011 estavam regista<strong>dos</strong> 1.242 produtores de pneus<br />
aderentes ao SGPU.<br />
Quer isto dizer que há mais produtores (cerca de<br />
7%), mas existe uma maior dispersão <strong>dos</strong> mesmos, que<br />
é mais difícil de captar pois alguns dizem respeito a<br />
oportunidades momentâneas de negócio. Contudo,<br />
regista-se que houve uma quebra de pneus coloca<strong>dos</strong><br />
no mercado em 2011.<br />
Na intervenção foi reforçada a importância do relacionamento<br />
da Valorpneu com as entidades fiscalizadoras<br />
(ASAE, DGAIEC, IGAOT e SEPNA), que levaram<br />
também a novas adesões ao SGPU, pelo que a Valorpneu<br />
vai apostar numa maior cooperação com essas<br />
entidades.<br />
Foram da<strong>dos</strong> a conhecer por Dora Gervásio, alguns<br />
da<strong>dos</strong> sobre os pontos de recolha. Vai haver uma<br />
maior fiscalização das cargas de pneus usa<strong>dos</strong> e vai<br />
continuar a ser também promovida a certificação ambiental<br />
<strong>dos</strong> pontos de recolha. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 15
ACTUALIDADE<br />
Comissão Especializada de Produtores de <strong>Pneus</strong><br />
Já por diversas vezes nas páginas da REVISTA<br />
DOS PNEUS publicamos artigos onde foi visível<br />
a intervenção da Comissão Especializada<br />
de Produtores de <strong>Pneus</strong>.<br />
A mais visível foi a realização da Campanha “Pela<br />
Sua Segurança, Pneu Usado não controlado e de origem<br />
desconhecida pode ser Arriscado” que surgiu<br />
em Setembro de 2010 e teve um segunda vaga em<br />
Fevereiro de 2011, tendo envolvido não só a CEPP,<br />
mas também uma série de outras entidades como estatais,<br />
como o IMTT, ASAE, UNT e VALORPNEU,<br />
onde se tentou sensibilizar o consumidor, para os<br />
perigos de aquisição de pneus usa<strong>dos</strong> de origem desconhecida<br />
e não controla<strong>dos</strong>, numa perspectiva de<br />
circulação em segurança rodoviária, de preservação<br />
ambiental e de regularização da actividade, combatendo<br />
a concorrência desleal e a fuga à legislação fiscal.<br />
Mas o trabalho desenvolvido por esta comissão<br />
foi bastante mais profundo, indo de encontro aos<br />
objectivos da sua constituição em 2009, que passam<br />
pelo acompanhamento constante e atempado da actividade<br />
sectorial das empresas por si representadas,<br />
pela promoção de diálogo com um número crescente<br />
de entidades públicas e privadas, resultante da globalização<br />
de merca<strong>dos</strong>, pela prestação de assessoria<br />
informativa e formativa a to<strong>dos</strong> os Associa<strong>dos</strong>, garantindo<br />
o acesso destes a um leque alargado de serviços<br />
e produtos, destina<strong>dos</strong> a apoiar e a desenvolver<br />
a sua actividade empresarial e, também pela dinamização<br />
e promoção do Sector junto da opinião pública<br />
através <strong>dos</strong> Órgãos de Comunicação Social.<br />
Assim, no plano de actividades da Comissão Especializada<br />
<strong>dos</strong> Produtores de <strong>Pneus</strong> encontra-se a<br />
promoção da Regulação da Actividade. Para tal, foi<br />
Constituição da Comissão Especializada de Produtos de <strong>Pneus</strong> da ACAP: Bridgestone Portugal, Lda.;<br />
Continental <strong>Pneus</strong> S.A.; Goodyear Dunlop Tires Portugal; Michelin - Companhia Luso Pneu, Lda.; Pirelli<br />
Neumáticos, S.A.; <strong>Pneus</strong> da Península S.A. e Yokohama Ibéria S.A.<br />
Unir esforços<br />
Em 2009, os pneus voltaram a reactivar a sua actividade, no seio da ACAP, através da<br />
constituição da Comissão Especializada de Produtores de <strong>Pneus</strong>. Apesar da visibilidade das<br />
campanhas já efectuadas, está a ser feito um importante trabalho de fundo, que trará grandes<br />
benefícios para o sector<br />
constituído um Grupo Técnico de Produtores de<br />
<strong>Pneus</strong> para intervenção em áreas de:<br />
- Criação e definição de perfil de Técnico para o Sector;<br />
- Acompanhamento do processo de certificação do<br />
Técnico;<br />
- Proposta de certificação da Actividade da venda de<br />
pneus;<br />
- Pesquisas e Recolha e tratamento de Informação sobre<br />
temas que a Comissão necessite de intervir.<br />
Ainda nesta área, para <strong>2012</strong>, está previsto desenvolver<br />
um trabalho de pesquisa sobre aparelhos de medição<br />
de rastos de pneus para propor a homologação.<br />
Não menos importante é o trabalho de acompanhamento<br />
da aplicação da Legislação sobre Etiquetagem<br />
de <strong>Pneus</strong> - Regulamento (CE) nº 1222/2009 do Parlamento<br />
Europeu e do Conselho – que entrará em vigor<br />
este ano e que será muito importante para todo o sector<br />
<strong>dos</strong> pneus.<br />
Destaque ainda, por parte desta comissão, para a<br />
apresentação de iniciativas legislativas de regulação<br />
(concentração num único diploma, Código de Estrada,<br />
de normas sobre coimas e sanções e proposta de<br />
homologação de instrumentos de medição utiliza<strong>dos</strong><br />
pelas autoridades fiscalizadoras).<br />
Área de Formação<br />
Outra das grandes apostas da CEPP da ACAP é o<br />
desenvolvimento de actividade Formativa sobre <strong>Pneus</strong><br />
durante <strong>2012</strong> e no futuro.<br />
Dessa forma será formado um “Grupo Técnico”<br />
que prestará formação a entidades estatais fiscalizadoras<br />
– UNT e PSP, sendo desenvolvido um Módulo<br />
Formativo sobre o Pneu.<br />
Outro “Grupo Técnico” prestará formação a técnicos<br />
para certificação. Também é intenção do CEPP<br />
propor ao IMTT a inclusão do tema <strong>Pneus</strong> na formação<br />
a prestar pelas Escolas de Condução para as cartas<br />
de condução;<br />
Divulgação do Sector <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong><br />
Tal como já fez em 2011, também em <strong>2012</strong> o CEPP<br />
irá participar em encontros com empresas e Associações<br />
do sector, colaboração com Órgãos de Comunicação<br />
especializada do sector, participar em eventos nacionais<br />
e internacionais (Feiras, Colóquios, Seminários), assim<br />
como em conferências e outras iniciativas.<br />
Desta forma espera a CEPP, que to<strong>dos</strong> os produtores<br />
de <strong>Pneus</strong> Associa<strong>dos</strong> da ACAP se revejam na Comissão<br />
Especializada que os representa, podendo colaborar e<br />
prestar sempre o seu contributo e, em contrapartida, solicitar<br />
qualquer apoio e/ou esclarecimento ou intervenção<br />
que permita, em última análise, o desenvolvimento<br />
de todo o Sector da Importação/Fabrico de <strong>Pneus</strong>.<br />
Refira-se que a Comissão Especializada de Produtores<br />
de <strong>Pneus</strong>, é constituída pelas empresas que exercem a actividade<br />
de fabrico e importação de pneus, sendo actualmente<br />
participada pela Bridgestone Portugal, Continental<br />
<strong>Pneus</strong>, Goodyear Dunlop, Michelin, Pirelli Neumáticos,<br />
<strong>Pneus</strong> da Península e Yokohama Ibéria. <br />
16<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
ACTUALIDADE<br />
Apresentação da Comissão Especializada de Retalhistas de <strong>Pneus</strong><br />
Está formalmente constituída a Comissão Especializada<br />
de Retalhistas de <strong>Pneus</strong>. Nesta fase, fazem<br />
parte da Comissão Especializada de Retalhistas<br />
de <strong>Pneus</strong> 8 empresas, que representam<br />
geograficamente o sector do retalho <strong>dos</strong> pneus de norte<br />
a sul de Portugal.<br />
Contudo, não pretende esta comissão ser fechada<br />
em si mesmo, mas sim estar aberta a to<strong>dos</strong> os interessa<strong>dos</strong><br />
que, com a sua experiência, conhecimento e opiniões,<br />
possam trazer importantes mais-valias para este<br />
sector, desde que para tal sejam associa<strong>dos</strong> da ACAP.<br />
A criação desta comissão vem de encontro ao que se<br />
fala há muitos anos no sector, isto é, existe a certeza de<br />
que o sector precisa de união, credibilidade e profissionalismo.<br />
No fundo é todo esse trabalho que a Comissão Especializada<br />
de Retalhistas de <strong>Pneus</strong> pretende fazer através<br />
de um conjunto de mecanismos que a ACAP coloca<br />
ao seu dispor, para se atingirem os objectivos propostos.<br />
Assim, os objectivos da Comissão Especializada de<br />
Retalhistas de <strong>Pneus</strong>, inseri<strong>dos</strong> nos próprios objectivos<br />
da ACAP, são os de acompanhamento constante e<br />
atempado da actividade sectorial das empresas por si<br />
representadas e designadamente:<br />
- Apresentação, junto do IMTT de propostas de regulamentação<br />
do Sector, quer ao nível da regulação do<br />
comércio de pneus usa<strong>dos</strong> em Portugal, quer ao nível<br />
de questões relacionadas com a utilização da legislação<br />
em vigor, de modo mais adequado à realidade<br />
actual (propostas a apresentar junto <strong>dos</strong> IPO S<br />
sobre alargamento e/ajustamento de tolerâncias);<br />
- Desenvolvimento de Inquéritos relativos ao Sector,<br />
para melhor conhecimento do mercado <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong>,<br />
ao nível das empresas representativas, <strong>dos</strong> preços de<br />
Finalmente o associativismo<br />
Mesmo tendo organizado as primeiras reuniões ao longo de 2011, só no final do ano foi<br />
constituída, no seio da ACAP, a Comissão Especializada de Retalhistas de <strong>Pneus</strong>.<br />
Um ponto de partida efectivo para o associativismo no sector do retalho de pneus<br />
serviços pratica<strong>dos</strong> (elaboração de tabela recomendada),<br />
das necessidades de formação das empresas<br />
do Retalho;<br />
- Elaboração de brochuras com “Informações Úteis”<br />
para o Retalho de <strong>Pneus</strong>;<br />
- Promoção de iniciativas para criação de seguros próprios;<br />
- Elaboração de Manuais contendo os principais aspectos<br />
reguladores da actividade;<br />
- Realização de Encontros e Seminários com entidades<br />
e/ou personalidades representativas para troca<br />
de experiências.<br />
Constituição da Comissão Especializada de Retalhistas de <strong>Pneus</strong> da ACAP: Chaveca &Janeira; Estação do<br />
Pneu; Europneus; Nascimento e Mota; Pneubase; <strong>Pneus</strong> do Alcoa; <strong>Pneus</strong> 32; Pneuvita<br />
Começam assim a ser da<strong>dos</strong> os primeiros passos<br />
para regular a actividade de retalho de pneus em Portugal,<br />
contribuindo a Comissão Especializada de Retalhistas<br />
de <strong>Pneus</strong> para melhorar a sua imagem, certificar<br />
a profissão, bem como desenvolver muitas outras iniciativas<br />
necessárias ao bom funcionamento e desempenho<br />
deste sector de actividade. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 17
ACTUALIDADE<br />
ANIRP - Associação Nacional <strong>dos</strong> Industriais de Recauchutagem de <strong>Pneus</strong><br />
Em prol do recauchutado<br />
A ANIRP levou os recauchutadores e a imprensa a uma pista para demonstrar que os pneus<br />
recauchuta<strong>dos</strong> para veículos ligeiros são uma opção no momento da troca, aproveitando a<br />
ocasião para lançar uma campanha em prol do pneu recauchutado<br />
Em Portugal o principal prescritor do pneu é o retalhista.<br />
Em mais de 85% <strong>dos</strong> casos é o retalhista<br />
que acaba por decidir qual o pneu que vai montar<br />
no carro do seu cliente, tendo em conta na<br />
maioria das vezes o orçamento que esse mesmo cliente<br />
tem disponível.<br />
Atendendo a que o factor preço actualmente<br />
domina o negócio <strong>dos</strong> pneus, levando<br />
muitos clientes a optar por pneus de baixa<br />
qualidade ou mesmo pneus usa<strong>dos</strong> (que<br />
por vezes não são controla<strong>dos</strong>), entendeu a<br />
ANIRP (Associação Nacional <strong>dos</strong> Industriais<br />
de Recauchutagem de <strong>Pneus</strong>) que este era o<br />
momento ideal para fazer a promoção do pneu recauchutado<br />
para veículos ligeiros, tendo em conta o seu<br />
preço competitivo mas também as suas qualidades face<br />
aos outros dois tipos de pneus acima descritos.<br />
Método<br />
A forma que a ANIRP encontrou para promover o<br />
pneu recauchutado de ligeiro passou (e passa ainda)<br />
por diversas fases. Em primeiro lugar uma união de<br />
vontades dentro da associação, que levou a mesma a<br />
apostar num conjunto de iniciativas tendentes a promover<br />
o pneu recauchutado de ligeiro junto <strong>dos</strong> retalhistas<br />
e, sobretudo, junto do consumidor final.<br />
A ANIRP tem vindo a promover uma série de<br />
iniciativas tendo em vista a credibilização <strong>dos</strong><br />
pneus recauchuta<strong>dos</strong> para ligeiros<br />
Uma das iniciativas, por ventura a mais visível, foi o<br />
desenvolvimento de uma importante campanha de<br />
publicidade, utilizando uma figura pública (Elizabete<br />
Jacinto, piloto de camiões), em que o tema da campanha<br />
é “Pneu Recauchutado Tudo Controlado”.<br />
Para desenvolver esta campanha foram utiliza<strong>dos</strong> diversos<br />
meios, em especial a televisão, mas também a<br />
imprensa escrita e as redes sociais (e a internet em geral),<br />
de modo a que a mensagem possa chegar ao consumidor<br />
final.<br />
Noutro plano, a ANIRP, para divulgar esta campanha<br />
efectou ainda uma apresentação, com a comunicação<br />
social, no qual os associa<strong>dos</strong> tinham em exposição<br />
parte da sua gama de pneus ligeiros recauchuta<strong>dos</strong><br />
(e não só). Na mesma ocasião e no<br />
mesmo local (Pista de Guilhabreu) foi ainda<br />
proporcionado pelas associa<strong>dos</strong> da ANIRP, a<br />
realização prática de uma série de testes de<br />
demonstração <strong>dos</strong> pneus recauchuta<strong>dos</strong>, em<br />
diferentes tipos de automóveis e 4x4.<br />
Apresentação<br />
Na apresentação da campanha “Pneu Recauchutado<br />
Tudo Controlado”, José Gomes, Presidente da Direcção<br />
da ANIRP, explicou as razões que levaram a associação<br />
a apostar nesta campanha, na qual foram investi<strong>dos</strong><br />
mais de 120 mil Euros.<br />
18<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
ACTUALIDADE<br />
TESTES DINÂMICOS<br />
MERCADO DE SUBSTITUIÇÃO EM PORTUGAL EM 2010<br />
Categorias<br />
<strong>Pneus</strong><br />
<strong>Pneus</strong> Recauchuta<strong>dos</strong> (fonte: SGPU)<br />
de <strong>Pneus</strong><br />
Novos Produção Exporta<strong>dos</strong> Nacional<br />
% Total<br />
Passageiros/Turismo 3.906.964 97.394 40.249 57.145 1%<br />
4x4 on/off road 226.204 88.123 56.669 31.454 12%<br />
Comerciais 523.861 128.130 28.641 99.489 16%<br />
Pesa<strong>dos</strong> 284.892 236.215 23.967 212.248 43%<br />
Agrícolas (diversos) 58.330 13.223 1.020 12.203 17%<br />
Agrícolas (rodas motoras) 22.879 6.138 791 5.347 19%<br />
Industriais (8" a 15") 19.055 3.187 159 3.028 14%<br />
Maciços 17.669 487 0 487 3%<br />
Eng. Civil (
ACTUALIDADE<br />
ANIRP - Associação Nacional <strong>dos</strong> Industriais de Recauchutagem de <strong>Pneus</strong><br />
O MITO<br />
“NOVOS VS RECAUCHUTADOS”<br />
OPINIÕES<br />
Estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> sobre destroços de pneus recolhi<strong>dos</strong><br />
em auto-estradas permitem concluir que<br />
estes provêm tanto de pneus novos como de pneus<br />
recauchuta<strong>dos</strong>, em percentagens idênticas.<br />
"Crocodilo" é o nome pelo qual são vulgarmente<br />
designa<strong>dos</strong> os restos de pneus encontra<strong>dos</strong> nas<br />
estradas. Os "crocodilos" resultam do rebentamento<br />
de pneus, o que pode ocorrer devido a vários<br />
tipos de falhas, sendo que to<strong>dos</strong> os estu<strong>dos</strong> já realiza<strong>dos</strong><br />
indicam que a principal causa é a falta de<br />
manutenção por parte do utilizador.<br />
Em 2009, a ANIRP e o Departamento de Engenharia<br />
de Polímeros da Universidade do Minho,<br />
com o patrocínio da Valorpneu e com a colaboração<br />
da AENOR, Autoestradas do Atlântico, Brisa, Scutvias<br />
e Galpgest, desenvolveram um projecto, designado<br />
por "Caça ao Crocodilo". Este estudo teve<br />
por objectivo identificar as causas das falhas <strong>dos</strong><br />
pneus e contribuir para uma maior segurança rodoviária,<br />
determinando-se a razão entre pneus recauchuta<strong>dos</strong><br />
falha<strong>dos</strong> e pneus novos falha<strong>dos</strong> nas<br />
estradas portuguesas. Este estudo evidenciou que<br />
os “crocodilos” encontra<strong>dos</strong> provêm de pneus novos<br />
e recauchuta<strong>dos</strong> em percentagens idênticas,<br />
corroborando os estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> pelo NHTSA<br />
(National Highway Traffic Safety Administration)<br />
nos EUA e pelo TRL (Transport Research Laboratory)<br />
na autoestrada britânica M4.<br />
O estudo permitiu também concluir que as principais<br />
causas de falha são a utilização de pressão<br />
de insuflação insuficiente (60% das causas) e perfuração<br />
ou agressão da estrutura. A maior incidência<br />
de falhas verifica-se nos eixos não direccionais.<br />
Para José Gomes, o “pneu recauchutado é um produto<br />
perfeito tendo em conta a conjuntura económica<br />
actual, mas não é de facto só pelo preço que queremos<br />
afirmar o produto mas sim por questões relacionadas<br />
com a segurança e com o meio ambiente”. Assim, os<br />
três vectores essenciais desta campanha são exactamente<br />
a segurança, o ambiente e o preço do pneu recauchutado<br />
de ligeiro, pelo que a escolha da Elisabete Jacinto<br />
para rosto desta aposta passou, no entender da ANIRP,<br />
pela imagem de garantia de qualidade e fiabilidade que<br />
esta desportista (associado ao mundo automóvel)<br />
transmite. Para além do trabalho que a ANIRP está a<br />
desenvolver como associação do sector, também cada<br />
um <strong>dos</strong> recauchutadores vai forçar junto <strong>dos</strong> retalhistas<br />
a comercialização do pneu recauchutado. Alguns <strong>dos</strong><br />
recauchutadores vão mesmo apostar em novas medidas<br />
e novos pisos, mais aliciantes do ponto de vista comercial,<br />
mas também efectuar algum esforço de comunicação<br />
e marketing tendente a potenciar a venda <strong>dos</strong><br />
pneus recauchuta<strong>dos</strong> de ligeiros nas casas de pneus. <br />
Na presença de praticamente to<strong>dos</strong> os responsáveis de empresas de recauchutagem em Portugal, recolhemos<br />
um conjunto de opiniões junto das cinco entidades que representam a direcção da ANIRP, na primeira pessoa,<br />
sobre a campanha “Pneu Recauchutado Tudo Controlado” e as implicações que a mesma pode vir a ter.<br />
José Aniceto<br />
Recauchutagem São José<br />
“Esta campanha é importante no<br />
sentido de fazer passar uma imagem<br />
positiva <strong>dos</strong> pneus recauchuta<strong>dos</strong> que<br />
a maioria das pessoas não tem. Temse<br />
a ideia que o recauchutado tem<br />
pouca qualidade, mas isso é totalmente falso. Esta<br />
campanha dá-nos a possibilidade de provar o contrário,<br />
como dizer que somos das indústrias de recauchutagem<br />
mais desenvolvidas tecnologicamente em<br />
todo o mundo. No fundo é isto que nos faltava transmitir<br />
para o comum <strong>dos</strong> automobilistas, até porque se<br />
trata de um pneu que vem de encontro ao clima económico<br />
que vivemos, sendo uma alternativa muito<br />
melhor quer em relação ao pneu chinês ou ao pneu<br />
usado. Contudo, teremos que convencer também o<br />
retalhista que o recauchutado é uma opção muito<br />
melhor que o pneu usado ou o pneu novo de má qualidade”.<br />
Gomes da Costa<br />
Recauchutagem Bandague<br />
“Um <strong>dos</strong> objectivos desta campanha<br />
foi mudar a imagem do pneu junto do<br />
automobilista. A recauchutagem de<br />
hoje nada tem a ver com a de há 20<br />
anos, evoluiu-se imenso em termos<br />
tecnológicos, e por isso queremos explicar o que é o<br />
pneu recauchutado e apagar toda a carga negativa<br />
que está associada a este tipo de produto. Outro aspecto<br />
importante é que o pneu recauchutado é um<br />
pneu ecológico o que também se enquadra na lógica<br />
da protecção do ambiente. O terceiro aspecto é que o<br />
custo por quilómetro do pneu recauchutado é muito<br />
mais baixo que o pneu novo, com performances muito<br />
semelhantes.<br />
Esta campanha vai também permitir sensibilizar o<br />
retalhista para a importância do pneu recauchutado,<br />
pois se ele não for sensibilizado é óbvio que não o vai<br />
vender”.<br />
José Gomes<br />
Recauchutagem Nortenha<br />
“Queremos claramente desmistificar<br />
o pneu recauchutado, mas também<br />
comunicar de uma forma mais<br />
efectiva com o consumidor final, passando<br />
essa mensagem através das<br />
casas de pneus e assim ganhar uma imagem sólida e<br />
consistente com os pneus recauchuta<strong>dos</strong>. É isto que<br />
entendo que deve ser feito, daí apostarmos numa<br />
campanha em diferentes suportes, televisão, papel e<br />
internet, de modo a podermos chegar ao consumidor<br />
final.<br />
Agora cabe também a cada um <strong>dos</strong> recauchutadores,<br />
através <strong>dos</strong> seus clientes, forçar a venda deste<br />
tipo de pneus, até porque existe um mercado muito<br />
grande por explorar com o pneu recauchutado, seja<br />
ele de ligeiro, comercial ou 4x4”.<br />
João Seiça<br />
Recauchutagem Seiça<br />
“Trata-se de uma campanha de<br />
grande valor e com muito interesse,<br />
pois conseguimos demonstrar que o<br />
pneu recauchutado é uma opção muito<br />
válida, ecológica, segura, económica<br />
e que reúne as características de um pneu novo. O<br />
automobilista tem obviamente uma opinião errada<br />
face ao pneu recauchutado, na grande maioria <strong>dos</strong><br />
casos porque nunca experimentou o mesmo, existindo<br />
claramente um preconceito em usar pneus recauchuta<strong>dos</strong>.<br />
É por isso que nós como recauchutadores,<br />
directamente ou através da ANIRP, temos o trabalho<br />
de mudar a mentalidade das pessoas. Hoje um pneu<br />
recauchutado é um pneu que foi visto, controlado,<br />
analisado e recauchutado com todas as garantias de<br />
qualidade, reunindo por isso condições que um pneu<br />
usado não pode oferecer”.<br />
Recauchutagem São Mamede<br />
Eugénio Pereira<br />
“É sem dúvida nenhuma uma campanha<br />
muito importante e que é muito<br />
favorável para to<strong>dos</strong> os recauchutadores.<br />
Com esta campanha penso que<br />
o consumidor final ficará mais alertado<br />
para a opção que é o pneu recauchutado e assim<br />
passar a ser também uma boa opção no momento de<br />
decidir.<br />
O pneu recauchutado actualmente tem tanta qualidade<br />
como um pneu novo, e por isso temos que ser<br />
nós a incentivar o consumidor final, através desta<br />
campanha e obviamente do retalhista, que se trata de<br />
um opção a ter em conta. Os requisitos de qualidade<br />
na recauchutagem de um pneu que nos são impostos,<br />
obrigam necessariamente a que o pneu recauchutado<br />
seja um pneu de qualidade e por isso apostamos<br />
nesta campanha para o divulgar”.<br />
20<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
A EQUIPA FEMININA<br />
COMPETIÇÃO<br />
Troféu Sahara Aventura 2011<br />
Paula Castanho<br />
Representante de Portugal no mítico Camel<br />
Trophy realizado em Samoa. Participante na Baja<br />
Portalegre 500. Participante no 24h TT. Jornalista<br />
da SIC desde 1992 e responsável pelo programa<br />
SIC Esperança, na SIC Mulher.<br />
Catarina Correia<br />
A sua ligação ao mundo automóvel inicia-se em<br />
1989 na ACAP, que representa o Sector em Portugal,<br />
onde exerce funções de Secretária Geral Adjunta.<br />
É responsável pela organização do Salão Internacional<br />
do Automóvel e do Rally ACAP, nos<br />
anos 90.<br />
Aventura no deserto<br />
O Troféu Sahara Aventura 2011 contou com a participação de uma equipa feminina<br />
portuguesa. A <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> apoiou a iniciativa como media partner e várias<br />
empresas ligadas ao sector <strong>dos</strong> pneus e pós-venda automóvel patrocinaram a equipa,<br />
nomeadamente a Michelin, Blue Print e MCoutinho Peças<br />
Aequipa, constituída pela Jornalista da SIC, Paula<br />
Castanho e pela Secretária Geral Adjunta da<br />
ACAP, Catarina Correia, participou ao volante<br />
de um Toyota Land Cruiser, devidamente preparado<br />
para as dificuldades da prova que decorreu nas<br />
areias do Sahara Maroquino.<br />
O Troféu Sahara Aventura trata-se de uma prova de<br />
todo-o-terreno de orientação e de estratégia, pois eram<br />
forneci<strong>dos</strong> diariamente às equipas (muito competitivas!)<br />
“Waypoints”, cada um com pontuação diversa,<br />
cuja detecção e alcance tinha diferentes níveis de exigência.<br />
Seleccionado o percurso a efectuar, era necessário<br />
fotografar a equipa e veículos junto aos referi<strong>dos</strong><br />
pontos. Da soma resultava a classificação de cada etapa.<br />
Todavia, a dificuldade compensava, não só pelo<br />
maior número de pontos conquista<strong>dos</strong>, mas igualmente<br />
pela enorme beleza inexplorada <strong>dos</strong> locais, selecciona<strong>dos</strong><br />
pela organização.<br />
Foram definidas 4 etapas com enquadramentos<br />
paisagísticos fantásticos e divergentes – neve, deserto,<br />
montanha, etc. – muitos com acesso bastante complexo.<br />
A tangibilidade <strong>dos</strong> mesmos constituía um enorme<br />
desafio, apoiado, é certo, por mapas e por um gps<br />
com parca informação.<br />
Na hora da chegada, Paula Castanho e Catarina<br />
Correia afirmaram que “Todas as dificuldades que<br />
sentimos durante os cinco dias da prova, foram compensadas<br />
pela extraordinária experiência de condução<br />
vivida ao volante do Toyota e pelas paisagens deslumbrantes<br />
que vimos. Deixamos o nosso agradecimento<br />
à Blue Print, Michelin, Portugal Fresh, MCoutinho<br />
Peças, FLY London e aos nossos media partners Jornal<br />
das Oficinas, <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong>, <strong>Revista</strong> Mais Alentejo<br />
e Activa sem esquecer o Cristovão Leitão que nos cedeu<br />
o carro”. <br />
Paula Castanho e Catarina Correia tiveram por<br />
diversas vezes de pegar nas pás, para retirar a areia<br />
debaixo do Toyota, que ficava atascado nas dunas do<br />
deserto do Sahara<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 21
CONHECER<br />
Compreender a recauchutagem<br />
Evolução das mentalidades<br />
A crescente utilização de pneus recauchuta<strong>dos</strong> em aplicações muito exigentes, como o transporte<br />
rodoviário de longo curso e as aeronaves, tornou-se possível através do emprego de tecnologias<br />
avançadas de reparação e recuperação de carcaças, assim como testes de laboratório intensivos<br />
Arecauchutagem nasceu praticamente ao mesmo<br />
tempo da indústria de pneus para veículos, cerca<br />
do ano de 1900, porque era mais do que óbvio<br />
que a banda de rolamento se gastava mais rapidamente<br />
do que estrutura ou carcaça do pneu. Bastava<br />
aplicar uma nova banda de rolamento num pneu gasto<br />
e tínhamos um pneu praticamente novo.<br />
Apesar disso e pese embora a<br />
enorme força do conceito de<br />
economia que representava desde<br />
logo, o pneu recauchutado<br />
teve que progredir muito lentamente<br />
e um pouco ao sabor <strong>dos</strong><br />
acontecimentos. A verdade é<br />
que o automóvel se manteve um meio de transporte<br />
elitista até pelo menos ao pós guerra (1950), altura em<br />
que começaram a surgir os primeiros modelos utilitários<br />
(VW Carocha, Renault 4CV, etc.). Portanto, a<br />
questão do pneu recauchutado era considerada apenas<br />
remotamente, sendo visto como um produto de<br />
segunda escolha e geralmente só aplicado em carros<br />
usa<strong>dos</strong> ou em fim de vida. Isto, no que respeita a veículos<br />
de passageiros, porque nos veículos comerciais<br />
o pneu recauchutado foi sempre visto com maior<br />
pragmatismo pelos empresários de transporte, que<br />
viam nele uma forma de redução de custos muito evidente.<br />
A crescente utilização de pneus recauchuta<strong>dos</strong> em<br />
aplicações muito exigentes, constitui por si só um<br />
certificado de qualidade para o mercado<br />
Só que, entretanto, entrámos nos "anos loucos" do<br />
crescimento económico e do consumo imparável<br />
(anos 70/80 do século passado, que havia de culminar<br />
nos anos 90 e princípio deste século com o consumismo<br />
(consumo pelo consumo). Claro que o pneu recauchutado<br />
foi sobrevivendo como produto de nicho,<br />
tendo-se aperfeiçoado tecnicamente, sempre à<br />
sombra da sua incontornável economia. Passou mesmo<br />
assim por tempos difíceis e podia mesmo ter desaparecido,<br />
porque a praga <strong>dos</strong> "pneus usa<strong>dos</strong>", resultante<br />
do consumismo, conseguia ser ainda mais "económica".<br />
A grande oportunidade<br />
Ao longo de todo o século<br />
XX, a indústria do pneu recauchutado<br />
foi evoluindo tecnicamente<br />
e como conceito de negócio,<br />
tendo adquirido economias<br />
de escala e sinergias com os<br />
grandes grupos económicos. Todas as grandes marcas<br />
de pneus hoje em dia possuem departamentos de recauchutagem,<br />
podendo ainda participar em diversas<br />
outras indústrias de recauchutagem, como forma de<br />
controlarem os avanços <strong>dos</strong> concorrentes nessa área.<br />
O sector da recauchutagem tinha pois atingido a sua<br />
22<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
CONHECER<br />
QUADRO I - CONSERVAÇÃO DE RECURSOS E SUSTENTABILIDADE<br />
O BOM EXEMPLO DOS EUA<br />
Os pneus recauchuta<strong>dos</strong> são os mais "verdes" do planeta, porque permitem reduzir o consumo de petróleo e de<br />
emissões de CO 2 .<br />
POUPANÇA PETRÓLEO RECAUCHUTAGEM (EM GALÕES)<br />
São necessários 83 l de<br />
petróleo para produzir<br />
um pneu novo<br />
Apenas 26,5 l para<br />
recauchutar um pneu<br />
Frota com 100 pneus Frota com 500 pneus Frota com 1.000 pneus<br />
Futuro sem reforma<br />
Nos EUA, o governo federal publicou uma directiva<br />
(Novembro de 1988) que incentiva o uso de<br />
pneus recauchuta<strong>dos</strong> em to<strong>dos</strong> os departamentos<br />
governamentais e todas as empresas que têm contractos<br />
com o governo. Para além <strong>dos</strong> imperativos<br />
de conservação de recursos e protecção do ambiente,<br />
o governo pode assim reduzir o seu orçamento<br />
em pneus, pois um recauchutado custa menos<br />
30 a 50% menos do que um pneu novo. Os governantes<br />
<strong>dos</strong> EUA sabem isso perfeitamente,<br />
porque a aviação (comercial e militar) consegue<br />
economizar por ano mais de 100 milhões de dólares<br />
em pneus. Nos aviões, 80% <strong>dos</strong> pneus em uso<br />
são recauchuta<strong>dos</strong> e chegam a fazer uma média de<br />
270 descolagens e aterragens com o mesmo pneu.<br />
No caso <strong>dos</strong> transportes rodoviários, o negócio chega<br />
aos 3 biliões de dólares anuais.<br />
Como na Europa não existe governo federal, ainda<br />
estamos na fase do controlo de défice orçamental<br />
<strong>dos</strong> países, mas não demorará muito a descobrirem<br />
que estão a pagar para destruir recursos e poluir<br />
o ambiente. Mas também vão descobrir que o<br />
pneu recauchutado cria emprego e gera riqueza,<br />
como acontece já nos EUA. Ali existem cerca de 850<br />
indústrias de recauchutagem de todas as dimensões,<br />
desde 20 pneus dia a mais de 1000 unidades<br />
diárias, que representam mais de 3 biliões de dólares<br />
de facturação anual. Como o Mundo não é só<br />
Europa e EUA, o pneu recauchutado tem inúmeras<br />
oportunidades de crescer de forma sustentada em<br />
todo o planeta. Se a tendência se mantiver, tudo<br />
apontando nesse sentido, qualquer dia os fabricantes<br />
de pneus começam a fabricar carcaças especialmente<br />
para serem recauchutadas… O futuro da<br />
recauchutagem está deste modo mais do que assegurado<br />
e não se prevê qual seja a sua idade de reforma.<br />
maturidade, quando os choques petrolíferos vieram<br />
demonstrar que o petróleo é cada vez mais um recurso<br />
finito e que as mudanças climáticas, decorrentes<br />
das emissões com efeito e estufa, são mesmo para levar<br />
muito a sério.<br />
To<strong>dos</strong> chegaram a um rápido consenso de que o<br />
crescimento económico ilimitado não é sustentável e<br />
de que se impunham urgentes limitações<br />
ao consumo de petróleo<br />
e às emissões de CO2. Dos<br />
consensos à realidade prática vai<br />
sempre uma certa distância, mas<br />
o facto é que se tem vindo a caminhar<br />
para uma economia<br />
mais sustentável, que acaba de receber o "apoio" inesperado<br />
da crise financeira internacional.<br />
De um momento para o outro, o pneu recauchutado<br />
passa de ajudante subalterno, para senhor de pleno<br />
direito no mercado global. Deixou de ser o substituto<br />
inferior do pneu novo, para partilhar com este o conceito<br />
da redução do custo do ciclo de vida global do<br />
pneu. O pneu novo passa a valer, não só pelos seus<br />
atributos próprios, como pela possibilidade de prolongar<br />
a sua vida através de duas ou três recauchutagens,<br />
pelo menos. Os pneus de outros veículos podem<br />
chegar até às 12 recauchutagens, como no caso<br />
das aeronaves comerciais.<br />
Em relação a um pneu novo, o recauchutado passa pelas<br />
mesmas fases de fabrico, excepto no que respeita à<br />
construção da carcaça, que é recuperada de um pneu usado<br />
Contudo, além de se tornar protagonista na área da<br />
economia, passando a figurar na agenda e nos planos<br />
de to<strong>dos</strong> os operadores de frotas de veículos, o pneu<br />
recauchutado tornou-se uma verdadeira vedeta na<br />
área da conservação de recursos e de defesa do meio<br />
ambiente. Efectivamente, um pneu recauchutado<br />
consome menos de 1/3 do petróleo do que um pneu<br />
novo necessita (energia e matéria prima). No caso de<br />
um pneu para camião, isso significa que cada pneu<br />
novo gasta mais de 83 l de petróleo, enquanto que um<br />
pneu recauchutado se fica pelos 26,5 l (QUADRO I).<br />
Estamos a falar de três vezes mais sustentabilidade.<br />
Claro que temos que fazer contas ao facto de não haver<br />
pneus recauchuta<strong>dos</strong> sem<br />
haver pneus novos, mas a realidade<br />
é que o pneu novo se torna<br />
mais sustentável ao prolongar a<br />
sua vida e quilometragem através<br />
das recauchutagens. A verdade<br />
é que hoje temos no transporte<br />
de longo curso tantos pneus novos como recauchuta<strong>dos</strong><br />
a rolar ao mesmo tempo. Há mesmo certos<br />
operadores que só montam pneus recauchuta<strong>dos</strong> no<br />
eixo de tracção e novos no eixo direccional, o que supera<br />
a tendência média de um para um.<br />
Como se tudo isto não bastasse, para dar uma gran-<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 23
CONHECER<br />
Compreender a recauchutagem<br />
FIG.1<br />
Uma carcaça de pneu<br />
passa por uma<br />
estreita malha de<br />
testes e verificações,<br />
sendo a primeira<br />
meramente visual<br />
FIG.2<br />
Esta máquina<br />
consegue<br />
detectar furos<br />
na carcaça<br />
com uma<br />
corrente de<br />
25.000 volts<br />
FIG.3<br />
Com este<br />
tipo de "radiografia",<br />
podem ser detecta<strong>dos</strong><br />
danos na carcaça que<br />
de outro modo não são<br />
visíveis<br />
FIG.4<br />
Esta máquina<br />
computorizada de<br />
controlo numérico<br />
possui ferramentas de<br />
corte que permitem<br />
chegar a tolerâncias<br />
da máxima exactidão<br />
FIG.5<br />
FIG.6<br />
O granulado<br />
de borracha<br />
que sobra da<br />
raspagem das<br />
carcaças é<br />
usado para<br />
produzir<br />
outros<br />
produtos,<br />
como tapetes<br />
de borracha,<br />
entre outros<br />
A superfície da carcaça é regularizada, utilizando<br />
borracha por vulcanizar<br />
de oportunidade de protagonismo ao pneu recauchutado,<br />
este ainda tem a seu crédito o facto de "obrigar"<br />
os operadores de frotas a manterem a pressão <strong>dos</strong><br />
pneus sempre no nível ideal, pois essa é uma condição<br />
para o pneu poder ser recauchutado mais vezes,<br />
conservando a carcaça. Indirectamente, o recauchutado<br />
consegue assim economizar milhões de litros de<br />
combustível e evitar muitas toneladas de emissões de<br />
CO2. Mas há mais, porque o pneu recauchutado<br />
consegue ainda reduzir o volume de resíduos de<br />
pneus em fim de vida, minimizando os custos globais<br />
da reciclagem.<br />
Qualidade e segurança<br />
A actual situação privilegiada do pneu recauchutado<br />
no mercado não seria possível sem uma demonstração<br />
prévia de credibilidade e de fiabilidade. Isso<br />
tornou-se possível através do emprego de tecnologias<br />
avançadas de selecção, reparação e recuperação de<br />
carcaças, a processos de fabrico certifica<strong>dos</strong>, assim<br />
como testes de laboratório intensivos. Esse conjunto<br />
de situações permite garantir a máxima qualidade do<br />
produto e oferecer ao consumidor a mesma garantia<br />
dum pneu novo.<br />
Por outro lado, a crescente utilização de pneus recauchuta<strong>dos</strong><br />
em aplicações muito exigentes, como o<br />
transporte rodoviário de longo curso e as aeronaves,<br />
com idêntico desempenho aos pneus novos, constitui<br />
por si só um certificado de qualidade para o mercado.<br />
Acresce além disso a circunstância da quase totalidade<br />
<strong>dos</strong> produtores de recauchuta<strong>dos</strong> terem uma ligação<br />
qualquer a uma das grandes marcas produtoras<br />
do mercado, podendo pertencer ao mesmo grupo, serem<br />
filiais, serem negócios em franchising dessas marcas,<br />
terem acor<strong>dos</strong> de cooperação técnica ou simplesmente<br />
de consultadoria. Não podia ser de outro<br />
modo com um segmento de mercado que está no terreno<br />
a discutir volumes com os grandes fabricantes,<br />
tanto actualmente, como ainda mais no futuro.<br />
24<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
CONHECER<br />
FIG.7<br />
Só pequenos furos e cortes podem ser repara<strong>dos</strong><br />
numa carcaça para recauchutar<br />
FIG.8<br />
Esta carcaça já está<br />
recuperada e está a<br />
ser transportada para<br />
o local de aplicação da<br />
nova banda de<br />
rolamento.<br />
FIG.9<br />
Esta máquina<br />
consegue<br />
extrudir para<br />
a carcaça a<br />
quantidade<br />
exacta de<br />
borracha<br />
verde ou por<br />
curar<br />
FIG.10<br />
Processo de fabrico<br />
Em relação a um pneu novo, o recauchutado passa<br />
pelas mesmas fases de fabrico, excepto no que respeita<br />
à construção da carcaça, que é recuperada de um pneu<br />
usado.<br />
De qualquer modo, as carcaças usadas que são utilizadas<br />
no fabrico de pneus recauchuta<strong>dos</strong> passam por<br />
testes e verificações à lupa, sendo recuperadas de pequenas<br />
deficiências de uso e totalmente preparadas,<br />
como veremos de seguida, para receberem uma nova<br />
banda de rolamento.<br />
Com pequenas diferenças, dependendo da tecnologia<br />
de recauchutagem utilizada, to<strong>dos</strong> os processos de<br />
reconstrução do pneu assentam em sete passos principais.<br />
PASSO Nº 1 - O primeiro contacto da empresa de<br />
recauchutagem com uma carcaça eventualmente válida<br />
é realizado através de uma inspecção visual e táctil<br />
(Fig. 1). A carcaça não pode apresentar defeitos susceptíveis<br />
de comprometer a recauchutagem, como danos<br />
profun<strong>dos</strong> na estrutura ou falta de borracha na banda<br />
de rolamento.<br />
A empresa não pode defraudar as expectativas do<br />
consumidor fina, em prejudicar a imagem de qualidade<br />
da marca.<br />
Todas as carcaças consideradas impróprias são enviadas<br />
para o tratamento de resíduos de pneus em fim<br />
de vida.<br />
PASSO Nº 2 - As carcaças que serão recauchutadas,<br />
passam de seguida por testes não destrutivos, que incluem<br />
ultra sons, alta voltagem e Raios-X, entre outros<br />
(Fig. 2). O objectivo destes testes é determinar se existem<br />
danos não visíveis em grande número (furos, por<br />
exemplo, telas despegadas, cabos de aço parti<strong>dos</strong>, etc.),<br />
que inviabilizem o aproveitamento da carcaça.<br />
FIG.11<br />
A carcaça com<br />
a banda de<br />
rolamento<br />
aplicada é<br />
colocada no<br />
molde, cujo<br />
desenho<br />
ficará gravado<br />
na banda de<br />
rolamento do<br />
pneu.<br />
Através deste painel<br />
de instrumentos, o<br />
operador selecciona a<br />
pressão, a<br />
temperatura e o<br />
tempo de cura do<br />
pneu, que vulcanizará<br />
a borracha da banda<br />
de rolamento,<br />
ligando-a firmemente<br />
à carcaça<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 25
CONHECER<br />
Compreender a recauchutagem<br />
FIG.12<br />
O pneu<br />
recauchutado<br />
está pronto e pode<br />
ser retirado do<br />
molde, com a<br />
ajuda de um<br />
guincho. Além de<br />
pesado, o pneu<br />
está muito quente<br />
na altura de ser<br />
retirado do molde<br />
FIG.13<br />
Neste sistema, a banda de rolamento já curada é<br />
colada na carcaça que foi preparada antes. Como<br />
se pode ver, a banda de rolamento é uma extensa<br />
fita de borracha com desenhos, que a máquina vai<br />
colando à carcaça<br />
FIG.14<br />
A cola especial à base de borracha é aplicada na<br />
carcaça, antes de se aplicar a banda de rolamento<br />
pronta<br />
FIG.15<br />
Nos pneus que são recauchuta<strong>dos</strong> sem molde,<br />
estes são introduzi<strong>dos</strong> numa câmara de<br />
vulcanização envolvi<strong>dos</strong> numa capa de borracha<br />
exterior<br />
PASSO Nº 3 - Após os dois níveis de triagem anteriores,<br />
a carcaça está pronta para ser aparada, ou seja,<br />
passar por um processo de corte da borracha antiga em<br />
excesso. Esta operação é processada por máquinas de<br />
precisão computorizadas, que deixam apenas a borracha<br />
original indispensável para efectuar a recauchutagem,<br />
com tolerâncias muito exactas (Fig. 3).<br />
A forma deixada pelo corte tem grande importância<br />
no êxito da posterior recauchutagem, permitindo obter<br />
especificações de origem do construtor do veículo.<br />
Existem casos em que a forma final do pneu é ainda<br />
mais perfeita do que o pneu original.<br />
Os resíduos resultantes desta operação são depois<br />
recicla<strong>dos</strong>, para darem origem a novos produtos de<br />
borracha (Fig. 4).<br />
PASSO Nº 4 - Nesta fase, é efectuada a reparação e<br />
preparação da carcaça previamente aparada. O objectivo<br />
destes procedimentos é obviamente conseguir que<br />
a carcaça gaste toda a nova banda de rolamento e, se<br />
possível, permitir ainda uma nova recauchutagem no<br />
futuro. Nesta fase, a carcaça ainda pode se rejeitada,<br />
caso se verifiquem danos de maiores dimensões. Isso<br />
muitas vezes só é possível avaliar ao retirar a borracha<br />
deteriorada (Fig. 5).<br />
Nos pontos em que foi retirada mais borracha, é<br />
aplicada nova camada de borracha ainda não vulcanizada<br />
(Fig. 6).<br />
Os pequenos danos ( furos e cortes) são repara<strong>dos</strong> a<br />
partir do interior do pneu, para não interferir com o<br />
processo de recauchutagem seguinte (Fig. 7).<br />
PASSO Nº 5 - Depois de preparada, a carcaça está<br />
pronta para receber a nova banda de rolamento (Fig.<br />
8), mas esta pode ser aplicada por dois méto<strong>dos</strong> diferentes:<br />
cura em molde e cura prévia.<br />
Cura em Molde - Este sistema de recauchutagem é<br />
muito parecido com o fabrico de um pneu novo, sendo<br />
aplicada a borracha nova (verde) na carcaça.<br />
26<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
CONHECER<br />
FIG.16<br />
Para que a capa<br />
de borracha,<br />
semelhante a<br />
uma câmara de<br />
ar, cumpra o seu<br />
papel<br />
integralmente, é<br />
extraído o ar do<br />
seu interior,<br />
através de uma<br />
válvula<br />
FIG.17<br />
Os pneus são introduzi<strong>dos</strong> na câmara de<br />
vulcanização dentro de uma capa de borracha,<br />
cuja principal função é manter to<strong>dos</strong> os<br />
elementos do pneu uni<strong>dos</strong>, até se completar o<br />
processo de cura<br />
FIG.18<br />
A verificação<br />
efectuada no final do<br />
ciclo produtivo<br />
permite aferir os<br />
padrões de qualidade<br />
do pneu recauchutado<br />
já acabado<br />
FIG.19<br />
Existem vários méto<strong>dos</strong> para conseguir isso, podendo<br />
ou não incluir as paredes laterais do pneu (Fig. 9). Neste<br />
ponto, a carcaça fica pronta para ser introduzida no<br />
molde, onde se processará a completa ligação da banda<br />
de rolamento à carcaça (Fig. 10). O desenho do pneu recauchutado<br />
está gravado no próprio molde, tal como<br />
nos pneus novos. Após o processo de cura (Fig. 11), o<br />
novo pneu pode ser retirado do molde e está pronto<br />
para ser submetido a testes de qualidade (Fig. 12).<br />
Método da cura prévia - Neste método, a banda de<br />
rolamento, que pode ser de uma peça inteira ou ser<br />
constituída por várias secções (Fig. 13), é colada na carcaça<br />
já preparada, onde foi aplicada uma cola específica<br />
(Fig. 14). Já com nova banda de rolamento colada, é colocada<br />
uma capa de borracha na carcaça (Figs. 15 e 16),<br />
que é enviada para a câmara de vulcanização (Fig. 17).<br />
PASSO Nº 6 - A cura da carcaça com borracha nova<br />
ou verde depende de programas defini<strong>dos</strong> previamente,<br />
nos quais o tempo, a pressão e a temperatura garantem<br />
a total coesão da nova banda de rolamento do<br />
pneu com a carcaça já preparada.<br />
Em termos de qualidade final do produto, não existe<br />
diferença fundamental entre os dois méto<strong>dos</strong> de<br />
cura (molde ou câmara de compressão), embora se<br />
possa depreender que o processo do molde seja mais<br />
rápido e permita maior produtividade, pois são elimina<strong>dos</strong><br />
os procedimentos de preparação da nova banda<br />
de rolamento e de colagem desta. Se não houver diferenças<br />
de custo significativas entre os dois méto<strong>dos</strong>,<br />
isso acaba por não ter qualquer impacto no consumidor<br />
final.<br />
PASSO Nº 7 - Na inspecção final do novo pneu recauchutado,<br />
verifica-se a conformidade <strong>dos</strong> padrões do<br />
produto e a sua apresentação exterior (Fig. 18). Uma camada<br />
de tinta final dá um aspecto de novo ao recauchutado,<br />
que fica pronto para ser expedido para o mercado,<br />
com a respectiva etiqueta já colada (Fig. 19). <br />
Depois de pintado o pneu recauchutado fica com o<br />
brilho de um pneu novo e está pronto para mais<br />
um ciclo de vida útil. A etiqueta permite<br />
identificar as medidas e outras características do<br />
pneu, para além de conter instruções de<br />
segurança<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 27
MERCADO<br />
Nova distribuição<br />
Vira<strong>dos</strong> para o cliente final<br />
Depois de sabermos o ponto de vista <strong>dos</strong> grossistas e <strong>dos</strong> retalhistas, nesta edição da <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>Pneus</strong> fomos saber como é que a nova distribuição olha para o mercado <strong>dos</strong> pneus.<br />
São inegáveis os benefícios que a nova distribuição<br />
trouxe ao sector oficinal (mecânica e<br />
pneus). Desde que apareceram os primeiros<br />
centros autos, já na década de 90, a sua importância<br />
no mercado da manutenção e reparação automóvel<br />
tem sido crescente e têm-se vindo a consolidar<br />
cada vez mais.<br />
Existem conceitos para to<strong>dos</strong> os<br />
gostos, mas to<strong>dos</strong> eles assentam<br />
em directrizes muito bem definidas<br />
e já muito testa<strong>dos</strong> noutros<br />
merca<strong>dos</strong>, pelo que não é de estranhar<br />
que tenham tido e continuem<br />
a ter (de uma forma geral)<br />
sucesso.<br />
Os preços fixos, a aposta na imagem, a concentração<br />
em determina<strong>dos</strong> tipos de serviços, o poder económico<br />
das empresas a que estão ligadas, o investimento em<br />
comunicação muito direccionada ao cliente final, a localização<br />
estratégica <strong>dos</strong> centros, entre muitos outros<br />
aspectos, fizeram com que a atractividade pelos serviços<br />
a que se proponham fazer fosse grande.<br />
Um <strong>dos</strong> negócios que está também muito associado<br />
à nova distribuição é o <strong>dos</strong> pneus. São constantes as<br />
campanhas que essas empresas fazem para o cliente final<br />
ao nível <strong>dos</strong> pneus, propondo muitas vezes uma série<br />
de serviços associa<strong>dos</strong> e de valor acrescentado que<br />
Existem conceitos para to<strong>dos</strong> os gostos, mas to<strong>dos</strong> eles<br />
assentam em directrizes muito bem definidas e já muito<br />
testa<strong>dos</strong> noutros merca<strong>dos</strong><br />
levam muitas vezes o cliente a optar por mudar os seus<br />
pneus nessas oficinas.<br />
Sabemos, até porque ouvimos as diferentes sensibilidades<br />
associadas ao mercado <strong>dos</strong> pneus, que a rivalidade<br />
entre os “puros” retalhistas de pneus e a nova distribuição<br />
é grande. É certo que muitos retalhistas também<br />
já seguiram o caminho da nova distribuição, associando-se<br />
muitos deles em redes organizadas, potenciando<br />
a relação com o cliente final mas também oferecendo<br />
um maior leque de serviços de modo a capitalizar<br />
o que seria uma simples troca de pneus. Porém, a<br />
grande maioria do retalho não está organizado e sofre<br />
cada vez mais com a abordagem que as redes organizadas<br />
e a nova distribuição têm para<br />
o cliente final.<br />
Escolhemos para esta edição da<br />
REVISTA DOS PNEUS três importantes<br />
representantes da nova<br />
distribuição em Portugal. Feu vert,<br />
Roady e Norauto, representam<br />
mais de 100 estabelecimentos onde os pneus assumem<br />
importância capital nos seus negócios.<br />
Fomos saber a opinião <strong>dos</strong> seus responsáveis sobre o<br />
mercado <strong>dos</strong> pneus em Portugal, num contexto económico<br />
recessivo que ditou também uma quebra desse<br />
mercado em 2011.<br />
28<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
MERCADO<br />
PERGUNTAS<br />
1Como caracteriza o mercado<br />
do retalho de pneus<br />
(incluíndo a nova<br />
distribuição) em Portugal?<br />
2O que trouxe a nova<br />
distribuição ao sector <strong>dos</strong><br />
pneus a retalho no nosso<br />
mercado?<br />
3Considera que existem<br />
casas de pneus a mais em<br />
Portugal? Porquê?<br />
4Quais as ameaças e as<br />
oportunidades do retalho de<br />
pneus para a nova<br />
distribuição?<br />
5Qual é, na sua opinião, o<br />
futuro da actividade do<br />
retalho em Portugal?<br />
Jorge Lobato Faria<br />
Feu Vert<br />
1 Tendencialmente a ficar<br />
melhor organizado, mas com<br />
uma desastrosa gestão das margens<br />
de rentabilidade por parte<br />
de alguns operadores menos<br />
profissionais.<br />
2 Profissionalismo, gestão,<br />
organização, oferta alargada,<br />
maior garantia para o cliente final<br />
e maior credibilidade ao sector.<br />
3 Acredito que o próprio mercado acabará por dar<br />
resposta a esta questão, fazendo uma triagem e seleccionando<br />
naturalmente as casas melhor organizadas,<br />
melhor geridas e mais profissionais.<br />
4 Como ameaça, a imagem mais especialista junto<br />
do cliente final quando na realidade não o são e a evolução<br />
e modernização das casas e oficinas tradicionais<br />
para oficinas independentes e multiserviço.<br />
Como oportunidade, a nova distribuição apresentase<br />
como uma alternativa real às casas de pneus tradicionais,<br />
propondo ao cliente qualidade de serviço,<br />
profissionalismo e oferta alargada de pneus e serviços.<br />
5 É o caminhar para uma maior profissionalização<br />
e dignificação da nossa actividade, que por vezes é<br />
maltratrada por alguns operadores que descredibilizam<br />
o mercado.<br />
Fonte Oficial Roady<br />
Roady<br />
1 Actualmente o mercado caracteriza-se por uma<br />
grande quebra de margens na venda de pneus, a par de<br />
um aumento de oferta de serviços na venda de pneus.<br />
O pequeno retalho tem-se pautado por uma falta de<br />
transparência de preços e por uma oferta de poucos<br />
serviços agrega<strong>dos</strong>, embora nos últimos tempos, pelo<br />
facto de estar a reorganizar-se e integrar-se em redes,<br />
tenda a tornar-se cada vez mais profissional. A distribuição<br />
moderna sendo mais transparente e oferecendo<br />
mais serviços complementares é a que oferece mais<br />
credibilidade, confiança e profissionalismo.<br />
2 Melhor serviço, qualidade, profissionalismo,<br />
trasparência, oferta de marcas e comunicação.<br />
3 Sim, porque o sistema de fiscalização actual,<br />
com algumas falhas de controlo, permite que pequenas<br />
casas sobrevivam, vendendo pneus usa<strong>dos</strong>, ou<br />
comprando pneus não conformes, com preços mais<br />
baixos.<br />
4 Como ameaças, as casas de pneus que vendem<br />
usa<strong>dos</strong>, como oportunidades, a sua especialização/diferenciação,<br />
equipamentos, formação técnica.<br />
5 O retalho não integrado continuará com uma<br />
tendência decrescente, sendo que as redes tenderão a<br />
aumentar, situação que se verificará também com os<br />
Centros Auto.<br />
Miguel Costa<br />
Norauto<br />
1 É um mercado muito<br />
competitivo, pulverizado por<br />
inúmeros pontos de venda e<br />
marcas de pneus.<br />
Existem unidades de negócio,<br />
com um nível de prestação<br />
de serviços muito bom, todavia<br />
muitos outros actores de<br />
menor dimensão perturbam<br />
PUB<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 29
MERCADO<br />
Nova distribuição<br />
imenso o mercado através do não respeito das obrigações<br />
legais, da comercialização de produtos de qualidade<br />
perigosa para o consumidor e pela desvalorização<br />
<strong>dos</strong> serviços (com a oferta das válvulas, equilibragem,<br />
alinhamento…).<br />
2 A nova distribuição e em particular a Norauto<br />
veio trazer maior transparência ao nível <strong>dos</strong> preços de<br />
venda e maior conforto ao consumidor, pois permite<br />
fazer toda a manutenção do automóvel num mesmo<br />
local.<br />
Oferece uma grande variedade de produtos, facilidade<br />
de acessos e estacionamento, visibilidade, qualidade<br />
das instalações e equipamentos.<br />
To<strong>dos</strong> os centros Norauto estão abertos 7 dias por<br />
semana com horários alarga<strong>dos</strong>, têm facilidades de<br />
pagamento e grandes investimentos na formação <strong>dos</strong><br />
colaboradores, por forma a ter uma uniformização da<br />
qualidade do serviço.<br />
Com uma forte capacidade de investimento, gestão,<br />
inovação e comunicação, é um conceito que oferece<br />
mais valias ao consumidor.<br />
3 É um mercado muito atomizado em pontos de<br />
venda, mas existe uma quantidade de vendas assinalável<br />
concentrada em algumas redes e cadeias, como tal,<br />
é de concluir que muitos operadores devem ter uma<br />
média de vendas muito reduzida.<br />
Numa análise puramente aritmética direi que existem<br />
muitas casas de pneus, mas o próprio mercado<br />
fará a sua escolha.<br />
De lamentar são os pontos de venda que fazem o<br />
seu negócio através de práticas que estão à margem da<br />
legalidade.<br />
4 Através do crescimento natural das suas redes é<br />
de prever que continue a crescer em pontos de venda<br />
e a ganhar quota de mercado, até pelas mais valias já<br />
acima explicitadas.<br />
A qualidade de cada insígnia e o reconhecimento<br />
pelo consumidor fará a triagem. É fundamental saber<br />
adaptar-se ao mercado e às expectativas <strong>dos</strong> clientes.<br />
As ameaças incidem sobretudo no mercado paralelo<br />
e respectiva concorrência desleal.<br />
5 O futuro da actividade irá passar pelo crescimento<br />
das redes associadas, das insígnias financeiramente<br />
sólidas e <strong>dos</strong> concessionários.<br />
É estratégico saber valorizar os serviços associa<strong>dos</strong><br />
aos pneus e a competência <strong>dos</strong> técnicos qualifica<strong>dos</strong>.<br />
É um erro crasso oferecer os serviços.<br />
A curto prazo haverá sempre operadores à margem<br />
das boas práticas, mas que não serão sustentáveis a<br />
médio-longo prazo.<br />
Por outro lado, a evolução tecnológica e de normas<br />
legais associadas aos pneus e ao automóvel no seu geral,<br />
exigirá cada vez mais competências na relação e<br />
prestação de serviços ao cliente. <br />
PERGUNTAS<br />
1Como caracteriza o mercado do<br />
retalho de pneus (incluíndo a<br />
nova distribuição) em Portugal?<br />
2O que trouxe a nova distribuição<br />
ao sector <strong>dos</strong> pneus a retalho<br />
no nosso mercado?<br />
3Considera que existem casas<br />
de pneus a mais em Portugal?<br />
Porquê?<br />
4Quais as ameaças e as<br />
oportunidades do retalho de<br />
pneus para a nova distribuição?<br />
5Qual é, na sua opinião, o futuro<br />
da actividade do retalho em<br />
Portugal?<br />
FEU VERT PORTUGAL<br />
CENTROS AUTO ROADY<br />
NORAUTO PORTUGAL<br />
Início da actividade Novembro de 2005<br />
Localização da sede Sintra Retail Park (Rio de Mouro)<br />
Número de estabelecimentos 9: 8 Autocentros, 1 Car Service<br />
Localização <strong>dos</strong> estabelecimentos<br />
Braga, Guimarães, Gaia, Aveiro, Leiria, Santarém, Loures,<br />
Sintra, Portimão<br />
Número total (global) de emprega<strong>dos</strong> 135<br />
Endereço internet<br />
www.feuvert.pt<br />
Principais acor<strong>dos</strong><br />
Protocolos estabeleci<strong>dos</strong> com diversas empresas e<br />
organismos públicos e priva<strong>dos</strong><br />
Faz to<strong>dos</strong> os serviços de pneus<br />
Sim<br />
Faz to<strong>dos</strong> serviços de mecânica<br />
Sim<br />
Nº de marcas de pneus comercializadas 10<br />
Principais marcas de pneus comercializadasMabor, Firestone,<br />
Bridgestone, Continental, Michelin<br />
Segmentos de mercado (ligeiro, TT, vans, outros)<br />
Ligeiro, TT e Van<br />
Nº médio de pneus em stock (2010) 8.000 uni.<br />
Número de pneus vendi<strong>dos</strong> nos postos (2010) 52.000 uni.<br />
Pontos fortes da empresa:<br />
Qualidade do serviço<br />
Rapidez de resposta<br />
Preço<br />
Atendimento<br />
Distribuição geográfica <strong>dos</strong> postos<br />
Horário alargado<br />
Início da actividade 1998<br />
Localização da sede<br />
Alcanena<br />
Número de estabelecimentos 32<br />
Localização <strong>dos</strong> estabelecimentos<br />
Portugal Continental de Norte a Sul do País<br />
Número total (global) de emprega<strong>dos</strong><br />
Cerca de 450 colaboradores, o que se traduz numa média de 13 a 15<br />
colaboradores por ponto de venda.<br />
Endereço internet<br />
www.roady.pt<br />
Principais acor<strong>dos</strong> (gestoras, entidades, etc)<br />
- Gestoras: Arval e GE<br />
- Entidades: ACP, PT, Glassdrive, Sócios Benfica<br />
Faz to<strong>dos</strong> os serviços de pneus<br />
Sim<br />
Faz to<strong>dos</strong> serviços de mecânica To<strong>dos</strong> menos chapa e pintura<br />
Nº de marcas de pneus comercializadas: 8<br />
Principais marcas de pneus comercializadas:<br />
Durant, Mabor, Bridgestone, Michelin<br />
Segmentos de mercado (ligeiro, TT, vans, outros)<br />
Os anteriormente referi<strong>dos</strong> até 3500kg de carga<br />
Nº médio de pneus em stock (2010)<br />
Não respondido<br />
Número de pneus vendi<strong>dos</strong> nos postos (2010)<br />
Não respondido<br />
Pontos fortes da empresa:<br />
- Qualidade do serviço<br />
- Preço<br />
- Atendimento Personalizado<br />
Início da actividade: 1996<br />
Localização da sede:<br />
Alfragide<br />
Número de estabelecimentos: 15<br />
Localização <strong>dos</strong> estabelecimentos:<br />
Braga, Maia, Rio Tinto, V.N. Gaia, Aveiro, Coimbra, Torres<br />
Novas, Alfragide, Sintra, Odivelas, Montijo, Almada, Barreiro<br />
(Coina), Setúbal, Guia (Albufeira)<br />
Número total (global) de emprega<strong>dos</strong>: 367<br />
Endereço internet:<br />
www.norauto.pt<br />
Principais acor<strong>dos</strong> (gestoras, entidades, etc) :<br />
LeasePlan; ACP; SLBenfica, SCPortugal; FCPorto<br />
Faz to<strong>dos</strong> os serviços de pneus :<br />
Sim<br />
Faz to<strong>dos</strong> serviços de mecânica :<br />
Sim<br />
Nº de marcas de pneus comercializadas : 12<br />
Principais marcas de pneus comercializadas :<br />
Michelin, Bridgestone, Goodyear/Dunlop, Norauto Prevensys,<br />
Firestone<br />
Segmentos de mercado (ligeiro, TT, vans, outros) :<br />
ligeiro, TT, vans<br />
Nº médio de pneus em stock (2010):<br />
média de 1.100 pneus por centro, mais um armazém ibérico do<br />
Grupo, que tem em média 130.000 pneus em stock<br />
Número de pneus vendi<strong>dos</strong> nos postos (2010): não respondido<br />
Pontos fortes da empresa:<br />
- Qualidade do serviço<br />
- Preço<br />
- Atendimento<br />
30<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
MERCADO<br />
Campanha de verificação de pneus<br />
Estado <strong>dos</strong> pneus agrava-se<br />
É preocupante o agravamento do estado <strong>dos</strong> pneus de veículos em Portugal. É desta forma que<br />
a Michelin resume a campanha de verificação de pneus que efectuou em mea<strong>dos</strong> de 2011.<br />
Mas nem tudo são más notícias para os pneus<br />
Já começam a ser uma tradição as campanhas de<br />
verificação de pneus que a Michelin realiza em<br />
Portugal. Em mea<strong>dos</strong> de 2011, a Michelin, durante<br />
20 dias, conseguiu que mais de 13.000 veículos<br />
fossem verifica<strong>dos</strong> ao nível <strong>dos</strong> pneus, para já no final<br />
do ano passado ter dado a conhecer as conclusões dessa<br />
campanha.<br />
Na totalidade foram analisa<strong>dos</strong><br />
mais de 52.000 pneus, tendo sido<br />
verificada a pressão e a profundidade<br />
do piso <strong>dos</strong> pneus, mas também<br />
possíveis danos em cada um<br />
<strong>dos</strong> quatro pneus <strong>dos</strong> ligeiros,<br />
4x4 e camionetas inspecciona<strong>dos</strong>.<br />
Dos 13.000 veículos, seleccionaram-se os da<strong>dos</strong><br />
de 10.187 veículos para a realização deste estudo.<br />
Os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> nesta campanha mostram da<strong>dos</strong><br />
realmente preocupantes. Assim sendo, 14% <strong>dos</strong><br />
veículos ligeiros verifica<strong>dos</strong> e 40,3% <strong>dos</strong> veículos comerciais<br />
circulam com pelo menos um pneu com<br />
pressão perigosa, com grave risco para a segurança rodoviária.<br />
Em comparação com os resulta<strong>dos</strong> da campanha<br />
2009, os da<strong>dos</strong> ganham um carácter ainda mais<br />
negativo, pois naquele ano 10,7% <strong>dos</strong> ligeiros verifica<strong>dos</strong><br />
tinha pelo menos um pneu com pressão perigosa;<br />
isto é, 3,3% menos que o volume actual. Em relação<br />
aos veículos comerciais, compara<strong>dos</strong> com a campanha<br />
14% <strong>dos</strong> ligeiros verifica<strong>dos</strong> em Portugal possui pelo<br />
menos um pneu com mais desgaste do que o limite legal<br />
limite legal de 1.6 mm de profundidade<br />
anterior, os números são ainda mais alarmantes, pois<br />
em 2009 era 20,7% <strong>dos</strong> veículos comerciais que levava<br />
uma pressão perigosa; isto é, a percentagem de veículos<br />
comerciais que circulam nas estradas portuguesas<br />
com evidente perigo é quase o dobro em apenas dois<br />
anos.<br />
Não menos chamativo é o dado <strong>dos</strong> veículos que<br />
circulam com pressão incorrecta. 36% <strong>dos</strong> ligeiros tinha<br />
pelo menos um pneu com pressão incorrecta, enquanto<br />
esse dado se eleva até 56% no caso <strong>dos</strong> veículos<br />
comerciais. Circular com pneus com uma pressão<br />
incorrecta, entre 0,5 e 1 bar abaixo da correcta, aumenta<br />
o risco de estouros, provoca mais instabilidade no<br />
veículo e, por consequência, aumenta<br />
o perigo de acidentes. Além<br />
disso, aumenta o consumo de combustível,<br />
com consequências económicas<br />
para o proprietário, e aumenta<br />
também a emissão de CO2.<br />
Outro <strong>dos</strong> aspectos inspecciona<strong>dos</strong><br />
na Campanha Michelin de Verificação de <strong>Pneus</strong><br />
em Espanha e Portugal 2011 foi a profundidade do<br />
piso. Embora a Lei estabeleça a proibição de circular<br />
com uma profundidade inferior a 1,6 mm, os da<strong>dos</strong><br />
obti<strong>dos</strong> revelam que 14% <strong>dos</strong> ligeiros verifica<strong>dos</strong> em<br />
Portugal possui pelo menos um pneu com mais des-<br />
32<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
MERCADO<br />
ACIDENTALIDADE<br />
14% <strong>dos</strong> veículos ligeiros<br />
verifica<strong>dos</strong> e 40,3% <strong>dos</strong><br />
veículos comerciais circulam<br />
com pelo menos um pneu com<br />
pressão perigosa<br />
Tal como tem vindo a fazer no passado, a Michelin<br />
encomendou à Fundação Espanhola para a Segurança<br />
Rodoviária (FESVIAL), da qual é patrocinadora,<br />
a realização de um Estudo de Acidentalidade<br />
por Defeitos <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> entre os anos 2005 e 2009<br />
em Espanha e Portugal.<br />
Esse relatório mostra como os defeitos nos veículos<br />
não são uma causa principal nos acidentes<br />
de trânsito, pois apenas representam cerca de<br />
0,61% <strong>dos</strong> 287.582 veículos envolvi<strong>dos</strong> em acidentes<br />
com vítimas. No entanto, dessa percentagem,<br />
mais da metade, 54,7%, corresponde a veículos<br />
que tinham defeitos nos pneus.<br />
Nos acidentes com vítimas mortais, a percentagem<br />
de veículos com pneus com danos ascende a<br />
69,6%. Isto é, a proporção de acidentes mortais triplica<br />
em relação ao total de acidentes. A antiguidade<br />
também adiciona risco. 65% <strong>dos</strong> veículos acidenta<strong>dos</strong><br />
em 2009 por causa <strong>dos</strong> pneus tinha 10<br />
anos ou mais.<br />
Atendendo à idade do condutor, os jovens menores<br />
de 25 anos têm mais acidentes por defeitos nos<br />
pneus. Por tipo de acidente, mais da metade <strong>dos</strong><br />
acidentes por pneus em mau estado são saídas da<br />
estrada. Contudo, o estudo reflecte também da<strong>dos</strong><br />
positivos como o facto de que o número de vítimas<br />
mortais em acidentes de trânsito na estrada reduziu<br />
quase para a metade nesses cinco anos.<br />
gaste do que esse limite legal, com o grave aumento da<br />
distância de travagem e a perda de aderência e estabilidade<br />
que isto provoca. Neste caso, comparando com<br />
os resulta<strong>dos</strong> da campanha 2009, observa-se um aumento<br />
considerável de 5,6 pontos percentuais, pois<br />
8,4% <strong>dos</strong> veículos encontrava-se nesta situação.<br />
Os veículos comerciais seguem o mesmo caminho<br />
ao atingir 18% aqueles que circulam com profundidade<br />
inferior a 1,6 mm. Desta vez, os da<strong>dos</strong> voltam a<br />
agravar ao compará-los com a campanha de 2009,<br />
quando se registou 14,9% de veículos nesta situação.<br />
A campanha verificou também os danos que tinham<br />
os pneus <strong>dos</strong> veículos inspecciona<strong>dos</strong>. Merece a<br />
pena sublinhar que 28% <strong>dos</strong> veículos comerciais e<br />
22% <strong>dos</strong> ligeiros tinha algum pneu com danos, enquanto<br />
em 2009 se detectou 13% de veículos comerciais<br />
e 14,2% de ligeiros com danos nos pneus. Estes<br />
aumentos de 10% e de 5%, respectivamente, na actual<br />
edição voltam a incidir bastante nos maus resulta<strong>dos</strong><br />
obti<strong>dos</strong> em 2011. <br />
A campanha de pressões que a Michelin realizou mostra que muitos condutores não têm o desejado cuidado<br />
com a manutenção do seus pneus<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 33
ENTREVISTA<br />
Bruno de Carvalho, Director de Marketing da Rubber Vulk<br />
“É um projecto de futuro”<br />
A Rubber Vulk, sendo uma empresa nacional, tornou-se numa referência a nível internacional<br />
ao nível <strong>dos</strong> produtos de reparação de pneus. A presença no mercado global sai ainda mais<br />
reforçada com o site de vendas online<br />
ARubber Vulk tem vindo a trabalhar, durante os<br />
últimos dois anos, num projecto de vendas online,<br />
o que faz todo o sentido atendendo a dimensão<br />
do seu negócio quer em termos geográficos<br />
quer de variedade de produto. Bruno de Carvalho,<br />
Director de Marketing da Rubber Vulk, aborda na<br />
REVISTA DOS PNEUS o novo site de vendas online<br />
da empresa.<br />
Quais foram as razões que levaram a Rubber Vulk a<br />
apostar num projecto de vendas online?<br />
O projecto de vendas online surge no seguimento<br />
de uma estratégia de diferenciação que iniciamos há<br />
dez anos com a auto-venda.<br />
A evolução do mercado bem como a diversificação<br />
da linha de oferta foram outros motivos que nos levaram<br />
a esta aposta, que reflecte também a visão da marca<br />
de “estar presente onde a mobilidade rodoviária<br />
existir” e a inovação como um <strong>dos</strong> seus principais valores.<br />
Quanto tempo demorou a desenvolver este projecto<br />
de vendas online?<br />
O projecto foi iniciado há dois anos e ainda não está<br />
terminado. Neste momento está disponível para profissionais<br />
nos merca<strong>dos</strong> de Portugal, Espanha e França<br />
e serve de suporte de vendas a distribuidores exclusivos<br />
noutros merca<strong>dos</strong>. Durante este ano estará disponível<br />
para profissionais do mercado italiano e as linhas<br />
de oferta continuam a aumentar para to<strong>dos</strong> os merca<strong>dos</strong>.<br />
Quais foram as principais dificuldades no<br />
desenvolvimento deste projecto de vendas online?<br />
Este foi (e continua a ser) um projecto muito difícil<br />
de implementar. A sua arquitectura não é difícil mas é<br />
muito demorado e dispendioso. É um projecto de futuro<br />
e o seu retorno não é imediato.<br />
Como é um projecto inovador e que envolve muitos<br />
artigos, pode ficar rapidamente obsoleto, e pouco<br />
atractivo.<br />
Em termos de objectivos, o que é que a Rubber Vulk<br />
pretende atingir com as vendas Online?<br />
O principal objectivo é poder chegar a mais potenciais<br />
clientes e proporcionar a possibilidade de poderem<br />
efectuar as suas compras com comodidade e<br />
transparência.<br />
Além disso, é uma forma de podermos comunicar<br />
com o cliente alvo de uma forma rápida e económica,<br />
e dar a conhecer a linha completa de produtos que, em<br />
auto-venda, tem as suas limitações.<br />
Considera que as casas de pneus já estão preparadas<br />
para aderir às vendas online?<br />
Sim. A distribuição de pneus abriu esse caminho, e<br />
as casas de pneus tradicionais tiveram que se adaptar,<br />
sob pena de não comprarem com condições vantajosas.<br />
Por outro lado, o profissional também começa a valorizar<br />
o tempo que perde diariamente a atender comerciais<br />
e procura outras formas de atendimento.<br />
34<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
ENTREVISTA<br />
RUBBER VULK<br />
Sede: Zona Industrial – Lote 21<br />
3680 – 133 Oliveira de Frades<br />
Gerente: Bruno de Carvalho<br />
Telefone: 232 763 109<br />
Fax: 232 763 110<br />
E-mail: info@rubbervulk.com<br />
Internet: www.rubbervulk.com<br />
O novos site de vendas online da Rubber Vulk<br />
transformou-se também numa forma de<br />
catálogo electrónico<br />
As vendas online funcionam como mais uma aposta<br />
na qualidade de serviço?<br />
Sim, sem dúvida. No nosso caso essa é uma preocupação<br />
constante. Entendemos que a venda on-line<br />
não pode ser “sem sal” ou somente uma possibilidade<br />
de comprar, mas sim uma extensão da organização. Aí<br />
disponibilizamos toda a informação referente ao produto,<br />
fichas técnicas e de segurança, tabelas de aplicação,<br />
informação técnica e outras que julgamos importantes;<br />
produto a produto.<br />
O stock está permanentemente actualizado nas<br />
vendas online?<br />
To<strong>dos</strong> os produtos disponibiliza<strong>dos</strong> online têm<br />
stock regular e está disponível toda a gama de produtos<br />
Rubber Vulk.<br />
Juntamente com a oferta da empresa, os clientes<br />
poderão vir a adquirir outros produtos neste site de<br />
vendas online?<br />
Na plataforma on-line estão disponibiliza<strong>dos</strong> os<br />
produtos que dispomos de linha. Como a linha é ampla,<br />
é possível que os profissionais encontrem produtos<br />
que desconheciam que comercializamos.<br />
Com o site de vendas online vão ser potenciadas<br />
outras áreas, como as promoções e campanhas?<br />
Sim, vão ser potenciadas campanhas e promoções<br />
que só estarão disponíveis online.<br />
Quando poderão vir a representar as vendas online<br />
a curto / médio prazo nas vendas totais de peças da<br />
Rubber Vulk?<br />
O volume tem vindo a duplicar a cada ano. Contudo<br />
o crescimento online não se tem verificado no retalho<br />
tradicional, mas sim na nova distribuição como as<br />
oficinas de mecânica, concessionários, etc. que tem<br />
necessidades menores. Acreditamos que num futuro<br />
próximo, as vendas on-line podem chegar aos 10% das<br />
vendas no mercado nacional.<br />
Pensam que com as vendas online poderão vir a<br />
conquistar mais clientes novos?<br />
Sim, esse é um <strong>dos</strong> objectivos.<br />
As vendas online poderão vir a trazer uma maior<br />
operacionalização do negócio face aos clientes e<br />
parceiros?<br />
A venda on-line é uma outra forma que o cliente/parceiro<br />
tem de efectivar a compra, consultar informação e<br />
procurar solução, mas não substitui nem invalida o contacto<br />
pessoal com o nosso comercial/técnico. Podemos<br />
dizer que sim, o contacto é permanente, o que potencia<br />
a eficácia e a operacionalização do negócio.<br />
Que passos uma casa de pneus precisa dar para<br />
aceder às vendas online da Rubber Vulk?<br />
Qualquer agente que tenha necessidades ao nível <strong>dos</strong><br />
consumíveis para trabalhar este negócio, só tem que visitar<br />
o site www.loja.rubbervulk.com ou www.rubbervulk.com<br />
e entrar na área de lojas on-line e depois escolher<br />
Portugal.<br />
Quais as vantagens, face ao tradicional, de o cliente<br />
comprar via online?<br />
A grande vantagem é a comodidade. Poder escolher<br />
quando quer efectuar a compra e não depender da visita<br />
de um comercial, poder ter acesso à informação que<br />
quer e não ser “atropelado” por informação desnecessária,<br />
clareza e transparência no preço. Tem também a<br />
vantagem de poder manter o suporte técnico de uma<br />
organização que conhece e que lhe disponibiliza também<br />
este serviço, mas não vive somente dele. Por último<br />
tem a possibilidade de, em momentos pontuais,<br />
usufruir de vantagem económica fruto de ganhos operacionais<br />
que podem ser repassa<strong>dos</strong> ao cliente.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 35
ENTREVISTA<br />
Ramón Villalobos - Responsável pelo Projeto Key Point para Portugal e Espanha<br />
“Autonomia<br />
é o lema do projecto”<br />
O final de 2011 ficou marcado, ao nível <strong>dos</strong> pneus, pelo lançamento em Portugal do Key Point,<br />
uma rede de oficinas especializadas, onde a imagem Pirelli assume predominância fundamental<br />
Oprojecto Key Point nasceu em Itália em 1997,<br />
como forma de a Pirelli distinguir os seus<br />
clientes mais próximos, que no fundo apostavam<br />
na qualidade <strong>dos</strong> produtos da marca italiana<br />
e que acreditavam nos seus valores e na sua política<br />
comercial.<br />
Desde 2002 que esta rede se internacionalizou, estando<br />
a Key Point representada com pontos de venda<br />
em Itália (322), Suíça (40), Espanha (43), Egito (25),<br />
Grécia (10), Canadá (10), Rússia (20), Bélgica (20) e<br />
agora Portugal.<br />
O responsável pelo programa Key Point, em Espanha<br />
e Portugal, é Ramón Villalobos - Trade&Consumer<br />
Marketing da Pirelli Neumáticos S.A.U, que falou<br />
para a REVISTA DOS PNEUS sobre este programa<br />
e o seu desenvolvimento no nosso país.<br />
Quais as razões que levaram ao lançamento da<br />
rede Key Point em Portugal?<br />
As razões são incontestáveis. A Pirelli quer solidificar,<br />
cada vez mais, a sua marca no mercado português,<br />
quer crescer de forma sustentável e quer imprimir<br />
a sua identidade premium.<br />
Qual é o conceito principal da rede Key Point?<br />
O conceito principal é a flexibilidade e autonomia<br />
de gestão por parte do cliente. É muito diferente do<br />
conceito pré-estabelecido de uma rede.<br />
Tem como conceito, também, desenvolver e fortalecer<br />
a relação da marca com os seus parceiros “premium”.<br />
Para além do serviço de pneus, a rede Key Point<br />
também desenvolve outros tipos de serviços?<br />
Quais?<br />
O cliente escolhe a sua melhor forma de gerir o seu<br />
negócio. Escolhe os seus serviços, não só o serviço de<br />
pneus como outros serviços básicos de mecânica,<br />
venda de produtos diferencia<strong>dos</strong> para os veículos, serviços<br />
de apoio aos seus clientes e tantos outros. O<br />
projecto Key Point contempla soluções de gestão, de<br />
formação e de comunicação muito próprios para melhor<br />
servir os seus clientes “premium”.<br />
Sendo uma rede desenvolvida pela Pirelli, os<br />
aderentes poderão também vender outras marcas<br />
que não sejam da Pirelli?<br />
Sim, como já mencionei acima, o cliente tem total<br />
autonomia de gestão do seu negócio. Autonomia é o<br />
lema do projeto.<br />
Um aderente à rede Key Point pode estar associado<br />
a um grupo de compras?<br />
Não há razão para ser diferente, na medida que o<br />
cliente reconheça o peso comercial de cada marca de<br />
pneu no seu estabelecimento.<br />
Com a rede Key Point, a Pirelli pretende chegar<br />
mais próximo de outro tipo de clientes,<br />
nomeadamente as frotas?<br />
36<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
ENTREVISTA<br />
PNEUS UNIÃO ASSUMIU IMAGEM KEY POINT<br />
Nesta fase de arranque são<br />
para já sete o número de<br />
retalhistas que aderiram ao<br />
conceito Key Point<br />
A Pirelli com o seu projeto Key Point quer estar do<br />
lado do seu cliente. Quer apoiá-lo no seu dia-a-dia.<br />
Quer oferecer-lhe know-how de mercado. Quer somar<br />
valias comerciais.<br />
Quantos centros da rede Key Point esperam ter em<br />
finais de <strong>2012</strong>?<br />
Acabamos de arrancar com 6 estabelecimentos Key<br />
Point em Portugal no final de 2011. Para <strong>2012</strong>, queremos<br />
conquistar mais 4 ou 6 pontos de vendas. Em<br />
Portugal, vamos contar com um número atenuado de<br />
pontos de vendas, mas geograficamente muito bem<br />
distribuí<strong>dos</strong>.<br />
Como disse, o consumidor português já pode contar<br />
com sete pontos de vendas Key Point, que são a<br />
Pneuvita no Cacém, Auto Calibragem de Silvar (Guimarães),<br />
Auto Parque (Capital <strong>Pneus</strong>) e Garagem Condestável<br />
em Lisboa, <strong>Pneus</strong> União no Montijo, Adão<br />
António Ferreira Machado em Lordelo e Moreira<br />
Gonçalves em São Martinho do Campo-Valongo.<br />
A inauguração formal da rede Key Point em Portugal, aconteceu no final do mês de Novembro de 2011, com a<br />
abertura do segundo posto da <strong>Pneus</strong> União no Montijo.<br />
Apesar de ter seis aderentes desde o momento do seu arranque, a <strong>Pneus</strong> União foi a escolhida para esta inauguração<br />
por ser a primeira a adoptar a imagem do conceito Key Point.<br />
Trata-se de uma imagem forte, assente nas cores tradicionais da marca italiana de pneus (amarelo e preto), mas<br />
também no logotipo Pirelli e na sua presença como fornecedor exclusivo da Fórmula 1.<br />
É objectivo da Pirelli, com a rede Key Point, desenvolver e fortalecer a relação da marca com os seus parceiros<br />
“premium”. Faz parte do plano estratégico da Pirelli para promover uma nova identidade visual e determinar as<br />
melhores práticas para atrair e fidelizar os clientes, com o desafio de criar um posicionamento claro e bem definido<br />
no país.<br />
Com mais de 500 pontos de vendas estabeleci<strong>dos</strong> em países como Itália, Espanha, Suíça, Egipto, Rússia, Bélgica,<br />
Grécia e Canadá, o projeto Key Point tem a finalidade de apoiar os parceiros que o integram, mas respeitando a sua<br />
independência em relação a outras marcas de pneus.<br />
O consumidor português já pode contar com sete pontos de vendas Key Point: Pneuvita no Cacém, Auto Calibragem<br />
de Silvar (Guimarães), Auto Parque (Capital <strong>Pneus</strong>) e Garagem Condestável em Lisboa, Adão António Ferreira<br />
Machado em Lordelo, Moreira Gonçalves em São Martinho do Campo-Valongo e a <strong>Pneus</strong> União no Montijo.<br />
Fortalecer um ponto de venda Key Point é uma das premissas do projecto, que oferece um leque de serviços diferencia<strong>dos</strong>,<br />
como uma logística adequada às necessidades, programas de formação Key Point e Escola de Negócios<br />
Pirelli para dar a conhecer o sector, bem como uma série de actividades ao nível da comunicação e marketing.<br />
Segundo a Pirelli, um projeto como este, tem grande potencial de incentivo ao consumo, uma vez que as decisões<br />
sobre a compra de um produto e escolha de uma marca são tomadas no local da venda. Dessa forma a Pirelli estima<br />
que, deste modo, os parceiros “premium” do projeto Key Point possam conseguir um maior volume de negócios<br />
nas suas empresas.<br />
Sendo a primeira a arrancar a 100% com este conceito, Paulo Campos, responsável da <strong>Pneus</strong> União diz que “gostei<br />
muito do projeto KeyPoint da Pirelli, que, para além da garantia da qualidade <strong>dos</strong> serviços, não coloca qualquer<br />
tipo de imposições ou restrições aos parceiros aderentes. É um projeto aberto e o estreitamento das relações depende<br />
da nossa vontade. Por isso, aceitámos o desafio do conceito Key Point da Pirelli e estamos a trabalhar fortemente<br />
para melhor servir os nossos clientes. Estamos a investir para oferecer o melhor atendimento, o melhor<br />
produto e o melhor serviço à escala ‘premium’”.<br />
A Key Point no Montijo, localizado na zona antiga do Cais <strong>dos</strong> Vapores no Montijo, oferece um serviço dotado das<br />
mais recentes e sofisticadas tecnologias para reparação e manutenção de veículos, incluindo motos, e os serviços<br />
de assistência não se limitam aos pneus, mas também abrangem óleo, faróis, travões, etc. Além disso, a <strong>Pneus</strong><br />
União adotou um horário alargado para oferecer mais um serviço aos clientes.<br />
Com uma área de 220 metros quadra<strong>dos</strong>, a nova casa de pneus é uma versão adaptada ao mercado da região e ao<br />
espaço da loja. A operação carrega o ADN “premium” e destaca-se pelo design e inovação. É uma loja interativa,<br />
com diferenciações no layout, na iluminação, e na exposição <strong>dos</strong> produtos e serviços. O mix de produtos privilegia<br />
marcas de pneus e equipamentos reconhecidas internacionalmente.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 37
ENTREVISTA<br />
Ramón Villalobos - Responsável pelo Projeto Key Point para Portugal e Espanha<br />
Quais são as diferenças de uma rede como a Key<br />
Point para uma tradicional rede de serviços rápi<strong>dos</strong>?<br />
Nós confiamos na profissionalização e na experiência<br />
<strong>dos</strong> nossos clientes e acreditamos no seu potencial.<br />
É uma boa razão para nós implementarmos o projeto<br />
Key Point nos seus pontos de vendas, cujo conceito é<br />
muito diferente do de uma rede convencional, na medida<br />
em que queremos identificar e acompanhar os<br />
nossos parceiros mais premium, seja pela sua imagem<br />
ou pelo seu serviço.<br />
PIRELLI NEUMATICOS, S.A.<br />
(SUCURSAL)<br />
Sede: Alameda António Sérgio, 22 – 7º C<br />
1495-132 Algés<br />
Telefone: 214 135 350<br />
Fax: 214 135 360<br />
E-mail: celia.cambraia.ex@pirelli.com<br />
Internet: www.pirelli.pt<br />
A Key Point é um conceito de rede onde a imagem da Pirelli e <strong>dos</strong> seus<br />
produtos assume primordial importância<br />
A especialização em pneus será sempre o objectivo<br />
da rede Key Point?<br />
É um <strong>dos</strong> objectivos, mas não só, como a sua trajectória<br />
comercial, o seu potencial de vendas, a sua experiência<br />
profissional. O nosso projecto é aberto. Queremos<br />
crescer juntos de forma sustentável, é mais um<br />
desafio a que a empresa se propõe, oferecendo vantagens<br />
ao cliente “premium” através do projecto Key<br />
Point, como um novo layout das zonas de serviços e<br />
atendimento, uma nova comunicação visual e um<br />
novo formato de exposição <strong>dos</strong> produtos, para assim<br />
estabelecer uma maior interactividade com o consumidor.<br />
Considera que as casas de pneus só têm um<br />
caminho a seguir, que é integrarem-se em redes<br />
organizadas? Ou ainda há espaço para se manterem<br />
independentes?<br />
No nosso ponto de vista queremos que os nossos<br />
clientes Key Point sigam a crescer independentes. O<br />
nosso projeto é aberto, como já disse. A Pirelli ambiciona<br />
com o projecto Key Point estabelecer parcerias<br />
longas e duradouras, parcerias verdadeiramente “únicas”.<br />
O que é preciso uma casa de pneus fazer para aderir<br />
à rede Key Point?<br />
É preciso reconhecer que somos uma empresa com<br />
uma estratégia diferenciada. Uma empresa que oferece<br />
produtos de alta tecnologia. Uma empresa que brinda<br />
com serviços inovadores. Uma empresa que está a fazer<br />
história com o regresso à Fórmula 1. Uma empresa<br />
que tem uma identidade única.<br />
Quais as vantagens de aderir à rede Key Point e não<br />
a outra rede?<br />
Todas. Um <strong>dos</strong> pontos mais forte e competitivo do<br />
nosso projecto é a neutralidade relativamente a gestão<br />
do ponto de venda. A nossa gama especial de serviços<br />
e produtos diferencia<strong>dos</strong>. A nossa imagem de marca<br />
como uma empresa internacional, capaz de produzir<br />
pneus diferencia<strong>dos</strong> para cada tipo de veículo, capaz<br />
de inovar com soluções tecnológicas seja de designe,<br />
seja de novos materiais e construções, atendo as exigências<br />
da indústria automóvel e <strong>dos</strong> consumidores.<br />
Para além de pneus, o que vai a Pirelli oferecer aos<br />
aderentes da Key Point (consultoria em gestão,<br />
formação técnica, etc)?<br />
Queremos fortalecer um ponto de venda Key Point<br />
é uma das premissas do projecto, que oferece um leque<br />
de serviços diferencia<strong>dos</strong>, como uma logística adequada<br />
às necessidades, programas de formação Key<br />
Point e Escola de Negócios Pirelli para dar a conhecer<br />
o sector, sinalização interior e exterior, gabinete de imprensa<br />
e actividades de marketing.<br />
No final do passado mês de Dezembro, a Pirelli ofereceu<br />
já um curso especial de Vendas e Atendimento<br />
para os responsáveis e funcionários <strong>dos</strong> estabelecimentos<br />
Key Point, em Portugal. <br />
38<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
APÓS VINTE ANOS DE AUSÊNCIA<br />
VOLTAMOS AO NOSSO LUGAR.<br />
MAIS DE CEM ANOS DE EXPERIÊNCIA<br />
EM PISTA E EM ESTRADA, TECNOLOGIA<br />
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PIRELLI.PT<br />
FORNECEDOR OFICIAL DE PNEUS
EMPRESA<br />
Recauchutagem São Mamede<br />
Incrementar o negócio<br />
Desde que existe que a Recauchutagem São Mamede não tem parado de crescer.<br />
Ao longo da sua história mudou de instalações, adquiriu nova maquinaria e apostou<br />
em serviços. O mesmo vai suceder em <strong>2012</strong><br />
Em 1 de Abril de 1998 a Recauchutagem São Mamede<br />
dava início à produção de pneus recauchuta<strong>dos</strong>.<br />
Primeiro numas pequenas instalações<br />
em São Martinho do Campo, uns anos depois<br />
(2001) nas actuais instalações em Vila Nova de Sande<br />
e, em <strong>2012</strong>, ocuparão as novas instalações integradas<br />
construídas de raiz, que marcam todo o ascendente<br />
que a empresa tem revelado desde o seu início.<br />
“Ao início poucos acreditavam no nosso projecto,<br />
mas a qualidade do nosso trabalho e do nosso produto,<br />
bem como a confiança <strong>dos</strong> nossos clientes permitiram<br />
este crescimento”, começa por afirmar Eugénio Pereira,<br />
General Manager da Recauchutagem São Mamede.<br />
Em 2011 chegou-se a um limite produtivo, semelhante<br />
ao que se verificou em 2001, pelo que a empresa<br />
foi obrigada a investir. “Hoje com as actuais instalações<br />
não temos mais capacidade de produção nem temos<br />
mais espaço físico para crescer e, para se evoluir de<br />
modo a acompanhar as necessidades de mercado tivemos<br />
que investir em novas instalações”, afirma Jorge<br />
Pereira, Administrador da Recauchutagem São Mamede,<br />
que não esquece “que devemos este crescimento<br />
aos nossos clientes, mas também aos fornecedores,<br />
pois se não são eles a apoiar-nos dificilmente teríamos<br />
chegado a este ponto”.<br />
Mas houve ainda outros factos marcantes na história<br />
da empresa. Até 2006 a Recauchutagem São Mamede<br />
passa por um processo de certificação e de homologação,<br />
garantindo dessa forma a qualidade <strong>dos</strong> produtos<br />
que fabricavam, para nesse ano investir na renovação<br />
de todo o parque de máquinas, tornando-se mais eficiente<br />
em termos produtivos.<br />
De modo a agregar serviços, complementando a sua<br />
oferta, a Recauchutagem São Mamede aposta nos serviços<br />
de assistência directa a frotas em 2009, investindo<br />
dessa forma na aproximação aos seus clientes.<br />
Produto<br />
A Recauchutagem São Mamede dedica-se em exclusivo<br />
a pneus para profissionais, isto é, a produção<br />
de pneus recauchuta<strong>dos</strong> está circunscrita aos veículos<br />
comerciais e pesa<strong>dos</strong>, ficando o pneu de ligeiro, industrial<br />
e tractor de fora.<br />
Utilizando unicamente o processo de recauchutagem<br />
a frio, a Recauchutagem São Mamede tem uma<br />
produção orientada para os pneus da camião. “Mais<br />
de 70% da nossa produção é para pneus de camião. É<br />
um mercado que conhecemos bem e onde apostamos<br />
muito forte”, afirma Eugénio Pereira.<br />
A empresa focaliza a sua actividade na angariação<br />
da carcaça junto do cliente para recauchutagem, fazendo<br />
o vendedor da Recauchutagem São Mamede<br />
uma primeira triagem visual no local sobre a qualidade<br />
dessa mesma carcaça.<br />
A maioria fatia da produção da empresa são os<br />
pneus nominativos, pneus esses que voltam assim ao<br />
cliente para continuarem a ser usa<strong>dos</strong> na frota, mas a<br />
Recauchutagem São Mamede também adquire carcaças<br />
para produzir pneus recauchuta<strong>dos</strong> efectuando<br />
depois a venda ou a revenda <strong>dos</strong> mesmos, alguns de-<br />
40<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
A Recauchutagem São Mamede apenas trabalha<br />
pneus para veículos pesa<strong>dos</strong> e comerciais<br />
les com marca própria. “Para nós não é muito importante<br />
ter uma marca própria, atendendo ao mercado<br />
que trabalhamos, contudo alguma da nossa produção<br />
tem marca Recauchutagem São Mamede, indo esses<br />
pneus para o mercado com a nossa marca”, revela Jorge<br />
Pereira.<br />
Borracha<br />
Neste momento a Recauchutagem São Mamede é<br />
abastecida por quatro fornecedores diferentes de borracha.<br />
“Os nossos fornecedores de linha são a EIB e a<br />
Borvul, que são as duas empresas nacionais que fabricam<br />
borracha, depois temos a Vipal, e trabalhamos<br />
ainda com um produto de topo que é a Marangoni.<br />
Estamos ainda a utilizar borracha Continental que<br />
também é fornecida pela Marangoni”, esclarece Eugénio<br />
Pereira.<br />
Qualquer destes produtos tem o seu posicionamento<br />
especifico em função da qualidade e do preço,<br />
ficando por vezes para o cliente da Recauchutagem<br />
São Mamede a possibilidade de escolher qual o produto<br />
que mais lhe convém, tendo em conta o tipo de<br />
piso. “Muitas vezes somos nós que aconselhamos o<br />
cliente, pois o produto ideal depende muito da utilização<br />
que ele pretende fazer <strong>dos</strong> pneus”, explica o<br />
mesmo responsável da empresa, acrescentando que<br />
“a opção pelo produto mais caro, pode revelar-se a solução<br />
mais económica para o cliente em termos de<br />
custo por quilómetro”.<br />
Apesar da diferente qualidade da borracha, em termos<br />
de processo de produção não existem diferenças,<br />
já que todas as carcaças passam pelas mesmas fases<br />
produtivas que atestam a qualidade da mesma antes<br />
de ser aplicado o piso. “A análise do pneu e o tratamento<br />
que o mesmo sofre garante a qualidade do<br />
nosso produto, independentemente do piso em que<br />
for aplicado”, assegura Jorge Pereira, que mesmo assim<br />
adverte “que nem todas as carcaças servem, e temos<br />
muita atenção a algum produto chinês que não<br />
tem qualquer qualidade para levar um novo piso”.<br />
Como se disse a Recauchutagem São Mamede apenas<br />
possui o processo de recauchutagem a frio, cumprindo<br />
a empresa o famoso regulamento 109 que leva<br />
a que seja regularmente avaliada, por um instituto espanhol,<br />
que comprova que o produto está de acordo<br />
com essa regulamentação.<br />
Contudo, neste momento são feitos testes de pressão<br />
e testes visuais às carcaças, mas para as novas instalações<br />
a Recauchutagem São Mamede pretende investir<br />
numa xerografia, que permitirá melhorar ainda<br />
mais o produto final.<br />
Tendo muita confiança no produto que comercializa,<br />
a Recauchutagem São Mamede oferece garantia<br />
do seu produto final.<br />
“Obviamente que fazemos sempre a análise ao produto<br />
e verificamos se é má utilização ou defeito no fabrico.<br />
Estamos muito atentos sempre às reclamações, que<br />
são poucas, e quando acontecem normalmente são<br />
por indevida utilização”, afirma Eugénio Pereira.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 41
EMPRESA<br />
Recauchutagem São Mamede<br />
A empresa focaliza a sua<br />
actividade na angariação da<br />
carcaça junto do cliente para<br />
recauchutagem<br />
RECAUCHT. SÃO MAMEDE<br />
Sede: Zona Industrial de Vila Nova da Sande<br />
Rua <strong>dos</strong> Lameiros, nº2 - 4805-619<br />
Gerentes: Eugénio Pereira e Jorge Pereira<br />
Telefone: 253 570 770<br />
Fax: 253 570 772<br />
E-mail: geral@rsmamede.pt<br />
Internet: www.rsmamede.pt<br />
Brevemente a Recauchutagem São Mamede irá para umas novas instalações que permitirão outras<br />
condições e um aumento da produção<br />
Assistência<br />
Um <strong>dos</strong> serviços que a empresa fornece aos seus clientes<br />
é o da assistência na casa do cliente. Existem duas situações.<br />
Por um lado faz o apoio ao cliente directo da<br />
Recauchutagem São Mamede, através de acor<strong>dos</strong> estabeleci<strong>dos</strong><br />
de fornecimento de pneus mas também de<br />
mudança <strong>dos</strong> mesmos. No caso de a viatura afecta a estes<br />
acor<strong>dos</strong> não estar ocupada, a mesma poderá fazer assistência<br />
na “estrada” ou em qualquer lugar, caso a caso,<br />
em função das necessidades pontuais (por exemplo, um<br />
rebentamento de um pneu). A Recauchutagem São Mamede<br />
tem este serviço certificado estando por isso habilitada<br />
a fazê-lo, mesmo numa lógica de assistência 24<br />
horas.<br />
Esta carrinha está totalmente equipado para montar e<br />
desmontar pneus de veículos pesa<strong>dos</strong>, tendo sido “uma<br />
aposta muito boa que nos tem trazido até alguns novos<br />
clientes. Contudo, é uma forma de associar os pneus ao<br />
serviço, com importantes vantagens para o cliente”, refere<br />
Eugénio Pereira.<br />
Se nas actuais instalações não há condições para efectuar<br />
serviços de pneus, nas novas instalações da Recauchutagem<br />
São Mamede tal já vai ser possível. “É uma<br />
aposta que vamos fazer numa área de serviço de apoio<br />
ao cliente, nomeadamente nos sector <strong>dos</strong> pesa<strong>dos</strong>”, assegura<br />
Jorge Pereira.<br />
Mercado<br />
Praticamente toda a produção da Recauchutagem<br />
São Mamede é consumida no mercado português.<br />
“Com as novas instalações, a nossa ideia é expandir um<br />
pouco mais para outros merca<strong>dos</strong>. Temos perspectivadas<br />
outras aventuras em termos de exportação”, assegura<br />
Eugénio Pereira.<br />
Actualmente a fábrica da Recauchutagem São Mamede<br />
produz num turno de laboração por dia cerca de 40<br />
pneus de comerciais e 70 pneus de pesa<strong>dos</strong> recauchuta<strong>dos</strong>.<br />
“Pontualmente, dependendo do serviço e das necessidades,<br />
chegamos aos 100 pneus de pesa<strong>dos</strong> recauchuta<strong>dos</strong><br />
por dia”, diz Jorge Pereira.<br />
Com uma forte implementação na zona norte do<br />
país, embora venda em todo o país, comercialmente a<br />
Recauchutagem São Mamede tem presença também no<br />
retalho, onde “apostamos sempre em proteger o retalhista,<br />
vendendo de forma criteriosa. Actualmente, trabalhamos,<br />
com as maiores casas de retalho nesta zona<br />
do país”, revela Jorge Pereira.<br />
No sector em que se insere, os responsáveis da Recauchutagem<br />
São Mamede asseguram que os seus clientes<br />
já há muito que ultrapassaram o estigma associado ao<br />
pneu recauchutado. “A certificação das empresas que<br />
produzem pneu recauchutado, o grande aumento da<br />
qualidade do pneu recauchutado e a boa experiência<br />
que as empresas de transporte têm tido com este tipo de<br />
produto, são razões para que se acredite cada vez mais<br />
neste tipo de pneu”, afirma Eugénio Pereira.<br />
<strong>2012</strong> é pois um ano muito importante para o desenvolvimento<br />
da Recauchutagem São Mamede, que permitirá<br />
à empresa angariar novos negócios e novos serviços.<br />
<br />
42<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
Multishop Auto<br />
Qualidade acima de tudo<br />
A Multishop é um operador de retalho com uma forte posição na grande Lisboa,<br />
onde detém três postos próprios e um associado. Para além <strong>dos</strong> pneus, dinamizou<br />
outras fontes de receita e aposta muito nas frotas<br />
Actualmente a rede Multishop é constituída por<br />
três postos de assistência. A sede funciona em<br />
Carnaxide, onde tem o posto 1, mas a Multishop<br />
nasceu nos Oliviais no ano 2000, tendo<br />
em 2006 aberto um terceiro posto, na Cruz Vermelha<br />
em Lisboa, dispondo ainda de mais um posto associado<br />
na zona do Restelo (mas que não é Multishop<br />
Auto).<br />
Esta empresa dispõe assim de<br />
importantes posições geográficas<br />
no não menos importante mercado<br />
de Lisboa, estando actualmente<br />
integrada na First Stop, assumindo<br />
to<strong>dos</strong> os estabelecimentos<br />
a imagem unificada desta rede nacional.<br />
“Nós tínhamos que nos dedicar a alguém. Escolhemos<br />
a First Stop, até porque a Bridgestone já era um<br />
parceiro muito forte e como sempre nos apoiaram decidimos<br />
integrar a rede”, refere Luís Teixeira de Azevedo,<br />
Sócio-gerente da Multishop Auto, que reconhece<br />
Uma área muito importante da Multishop Auto é a das<br />
frotas, gerindo a empresa uma rede (Fleet Point) que<br />
desenvolve os acor<strong>dos</strong> com as gestoras de frotas<br />
que um <strong>dos</strong> pontos onde a First Stop mais se destaca é<br />
na forte imagem da rede, mesmo “se a concorrência<br />
vinda da nova distribuição apostou também muito<br />
nisso e tem grandes investidores por trás que lhes permitem<br />
maior segurança”.<br />
Mas as vantagens de estar na rede não ficam só pela<br />
imagem, já que o responsável da Multishop Auto refere<br />
também as melhores condições comerciais, por estar<br />
na First Stop, face a um agente “normal” da Bridgstone.<br />
Contudo, “sabemos que compramos mesmo assim<br />
pneus mais caros às companhias do que o<br />
poderíamos fazer no paralelo, e a concorrência da<br />
nova distribuição é disso um exemplo, praticando depois<br />
preços ao cliente final que ninguém consegue<br />
acompanhar”, refere Luís Teixeira de Azevedo.<br />
Conceito<br />
Sendo uma rede dentro de uma grande rede, o conceito<br />
da Multishop Auto não foge obviamente do especialista<br />
assumido de pneus, efectuando todo o tipo<br />
de serviços nessa área, mas a lógica<br />
<strong>dos</strong> serviços de mecânica sempre esteve<br />
na estratégia de negócio da empresa.<br />
“Desde que temos o posto nos<br />
Olivais que investimos no pneu<br />
mas também na mecânica. Sempre<br />
achamos que esse seria o caminho a seguir por empresas<br />
como esta”, refere o mesmo responsável adiantando<br />
que na Multishop Auto são feitos todo o tipo de<br />
serviços que uma oficina pode oferecer, sem esquecer<br />
a pintura e os vidros (áreas em que tem parcerias com<br />
outras empresas). “Hoje em dia os concessionários são<br />
44<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
Mais de 50% do negócio da Multishop Auto é proveniente das gestoras de frota, mas o negócio não<br />
é apenas importante de forma directa, mas sim pelo potencial de clientes que acaba por trazer<br />
especialistas em tudo, e nos pneus também, e nós no<br />
retalho tivemos que nos adaptar a essa realidade, oferecendo<br />
igualmente todo o tipo de serviços auto ao<br />
cliente”, afirma Luís Teixeira de Azevedo assegurando<br />
que apostou muito em equipamentos e investiu em<br />
formação <strong>dos</strong> funcionários, prestando dessa forma a<br />
Multishop Auto o mesmo nível qualitativo de serviço<br />
que qualquer concessionário, com a vantagem de possuir<br />
um preço de mão-de-obra que ainda é inferior.<br />
Tendo esta empresa diversificado bastante a sua<br />
oferta de serviços, seguindo - ou indo mesmo à frente -<br />
das tendências que ainda muitos retalhistas de pneus<br />
temem em seguir, a aposta agora está centrada em aspectos<br />
muito vira<strong>dos</strong> para a relação com o cliente final,<br />
no sentido de acima de tudo de os fidelizar e de potenciar<br />
a sua rotatividade na oficina.<br />
“O cliente final está muito virado para o preço e para<br />
o que é mais barato. Daí o sucesso da nova distribuição,<br />
que em alguns casos não ganha na venda do pneu,<br />
apenas ganhando nos serviços, e como têm estruturas<br />
financeiras muito fortes, podem ter estas práticas”, opina<br />
Luís Teixeira de Azevedo, que afirma que “as marcas<br />
de pneus querem apenas fazer números e muitas<br />
vezes quem compra 10 pneus tem as mesmas condições<br />
de uma retalhista muito maior. Tudo isto torna<br />
muito difícil a nossa tarefa”.<br />
Actualmente, o negócio de pneus representa cerca<br />
de 60% do negócio da Multishop Auto (cerca de<br />
15.000 pneus vendi<strong>dos</strong> em 2011), sendo que o objectivo<br />
passa por crescer um pouco mais na área da mecânica,<br />
mas mantendo sempre o enfoque e a especialização<br />
nos pneus. “Vamos continuar a trabalhar com as companhias,<br />
pois são aquelas que nos dão mais garantias e<br />
que mais nos apoiam. Estamos em crer que se to<strong>dos</strong> tivessem<br />
seguido este caminho o mercado <strong>dos</strong> pneus<br />
não estava como está agora”, adverte Luís Teixeira de<br />
Azevedo.<br />
Reconhecendo que existe uma realidade que se chama<br />
vendas online, o responsável da Multishop Auto<br />
prefere não seguir essa tendência, até porque considera<br />
que o cliente que acredita no retalhista compra-lhe os<br />
pneus e os serviços. “Poderemos montar pneus que o<br />
cliente tenha comprado na internet, mas isso vai sair<br />
mais caro a esse cliente. Pessoalmente não acredito<br />
muito nisso nem sequer vamos apostar nessa área que<br />
considero ter os dias conta<strong>dos</strong>”, assegura Luís Teixeira<br />
de Azevedo.<br />
Algo que também é impensável, no entender do<br />
mesmo responsável, é a oferta de serviços. “Se investimos<br />
em bons equipamentos e em formação, para assim<br />
prestar um serviço de qualidade, não podemos depois<br />
oferecê-lo”, refere o sócio gerente da Multishop<br />
Auto.<br />
Será que é possível ainda fazer-se alguma diferenciação<br />
no mercado <strong>dos</strong> pneus ao nível do retalho? Para<br />
Luís Teixeira de Azevedo o preço não será com certeza<br />
uma forma de a Multishop Auto se diferenciar no mercado,<br />
mas “julgo que o bom atendimento, as condições<br />
que oferecemos ao cliente e a qualidade do serviço, são<br />
factores importantes numa empresa como esta”.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 45
EMPRESA<br />
Multishop Auto<br />
Sendo uma rede dentro de uma grande rede, o conceito da Multishop Auto não<br />
foge obviamente do especialista assumido de pneus<br />
A sede da Multishop funciona em Carnaxide, mas a empresa possui mais<br />
estabelecimentos na zona de Lisboa<br />
Para além <strong>dos</strong> pneus, a Multishop efectua também serviços de mecânica que<br />
já representam uma importante fatia de negócio<br />
Sempre muito crítico e muito frontal, Luís Teixeira<br />
de Azevedo considera que mesmo o mercado atravessando<br />
muitas dificuldades, os que apostam na qualidade<br />
vão conseguir sobreviver neste sector. “O que não<br />
aceito é que a concorrência seja feita de forma desleal,<br />
nomeadamente por quem não factura nada e por<br />
quem vende produto, nomeadamente usado, sem<br />
quaisquer garantias. Devia-se apostar muito na fiscalização<br />
deste negócio”, refere este profissional do ramo<br />
<strong>dos</strong> pneus.<br />
Frotas<br />
Uma área muito importante da Multishop Auto é a<br />
das frotas, gerindo a empresa uma estrutura (Multi<br />
Point que gere a Fleet Point) que desenvolve os acor<strong>dos</strong><br />
com as gestoras de frotas através de agentes Brigdestone,<br />
pertencendo eles à rede First Stop ou não. Essa estrutura<br />
(tem acor<strong>dos</strong> com praticamente todas as gestoras de frotas,<br />
embora a Multishop Auto trabalhe mesmo com todas<br />
as empresas que fazem o serviço de renting.<br />
Mais de 50% do negócio da Multishop Auto é proveniente<br />
das gestoras de frota, mas o negócio não é<br />
apenas importante de forma directa, mas sim pelo potencial<br />
de clientes que acaba por trazer ao negócio da<br />
própria empresa.<br />
“O cliente de frota traz aqui o carro de empresa e se<br />
tiver uma boa experiência acaba por trazer cá o seu carro<br />
ou o carro da família. É também nesta perspectiva<br />
MULTISHOP AUTO<br />
Sede: Estrada da Outerela, 131 / 131 A<br />
2795-544 Carnaxide<br />
Gerente: Luís Azevedo<br />
Telefone: 214 187 332<br />
Fax: 214 185 666<br />
E-mail: geral@multishop-auto.com<br />
Internet: www.multishop-auto.com<br />
que é importante trabalhar com as gestoras de frotas”,<br />
esclarece Luís Teixeira de Azevedo, que diz que actualmente<br />
o cliente de renting é o que garante maior rentabilidade.<br />
Investimentos<br />
Apesar de o momento não ser o ideal para investir,<br />
a Multishop Auto não o irá fazer de facto em Portugal,<br />
mas em breve poderá fazê-lo no Brasil onde tem<br />
projectos para abrir um primeiro posto de retalho.<br />
“Não sabemos o futuro a dois ou três anos e as oportunidades<br />
que surgirão, mas agora temos o nosso enfoque<br />
no Brasil que nos parece ser um bom mercado<br />
para investir”, revela Luís Teixeira de Azevedo.<br />
A hora é também de investir nas redes sociais,<br />
como forma de captar mais clientes, mas o grande trabalho<br />
“tem que ser feito porta a porta, cliente a cliente,<br />
com os pés bem assentes no chão, de modo a conseguir<br />
contornar as dificuldades que este sector atravessa”.<br />
<br />
46<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
Avis<br />
AVIS RENT A CAR<br />
Sede: Av. Marechal Craveiro Lopes<br />
Nr. 2 - 2º e 3º pisos<br />
1700 - 284 Lisboa<br />
Fleet Director: Bruno Soares<br />
Telefone: 21 754 79 10<br />
Fax: 21 754 79 94<br />
E-mail: bruno.matos@avis-portugal.pt<br />
Internet: www.avis.com.pt<br />
Rent-a-car procura<br />
preço e disponibilidade<br />
Com 5.000 viaturas em frota, a Avis faz substituições de pneus recorrendo a parceiros<br />
do mercado. O preço é importante, mas é a disponibilidade que manda<br />
Os veículos do rent-a-car circulam em média<br />
30 mil quilómetros por ano e trocam dois<br />
pneus para cada carro. Pelo menos, é este o<br />
caso da Avis, segundo informações recolhidas<br />
junto de Bruno Matos, o responsável de frota da<br />
locadora.<br />
Cerca de 80% da frota da Avis é comprada em<br />
buy-back, como acontece genericamente com empresas<br />
deste tipo. Neste sistema, o carro adquirido<br />
regressa ao fim de um período de tempo combinado<br />
para a marca que o vendeu, sendo esta responsável<br />
por o colocar de volta no mercado. A manutenção<br />
programada <strong>dos</strong> carros é feita na rede da marca,<br />
mas outras intervenções são feitas recorrendo a outras<br />
entidades.<br />
Para os pneus, a Avis utiliza fornecedores externos.<br />
A rent-a-car procura empresas com grande disponibilidade<br />
de stock e preço. Além disso, exige<br />
ainda no serviço. É o fornecedor é que vem buscar o<br />
carro para fazer as substituições de pneus. Embora o<br />
preço seja um aspecto importante da escolha de parceiro,<br />
interessa mais o tempo que se demora. O negócio<br />
de rent-a-car exige uma ocupação de frota, de<br />
preferência total, e as percentagens de tempo em<br />
que o carro não está a ser utilizado enquanto está<br />
numa rent-a-car raramente ultrapassam os cinco por<br />
cento.<br />
O negócio entre a rent-a-car é feito por acordo comercial,<br />
e não à medida que as necessidades vão<br />
aparecendo, tendo em conta uma percentagem de<br />
desconto e rappel anual. Quanto a marcas, poderão<br />
ser importantes porque pode haver um só pneu<br />
para trocar e esse terá que ser necessariamente o<br />
mesmo modelo que os outros três. Além disso, o<br />
sistema de buy-back, em que o carro regressa ao importador,<br />
para o recolocar no mercado, também o<br />
exige.<br />
O facto de a viatura ter que voltar à marca ao fim<br />
de um período que é, na Avis, no máximo de 10<br />
meses, justifica em parte porque é que há tantos carros<br />
de rent-a-car que não utilizam jantes especiais.<br />
Não só o recondicionamento desses componentes é<br />
mais carro do que substituir os tampões, como as<br />
próprias medidas <strong>dos</strong> pneus são mais convencionais<br />
e, por isso, mais baratas.<br />
Os pneus fazem parte de outros serviços “mínimos”<br />
que a rent-a-car quer fazer em casa. Com<br />
5.000 unidades em circulação, a Avis encarrega-se<br />
do atesto de óleo ou da substituição de pastilhas de<br />
travão.<br />
Quatro oficinas próprias, próximas das principais<br />
estações de levantamento (Porto, Lisboa, Faro e Madeira)<br />
fazem esses serviços. Os prazos são curtíssimos.<br />
Bruno Matos diz que não consegue viver com<br />
a ineficiência da rede normal de oficinas.<br />
A oficina tem que estar disponível para receber<br />
uma viatura a qualquer hora e essa intervenção tem<br />
que ser feita no momento. Em muitos casos, a viatura<br />
volta alguns minutos depois para o balcão de<br />
levantamento. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 47
EMPRESA<br />
Pneuport<br />
Central de compra e venda<br />
A rede Pneuport entrou numa nova fase da sua já longa história no sector <strong>dos</strong> pneus.<br />
Para marcar esse momento reuniu os aderentes, mostrando-lhes a nova imagem e o novo<br />
conceito, que não quebra com o passado mas que olha abertamente para o futuro<br />
As instalações da Automafra foram o ponto de<br />
encontro da grande maioria <strong>dos</strong> cooperantes da<br />
rede Pneuport no final do mês de <strong>Janeiro</strong>. O<br />
motivo deste encontro era óbvio: a Automafra é<br />
a “casa modelo” da nova fase que a rede Pneuport atravessa<br />
fruto de uma parceria com marca de pneus Continental.<br />
Durante toda a sua história, e já<br />
lá vão 22 anos, a Pneuport foi assumidamente<br />
um central de compra.<br />
Uma lógica de negócio vanguardista<br />
na época, mas que foi perdendo<br />
alguma força, nomeadamente com<br />
a abertura <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong> e com o<br />
advento da internet.<br />
Ainda hoje fazer compras em grupo é vantajoso, mas<br />
para se organizar melhor e dar resposta aos novos desafios<br />
do mercado, nomeadamente com o aparecimento<br />
da nova distribuição, os responsáveis da Pneuport arregaçaram<br />
as mangas e iniciaram um novo projecto, que<br />
toca não só os aspectos da imagem mas também do próprio<br />
negócio.<br />
Já desde 2009 que a rede Pneuport começou a explorar<br />
de forma mais eficiente a insígnia Pneuport, que levou<br />
a que to<strong>dos</strong> os cooperantes seguissem o mesmo manual<br />
de procedimentos, seguindo por exemplo uma<br />
imagem comum em to<strong>dos</strong> os postos de pneus da rede.<br />
Uma das apostas da parceria Pneuport / Continental resulta<br />
na exclusividade de venda <strong>dos</strong> pneus Sportiva, uma marca<br />
pertencente à Continental<br />
Depois de alguns avanços e recuos, normais num<br />
processo de decisão e de mudança que se pretendia implementar,<br />
a Pneuport chegou em <strong>2012</strong> a uma nova fase<br />
da história, através da parceria assumida com a prestigiada<br />
marca de pneus Continental.<br />
Mantendo-se como central de compras, foi decidido<br />
pelos responsáveis da Pneuport caminhar abertamente<br />
no sentido de se tornar também numa central de vendas,<br />
numa decisão tomada em conjunto com a própria<br />
Continental.<br />
Conceito de venda<br />
Tendo as 68 casas de pneus <strong>dos</strong> cooperantes da Pneuport<br />
porta aberta ao público, havia<br />
que seguir um novo rumo de forma<br />
organizada e concertada, no<br />
sentido de potenciar um conceito<br />
de venda estruturada, para que novos<br />
clientes possam visitar esses estabelecimentos.<br />
Um <strong>dos</strong> aspectos deste novo conceito de venda tem<br />
como resultado a nova imagem da rede Pneuport. Não<br />
se abdicou da cor laranja que é tão característica desta<br />
rede, mas partiu-se para uma nova imagem institucional,<br />
com um novo logótipo (que assume maior destaque)<br />
aparecendo a imagem Continental também como<br />
48<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
Foi em ambiente de festa que a Pneuport<br />
apresentou a to<strong>dos</strong> os cooperantes a nova imagem<br />
e a nova parceria<br />
PNEUPORT<br />
Este é um <strong>dos</strong> exemplos da nova imagem que os aderentes da Pneuport irão adoptar no sentido de caminhar<br />
para uma lógica de maior interactividade com o cliente<br />
Sede: Avenida de Berna nº 30 5º<br />
1050-042 Lisboa<br />
Presidente: Paulo Campos<br />
Telefone: 217 937 681<br />
Fax: 217 937 683<br />
E-mail: geral@pneuport.pt<br />
Internet: www.pneuport.pt<br />
suporte. O objectivo <strong>dos</strong> responsáveis da Pneuport,<br />
mais do que nunca, passa pela identificação da rede (de<br />
forma fácil) por parte do cliente esteja ele geograficamente<br />
no norte ou no sul do país. Esta nova imagem,<br />
sendo a Automafra a casa modelo, irá progressivamente<br />
sendo adoptada por to<strong>dos</strong> os cooperadores aderentes a<br />
esta parceria.<br />
Esta parceria entre a Pneuport e a<br />
Continental passa naturalmente por<br />
outros processos. Um deles é a comunicação<br />
com o consumidor final, com<br />
o objectivo de potenciar a visita de<br />
mais clientes aos postos <strong>dos</strong> cooperantes<br />
desta insígnia. Vão ser feitas campanhas<br />
para o consumidor final, atraindo-o aos postos<br />
Pneuport, como vão também ser trabalhadas parcerias<br />
com clientes de frotas (empresas, gestoras, etc) de modo<br />
a potenciar mais serviço dentro da rede.<br />
Estas nova dinâmica que já está a ser implantada, surge<br />
do esforço comum entre a Pneuport e a Continental,<br />
Mantendo-se como central de compras, foi decidido<br />
pelos responsáveis da Pneuport caminhar no sentido de<br />
se tornar também numa central de vendas<br />
e dentro de uma lógica de aproveitar toda a experiência<br />
que este construtor de pneus tem noutros merca<strong>dos</strong>,<br />
onde já desenvolve há muitos anos conceitos de central<br />
de venda muito semelhantes ao que agora está a desenvolver<br />
com a Pneuport em Portugal.<br />
A imagem da rede será sempre a da Pneuport, mas a<br />
presença da Continental será uma constante, nomeadamente<br />
na potenciação de um série de ferramentas de<br />
apoio, como é o caso da Corporate TV, onde o cliente<br />
terá acesso a informação sobre pneus e sobre as campanhas<br />
a decorrer na Pneuport.<br />
Outras das apostas desta parceria resulta também na<br />
exclusividade de venda <strong>dos</strong> pneus Sportiva, uma marca<br />
pertencente à Continental, que será unicamente comercializada<br />
na rede Pneuport.<br />
Apesar desta nova dinâmica, a especialização da rede<br />
Pneuport continuará a ser em pneus, mas a incorporação<br />
de outros serviços (mecânica rápida) que alguns aderentes<br />
já exploram será também potenciada na rede.<br />
Outras medidas estão a ser estudadas e irão ser seguidas<br />
(seguros de pneus, CRM, etc),<br />
com o objectivo de implementar uma<br />
dinâmica de negócio que permita dar<br />
à rede Pneuport uma maior notoriedade<br />
e reconhecimento público, mas simultaneamente<br />
potenciar negócios<br />
num mercado que está em recessão.<br />
Neste momento mais de 60% <strong>dos</strong> cooperantes da<br />
Pneuport já aderiram a este novo projecto (central de<br />
vendas), esperando os responsáveis por esta insígnia que<br />
to<strong>dos</strong> possam integrar o mesmo durante <strong>2012</strong>, estando<br />
em aberto a possibilidade de novos cooperadores também<br />
entre neste novo rumo.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 49
EMPRESA<br />
Transportes Serejo<br />
Entregar com qualidade<br />
A Transporte Serejo visita por dia cerca de 160 clientes liga<strong>dos</strong> aos pneus,<br />
o que lhe permite ter uma importante visão, no terreno, deste tipo de negócio.<br />
Fomos conhecer um pouco desta empresa de São Julião do Tojal<br />
Durante 14 anos, Vicente Serejo foi motorista na<br />
Eurovidal. A experiência acumulada com essa<br />
actividade e a associação ao sector <strong>dos</strong> pneus,<br />
atendendo que trabalhava para um grande grossista,<br />
levou Vicente Serejo a apostar no transporte logístico,<br />
tanto mais que a Eurovidal tinha feito outsoucring<br />
deste sector na empresa.<br />
Foi assim que nasceu a Transportes Serejo<br />
em 1997, na altura apenas com um único camião,<br />
mas como o crescimento foi gradual,<br />
actualmente a empresa possui uma frota de<br />
35 veículos afectos ao transporte, a maioria<br />
deles liga<strong>dos</strong> ao sector <strong>dos</strong> pneus.<br />
“Para se estar ao serviço da distribuição de<br />
pneus não é tanto a frota que interessa, mas sim a experiência<br />
<strong>dos</strong> recursos humanos nessa actividade, nomeadamente<br />
quanto se tem que armar um veículo com uma<br />
carga especifica que são os pneus” revela Vicente Serejo,<br />
explicando que “muitas vezes a carga não são só pneus<br />
novos de ligeiros, são também pneus para recauchutagem<br />
Com a cada vez maior exigência desta actividade, a<br />
Transporte Serejo pretende continuar a crescer e a<br />
operacionalizar-se na distribuição de pneus<br />
ou pneus agrícolas, alguns deles com grandes dimensões,<br />
que exigem experiência e conhecimento na altura em que<br />
vão ser transporta<strong>dos</strong>”.<br />
Uma das características da Transporte Serejo é que sendo<br />
responsável por grande parte da distribuição de pneus<br />
de importantes marcas na zona onde opera (zona de<br />
grande Lisboa, margem Sul, Ribatejo, Torres Vedras e linha<br />
Oeste) o faz apenas por subcontratação.<br />
“Trabalhamos essencialmente com grandes empresas<br />
de logística, que têm os contratos com as marcas de<br />
pneus, que depois subcontratam outras empresas de<br />
transportes, como a nossa, para efectuar a distribuição em<br />
determinadas zonas <strong>dos</strong> pneus”, explica Vicente Serejo.<br />
Subcontratação<br />
Dessa forma a Transportes Serejo trabalha com três<br />
grandes operadores logísticos, sendo um deles a Luís Simões,<br />
efectuando a distribuição <strong>dos</strong> pneus Michelin na<br />
região que tem por contrato, o mesmo sucede com a<br />
Transporta, que tem as restantes marcas de pneus excepto<br />
a Goodyear que está com a Rangel. “Cada empresa tem a<br />
sua forma de trabalhar. No caso da Luís Simões<br />
com a Michelin, existem regras bem<br />
definidas, que não nos permitem num mesmo<br />
carro transportar outra marca que não<br />
seja Michelin”, revela Vicente Serejo.<br />
Algo que a Transportes Serejo nunca colocou<br />
em equação foi ter contratos directos<br />
com operadores de pneus, até porque os grandes operadores<br />
logísticos têm um poder negocial muito forte junto<br />
das marcas de pneus e conseguem distribuir em todo o<br />
país. “O que poderemos vir a fazer é alargar um pouco<br />
mais a nossa zona de distribuição com os operadores<br />
com que já trabalhamos, sendo essa a única forma de<br />
50<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
A Transportes Serejo possui uma frota bem adaptada às necessidades da<br />
distribuição de pneus<br />
crescer dentro deste sector de actividade”, refere Vicente<br />
Serejo, assumindo que “para nós o importante é fazer um<br />
bom trabalho para os nossos parceiros, o que nem sempre<br />
é fácil”.<br />
Frota<br />
A frota da Transportes Serejo é constituída por 35 veículos,<br />
que vão desde os comercias de 3500 Kg até aos veículos<br />
pesa<strong>dos</strong> de 7,5, 9, 12 e 19 toneladas, incluindo os<br />
semi-reboques.<br />
A informação diária recebida <strong>dos</strong> operadores logísticos<br />
com que trabalha, nomeadamente as toneladas de pneus<br />
a transportar diariamente, condicionam depois toda a<br />
afectação da frota às características do trabalho que tem<br />
que fazer em função ainda da geográfica e localização <strong>dos</strong><br />
estabelecimentos (retalho, grossistas ou concessionários)<br />
onde tem que se fazer entrega <strong>dos</strong> pneus.<br />
“Tudo tem que ser muito bem coordenado para que<br />
os pneus sejam de facto entregues dentro <strong>dos</strong> prazos<br />
combina<strong>dos</strong>. É aqui que melhor podemos fazer a diferença,<br />
pois a nossa experiência e conhecimento das zonas<br />
que operamos permite-nos dar resposta às solicitações<br />
<strong>dos</strong> nossos parceiros de negócio”, afirma Vicente Serejo,<br />
explicando que a complexidade deste serviço é grande<br />
quando, por exemplo, tem que se coordenar cargas, tipo<br />
de cargas, entregas, frota, rotas e prazos.<br />
Em média, a Transportes Serejo visita cerca de 160<br />
clientes por dia, mas a instabilidade que existe no mercado,<br />
segundo o responsável da empresa, leva a que não<br />
exista a rotina de entregas que normalmente existia. “O<br />
que se passa é que houve um quebra muito grande no<br />
consumo <strong>dos</strong> pneus, face ao que se passava há três anos<br />
atrás”, assegura Vicente Serejo, explicando que “uma casa<br />
de pneus hoje não faz praticamente stock.<br />
Antes comprava 40 ou 50 pneus, actualmente compra<br />
meia dúzia. Nós temos que entregar, por contrato no<br />
caso da Luís Simões, em 24 horas, seja um sejam 50<br />
pneus”.<br />
Com a cada vez maior exigência desta actividade, a<br />
Transporte Serejo pretende continuar a crescer e a operacionalizar-se,<br />
continuando a focalizar a sua actividade<br />
nos pneus, que são a actividade mais representativa, embora<br />
esteja presente também na distribuição de outros<br />
produtos. “Temos conseguido mostrar a nossa mais-valia<br />
neste sector e depois de tantos anos a distribuir Michelin<br />
é sinal que temos feito um bom serviço” concluiu Vicente<br />
Serejo.<br />
TRANSPORTES SEREJO<br />
Sede: Rua Entre os Muros, 54 – Arm. A<br />
Núcleo Empresarial – 1<br />
2660-533 São Julião do Tojal<br />
Gerentes: Vicente Serejo<br />
Telefone: 219 749 378<br />
Fax: 219 749 379<br />
E-mail: geral@transportesserejo.pt<br />
Internet: www.transportesserejo.pt<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 51
EMPRESA<br />
<strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
Dinâmica de negócio<br />
Na revenda de pneus a interioridade não é um problema para a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro.<br />
Este operador da Póvoa de Lanhoso tem ideias próprias sobre o negócio grossista,<br />
mas o futuro está à porta e novos objectivos estão por cumprir<br />
Onome <strong>Pneus</strong> Cruzeiro já existe há mais de 20<br />
anos. Primeiro o Pai e depois o filho, o certo é<br />
que a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro foi trilhando o seu caminho<br />
até que há sete anos se começou a dedicar<br />
de uma forma objectiva à revenda, sendo que o negócio<br />
do retalho, sempre foi transversal a toda a história<br />
da empresa.<br />
“É de tal maneira importante a<br />
revenda para a nossa actividade,<br />
que o retalho neste momento representa<br />
apenas 4% do negócio<br />
da empresa”, começa por referir<br />
João Matos, Sócio gerente da<br />
<strong>Pneus</strong> Cruzeiro, que mesmo assim<br />
considera que o posto de retalho tem ainda potencial<br />
para crescer e para se tornar mais rentável e mais<br />
competitivo.<br />
Ao longo da sua história na revenda, a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
chegou a ter a distribuição da Continental de<br />
Agricultura, mas após essa fase foi altura de apostar claramente<br />
no pneu de ligeiro e também no camião, sendo<br />
agora residual o mercado agro-industrial.<br />
O crescimento da empresa tem sido gradual de ano<br />
para ano, atingindo já os 150.000 pneus anuais, dispondo<br />
de um stock médio que em 2010 rondou os<br />
42.000 pneus.<br />
É devido precisamente a este crescimento que a<br />
A <strong>Pneus</strong> Cruzeiro dispõe de sete veículos comerciais para<br />
fazer a distribuição diariamente, fazendo uma única<br />
entrega diária, da parte da tarde<br />
<strong>Pneus</strong> Cruzeiro já olha mais para o futuro do que para<br />
o presente, tendo já um projecto para um novo armazém<br />
de 11.000 m2, mas “tudo depende da conjuntura<br />
de <strong>2012</strong>, já que estamos a falar em investimentos na<br />
ordem <strong>dos</strong> dois milhões de euros”, refere João Matos.<br />
Actualmente toda a parte logística da revenda está<br />
concentrada nas próprias instalações da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro,<br />
como num pequeno armazém, que neste momento<br />
já atingiu a sua capacidade de armazenamento, daí<br />
que esteja em equação esse novo investimento. Certo<br />
“é que não vamos abrir mais postos de retalho, pois<br />
não quero criar concorrência aos nossos clientes”, refere<br />
João Matos.<br />
Produto<br />
Na revenda a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro está<br />
posicionada no mercado como<br />
grossista de marcas Premium, nomeadamente<br />
Michelin, Goodyear,<br />
Pirelli, Dunlop, Continental e Bridgestone,<br />
mas a referência da empresa são os pneus da<br />
BF Goodrich. “Somos em Portugal o operador grossista<br />
que melhor oferta tem na BF Goodrich, quer em diversidade<br />
de medidas quer em quantidades, como<br />
também em preços somos os mais competitivos”, revela<br />
João Matos.<br />
52<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
A <strong>Pneus</strong> Cruzeiro fica localizada na Póvoa de Lanhoso onde se concentram os seus negócios na área do<br />
retalho e da distribuição de pneus<br />
A oferta da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro contempla ainda a marca<br />
Riken, já num terceiro patamar de qualidade, seguindo-se<br />
depois uma série de outras marcas numa lógica<br />
de negócios pontuais que não se prendem com<br />
marcas mas sim com a cobertura de necessidades específicas<br />
de mercado.<br />
Grande parte do abastecimento da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro é<br />
feito junto das próprias marcas, estando colocado de<br />
parte o recurso a outras fontes de abastecimento. “Dificilmente<br />
os brokkers conseguem ter preço para o que<br />
praticamos e por isso não lhes compramos, mas têm<br />
conseguido encharcar o mercado de pneus vendendo<br />
a toda a gente, o que directamente nos afecta também”,<br />
reconhece o responsável da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro,<br />
adiantando que “podem conseguir preços pontualmente<br />
mais baratos, o que não conseguem é disponibilizar<br />
o mesmo serviço que nós fazemos, pois realmente<br />
entregamos de um dia para o outro”.<br />
Nos pneus de pesa<strong>dos</strong>, onde também disponibiliza<br />
uma gama muito completa e abrangente, a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
é muito forte em Michelin, Goodyear, Dunlop e<br />
Sava, embora tenha também alguma oferta em pneus<br />
budget e em recauchuta<strong>dos</strong>.<br />
Pontos fortes<br />
Num mercado tão preenchido de operadores de revenda,<br />
para João Matos os pontos fortes da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
são “a disponibilidade de produto, excepto<br />
quando a fábrica não tem, sendo essa uma situação<br />
muito comum actualmente em que chega a não haver<br />
produto durante quatro ou cinco meses, temos sempre<br />
preços competitivos e convidativos, e muito importante,<br />
fazemos entregas em 24 horas”.<br />
Aliás, ao nível das entregas existe também uma<br />
aposta muito efectiva. A <strong>Pneus</strong> Cruzeiro dispõe de<br />
sete veículos comerciais para fazer a distribuição diariamente,<br />
fazendo uma única entrega diária, da parte<br />
da tarde, numa área geográfica muito abrangente, que<br />
se estende quase até ao Grande Porto.<br />
Para além da distribuição própria, a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
tem contratado o serviço da Rangel para que logisticamente<br />
seja possível estar presente em todo o território<br />
nacional e também nas ilhas.<br />
Outras das apostas que poderão vir a surgir são as<br />
vendas online. Neste momento a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro já<br />
tem esse site a funcionar, não está ainda finalizado e<br />
também ainda não foi tomada a decisão final sobre a<br />
posição da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro sobre esta plataforma de<br />
vendas. “Ainda não tenho a decisão tomada se iremos<br />
avançar com as vendas online.<br />
Gosto muito de privilegiar o contacto directo com o<br />
cliente e essa solução poderá fazer com que se perca a<br />
relação humana que temos e queremos continuar a ter<br />
com os nossos clientes”, esclarece João Matos, afirmando<br />
que “o contacto directo potencia também a<br />
venda e com as vendas online perde-se um pouco isso,<br />
pois o site não esclarece dúvidas ao cliente, mas por telefone<br />
poderemos fazê-lo”.<br />
A empresa chegou a ter três vendedores no mercado,<br />
mas a estratégia da empresa mudou nos três últi-<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 53
EMPRESA<br />
<strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
Na revenda a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
está posicionada no mercado<br />
como grossista de marcas<br />
Premium<br />
PNEUS CRUZEIRO<br />
Sede: Rua do Cruzeiro, Nº346<br />
4830-195 Fonte Arcada – Póvoa de Lanhoso<br />
Gerentes: João Matos<br />
Telefone: 253 631 783<br />
Fax: 253 738 194<br />
E-mail: geral@pneuscruzeiro.com<br />
Internet: www.pneuscruzeiro.com<br />
Existe um projecto para a mudança de instalações da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
no que diz respeito à actividade de revenda<br />
mos anos já que actualmente não tem nenhum. “Se os<br />
retalhistas não fazem stock, o que é que o vendedor lá<br />
vai vender?”, questiona João Matos que assim justifica<br />
a opção tomada pela empresa, que reverte os custos<br />
que teria com a equipa de vendas em benefícios para<br />
os seus clientes.<br />
Para manter é a política de campanhas. A <strong>Pneus</strong><br />
Cruzeiro não faz campanhas pontuais, que podem lesar<br />
o cliente, apostando “em campanhas anuais ou em<br />
manter sempre os preços competitivos, de modo a podermos<br />
trabalhar sempre com o cliente o ano todo”.<br />
Mercado<br />
Estando em contacto directo e constante com os retalhistas,<br />
um operador grossista como a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro<br />
está em posição privilegiada para analisar a evolução<br />
do sector <strong>dos</strong> pneus em Portugal.<br />
“No nosso país sempre encerraram e abriram casas<br />
de pneus. O problema não tem sido esse. Temos vindo<br />
a notar, isso sim, que da parte <strong>dos</strong> clientes existe<br />
uma cada vez maior dificuldade em cumprir com as<br />
suas obrigações ao nível <strong>dos</strong> pagamentos”, revela João<br />
Matos que esclarece que “esse é um problema que se<br />
agrava de mês para mês”.<br />
Para a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro esta situação é uma “faca de<br />
dois gumes” e apesar de “nunca termos deixado de<br />
cumprir as nossas obrigações para com os nossos fornecedores,<br />
temos feito um trabalho junto <strong>dos</strong> nossos<br />
clientes, alertando para a importância de to<strong>dos</strong> cumprirmos<br />
as nossas obrigações” refere o mesmo responsável.<br />
Reconhecendo que no mercado <strong>dos</strong> pneus em Portugal<br />
não existe união, João Matos olha para o futuro<br />
do mercado da revenda de pneus com alguma apreensão.<br />
“Penso que o mercado vai evoluir tornando-se<br />
cada vez mais difícil num aspecto. O retalho cada vez<br />
faz menos stock, os grossistas pelo contrário tem cada<br />
vez mais stock e mais variedade de medidas. Esta situação<br />
obriga-nos a correr mais e possivelmente entregar<br />
em 24 horas poderá vir a ser uma eternidade. O aumento<br />
<strong>dos</strong> custos de combustível, as dificuldades nos<br />
pagamentos e a concorrência descontrolada levantam<br />
grandes problemas a esta actividade”, diz o sócio gerente<br />
da <strong>Pneus</strong> Cruzeiro.<br />
Para finalizar, João Matos reconhece que existem<br />
muitos empresários que estão no sector que não deviam<br />
estar, tão só porque não sabem gerir o negócio<br />
<strong>dos</strong> pneus. “No dia em que a <strong>Pneus</strong> Cruzeiro oferecer<br />
serviços, fecho as portas, pois não posso investir em<br />
equipamentos caríssimo, apostar em manutenção e<br />
formação <strong>dos</strong> emprega<strong>dos</strong> e depois oferecer serviços”,<br />
refere o responsável da empresa que diz ser este um<br />
<strong>dos</strong> grandes problemas do sector do retalho, concluindo<br />
que “to<strong>dos</strong> passamos por dificuldades, mas quem<br />
gere o negócio como deve ser gerido, será <strong>dos</strong> últimos<br />
a fechar as portas”.<br />
Apesar das incertezas do mercado e da economia, a<br />
<strong>Pneus</strong> Cruzeiro quer continuar a afirmar-se como um<br />
parceiro estratégico de negócios apostando sempre<br />
numa grande proximidade com os seus clientes. <br />
54<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
José Aniceto & Irmão, Lda<br />
No topo da revenda<br />
Estagnar é uma palavra que não está no dicionário para os responsáveis da José Aniceto & Irmão,<br />
Lda. A prova disso está nas novas instalações e nos recentes investimentos,<br />
que melhoraram a operacionalidade da empresa<br />
Quem conhecia as instalações da José Aniceto &<br />
Irmão, Lda em Cantanhede e as vê agora não<br />
pode deixar de reparar na evolução que as mesmas<br />
tiveram. Aliás, essa evolução não é só “fachada”<br />
nem passou unicamente pelo aumento do espaço<br />
disponível para armazém, pois tal crescimento acarretou<br />
também uma maior operacionalização da<br />
actividade logística da empresa, nomeadamente a que<br />
está associada à empresa de revenda de pneus, a S. José<br />
Logística de <strong>Pneus</strong>.<br />
Em termos absolutos a empresa continua a ter índices<br />
de crescimento anuais, mesmo num mercado em recessão<br />
e saturado, o que comprova que o seu negócio<br />
está consolidado. Contudo, o momento não é de repouso<br />
sobre esses indicadores, mas sim de reacção às<br />
constantes ameaças do mercado, pelo que investir foi a<br />
solução encontrada para a empresa se preparar melhor<br />
para o futuro.<br />
“O crescimento não é o nosso objectivo, mas sim<br />
uma consequência do nosso trabalho. É algo de orgânico<br />
que está inerente à nossa actividade”, afirma Luís<br />
Aniceto, gerente da José Aniceto & Irmão, Lda, que admite<br />
“estamos numa fase em que até pode acontecer o<br />
contrário, tendo em conta a selectividade que temos<br />
que colocar nas vendas e na necessidade de maior controlo<br />
da tesouraria”.<br />
Depois de dois anos segui<strong>dos</strong> como PME Líder, a<br />
empresa foi recentemente considerada PME Excelência,<br />
o que prova, no entender <strong>dos</strong> seus responsáveis, o<br />
“rigor que foi colocado na gestão da empresa, que nos<br />
deixa mais descansa<strong>dos</strong> mas também muito atentos ao<br />
que se vai passar este e nos próximos anos” afirma Luís<br />
Aniceto.<br />
Instalações<br />
O aumento de vendas, trouxe a necessidade de aumentar<br />
a gama de pneus na revenda e a consequência<br />
acabou por ser o aumento das instalações. Em final de<br />
2010 a José Aniceto & Irmão, Lda construiu um novo<br />
armazém destinado essencialmente à logística de pneus<br />
de ligeiros. Trata-se de um espaço de armazém muito<br />
mais bem organizado em que o stock está devidamente<br />
cartografado por corredores, sabendo-se exactamente o<br />
posicionamento de cada pneu. Esta organização permitiu<br />
um ordenamento logístico que veio “reduzir de forma<br />
substancial o tempo de execução de cada encomenda<br />
e também a sua eficácia, o que aumentou bastante a<br />
operacionalidade da nossa actividade”, refere José Aniceto,<br />
gerente da empresa, adiantando que “isto induziu<br />
o aumento de vendas e necessariamente veio criar pressão<br />
novamente sobre o espaço disponível”.<br />
Foi assim que durante o ano de 2011 a José Aniceto<br />
& Irmão, Lda investiu num outro armazém, a 500 metros<br />
das instalações da empresa, com cerca de 1.500 m2<br />
de área especificamente destina<strong>dos</strong> à actividade com a<br />
marca BKT, nomeadamente ao nível <strong>dos</strong> pneus agrícolas.<br />
“A boa evolução que o sector agro-industrial teve na<br />
nossa empresa, com resulta<strong>dos</strong> fantásticos, implicou<br />
também uma maior operacionalização do negócio<br />
BKT”, revela Luís Aniceto.<br />
56<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
O novo armazém permite uma<br />
muito maior operacionalidade do negócio de<br />
revenda em termos logísticos<br />
JOSÉ ANICETO E IRMÃO<br />
Sede: Zona de Industrial, Lote 13, Apt 53<br />
3060-107 Cantanhede<br />
Gerentes: José Aniceto / Luís Aniceto<br />
Telefone: 231 419 290<br />
Fax: 231 422 711<br />
E-mail: encomendas@sjosepneus.com<br />
geral@sjosepneus.com<br />
Internet: www.sjosepneus.com<br />
José Aniceto e Luís Aniceto têm mais projectos<br />
para a empresa, que irão dinamizar ainda mais o<br />
negócio <strong>dos</strong> pneus<br />
No segundo trimestre de<br />
<strong>2012</strong> esta empresa vai ter<br />
mais de 8.000 m2 de<br />
armazém, que lhe irão<br />
garantir uma capacidade<br />
logística sem precedentes<br />
Com este segundo armazém repleto de pneus agrícolas,<br />
sendo muito provavelmente o maior stock nacional<br />
de pneus agro-industriais que existe em Portugal (segundo<br />
os responsáveis da José Aniceto & Irmão, Lda), os investimentos<br />
não pararam por aqui e já no início de<br />
<strong>2012</strong> iniciaram as obras para um reforço de 3.000 m2<br />
deste armazém (no pavilhão contíguo) que passa assim<br />
a ter cerca de 4.500 m2.<br />
“Vamos não só reforçar o stock de pneus agro-indistriais,<br />
mas este novo investimento vai permitir libertar<br />
espaço no armazém central para os pneus de ligeiros, o<br />
que irá permitir aumentar o stock neste tipo de pneus”,<br />
explica Luís Aniceto.<br />
No segundo trimestre de <strong>2012</strong> a José Aniceto & Irmão,<br />
Lda vai ter mais de 8.000 m2 de armazém, que lhe<br />
irão garantir uma capacidade logística sem precedentes.<br />
“A operacionalidade aumentou 100% e o tempo de<br />
execução de uma encomenda passou para metade. Isto<br />
são factores que nos permitem estarmos muito mais<br />
concentra<strong>dos</strong> na nossa estratégia”, refere José Aniceto,<br />
explicando que “temos um número de referências ao<br />
dispor do cliente, que é provavelmente o maior do mercado.<br />
Os que nos caracteriza no pneu de turismo é que<br />
temos poucas quantidades de muitas medidas em diversas<br />
marcas”.<br />
A diversificação de gama sempre foi uma das apostas<br />
fortes da empresa, dizendo Luís Aniceto que “fazemos<br />
questão de ter todas as medidas, inclusivamente as menos<br />
vulgares. Sempre dizemos que é nossa finalidade<br />
complementar a oferta das marcas, proporcionando ao<br />
cliente o acesso a medidas que nem sempre são fáceis<br />
de encontram”.<br />
Tem sido esta política que tem permitido à José Aniceto<br />
& Irmão, Lda aumentar as vendas e estar presente<br />
em todo o mercado português, incluindo as ilhas, o<br />
que resultado também numa certa estabilidade em termos<br />
de produto.<br />
A oferta da S. José Logística de <strong>Pneus</strong> em ligeiros, comerciais<br />
e 4x4 concentra-se nas marcas Premium, em<br />
quatro marcas quality, com a Semperit a assumir algum<br />
destaque, e depois tem uma oferta budget onde a<br />
GoodRide que se destaca por ser a importadora oficial<br />
para Portugal. Dispõe também a empresa de uma grande<br />
oferta de pneus da camião, em algumas destas marcas,<br />
destacam-se bastante a BKT no caso <strong>dos</strong> pneus<br />
agrícolas.<br />
“As nossas vendas estão concentradas nos pneus de<br />
qualidade, muito em virtude da nossa aposta na diversificação,<br />
o que nos permite colmatar falhas do mercado<br />
e evitar ser um dealer de grandes volumes de pneus<br />
de baixo custo”, afirma José Aniceto.<br />
Actualmente a S. José Logística de <strong>Pneus</strong> dispõe de<br />
cinco comerciais no terreno, estando presente ainda<br />
em Beja com um armazém de 700 m2 (essencialmente<br />
com stock agrícola), para além de continuar com a sua<br />
forte aposta nas vendas online, na qual foi pioneira em<br />
2007.<br />
Mas os investimentos e as ideias não param e a José<br />
Aniceto & Irmão, Lda já tem novos projectos que muito<br />
brevemente irão ser anuncia<strong>dos</strong>. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 57
EMPRESA<br />
Velyen<br />
Vanguarda nos elevadores<br />
A marca espanhola Velyen, especialista em equipamentos oficinais, tem distribuição e<br />
assistência técnica garantida no nosso país através de empresas portuguesas. Conheça<br />
um pouco mais desta empresa com mais de 60 anos<br />
AVelyen funciona como a empresa especialista<br />
em equipamentos oficinais da Istobal, sendo<br />
por isso que os produtos Velyen surgem no<br />
mercado licencia<strong>dos</strong> pela Istobal.<br />
Mas para a Velyen o importante não é ser só um especialista<br />
em pós-venda, pois a empresa espanhola<br />
aposta em desenvolver soluções globais para equipar<br />
qualquer oficina, seja ela para a automóveis ou mesmo<br />
para motos, seja de mecânica ou de pneus.<br />
O Know-how da empresa remonta a 1950, altura em<br />
que a empresa original começou a desenvolver soluções<br />
para o pós-venda, desenvolvendo uma gama de produtos<br />
e serviços com a finalidade de satisfazer as necessidades<br />
globais de uma oficina segura, produtiva e que utiliza<br />
tecnologia de vanguarda.<br />
Os equipamentos da Velyen são vendi<strong>dos</strong> um pouco<br />
por todo o mundo, dispondo a empresa de cobertura<br />
internacional em mais de 60 países, incluindo Portugal,<br />
cabendo a responsabilidade da distribuição a diversas<br />
empresas, como por exemplo, a Lusilectra, MGM e a<br />
João A.M. Santos. Não tendo a Velyen nenhuma equipa<br />
comercial em Portugal, os serviços técnicos no nosso<br />
país são garanti<strong>dos</strong> pela Manuel Guedes Martins<br />
(MGM), empresa com a qual a Velyen esteve presente<br />
na Automecânica da Batalha no passado mês de Outubro.<br />
Equipamentos<br />
São quatro as grandes áreas de produtos que a Velyen<br />
cobre. Por um lado as soluções de lubrificação, descontaminação<br />
e outros flui<strong>dos</strong>, por outro as soluções de extracção<br />
de gases de escape. Contudo, as duas áreas onde<br />
a empresa espanhola é mais conhecida (pelo menos em<br />
Portugal) uma é a <strong>dos</strong> elevadores, dispondo de uma<br />
gama vastíssima e muito especializada, a outra é o das<br />
equilibradoras e desmontadoras. Em qualquer destas<br />
duas gamas de equipamentos a Velyen possui um experiência<br />
que remonta precisamente a 1950.<br />
“A Velyen é uma fábrica com capital 100% espanhol<br />
que responde perante um mercado globalizado e muito<br />
competitivo como é o do serviço pós-venda automóvel,<br />
exportando a sua produção para muitos países e desenvolvendo<br />
serviços de pós-venda locais com um alto<br />
grau de satisfação <strong>dos</strong> clientes”, refere Vicente Soria Cataluña,<br />
responsável Comercial e de Marketing da Velyen,<br />
quando questionado sobre a qualidade <strong>dos</strong> produtos<br />
desta empresa, adiantando ainda que “a Velyen<br />
faz um controlo de qualidade muito exigente em to<strong>dos</strong><br />
os centros de trabalho onde são fabrica<strong>dos</strong> as estruturas<br />
metálicas <strong>dos</strong> seus produtos, Valência, Ásia e Médio<br />
Oriente, nunca esquecendo que o objectivo é manter a<br />
competitividade que o mercado nos exige”.<br />
Em termos tecnológicos (hidráulica, componente<br />
eléctrica, electrónica, pneumática, parafusos e porcas )<br />
to<strong>dos</strong> os produtos possuem desenho exclusivo e são fabrica<strong>dos</strong><br />
pela Velyen, enquanto a montagem e acabamento<br />
final são garanti<strong>dos</strong> a 100% por profissionais altamente<br />
qualifica<strong>dos</strong> da empresa espanhola .<br />
“Desta forma o produto final Velyen está competindo<br />
juntamente com o primeiro pelotão <strong>dos</strong> fabricantes<br />
58<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
EMPRESA<br />
Soluções em Lubrificação,<br />
descontaminação e outros fluí<strong>dos</strong><br />
Todo o tipo de elevadores<br />
(Motos, turismos e industriais)<br />
Para além <strong>dos</strong> equipamentos a Velyen<br />
aposta muito forte na assistência técnica<br />
A NOVIDADE<br />
Soluções de extracção<br />
de gases de escape<br />
Equilibradoras e desmonstadoras<br />
(Motos, turismos e industriais)<br />
A gama de elevadores Velyen merece destaque, mas a empresa espanhola possui uma gama de outros<br />
equipamentos oficinais para os sector <strong>dos</strong> pneus<br />
europeus em todo o mundo”, assegura Vicente Soria<br />
Cataluña, acrescentando que “estar satisfeito é um sintoma<br />
de que queremos mudar ainda mais as coisas, isto<br />
é, de superar-nos. Tudo será possível fruto de um trabalho<br />
de equipa consolidado, exigente e que pretende<br />
crescer to<strong>dos</strong> os dias”.<br />
Para que não sobrem dúvidas sobre a qualidade <strong>dos</strong><br />
equipamentos Velyen, segundo o seu responsável Comercial<br />
e de Marketing, “to<strong>dos</strong> os equipamentos têm<br />
homologação vigente, inclusivamente com a nova normativa<br />
sobre elevadores, o que nos diferencia claramente<br />
de outros fabricantes”. Algo que também não é esquecido<br />
pela Velyen é a formação. “Tanto podemos fazer<br />
formação contínua na casa do cliente com a<br />
poderemos fazer na fábrica”, refere Vicente Soria Cataluña,<br />
que também aposta muito no site da Velyen, que<br />
considera vital para que o cliente obtenha informação<br />
da empresa, <strong>dos</strong> serviços e <strong>dos</strong> equipamentos, sendo<br />
uma ajuda muito importante em termos comerciais<br />
para to<strong>dos</strong> aqueles que trabalham com a Velyen.<br />
Sobre o mercado português, Vicente Soria Cataluña<br />
refere que “apesar do mercado se ter reduzido, nós temos<br />
vindo a fazer um bom trabalho com a perspectivas<br />
de as vendas continuarem a subir como acontece desde<br />
2008.<br />
Importante também é que temos cada vez mais clientes<br />
fiéis”. <br />
VELYEN<br />
Sede: Parque Industrial “Cuidad de Carlet” S-4<br />
C/ Camino dês Carrasqueral, nº6<br />
46240 Carlet (Valência)<br />
Responsável: Vicente Soria Cataluña<br />
Telefone: 0034 962 543 073<br />
Fax: n.d.<br />
E-mail: comercial-sat@velyen.com<br />
Internet:www.velyen.com<br />
Muito brevemente a Velyen vai lançar no mercado<br />
uma novidade que diz ser o elevador mais inovador<br />
de mercado.<br />
Enquanto esperamos por essa novidade, um <strong>dos</strong><br />
mais recentes produtos da Velyen é o elevador<br />
4EC1800 (Velyen Premium). Estamos a falar de um<br />
elevador de duas colunas, para veículos até 3.500<br />
Kg com sincronização electrónica.<br />
Este elevador para veículos ligeiros, possui já a<br />
nova Directiva Europeia para Equipamentos<br />
2006/42/CE e a Norma harmonizada EN1493:2010,<br />
que o torna com um <strong>dos</strong> elevadores mais seguros<br />
do mercado e o posiciona como uma referência<br />
nesse capítulo.<br />
Os braços assimétricos e telescópicos (com duplo<br />
calço) deste equipamento permitem a abertura<br />
fácil das portas do veículo em que se está a trabalhar,<br />
bem como permitem trabalhar qualquer tipo<br />
de veículo.<br />
Outro aspecto importante deste equipamento é o<br />
SCS (Self-Control System), que é um sistema automático<br />
(sem manutenção) integrado de informação<br />
de auto-diagnóstico.<br />
Com uma série de pequenas evoluções e de características,<br />
o 4EC1800 dispõe ainda de um sistema<br />
de protecção <strong>dos</strong> pés do operador através de<br />
um sinal acústico.<br />
O equipamentos pode ainda ser vendido com<br />
uma série de extras opcionais, como suportes para<br />
ferramentas, equipamentos de iluminação, suporte<br />
para alinhador de direcção, entre outros, sem<br />
esquecer a personalização de cores.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 59
EMPRESA<br />
Garland<br />
O novo armazém da Garland na Maia irá<br />
potenciar ainda mais a actividade logística desta<br />
empresa<br />
GRUPO GARLAND<br />
Sede: Zona Industrial da Maia<br />
4475-298 Gemunde - Maia<br />
Presidente: Bruce Dawson<br />
Telefone: 229 478 387<br />
Fax: 229 483 908<br />
E-mail: bruce.dawson@garland.pt<br />
Internet: www.garland.pt<br />
Super logística<br />
A Garland inaugurou na Maia um novo armazém para a sua actividade logística.<br />
Trata-se de uma super estrutura muito moderna e funcional, que permitirá à empresa<br />
acompanhar os novos tempos<br />
Dos diversos sectores de actividade onde a Garland<br />
opera, o <strong>dos</strong> pneus é provavelmente o<br />
mais conhecido dentro desta área de negócio,<br />
por via da sua atividade de revenda. Porém, a<br />
dimensão do Grupo Garland é incomparavelmente<br />
maior, já que das suas operações fazem parte os transportes,<br />
a navegação e a logística.<br />
Esta empresa, com mais de 200<br />
anos, é uma referência incontornável<br />
na logística tendo dado recentemente<br />
mais uma grande passo<br />
para se afirmar ainda mais neste<br />
negócio, ao inaugurar na Maia<br />
um nova armazém (junto ao que<br />
já disponha).<br />
Implantado num terreno de 25 mil m2 junto às<br />
atuais instalações da Garland na Zona Industrial da<br />
Maia, este edifício tem uma área bruta de armazenagem<br />
de 12 mil m2, com uma altura de 12,5 metros e 23<br />
cais de carga e descarga. Esta infraestrutura irá permitir<br />
à Garland Logística obter uma capacidade adicional<br />
de armazenagem de 20 mil paletes.<br />
No entender da empresa, este nova infraestruturas<br />
vem cobrir a falta de um armazém com esta dimensão<br />
no norte do País e dar resposta às crescentes necessidades<br />
em termos de operações logísticas.<br />
Entendem os responsáveis da Garland que para<br />
Implantado num terreno de 25 mil m2, as novas<br />
instalações da Garland na Zona Industrial da Maia<br />
possuem uma área bruta de armazenagem de 12 mil m2<br />
muitas empresas de média dimensão, este enorme armazém<br />
permite o recurso ao outsourcing logístico<br />
(que é cada vez mais uma opção), pelas vantagens económicas<br />
e competitivas que representa, nomeadamente<br />
a substituição de custos fixos por custos variáveis e<br />
aumentar a eficiência e capacidade de resposta das empresas<br />
com um serviço da mais elevada qualidade.<br />
Para além das tradicionais actividades de armazenagem,<br />
preparação de encomendas e distribuição, o leque<br />
de serviços de valor acrescentado para os clientes<br />
contempla etiquetagem, reembalamento, assemblagem<br />
de componentes, controlo de qualidade, entre<br />
outras opções.<br />
Isto é muito importante, para<br />
qualquer empresa que faça importação,<br />
já que a Garland se posiciona<br />
claramente como um parceiro<br />
que pode tratar, com elevado<br />
profissionalismo, todo o<br />
processo logístico, decorrente da<br />
importação de qualquer tipo de produto.<br />
Refira-se que a Garland <strong>Pneus</strong>, uma das empresas do<br />
Grupo Garland, é responsável pela representação e distribuição<br />
em Portugal das marcas de pneus Uniroyal,<br />
Continental (agrícola), Kenda, Runway, Primewell e<br />
Cultor (agrícola). <br />
60<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
RETALHO<br />
Vulcanizadora Fragoso & Filhos<br />
V. FRAGOSO & FILHOS<br />
Sede: Estrada nacional 249<br />
Bairo de Massapés – Abóboda<br />
2785 S. Domingos de Rana<br />
Gerente: Rui Fragoso<br />
Telefone: 214 444 097<br />
Fax: 214 453 282<br />
E-mail: geral@fragosoefilhos.com<br />
Internet: www.fragosoefilhos.com<br />
Investir na imagem<br />
As novas instalações da Vulcanizadora Fragoso & Filhos são um bom exemplo de que nem todo<br />
o retalho está a seguir o mesmo caminho. Ainda existem organizações que sabem que as<br />
oportunidades existem e que as mesmas são para ser aproveitadas<br />
Aempresa já existe há mais de 30 anos, mas foi há<br />
12 anos que assumiu o nome que tem actualmente:<br />
Vulcanizadora Fragoso & Filhos. Trata-se<br />
de um negócio puramente familiar, em que Rui<br />
Fragoso é um <strong>dos</strong> sócios gerentes.<br />
Recentemente as instalações de São Domingos de<br />
Rana foram alvo de uma importante remodelação que<br />
transfiguraram por completo a imagem<br />
A Vulcanizadora Fragoso & Filhos investiu na<br />
modernização das suas instalações e os<br />
resulta<strong>dos</strong> estão a ser muito positivos<br />
deste operador, mas ouve também mudanças<br />
importantes na parte operativa.<br />
De dois equipamentos de montagem passaram<br />
a ter cinco e em vez de uma existem<br />
agora duas máquinas de alinhamento.<br />
“Sempre trabalhamos muito bem, mas<br />
agora com esta remodelação é obvio que melhoramos<br />
muito. Sentimos bem a diferença com este investimento<br />
que fizemos, pois temos mais clientes”, revela<br />
Rui Fragoso, gerente da empresa.<br />
Sabendo que o cliente não gosta de esperar, a Vulcanizadora<br />
Fragoso & Filhos oferece agora outras condições<br />
para quem visita a empresa. “Não investimos a<br />
pensar na concorrência. Investimos a pensar na melhoria<br />
do nosso serviço e no nosso cliente. Se pensasse<br />
na concorrência então tinha que andar a dar pneus”,<br />
refere o mesmo responsável.<br />
Com uma política totalmente virada para a satisfação<br />
do cliente, a Vulcanizadora Fragoso & Filhos aposta<br />
numa política de produto consciente. “Temos produtos<br />
baratos mas de marcas que nos garantem qualidade.<br />
Não recomendo ao meu cliente aquilo que não<br />
queria para mim. A aposta é que o cliente saia satisfeito<br />
e possa voltar várias vezes porque foi bem servido”,<br />
assegura Rui Fragoso.<br />
A Vulcanizadora Fragoso & Filhos está actualmente<br />
associada à rede MegaMundi, levando Rui Fragoso a<br />
considerar que “nos ajudou bastante estar envolvi<strong>dos</strong><br />
num grupo.<br />
Quem não estiver numa rede está fora da realidade.<br />
Acesso a produto em excelentes condições, acesso a<br />
informações, apoio técnico, entre outras, são vantagens<br />
que temos por estar na MegaMundi”.<br />
Os 30 anos que leva de mercado, o facto<br />
de ser uma referência na zona e ainda<br />
“o sermos sérios”, diz Rui Fragoso, leva a<br />
que Vulcanizadora Fragoso & Filhos “esteja<br />
um pouco em contra-ciclo, pois temos<br />
cada vez mais serviço. O que se passa é que o<br />
cliente procura cada vez mais o produto mais barato”.<br />
Para além deste posto, que emprega 11 pessoas, a<br />
Vulcanizadora Fragoso & Filhos dispõe ainda de um<br />
outro (com mais 4 pessoas) em Trajouce, orientado<br />
para o serviços de pesa<strong>dos</strong>. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 61
RETALHO<br />
Pit Stop By Santogal<br />
PIT STOP<br />
Posto: Rua Carolina Michaelis de Vasconcelos, 6<br />
Lisboa - Benfica<br />
Telefone: 210 430 410<br />
Fax: n.d.<br />
E-mail: pit.stop.benfica@santogal.pt<br />
Internet: www.santogal.pt<br />
Concentrar serviços<br />
O nome é sugestivo e sugere de pronto serviços rápi<strong>dos</strong>. O Pit Stop são oficinas de<br />
serviços rápi<strong>dos</strong>, num conceito multimarca, recentemente desenvolvido pela<br />
Santogal, onde os pneus também marcam presença<br />
Ogrupo Santogal dispensa apresentações. São<br />
poucas as marcas que não representa em Portugal,<br />
está envolvida no negócio das peças e tem<br />
por ano um consumo considerável de pneus<br />
através das muitas concessões do grupo.<br />
A nova oficina Pit Stop marca a entrada do Grupo<br />
Santogal nas oficinas multimarca independentes, um<br />
negócio em que não estava<br />
representada, mas que se<br />
enquadra também na lógica<br />
de serviços da empresa,<br />
dando apoio às próprias<br />
concessões do grupo bem<br />
como ao negócio de usa<strong>dos</strong><br />
(Nacional Car).<br />
O conceito do Pit Stop é muito simples. É no fundo<br />
uma oficina que concentra a sua actividade num<br />
conjunto bem definido de serviços, to<strong>dos</strong> eles caracteriza<strong>dos</strong><br />
por alguma simplicidade técnica e não ocupando<br />
muito tempo de oficina, permitindo dessa forma<br />
que o cliente veja o problema com o seu carro resolvido<br />
rapidamente.<br />
Trata-se portanto de uma oficina de serviços rápi<strong>dos</strong>,<br />
mas em que a tipologia de serviços está muito<br />
bem definida, recorrendo a Santogal a diversos parceiros<br />
de negócio para os desenvolver.<br />
Na Pit Stop fazem-se cinco tipos de serviços: <strong>Pneus</strong>,<br />
A nova oficina Pit Stop marca a entrada do Grupo Santogal<br />
nas oficinas multimarca independentes, um negócio em que<br />
não estava representada, mas que se enquadra também na<br />
lógica de serviços da empresa<br />
Vidros, Lavagens, Baterias e IPO.<br />
Para além <strong>dos</strong> pneus, na Pit Stop faz-se a substituição<br />
e / ou reparação de vidros, mas também o restauro<br />
exterior de faróis (ópticas), sendo o processo tratado<br />
com a seguradora.<br />
Nas lavagens efectua serviços de interior e exterior,<br />
enquanto nas baterias são efectua<strong>dos</strong> testes de conformidade<br />
e substituição caso seja necessário. O serviço<br />
de IPO inclui a verificação, o transporte e a realização<br />
da própria inspecção em centro habilitado.<br />
No serviço de pneus a aposta vais para a verificação<br />
e correcção do alinhamento / geometria da direcção e<br />
para a montagem de pneus<br />
(com respectivo equilíbrio),<br />
para todo o tipo de<br />
veículos ligeiros. Nos<br />
pneus adquiri<strong>dos</strong> na Pit<br />
Stop o cliente tem ainda a<br />
oferta vitalícia da reparação<br />
de furos.<br />
Transversal a estes cinco serviços, está sempre subjacente<br />
uma política de descontos e promoções,<br />
numa lógica de preços reduzi<strong>dos</strong>.<br />
Para além da unidade agora aberta em Lisboa (Benfica)<br />
a Santogal vai abrir em <strong>2012</strong> mais três Pit Stop. <br />
62<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
RETALHO<br />
A.H. Almeida<br />
A. H. ALMEIDA<br />
Sede: Rua D. Nuno Álvares Pereira, 4/4ª –<br />
Bloco 18 - Polígono de Actividade Económicas<br />
Parque Oriente - 2695-167 Bobadela Lrs<br />
Sócio-gerente: Paulo Almeida<br />
Telefone: 219947130<br />
Fax: 219947139<br />
E-mail: geral@ahalmeida.pt<br />
Internet: www.ahalmeida.pt<br />
Três em um<br />
Vender unicamente pneus não foi a solução encontrada pela A.H. Almeida. Apostou,<br />
com as novas instalações, num negócio multi-serviço o que se revelou uma excelente<br />
forma de rentabilizar a actividade<br />
Com o investimento num único espaço, a A. H.<br />
Almeida juntou o que antes estava disperso por<br />
três oficinas diferentes: a mecânica, a chapa e<br />
pintura e os pneus. Com as novas instalações, o<br />
número de clientes cresceu e com isso a rentabilidade, até<br />
porque o serviço que passou a prestar ao cliente é agora<br />
melhor, tem mais qualidade e é, em suma, mais profissional.<br />
Outra vantagem conseguida foi a diversidade<br />
de serviços. “Conseguimos entrar<br />
em áreas de negócio onde antes ainda não<br />
estávamos. E, por causa disso, começámos<br />
a ter muito mais trabalho” diz Paulo<br />
Almeida, sócio gerente da A.H. Almeida.<br />
Mas já antes se notava um crescimento da procura<br />
de serviços da empresa. Para receber mais clientes era<br />
preciso fazer investimentos. “Com estas novas instalações,<br />
ficámos com a operação muito mais rentabilizada”,<br />
diz Paulo Almeida.<br />
A nova oficina da A.H. Almeida foi inaugurada em<br />
Fevereiro de 2009. Agora, a A. H. Almeida (que herdou<br />
o nome da primeira empresa da família) tem<br />
1.200 m2 de área de produção e mais 300 numa mezzanine<br />
construída propositadamente para escritórios e<br />
sala de formação. Na oficina, trabalham três mecânicos<br />
e seis produtivos de chapa e pintura, entre os 19<br />
elementos que fazem parte desta empresa. To<strong>dos</strong> os<br />
Bem visível está o stock de pneus, no primeiro<br />
piso, por sinal muito amplo e diversificado, face<br />
ao que muitos retalhistas de pneus dispõem<br />
funcionários já vêm das anteriores oficinas. Os clientes<br />
também seguiram.<br />
A A. H. Almeida fica num complexo de edifícios na<br />
zona de Bobadela, o Polígono de Actividade Económicas<br />
Parque Oriente. É um espaço totalmente amplo,<br />
sem ter sequer um pilar que complicasse o desenho<br />
das baias oficinais. Logo à entrada está a zona de<br />
preparação e entrega <strong>dos</strong> carros. E, por dentro, com<br />
muito espaço, a zona de pintura à esquerda, com duas<br />
estufas e duas baias de preparação e, à direita, toda a<br />
zona de pneus e mecânica. Bem visível está o stock de<br />
pneus, no primeiro piso. Por sinal é um stock muito<br />
amplo e diversificada, face ao que muitos retalhistas de<br />
pneus dispõe actualmente, o que permite<br />
dar resposta mais rápida aos clientes.<br />
O equipamento base da oficina é todo<br />
novo, mas os técnicos da empresa já trabalhavam<br />
com quase to<strong>dos</strong> os que lá existem.<br />
“Evoluímos foi na qualidade”, diz<br />
Paulo Almeida.<br />
A mecânica é a área de intervenção com mais peso<br />
na A. H. Almeida. “Mas os serviços rápi<strong>dos</strong> são cada<br />
vez mais importantes”, diz. Antes deste novo espaço,<br />
os proprietários não tinham serviços rápi<strong>dos</strong>, hoje em<br />
dia esse é um serviço muito procurado, onde os pneus<br />
são também importantes.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 63
OPINIÃO<br />
Luis Martins, General Market Manager Gripen Wheels beria<br />
luis.martins@gripenwheels.com<br />
Os nossos governantes declararam que <strong>2012</strong><br />
será o ano do fim da crise. Verdade ou não, o<br />
certo é que os merca<strong>dos</strong> Europeus em geral e o<br />
Português em particular, estão mergulha<strong>dos</strong><br />
num clima de recessão económica. A crise das Dívidas<br />
Soberanas… desceu ao nível mais mundano da crise<br />
do Consumo Publico e do Consumo Privado. O Estado,<br />
em crise, reduz substancialmente o Investimento<br />
Publico e, como se não bastasse, lança um feroz ataque<br />
ao Consumo Privado. Concentremos a nossa análise<br />
no Consumo Privado. A classe média Portuguesa, em<br />
grande parte constituída pelos Funcionários Públicos,<br />
vai ficar privada de dois salários este ano. Salários esses<br />
que, para uma percentagem substancial desta parte significativa<br />
da população, eram directamente canaliza<strong>dos</strong><br />
para as “grandes contas a pagar” de carácter anual.<br />
Exemplo: o Seguro Automóvel, as Férias, a substituição<br />
de electrodomésticos de maior valor e… os pneus<br />
do automóvel.<br />
Mais do que diagnosticar o problema, importa encontrar<br />
soluções que nos permitam ultrapassar este período<br />
menos positivo da nossa economia, com o melhor<br />
desempenho possível, do ponto de vista do volume<br />
de negócios e da respectiva rentabilidade gerada.<br />
A meu ver, importa cuidar alguns aspectos fundamentais<br />
do negócio:<br />
Na Óptica do Retalhista<br />
(Ponto de Venda e Assistência a <strong>Pneus</strong>)<br />
1. Será fundamental e, nalguns casos vital, adequar e<br />
adaptar a oferta de produtos e serviços à nova realidade<br />
<strong>dos</strong> consumidores. Funcionários públicos<br />
<strong>2012</strong>…<br />
O ANO DO FIM DA CRISE!<br />
com menos dois vencimentos (-14,28 % de rendimento<br />
disponível), mais desemprega<strong>dos</strong>, aumento<br />
<strong>dos</strong> principais bens de consumo e serviços… em<br />
suma, consumidores com menor poder de compra.<br />
Neste tipo de conjuntura económica, o fenómeno<br />
do “Trading Down” surge com particular incidência,<br />
exemplificando, os consumidores tendem a<br />
comprar o mesmo número de iogurtes, mas de um<br />
preço unitário inferior (caso típico do que ocorre<br />
nos Hipermerca<strong>dos</strong>). Assim, torna-se imperioso<br />
(re)analisar a nossa oferta de produtos e serviços, levando<br />
em conta a certeza do crescimento da procura<br />
<strong>dos</strong> produtos do segmento económico (Budget).<br />
Por exemplo, será fundamental, para além da tradicional<br />
oferta de marcas “Premium” (de preço mais<br />
elevado), disponibilizar ao cliente uma oferta clara e<br />
consistente de marcas de preço reduzido (Budget).<br />
Se não o fizermos, vamos “estender o tapete vermelho”<br />
ao proliferar da venda de pneus usa<strong>dos</strong> (ou de<br />
retoma, como agora é hábito dizer).<br />
2. Com a ajuda <strong>dos</strong> Importadores, teremos que fazer<br />
um esforço redobrado no sentido de OFERECER<br />
MAIS POR MENOS. As Campanhas e as Promoções<br />
de vendas, terão de ser agressivas como nunca.<br />
O Ponto de Venda e Assistência a <strong>Pneus</strong> terá, mais<br />
do que nunca, de “chamar os clientes” a si. Como?<br />
Com Campanhas e Promoções, baixas no custo e<br />
elevadas na taxa de sucesso e rentabilidade. Resumindo,<br />
temos que usar a ferramenta mais preciosa<br />
que as entidades divinas nos deram: A INTELI-<br />
GÊNCIA. O “Cross-Selling” é uma boa ideia. OFE-<br />
RECER MAIS POR MENOS é a ideia a reter.<br />
Na Óptica do Importador<br />
(Fabricante ou Independente)<br />
Os Importadores terão que reinventar o seu modelo<br />
de negócio, adaptando-o à nova realidade com que vamos<br />
ter de viver em <strong>2012</strong>. A inovação e a competência<br />
serão factores críticos de sucesso nos tempos mais próximos.<br />
Com inovação e competência nada é impossível.<br />
Teremos que, necessariamente, inovar e alocar competências<br />
em dois eixos básicos:<br />
1. Relações Públicas: Dignificar o Produto PNEU. Em<br />
épocas de recessão económica, a manutenção do<br />
automóvel tende a ser relegada para segundo plano.<br />
O PNEU tem sido “o parente pobre” do “aftermarket”<br />
automóvel… ao ponto de ser vulnerável ao<br />
aparecimento do fenómeno “comércio de pneus<br />
usa<strong>dos</strong>”. A nossa “incompetência” tem aberto portas<br />
a este fenómeno. Não tenhamos dúvidas. Vamos,<br />
de uma vez por todas, elevar o grau de importância<br />
percepcionada do nosso produto. Que a tem,<br />
já to<strong>dos</strong> sabemos… os automobilistas é que não.<br />
Vamos invadir a comunicação social com notícias,<br />
apresentações de produtos e testes de pneus. É possível<br />
promovermos testes de pneus em Portugal…<br />
para tal basta inovar e usar a inteligência (A Continental<br />
já o fez no passado, <strong>Revista</strong> TURBO em<br />
1998). Porque não, promover um teste comparativo<br />
entre pneus novos e pneus usa<strong>dos</strong> (distância de tra-<br />
64<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
OPINIÃO<br />
vagem em piso molhado, resistência ao aquaplaning,<br />
etc.)? Ficaria demonstrada a superioridade do<br />
pneu novo no que à segurança diz respeito.<br />
Vamos solicitar aos jornalistas da imprensa especializada<br />
(automóvel) que, quando testarem os automóveis,<br />
façam uma referência ao equipamento pneumático.<br />
Vamos voltar à televisão. Existem<br />
hoje em antena, vários programas centra<strong>dos</strong><br />
na indústria automóvel (Volante<br />
Tv – SIC Notícias, Tv Turbo – TVI 24,<br />
Mundo Automóvel – RTP Informação,<br />
etc.)? O Pneu continua tristemente ausente<br />
destes programas. A última reportagem<br />
sobre pneus, que me lembro de<br />
ter visto na televisão portuguesa… foi a<br />
peça jornalística da SIC sobre os<br />
pneus… usa<strong>dos</strong>! Valorizando os seus<br />
atributos… De pneus novos, nem sinal!<br />
A imprensa não nos vai procurar (só Departamentos<br />
Comerciais para vender<br />
publicidade), nós é que vamos ter de<br />
procurar a imprensa. Eles estão aí… e estão<br />
disponíveis para colaborar. Tenho a<br />
certeza. As notícias são grátis!<br />
2. OFERECER MAIS POR MENOS. Vender pneus<br />
aos nossos Agentes (Sell-In) continuará a ser importante<br />
(como sempre). Mas, mais importante será estimularmos<br />
a procura e a capacidade de venda <strong>dos</strong><br />
nossos Agentes (Sell-Out). É imperioso atrair os<br />
clientes aos Postos. As campanhas, ou acções comerciais<br />
para os nossos Agentes, deverão ser acompanhadas<br />
de Promoções agressivas para os clientes<br />
finais. OFERECER MAIS POR MENOS como?<br />
Numa conjuntura de margens reduzidas, o “Cross-<br />
Selling” pode ser uma boa ideia. Pensemos no<br />
Cross-Selling como a possibilidade que se oferece às<br />
empresas de aproveitarem um canal de distribuição/venda<br />
de um tipo de produtos, para venderem<br />
outro distinto. Assim sendo, pensemos em produtos<br />
ou serviços que possam estar interessa<strong>dos</strong> em<br />
vender “a reboque” da venda <strong>dos</strong> nossos pneus. No<br />
passado, os telemóveis resultaram lindamente (lembram-se<br />
da campanha da Mabor?). Hoje em dia,<br />
existem um sem número de produtos e serviços, capazes<br />
de aliciarem os consumidores, incentivando a<br />
compra de uma marca Premium pela percepção do<br />
valor financeiro da oferta (Exemplo: 4 pneus<br />
205/55R16 V - 320,00 € + uma oferta no valor comercial<br />
de 99,00 € = 4 pneus 205/55R16 V -<br />
224,00 €, isto é 30 % de desconto). OFERECER<br />
MAIS POR MENOS. Casos existem, em que será<br />
possível fazê-lo com um nível de subsidiação da<br />
oferta bastante reduzido, conseguindo da parte do<br />
parceiro comercial um contributo significativo para<br />
a divulgação e promoção da campanha<br />
nos media.<br />
Com inovação e competência nada é<br />
impossível! Que o <strong>2012</strong> seja o ano da<br />
inovação e da competência! Por um<br />
mercado <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> dignificado e mais<br />
rentável para to<strong>dos</strong> os operadores intervenientes.<br />
O Mercado <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> em Portugal,<br />
saberá por certo dar as respostas adequadas<br />
e adaptar-se de forma bem sucedida<br />
aos novos desafios de <strong>2012</strong>.<br />
NOTA: Parabéns à CONTINENTAL<br />
MABOR pelo merecido Prémio Empresa<br />
do Ano, atribuído pela <strong>Revista</strong> EXA-<br />
ME (edição especial 500 Maiores & Melhores<br />
Empresas). A toda a equipa<br />
CONTINENTAL MABOR em geral e aos ex. colegas<br />
Carvalho Neto e Lopes Seabra em particular, um grande<br />
Bem Hajam! De realçar também a prestigiante promoção<br />
do Lopes Seabra a Vice Presidente da Continental<br />
para a região Ásia Pacífico (a de maior crescimento<br />
mundial). Portugal em geral e o mercado <strong>dos</strong><br />
pneus em particular, sentem-se dignifica<strong>dos</strong> e orgulhosos<br />
por estes tremen<strong>dos</strong> feitos. Está dado o mote! <br />
PUB<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 65
DESTAQUE<br />
MANUAL DE GESTÃO PARA OFICINAS DE PNEUS<br />
MANUAL DE GESTÃO OFICINAL<br />
OFICINA DE PNEUS<br />
IV CAPÍTULO - Parcerias, diversificação e actualização<br />
Equipas que vencem<br />
As empresas de hoje têm que ser equipas, seleccionadas, organizadas e treinadas para vencer.<br />
Só equipas polifacetadas, versáteis e polivalentes podem dar resposta aos desafios do mercado,<br />
remando to<strong>dos</strong> no mesmo sentido contra a maré das crises e das dificuldades imprevisíveis<br />
Os negócios de hoje já não podem ser aqueles<br />
espectáculos ostensivos de alguém que tem dinheiro<br />
ou acesso a ele e teima em ser um "one<br />
show man" e "um homem <strong>dos</strong> sete instrumentos",<br />
mesmo que isso não lhe dê lucro nenhum e<br />
o negócio vá deslizando pelas ruas da amargura até cair<br />
no caixote do lixo.<br />
To<strong>dos</strong> os dias são criadas dezenas de novas empresas<br />
e to<strong>dos</strong> os dias fecham as portas e abrem falência<br />
outras tantas, porque se criou a ilusão de que qualquer<br />
pessoa pode ser um empresário de sucesso e que abrir<br />
um negócio é a mesma coisa que ir registar um boletim<br />
do Euromilhões ou do Totoloto. Claro que isso<br />
também acaba por trazer algum lucro ao estado e à<br />
economia, bem como a alguns vigaristas pelo meio,<br />
mas não é essa a aposta que faz andar a economia e o<br />
país para a frente, criando riqueza, empregos e prestações<br />
sociais estáveis e sustentáveis.<br />
As empresas de hoje têm que ser equipas, seleccionadas,<br />
organizadas e treinadas para vencer. Nas águas<br />
agitadas e traiçoeiras <strong>dos</strong> negócios da actualidade, os<br />
navegadores solitários dificilmente chegarão a bom<br />
porto, sendo mais provável que fiquem encalha<strong>dos</strong><br />
num baixio ou caiam na boca de algum tubarão..<br />
Obviamente, ao falar de equipas estamos também a<br />
falar de lideranças, porque não há verdadeiras equipas<br />
sem verdadeiros líderes. Só que o líder que agora faz<br />
falta tem que estar uns degraus acima da média, porque<br />
é-lhe requerida idêntica competência e capacidade<br />
de negociação em relação a to<strong>dos</strong> os parceiros de negócio,<br />
incluindo os clientes, sócios e accionistas, colaboradores,<br />
fornecedores e outras parcerias privilegiadas.<br />
Ele tem que ser o advogado da empresa e <strong>dos</strong> seus<br />
interesses, contra as pretensões e ambições de cada<br />
grupo interno e contra factores externos adversos,<br />
agindo como um fiel depositário de um valor do qual<br />
terá que prestar contas. Esse papel de fiel da balança e<br />
de regulador de interesses, não o impedirá de estar na<br />
primeira linha do activismo e da motivação, impelindo<br />
a equipa para as conquistas e objectivos que terão<br />
que ser alcança<strong>dos</strong>. Esse líder sabe que a condição de<br />
sucesso é que to<strong>dos</strong> e cada um <strong>dos</strong> elementos da empresa<br />
actuem em perfeito sincronismo e funcionem<br />
como peças de uma máquina bem afinada e oleada,<br />
preparada para acelerar ao primeiro toque no acelerador.<br />
Finanças saudáveis<br />
Nunca as finanças das empresas estiveram tanto na<br />
ordem do dia e na agenda das prioridades, tornando-se<br />
num factor vital de sustentabilidade do negócio. Por<br />
finanças saudáveis deve entender-se liquidez e disponibilidades<br />
de caixa que permitam à empresa cumprir<br />
as suas obrigações financeiras, gerir os stocks e meios<br />
de produção de forma rentável e ter capacidade de<br />
auto financiamento, pelo menos em boa parte.<br />
O recurso ao crédito agrava os custos e só deve ser<br />
um recurso bem estudado, para financiar o progresso,<br />
a produtividade e a expansão do negócio. Para conseguir<br />
financiamentos nas melhores condições, a empre-<br />
66<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
DESTAQUE<br />
sa deve estabelecer parceiras na área financeira que lhe<br />
permita beneficiar de vantagens estratégicas e serviços<br />
de valor acrescentado, como análise permanente de<br />
movimentos, controlo de pagamentos/recebimentos,<br />
gestão de créditos, cobranças, consultadoria, acesso a<br />
fun<strong>dos</strong> disponíveis, aplicação de poupanças, serviços<br />
de informações bancárias e outros.<br />
Por outro lado, sem indicadores de gestão, uma empresa<br />
é um navio no alto mar numa noite de nevoeiro,<br />
podendo entrar em rota de colisão com um obstáculo<br />
a qualquer momento. Os parceiros da área financeira e<br />
contabilística devem gerar esses indicadores, incluindo<br />
os de gestão antecipada e previsional, que permitem<br />
à empresa evitar os desvios da rota e corrigir a tempo<br />
falhas e omissões.<br />
Uma empresa privada de uma correcta política de<br />
gestão e avaliação financeira é como um carro sem travões<br />
e sem caixa de velocidades, que não consegue<br />
controlar o seu avanço e acaba na berma da estrada. O<br />
líder da empresa não precisa necessariamente ser um<br />
Nunca as finanças das<br />
empresas estiveram tanto na<br />
ordem do dia e na agenda das<br />
prioridades, tornando-se num<br />
factor vital de sustentabilidade<br />
do negócio<br />
expert em finanças, mas deve dispor das ferramentas<br />
que lhe permitam controlar a situação, de modo a que<br />
o dinheiro seja o motor do negócio e não um obstáculo<br />
no caminho.<br />
Estratégia combinada<br />
Nos tempos actuais, a orientação estratégica <strong>dos</strong> negócios<br />
deve parecer mais uma prova de perícia e slalom<br />
do que um circuito de velocidade pura. Com as<br />
circunstâncias envolventes em que vivemos, nenhum<br />
ou muito poucos negócios podem acelerar em linha<br />
recta e manter a mesma estratégia inalterada, por muito<br />
perfeita que se tenha revelado até ao momento. A<br />
economia, o mercado e a tecnologia estão a mudar a<br />
um ritmo muito rápido e em grande medida imprevisível,<br />
sendo necessário estudar todas as situações e to<strong>dos</strong><br />
os factos envolvi<strong>dos</strong>, para poder tomar decisões<br />
estratégicas consequentes.<br />
Ainda não há muito tempo, as estratégias da actualização,<br />
diversificação e especialização podiam encararse<br />
isoladamente e aplicar-se de forma independente<br />
umas das outras, mas isso deixou de ser possível.<br />
Efectivamente, já não possível pensar na actualização<br />
como um processo periódico e meramente parcial do<br />
negócio, porque as mudanças são permanentes e com<br />
profundidade. Para responder a esse desafio, a estratégia<br />
de actualização deve ser também permanente e abranger<br />
to<strong>dos</strong> os aspectos essenciais do negócio: produto,<br />
méto<strong>dos</strong>, cultura da empresa e comunicação. Além disso,<br />
as estratégias da diversificação e de especialização,<br />
aparentemente antagónicas, devem ser articuladas entre<br />
si e dentro do processo de actualização permanente, de<br />
forma a gerar uma dinâmica de renovação e de inovação<br />
constantes.<br />
Isto significa que a oficina pode estar a especializar-se<br />
num determinado segmento de produto, para corresponder<br />
a tendências do mercado, ao mesmo tempo que<br />
diversifica a sua oferta de serviços, inovando e renovando<br />
as instalações, por exemplo, ou introduzindo novos<br />
méto<strong>dos</strong> de trabalho e novas formas de atendimento.<br />
Obviamente, essas modificações não podem ser arbitrárias,<br />
mas orientadas por uma estratégia de melhorar a<br />
qualidade do serviço, aumentar a rentabilidade do negócio<br />
e tornar a empresa mais competitiva no mercado.<br />
Trata-se de um processo criativo e dinâmico, que terá<br />
que ser reavaliado igualmente ao ritmo das mudanças,<br />
em função <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> e da resposta da procura.<br />
Do que não restam dúvidas é que o futuro das oficinas<br />
e o seu grau de sustentabilidade dependem em<br />
grande medida da sua capacidade para se adaptarem às<br />
novas condições do mercado, da economia e da sociedade.<br />
Aparentemente, os negócios do passado têm<br />
pouco ou nenhum espaço para se desenvolverem nos<br />
merca<strong>dos</strong> que se têm vindo a desenhar nos tempos<br />
mais recentes. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 67
TÉCNICA<br />
As quatro vidas do pneu de camião<br />
Optimizar o investimento<br />
O pneu de camião competitivo tem neste momento quatro fases na sua<br />
existência ou quatro vidas, se quisermos, que conseguem aumentar 150%<br />
a duração total do pneu, a custos controla<strong>dos</strong><br />
Aprimeira vida será o uso do pneu até ao limite legal<br />
de profundidade da banda de rolamento,<br />
cerca de 2mm. Em seguida, a banda de rolamento<br />
do pneu pode ser aprofundada novamente,<br />
porque os pneus já são fabrica<strong>dos</strong> de origem com uma<br />
espessura de borracha que permite essa operação (até 6-<br />
8mm de profundidade), que proporciona a segunda<br />
vida do pneu.<br />
Chega<strong>dos</strong> novamente ao limite de desgaste autorizado,<br />
o pneu pode ser recauchutado, partindo da hipótese<br />
de que a carcaça ainda está em bom estado, iniciando-se<br />
a terceira vida do pneu. Finalmente, chega<strong>dos</strong>, outra vez<br />
ao limite de desgaste da banda de rolamento, esta pode<br />
ser novamente aprofundada, entrando-se na quarta vida<br />
do pneu. Teoricamente, este ciclo poderia ser prolongado<br />
indefinidamente, até a carcaça deixar de ser recauchutável,<br />
como acontece com os pneus de aeronaves,<br />
que chegam a ser recauchuta<strong>dos</strong> 12 vezes. Para isso, no<br />
entanto, os pesa<strong>dos</strong> teriam que ter uma utilização muito<br />
cuidada, incluindo uma condução defensiva e prudente,<br />
para além de circularem prioritariamente em vias<br />
bem pavimentadas e pouco abrasivas. Como estas condições<br />
estão raramente reunidas, também um pneu de<br />
camião será raramente recauchutado mais do que uma<br />
vez ou duas, no máximo.<br />
De qualquer modo, as três vidas suplementares prolongam<br />
de forma muito conveniente a vida do pneu (+<br />
100% para a recauchutagem e + 25% para cada uma das<br />
operações de aprofundamento da banda de rolamento,<br />
o que permite reduzir os custos operacionais de forma<br />
significativa.<br />
Quanto se pode ganhar?<br />
Os dígitos dependem apenas da dimensão da frota,<br />
mas é possível ganhar muito dinheiro com a gestão adequada<br />
<strong>dos</strong> pneus. Em primeiro lugar, ganhamos mais<br />
25% de quilometragem em cada operação de recortar e<br />
aprofundar a banda de rolamento, mas o lucro não fica<br />
por aqui. Como o pneu recupera a aderência e a tracção,<br />
mas não aumenta o diâmetro, o seu formato mais compacto<br />
reduz as deformações em andamento e consequentemente<br />
a resistência ao rolamento, beneficiando o<br />
consumo de combustível. Se forem só recupera<strong>dos</strong> os<br />
pneus do eixo de tracção, pode ganhar-se 2,5% em gasóleo,<br />
mas se forem to<strong>dos</strong> os pneus de um conjunto articulado<br />
completo esse ganho já pode ser de 6%.<br />
Relativamente à recauchutagem, a quilometragem<br />
possível com o pneu renovado é idêntica à de um pneu<br />
novo, mas o custo da operação é 50% a 70% menor do<br />
que o preço de um pneu novo. Dependendo da dimensão<br />
da frota, basta multiplicar os pneus recauchuta<strong>dos</strong><br />
pelo preço de um pneu novo e dividir por dois, ou mesmo<br />
por 1.5, para termos o lucro líquido alcançado.<br />
Enquadramento<br />
Neste momento os pneus recauchuta<strong>dos</strong> têm uma<br />
qualidade final e uma garantia idênticas à de um pneu<br />
novo. No caso <strong>dos</strong> pneus de pesa<strong>dos</strong>, na maior parte das<br />
situações são recauchuta<strong>dos</strong> pelo próprio fabricante <strong>dos</strong><br />
pneus novos, ao abrigo de contratos e convénios com as<br />
68<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
TÉCNICA<br />
é prestado. Pequenos defeitos podem ser repara<strong>dos</strong> com<br />
garantia, mas a partir de uma certa dimensão os danos<br />
são irreparáveis e o pneu tem que ser enviado para a valorização.<br />
Testes à lupa da estrutura fazem parte da selecção<br />
das carcaças que são recauchutadas.<br />
E quanto ao ambiente?<br />
O processo de gestão <strong>dos</strong> pneus de pesa<strong>dos</strong> em quatro<br />
vidas, pelo menos, é favorável para o ambiente, tanto<br />
em termos de conservação de recursos, como em economia<br />
energética. Uma carcaça, que é aquilo que o<br />
pneu conserva ao longo das suas quatro vidas, representa<br />
70% do peso total de um pneu, o que diz tudo sobre<br />
o que significa aprofundar e recauchutar um pneu, levando-o<br />
a praticamente triplicar a quilometragem percorrida<br />
no final de vida útil. Globalmente, tendo em<br />
conta a frota europeia de transportes rodoviários, a economia<br />
de borracha natural, borracha sintética (derivada<br />
do petróleo) e aço (para as telas e talões) atinge valores<br />
muito consideráveis, o que naturalmente são boas notícias<br />
para o ambiente. Se a isto juntarmos a redução de<br />
energia gasta na produção de pneus novos e respectivas<br />
carcaças, bem como as emissões de CO 2 que se evitam,<br />
até se poderia dizer que este devia ser o padrão normal<br />
na gestão <strong>dos</strong> pneus das frotas de pesa<strong>dos</strong>.<br />
Economia com qualidade<br />
Seria desastroso em to<strong>dos</strong> os senti<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> termos que<br />
a busca de reduções nos custos operacionais das frotas<br />
significasse uma degradação das normas de segurança<br />
rodoviária. Felizmente, grande parte do processo de optimização<br />
da utilização <strong>dos</strong> pneus decorre no circuito<br />
das grandes marcas, cujos padrões de qualidade não merecem<br />
qualquer reparo. Claro que isso não poderia ser<br />
um pretexto para criar o monopólio de três ou quatro<br />
transportadores. To<strong>dos</strong> os grandes fabricantes de primeira<br />
linha oferecem um conjunto de serviços para frotas<br />
muito semelhante e atractivo, devido à grande concorrência<br />
estimulada pelos volumes de negócio muito<br />
consideráveis. A tecnologia utilizada actualmente na recauchutagem<br />
de pneus é idêntica à utilizada nos pneus<br />
de aeronaves, com os mesmos padrões de qualidade, estando<br />
sujeita à regulamentação 109 da UNE-<br />
CE (United Nations Economic Commission<br />
for Europe). Os pneus recauchuta<strong>dos</strong> têm<br />
que trazer no flanco a gravação do acordo,<br />
que pode ser, por exemplo, 109R-002439.<br />
Qualquer pneu recauchutado que não esteja<br />
identificado deste modo é portanto suspeito.<br />
Basicamente, existem duas tecnologias de recauchutagem<br />
de pneus: a frio e a quente. No primeiro caso, dizse<br />
“a frio", porque a banda de rolamento já está vulcanizada<br />
e pronta para ser montada na carcaça. Esta deve no<br />
entanto estar em muito bom estado e com os flancos e<br />
talões impecáveis. O processo decorre num forno a 110<br />
C e a uma pressão de 7 bar, durante o qual uma borracha<br />
especial colocada entre a carcaça e banda de rolamento<br />
provoca a perfeita aderência e ligação dessas duas<br />
partes do pneu. A vantagem deste processo para a carcaça<br />
é não suportar pressões e temperaturas tão elevadas<br />
como na recauchutagem a quente, preservando-se mais.<br />
A recauchutagem a quente assemelha-se em tudo ao<br />
O processo de gestão <strong>dos</strong> pneus pesa<strong>dos</strong> em<br />
quatro vidas, é favorável ao ambiente, em<br />
conservação recursos e economia energética<br />
fabrico de um pneu novo, sendo a nova banda de rolamento<br />
e os flancos vulcaniza<strong>dos</strong> na carcaça a uma temperatura<br />
de 150 C e a uma pressão de 14 bar. No final,<br />
temos um pneu praticamente novo.<br />
Logicamente, o resultado final depende em grande<br />
medida da qualidade da carcaça e do tratamento que lhe<br />
marcas, devendo ser preservada a hipótese de outros recauchutadores<br />
terem como têm as suas oportunidades<br />
no mercado. Se no caso da recauchutagem os padrões<br />
estão claramente defini<strong>dos</strong>, para a Europa e até a nível<br />
global, no caso das operações de recortar e aprofundar a<br />
banda de rolamento <strong>dos</strong> pneus é preciso também evitar<br />
que se corram riscos desnecessários. Um trabalho pouco<br />
profissional e mal executado pode colocar<br />
em risco a segurança do pneu, provocando a<br />
separação <strong>dos</strong> seus elementos, furos, rebentamentos,<br />
etc.<br />
Os padrões de qualidade que estão a ser segui<strong>dos</strong><br />
nesta actividade são os da E.T.R.T.O.<br />
(European Tyre and Rim Technical Organization),<br />
exigindo profissionais qualifica<strong>dos</strong> e o respeito<br />
estrito das recomendações do fabricante do pneu. O desgaste<br />
máximo da banda de rolamento do pneu não deve<br />
exceder 2 ou 4mm de profundidade residual e o aprofundamento<br />
efectuado não deve exceder os 6 a 8mm, dependendo<br />
do tipo de pneu e do seu fabricante. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 69
TÉCNICA<br />
Pressão de pneus de pesa<strong>dos</strong><br />
Controlo de pressão<br />
e rentabilidade<br />
Os pneus com a pressão correcta duram mais e correm menos risco de sofrer danos e furos,<br />
proporcionando maior segurança, quer para o veículo e operadores, quer para a circulação rodoviária<br />
Os argumentos a favor do controlo da pressão<br />
<strong>dos</strong> pneus são já do conhecimento geral e a<br />
sua importância é reconhecida, mas alguma<br />
coisa "impede" que exista uma verdadeira política<br />
de controlo da pressão <strong>dos</strong> pneus, tanto em veículos<br />
ligeiros, como pesa<strong>dos</strong>.<br />
Já não estamos a falar em montar sistemas de controlo<br />
electrónico da pressão <strong>dos</strong><br />
Há basicamente dois sistemas de controlo electrónico<br />
da pressão <strong>dos</strong> pneus: os de medição indirecta e os<br />
de medição directa da pressão<br />
pneus, porque aí os argumentos<br />
contra recrudescem, "porque está<br />
aí a crise", "porque não há dinheiro",<br />
"as empresas vão à falência",<br />
etc.. Nem vale a pena perder muito<br />
tempo com isto porque chega<br />
a ser ridículo que pessoas responsáveis não entendam<br />
que a rentabilidade desses sistemas ultrapassa largamente<br />
o seu custo. Entretanto, os sistemas passarão a<br />
ser obrigatórios na origem e os argumentos desse tipo<br />
acabarão por estalar, como balões de vento que são.<br />
Antes desses sofistica<strong>dos</strong> e "caros" sistemas de controlo<br />
da pressão de pneus, a pressão destes podia e devia<br />
ser imperativamente verificada e corrigida sistematicamente<br />
pelos emprega<strong>dos</strong> de manutenção de frotas<br />
e pelos motoristas/ajudantes de motoristas e to<strong>dos</strong><br />
os que vivem das frotas de transporte. Isso não exige<br />
custos significativos, mas antes irrisórios, nem exige<br />
horas extraordinárias e constitui apenas um <strong>dos</strong> mínimos<br />
requerimentos profissionais <strong>dos</strong> operadores.<br />
Apesar disso, alguma coisa "impede" que o óbvio<br />
aconteça, sem que haja penalizações para os incumpridores,<br />
tanto dentro das empresas, como na estrada.<br />
Mas, deixemos entretanto de lado os "enigmas" e<br />
"mistérios" do pós-venda automóvel e abordemos os<br />
aspectos bem mais interessantes e positivos resultantes<br />
de um responsável controlo da pressão especificada<br />
<strong>dos</strong> pneus:<br />
1 - Os pneus com a pressão correcta correm um risco<br />
muito menor de sofrer danos e furos, proporcionando<br />
maior segurança, quer para o veículo e operadores,<br />
quer para a circulação rodoviária. Por outro<br />
lado, os pneus duram mais e as<br />
carcaças ficam em melhores condições<br />
de serem recauchutadas.<br />
Poupando custos de reparação<br />
<strong>dos</strong> pneus e de imobilização <strong>dos</strong><br />
veículos, o saldo é ainda mais positivo.<br />
2 - Claro que a pressão correcta também diminui o<br />
consumo de combustível. Num conjunto articulado<br />
de 12 pneus, 10% de pressão a menos nos pneus dá<br />
um prejuízo na bomba que varia de 500 a 1.000 Euros<br />
por ano, dependendo da carga e da velocidade de circulação,<br />
entre outros factores. Numa frota de 100 veí-<br />
70<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
TÉCNICA<br />
O sinal do sensor de pressão é geralmente transmitido<br />
por uma tecnologia sem fios (rádio frequência,<br />
por exemplo) à unidade de controlo, que verifica<br />
quando a pressão desce abaixo do mínimo autorizado.<br />
Em qualquer <strong>dos</strong> casos, é emitido um sinal acústico<br />
e/ou visual ao condutor, ou encarregado de manutenção<br />
da frota, que mais não tem do que acertar a pressão<br />
do pneu em causa, verificando se possível a origem<br />
do problema. Se a pressão se mantiver estável, o<br />
sistema apenas confere o estado <strong>dos</strong> pneus de 15 em<br />
15 minutos.<br />
O sistema tem um interface na cabina, que permite<br />
ao condutor visualizar to<strong>dos</strong> os pneus do veículo e as<br />
respectivas pressões em tempo real.<br />
Claro que, se o motorista não o fazia antes, não é<br />
pelo aviso do sistema TPMS que irá fazê-lo depois de<br />
o ter montado no veículo. No entanto, nas frotas<br />
mais evoluídas, o sistema de controlo da pressão <strong>dos</strong><br />
pneus está ligado directamente ao centro de controlo<br />
de frotas, via telemétrica, permitindo ao gestor de frota<br />
exercer vigilância sobre os que controlam ou não a<br />
pressão <strong>dos</strong> pneus.<br />
Mesmo assim, só quando estiverem disponíveis os<br />
avança<strong>dos</strong> sistemas de controlo automático de pressão<br />
de pneus de pesa<strong>dos</strong>, que corrige a pressão através<br />
do cubo da roda, é que o problema ficará totalmente<br />
resolvido, esperemos.<br />
Num conjunto articulado de 12 pneus, 10% de pressão a menos nos pneus dá um prejuízo na bomba<br />
que varia de 500 a 1.000 Euros por ano<br />
culos, basta fazer as contas, para ver o que realmente<br />
leva as empresas à "falência". E só estamos a falar em<br />
10% de desvio da pressão ideal.<br />
3 - Havendo menor consumo, também há benefício<br />
para a conservação <strong>dos</strong> recursos, ou reservas de petróleo,<br />
e para a saúde do meio ambiente, com menos<br />
emissões de CO 2 , NOx, partículas, HC, etc..<br />
4 - Logicamente, com os pneus à pressão correcta,<br />
os veículos são mais facilmente conduzi<strong>dos</strong> e controla<strong>dos</strong><br />
nas situações mais exigentes, como curvas, travagens,<br />
manobras, etc., tornando as deslocações mais<br />
rápidas e mais seguras. Mais serviço, menos acidentes<br />
e menores custos = a maior rentabilidade da frota.<br />
5 - O pneu enchido à pressão especificada dura<br />
como é evidente muito mais, reduzindo os custos da<br />
frota com pneus. Só os tais 10% de pressão a menos<br />
são suficientes para reduzir a vida do pneu 5%, mas a<br />
partir daí para baixo as consequências são muito mais<br />
dramáticas. De pouco valem as técnicas de aumentar<br />
a profundidade <strong>dos</strong> pneus, a recauchutagem e a correcta<br />
gestão <strong>dos</strong> pneus, que em condições normais<br />
podem aumentar a vida de um pneu novo 150%.<br />
Sem pressão correcta, tudo isso é tempo e dinheiro<br />
perdi<strong>dos</strong>.<br />
Sistemas TPMS<br />
Há basicamente dois sistemas de controlo electrónico<br />
da pressão <strong>dos</strong> pneus, que têm vindo a melhorar<br />
a cada nova geração, tanto em termos de fiabilidade,<br />
como de resistência ao desgaste.<br />
Os de medição indirecta e os de medição directa da<br />
pressão. Nos primeiros, é utilizado o sinal do sensor<br />
do cubo da roda do sistema ABS, que é transformado<br />
pelo software da unidade de controlo em pressão, devido<br />
a diminuição do diâmetro da roda com menor<br />
pressão, que é obrigada a dar mais voltas para percorrer<br />
a mesma distância das outras.<br />
Nos sistemas de medição directa, é instalado um<br />
sensor de pressão na válvula do pneu ou mesmo no<br />
interior da banda de rolamento do pneu.<br />
Custo versus rentabilidade<br />
O custo actual de um sistema de controlo da pressão<br />
<strong>dos</strong> pneus fica por apenas € 25 por pneu na origem,<br />
sendo a sua montagem extremamente simples<br />
(mais simples do que um vulgar auto rádio). Isto significa<br />
que o veículo amortiza o investimento na primeira<br />
viagem média/longa e começa a rentabilizar<br />
logo a partir da segunda viagem. No caso de veículos<br />
que não trazem o sistema TPMS de origem, a montagem<br />
de um sistema num conjunto tractor com seis rodas<br />
e um reboque com três eixos de roda<strong>dos</strong> simples e<br />
seis rodas (12 no total) a instalação de um sistema de<br />
controlo de pressão pode variar entre 1.000 e 1.500<br />
Euros, dependendo do sistema e respectivas funções.<br />
Nos veículos com reboque ou semi-reboque, este tem<br />
que possuir uma unidade de controlo independente,<br />
que fica ligada à unidade central de processamento.<br />
Isso torna o sistema mais caro no que num camião<br />
sem reboque de seis rodas,<br />
De qualquer modo, a amortização num veículo de<br />
transporte de utilização intensiva é extremamente rápida,<br />
mesmo contando apenas com a economia proporcionada<br />
em combustível e em pneus. Se considerarmos<br />
as avarias que evita e os possíveis acidentes<br />
causa<strong>dos</strong> por pneus, o investimento é amortizado<br />
logo à partida e ainda sobra muito dinheiro. <br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 71
MERCADO<br />
<strong>Pneus</strong> OTR – Off the Road<br />
<strong>Pneus</strong> de “combate”<br />
OTR é a sigla inglesa para pneus fora da estrada, referindo um universo de<br />
pneus que acaba por ter um mercado importante, mas especializado, que exige<br />
algumas noções mais específicas<br />
Num momento ou noutro, um pneu OTR pode<br />
chegar a uma oficina de pneus e é preciso saber<br />
como lidar com ele. Podemos encontrar esses<br />
pneus em escavadoras , máquinas de movimentação<br />
de terras, tractores, moto niveladoras, retro escavadoras,<br />
monta cargas, pás carregadoras, etc. Estes pneus<br />
têm estruturas mais resistentes do que os pneus comuns,<br />
mas menos flexíveis em muitos casos, possuindo<br />
talões e sistemas de fixação à jante específicos.<br />
Além <strong>dos</strong> conhecimentos comuns aos pneus de veículos<br />
comerciais, a assistência a estes pneus requer outras<br />
capacidades e alguma experiência acumulada.<br />
De qualquer modo, para reparar estes pneus OTR<br />
não é preciso ter um curso completo de vendas sobre<br />
esse produto, embora seja necessário respeitar as instruções<br />
e recomendações do construtor do equipamento<br />
onde o pneu está montado. Não actuar de<br />
acordo com esta precaução pode provavelmente causar<br />
danos ao pneu, à jante e ao próprio operador. O<br />
equipamento normal para assistir pneus de veículos<br />
comerciais é adequado para este fim, mas recomendase<br />
o uso de uma lança com um êmbolo hidráulico,<br />
que permite lidar mais facilmente com maior número<br />
de situações.<br />
Particularidades<br />
Os pneus OTR não possuem propriamente uma<br />
banda de rolamento, mas um conjunto de espessos<br />
blocos dispostos mais ou menos diagonalmente ao<br />
sentido de marcha e bastante separa<strong>dos</strong>, para facilitar o<br />
desprendimento de areias, pedras. lama e outros objectos.<br />
Os tractores e as retro escavadoras usam geralmente<br />
pneus com um desenho do tipo "TG", enquanto<br />
que as pás carregadoras e os monta cargas utilizam<br />
pneus do tipo "LG", nos quais os blocos de borracha<br />
estão dispostos mais perpendicularmente ao sentido<br />
de marcha. Com a prática, o técnico acaba por identificar<br />
cada um destes tipos de pneu com um simples<br />
olhar.<br />
Os pneus OTR tanto podem ter câmara de ar como<br />
serem do tipo sem câmara (tubeless). Quanto às rodas<br />
destes veículos, tanto podem ser jantes de uma só<br />
peça, como podem apresentar vários tipos de aros e<br />
anéis diversos de fixação e/ou vedação. Nos pneus tubless,<br />
é necessário montar uma válvula de enchimento<br />
específica, qualquer que seja a jante, do mesmo modo<br />
que os pneus com câmara têm que ser monta<strong>dos</strong> sempre<br />
com câmara de ar.<br />
Os furos não são coisa rara em equipamentos utiliza<strong>dos</strong><br />
na construção e serviços de obras públicas, sendo<br />
utiliza<strong>dos</strong> vários sistemas para evitar essas ocorrências,<br />
porque as imobilizações das máquinas implicam<br />
custos eleva<strong>dos</strong>. Geralmente, há verdadeiros batalhões<br />
de pessoal que fica à espera <strong>dos</strong> equipamentos, a fim<br />
de dar sequência ao seu trabalho.<br />
Em muitos pneus são utilizadas espumas que vedam<br />
o furo automaticamente, dependendo do tipo e<br />
dimensão do dano. Também há produtos que se aplicam<br />
na parede interior do pneu que conseguem o<br />
mesmo efeito. Mais recentemente, os fabricantes de<br />
72<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS
MERCADO<br />
Estes pneus não são muito difíceis de trabalhar, mas<br />
é conveniente ter um tipo qualquer de apoio para<br />
manter a jante imobilizada, enquanto se desmonta o<br />
pneu, no local de trabalho da máquina. O próprio braço<br />
hidráulico do equipamento pode servir para esse<br />
efeito, se não estiver a servir de apoio à própria máquina.<br />
Esses pneus não necessitam ser totalmente desmonta<strong>dos</strong><br />
para efectuar uma reparação, porque há<br />
bastante espaço no seu interior, quando se desmonta o<br />
talão do lado de fora, ficando o outro no seu lugar.<br />
Mesmo assim, a grande parte da perda de pressão <strong>dos</strong><br />
pneus das retro escavadoras processa-se pelo próprio<br />
talão, Isto muitas vezes não é causado pela infiltração<br />
de lama ou resíduos na base do pneu, mas deriva do<br />
próprio sistema de fixação deste à jante, mesmo em<br />
máquinas relativamente novas. Nestes casos, um bom<br />
produto de montar pneus (não diluído) aplicado entre<br />
a jante e o pneu pode resolver o problema por muito<br />
tempo.<br />
Além <strong>dos</strong> conhecimentos<br />
comuns aos pneus de<br />
veículos comerciais, a<br />
assistência a pneus OTR<br />
requer outras capacidades<br />
pneus lançaram um conceito inovador, os pneus<br />
"semi pneumáticos", que são uma excelente alternativa<br />
aos furos. No fundo, estes pneus recuperam a ideia<br />
<strong>dos</strong> pneus maciços, mas nos quais ainda se consegue<br />
injectar algum ar, o que proporciona alguma flexibilidade<br />
e mais aderência. O facto desses pneus serem usa<strong>dos</strong><br />
em obras e estaleiros não é um grande inconveniente<br />
para a sua rigidez. Esses pneus já vêm monta<strong>dos</strong><br />
em jante de fábrica e depois de gastos voltam a ser<br />
monta<strong>dos</strong> outra vez na fábrica. Lagartas de borracha<br />
são também utilizadas em certos equipamentos, como<br />
os “Bobcats", para evitar a praga <strong>dos</strong> furos na construção.<br />
O técnico de reparação deve estar familiarizado<br />
com estas tecnologias, para poder encontrar respostas<br />
em cada situação.<br />
Retro escavadoras<br />
Boa parte do serviço de pneus OTR vem das retro<br />
escavadoras, um equipamento muito versátil e de<br />
grande utilidade, que praticamente nenhuma empresa<br />
de construção dispensa, assim como as autarquias, seja<br />
em regime de aluguer, ou como propriedade própria.<br />
Dentre as tarefas mais produtivas destas máquinas estão<br />
a abertura de valas, movimentação e regularização<br />
de terras, remoção de pedras, função de pá carregadora,<br />
monta cargas, etc. A máquina pode assentar em sapatas<br />
hidráulicas, podendo também apoiar-se na pá<br />
frontal ou no cesto posterior, de acordo com as situações.<br />
Uma delas é para mudar um pneu, seja da frente<br />
ou de trás. Embora existam várias dimensões destas<br />
máquinas, desde as muito pequenas, para operarem<br />
em ruas estreitas e outros locais com reduzido espaço<br />
de manobra, o tamanho mais vulgar <strong>dos</strong> pneus que se<br />
encontram monta<strong>dos</strong> nestes equipamentos é o 31-<br />
15,50x15. Estes pneus também aparecem em monta<br />
cargas transportáveis, que são utiliza<strong>dos</strong> na exploração<br />
florestal e noutras actividades ao ar livre, como o arranjo<br />
de jardins e parques públicos, entre outras. Têm<br />
grande capacidade para enfrentar lamas e terrenos moles,<br />
enterrando-se dificilmente.<br />
"Bobcats"<br />
Muitas pás carregadoras pequenas de transmissão<br />
hidráulica e sem volante, cujas rodas controlam a direcção<br />
movendo-se a velocidades diferentes, são conhecidas<br />
pelo nome genérico de "Bobcats", sendo tão<br />
populares ou mais do que a retro escavadoras no mundo<br />
da construção civil e das obras púbicas.<br />
Dependendo da sua marca e modelo, podem estar<br />
equipa<strong>dos</strong> com pneus das dimensões 10 x 16.5, 12 x<br />
16.5 e 14 x 17.5. Estes pneus possuem um desenho especial,<br />
que permite que mantenham a tracção, enquanto<br />
resvalam no terreno, ao mudar de direcção,<br />
garantindo um bom nível de aderência em qualquer<br />
tipo de piso. As rodas e os pneus destas máquinas podem<br />
ser <strong>dos</strong> mais simples de reparar, ou <strong>dos</strong> mais difíceis,<br />
dependendo basicamente da marca e do tipo de<br />
pneu.<br />
Um equipamento destes muito utilizado pode gastar<br />
um jogo de pneus num ano, devido ao constante<br />
resvalar do pneu no solo. No entanto, apareceu recentemente<br />
uma marca de pneus que apresentou um borracha<br />
tão espessa e tão resistente, que podem durar<br />
quatro vezes mais e sofrer muito menos furos, do que<br />
a anterior tecnologia. De qualquer modo, esses pneus<br />
não são nenhuma "pêra doce" para trabalhar, podendo<br />
demorar meio dia completo para trocar os quatro<br />
pneus da máquina. A maior parte destes pneus que<br />
são direccionais e de tracção ao mesmo tempo, possuem<br />
um sentido de montagem obrigatório, que é indispensável<br />
respeitar. Mais raros são os pneus deste<br />
tipo que não têm essa exigência. Em certos modelos<br />
mais antigos, que possuíam marcha-atrás, era indispensável<br />
montar o pneu no sentido indicado no flanco,<br />
pois havia problemas de tracção, caso isso não fosse<br />
acatado.<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS 73
MERCADO<br />
<strong>Pneus</strong> OTR – Off the Road<br />
Outras máquinas curiosas<br />
Dentre os equipamentos que calçam pneus do tipo<br />
OTR, estão as plataformas elevatórias para pessoal, geralmente<br />
utilizadas por pintores e outros profissionais<br />
de manutenção de estruturas. Estas máquinas utilizam<br />
geralmente os pneus das pás carregadoras maiores,<br />
mas uma vez apareceu uma máquina com pneus<br />
tipo balão (baixa pressão). Ao reparar um furo no local<br />
de trabalho da máquina, o remendo saltava passado<br />
pouco tempo, porque o pneu dobrava-se no local da<br />
reparação.<br />
Os pneus OTR são um<br />
nicho de mercado<br />
apetecível, que nenhuma<br />
oficina deve excluir,<br />
dotando os seus técnicos<br />
de formação específica<br />
Os pneus OTR utiliza<strong>dos</strong> em máquinas retroescavadoras atingem grandes dimensões, sendo necessário<br />
utilizar equipamento adequado para proceder à sua montagem ou reparação<br />
Depois de vários dias a fazer a mesma coisa, colocou-se<br />
um bocado de câmara de ar a toda a volta do<br />
lado interno do pneu. Isso resultou, porque a câmara<br />
de ar segurava o remendo no local, mesmo quando<br />
este era empurrado para dentro do pneu, pela deformação<br />
deste.<br />
O maior pneu que um técnico de uma oficina de<br />
pneus "normais" poderá encontrar será o das dimensões<br />
17.5 x 25, que é montado em certas pás carregadoras,<br />
podendo variar o tipo de jante. Sem um equipamento<br />
adequado, podem ser necessárias duas pessoas<br />
para desmontar o pneu.<br />
Muitas rodas para pneus OTR, mesmo assim, são<br />
neste momento simples de trabalhar, sendo desmontáveis<br />
em várias peças e geralmente equipadas com<br />
tecnologia tubless. Além do aro metálico de fixação,<br />
essas rodas trazem um aro de borracha, que serve de<br />
vedação para o ar comprimido do pneu.<br />
Para jantes de 24" dá jeito ter uma máquina de desmontar<br />
das maiores, mas um bom técnico com uma<br />
boa massa de montar pneus, aplicada em quantidades<br />
"industriais", também pode dar conta do recado facilmente.<br />
Aspectos práticos<br />
A maior parte das reparações de pneus OTR, ou são<br />
realizadas no local de utilização do equipamento, ou<br />
as máquinas são transportadas em grandes camiões até<br />
à oficina.<br />
De qualquer modo, as próprias máquinas têm na<br />
maior parte <strong>dos</strong> casos a capacidade para levantar a suas<br />
rodas do chão, o que facilita a realização do serviço.<br />
Muitas dessas máquinas possuem macacos hidráulicos<br />
de estabilização e nivelamento, que deixam as rodas<br />
no ar.<br />
No entanto, um bom profissional deverá assegurarse<br />
de que não há a mínima hipótese da roda descair<br />
enquanto trabalha, colocando preguiças de resistência<br />
adequada ou outros suportes junto da roda.<br />
Há clientes conscienciosos e atentos à sua própria<br />
necessidade de resolver o problema, que já têm as rodas<br />
levantadas, antes do técnico de reparação de<br />
pneus chegar. No caso da máquina ter ficado atolada<br />
na lama ou noutra ratoeira do mesmo tipo (asfalto<br />
mole, por exemplo), pode não ser possível reparar o<br />
pneu sem levar um autêntico " banho de lama " ou de<br />
outro tipo, até acabar o serviço…<br />
Os pneus OTR representam um nicho de mercado<br />
apetecível, que nenhuma oficina deve excluir, dotando<br />
os seus técnicos de formação específica e de meios<br />
adequa<strong>dos</strong> para enfrentarem os desafios dessa actividade.<br />
Embora os equipamentos e máquinas em questão<br />
não circulem normalmente em auto estradas a 120<br />
km/h, a sua segurança também depende <strong>dos</strong> pneus,<br />
podendo haver riscos materiais e humanos eleva<strong>dos</strong>,<br />
em caso de falhas.<br />
Isso impõe os mesmos critérios e padrões de qualidade<br />
na reparação de pneus OTR, como noutro pneu<br />
qualquer. <br />
74<br />
REVISTA<br />
DOS PNEUS