Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
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Capítulo 1 – Discussão<br />
abundância <strong>de</strong>ssa espécie parece não ser influenciada diretamente pela salinida<strong>de</strong>. Já Vance<br />
et al. (1990) relatou que a salinida<strong>de</strong> não pareceu ser um fator limitante na distribuição dos<br />
juvenis <strong>de</strong> P. merguiensis, com exceção <strong>de</strong> fevereiro e março, quando as salinida<strong>de</strong>s chegam<br />
próximas a zero.<br />
Contudo, estudos laboratoriais <strong>de</strong>monstraram que pós-larvas <strong>de</strong> F. paulensis tiveram<br />
maior crescimento corpóreo em salinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10‰ (Tsuzuki et al., 2003), enquanto que o<br />
mesmo valor foi letal a 50% dos juvenis <strong>de</strong> F. brasiliensis, a qual apresentou maior<br />
crescimento somático a 35‰ (Brito et al., 2000).<br />
Isto po<strong>de</strong> ter colaborado para uma distribuição diferenciada das duas espécies na região<br />
estudada, com os juvenis <strong>de</strong> F. brasiliensis ocupando áreas costeiras com salinida<strong>de</strong> média<br />
em torno <strong>de</strong> 30‰, enquanto que F. paulensis penetrou na zona estuarina amostrada.<br />
Corroborando o enunciado acima, Branco e Verani (1998a,b) verificaram que F. brasiliensis<br />
ocupou áreas mais próximas à <strong>de</strong>sembocadura em relação a F. paulensis na Lagoa da<br />
Conceição. Já na Lagoa dos Patos (RS), a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juvenis foi associada a valores<br />
<strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> menores que 20‰.<br />
Ameeri (1998) averiguou que a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> P. semisulcatus foi<br />
significativamente mais rápida com presença <strong>de</strong> substrato arenoso do que sem. Assim, a<br />
composição arenosa do estuário amostrado possa ser um fator importante na escolha dos<br />
indivíduos <strong>de</strong> F. paulensis por esse ambiente.<br />
Segundo Vance et al. (1990), as vantagens do estuário são, provavelmente, a proteção à<br />
predação provida pela complexida<strong>de</strong> estrutural das raízes e pneumatóforos e a abundância<br />
<strong>de</strong> alimento disponível. Em relação aos locais referentes aos transectos do estuário,<br />
principalmente, a região on<strong>de</strong> houve maior incidência <strong>de</strong> juvenis, o fluxo <strong>de</strong> água é menor e<br />
observa-se uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substratos com algas e folhas para estes organismos<br />
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