Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
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Introdução & Objetivos<br />
Os três principais grupos que predam camarões (cefalópodos, aves e peixes) são<br />
predadores visuais, muito embora os peixes também se valham <strong>de</strong> químio e<br />
mecanorreceptores (Dall et al., 1990). Dessa forma, o enterramento durante o dia é uma<br />
estratégia comumente utilizada por juvenis e adultos na evasão a predadores (Fuss & Ogren,<br />
1966 e Minello et al., 1987 apud Silva et al., 1995). O estudo realizado por Griffiths (1999)<br />
corrobora essa hipótese expondo que um aumento no risco <strong>de</strong> predação po<strong>de</strong> certamente<br />
ser o fator guia responsável pela queda na abundância dos camarões durante a lua cheia,<br />
uma vez que essa fase promove maior luminosida<strong>de</strong> e conseqüente visibilida<strong>de</strong> para os<br />
predadores. Além <strong>de</strong> melhor protegidos contra predadores, indivíduos enterrados estão<br />
menos ativos e com metabolismo mais baixo (Dall, 1958), o que incorre numa economia<br />
energética bastante favorável (Silva et al., 1995).<br />
Muitos são os mecanismos que po<strong>de</strong>m interferir na taxa <strong>de</strong> captura dos camarões,<br />
como a turbi<strong>de</strong>z da água, luminosida<strong>de</strong> (Minello et al., 1985; Dall et al., 1990; Laprise &<br />
Bla<strong>de</strong>r, 1992; Sogard & Able, 1994; Pereira, 1994), e a presença <strong>de</strong> algas ou gramíneas<br />
(Hacker & Madin, 1991), fatores esses que po<strong>de</strong>m aumentar ou diminuir o ciclo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas espécies marinhas.<br />
Nakagaki (1999) realizou um trabalho cujo objetivo foi estudar a variação sazonal e<br />
diuturna dos camarões Penaeoi<strong>de</strong>a. Porém, o estudo foi realizado somente na parte rasa da<br />
enseada <strong>de</strong> Ubatuba (4 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s) durante a estação chuvosa e seca, com<br />
uma maior captura no período noturno.<br />
De acordo com Dall et al. (1990), os juvenis dos peneí<strong>de</strong>os são mais ativos que os<br />
adultos tanto durante o dia como a noite. Desta forma, o presente estudo amostrará regiões<br />
<strong>de</strong> 2 a 40 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, nas quatro estações do ano, po<strong>de</strong>ndo assim evi<strong>de</strong>nciar<br />
com maior <strong>de</strong>talhe o comportamento diuturno não só <strong>de</strong> juvenis, mas <strong>de</strong> adultos também.<br />
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