Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
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Capítulo 2 – Discussão<br />
Patos observou que a presença <strong>de</strong> locais abrigados foi essencial para uma maior<br />
representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos.<br />
Analisando a distribuição mensal <strong>de</strong> F. paulensis no estuário foram verificados dois<br />
picos anuais <strong>de</strong> abundância <strong>de</strong> juvenis, ou seja, no verão (maior intensida<strong>de</strong> entre fevereiro<br />
e março) e outro no outono e início do inverno (maio a julho). Tais picos não foram<br />
refletidos na região da enseada. O pico principal na enseada foi observado apenas no<br />
outono com efeito da emigração que ocorre a partir do estuário. Com relação ao segundo<br />
pico duas hipóteses po<strong>de</strong>m ser abordadas: a emigração <strong>de</strong> juvenis do estuário no inverno<br />
não foi observada na enseada <strong>de</strong>vido à pesca não ser proibida neste período ou, a migração<br />
dos juvenis para regiões mais profundas ocorreu num tempo mais curto. Se a primeira<br />
hipótese estiver correta, explica-se o fato <strong>de</strong> encontrar apenas um pico principal para F.<br />
brasiliensis. De acordo Dall et al. (1990), Nakagaki & Fransozo (1998), Galindo- Bect et al.<br />
(2007) e Costa et al. (submetido), dois picos anuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova é comum para o gênero<br />
Farfantenpenaeus (= Penaeus) <strong>de</strong> regiões tropicais.<br />
A baixa representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> F. paulensis nos <strong>de</strong>mais meses é <strong>de</strong>vido à migração<br />
para o mar aberto similarmente ao que ocorre com F. brasiliensis. Um padrão semelhante foi<br />
registrado também na população da Lagoa da Conceição, com picos <strong>de</strong> abundância <strong>de</strong><br />
juvenis nos meses <strong>de</strong> outubro e <strong>de</strong> fevereiro (Branco & Verani, 1998b). A consistência <strong>de</strong>sse<br />
padrão sugere a ocorrência <strong>de</strong> intensificação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s reprodutivas em dois momentos,<br />
com um intervalo <strong>de</strong> 3 a 4 meses entre elas.<br />
Por outro lado, na Lagoa dos Patos (D´Incao, 1991) verificou uma sazonalida<strong>de</strong><br />
marcante encontrando juvenis entre os meses <strong>de</strong> janeiro a abril. Chagas-Soares et al. (1995)<br />
verificou uma intensa migração para a região oceânica nos meses <strong>de</strong> inverno. Porém, o<br />
segundo pico não foi verificado.<br />
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