Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
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Resumo<br />
inverno e no transecto 6, enquanto na região mais profunda da baía essa espécie foi mais<br />
abundante durante o verão e mais representativo no transecto 3. Para F. brasiliensis um<br />
recrutamento <strong>de</strong>scontínuo foi verificado com dois picos, sendo mais representativo, no final do<br />
verão e início do outono e outro, menos intenso, no final do outono. Sugeriu-se que a provável<br />
época reprodutiva seja do final da primavera até o meio do verão. Os recrutas abandonaram as<br />
áreas mais rasas da enseada a partir <strong>de</strong> 14 mm <strong>de</strong> CC. As migrações <strong>de</strong>sses indivíduos, com<br />
tamanhos em torno <strong>de</strong> 25 mm <strong>de</strong> CC, para regiões <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong> fora da costa foram<br />
constatadas no final do outono e final do inverno respectivamente. No estuário, na porção mais<br />
rasa e mais funda da enseada F. paulensis foi sempre mais abundante durante o outono e mais<br />
representativo nos transectos 3, 2 e 2 dos respectivos ambientes. Para essa espécie foi<br />
observada reprodução contínua com dois picos, um no final da primavera e início do verão e<br />
outro no outono. Foram observados dois picos <strong>de</strong> juvenis <strong>de</strong>correntes das épocas reprodutivas,<br />
um no verão e outro no final do outono e início do inverno. Esses camarões abandonaram a<br />
região estuarina a partir <strong>de</strong> 12 mm <strong>de</strong> CC, po<strong>de</strong>ndo permanecer por algum tempo <strong>de</strong>ntro da<br />
enseada ou migrar para regiões <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong>. Nossos resultados indicaram uma<br />
repartição por áreas <strong>de</strong> assentamento das formas iniciais <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> ambas as espécies <strong>de</strong>vido,<br />
provavelmente, aos estuários <strong>de</strong> pequeno porte encontrados na região <strong>de</strong> estudo. Além disso,<br />
ambas as espécies estudadas não disputam os mesmos nichos ecológicos evitando a competição<br />
inter-específica e uma possível competição por alimento disponível. Todos os fatores abióticos<br />
analisados mostraram-se imprescindíveis na distribuição das espécies em questão, no entanto,<br />
somente a textura e porcentagem <strong>de</strong> matéria orgânica do sedimento apontaram correlação<br />
negativa e positiva, respectivamente, em relação à abundância dos mesmos na região acima dos<br />
5 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> (Regressão Linear Múltipla, p < 0,05; r² = 0,26 e 0,17 para F. brasiliensis e F.<br />
paulensis respectivamente). No que se referiu à razão sexual ambas as espécies apresentaram<br />
um número <strong>de</strong> fêmeas ligeiramente mais representativo e com tamanhos maiores, no entanto,<br />
com padrões <strong>de</strong> comportamento similares. Sugere-se que F. paulensis apresente uma<br />
reprodução contínua, tendo dois picos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova anuais, sendo que o principal ocorre na<br />
primavera com conseqüente recrutamento no verão. Os resultados do presente estudo<br />
evi<strong>de</strong>nciaram ainda que, durante a noite, uma maior captura <strong>de</strong> F. brasiliensis foi observada,<br />
enquanto que F. paulensis apresentou taxas <strong>de</strong> captura bastante próximas entre os dois<br />
períodos em todas as estações.<br />
Palavras-chave: Farfantepenaeus, camarão-rosa, distribuição, recrutamento, São Paulo.<br />
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