Visualizar Tese - Instituto de Biociências - Unesp
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Capítulo 3 – Discussão<br />
No estudo realizado por Griffiths (1999) acerca do efeito da periodicida<strong>de</strong> da lua nas<br />
capturas <strong>de</strong> Penaeus plebejus ficou claro que o período lunar tem um efeito significativo<br />
sobre a abundância <strong>de</strong> camarões em Shellharbour Lagoon (Austrália), on<strong>de</strong> as capturas<br />
durante a lua nova foram significativamente maiores do que durante a lua cheia para cada<br />
um dos três meses amostrados. Isso suporta os estudos no Su<strong>de</strong>ste da Austrália que<br />
encontraram que as capturas <strong>de</strong> camarões variam com o período lunar (Racek, 1959;<br />
Courtney et al., 1996). No entanto, Courtney et al. (1996), que estudaram camarões adultos<br />
em profundida<strong>de</strong>s distantes da costa, encontraram que capturas significativamente maiores<br />
foram realizadas durante a lua cheia. Assim sendo, estudos futuros envolvendo a causa<br />
<strong>de</strong>stes contrastes nas tendências da abundância relativa entre populações estuarinas e<br />
oceânicas consi<strong>de</strong>rando o período lunar e o ciclo das marés <strong>de</strong>verão ser realizados para<br />
comprovar o comportamento <strong>de</strong> tais espécies frente a esta variável.<br />
Farfantepenaeus brasiliensis apresentou um pico <strong>de</strong> abundância entre os 30 e 35<br />
metros, enquanto que F. paulensis migrou, provavelmente, para locais <strong>de</strong> maior<br />
profundida<strong>de</strong>. Esses padrões batimétricos encontrados corroboram com o <strong>de</strong>scrito na<br />
literatura on<strong>de</strong> F. brasiliensis é mais freqüente entre os 30 e 55 m e F. paulensis po<strong>de</strong> ser<br />
encontrado até os 150 m, com maiores incidências entre os 60 e 80 m (Zenger & Agnes,<br />
1977). Tal evento po<strong>de</strong> ter propiciado uma menor abundância para F. paulensis nestas<br />
profundida<strong>de</strong>s.<br />
Esta pressuposição acima po<strong>de</strong> ser o motivo <strong>de</strong> F. brasiliensis ser mais abundante que<br />
F. paulensis na região estudada. Aliado a isto, a presença <strong>de</strong> estuários <strong>de</strong> pequenas<br />
extensões ao largo <strong>de</strong> Ubatuba po<strong>de</strong> também ser atribuído pois verificou que F. paulensis<br />
necessita <strong>de</strong> áreas estuarinas para completar seu ciclo <strong>de</strong> vida.<br />
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