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RELATÓRIO DE ESTÁGIO I LÍNGUA PORTUGUESA ... - Feevale

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE<br />

INSTITUTO <strong>DE</strong> CIÊNCIAS HUMANAS, ARTES E LETRAS<br />

CURSO <strong>DE</strong> LETRAS<br />

<strong>RELATÓRIO</strong> <strong>DE</strong> <strong>ESTÁGIO</strong> I<br />

<strong>LÍNGUA</strong> <strong>PORTUGUESA</strong><br />

<strong>LÍNGUA</strong> ESPANHOLA<br />

Acadêmica: Morgana Oliveira da Silva<br />

mor@feevale.br<br />

Professora: Lovani Volmer<br />

Luciana Boose Pinheiro<br />

Novo Hamburgo, 15 de dezembro de 2007


Índice:<br />

1- Relatório de Estágio em Língua Portuguesa;<br />

2- Relatório de Estágio em Língua Espanhola;


Língua Portuguesa:<br />

Introdução:<br />

Neste relatório irá conter o relato das práticas de Estágio I, através do Centro Universitário<br />

<strong>Feevale</strong>, sob a orientação da professora Lovani Volmer. As práticas de estágio foram desenvolvidas<br />

no Instituto Estadual Mathilde Zatar, com uma turma de 8° série do Ensino Fundamental.<br />

Neste trabalho, relatei conforme as etapas do Projeto de Estudos, assim, relatando os<br />

momentos, os quais creio que foram mais marcantes durante a minha prática.<br />

Tendo como finalidade a prática docente, neste relato abordarei alguns problemas<br />

enfrentados, como, por exemplo a resistência dos alunos em relação à troca de professora e também<br />

os alunos que são apontados como os problemas, mas que nas aulas de estágio, realizaram trabalhos<br />

maravilhosos.<br />

Será abordado o porque do trabalho com Projetos de Estudos, o trabalho da leitura, da escrita<br />

e da avaliação. Também terá espaço para o comportamento e o papel do professor perante uma sala<br />

de aula cheia de alunos.<br />

Todas essas discussões, serão abordadas de uma maneira clara e objetiva, de modo que, todos<br />

que farão a leitura do mesmo, compreendam de forma simples o que foi escrito.<br />

E ao final, a conclusão que constará a aprendizagem adquirida através das práticas e também<br />

as melhoras a serem feitas para uma próxima prática.


A escola<br />

O estágio I – Língua Portuguesa foi realizado no Instituto Estadual Mathilde Zatar, que se<br />

situa na Avenida Presidente Kennedy, no bairro São Luiz na cidade de Sapiranga. Mathilde Zatar é a<br />

única escola estadual no bairro, e oferece Ensino Médio desde 2006, por esse motivo é muito<br />

procurada pela comunidade do bairro e região. A escola atende em 3 turnos, manhã, tarde e noite.<br />

A escola conta com aproximadamente 40 professores, 2 merendeiras, 3 pessoas que cuidam<br />

da limpeza, 1 secretária e uma bibliotecária. Contém uma sala de vídeo, uma sala dos professores,<br />

uma sala de direção, uma sala da secretaria, uma sala para a coordenação, uma biblioteca, uma sala<br />

de informática, 14 salas de aula, uma quadra de esportes para a educação física, uma praça para as<br />

crianças e um área coberta com uma mesa de ping-pong.<br />

A escola conta também com um diretor e um vice para cada turno, um Grêmio Estudantil e<br />

uma Banda de música que foi reativada. Neste ano, a escola sofreu algumas mudanças, foram<br />

construídas mais 2 salas de aula e foi aprovado no Orçamento Participativo a construção de um<br />

telhado para a quadra, pois, quando o tempo está chuvoso, os alunos não podem fazer Educação<br />

Física.<br />

O estágio foi realizado na turma 811 – 8° série. A turma tinha 22 alunos – 6 meninos e 16<br />

meninas, entre 14 e 18 anos de idade, como titular de Língua Portuguesa, professora Sandra. O<br />

estágio totalizou 51 horas de práticas, sob a orientação da professora do Centro Universitário<br />

<strong>Feevale</strong>, Lovani Volmer.


O estágio<br />

Nas aulas de observação da turma, pude perceber que os alunos eram muito agitados e<br />

adoravam uma conversa, mas quando a professora pedia a colaboração de todos, ela obtia sucesso.<br />

É uma turma unida para algumas atividades como defender um colega ou professor, defender os<br />

interesses da turma como um todo, a limpeza da sala de aula, ajudar os colegas com dificuldades,<br />

tanto nas matérias como em outros aspectos. Por outro lado, a turma não conseguia se organizar<br />

para uma festinha do final do ano de 2007 ou para um teatro como homenagem aos professores,<br />

brigavam muito entre eles e até se maltratavam verbalmente. Então conclui que, ao realizar um<br />

Projeto com a turma, teria que chamar e prender a atenção deles nos trabalhos, não desligando da<br />

área gramatical.<br />

Ao montar meu Projeto de Estudos, analisei as problematizações a partir de questões que<br />

estavam ligadas à vida deles, como, por exemplo, questões que os intrigassem, que os<br />

preocupassem e até mesmo os emocionassem, mas que, acima de tudo, deixassem eles ligados nas<br />

aulas.<br />

O principal objetivo do Projeto é compartilhar o conhecimento de todos, transformando-os em<br />

uma aprendizagem para todos.<br />

(...) Os projetos favorecem, assim, o necessário compromisso do aluno com sua própria aprendizagem (...)<br />

(PCN, 1998, p.87)<br />

(...) não se trata apenas de renovar as atividades pedagógicas tornando-as mais criativas,<br />

mas de repensar a prática pedagógica. No trabalho com projetos não cabem “alunosesponjas”,<br />

que devem absorver conteúdos prontos, dados pelo professor, seja em seu<br />

quadro de giz ou em um trabalho de campo. Deve-se buscar o aprender a aprender, em que<br />

o conhecimento disciplinar é meio e não fim(...)(Waldhelm, 2003)<br />

O projeto, não é simplesmente, o professor chegar em uma sala de aula e “metralhar”<br />

informações. A aprendizagem é se dada da junção de várias informações, ou seja, a dos alunos, com<br />

as idéias e as informações do professor, mas é fundamental que cada aluno tenha o compromisso de<br />

fazer esta junção, para que, ao final, o resultado seja satisfatório.<br />

O que me preocupou no começo foram as etapas do Projeto de Estudos, mas aprendi que não<br />

se trata de simplesmente estabelecer etapas ou linearidade, mas de se traçar um desing dos objetivos<br />

a serem atingidos.


(...) criam a necessidade de ler e analisar grande variedade de textos e suportes do tipo que<br />

se vai produzir: como se organizam, que características possuem ou quais têm mais<br />

qualidade. Trata-se de uma atividade de reflexão sobre aspectos próprios do gênero que será<br />

produzido e de suas relações com o suporte(...)(PCN 1998, p.87)<br />

Quando se tem os objetivos definidos, se tem um maior tempo de seleção dos recursos,<br />

materiais e estratégias adequadas para cada um dos objetivos, pesquisando a qualidade dos recursos<br />

e analisando cada ponto a ser estudado em uma sala de aula. Depois, quando todas as etapas<br />

estavam prontas, facilitou muito meu trabalho para a realização dos planos e o andamento das aulas.<br />

Como já foi dito, algo que também deve ser avaliado, são os gêneros que serão utilizados.<br />

Neste Projeto, o gênero textual.<br />

(...) não é possível tomar como unidades básicas do processo de ensino as que decorrem de<br />

uma análise de estratos, - letras/fonemas, sílabas, palavras(...)a unidade básica do ensino só<br />

pode ser o texto(...)(PCN 1998, p. 23)<br />

Ao definir minha unidade básica de ensino, o gênero textual, optei, primeiramente, pelo<br />

gênero textual literário – conto.<br />

(...)O texto literário constitui uma forma peculiar de apresentação e estilo em que predominam a força criativa da<br />

imaginação(...)(PCN 1998, p.26)<br />

O texto literário nos possibilita de exercitar o nosso lúdico, nossa fantasia, como tive uma<br />

turma de adolescentes, adoraram sonhar e imaginar coisas, inventar fatos sem a preocupação do<br />

verdadeiro e concreto, mas, quanto mais abstratos e fatos fantasiosos houverem, mais interessante<br />

será a história.<br />

(...)Os textos a serem selecionados são aqueles que, por suas características e usos, podem favorecer a reflexão<br />

crítica, o exercício de formas de pensamento mais elaboradas e abstratas(...)(PCN 1998, p. 24)<br />

A cada texto selecionado, procurava sempre uma reflexão crítica para discutir ao final da<br />

leitura, sempre procurava textos com pensamentos ligados a uma imaginação rica, para que, ao<br />

final, com base nas leituras, pudessem produzir outro texto. Também foi selecionado o gênero<br />

crônica, que cai mais no âmbito jornalístico. A crônica é um texto crítico de um acontecimento real,<br />

a qual o autor, põe sua crítica com uma pitada de humor.


(...) uma prática constante de escuta de textos orais e leituras de textos escritos(...)que<br />

devem permitir, por meio da análise e reflexão sobre os múltiplos aspectos envolvidos, a<br />

expansão e construção de instrumentos que permitam ao aluno, progressivamente, ampliar<br />

sua competência discursiva(...)(PCN 1998, p.27)<br />

A mediada em que os alunos vão tendo contato com texto que mereçam uma reflexão,<br />

automaticamente a expansão do vocabulário e a construção de novos instrumentos lingüísticos<br />

variáveis, é algo notável no aluno, até porque, é papel fundamental da escola, criar pessoas críticas e<br />

donas de seus próprios discursos.<br />

Em todos os momentos da construção do Projeto, pensava nas quatro habilidades lingüísticas<br />

– ouvir, falar, ler e escrever – que se é dada pelas condições reais da escuta de textos, produção de<br />

textos escritos, respectivamente, e me certificava de que estavam sendo contemplados, através das<br />

músicas, textos e produções.<br />

No primeiro dia de aula com a turma, realizei uma técnica que consistia em cada aluno colocar<br />

em um pedaço de papel 2 qualidades e 2 defeitos de si mesmo. Colocamos em uma pequena caixa e<br />

distribuímos para os colegas novamente. Depois os colegas teriam que adivinhar quem era o dono<br />

das qualidades e dos defeitos.<br />

Foi muito interessante, pois muitos alunos nunca tinham parado para pensar em seus defeitos<br />

e qualidades, pois é muito fácil ver o que está no outro e nunca paramos para olhar para dentro de<br />

nós. Muitos tiveram dificuldades para adivinhar quem era o colega, pois eles, normalmente,<br />

falavam de suas intimidades, já outros não, pois conheciam melhor os colegas. Surgiu um grande<br />

debate, pois a maioria das meninas confessaram que eram ciumentas, já os meninos eram muito<br />

fiéis.<br />

Nas primeiras aulas, os alunos resistiram muito, não queriam aceitar que outra pessoa<br />

“tomasse” o lugar da professora titular e todas as propostas que levava para a sala de aula, eles<br />

achavam ruim ou não queriam fazer. Certa vez quase sai chorando da escola, pensando que<br />

certamente estaria no lugar errado e que a turma que muitos professores disseram que era ótima,<br />

tinha se transformado na pior. Na outra aula, conversei e expliquei que nós deveríamos nos unir,<br />

pois eles precisavam de mim e eu deles, até que compreenderam que suas atitudes eram muito<br />

infantis para eles, que já se achavam bem adultos.


Comecei com os contos, o primeiro foi de Clarice Lispector, “Primeiro Beijo”, que deu uma<br />

grande polêmica em relação ao primeiro beijo deles e até me contaram como foram suas primeiras<br />

experiências. Discutimos também o ciúme e quais são as razões de terem ciúmes das namoradas e<br />

dos namorados e concluímos que a mulher é bem mais ciumenta do que o homem por gostar mais<br />

do que eles e se entregarem para o amor mais facilmente (segundo falas dos próprios alunos). E os<br />

homens, na sua maioria, não têm, pois confiam em suas companheiras e não se importam muito<br />

com isso. Deu a maior discussão.<br />

Depois trabalhei um conto de Moacir Scliar, “Cego e amigo Gedeão à beira da estrada”,<br />

discutimos que não precisamos ver para enxergar as coisas, que não basta termos dois olhos, é<br />

preciso saber usá-los. Foi abordada também a questão do idoso, que não devemos desprezar quem<br />

tem mais experiências na vida que nós, pois um dia também ficaremos mais experientes (para não<br />

dizer, mais velhos) e vamos querer que alguém nos escute.<br />

Depois trabalhei também, em homenagem à semana Farroupilha, “O mate do João Cardoso”,<br />

de Simões Lopes Neto. Pedi que eles fizessem um conto, não necessariamente gauchesco, porém<br />

teve um aluno que fez um conto chamado “Pequeno Laçador”, que nos conta a história de um<br />

menino que se tornou famoso pelo Brasil por ser o melhor laçador da região. Esse trabalho chamou<br />

a atenção, pois o aluno é considerado o aluno problema, não só da sala de aula mas também da<br />

escola.<br />

Quando mostrei o trabalho e elogiei para a professora titular, ficou muito contente, pois sabia<br />

do potencial do aluno, mas alguns professores já tinham seus preconceitos definidos, duvidaram que<br />

o próprio aluno havia escrito o texto. Fiquei desapontada com os colegas docentes que me<br />

responderam isso e me pergunto: o que estão fazendo dentro da escola se não é para tentar mudar a<br />

realidade dos alunos chamados problemas?<br />

Este aluno me surpreendia em cada atividade que eu realizava com a turma. Teve outros<br />

contos muito bons, como: “Érica, a caçadora de borboletas”; “Mansão Mardoer”; “O encontro com<br />

a morte”; “Final feliz” e “Menino e o seu pássaro encantado”; trabalhos lindíssimos que, com<br />

certeza, usarei em outras oportunidades em sala de aula, pois temos que valorizar aquilo que é<br />

produzido e construído em nossas salas de aula por nossos alunos.<br />

Depois que trabalhei esses contos, estudando sempre a estrutura e as características, comecei<br />

a trabalhar crônicas. A primeira foi a crônica de Mário Prata, “Acabaram com a nossa letra”, quando


discutimos o avanço da tecnologia, que, em muitos lugares, as pessoas não precisam mais preencher<br />

seus cheques à mão, o próprio computador da loja faz isso. Hoje dificilmente escrevemos uma carta<br />

ou fazemos um bilhete, mandamos um e-mail, conversamos através do MSN ou mandamos uma<br />

mensagem de texto por celular. É mais prático, eficiente e moderno! Chegamos à conclusão de que<br />

é dever do aluno não deixar que a letra se acabe, temos que preservá-la, pois ela faz parte da nossa<br />

cultura, tanto quanto a fala e que principalmente os jovens e adolescentes estão acabando com ela.<br />

Conforme Marcuschi (2001), em uma sociedade como a nossa, a escrita é mais que uma<br />

tecnologia, pois se tornou um bem social necessário para enfrentar o dia-a-dia, seja nos centros<br />

urbanos ou rurais, é vista como essencial à própria sobrevivência no mundo moderno. Frisa que a<br />

escrita tornou-se indispensável, tanto a sua prática quanto a sua avaliação social a elevaram em um<br />

nível muito alto, chegando a simbolizar educação, desenvolvimento e poder.<br />

Na crônica “Filhos de estimação”, de Lourenço Diaféria, como na outra crônica, estudei as<br />

características dela e sua estrutura como crônica. Nesse texto, falamos a respeito dos animais, que,<br />

em muitas vezes, são tratados melhores que crianças que estão jogadas nas ruas.<br />

Mas levar em conta a realidade dos alunos não é uma tarefa muito fácil, principalmente<br />

quando se trata de crianças em situação de vulnerabilidade social, que é a precariedade do trabalho<br />

e a fragilidade do vínculo social, sendo esta a realidade das crianças relatadas no texto de Lourenço<br />

Diaféria. Entende-se que a criança em condição de risco social é submetida a circunstâncias da vida,<br />

elas estão expostas a vários riscos, como a violência, as drogas e as privações de ordem afetiva,<br />

cultural e, especialmente, sócioeconômica. E tudo isto acaba refletindo na freqüência e no<br />

aproveitamento escolar, nas condições de saúde, na vida familiar e na sua vida íntima.<br />

E, por fim, fechamos esta grade de textos: com a crônica de Martha Medeiros, “Desejo que<br />

desejes”, e discutimos o que desejamos para nós e para os outros. Como carta na manga ao final da<br />

aula, aproveitando o entusiasmo dos alunos, realizamos um amigo secreto quando o presente era<br />

desejar algo para a pessoa que pegou. Fizemos uma retrospectiva das nossas vidas até a data<br />

presente e o que gostaríamos de mudar no ano futuro. Pedi que eles colocassem isso no papel e<br />

novamente eles fizeram trabalhos maravilhosos. Teve alunos que pediram para fazer em forma de<br />

poesia.<br />

Em todos os momentos, sempre frisava a leitura, pois é através dela que adquirimos novos<br />

conhecimentos e outras culturas. Conforme Antunes (2003), a leitura faz parte da interação verbal


escrita, pois a atividade de leitura completa a atividade de produção escrita. Sempre que trabalhava<br />

os textos, pedia uma produção sempre depois das discussões, pois como o aluno vai escrever sobre<br />

um assunto que não sabe o que escrever? se não tem conhecimento sobre o mesmo? O aluno precisa<br />

ter informações sobre o assunto, para poder, então, escrever sobre ele.<br />

Sendo assim, Antunes (2003) nos traz que, primeiramente, a leitura favorece-nos a ampliação<br />

de vocabulário. E através dela que o leitor incorpora novas idéias, novos dados, novos conceitos e<br />

novas informações sobre o mundo em geral. A pobreza no vocabulário ou a falta de informações,<br />

são problemas que o ensino da gramática não resolvem. Para escrever é preciso ter o que escrever, é<br />

preciso ler. A leitura pra mim, tem como um dos objetivos expandir não só o conhecimento em<br />

geral, mas também ampliar o vocabulário e dominar melhor a língua portuguesa.<br />

Todas as vezes em que trabalhei os textos, tanto os contos quanto as crônicas, eram discutido<br />

a vida e as obras dos autores. É importante os alunos saberem de quem são os textos que eles<br />

estudaram, quem foram eles, quais as influências que eles sofreram na época em que escreveram os<br />

textos, pois a literatura é que o reflexo da sociedade em que se vive. Sabemos que muitos escritores<br />

eram influenciados pela mídia e pela sociedade. A medida que os anos vão se passando, o tempo vai<br />

evoluindo e a literatura também sofre uma grande mudança.<br />

A leitura, conforme as palavras de Antunes (2003) possibilita-nos a experiência gratuita do<br />

prazer estético, do ler simplesmente pelo prazer de ler, para deleitar-se com as idéias e imagens<br />

criadas com o jeito literário de ver as coisas. E é neste plano de leitura que se destinam os gêneros<br />

literários, os quais não podem ser desvalorizados, mas cultivados e estimulados e a sua leitura deve<br />

ser exercitada e jamais desvalorizada.<br />

Não podemos esquecer que bons textos escritos são fundamentais para a ampliação da<br />

competência discursiva em língua escrita de cada sujeito. Mas é fundamental uma pré-leitura antes<br />

de toda e qualquer leitura, para que, o aluno possa já retomando e fazendo pontes com os textos que<br />

já leu e com aquele que irá ler, para que, quando ele for produzir, não só um texto escrito, mas<br />

também falado para que ele já tenha em mente o que vai dizer a respeito do assunto, pois a préleitura<br />

ajuda a compreender o texto a ser lido e ouvido.<br />

À medida que o leitor vai lendo e vai se informando cada vez mais, ele tem um livre acesso à<br />

palavra escrita, que representa uma possibilidade de dominar um instrumento de poder chamado de<br />

linguagem formal, pois uma boa leitura não depende só do que está escrito, mas sim daquilo que


está oculto, basta o leitor descobrir. Antunes (2003) afirma que, evidentemente, as palavras são<br />

necessárias para a construção de um texto, mas nem tudo o que é “dito” aparece em palavras nos<br />

textos. Há em qualquer texto coisas que não estão específicas, é por isso que cada leitor carrega<br />

consigo informações prévias derivadas do seu próprio conhecimento e as usa para interpretar,<br />

compreender e entender um texto.<br />

Segundo PCN (1998) a avaliação é um conjunto de ações organizadas que tem a finalidade de<br />

obter informações sobre o que o aluno aprendeu, de que forma e em quais condições. Por isso, é<br />

preciso elaborar um conjunto de procedimentos ou etapas que possam possibilitar o ajuste e a<br />

orientação por parte da pedagogia, para que se torne possível um ensino e uma aprendizagem com<br />

qualidade.<br />

A avaliação está dividida em dois planos. O primeiro é um instrumento que possibilita o<br />

professor analisar criticamente sua prática educacional, observando a organização de sua ação de<br />

ensino e métodos adotados por ele. Em segundo plano é um instrumento que possibilita o aluno<br />

conhecer melhor seus avanços, sua dificuldades e possibilidades para melhorar. Porém, a avaliação<br />

do aluno deve ser contínua, durante todo o processo de ensino aprendizagem e não em momentos<br />

específicos da aula com trabalhos definidos.<br />

(...) A avaliação precisa acontecer num contexto em que seja possibilitada ao aluno a<br />

reflexão tanto sobre os conhecimentos construídos – o que sabe -, quanto sobre os<br />

processos pelos quais isso ocorreu – como conseguiu aprender (...)(PCN 1998, p.23)<br />

A avaliação deve dar possibilidades para que o aluno faça uma reflexão sobre o que ele<br />

aprendeu durante a construção do conhecimento no decorrer das aulas e faça uma reconstrução do<br />

seu conhecimento, identificando o que ainda deve de aprender.<br />

A avaliação é um instrumento qualitativo e não quantitativo, o objetivo é avaliar a qualidade<br />

da aprendizagem do aluno e não a quantia que ele aprendeu.<br />

É importante lembrar que a professora titular, ao corrigir os trabalhos, nunca colocou as notas<br />

em números, mas, um breve parecer sobre o trabalho realizado. Assim sendo, segui a metodologia<br />

da professora, a qual os alunos já estavam acostumados.<br />

Uma das maiores lições que aprendi nesse estágio é que professores e alunos não são somente<br />

uma hierarquia escolar, mas amigos, aprendi a compartilhar meus sentimentos e aflições, amores e


amizades com os alunos e mostrar através do meu exemplo de vida o que eles devem fazer e no<br />

momento em que devem agir.<br />

Conforme PCN (1998) é essencial uma rica interação dialogal entre alunos e professores.<br />

Afirma também ser uma excelente estratégia de construção do conhecimento, pois a professora que<br />

tem um dialogo aberto e amplo com seus alunos, consegue um resultado de aprendizagem bem<br />

significante, pois os alunos confiam mais e têm segurança nas palavras ditas por ela.<br />

Sempre que trabalhava algum texto com a turma, procurava sempre dar liberdade para os<br />

alunos falarem suas opiniões e experiências a respeito do assunto o qual o texto aborda. Sempre<br />

procurei ouvir tudo aquilo que os alunos tinham para dizer, pois aquele era o momento que eles<br />

tinham para expor suas opiniões e sentimentos. É muito importante que os professores ouçam o que<br />

eles têm para dizer, para que os próprios alunos sintam-se ouvidos e escutados dentro da escola e<br />

sintam-se motivados a escrever, sabendo que não escreverão para ninguém, mas que aquilo que irão<br />

escrever será lido, respeitado e valorizado pelos leitores.


CONCLUSÃO<br />

O papel do professor em sala de aula é estimular os alunos a desenvolver um espírito crítico<br />

perante a sociedade, porém, sugerindo mudanças concretas, apontando soluções para as dificuldades<br />

e criando novos meios de sobrevivência através de soluções, compreendendo a cidadania como<br />

participação política e social, que ao votar, sejam críticos em suas decisões e possam exercer seus<br />

direitos e deveres políticos.<br />

Neste estágio, aprendi muito, não só os conteúdos, mas aprendi muito com a professora e a<br />

diretora da escola, pois os outros professores só os via na hora do intervalo. Sei que poderia ter feito<br />

mais e dado mais de mim, mas garanto isso para o próximo estágio.<br />

Sei que ainda tenho muito o que melhorar como professora, ser mais paciente em certas<br />

horas, saber falar as palavras certas nas horas adequadas, tomar mais atitudes coerentes, em fim,<br />

uma série de detalhes que precisam ser melhorados e sei que este melhoramento virá ao longo dos<br />

anos com mais experiências dentro de uma sala de aula como professora.<br />

Este estágio foi muito gratificante que ficará pra sempre em minha lembrança, pois aprendi a<br />

amar outras pessoas e aprendi muito com elas. Creio que esta é a verdadeira educação, não só<br />

quando o professor ensina, mas também quando ele aprende a aprender com os alunos.


BIBLIOGRAFIA<br />

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro e interação. “Assumindo a dimensão<br />

interacional da Linguagem”. São Paulo: Parábola Editorial. 2003.<br />

ALMEIDA, Maria Elizabeth. Como se trabalha com projetos: entrevista para a Revista TV<br />

Escola, nº 22/2001<br />

BADINTER, Elisabeth; BOUBON, Raymond; CASTEL, Robert; LASCH,<br />

sociedade. 2ed. São Paulo. Cortez, 2001<br />

Christopher. A<br />

BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental:<br />

Parâmetros Curriculares Nacionais:<br />

Terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental:<br />

Língua Portuguesa / Secretaria da Educação Fundamental<br />

Brasília: MEC/SEF, 1998<br />

CIDADANIA- Revista da Secretaria da Assistência Social-<br />

Janeiro – Março / 1998- ano1- Número1.<br />

FULGÊNCIO, Lúcia; LIBERATO, Yara Goulart.<br />

Como facilitar a leitura. São Paulo, SP: Contexto, 1998<br />

MARCUSCHI, Luiz Antônio. “Da fala para a escrita:<br />

Atividades de retextualização. -6ed.-São Paulo: Cortez,2001<br />

WALDHELM, Mônica. Projetos: construção coletiva. O trabalho com projetos: a construção<br />

coletiva do conhecimento. Mestre em educação pela UFF. 2003


Língua Espanhola<br />

Introdução<br />

Neste relatório conterá o relato das práticas de Estágio em Língua Espanhola, pelo Centro<br />

Universitário <strong>Feevale</strong>, sob a orientação da professora Luciana Boose Pinheiro. O Estágio foi<br />

realizado no Centro Sinodal Duque de Caxias com uma turma de EJA – Ensino Fundamental,<br />

totalizando 40 horas de prática em sala de aula.<br />

Vou abordar neste trabalho o ensino da L.E. em geral; o desafio de trabalhar com as Etapas do<br />

Projeto de Estudos; a realidade de trabalhar em uma escola da rede Sinodal de escolas particulares e<br />

a escolha dos conteúdos dos Projetos, pois o Estágio I foi realizado em dois Projetos de Estudos, o<br />

primeiro mais gramatical e funcional e o outro mais cultural.<br />

Abordarei também os momentos de ensino aprendizagem através das atividades interacionais<br />

e dinâmicas e suas funções.<br />

Relatarei também a escola e a turma de Estágio, minha experiência como docente e as<br />

melhoras que devo fazer para o próximo Estágio.


A escola<br />

O Estágio I em Língua Espanhola foi realizado no Centro Sinodal de Sapiranga – Unidade<br />

Duque de Caxias, com uma turma de EJA – Ensino de Jovens e Adultos – em Ensino Fundamental.<br />

Por ser uma escola de rede particular, possue muitos recursos didáticos, como, por exemplo,<br />

multimídia, sala de vídeo, retro projetor, salas de informática, sala de idiomas com vários materiais<br />

didáticos nas línguas oferecidas, dicionários em L.E. e em outros idiomas, notebook e um aparelho<br />

móvel com vídeo e DVD.<br />

A escola dispõe também de um bar com lanches variados e uma área de alimentação para os<br />

alunos, professores e funcionários. Dispõe também de quadras de esportes, praça infantil, pois a<br />

escola oferece do Ensino Infantil à Cursos Profissionalizantes e ainda disponibiliza um laboratório<br />

de química e uma cozinha bem equipada.<br />

A escola tem um espaço bem amplo e organizado quanto ao pátio, o espaço do Ensino Infantil<br />

e separado dos demais. E ainda tem o guarda que zela pela escola e seus alunos durante os turnos de<br />

aula.<br />

A turma era bem divertida e alegre, sempre que levávamos uma atividade ou proposta de<br />

trabalho diferente, eles aceitavam e participavam com muito entusiasmo e dinamismo. Era uma<br />

turma pequena, porém era ótima de trabalhar.<br />

Todos trabalhavam e, na sua maioria, tinham família ( esposo (a) e filhos ). trabalhavam em<br />

firmas de calçados, papelaria e metalúrgicas.


O Estágio<br />

O ensino de uma L.E. tem como principal justificativa a interação entre culturas, é uma<br />

contribuição para a construção da cidadania através de trocas intelectuais.<br />

(...) o ensino e a aprendizagem de L.E. supõem uma prática pedagógica em que o aluno<br />

interaja com os professores e com seus colegas de forma a se tornar um participante ativo,<br />

responsável por seu discurso (...) ( PCN 1998, p. 17)<br />

O professor, ao ensinar uma L.E., usa todo seu conhecimento e técnicas para transmitir ao<br />

aluno o que sabe, mas é fundamental uma boa interação entre eles, pois o aluno, ao ter uma boa<br />

interação com seu professor, confia e acredita nas palavras ditas por ele. Mas o professor deve ter<br />

cuidado ao interagir com seus alunos, primeiramente, deve analisar o contexto educacional e<br />

compreender sua natureza.<br />

(...) Uma rica interação dialogal na sala de aula, dos alunos entre si e entre os professores e<br />

os alunos, é uma excelente estratégia de construção do conhecimento (...) (PCN 1998, p.<br />

24)<br />

Uma boa interação em sala de aula te como resultado a competência comunicativa que o<br />

aprendiz é exposto e quanto mais atividades e eventos interacionais o aluno for exposto, maior será<br />

a competência comunicativa que ele irá desenvolver, dando assim, a capacidade de dominar seu<br />

próprio discurso.<br />

(...) um dos aspectos da competência discursiva é o sujeito ser capaz de utilizar a língua de<br />

modo variado, para produzir diferentes efeitos de sentido e adequar o texto a diferentes<br />

situações de interlocutor oral e escrita (...) ( PCN LE 1998, p. 22 )<br />

Sendo LITTLEWOOD (1998), o professor deve expor os alunos também em situações de<br />

comunicação reais, e ainda em seu livro “La enseñanza comunicativa de idiomas” de 1998, nos<br />

apresenta inúmeras atividades de comunicações e nos orienta a levar para a sala de aula, atividades<br />

com situações verdadeiras do cotidiano que poderá encontrar fora da sala de aula e que possa usar<br />

seus conhecimentos da LE, não simplesmente como um meio funcional, mas também, como forma<br />

social de comunicação.


Conforme PCN (1998) afirma que, a aprendizagem de uma língua estrangeira é um dos<br />

requisitos para fortalecer o sentimento de cidadania conhecendo a língua do outro e de si mesmo.<br />

Conhecendo a cultura e a língua de outras comunidades é que poderemos identificar melhor nossa<br />

identidade.<br />

Porém, o professor, ao programar suas atividades, ou seja, ao construir seus planos ou projetos<br />

de estudos, deve levar em conta alguns critérios para que os alunos possam compreender os<br />

conteúdos e para que os objetivos do professor quanto a aprendizagem, possa ser alcançada com<br />

êxito.<br />

No entanto, o maior interessado no ensino e na sua aprendizagem da LE, é o próprio aluno.<br />

(...) Como pensar em uma escola para jovens na qual eles não tenham espaço na construção<br />

do próprio conhecimento? Como almejar a desenvolvimento da autonomia do aluno num<br />

espaço onde não tem vez nem voz? (...) ( WALDHELM, 2003)<br />

(...) Os projetos favorecem, assim, o necessário compromisso do aluno com sua própria aprendizagem (...) (PCN<br />

1998, p. 23)<br />

Neste sentido, o trabalho com projetos é uma estratégia para propiciar uma construção<br />

coletiva do conhecimento, é importante que o aluno construa com seu professor o conhecimento<br />

desejado e não que, simplesmente, o professor “jogue” os conteúdos para os alunos, e eles, como<br />

podem, peguem no ar. Trabalhar com projetos não é apenas renovar ou modificar as atividades<br />

tornando-as mais criativas, mas sim, de repensar sobre a prática. O trabalho com Projetos de<br />

Estudos, possibilita o aprender a prender, que o conhecimento é o meio da aprendizagem e não o<br />

seu fim.<br />

Muitas escolas trabalham com projetos somente em datas comemorativas, mas na verdade, são<br />

adereços que os enriquecem, mas não podemos nos basear nisso, pois deveríamos trabalhar sempre<br />

com eles para enriquecer nosso trabalho e não como pretexto para sair da rotina.<br />

A partir do momento que o aluno faz parte da construção do Projeto, ele a promover a<br />

autonomia e a tomada de decisões por si próprio, favorecendo, assim, seu exercício da cidadania e<br />

cooperando com o trabalho em equipe, valorizando e aceitando os pensamentos e opiniões dos<br />

colegas.<br />

No primeiro dia de aula, definimos com os alunos os objetivos almejados por eles nas aulas de


espanhol e definidos também alguns dos conteúdos para o primeiro Projeto de Estudos. A partir de<br />

então, definimos os conteúdos e os objetivos, formulando, assim, as etapas.<br />

(...) Não se trata de estabelecer etapas ou conferir linearidade ao projeto, mas de se traçar<br />

um desing dos objetivos a serem atingidos, permitindo a seleção de recursos e estratégias<br />

adequadas (...) ( WALDHELM, 2003)<br />

No momento que lineamos o Projeto, ou seja, quando organizamos por etapas, ganhamos<br />

tempo para estudar as estratégias e usar os recursos que a escola dispõe para as aulas, tornando as<br />

aulas mais dinâmicas e criativas.<br />

No primeiro Projeto de Estudos, os conteúdos foram mais gramaticais e funcionais. A cada<br />

conteúdo gramatical, explicava sua regra, depois dava a sua função comunicativa dentro da língua e<br />

logo após, aplicávamos atividades e dinâmicas, algumas delas eles já conheciam como o Jogo da<br />

Memória e Bingo, e outras, que eles nunca tinham ouvido falar, como o jogo Caras e Bocas.<br />

Aplicamos o Jogo da Memória em alguns conteúdos, como, por exemplo, comidas, profissões e<br />

roupas. O Bingo trabalhamos com os números e o jogo Caras e Bocas, com características físicas e<br />

psicológicas. Para finalizar estes conteúdos, foi realizado um diálogo, quando a turma se dividiu em<br />

3 grupos e em situação real tiveram que montar uma situação verdadeira de uma viagem à um lugar<br />

ou um país onde teriam falantes da Língua Espanhola. Neste momento analisamos a pronunciação<br />

das palavras, a conjugação dos verbos nos tempos adequados e o uso do vocabulário estudado.<br />

O objetivo das atividades é provocar o aluno a fazer algo que antes da realização da atividade<br />

não fazia. Fazer com que eles, efetivamente, utilizem a língua com um propósito de comunicar-se e<br />

que a tarefa tenha como resultado a interação e integração entre alunos e professores, dando<br />

prioridade à troca de informações, à resolução de problemas e à troca de opiniões que propiciam a<br />

aprendizagem dos alunos.<br />

Portanto, em uma sala de aula podemos definir a criatividade como a capacidade de explorar<br />

os recursos limitados de que se dispõe para criar um número ilimitado de condições de<br />

aprendizagem. Fizemos atividades e dinâmicas em que eles mesmos pudessem mostrar que, apesar<br />

dos erros que cometeram ao falar a língua, conseguiram transmitir sua mensagem aos colegas. É<br />

preciso que o professor tenha clareza sobre quando e como corrigir os alunos, corrigi-los quando for<br />

realmente necessário, como, por exemplo, nos erros que podem causar quebra na comunicação ou<br />

quando os erros forem muito freqüentes. Então combinamos com os alunos que corrigiríamos eles à<br />

medida que fossem falando, para poderem internalizar melhor a palavra certa e não cometer mais os


mesmos erros.<br />

Sempre tinham os dicionários ao dispor deles, para que, pudessem tirar as dúvidas quanto ao<br />

significado e a escrita correta das palavras.<br />

Já no segundo projeto, conhecemos um pouco mais das culturas e as literaturas dos países de<br />

falam a Língua Espanhola.<br />

Conforme GIOVANNINI (1996), temos que trabalhar não só a sociedade, mas também a<br />

cultura de cada povo e liga-los à realidade dos alunos. Uma boa interação entre o ensino e<br />

aprendizagem da língua e a cultura do povo que a fala, contribui, e muito, para um maior<br />

conhecimento daquele povo.<br />

As habilidades lingüísticas e culturais de cada povo podem desenvolver um papel fundamental<br />

na compreensão e na integração intercultural, é o que determina as ações de muitos perante<br />

situações diversas, cada palavra ou expressão está associada à sua cultura.<br />

(...) a unidade básica do ensino só pode ser o texto (...) (PCN 1998, p. 23)<br />

Como os PCN (1998) nos dá essa definição, que a unidade básica de ensino é o texto, sempre<br />

procurávamos vamos trabalhar textos inteiros com os alunos, porém esses textos eram de autores<br />

que estávamos estudando naquela ocasião. Líamos e discutíamos sobre eles, se nós trabalhássemos<br />

fragmentos ou pedaços das obras, os alunos não teriam uma visão ampla dos textos e suas histórias,<br />

porém, lendo todo ele, tínhamos um olhar crítico sobre os temas abordados.<br />

Os gêneros foram variados, trabalhamos contos, poesias e poemas, e ao final de cada texto,<br />

fazíamos uma reflexão crítica e preparava os alunos para uma interpretação ou uma produção<br />

textual escrita.<br />

Sempre procurávamos contemplar as quatro habilidades lingüísticas – ouvir, falar, ler e<br />

escrever. A habilidade de ler, através das leituras de textos, leituras de exercícios para uma melhor<br />

compreensão do mesmo. A habilidade de escrever, trabalhamos a questão da produção textual, seja<br />

respondendo questões de interpretação, quanto pequenas produções textuais e diálogos. A<br />

habilidade de falar, através da produção oral e debates ou discussões de temas do cotidiano e a<br />

habilidade de ouvir, trabalhamos com textos gravados em CD, pronunciação correta por meio de


CD também, escutando músicas de diversos países e ouvindo as professores falarem em todas as<br />

aulas a Língua Espanhola.<br />

Sempre era frisada a leitura, pois segundo ANTUNES (2003), a leitura nos favorece uma<br />

ampliação do vocabulário em qualquer língua, pois é através dela que o leitor (aluno), incorpora<br />

novas idéias, conceitos e conhecimentos gerais, tendo assim, o domínio da linguagem e do discurso.<br />

O autor ainda frisa que a atividade de leitura completa a de escrita, por esse motivo, primeiramente<br />

os alunos liam e discutiam os textos, depois faziam produção textual escrita ou oral, para poder ter o<br />

que escrever.<br />

O papel do professor de LE, é situar o aluno frente a comunicações reais e criar nele um<br />

espírito crítico perante a sociedade apontando melhoras para o futuro, tornando-os um ser<br />

consciente, dono de suas próprias idéias e do seu próprio discurso.


CONCLUSÃO<br />

Este Estágio foi um grande desafio para mim por dois lados. O primeiro, trabalhar com jovens<br />

adultos em uma escola particular, foi um desafio, pois tive uma experiência docente com crianças<br />

com vulnerabilidade social e trabalho, atualmente, com pessoas que vivem a margem da sociedade,<br />

pessoas desempregadas e com uma renda abaixo do mínimo.<br />

As duas realidades são diferentes e ao mesmo tempo chocantes. Entrar em uma sala , a qual<br />

tem alunos interessados em aprender uma outra língua para enriquecer seu currículo e por<br />

necessidade de trabalho, é algo que raramente vimos.<br />

Ao final, ficaram 4 alunos que realmente deram valor ao ensino, sabendo que tenho 104<br />

pessoas no projeto em que trabalho, desempregadas e analfabetas, na sua maioria, que esperam uma<br />

oportunidade.<br />

E o outro lado do desafio é que chegou a hora de crescer um pouco mais. O Estágio é uma<br />

responsabilidade de um peso bem significativo sobre os ombros, muitas mudanças, mais cobranças.<br />

Tudo é um aprendizado constante.<br />

Quanto mais sabemos, muito mais temos que buscar saber e encarar cada dia com um<br />

convicção: amanhã posso fazer melhor do que fiz hoje.


BIBLIOGRAFIA<br />

ALMEIDA, Maria Elizabeth. Como se trabalha com projetos – entrevista para a Revista TV escola,<br />

n° 22/2001<br />

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro e interação. Assumindo a dimensão interacional da<br />

linguagem. São Paulo: Parábola Editorial. 2003<br />

GIOVANNINI, Arno; PERIS, Ernesto M.; RODRIGUES, Maria; SIMÓN, Terencio. Profesor en<br />

acción – áreas de trabajo. Madrid: Edelbra, 1996.<br />

LEITE, Lúcia Helena Alvares. A pedagogia de Projetos em questão. Belo Horizonte, mimeo/1994<br />

LITTLEWOOD, William. La enseñanza comunicativa de idiomas. Madrid: Cambridge, 1998

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