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trabalho rev - Feevale

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE<br />

FERNANDO RICARDO GERLACH<br />

UM ESTUDO SOBRE AS FINANÇAS DE CASAIS SEM FILHOS:<br />

POR QUE É TÃO DIFÍCIL PLANEJAR?<br />

NOVO HAMBURGO, 2009.


FERNANDO RICARDO GERLACH<br />

UM ESTUDO SOBRE AS FINANÇAS DOS CASAIS SEM FILHOS:<br />

POR QUE É TÃO DIFÍCIL PLANEJAR?<br />

Centro Universitário <strong>Feevale</strong><br />

Instituto de Ciências Sociais Aplicadas<br />

Curso de Administração de Empresas<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

Professor Orientador: Ms. César Augusto Roth<br />

Novo Hamburgo, outubro de 2009.


FERNANDO RICARDO GERLACH<br />

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração – Habilitação Administração<br />

de Empresas, com título UM ESTUDO SOBRE AS FINANÇAS DOS CASAIS<br />

SEM FILHOS: POR QUE É TÃO DIFÍCIL PLANEJAR? , submetido ao corpo<br />

docente do Centro Universitário <strong>Feevale</strong>, como requisito necessário para a<br />

obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas.<br />

Aprovado por:<br />

___________________________________<br />

Prof. Ms. Cesar Augusto Roth<br />

Orientador<br />

___________________________________<br />

___________________________________<br />

Novo Hamburgo, outubro de 2009.


DEDICATÓRIA<br />

Dedico este momento à memória de meu pai<br />

Silfredo, pelos ensinamentos que me<br />

proporcionou enquanto esteve conosco, à<br />

minha mãe pelo seu amor, amizade, apoio e<br />

incentivo para que concluísse esta etapa da<br />

minha vida.


AGRADECIMENTOS<br />

Gostaria de agradecer a Deus, pela vida, pelo privilégio de ter condições para<br />

concluir a faculdade de Administração de Empresas.<br />

Agradecer aos meus pais, Silfredo e Maria pelos ensinamentos e conselhos<br />

para que eu me torne uma pessoa justa e com caráter.<br />

Aos meus familiares que sempre estiveram do meu lado nas horas difíceis.<br />

Colegas e amigos que eu fiz durante todos esses anos da faculdade.<br />

Os casais que me ajudaram nessa pesquisa, pela sua dedicação e paciência.<br />

Aos professores que eu tive ao longo da faculdade, que sempre me ajudaram a<br />

buscar os meus objetivos.<br />

Meu amigo, Mestre e professor César Roth que orientou meu <strong>trabalho</strong>, para<br />

que eu possa concluir meu curso.<br />

Enfim a todos que sempre me apoiaram um forte abraço.


A semana inteira fiquei esperando<br />

Pra te ver sorrindo<br />

Pra te ver cantando<br />

Quando a gente ama não pensa<br />

em dinheiro<br />

Só se quer amar<br />

Se quer amar<br />

Se quer amar<br />

De jeito maneira<br />

Não quero dinheiro<br />

Quero amor sincero<br />

Isso que eu espero<br />

Digo ao mundo inteiro<br />

Não quero dinheiro<br />

Eu só quero amar<br />

Tim Maia, “Não quero dinheiro”


RESUMO<br />

Este estudo tem como tema o planejamento financeiro de casais sem filhos.<br />

Percebe-se no cotidiano que as pessoas em geral não têm o hábito de fazer<br />

planejamento financeiro, nem de controlar seus gastos. Ao mesmo tempo, o<br />

número de divórcios no país vem crescendo, e uma das causas do término<br />

desses relacionamentos é o dinheiro – o excesso ou a falta dele. No entanto,<br />

as pessoas têm dificuldade de enxergar que o problema é o dinheiro, e acabam<br />

por mascarar o problema. Aliado a isso está a falta de diálogo entre os casais<br />

acerca do assunto. Conforme comprovado na pesquisa realizada, a maioria<br />

dos casais não costuma conversar sobre dinheiro, e quando o fazem a situação<br />

geralmente já não é de fácil solução. Dessa forma, busca-se ressaltar a<br />

importância do planejamento financeiro e da educação financeira, através da<br />

pesquisa realizada com dez casais sem filhos com renda entre dois e cinco<br />

salários mínimos. Esses casais responderam a um questionário, composto de<br />

quatorze questões abertas e fechadas, acerca de planejamento financeiro,<br />

controle de gastos e hábitos financeiros, em que se pode concluir que a maioria<br />

dos casais não faz planejamento financeiro, não elabora orçamento doméstico<br />

e não conversa sobre dinheiro. Para a realização da pesquisa foram utilizados<br />

conceitos de administração, contabilidade, finanças, economia, e até mesmo<br />

de psicologia, no que tange o comportamento dos casais em relação ao<br />

dinheiro. Nota-se que o assunto dinheiro ainda representa um tabu entre os<br />

casais, e que a entrada da mulher no mercado de <strong>trabalho</strong> provocou algumas<br />

alterações no orçamento doméstico, principalmente no que diz respeito ao<br />

pagamento das despesas do lar.<br />

Palavras-chave: planejamento financeiro; orçamento doméstico; dinheiro;<br />

casamento.


ABSTRACT<br />

This study takes the financial projection of couples as a subject without children.<br />

It is realized in the daily life that the persons in general are not in the habit of<br />

doing financial projection, not even of controlling his expenses. At the same<br />

time, the number of divorces in the country is growing, and one of the causes of<br />

the end of these relationships is the money – the excess or his lack. However,<br />

the persons have difficulty to see that the problem is the money, and mask the<br />

problem again. Allied to that is the lack of dialog between the couples about the<br />

subject. According to proved in the fulfilled inquiry, most of the couples do not<br />

usually talk on money, and when they do it the situation generally already is not<br />

of easy solution. In this form, it is looked to emphasize the importance of the<br />

financial projection and of the financial education, through the inquiry carried out<br />

with ten couples without children with income between two and five minimum<br />

wages. These couples responded to a questionnaire been composed of<br />

fourteen questions open and shut, about financial projection, control of<br />

expenses and financial habits, in which it is possible to end that most of the<br />

couples do not do financial projection, do not prepare domestic budget and it<br />

does not talk on money. For the realization of the inquiry there were even used<br />

concepts of administration, accountancy, finances, economy, and of<br />

psychology, in what it plays the behavior of the couples regarding the money. It<br />

is noticed that the subject money still represents a taboo between the couples,<br />

and that the entry of the woman in the labor market provoked some alterations<br />

in the domestic budget, principally what concerns the payment of the expenses<br />

of the home.<br />

Key-words: financial projection; domestic budget; money; marriage.


SUMÁRIO


INTRODUÇÃO<br />

O presente estudo tem com tema o planejamento financeiro, que é algo<br />

essencial a cada um de nós. Sem ele, não há organização das finanças e não<br />

se percebe quando o dinheiro entra ou sai da carteira. E muitas vezes ele sai<br />

mais rápido do que entra, o que inviabiliza projetos como a compra da casa<br />

própria, ou um plano de aposentadoria, ou ainda aquela viagem de férias.<br />

Para Silva Neto (2003), o planejamento financeiro deve ser encarado<br />

como um compromisso muito especial, ou até mesmo como uma necessidade<br />

e uma obrigação que cada um tem consigo e com seus dependentes.<br />

Sendo o planejamento financeiro algo tão importante para uma pessoa,<br />

é evidente que quando se tem uma família sua importância é potencializada.<br />

Planejar o futuro financeiro neste caso torna-se um assunto ainda mais<br />

delicado, pois cada decisão a respeito do que fazer com o dinheiro precisará<br />

contemplar os objetivos de todos os envolvidos, para que possa obter seu<br />

apoio.<br />

Para planejar a vida financeira a dois é preciso que o casal se conheça<br />

bem, não só financeiramente, mas também em relação aos sonhos e objetivos<br />

que cada um tem. Para Cerbasi (2004), se isto não ocorrer, os sonhos e<br />

objetivos de um, se tornarão empecilhos para a realização dos sonhos e<br />

objetivos do outro, e isto pode levar ao fim de um relacionamento.


Cerbasi destaca ainda que deve ser observado também o perfil de<br />

cada um. Se um é gastador, e o outro é poupador, por exemplo, os dois<br />

precisam de uma boa conversa para estabelecer objetivos comuns, e para que<br />

o poupador consiga convencer o gastador da importância de formar uma<br />

reserva financeira. Por outro lado, o gastador precisará convencer o poupador<br />

que o dinheiro por si só, não é um fim e sim um meio de se atingir<br />

determinados objetivos.<br />

Esta realidade reflete o problema de pesquisa deste estudo, que pode<br />

ser dado pelo seguinte questionamento: como casais, em que ambas as partes<br />

têm perfis diferentes de receitas, gastos e investimentos organizam o seu<br />

orçamento doméstico (quando organizam)?<br />

Nesse sentido, pode-se afirmar que o diálogo é essencial, não só na<br />

vida amorosa de um casal, mas também em sua vida financeira. O que se<br />

percebe, segundo Cerbasi (2004), é que os casais não costumam conversar<br />

sobre dinheiro quando as coisas vão bem. E quando vão mal, têm uma grande<br />

dificuldade em enxergar que o problema é financeiro. Se não saem para jantar,<br />

não é por falta de dinheiro, e sim de romantismo. Se não podem comprar<br />

roupas novas, o problema então passa a ser desleixo. E essas percepções<br />

errôneas culminam em discussões, que podem levar o casal inclusive ao<br />

divórcio.<br />

Desta forma, a hipótese apresentada é a de que se houver diálogo<br />

entre o casal, então a chance de sucesso do planejamento financeiro é<br />

bastante grande.<br />

A possibilidade de uma pessoa elaborar um planejamento financeiro<br />

em sua vida adulta é conseqüência, em parte, da educação que recebeu dos<br />

pais. Nesse sentido, Silva Neto (2003), Segundo Filho (2003) e Kiyosaki e<br />

Lechter (2000) destacam em suas obras a necessidade de se ensinar aos<br />

filhos desde pequenos como lidar com dinheiro. Eles defendem que a<br />

educação básica das crianças nas escolas deveria incluir aulas de<br />

administração financeira. Kiyosaki e Lechter (2000) destacam que como isso<br />

não ocorre, cabe aos pais ensinar a seus filhos sobre como lidar com o


dinheiro. Assim a criança acaba destinada a ter o mesmo futuro financeiro dos<br />

pais. Se os pais são pobres, as crianças quando adultas tendem a ser pobres.<br />

Por outro lado, Segundo Filho (2003), destaca que os pais ricos<br />

tendem a dar tudo que seus filhos querem, pensando que o fato de eles terem<br />

uma boa situação financeira, automaticamente fará com que seus filhos<br />

também sejam financeiramente bem sucedidos. Mas na maioria dos casos não<br />

é isso que acontece, e esses filhos acabam não aprendendo o verdadeiro valor<br />

do dinheiro. Não é raro encontrar empresas que não passaram da terceira<br />

geração, porque os herdeiros não souberam administrar o que receberam. Ou<br />

então, famílias que tradicionalmente possuíam muitos bens, e que com o<br />

falecimento dos pais, os herdeiros acabaram vendendo tudo por preços abaixo<br />

do mercado para cobrir uma situação financeira ruim.<br />

Dessa forma, a pesquisa proposta neste estudo torna-se indispensável<br />

à sociedade como um todo, pois se tornará um meio de difusão da importância<br />

do planejamento financeiro, considerando a dificuldade que muitas pessoas<br />

têm em administrar o que ganham.<br />

A pesquisa também dá sua contribuição ao meio acadêmico, tratando<br />

de um assunto talvez até bastante explorado nos mais diversos níveis<br />

acadêmicos, mas com uma ênfase diferente. A maioria dos <strong>trabalho</strong>s<br />

formulados se refere a finanças para uma pessoa individualmente. Já este<br />

<strong>trabalho</strong> se trata de planejamento financeiro para casais, pessoas que já não<br />

vivem mais sozinhas, que precisam planejar tudo para dois, a fim de que<br />

ninguém se sinta prejudicado pelas decisões tomadas. Visto que a tendência<br />

natural do ser humano não é viver sozinho, e sim constituir uma família, a<br />

pesquisa ganha uma importância ainda maior, pois não abrange apenas o lado<br />

financeiro da questão, mas também social e humano.<br />

Como já foi dito anteriormente, o planejamento financeiro, quando<br />

envolve um casal, precisa levar em conta as vontades de ambos para que<br />

possa atingir seus objetivos. Uma reportagem da <strong>rev</strong>ista Você SA de junho de<br />

2004, <strong>rev</strong>ela que 38% dos casais ent<strong>rev</strong>istados assumem que já brigaram por<br />

causa de dinheiro. Segundo a reportagem, os homens reclamam que as


mulheres gastam demais, e as mulheres discordam da decisão deles sobre<br />

como e onde investir o dinheiro.<br />

Sendo assim, este <strong>trabalho</strong> não aborda apenas a importância da<br />

elaboração do planejamento financeiro e do orçamento doméstico, mas<br />

também oferece alternativas para corrigir os problemas encontrados.<br />

Quando as contas não fecham, e o casal percebe que está gastando<br />

mais do que ganha, só existem duas alternativas: diminuir as despesas ou<br />

aumentar as receitas. Pequenas mudanças de hábitos do cotidiano, no sentido<br />

de economizar água, luz, telefone e controlar aqueles impulsos de consumo<br />

podem representar uma boa redução de despesas e equilibrar o orçamento. Ao<br />

mesmo tempo, pode-se procurar alternativas para aumentar as receitas, seja<br />

através de um negócio próprio ou da aplicação do dinheiro em ativos que<br />

possam gerar renda.<br />

A aplicação do dinheiro que sobra no mês, deve ser feita de acordo<br />

com os objetivos financeiros do casal. Existem diversos tipos de aplicações<br />

financeiras, cada uma com características diferentes que também devem ser<br />

consideradas no momento do investimento. Para que se possa tomar a melhor<br />

decisão, essas opções de investimento e suas características também são<br />

abordadas neste estudo.<br />

O objetivo geral deste <strong>trabalho</strong> é estudar o comportamento financeiro de<br />

10 casais sem filhos com renda entre 2 e 5 salários mínimos.<br />

A fim de possibilitar este estudo, são definidos os seguintes objetivos<br />

específicos:<br />

- conceituar planejamento financeiro;<br />

- apresentar um exemplo de planilhas de orçamento doméstico,<br />

Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado;<br />

- destacar a importância de poupar;<br />

- estudar os diferentes tipos de investimentos disponíveis no mercado;


- apresentar alternativas de redução das despesas domésticas e<br />

aumento das receitas do casal a fim de equilibrar as contas;<br />

A pesquisa foi desenvolvida através de monografia, com a aplicação de<br />

questionário para o levantamento dos dados.<br />

O <strong>trabalho</strong> está dividido em capítulos. No primeiro capítulo é destacada<br />

a importância do planejamento financeiro e da educação financeira. È<br />

apresentado também um modelo de planilha de controle de gastos, balanço<br />

patrimonial e demonstração de resultado que possam ser utilizados pelos<br />

casais. Além disso, procura-se transc<strong>rev</strong>er o que dizem os autores acerca do<br />

relacionamento dos casais com o dinheiro.<br />

O segundo capítulo apresenta alternativas para o equilíbrio das finanças.<br />

São apresentadas formas de economizar nos principais gastos do dia a dia,<br />

como alimentação, água, luz, telefone, higiene, saúde e cuidados pessoais.<br />

Também são apresentadas sugestões para o incremento das receitas.<br />

No terceiro capítulo, os principais tipos de investimento são<br />

apresentados e caracterizados. Como se pode notar, os capítulos estão<br />

ordenados de forma a justificar a importância do planejamento financeiro e da<br />

elaboração do orçamento doméstico, apresentado alternativas para a correção<br />

deste orçamento ao se apresentar formas de diminuir as despesas. Da mesma<br />

forma são apresentadas alternativas que possibilitem o aumento das receitas.<br />

Sobrando dinheiro, é possível fazer investimentos e para auxiliar nesta decisão<br />

são apresentados os tipos de aplicação financeira existentes no mercado ao<br />

alcance das pessoas físicas.<br />

No quarto capítulo é apresentada a metodologia utilizada para o<br />

desenvolvimento da pesquisa e no quinto capítulo os dados obtidos são<br />

apresentados e analisados.


1. PLANEJAMENTO FINANCEIRO<br />

No mundo atual, as pessoas vivem uma rotina agitada, de estresse,<br />

pressão no <strong>trabalho</strong> e ainda no caso das mulheres, a dupla jornada. Apesar<br />

disso, as pessoas tem tido uma vida cada vez mais longa, e isso proporciona<br />

maior tempo para descanso na velhice, mas ao mesmo tempo traz uma<br />

preocupação, pois nessa vida mais longa, muitos já não podem ou não querem<br />

mais trabalhar e sim aproveitar o momento tão esperado depois de longos anos<br />

de <strong>trabalho</strong>, que é o momento do descanso.<br />

Isso pode soar bem aos ouvidos de muitos, mas será que eles já<br />

pararam para pensar em como será esse momento? Com que recursos irão<br />

aproveitar esses momentos que deveriam ser de tranqüilidade? Para quem<br />

teve um bom planejamento financeiro durante sua vida de <strong>trabalho</strong> não há<br />

motivos para preocupação. O problema é que a grande maioria das pessoas<br />

não planeja suas finanças, e quando chega ao fim da vida acaba sofrendo por<br />

isso.<br />

Nesse sentido Silva Neto (2003) salienta a importância do planejamento<br />

financeiro. Para ele “(...) independente da nossa idade, nunca é cedo demais,<br />

ou tarde demais, para iniciar o planejamento financeiro.” (p. 78). O autor<br />

ressalta ainda a importância da educação financeira, que para ele deveria<br />

entrar no currículo básico das escolas.<br />

Já Segundo Filho (2003) ressalta a importância de os pais ensinarem os<br />

filhos a poupar desde pequenos. Segundo ele, não é pelo fato de a família ter<br />

dinheiro que se deve dar tudo aos filhos. Eles precisam aprender o valor do<br />

dinheiro e o quanto é difícil ganhá-lo. Muitos pais ricos pensam que sua fortuna<br />

automaticamente transformará seus filhos em adultos bem sucedidos, mas<br />

nem sempre isso acontece.


Kiyosaki e Lechter (2000) destacam que o mundo sofreu profundas<br />

transformações e que os conselhos que os pais davam antigamente a seus<br />

filhos, de que deveriam estudar e tirar boas notas para garantir um bom<br />

emprego já não servem mais. O que acontece na maioria dos casos, é que os<br />

jovens de hoje têm cartão de crédito sem nunca ter aprendido nada sobre<br />

dinheiro, afinal as escolas básicas não têm aulas de educação financeira, e os<br />

diálogos em casa a respeito também não são comuns. Além disso, o mundo<br />

atual, incentiva mais o consumo do que a poupança.<br />

Kiyosaki e Lechter relatam ainda o seguinte:<br />

O dinheiro é uma forma de poder. Mais poderosa ainda, entretanto, é<br />

a instrução financeira. O dinheiro vem e vai, mas se você tiver sido<br />

educado quanto ao funcionamento do dinheiro, você adquire poder<br />

sobre ele e pode começar a construir riqueza. O motivo pelo qual o<br />

simples pensamento positivo não funciona é porque a maioria das<br />

pessoas foi à escola e nunca aprendeu como o dinheiro funciona, e<br />

assim passam suas vidas trabalhando pelo dinheiro. 2000, p. 26<br />

A educação financeira é de fato muito importante. Provavelmente se<br />

tivéssemos aprendido algo sobre dinheiro na escola nos tornaríamos adultos<br />

mais inteligentes financeiramente, e adeptos de um planejamento financeiro<br />

impecável.<br />

Mas o que é de fato planejamento financeiro? Para responder essa<br />

questão será utilizada neste <strong>trabalho</strong> a definição dada por Victor G. Hallman e<br />

Jerry S. Rosenbloom apud Silva Neto (2003, p. 71).<br />

Planejamento financeiro pessoal é o desenvolvimento e<br />

implementação de um plano total, coordenado, para se chegar à<br />

condição financeira desejada. Os elementos essenciais desse<br />

conceito são o desenvolvimento de um plano que atenda a todas as<br />

necessidades financeiras de uma pessoa buscando atingir os<br />

objetivos financeiros totais de cada um.


Dinheiro realmente não é uma questão muito discutida nas famílias. E<br />

quando entra em discussão certamente não é porque está sobrando, e sim<br />

pelo contrário. A verdade é que a maioria das pessoas só se preocupa com o<br />

dinheiro quando ele falta. Para evitar que isso ocorra, é imprescindível a<br />

elaboração do orçamento financeiro, e antes ainda do planejamento financeiro.<br />

1.1 ELABORANDO O PLANEJAMENTO FINANCEIRO<br />

Para Cerbasi (2004) elaborar um planejamento financeiro não é tão<br />

difícil, e pode se tornar algo prazeroso. Ele aponta três razões para que as<br />

pessoas falhem neste planejamento. A primeira é a tendência natural que as<br />

pessoas têm de deixar sua vida pessoal em segundo plano, inclusive o<br />

planejamento financeiro. A segunda é a burocracia exigida na elaboração de<br />

um plano de gastos e investimentos. Com certeza esta atividade não é tão<br />

atraente, quanto inúmeras outras que poderiam estar sendo feitas naquele<br />

período. A terceira e última razão é a sedução do dinheiro. É difícil resistir às<br />

tentações do consumo, mesmo quando se está convencido da importância de<br />

poupar.<br />

Cerbasi (2004) ressalta que mais importante do que conquistar um<br />

padrão de vida é mantê-lo e é para isso que serve o planejamento financeiro.<br />

Poupar não se justifica por si só. É preciso haver um rumo, um objetivo. O<br />

dinheiro guardado não trará segurança, se você não souber quanto custa esta<br />

segurança. O autor lembra ainda que muitas pessoas não formam reservas<br />

em dinheiro e preferem fazê-lo adquirindo imóveis para deixar de herança aos<br />

filhos. Mas poucos são os filhos que usufruem o bem herdado, a maioria vende<br />

o imóvel abaixo do valor de mercado por estar em dificuldades financeiras.<br />

Enquanto isso, se a herança tivesse sido em dinheiro não se desvalorizaria a<br />

tal ponto.<br />

Segundo Silva Neto (2003) na elaboração de um planejamento<br />

financeiro, a primeira coisa a ser feita é uma avaliação da condição financeira,


para então traçar os objetivos. Cabe lembrar que estes objetivos devem ser<br />

compatíveis com a realidade de cada um. Por exemplo, se determinada pessoa<br />

tem renda de classe média, certamente colocar entre seus objetivos a compra<br />

de uma Ferrari pode fazê-la desistir rapidamente, uma vez que ela perceba que<br />

se tornará muito doloroso atingir este objetivo.<br />

O segundo passo é traçar um plano abrangente e completo que permita<br />

alcançar a condição financeira desejada. Este plano deve incluir tudo o que se<br />

precisa para ter uma vida confortável e garantir segurança a longo prazo.<br />

Este plano deve ser também coordenado, levando em conta as<br />

necessidades e desejos de curto, médio e longo prazo. Ainda assim, nenhum<br />

plano é definitivo, uma vez que sempre aparecem imp<strong>rev</strong>istos que podem<br />

acabar com o nosso planejamento. Por isso todo planejamento precisa ser<br />

constantemente ajustado.<br />

O autor destaca ainda que é importante estabelecer uma política de<br />

investimentos, a fim de delimitar e definir quais os investimentos que mais se<br />

adéquam aos objetivos estabelecidos no plano.<br />

A Cartilha Mulheres em Ação da Bovespa (2005), explica<br />

detalhadamente o que é necessário que se faça para elaborar um bom<br />

planejamento financeiro. A seguir são apresentadas essas sugestões.<br />

1) Defina os objetivos e estratégias: qual o projeto de vida?<br />

2) Reúna os familiares ou pessoas envolvidas para conhecerem os<br />

planos e negocie comprometimento de todos;<br />

3) Faça um levantamento detalhado da situação atual de todos os<br />

gastos e rendimentos líquidos, por três meses ou mais.<br />

4) Analise e discuta os gastos identificando os supérfluos e quais<br />

despesas a cortar que afetam o padrão de vida projetado.<br />

5) Definir os objetivos por ordem de prioridade, separando-os por curto<br />

prazo (um ano), médio prazo (cinco anos) e longo prazo (acima de


cinco anos).<br />

6) Elimine dívidas e inicie um programa de poupança, um mínimo por<br />

mês, para se educar na disciplina e começar a investir.<br />

7) Estude as melhores alternativas de investir a poupança acumulada.<br />

Observe os princípios: rendimento, liquidez e risco. Avalie a<br />

idoneidade e tradição das instituições financeiras ou emitentes de<br />

títulos.<br />

8) Ao investir considere aspectos tributários: Imposto de Renda Pessoa<br />

Física, Imposto de Renda na Fonte, IOF, Taxas de Administração e<br />

custos fixos dos bancos.<br />

9) Evite dívidas e compras a prazo com juros maiores que suas<br />

aplicações. Dívida de casa própria ou bens de grande valor devem<br />

estar cobertos com seguros.<br />

10) Periodicamente, de seis em seis meses, avalie a situação patrimonial<br />

e resultados alcançados, se necessário, reorientar a estratégia.<br />

A seguir serão apresentados modelos de planilha de controle de gastos,<br />

balanço patrimonial e demonstração de resultado, elementos que ajudam a<br />

definir e ajustar o planejamento financeiro.<br />

1.2 ORÇAMENTO FINANCEIRO PESSOAL<br />

Segundo Silva Neto (2003), para elaborar um planejamento financeiro é<br />

necessário saber quanto você ganha e gasta hoje. Ele propõe um modelo de<br />

planilha de controle de gastos e sugere que se acompanhem rigorosamente as<br />

despesas por três meses. Através desta planilha se torna possível saber<br />

exatamente em que você está gastando seu dinheiro, e assim fica mais fácil


saber onde estão os gastos que poderiam ser cortados ou diminuídos, gerando<br />

a possibilidade de poupar para investir e garantir um futuro financeiro tranqüilo.<br />

A planilha de gastos sugerida por Silva Neto está transcrita a seguir.<br />

Item R$ Item R$<br />

Academia<br />

Luz<br />

Água<br />

Médico / Farmácia / Saúde<br />

Combustível<br />

Poup. Aposentadoria<br />

Condomínio<br />

Poup. Curto Prazo<br />

Dentista<br />

Poup. Educação<br />

Diversão<br />

Restaurante<br />

Empregados<br />

Seguro de Vida<br />

Escola / Educação<br />

Seguro do Carro<br />

Gás<br />

Supermercado<br />

Impostos e Taxas<br />

Telefone<br />

Livros / Periódicos<br />

Vestuário<br />

Quadro 1: Planilha de Gastos<br />

Fonte: Silva Neto (2003)<br />

A planilha de gastos apresentada é apenas um modelo, uma sugestão.<br />

Cada um pode montar sua própria planilha, incluindo ou excluindo o que achar<br />

necessário. Pode-se perceber que alguns gastos são esporádicos, como o<br />

seguro e as despesas médicas, mas devemos estar preparados para eles<br />

assim que ocorrerem, daí a importância de constarem na planilha.<br />

Para Halfeld (2001) não basta apenas elaborar uma planilha de gastos.<br />

Mais do que isso é necessário controle sobre o seu patrimônio, para saber se<br />

ele está crescendo ou não. Para essa tarefa é necessário que se elabore um<br />

Balanço Patrimonial do indivíduo ou da família.<br />

O Balanço Patrimonial é composto pelo Ativo, pelo Passivo e pelo<br />

Patrimônio Líquido.


Ativo é o conjunto de bens e direitos de uma pessoa ou empresa.<br />

Incluem-se aí, por exemplo, saldo em conta corrente, aplicações financeiras,<br />

imóveis, saldo de FGTS e outros.<br />

O Passivo é o conjunto de dívidas e obrigações desta pessoa ou<br />

empresa. É composto por contas a pagar, empréstimos, financiamentos.<br />

Já o Patrimônio Líquido representa a riqueza que se possui, é obtido<br />

pela diferença entre Ativo e Passivo.<br />

A seguir é apresentado um modelo de Balanço Patrimonial.<br />

BALANÇO PATRIMONIAL<br />

ATIVO<br />

ATIVO DE CURTO PRAZO<br />

PASSIVO<br />

EXIGÍVEL A CUTO PRAZO<br />

Saldo na conta corrente R$ Cartão de crédito R$<br />

Fundo de Renda Fixa DI R$<br />

ATIVO DE LONGO PRAZO<br />

Saldo devedor de financiamento do<br />

automóvel R$<br />

Prestação com vencimento em<br />

menos de 1 ano R$<br />

Empréstimo concedido a alguém R$ EXIGÍVEL A LONGO PRAZO<br />

FGTS R$<br />

Prestação com vencimento após um<br />

ano R$<br />

ATIVO PERMANENTE SUBTOTAL R$<br />

Apartamento R$ PATRIMÔNIO LÍQUIDO<br />

Carro R$<br />

Ativo - Passivo Exigível = Patrimônio<br />

Líquido<br />

TOTAL R$ TOTAL R$<br />

Quadro 2: Balanço patrimonial<br />

Fonte: Halfeld (2001)<br />

Além do Balanço Patrimonial, Halfeld (2001) sugere ainda a elaboração<br />

de um Demonstrativo de Resultado, que possibilita a visualização de cada


despesa e cada receita e ainda da diferença entre ambas. Essa montagem nos<br />

permite perceber se sobra ou falta dinheiro e por que. Além disso, é possível<br />

enxergar a soma de todos os pequenos gastos realizados durante o mês,<br />

aqueles que você julga inofensivos, mas que somados se tornam uma ameaça<br />

ao seu planejamento financeiro.<br />

A seguir o modelo de Demonstrativo de Resultado sugerido por Halfeld.<br />

RESULTADO DO MÊS<br />

RECEITAS<br />

Salário líquido R$<br />

DESPESAS<br />

Gastos com alimentação R$<br />

Gastos com academia de ginástica R$<br />

Prestação de imóvel R$<br />

Automóvel (seguro, prestação, gasolina etc.) R$<br />

Lazer R$<br />

Plano de saúde R$<br />

Roupas e acessórios R$<br />

Subtotal R$<br />

Resultado disponível para investir R$<br />

Quadro 3: Demonstrativo de Resultado<br />

Fonte: Halfeld (2001)<br />

Uma vez elaborados todos esses instrumentos, já é possível perceber o<br />

que precisa ser corrigido para que se possa realizar aquele sonho antigo ou<br />

então formar um fundo de reserva para a aposentadoria. Mas, como<br />

normalmente as pessoas não vivem sozinhas, costumam constituir família, é<br />

imprescindível que todos se conscientizem e colaborem para a execução deste<br />

planejamento. Esse assunto será tratado nas próximas linhas.


1.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO EM FAMÍLIA<br />

Negócio de família – é assim que Silva Neto (2003) define o<br />

planejamento financeiro. Para que se consiga atingir os objetivos almejados no<br />

planejamento é essencial que todos colaborem em todas as fases do<br />

planejamento, pois este não um compromisso de apenas uma pessoa, mas de<br />

uma família inteira. Silva Neto (2003, p. 73) ressalta que se todos estiverem<br />

comprometidos “fica mais fácil gerenciar as tentações, minimizando até<br />

incompreensão e aumentando o senso de responsabilidade de todos”.<br />

Sobre planejamento financeiro e família o autor destaca ainda que:<br />

Planejamento financeiro e compromisso devem ser parceiros<br />

inseparáveis; sem um o outro nunca será efetivo e completo. Uma<br />

família é uma instituição muito importante, instabilidade financeira<br />

pode destruí-la; portanto, é do interesse dela própria garantir recursos<br />

suficientes para que tenha condições de existir e desenvolver-se.<br />

SILVA NETO, 2003, p. 74.<br />

Cerbasi (2004) também ressalta a importância do planejamento<br />

financeiro levar em conta os desejos e necessidades de todos os envolvidos.<br />

Segundo ele (2004, p. 13) “grande parte dos problemas de relacionamento<br />

entre marido e mulher começa no dinheiro – no excesso ou na falta dele”. O<br />

autor conta ainda que na maioria das vezes as pessoas não percebem que o<br />

problema é financeiro, e isso <strong>rev</strong>ela um problema bastante comum: não saber<br />

lidar com o dinheiro e torná-lo suficiente às necessidades.<br />

O autor destaca ainda que quando os casais possuem mais dinheiro,<br />

raramente conversam sobre como utilizá-lo, e passam a culpar um ao outro por<br />

qualquer motivo, e isso leva a confrontos que mais tarde podem acabar em<br />

separação.


Cerbasi (2004) esclarece que o problema é que ninguém conversa sobre<br />

dinheiro quando está tudo bem. Os casais deixam para conversar e buscar<br />

alternativas quando elas já não são mais tão simples.<br />

O autor também destaca que:<br />

(...) Hoje, a mulher não só conquistou uma posição social e<br />

profissional equiparada à do homem como passou a discutir e dividir<br />

o controle do planejamento e das finanças a família e dos negócios<br />

familiares. Essa nova realidade também gerou a necessidade de<br />

chegar a um acordo sobre a administração da renda familiar em<br />

parceria. CERBASI, 2004, p. 14<br />

Cerbasi (2004) esc<strong>rev</strong>e que assim como a vida amorosa de um casal, a<br />

vida financeira também precisa de muito diálogo. Mas não adianta apenas<br />

conversar. Os objetivos de cada um precisam ficar bem claros ao outro para<br />

que também possam ser atingidos. Se isto não acontecer, os sonhos de um<br />

podem acabar se tornando empecilhos para as conquistas do outro.<br />

1.4 CASAIS SEM FILHOS E O DINHEIRO<br />

Guimarães (2007) em sua dissertação intitulada “O seu, o meu e o<br />

nosso: o processo de construção conjunta do ‘compromisso financeiro’ do casal<br />

de dupla carreira na fase de aquisição do ciclo vital” faz um estudo a respeito<br />

dos fatores que envolvem o planejamento financeiro de casais sem filhos.<br />

Segundo ela, existem várias temáticas envolvidas quando o assunto é dinheiro<br />

no casamento, as quais se fará uma tentativa de transcrição neste <strong>trabalho</strong>.<br />

Em primeiro plano, a autora relata que homens e mulheres encaram o<br />

dinheiro de formas diferentes. Isso é reflexo do tratamento que recebem da<br />

família desde a infância, quando os meninos são estimulados a competir,


enquanto que as meninas são mais protegidas. Segundo a autora,<br />

historicamente, os meninos são criados para serem independentes e bem<br />

pagos, enquanto que as meninas ouvem de suas famílias que devem se casar<br />

com um homem que as sustente. Ainda assim, atualmente, as mulheres têm<br />

buscado a independência financeira, mas foram ensinadas que os homens<br />

entendem mais de dinheiro do que elas, e acabam por se tornar dependentes,<br />

ou por ouvir demais o que os outros pensam ou por não terem coragem de<br />

tomar suas próprias decisões.<br />

Dessa forma, pode-se entender que cada um traz consigo em um<br />

relacionamento uma bagagem em relação a dinheiro que irá afetar seu<br />

relacionamento conjugal e com o dinheiro diretamente.<br />

Para a autora:<br />

(...) Há diferenças ao se pensar no significado do dinheiro dentro de<br />

uma relação de casal. Tais diferenças <strong>rev</strong>elam-se em estilos, em<br />

modelos herdados das famílias de origem sob a forma de mitos,<br />

crenças, modelos culturais e sociais que exercem influência no modo<br />

de lidar com o dinheiro. GUIMARÃES, 2007, p. 38.<br />

Segundo Guimarães (2007), a mulher normalmente faz mais gastos com<br />

a casa e com os filhos, já o homem procura gastar mais consigo mesmo, pois<br />

para ele dinheiro significa poder.<br />

Segundo a autora, atualmente as pessoas muitas vezes não formalizam<br />

seu casamento, apenas decidem morar juntas. Nesse sentido, ela observa que<br />

entre os casais legalmente casados normalmente existe uma visão universal do<br />

dinheiro do casal, ou seja, o dinheiro não é meu, é nosso. Já no caso dos<br />

casais que não formalizaram o casamento, existe uma visão mais individualista<br />

do dinheiro, o que ocorre em razão de questionarem a durabilidade, o<br />

comprometimento e a ideologia da relação.


Ainda nesse sentido, a autora desc<strong>rev</strong>e dois sistemas adotados pelos<br />

casais no que tange a administração do orçamento doméstico.<br />

- Administração independente do dinheiro: essa administração<br />

independente significa, em resumo, que não existe nosso. Cada um dos<br />

parceiros tem uma conta bancária, a qual o outro não tem acesso, e gasta seu<br />

dinheiro sem dar satisfação ao outro. As contas da casa são divididas ao meio,<br />

e as economias são separadas.<br />

- Administração parcialmente conjunta do dinheiro: nesse sistema cada<br />

um dos parceiros possui uma conta individual no banco e mais uma conta<br />

conjunta, a qual ambos têm acesso. Na conta individual realizam seus gastos<br />

pessoais, normalmente sem questionar o outro. Na conta conjunta depositam o<br />

dinheiro para as despesas da casa. Também nessa conta fazem os<br />

investimentos conjuntos, em busca de algum objetivo, como a compra da casa<br />

própria, por exemplo.<br />

Para a autora o dinheiro é capaz de gerar muitos conflitos entre os<br />

casais, e, além disso, pode acabar desencadeando ou trazendo a tona outros<br />

conflitos existentes. E isso pode se tornar motivo, inclusive, para uma<br />

separação.<br />

Como o dinheiro mal administrado pode trazer tantos problemas, serão<br />

apresentados no próximo capítulo formas de administrar o dinheiro, seja pela<br />

diminuição das despesas, seja pelo aumento das receitas.


2. COMO MELHORAR AS FINANÇAS<br />

Ao elaborar o planejamento financeiro podemos nos deparar com duas<br />

situações: sobrou ou faltou dinheiro. Quando da elaboração do orçamento,<br />

foram elencadas todas as receitas e todas as despesas realizadas ou p<strong>rev</strong>istas<br />

no mês. Muitas vezes poderá ser observado que a pessoa está gastando mais<br />

do que ganha, utilizando o crédito rotativo oferecido pelo seu banco no cartão<br />

de crédito ou cheque especial e consumindo além de suas reais possibilidades.<br />

Isso é um problema e precisa ser corrigido.<br />

Da mesma forma, ao elaborar seu orçamento financeiro pessoal, podese<br />

perceber que sobrará dinheiro naquele mês. Então o que fazer? Convidar os<br />

amigos para aquela festa de arromba? Ou poupar aquele dinheirinho que vai<br />

sobrar para realizar algum dos objetivos estabelecidos no planejamento<br />

financeiro?<br />

Nas linhas a seguir, serão apresentadas sugestões de procedimentos<br />

em ambos os casos, o da sobra ou falta de recursos.<br />

2.1 GASTOS ACIMA DAS RECEITAS


Se uma vez elaborado o orçamento financeiro for constatado que você<br />

está gastando mais do que ganha, é hora de refletir. O primeiro passo é avaliar<br />

seus gastos. Aquela compra era realmente necessária? Em outros casos,<br />

como as contas de água e luz, por exemplo, há sempre a possibilidade de<br />

economizar para diminuir aquele gasto e fazer com que ele comprometa um<br />

percentual menor da sua renda.<br />

Ewald (2007) separa as despesas em oito categorias: morar, comer, ir e<br />

vir, vestir, estudar, lazer, saúde e despesas financeiras. O autor esclarece<br />

ainda que há despesas que são passíveis de redução, já em outros casos não<br />

existem muitas alternativas. São as chamadas despesas elásticas e inelásticas.<br />

2.1.1 Despesas com Moradia<br />

A moradia é um desses itens praticamente inelásticos. As principais<br />

despesas desta categoria são o aluguel de um imóvel ou o pagamento da<br />

prestação da casa própria, ou seja, para que haja redução desta despesa seria<br />

necessária a troca do imóvel por um de menor valor. Nesta categoria ainda se<br />

enquadram despesas com condomínio, impostos e taxas, manutenção,<br />

seguros, água, luz, telefone e internet.<br />

Quanto à despesa com condomínio é preciso estar atento. É de fato uma<br />

despesa praticamente inelástica, mas é preciso tomar cuidado com os abusos.<br />

Outra despesa que pode ter um custo alto e trazer muitos problemas é a<br />

despesa com manutenção da casa, que consiste na contratação de serviços de<br />

profissionais autônomos para resolver problemas de encanamento, energia<br />

elétrica ou fazer alguma reforma necessária. É preciso buscar informações e<br />

referências sobre o profissional que se pretende contratar, pois nesse mercado<br />

existe muita gente séria e honesta, mas também existem aqueles que só<br />

querem levar vantagem. Por isso buscar referências é sempre recomendado. O


mesmo deve ser feito quando da contratação da diarista que cuidará da<br />

limpeza da casa, e na contratação de outros serviços que envolvam o seu lar.<br />

Quanto aos impostos, a única coisa a fazer para diminuir a despesa é<br />

tentar pagar a vista para obter o desconto normalmente p<strong>rev</strong>isto nesse caso.<br />

Os seguros devem ser contratados com um corretor de confiança e uma<br />

seguradora séria que realmente cumpra com o contrato na hora de um sinistro.<br />

Outra despesa relevante no orçamento doméstico costuma ser com<br />

telefonia e internet. Segundo Ewald (2007) estas despesas são hoje, os<br />

maiores cupins do orçamento doméstico, principalmente em razão do uso de<br />

celulares. O autor recomenda evitar o uso do celular, e se o uso for necessário<br />

preferir os pós pagos, que são mais baratos que os pré pagos.<br />

Também é importante identificar os horários mais baratos junto à<br />

operadora, principalmente nos interurbanos, assim é possível economizar até<br />

75% nas ligações.<br />

A internet é outro problema, pois além do custo do telefone há também o<br />

custo do provedor. Ao optar por um provedor grátis, pode-se passar por alguns<br />

problemas de conexão, além daquelas propagandas que ficam piscando na<br />

tela do seu computador. Quanto ao custo da ligação, a melhor forma de<br />

redução é acessar a rede mundial de computadores nos horários em que a<br />

tarifa é mais barata.<br />

As despesas com água e luz também podem ser controladas através de<br />

pequenas atitudes do seu cotidiano, como será mostrado a seguir<br />

2.1.1.1 Economia de água<br />

A Corsan – Companhia Riograndense deSaneamento disponibiliza em<br />

sua página na web algumas sugestões que permitem a economia de água no


seu dia a dia, assim como a Cagepa – Companhia de Água e Esgotos da<br />

Paraíba.<br />

- Procure tomar banhos rápidos, e desligue o chuveiro ao se ensaboar.<br />

- Não exagere na quantidade de água para as plantas. Procure utilizar o<br />

regador ao invés da mangueira ao regar as plantas no jardim.<br />

- Ao escovar os dentes feche a torneira. Reabra só quando enxaguar a<br />

boca. O mesmo vale ao fazer a barba, ou lavar as frutas e verduras para<br />

preparar a comida.<br />

- Fique atento aos vazamentos. Caixas d’água, torneiras e descargas<br />

pingando podem ser sinais desse desperdício.<br />

- Para lavar a calçada, utilize a vassoura para tirar a sujeira mais grossa<br />

e depois jogue água com uso de baldes. Lavar a calçada com mangueira gasta<br />

4 litros de água por minuto.<br />

- Lave seu carro apenas uma vez por semana, e utilize balde para isso.<br />

A lavagem com a mangueira consome cerca de 300 litros de água.<br />

- Ao lavar a louça suja, deixe a torneira fechada. Ensaboe toda a louça<br />

primeiro e depois enxágüe.<br />

Pode-se perceber que com pequenas mudanças de comportamento é<br />

possível ao mesmo tempo ajudar o planeta, afinal a água é recurso nãorenovável,<br />

e economizar algum dinheiro para equilibrar o orçamento doméstico.<br />

2.1.1.2 Economia de Energia Elétrica<br />

No que tange economia de energia elétrica, tem-se no Brasil o Procel –<br />

Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, cujo objetivo é<br />

promover a racionalização da produção e consumo de energia elétrica. Estão


listadas abaixo algumas formas de economizar energia divulgadas no folheto<br />

“Dicas de economia de energia para um mundo melhor” do Procel.<br />

- Ao comprar aparelhos eletrodomésticos e eletroeletrônicos, procure<br />

aqueles que têm o selo de Procel de economia de energia.<br />

- Evite deixar esses aparelhos em modo de espera, pois eles<br />

apresentam um consumo considerável de energia mesmo nessa condição.<br />

- Evite o uso de benjamins, pois isso pode causar aquecimento e<br />

sobrecarga.<br />

- Ao fazer a instalação elétrica use fiação adequada e procure<br />

profissionais qualificados.<br />

- Utilize sempre fitas isolantes nas emendas de fios, pois emendas mal<br />

feitas aumentam as perdas elétricas.<br />

- Dê preferência aos chuveiros com múltipla regulagem e compre<br />

aparelhos adequados ao seu clima. Se possível utilize aquecedores solares,<br />

além de economizar energia, estará ajudando na preservação do meio<br />

ambiente.<br />

- Use resistências originais, verificando a potência e a voltagem correta<br />

do chuveiro.<br />

- Limpe periodicamente os orifícios de saída de água do chuveiro.<br />

- Verifique periodicamente se as resistências estão limpas.<br />

- Rebaixe as luminárias instaladas entre as vigas e o teto da garagem.<br />

Isso aumentará a intensidade da iluminação, e talvez permita a redução da<br />

quantidade de lâmpadas.<br />

- Onde for possível, use uma lâmpada de maior potência em lugar de<br />

várias de menor potência.<br />

- Evite pintar as paredes internas com cores escuras, pois isso exigira<br />

das lâmpadas maior intensidade de iluminação.


- Em ambientes externos procure substituir as lâmpadas existentes por<br />

lâmpadas a vapor de sódio a alta pressão ou lâmpadas multivapor metálico,<br />

que fornecem mais energia com menos consumo.<br />

- Utilize somente lâmpadas de tensão compatível com a da rede da<br />

concessionária.<br />

- Analise a possibilidade de instalar temporizadores ou fotocélulas para<br />

controle da iluminação.<br />

- Se não houver temporizadores para as lâmpadas dos corredores e da<br />

garagem no seu prédio, pode ser instalado um dispositivo chamado minuteria,<br />

que permite manter as luzes ligadas temporariamente, racionalizando o<br />

consumo de energia.<br />

- Não use lâmpadas incandescentes de bulbo fosco dentro de globos,<br />

prefira as de bulbo transparente. Como os globos eliminam o ofuscamento,<br />

podem diminuir a luminosidade, exigindo lâmpadas de maior potência.<br />

- Procure substituir lâmpadas incandescentes por lâmpadas<br />

fluorescentes compactas, nos corredores, no hall social e nas escadas.<br />

- Se possível, refaça a instalação dos interruptores para permitir o<br />

desligamento de lâmpadas em desuso.<br />

- Onde houver muitas lâmpadas, estude a possibilidade de desligamento<br />

alternado.<br />

- Se na garagem houver lâmpadas fluorescentes comandadas, em<br />

grupo, estude a possibilidade de instalar interruptores individuais, pois eles<br />

permitirão o desligamento parcial da iluminação, evitando o consumo pleno o<br />

tempo todo.<br />

- Nas garagens procure iluminar somente as áreas de circulação de<br />

veículos, e não os boxes diretamente.<br />

- Ao desativar uma ou mais lâmpadas fluorescentes, não esqueça de<br />

desligar também o reator, caso contrário ele continuará consumindo energia.


Cuidados com o condicionador de ar:<br />

- Dimensione o tamanho do aparelho ao tamanho do ambiente.<br />

- Evite o frio excessivo, regulando o termostato.<br />

- Desligue o aparelho quando o ambiente estiver desocupado.<br />

- Não tape a saída de ar do aparelho.<br />

- Instale o aparelho o mais alto possível. Proteja a parte externa da<br />

incidência dos raios solares sem bloquear as grades de ventilação.<br />

- Mantenha janelas e portas fechadas quando o aparelho estiver ligado.<br />

- Evite o calor do sol no ambiente, através de venezianas externas. Se<br />

não for possível mantenha cortinas e persianas fechadas.<br />

Cuidados com as lâmpadas:<br />

- Prefira lâmpadas fluorescentes compactas ou circulares.<br />

- Substitua lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes<br />

compactas ou circulares nos locais em que elas ficam mais de três horas<br />

acessas por dia. Além de iluminar melhor, elas duram até oito vezes mais.<br />

- Evite acender as lâmpadas durante o dia.<br />

- Apague as lâmpadas em ambientes desocupados.<br />

- Utilize iluminação direta para <strong>trabalho</strong>s manuais e leitura.<br />

- Limpe sempre lâmpadas, luminárias e lustres.<br />

Cuidados com o computador:<br />

- Acione o recurso de economia de energia do computador. Ele desliga o<br />

monitor quando não estiver sendo usado por muito tempo.<br />

- Não deixe os acessórios ligados sem necessidade.


Microondas:<br />

vez.<br />

- Aproveite melhor a energia, esquentando vários alimentos de uma só<br />

- Retire os alimentos antes do freezer, evitando descongelá-los no<br />

microondas.<br />

- Não obstrua a saída de ar do aparelho, a fim de evitar o<br />

superaquecimento e obter melhor rendimento.<br />

- Mantenha a superfície do forno sempre limpa, a fim de permitir um<br />

cozimento mais eficiente.<br />

Condomínio<br />

- Utilize sempre que possível a iluminação natural.<br />

- Desligue as lâmpadas em ambientes desocupados.<br />

- Limpe sempre as paredes, janelas, pisos e forro. Uma superfície limpa<br />

e clara reflete melhor a luz.<br />

- Limpe também as lâmpadas e luminárias, pois a sujeira pode diminuir a<br />

luminosidade.<br />

- Substitua os difusores mais amarelados e opacos por difusores de<br />

acrílico claro.<br />

- Substitua luminárias antiquadas ou quebradas, por novas mais<br />

eficientes e de limpeza fácil.<br />

Máquina de lavar roupa:<br />

- Acumule as roupas para lavar a maior quantidade de uma só vez.<br />

Regule o volume de água a quantidade de roupa.<br />

- Use a dose certa de sabão, para evitar a repetição dos enxágües.<br />

- Mantenha o filtro sempre limpo.


Geladeira e freezer:<br />

- Instale o aparelho em local bem ventilado, longe do fogão e procure<br />

manter distância mínima de 15 cm com os armários.<br />

- Não abra a porta sem necessidade ou por tempo prolongado.<br />

- Arrume os alimentos de forma que facilite sua localização, e mantenha<br />

espaço entre eles para facilitar a circulação do ar.<br />

- Não guarde alimentos líquidos e quentes, nem em potes sem tampa.<br />

ar.<br />

- Não forre as prateleiras da geladeira, pois isso dificulta a circulação do<br />

- Faça o degelo periodicamente, para evitar o acumulo de gelo.<br />

- Regule o termostato no inverno, quando a temperatura não precisa ser<br />

tão baixa.<br />

- Não use as serpentinas atrás do aparelho para secar roupas ou panos<br />

de prato e as mantenha sempre limpas.<br />

- Ao se ausentar da casa por tempo prolongado, esvazie o aparelho e<br />

desligue.<br />

- Verifique regularmente o estado das borrachas de vedação da porta.<br />

Televisão:<br />

- Desligue o aparelho quando ninguém estiver assistindo.<br />

- Evite dormir com a televisão ligada.<br />

- Desligue o modo de espera do aparelho, pois ele também gasta<br />

energia.<br />

Ferro Elétrico:<br />

- Acumule a maior quantidade de roupas e passe tudo de uma vez.


- Regule a temperatura de acordo com o tecido a ser passado.<br />

- Nunca esqueça o ferro ligado.<br />

- Não encoste o ferro no fio alimentador quando ele estiver em uso.<br />

- Não faça emendas no fio alimentador.<br />

Chuveiro Elétrico:<br />

- Quando não estiver fazendo frio, deixe a chave na posição verão.<br />

- Feche o registro ao ensaboar-se.<br />

- Procure tomar banhos rápidos.<br />

Com a apresentação destas dicas, pode-se notar que a mudança de<br />

alguns hábitos do nosso cotidiano pode fazer a diferença no orçamento sem<br />

representar um grande sacrifício pela sua realização.<br />

2.1.2 Despesas com comida<br />

Segundo Ewald (2007) as despesas com alimentação representam<br />

cerca de 25% dos gastos do orçamento doméstico. O autor salienta os<br />

supermercados são verdadeiros templos do consumo, assim como os<br />

shoppings e por isso especialistas em marketing. Os supermercados<br />

representam uma armadilha para o orçamento doméstico do consumidor que<br />

não estiver muito atento, pois lá tudo é preparado para você gastar mais.<br />

Provavelmente a maioria dos consumidores nunca pensou nisso, mas é<br />

só prestar um pouquinho de atenção para perceber que lá não há relógios,<br />

assim o consumidor gasta muito tempo distraído com as ofertas. Também não<br />

há janelas, para não dispersar a atenção do consumidor; o chão é escorregadio<br />

para que não se possa andar rápido e prestar atenção nas ofertas; os produtos<br />

mais importantes, de maior concorrência e melhor preço estão bem no fundo


do supermercado para obrigar o consumidor a passar por várias ofertas<br />

tentadoras até chegar lá.<br />

Para escapar dessas armadilhas, Ewald (2007) dá algumas dicas para<br />

economizar no supermercado, que não são novas, mas bastante eficazes.<br />

- Ir às compras somente após as refeições, pois quem está com fome<br />

gasta mais.<br />

- Fazer as compras uma vez por semana, de modo a aproveitar todas as<br />

ofertas semanais de tempo limitado.<br />

- O comprador da casa deve ser a mulher, que está mais acostumada.<br />

Os homens têm tendência a comprar mais desnecessariamente.<br />

- Deixar as crianças em casa, pois elas sempre querem algum<br />

presentinho, e se os pais não souberem dizer não, adeus orçamento<br />

doméstico.<br />

- Conferir os preços que estão na prateleira com aqueles que são<br />

cobrados no caixa, pois muitas vezes eles não conferem e a sua economia<br />

pode ser comprometida.<br />

- Como estratégia de marketing, os mercados costumam ser mais<br />

baratos de terça a quinta feira e nos domingos, para atrair mais clientela. Você<br />

pode se valer disso para economizar.<br />

- Levar sempre uma lista de compras bem organizada para economizar<br />

e aproveitar as ofertas. O autor aconselha ainda, organizar esta lista por seção<br />

do mercado e em ordem alfabética, para que se torne mais fácil controlar o que<br />

já foi comprado e o que ainda se precisa procurar. Com essa organização, o<br />

consumidor evita passeios entre as seções, e por conseqüência o consumo de<br />

supérfluos.<br />

Segundo o autor, também é de suma importância analisar bem as<br />

ofertas dos supermercados. Uma estratégia de marketing bastante comum é<br />

anunciar ofertas por tempo limitado apenas para alguns produtos. Se você for


um consumidor atento, vai perceber que as grandes redes anunciam ofertas<br />

para setores diferentes do mercado, de forma que se pode aproveitar todas<br />

elas, com alguma disposição e paciência. Isso é fundamental na vida de quem<br />

quer economizar, pois segundo Ewald (2007), essa estratégia aliada a<br />

estoques antecipados estrategicamente permite uma economia de até 20%<br />

sobre o total.<br />

Outra dica do autor é que nunca se deve acreditar plenamente nas<br />

promoções. Às vezes os anúncios mostram preços exorbitantes como se<br />

fossem uma pechincha, só para fazer o consumidor acreditar que o preço está<br />

realmente baixo. Consumidor atento não se deixa iludir.<br />

É preciso tomar cuidado também com os prazos de validade desses<br />

produtos em oferta. Muitas vezes o produto vence em uma ou duas semanas,<br />

de forma que aquele que compra uma quantidade muito grande acaba por<br />

perder o produto.<br />

Também é preciso estar atento para aqueles supermercados que<br />

oferecem “o melhor preço, ou seu dinheiro de volta”. Que devolvem o dinheiro<br />

é verdade, mas se o preço é realmente o melhor, isso é uma coisa para se<br />

conferir. Para fazer economia com essa promessa é preciso muita disposição<br />

para pesquisar os melhores preços. Mostrando encartes de outras lojas que<br />

tenham preço melhor, algumas redes de supermercados realmente devolvem a<br />

diferença.<br />

O autor ainda orienta tomar cuidado com ofertas do tipo “pague 4 e leve<br />

5”. É preciso fazer as contas, pois uma oferta desse tipo deveria representar<br />

um desconto de 20% em cada produto. Também é necessário examinar sua<br />

condição financeira antes de aproveitar uma oferta dessas. Se no seu<br />

orçamento está sobrando dinheiro, vale a pena aproveitar a oferta. Mas se<br />

você está utilizando o cheque especial sua intenção de economia pode trazer<br />

prejuízo, pois um desconto de 20%, com a taxa de juros do cheque especial<br />

em torno de 10%, só é interessante para produtos que fiquem em estoque por<br />

menos de dois meses.


O autor recomenda cuidado também nas compras nas feiras livres.<br />

Segundo ele existem alguns bons argumentos para se ir a feira, tais como a<br />

proximidade de casa, ter produtos sempre frescos e maduros, prontos para<br />

serem consumidos na hora. Só que isso tudo, normalmente acarreta em preços<br />

mais altos que o do supermercado, principalmente de manhã, quando os<br />

produtos são de melhor qualidade. Uma boa dica para economizar na feira é<br />

dar um passeio descontraído pela feira, observando os preços. Os<br />

comerciantes observam seus movimentos e, na volta, estão dispostos a<br />

negociar. Outra vantagem pode ser a prova das frutas. Na feira você pode ir de<br />

barriga vazia para degustar as frutas, e isto já representa algum ganho.<br />

Quanto às compras em açougues e peixarias, o autor ressalta que<br />

podem ser uma boa opção, pois os produtos são mais frescos, e se cria uma<br />

relação de confiança com o dono do estabelecimento e seus funcionários que<br />

pode dar abertura para pechinchar.<br />

2.1.3 Despesas com vestimenta<br />

Segundo Ewald (2007), a melhor forma de economizar com roupas e<br />

sapatos é aproveitar as liquidações, que geralmente ocorrem no final da<br />

estação, principalmente no outono e no inverno. É bem difícil convencer as<br />

mulheres a comprar depois que passou a moda da estação, mas aí vale ter<br />

consciência e gastar o sapato para pesquisar os melhores preços.<br />

2.1.4 Despesas com transporte<br />

Segundo Ewald (2007) a decisão de deslocar-se para o <strong>trabalho</strong> de<br />

carro implica alguns custos que no final do mês podem ser um rombo no<br />

orçamento. Além do gasto de combustível, cujo preço está sempre subindo, há


ainda o gasto com estacionamento, que é bastante alto. Para o autor, uma<br />

alternativa ao uso do carro é o metrô que é barato e garante pontualidade nos<br />

compromissos. As passagens de ônibus e vans também são mais baratas do<br />

que usar o carro, mas cabe avaliação pela questão dos constantes assaltos<br />

que esse tipo de transporte coletivo sofre.<br />

Já nos finais de semana, o carro inevitavelmente acaba rodando e isso<br />

implica gastos com oficina para <strong>rev</strong>isões periódicas e manutenção p<strong>rev</strong>entiva.<br />

Além desses gastos todos, há ainda a possibilidade de o motorista levar uma<br />

multa. Elas geralmente são caras e um desperdício de dinheiro, por isso vale<br />

dirigir com cuidado e respeitar a sinalização.<br />

E para quem quer garantir a segurança do veículo, há ainda o custo com<br />

seguro. Nas grandes cidades, principalmente, não é aconselhável não fazer<br />

seguro. Nesse caso, a melhor forma de economizar é fazer cotações com<br />

várias seguradoras e pechinchar para obter o melhor preço.<br />

2.1.5 Despesas com cuidados pessoais<br />

Nessa categoria estão incluídas as despesas com manicure, pedicure,<br />

depilação e cuidados com o cabelo. Nesse caso, Ewald (2007) recomenda ir<br />

ao salão de terça a quinta feira, dias em que há maiores descontos. Outra<br />

sugestão para as mulheres, é que podem fazer boa parte desses serviços em<br />

casa mesmo. E até os homens podem estender o período entre um corte de<br />

cabelo e outro. Já os gastos com xampus, cremes, hidratantes e outros<br />

cosméticos são praticamente inelásticos, pois as mulheres dificilmente abrem<br />

mão dessas regalias, e como os homens gostam das mulheres bem cuidadas,<br />

paciência.<br />

O autor classifica ainda nesse item os gastos com academia de<br />

ginástica. No caso de aperto no orçamento, esse gasto pode ser eliminado ou<br />

diminuído, trocando-se a academia por caminhadas na rua, ao ar livre. No caso<br />

da musculação, não existem muitas alternativas.


2.1.6 Despesas com estudo<br />

Segundo Ewald (2007), quem tem filhos pequenos e paga mensalidade<br />

escolar em colégio particular precisa passar por isso, pois o ensino nas escolas<br />

públicas deixa a desejar. Para economizar com esta despesa é necessário<br />

negociar os reajustes com a escola, e no caso de se ter mais de um filho<br />

matriculado naquela escola, usar seu poder de barganha para obter descontos<br />

nas mensalidades.<br />

Já na faculdade, a opção são os institutos federais que oferecem ensino<br />

de qualidade e são gratuitas. Mas para passar no vestibular é preciso estudar<br />

muito, e os pais precisam cobrar isso dos filhos, até porque as universidades<br />

particulares custam caro, e muitas vezes não oferecem qualidade de ensino tão<br />

boa quanto a das universidades federais.<br />

Há ainda as despesas com material escolar. E livros, que mudam quase<br />

todos os anos, impedindo que se aproveite os livros de um filho para o outro.<br />

Nesse caso, vale a pena reunir grupos de pais e alunos para obter bons<br />

descontos.<br />

Os jornais e <strong>rev</strong>istas também são importantes para uma boa educação,<br />

mas atenção na hora de comprar para levar aquilo que realmente interessa.<br />

Quanto aos livros, desde que sejam lidos, não devem ser considerados<br />

despesa e sim investimento.<br />

Os cursos de línguas e informática se tornaram praticamente<br />

indispensáveis nos dias atuais, mas é preciso exigir empenho dos filhos, pois<br />

senão serão dinheiro posto fora.<br />

2.1.7 Despesas com saúde


Segundo Ewald (2007) é indispensável a todos ter um bom plano de<br />

saúde, pois o governo não atende como seria preciso. O fato positivo, nesse<br />

caso, é que a maioria das empresas oferece aos seus funcionários algum tipo<br />

de plano de saúde, o que evita gastos com esse item tão importante do<br />

orçamento.<br />

O autor recomenda ainda, aqueles que tem filhos, fazer seguro de vida,<br />

para não deixar sua família desprotegida em caso de uma fatalidade. A<br />

vantagem de ter seguro de vida é que seu recebimento não implica inventário,<br />

basta apenas que o segurado tenha indicado seu (s) beneficiário (s), e no caso<br />

de sinistro este (s) recebe (m) a indenização cabível. Vale lembrar que é<br />

sempre bom procurar um corretor de confiança.<br />

No caso de tratamentos com psicólogos e fisioterapeutas que costumam<br />

se estender por longos períodos, vale negociar um desconto para o pagamento<br />

antecipado de um número de sessões.<br />

No caso de farmácias e exames, é importante pesquisar preços junto à<br />

empresas idôneas para evitar transtornos futuros.<br />

2.1.8 Despesas com lazer<br />

De acordo com Ewald (2007), no caso de despesas com TV por<br />

assinatura e clubes, é preciso observar se esses serviços são utilizados, senão<br />

são dinheiro desperdiçado.<br />

Já para despesas com cinema, o autor recomenda escolher os dias em<br />

que as sessões têm desconto, que em alguns casos pode chegar a 50%. Os<br />

teatros geralmente são mais caros, em especial nos finais de semana, mas<br />

também há dias com descontos interessantes, de forma que se o espectador<br />

se organizar pode aproveitar um bom espetáculo, fazendo uma boa economia.


Quanto aos shows de cantores famosos, estes muitas vezes podem ser<br />

vistos de graça, em promoções populares. O mesmo acontece com eventos e<br />

feiras que muitas vezes oferecem entrada gratuita.<br />

Gastos com CDs e DVDs só para quem tem dinheiro mesmo. Sempre é<br />

possível pegar emprestado ou fazer downloads gratuitos.<br />

Quando o interesse for por fazer uma viagem, é bom pesquisar bem os<br />

preços e vantagens oferecidas e poupar para pagar à vista.<br />

2.1.9 Despesas Financeiras<br />

Segundo Ewald (2007) essas despesas são cupins que corroem o seu<br />

orçamento e se deve fazer todo possível para diminuí-las. Quanto ao imposto<br />

de renda a pagar, trata-se de uma complementação ao imposto que já foi retido<br />

na fonte. Do leão não há como escapar, pague o que é devido e durma<br />

tranqüilo.<br />

Já os juros em empréstimos bancários, apesar de estarem em queda,<br />

ainda são muito altos. Ainda mais para quem está devendo no cartão de crédito<br />

ou no cheque especial, por isso deve-se evitar ao máximo recorrer a esse tipo<br />

de solução quando a situação financeira ficar muito difícil. Sempre existe um<br />

parente que possa te emprestar ou ainda é possível optar por linhas de crédito<br />

com taxas de juros mais baixas, como os empréstimos consignados, por<br />

exemplo.<br />

Quanto às tarifas cobradas pelos bancos, sempre é possível pesquisar e<br />

optar por aquele que cobrar taxas menores com uma qualidade de serviços<br />

adequada ao seu perfil. Se você utiliza somente a conta para receber seu<br />

salário pode optar por ter apenas uma conta para isso, para a qual o banco não<br />

pode cobrar tarifa nenhuma.


Já no que se refere às multas por atrasos diversos, a melhor forma de<br />

evitá-las é se organizar para não esquecer das datas de vencimento, pois um<br />

único dia de atraso pode pesar no seu bolso.<br />

2.1.10 Cuidados com as compras à vista e a prazo<br />

Para Ewald (2007) é necessário muito cuidado ao negociar compras à<br />

vista e a prazo. O pagamento de compras a prazo é sempre muito enfatizado<br />

nas ações de marketing de grandes redes de lojas, sendo possível em alguns<br />

casos, pagamento da primeira parcela só para noventa dias após a realização<br />

da compra, ou então parcelamento em “n” vezes “sem juros”. Os apelos são<br />

muitos, mas é preciso manter a consciência na hora de ir às compras. Esses<br />

parcelamentos facilitados muitas vezes acabam por fazer o consumidor<br />

comprar mais do que havia planejado, apenas porque vai poder parcelar em “n”<br />

vezes sem juros.<br />

Ewald (2007) recomenda que para tirar melhor proveito das compras a<br />

prazo é preciso fazer uma ampla pesquisa de preços e negociar descontos<br />

para pagamentos à vista. Em seguida deve-se percorrer os bancos em busca<br />

da melhor taxa de juros no Crédito Direto ao Consumidor. As taxas cobradas<br />

pelos bancos nessa linha de crédito, que financia o consumo, geralmente são<br />

menores que as lojas cobram em seus parcelamentos. Ao fazer a compra<br />

paga-se à vista na loja e toma-se o financiamento no banco que melhor<br />

convier.<br />

O autor também recomenda cuidado com as compras parceladas sem<br />

juros. Todos sabem que isso não existe, porque as lojas geralmente concedem<br />

desconto a quem paga à vista.<br />

Outra sugestão dada por Ewald (2007) é negociar o desconto para<br />

pagamento à vista. Os vendedores muitas vezes podem resistir em dar esses<br />

descontos, mas sabe-se que o pagamento à vista em dinheiro é bastante<br />

interessante para o consumidor, que ganha o desconto, e para a loja, que


escapa das taxas cobradas pelas administradoras de cartão de crédito e dos<br />

bancos, em uma eventual necessidade de antecipação do valor da compra. Por<br />

isso negociar o desconto é imprescindível, por mais que os vendedores<br />

resistam em concedê-los.<br />

2.2 COMO MELHORAR AS RECEITAS<br />

Halfeld (2001) enumera dez passos para atingir a independência<br />

financeira, e o primeiro deles é: ganhe mais dinheiro. Segundo Filho (2003)<br />

concorda ao afirmar que em alguns casos, as pessoas não conseguem poupar<br />

porque sua receita é insuficiente. Ambos os autores enumeram formas de fazer<br />

isso.<br />

Para Halfeld (2001), se você é um profissional liberal, uma forma de<br />

aumentar sua receita é dar mais atenção a seus clientes. Se você é dentista,<br />

por exemplo, pode mandar uma mensagem a seus clientes lembrando-os de<br />

fazer uma <strong>rev</strong>isão periódica, pois muitos esquecem desses exames rotineiros.<br />

Pequenas atitudes como essa podem lhe trazer um grande incremento da<br />

receita.<br />

Já se você é funcionário de uma empresa, procure contribuir para o<br />

crescimento do negócio do seu patrão. Quanto mais você deixar sua vontade<br />

de colaborar transparecer, maiores são as chances de uma promoção ou de<br />

um aumento salarial. Mesmo assim, existem casos em que já não é mais<br />

possível esperar um aumento de seu salário. Nesse caso, Halfeld (2001)<br />

aconselha pensar na possibilidade de um negócio paralelo, que não atrapalhe<br />

a sua atividade na empresa. Associe-se com familiares ou amigos para fazer<br />

algo que lhe de prazer e renda extra. Faça isso até o momento em que você<br />

puder abrir mão de seu emprego para se dedicar somente à essa nova<br />

atividade.<br />

Segundo Filho (2003) assinala que os negócios próprios são a maneira<br />

mais fácil e provável de alguém enriquecer. Segundo ele, dificilmente alguém


fica rico com o <strong>trabalho</strong> assalariado. As pessoas optam pelo negócio próprio,<br />

principalmente por causa da liberdade. Mas como em qualquer negócio, este<br />

também envolve algum risco. O autor enumera algumas vantagens de ter seu<br />

próprio negócio:<br />

- estar no controle do próprio destino<br />

- sua remuneração só depende de você mesmo<br />

- os assalariados pagam muito mais imposto de renda do que os<br />

empresários, porque não tem com reduzir sua carga tributária, já que a<br />

retenção é efetuada no próprio contracheque mensal.<br />

Kiyosaki e Lechter (2000, p. 80) concordam com Segundo Filho ao fazer<br />

a seguinte afirmação:<br />

A classe média se encontra em um estado de constantes<br />

dificuldades financeiras. Sua renda principal é gerada por salários e<br />

quando seus salários aumentam os impostos também aumentam.<br />

Suas despesas tendem a crescer no mesmo montante de seus<br />

salários (...). Consideram seu imóvel como seu principal ativo, em<br />

lugar de investir em ativos geradores de renda.<br />

Esses autores afirmam ainda que a maioria das pessoas trabalha para<br />

todo mundo, menos para si mesmas. Trabalham primeiro para as empresas,<br />

depois para o governo, pagando altos impostos e finalmente para os bancos,<br />

ao pagar os juros de empréstimos e financiamentos.<br />

Para Kiyosaki e Lechter (2000, p.121) “sua maior riqueza é o que você<br />

sabe. Seu maior risco é o que você não conhece”. Por isso, vale investir em<br />

cursos que lhe ensinem a ganhar dinheiro, seja, para investimentos ou para<br />

desenvolver uma nova habilidade que possa lhe trazer renda.<br />

Os autores<br />

aconselham a procurar um bom emprego mais pela oportunidade de<br />

aprendizado do que pelo salário.<br />

Esses autores ressaltam que para ganhar dinheiro é preciso inteligência<br />

financeira, e eles a definem como criatividade. Ver oportunidades que ninguém<br />

viu, conseguir dinheiro e organizar pessoas espertas que trabalhem para você.<br />

Para eles a inteligência financeira está simplesmente em ter mais opções. Se


as oportunidades não aparecem, o que mais se pode fazer? Não é o que<br />

acontece, mas quantas soluções diferentes você consegue pensar para<br />

enfrentar as adversidades e transformar um limão em milhões. Segundo esses<br />

autores existem algumas coisas que podem ser feitas para enriquecer mais<br />

rápido, entre elas:<br />

- Parar de fazer as coisas como sempre fez procurar novas idéias, novas<br />

formas de fazer.<br />

- Agir. Ação é fundamental, mas sem embasamento, sem filosofia pode<br />

ser uma ação precipitada.<br />

- Descobrir alguém que já fez o que você quer fazer é importante, pois<br />

esta pessoa pode lhe dar dicas a respeito do negócio.<br />

- Fazer cursos para aprender sempre mais, muitos deles são baratos ou<br />

de graça. Faça muitas ofertas. Persista.<br />

- Procurar novos lugares. Perceber as mudanças. Observar, questionar.<br />

- Procurar no lugar certo.<br />

- Pensar grande. Pessoas que pensam pequeno não conseguem<br />

grandes oportunidades.<br />

- Procurar pessoas que queiram comprar ou investir no mesmo que<br />

você.<br />

- Aprender com a história.<br />

- Agir é sempre melhor do que ficar parado.<br />

Para aumentar as receitas esses autores sugerem aplicar em ativos que<br />

lhe tragam renda. E classificam entre esses itens o negócio próprio, ações,<br />

imóveis que gerem renda (segundo eles a casa própria não é um ativo, e sim<br />

um passivo, principalmente quando financiada), além de títulos ou qualquer<br />

outra coisa que gere renda ou se valorize e tenha um mercado líquido.<br />

Os autores afirmam que é preciso cuidar bem do seu negócio. Pode-se<br />

ter um emprego, mas nunca se deve descuidar dos seus ativos. Chegará o<br />

momento em que se poderá abrir mão do emprego e viver só da renda gerada<br />

por esses ativos.


No próximo capítulo serão apresentadas opções de investimento que<br />

possam contribuir tanto para o incremento da receita, como para a formação de<br />

um patrimônio.<br />

3. COMO INVESTIR SEU DINHEIRO<br />

O primeiro passo para investir é poupar. Silva Neto (2003) explica que<br />

existe diferença entre poupar e investir. Para o autor, poupar significa apenas<br />

não gastar o dinheiro. Já o investimento se caracteriza pelo fato de<br />

comprarmos algo que nos trará resultados positivos no futuro. Além disso o<br />

autor destaca que o investimento remete a risco, pois qualquer investimento,<br />

por mais seguro que pareça é arriscado.<br />

Quanto maior o risco do investimento, maior a possibilidade de retorno.<br />

Tomemos como exemplo a poupança, conhecida por ser um investimento<br />

seguro. Realmente, as possibilidades de perda na poupança são mínimas, no<br />

entanto, seu retorno é estipulado pelo governo federal em 0,5% ao mês mais<br />

TR, ou seja, risco baixo, retorno baixo.<br />

Outro fator importante no momento de investir é a liquidez. Normalmente<br />

os investimentos com maior liquidez são os de menor retorno e menor risco.<br />

Nas linhas seguintes será dada a definição do trinômio risco, retorno e<br />

liquidez.


3.1 RISCO X RETORNO x LIQUIDEZ<br />

Para Gitman (2006, p. 184) “risco é a possibilidade de perda financeira”.<br />

Halfeld (2001, p. 71) define risco como “a parcela inesperada do retorno de um<br />

investimento”.<br />

Segundo Halfeld (2001) existem cinco tipos de risco aos quais um<br />

investimento é suscetível. São eles:<br />

- Risco do Negócio: é o risco de concentrar todo o seu dinheiro em um<br />

único investimento. A melhor forma de diminuir a exposição a este tipo de risco<br />

é a diversificação.<br />

- Risco do Mercado: é o chamado risco não-diversificável. Este tipo de<br />

risco é inerente a todo e qualquer investimento. São os chamados fatores do<br />

macro ambiente, tais como variação na taxa de juros, inflação, mudanças na<br />

política, economia, inclusive no ambiente internacional.<br />

- Risco de Crédito: é o risco de não receber seu dinheiro de volta.<br />

- Risco de Liquidez: o risco de liquidez tem a ver com o prazo necessário<br />

para transformar seus ativos financeiros em dinheiro. Imóveis, por exemplo,<br />

podem ser um bom investimento, mas quando você precisar transformar seu<br />

investimento em dinheiro, primeiro precisará arrumar um comprador, o que<br />

pode levar algum tempo para acontecer.<br />

- Risco de Perda do Poder de Compra – Inflação: é o risco da<br />

rentabilidade de seu investimento não acompanhar a perda do valor de compra<br />

da moeda. Se o seu investimento rende 8% a.a. e a inflação de um ano for de<br />

10%, você estará perdendo dinheiro com seu investimento.<br />

Definido risco, cabe-nos conceituar retorno. Para Gitman (2006, p. 184)<br />

“retorno é o ganho ou a perda total sofrido por um investimento em certo<br />

período”. Halfeld (2001) acrescenta ainda que a relação risco x retorno é direta,<br />

ou seja, quanto maior o retorno, maior será o risco.


Há ainda a questão da liquidez. Para Segundo Filho (2003), liquidez é a<br />

capacidade de transformar um investimento em dinheiro, a qualquer tempo,<br />

sem perda da rentabilidade. Quanto menos líquido for o investimento, maior<br />

deverá ser o risco.<br />

Dados esses conceitos, é possível estabelecer que para investir seu<br />

dinheiro, é necessária a observância de alguns fatores. Entre eles podem ser<br />

citados o horizonte de investimento, o seu perfil como investidor e o seu<br />

objetivo de investimento (compra de uma casa, reserva para a aposentadoria,<br />

trocar de carro). Considerar cada um desses fatores é importante, pois vai<br />

ajudá-lo a escolher o investimento ideal que lhe possibilitará obter o melhor<br />

retorno possível e assumindo o risco que você estiver disposto a correr.<br />

3.2 PERFIL DO INVESTIDOR<br />

O perfil do investidor diz respeito à forma como cada um encara o risco<br />

de um investimento.<br />

Gitman (2006) estabelece três comportamentos em relação ao risco:<br />

aversão, indiferença e propensão. Para o investidor avesso ao risco, o retorno<br />

exigido aumenta quando o risco se eleva. Para o investidor indiferente ao risco,<br />

o retorno exigido não varia quando o risco aumenta ou diminui. Já para o<br />

investidor propenso ao risco, o retorno exigido cai se o risco aumenta. Para o<br />

autor a maioria dos investidores é avessa ao risco.<br />

Já Segundo Filho (2003) classifica os investidores em quatro perfis:<br />

-perfil conservador: completamente avesso ao risco, prima pela<br />

segurança em seus investimentos.<br />

-perfil moderado: busca segurança em seus investimentos, mas aceita<br />

correr algum risco para obter maior retorno em seus investimentos.


- perfil arrojado: aceita correr um risco mais alto em busca de maiores<br />

ganhos a médio e longo prazo.<br />

- perfil agressivo: conhece o mercado e aceita correr riscos maiores para<br />

elevar seus ganhos.<br />

Para Cerbasi (2004) existem cinco tipos de comportamento em relação<br />

ao dinheiro: as pessoas podem ser poupadoras, gastadoras, descontroladas,<br />

desligadas ou financistas. Esses perfis são a seguir definidos.<br />

- Poupadores: são aqueles capazes de restringir ao máximo seus gastos<br />

para poder guardar dinheiro que lhe proporcione tranqüilidade e independência<br />

financeira, mas nem sempre tem objetivos bem definidos.<br />

- Gastadores: para estes o importante é viver bem hoje, e o amanhã a<br />

Deus pertence. Costumam gastar tudo o que ganham, às vezes até mais e não<br />

têm medo de financiamentos.<br />

- Descontrolados: estes não sabem quanto dinheiro entra e nem como<br />

ele sai. Estão sempre no vermelho, e não conseguem se organizar<br />

financeiramente.<br />

- Desligados: gastam menos do que ganham, e poupam o que sobra,<br />

mas nunca sabem exatamente quanto. Os extratos bancários e faturas vão<br />

para a gaveta sem serem abertos, e sempre acham cedo para pensar em<br />

aposentadoria.<br />

-Financistas: são bastante rigorosos com os gastos, a fim de<br />

economizar. Estão sempre fazendo planilhas e entendem de investimentos,<br />

juros e inflação.<br />

Uma vez conhecidos os perfis dos investidores, é preciso ainda<br />

considerar mais dois fatores: o horizonte e o objetivo de investimento.<br />

3.3 HORIZONTE E OBJETIVO DO INVESTIMENTO


O horizonte de investimento diz respeito ao tempo disponível para a<br />

aplicação. Já o objetivo se refere ao uso que se pretende fazer do recurso<br />

investido. Se por exemplo, você quiser investir algum dinheiro que tenha<br />

guardado, para, num futuro próximo adquirir sua casa própria, certamente não<br />

poderá optar por investimentos de maior risco, pois precisará dispor daqueles<br />

recursos no curto prazo. Já se o seu objetivo for poupar para a aposentadoria,<br />

seu horizonte de investimento é longo, e você pode se arriscar um pouco mais.<br />

Dadas essas definições, cabe agora a apresentação dos tipos de<br />

investimento.<br />

3.4 INVESTIMENTOS<br />

Para Segundo Filho (2003), existem investimentos para todos os tipos<br />

de investidores e também para os diferentes capitais a serem aplicados. Esses<br />

investimentos devem ser muito bem planejados para atender aos objetivos das<br />

pessoas, que podem ser o conforto, a segurança ou a independência<br />

financeira.<br />

Silva Neto (2003) destaca que para investir corretamente precisamos<br />

nos conhecer bem e saber exatamente porque estamos poupando. Se<br />

queremos guardar dinheiro para a aposentadoria, se queremos guardar<br />

dinheiro para uma viagem, ou se queremos ficar ricos, vai fazer muita diferença<br />

na hora de decidir como e em que investir.<br />

O autor também <strong>rev</strong>ela os principais riscos de cada tipo de aplicação.<br />

São eles:<br />

- Poupança: rentabilidade muito baixa.<br />

- Renda Fixa: risco de crédito (incapacidade do tomador do crédito lhe<br />

devolver o dinheiro).


- Renda Variável: alto risco.<br />

- Dólar: perde-se a oportunidade de ganhar juros.<br />

- Imóveis: liquidez, custos de manutenção.<br />

Segundo Filho (2003) observa que em um cenário otimista deve-se optar<br />

por investimentos em ações, que obtém maior rentabilidade nesse caso. Já em<br />

um cenário pessimista, o autor recomenda que os investimentos sejam feitos<br />

em fundos de investimento pós-fixados ou indexados ao dólar e em imóveis.<br />

O autor assinala que “o objetivo da administração de investimentos é<br />

atender às necessidades do investidor em termos de rentabilidade, risco e<br />

liquidez” (2003, p. 6).<br />

Segundo Filho (2003), observa que o ideal seria que todos os tipos de<br />

aplicações tivessem alta rentabilidade, baixo risco e boa liquidez, mas estes<br />

três fatores são mutuamente excludentes, sendo que o investidor precisa optar<br />

pelo que lhe é mais relevante.<br />

O autor estipula quatro regras para investir:<br />

1. Determinar de onde virá a sua renda (se do <strong>trabalho</strong> ou de<br />

investimentos).<br />

2. Converter a renda do <strong>trabalho</strong> em renda de investimentos.<br />

3. Não entrar em pânico.<br />

4. Investir constantemente.<br />

O autor ressalta que “os determinantes da rentabilidade de uma carteira<br />

são: trading, alocação dos ativos e seleção de ativos” (2003, p. 8).<br />

Ele define trading, como o processo de compra e venda de títulos.<br />

Comprar abaixo do preço de mercado e vender acima deste preço.<br />

Alocação de ativos é a composição da carteira, de acordo com a<br />

necessidade e o perfil do investidor a fim de maximizar a sua rentabilidade.


Seleção de ativos é a escolha dos ativos dentro de uma categoria. Por<br />

exemplo: investir em ações dentro da categoria renda variável.<br />

Assim, serão caracterizados agora alguns tipos de investimento.<br />

3.4.1 Renda Fixa<br />

Segundo Filho (2003), salienta que as aplicações em renda fixa<br />

apresentam baixo risco, portanto são indicadas para os investidores mais<br />

conservadores e para aqueles que vão precisar do dinheiro no curto prazo, ou<br />

seja, menos de cinco anos.<br />

Halfeld (2001) destaca que o investimento em renda fixa se torna<br />

interessante quando você deseja constituir uma reserva de emergência, ou<br />

quando você vai precisar do dinheiro no curto prazo. Além disso, também<br />

recomenda renda fixa para os idosos<br />

Como ativos de renda fixa são apresentados a poupança e o certificado<br />

de depósito bancário (CDB). Existem ainda muitos outros, tais como as<br />

debêntures e os títulos públicos, mas optou-se por apresentar apenas os mais<br />

comuns.<br />

3.4.1.1 Caderneta de Poupança<br />

Segundo Filho (2003) esclarece que a caderneta de poupança é o<br />

investimento mais procurado pela população. Rende juros de 0,5% ao mês<br />

mais a variação da TR (Taxa Referencial de Juros). É o ativo de menor risco na<br />

economia brasileira, mas sua rentabilidade depende das políticas econômicas<br />

do governo. O que atrai os investidores para a poupança é a suposta<br />

segurança da aplicação. Existe uma idéia geral de que todo o valor investido é<br />

garantido pelo governo federal, mas na verdade o governo garante apenas 60<br />

mil por pessoa por instituição financeira, incluídas outras aplicações e o saldo<br />

em conta corrente. Além disso, outro fator que atrai os investidores é a<br />

facilidade para aplicar, pois os bancos aceitam aplicações de valores baixos e<br />

o dinheiro aplicado não está sujeito à cobrança do imposto de renda e taxa de<br />

administração.


A caderneta de poupança é uma aplicação pós-fixada, em que só se<br />

conhece o rendimento no momento do resgate. Não há prazo mínimo para<br />

resgate, no entanto valores aplicados há menos de trinta dias não são<br />

corrigidos. Os juros são creditados na conta no dia de aniversário da aplicação.<br />

Os valores depositados nos dias 29, 30 e 31 recebem os rendimentos no dia 1º<br />

de cada mês.<br />

Há um fator a ser ressaltado no que tange a tributação. Historicamente,<br />

os rendimentos da caderneta de poupança nunca foram tributados, mas o<br />

governo federal anunciou em 13 de maio de 2009, que pretende tributar os<br />

rendimentos auferidos por cadernetas de poupança com saldo superior a<br />

cinqüenta mil reais a partir de janeiro de 2010. A cobrança ocorrerá quando a<br />

taxa Selic estiver abaixo de 10,5%. A tributação somente será calculada sobre<br />

os 0,5% do rendimento, ficando a TR isenta de tributação. Somente será<br />

tributado o rendimento do valor que exceder os R$ 50.000,00. A alíquota do<br />

imposto cobrado será a mesmo da tabela do imposto de renda, que varia de<br />

7,5% a 27,5%.<br />

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a intenção do governo com esta<br />

atitude é evitar que os grandes investidores, mudem suas aplicações para a<br />

poupança com a queda da taxa Selic. Ainda segundo o jornal, somente os<br />

fundos cuja taxa de administração é inferior a 1,25% conseguem superar os<br />

rendimentos da poupança, neste momento em que a taxa está abaixo de 10%.<br />

3.4.1.2 Certificado de Depósito Bancário (CDB)<br />

Segundo Filho (2003) define CDB como títulos representativos de<br />

depósitos a prazo emitidos por bancos a curto prazo. Os rendimentos podem<br />

ser pré ou pós-fixados e acompanham os juros de mercado. O risco do CDB é<br />

o risco do banco. A grande desvantagem do CDB para os pequenos<br />

investidores é que os bancos costumam pagar taxas menores às aplicações de<br />

baixo valor.<br />

O CDB possui diferentes prazos e formas de remuneração. Quanto aos<br />

prazos de resgate eles são influenciados pelo tipo de remuneração, conforme<br />

quadro a seguir.


Forma de Remuneração<br />

TR ou TJLP<br />

TBF<br />

Índice de preços<br />

CDI ou Selic<br />

Prazo de resgate<br />

1 mês<br />

2 meses<br />

1 ano<br />

Não tem prazo mínimo<br />

Quadro 4: Prazos de Resgate do CDB<br />

Fonte: Fortuna (2008)<br />

Conforme pode-se observar no quadro anterior, os CDBs remunerados<br />

pela TR (Taxa Referencial) ou pela TJLP (taxa de juros de longo prazo)<br />

possuem prazo de resgate de 1 mês, ou seja, se a aplicação precisar ser<br />

resgatada antes, se está abrindo mão de parte do rendimento contratado. Os<br />

referidos índices podem ser facilmente conhecidos através de consultas a<br />

jornais de grande circulação, como o Jornal do Comércio, por exemplo.<br />

O mesmo ocorre nos demais casos, em que os CDBs remunerados pela<br />

TBF ou por índices de preços, como o IGP-M ou IPCA também possuem prazo<br />

mínimo para resgate, mas esses tipos de CDB são menos comuns. Quando o<br />

investidor vai ao banco investir em CDB, geralmente lhe são ofertados aqueles<br />

remunerados pelo CDI, ou um percentual dele, e nesse caso não há prazo<br />

mínimo para resgate.<br />

As taxas de juros do CDB podem ser pré ou pós-fixadas. No caso de<br />

CDBs remunerados pela TR, TBF, Taxa Selic e CDI, o investidor só conhecerá<br />

a remuneração no momento do resgate, pois estes índices são estabelecidos<br />

diariamente.<br />

A tributação do CDB é estabelecida no quadro a seguir:


Prazo da aplicação até o resgate<br />

% do IR sobre rendimento<br />

Até 180 dias 22,5%<br />

De 181 a 360 dias 20,0%<br />

De 361 a 720 dias 17,5%<br />

Maior que 720 dias 15,0%<br />

Quadro 5: Alíquotas de tributação IR<br />

Fonte: Receita Federal<br />

Além do imposto de renda pode haver também incidência de IOF sobre<br />

os rendimentos do CDB. Isso ocorre caso haja resgate antes de trinta dias. O<br />

IOF incide sobre o rendimento antes do IR. As alíquotas de incidência estão<br />

apresentadas no quadro a seguir.<br />

Número<br />

de<br />

% limite do<br />

Número<br />

de<br />

% limite do<br />

dias<br />

rendimento<br />

dias<br />

rendimento<br />

01 96 16 46<br />

02 93 17 43<br />

03 90 18 40<br />

04 86 19 36<br />

05 83 20 33<br />

06 80 21 30<br />

07 76 22 26<br />

08 73 23 23


09 70 24 20<br />

10 66 25 16<br />

11 63 26 13<br />

12 60 27 10<br />

13 56 28 06<br />

14 53 29 03<br />

15 50 30 00<br />

Quadro 6: Alíquotas do IOF<br />

Fonte: Caixa Econômica Federal<br />

Para aplicar em CDB é bastante simples e não é preciso um grande<br />

conhecimento acerca do mercado financeiro. Mas é importante procurar uma<br />

instituição com tradição e solidez na hora de fazer seu investimento, pois isso<br />

diminui bastante o risco da aplicação. Vale lembrar que os valores aplicados no<br />

CDB também são garantidos pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito até o<br />

limite de R$ 60 mil por CPF.<br />

3.4.2 Renda Variável<br />

Segundo Filho (2003) esc<strong>rev</strong>e que este tipo de aplicação é<br />

recomendado para quem quer investir a longo prazo, pois neste caso as<br />

aplicações em renda variável geralmente dão melhores resultados que os da<br />

renda fixa.<br />

Silva Neto (2003, p. 30) destaca que “os investimentos em renda<br />

variável apresentam maior risco e, portanto, maiores retornos. Eles estão muito<br />

vulneráveis às condições político-econômicas do país e do mundo, além de<br />

estarem diretamente relacionados às condições da empresa.


Os principais ativos de renda variável estão descritos a seguir.<br />

3.4.2.1 Ações<br />

Halfeld (2001, p.35) define ações como “títulos negociáveis, que<br />

representam a parcela mínima do capital de uma empresa”. Segundo Filho<br />

(2003) acrescenta que o detentor de ações é um proprietário da companhia e<br />

tem direito aos lucros distribuídos na proporção de suas ações.<br />

De acordo com a Lei 6.404/76, as ações podem ser preferenciais ou<br />

ordinárias. As ações preferenciais dão direito a preferência na distribuição dos<br />

dividendos, já as ações ordinárias dão direito a voto.<br />

Para Segundo Filho (2003) há dois tipos de ganhos que se pode obter<br />

com ações: os da empresa e os do mercado. Os ganhos da empresa são:<br />

-dividendos: parcela do lucro distribuído aos acionistas. Como este lucro<br />

já foi tributado pela empresa, para o investidor não há retenção de IR.<br />

-juros sobre o capital próprio: substituem os dividendos, com a vantagem<br />

de serem dedutíveis do lucro tributável da empresa. Como este resultado não<br />

foi tributado pela empresa, o valor pago ao investidor é tributado à alíquota de<br />

15% exclusiva e definitiva na fonte.<br />

-bonificação: ações novas distribuídas aos acionistas em número<br />

proporcional às já possuídas da empresa quando ela aumenta seu capital com<br />

reservas ou lucros acumulados.<br />

-alteração no valor nominal da ação: quando a empresa aumenta o<br />

capital com reservas ou lucros acumulados sem alterar o número de ações do<br />

capital social.<br />

-subscrição: é o direito de aquisição de novas ações pelos acionistas<br />

quando do aumento do capital com emissão de novas ações. Os acionistas que


já possuem ações podem adquirir as novas ações por preço inferior ao da<br />

bolsa.<br />

Os ganhos de mercado são os ganhos de capital, caracterizados pela<br />

venda do ativo a um preço superior ao da compra.<br />

De acordo com a Bovespa, o preço de uma ação é fruto das condições<br />

de mercado. A rentabilidade de uma ação é variável, e sobre ela incidem<br />

impostos e taxas.<br />

O ganho adquirido no Mercado de Ações está sujeito ao Imposto de<br />

Renda nos casos de Fundos de Ações ou Clubes de Investimento.<br />

Nas operações de “Day Trade” (compra e venda em um mesmo dia), o Imposto<br />

de Renda é de 20%, com 1% de IR retido na Fonte como antecipação. Nas<br />

Operações em Mercados à vista, opções, a termo e futuros, o Imposto de<br />

Renda é de 15%, com 0,005% de imposto de renda retido na fonte como<br />

antecipação; exceto em day trade e no exercício de opções.<br />

As operações mensais de até R$ 20 mil, para pessoas físicas em operação no<br />

mercado à vista, estão isentas do Imposto de Renda.<br />

Além do Imposto de Renda, existem outras taxas que influenciam a<br />

rentabilidade das ações, tais como:<br />

- Corretagem: A corretagem é a taxa de remuneração de um<br />

intermediário financeiro na compra e venda de títulos. A Bovespa possui uma<br />

tabela padrão utilizada como referência para a cobrança de corretagens, a qual<br />

é apresentada a seguir.<br />

Tabela de Corretagem<br />

Valor da operação % sobre o valor Taxa fixa<br />

Até R$ 135,06 0,00% R$ 2,70


De R$ 135,07 a R$<br />

498,62<br />

2,00% R$ 0,00<br />

De R$ 498,63 a R$<br />

1.514,69<br />

1,50% R$ 2,49<br />

De R$ 1.514,70 a R$<br />

3.029,38<br />

1,00% R$ 10,06<br />

Acima de R$ 3.029,39 0,50% R$ 25,21<br />

Quadro 09: Tabela de Corretagem<br />

Fonte: Bovespa<br />

- Custódia: a taxa de custódia é uma cobrança pela guarda dos títulos,<br />

feita pela CBLC (Cia. Brasileira de Liquidação e Custódia). É uma taxa fixa, que<br />

independe do número de títulos possuídos pelo investidor, e independe<br />

também do número de empresas da qual ele é sócio. O valor é próximo a R$<br />

10,00.<br />

- Emolumentos: são taxas cobradas pela Bolsa no momento da<br />

negociação. Para operações normais é de 0,0345% sobre o valor da operação.<br />

Nas operações day-trade é de 0,025% sobre o valor da operação.<br />

Segundo Filho (2003) destaca que nos países do primeiro mundo é<br />

comum as pessoas investirem em ações, mas no Brasil isto ainda é para<br />

poucos, não porque haja algum impedimento para isso, mas porque os<br />

investidores são muito conservadores.<br />

Para Halfeld (2001), muitos investidores perdem dinheiro na bolsa<br />

porque possuem poucas ações, não diversificam sua carteira de investimentos,<br />

e quando o preço destas ações cai, eles realizam seu prejuízo. Além disso,<br />

falta visão de longo prazo. Entram e saem do mercado com muita rapidez.


De acordo com o site da Bovespa, existem diversos órgãos<br />

responsáveis pela normatização e regulamentação do Sistema Financeiro<br />

Brasileiro. Dentre os participantes podemos destacar alguns de participação<br />

fundamental para o Mercado de Capitais: O Conselho Monetário Nacional<br />

(CMN), O Banco Central do Brasil (BCB), a Comissão de Valores Mobiliários<br />

(CVM), as Bolsas de Valores, as Corretoras e as Empresas de Liquidação e<br />

Custódia.<br />

- Comissão de Valores Mobiliários (CVM): A CVM é vinculada ao<br />

Ministério da Fazenda e é responsável pela atividade de fiscalização e<br />

normatização do mercado de valores mobiliários. Desenvolve estudos e<br />

pesquisas no intuito de definir políticas para promover o desenvolvimento do<br />

mercado de capitais.<br />

- Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA): Associação sem fins<br />

lucrativos, com a finalidade de manter local ou sistema de negociação<br />

eletrônico, adequados ao encontro de seus membros e à realização de<br />

transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, registrados na<br />

CVM, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pelos<br />

seus membros, pela autoridade monetária e, em especial, pela própria CVM.<br />

A auto-regulação da Bolsa de Valores visa a preservar elevados padrões éticos<br />

de negociação, e divulgar as operações executadas com rapidez, amplitude e<br />

detalhes.<br />

- Corretoras de Valores: São instituições financeiras membros das<br />

bolsas de valores, credenciadas pelo Banco Central, pela CVM e pelas próprias<br />

bolsas, e estão habilitadas, entre outras atividades nos mercados financeiro e<br />

de capitais, a negociar valores mobiliários com exclusividade no sistema de<br />

negociação das Bolsas. Para comprar ou vender títulos na BOVESPA, é<br />

necessário o intermédio de uma Corretora de Valores. O cliente investidor dá<br />

as ordens de compra ou venda e as Corretoras as executam.<br />

As Corretoras dão a assessoria necessária para que os investidores<br />

esclareçam suas dúvidas e saibam as tendências e oportunidades de mercado,<br />

possibilitando o alcance de melhores resultados, pois podem ajudar você a<br />

escolher as melhores opções de investimento, de acordo


com o seu perfil, já que elas contam com profissionais especializados em<br />

análise de mercado, de setores da economia e de companhias.<br />

As responsáveis por colocar as ações no mercado para negociação são<br />

as distribuidoras e corretoras de valores. As ações são negociadas inicialmente<br />

no mercado primário, em que as empresas vendem ações aos investidores,<br />

que passam a ser acionistas da empresa. Isso ocorre através do IPO, que é a<br />

oferta pública inicial de ações. No mercado secundário os acionistas que<br />

adquiriram suas ações no IPO, as negociam através da Bolsa de Valores.<br />

As corretoras participam obrigatoriamente do processo de compra e<br />

venda de ações. São elas que fazem a intermediação com as bolsas de<br />

mercadorias e valores. Elas também podem efetuar lançamentos públicos de<br />

ações, além de administrar carteiras de investimento, custodiar valores<br />

mobiliários e administrar clubes e fundos de investimento.<br />

Para comprar ou vender ações, é necessário procurar uma Corretora de<br />

Valores, uma Distribuidora de Títulos e Valores ou um Banco de Investimento.<br />

Existem várias formas de investir em ações. Pode-se investir<br />

individualmente, procurando um intermediário, preenchendo uma ficha<br />

cadastral e escolhendo as ações que se deseja adquirir.<br />

As ações são negociadas em um Lote Padrão, ou seja, uma quantidade<br />

mínima de ações negociadas. Abaixo desta quantidade, só podem ser<br />

negociadas no Mercado Fracionário. O Preço Último é o preço pelo qual foi<br />

realizado o último negócio da ação. É utilizado durante o Pregão da Bolsa<br />

como referência para novos negócios. O preço das ações está sujeito a<br />

variações. Essa oscilação é a variação percentual do preço da ação, dada pelo<br />

preço atual em relação ao preço de fechamento anterior.<br />

Durante o Pregão do dia, as ações sofrem alterações em seu preço,<br />

resultado das pressões de vendedores e compradores. O preço de Abertura é<br />

o primeiro preço pelo qual esta ação foi negociada. O preço máximo é o maior<br />

preço pelo qual essa ação foi negociada. O Preço Médio é calculado e<br />

divulgado pela Bovespa. O Preço Mínimo é o menor preço pelo qual a ação foi


negociada. Ao final do Pregão o Preço Último, se transforma no Preço de<br />

Fechamento do dia.<br />

Através dos intermediários, os Investidores podem obter informações e<br />

orientações sobre o mercado com profissionais qualificados. Os intermediários<br />

recebem as ordens dos investidores e as repassam aos operadores que têm<br />

acesso ao sistema de negociação das Bolsas. Os Investidores podem, ainda,<br />

enviar sua ordem de compra e de venda via Internet, por meio do site de seu<br />

intermediário, utilizando-se de seu Home Broker. O Home Broker possibilita<br />

maior facilidade para pequenos investidores, pois o investidor estará enviando<br />

sua ordem diretamente ao sistema da Bolsa, podendo operar nele Lotes<br />

Fracionários.<br />

O Home Broker é o instrumento que permite a negociação de ações via<br />

Internet. Ele permite que você envie ordens de compra e venda de ações<br />

através do site de sua corretora na internet. Para realizar operações via<br />

Internet, é necessário que você seja cliente de um banco de investimentos,<br />

uma distribuidora ou de uma Corretora que disponha do sistema Home Broker.<br />

De forma semelhante aos serviços de Home Banking, oferecidos pela rede<br />

bancária, os Home Brokers são interligados ao sistema de negociação da<br />

BOVESPA e permitem que o investidor envie, automaticamente, através da<br />

internet, ordens de compra e venda de ações.<br />

Para que o investidor possa acompanhar o mercado de ações de perto,<br />

a Bovespa divulga alguns índices que permitem ao investidor ter uma idéia de<br />

qual a real posição do mercado e da ação. Isso ocorre porque o preço das<br />

ações tem uma volatilidade grande, ou seja, varia bastante. São ao todo<br />

quatorze índices, dos quais apresentaremos apenas os dois mais conhecidos,<br />

conforme as características definidas no site da Bovespa.<br />

- Ibovespa: O Índice Bovespa é o mais importante indicador do<br />

desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. Sua<br />

relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais<br />

papéis negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice<br />

manteve a integridade de sua série histórica e não sofreu modificações


metodológicas desde sua implementação em 1968. O Ibovespa representa o<br />

valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída<br />

em 02/01/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética.<br />

Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então,<br />

considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição<br />

de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos<br />

recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e<br />

manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o<br />

índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o<br />

impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que<br />

avalia o retorno total de suas ações componentes. A finalidade básica do<br />

Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado.<br />

Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real<br />

configuração das negociações à vista (lote-padrão) na BOVESPA.<br />

- IBrX 50: O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma<br />

carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas<br />

na BOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de<br />

mercado das ações disponíveis à negociação. Ele foi desenhado para ser um<br />

referencial para os investidores e administradores de carteira, e também para<br />

possibilitar o lançamento de derivativos (futuros, opções sobre futuro e opções<br />

sobre índice). O IBrX-50 tem as mesmas características do IBrX – Índice Brasil,<br />

que é composto por 100 ações, mas apresenta a vantagem operacional de ser<br />

mais facilmente reproduzido pelo mercado.<br />

Considerando todas essas informações a respeito do investimento em<br />

ações, percebe-se que este é um investimento bastante arriscado, mas que no<br />

longo prazo pode trazer bons retornos. Por isso, se o seu objetivo de<br />

investimento permitir, são sempre uma boa opção.<br />

3.4.2.2 Fundos de Investimento


De acordo com Gallagher (2004) e Silva Neto (2003) o fundo de<br />

investimento é um conjunto de pessoas que aplicam seu dinheiro de forma<br />

condominial.<br />

Silva Neto (2003) ressalta que os fundos de investimento são populares<br />

porque para a maioria das pessoas é muito difícil aplicar diretamente em ações<br />

ou títulos públicos. Investir isoladamente, além de ser complicado para<br />

algumas pessoas, é também mais caro. O CDB, por exemplo, paga<br />

remunerações inferiores para pessoas com menor capital para investir. Assim<br />

os fundos de investimento se tornam uma boa opção para essas pessoas.<br />

Gallagher (2004) elenca algumas vantagens deste tipo de aplicação:<br />

- Ao fazer parte de um grupo, o investidor tem acesso a aplicações que<br />

isoladamente provavelmente não poderia almejar.<br />

- O fundo de investimentos possui administração profissional. O pequeno<br />

investidor certamente não tem o mesmo conhecimento do mercado que estes<br />

profissionais.<br />

- Ao participar de um Fundo de Investimento o investidor tem acesso a<br />

uma grande quantidade de produtos de investimento, de forma que ao aplicar<br />

seu dinheiro neste fundo, estará indiretamente comprando títulos públicos,<br />

CDB, ações, debêntures. Para um investidor isolado essa diversificação é mais<br />

difícil.<br />

- Não importa qual é o valor que o investidor aplicou. No fundo de<br />

investimento todos os cotistas recebem a mesma rentabilidade.<br />

- O desempenho do fundo pode ser acompanhado diariamente através<br />

dos jornais Gazeta Mercantil e Valor Econômico, em outras aplicações o<br />

acesso a esse dado pode ser mais difícil.<br />

Fortuna (2008) cita ainda outras vantagens de aplicar em fundos de<br />

investimento, entre elas a simplicidade de movimentação e a liquidez, pois é<br />

relativamente fácil aderir a um fundo de investimento, não há necessidade de


enovações e as cotas podem ser resgatadas a qualquer tempo sem perda da<br />

rentabilidade já apropriada.<br />

Fortuna (2008) destaca ainda que os recursos do fundo de investimentos<br />

são dos cotistas, de forma que a administração dos recursos do fundo deve ser<br />

separada da administração dos recursos da instituição financeira. Dessa forma<br />

se o investidor possui cotas de um Fundo Multimercado do Banco X, e este<br />

banco quebrar, o fundo não quebra, pois os patrimônios são separados. Por<br />

esse motivo os recursos aplicados em Fundos de Investimento não são<br />

garantidos pelo FGC – Fundo Garantidor de Crédito.<br />

Segundo Gallagher (2004), ao aplicar num fundo, o investidor adquire<br />

cotas de seu patrimônio. A cota é o valor mínimo que se pode adquirir de um<br />

fundo. Normalmente o valor da cota é calculado diariamente, através da divisão<br />

do total do patrimônio do fundo pela quantidade de cotas.<br />

Fortuna (2008) esclarece que o valor da cota precisa ser calculado<br />

diariamente em razão da Circular 2.654/96 que determina a marcação a<br />

mercado. A marcação a mercado significa trazer a valor presente o patrimônio<br />

do fundo diariamente. Isso impede a transferência de riqueza entre os cotistas,<br />

pois se não houvesse essa marcação, como o administrador do fundo saberia<br />

quanto valem as cotas daquele investidor naquele dia? Qualquer critério que<br />

ele utilizasse para calcular a cota do fundo, que não fosse o da marcação a<br />

mercado seria duvidoso, e este cotista receberia provavelmente valor maior ou<br />

menor que o devido, de forma a prejudicar o fundo.<br />

Segundo Fortuna (2008) existem fundos de investimento que gerenciam<br />

sua carteira com o objetivo de acompanhar um índice de referência, como a<br />

TR, o DI ou outros. Também existem fundos que estabelecem um índice e<br />

procuram superá-lo. Estes fundos normalmente cobram taxas de performance.<br />

Fortuna (2008) estabelece ainda que existem fundos abertos e fechados.<br />

Os fundos abertos permitem entrada e saída de cotistas a qualquer tempo,<br />

enquanto que os fechados têm datas estabelecidas para essas<br />

movimentações.


Os fundos podem ser ainda classificados em fundos de renda fixa e<br />

fundos de renda variável. Os fundos de renda fixa são compostos em sua<br />

maioria por aplicações em títulos que têm uma taxa de retorno fixa. Os fundos<br />

de renda variável são aqueles cuja composição é em sua maioria de aplicações<br />

em ações ou outros ativos com taxas de retorno variáveis.<br />

Ao aplicar seu dinheiro em fundos de investimento, é necessário estar<br />

ciente da taxas que podem ser cobradas pelo fundo. Elas estão listadas a<br />

seguir.<br />

- Taxa de administração: é cobrada pela administração da carteira em<br />

percentual diário sobre o patrimônio do fundo.<br />

- Taxa de ingresso: é a taxa cobrada do investidor ao ingressar no fundo.<br />

- Taxa de saída: pode ser cobrada na saída antecipada do fundo.<br />

- Taxa de performance: pode ser cobrada quando o fundo supera o<br />

rendimento do seu benchmark (índice de referência adotado pelo fundo).<br />

3.4.2.2.1 Classificação dos Fundos de Investimento<br />

Segundo Fortuna (2008), os fundos de investimento foram classificados<br />

de acordo com a formação da sua carteira. Essa classificação é apresentada a<br />

seguir.<br />

3.4.2.2.1.1 Fundo de Curto Prazo<br />

Os fundos classificados nessa categoria devem aplicar seus recursos<br />

exclusivamente em títulos públicos federais ou privados indexados à taxa Selic<br />

ou a outra taxa de juros, ou ainda em títulos indexados a índices de preços,<br />

com prazo máximo de 375 dias, e prazo médio ponderado da carteira de até 60<br />

dias. A utilização de derivativos é permitida somente para hedge (proteção). O<br />

fator de risco inerente a este tipo de fundo é a taxa de juros de curto prazo.


3.4.2.2.1.2 Fundo Referenciado<br />

Os fundos classificados nessa categoria devem identificar na sua<br />

denominação o seu benchmark, em função dos ativos integrantes da carteira. A<br />

formação da carteira deste tipo de fundo deve obedecer aos seguintes critérios.<br />

- ter no mínimo 80% do seu Patrimônio Líquido representados por títulos<br />

do tesouro nacional ou títulos privados de renda fixa, cujo emissor esteja na<br />

categoria de baixo risco.<br />

- ter no mínimo 95% da carteira aplicado em ativos que acompanhem<br />

direta ou indiretamente a variação do indicador de desempenho escolhido.<br />

- aplicação em derivativos somente para hedge.<br />

O fator de risco deste tipo de fundo é o seu indicador de desempenho<br />

(benchmark).<br />

3.4.2.2.1.3 Fundo de Renda Fixa<br />

Este tipo de fundo deve aplicar no mínimo 80% da carteira em ativos<br />

relacionados diretamente ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que<br />

dá nome à classe (renda fixa). Deve ter como principal fator de risco a variação<br />

da taxa de juros doméstica, ou índice de preços, ou ambos.<br />

3.4.2.2.1.4 Fundo Cambial<br />

Deve aplicar pelo menos 80% da carteira em ativos relacionados<br />

diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à<br />

classe (câmbio). Seu principal fator de risco deve ser a variação de preços da<br />

moeda estrangeira ou do cupom cambial.<br />

3.4.2.2.1.5 Fundo de Ações<br />

Deve ter como principal fator de risco a variação do preço das ações<br />

negociadas em bolsa ou mercado de balcão organizado. Seus limites de<br />

aplicação são:


- no mínimo 67% do patrimônio deverão estar aplicados em ações;<br />

bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações; cotas de<br />

fundos de ações; cotas de fundos de índice de ações, BDR – Brazilian<br />

Depositary Receipt.<br />

- o valor que exceder os 67% do patrimônio pode ser aplicado em<br />

quaisquer outros ativos financeiros.<br />

3.4.2.2.1.6 Fundo Dívida Externa<br />

Deve aplicar no mínimo 80% do seu PL em títulos da dívida externa de<br />

responsabilidade da União. Os outros 20% podem ser aplicados em títulos de<br />

dívida de outras empresas, desde que nunca mais de 10% em uma mesma<br />

empresa. Os principais fatores de risco deste tipo de fundo são o risco cambial<br />

(pelo fato de os títulos negociados serem denominados geralmente em moeda<br />

estrangeira) e o risco de crédito dos emissores.<br />

Podem ser realizadas operações com derivativos para hedge de até<br />

10% do PL no exterior e 10% no Brasil.<br />

3.4.2.2.1.7 Fundo Multimercado<br />

Esses fundos devem possuir políticas de investimento que englobem<br />

vários fatores de risco, pois são multimercado, sem compromisso de<br />

concentração. Pode investir até 20% do seu PL em ativos financeiros no<br />

exterior, desde que autorizado pelo seu regulamento.<br />

3.4.2.2.2 Tributação<br />

Ocorre a incidência basicamente de dois impostos: o IOF e o IR. Para os<br />

fundos de ações a alíquota de IOF é zero, para os demais fundos a incidência<br />

se dá conforma tabela já apresentada quando se falou de CDB.<br />

O imposto de renda é pago sobre a diferença positiva em moeda<br />

nacional entre o valor do resgate e o da aplicação, deduzido algum IOF<br />

eventual. Para os fundos de renda fixa as alíquotas são semelhantes àquelas<br />

já descritas quando se falava sobre CDB.


Além do imposto de renda no resgate, existe ainda a tributação<br />

semestral, paga no último dia útil de maio e de novembro de cada ano. A<br />

alíquota é de 20% para os fundos de curto prazo e 15% para os fundos de<br />

longo prazo.<br />

Os fundos de ações são tributados somente por ocasião de resgate à<br />

alíquota de 15%.<br />

3.4.2.3 Imóveis<br />

Segundo Gallagher (2004) o brasileiro gosta de investir em imóveis, em<br />

especial as pessoas mais velhas. Para ela, isso ocorre porque “esse é um<br />

investimento simples de compreender, não é necessário conhecimento<br />

específico para entender que o imóvel pode render aluguéis e se valorizar com<br />

o tempo, além disso, é palpável” (2004, p. 89).<br />

Gallagher (2004) lembra ainda que a casa própria é o sonho de muitas<br />

pessoas, independente de sua cultura, raça ou crença religiosa. Segundo ela, o<br />

imóvel representa uma segurança emocional.<br />

Halfeld (2001) relata que os imóveis passaram a ser vistos como um<br />

bom investimento, pois entre os anos de 1940 e 1980 houve uma grande<br />

migração de pessoas do campo para a cidade no Brasil, e isso provocou a<br />

valorização dos imóveis nas cidades. Os imóveis ainda apresentavam a<br />

vantagem de ser uma proteção contra a inflação, e tiveram um bom rendimento<br />

durante os diversos planos econômicos que o Brasil enfrentou a partir de 1986.<br />

Mas a partir do plano Real, em 1994, eles passaram a se valorizar menos.<br />

Segundo Filho (2003) ressalta que os imóveis podem ser um bom<br />

investimento, mas também trazem despesas tais como, condomínio e IPTU,<br />

que no caso de o imóvel estar desocupado correm por conta do proprietário. O<br />

autor lembra ainda que o inquilino pode ficar inadimplente.


Silva Neto (2003) concorda que investir em imóveis acarreta alguns<br />

riscos. Nesse sentido, Halfeld (2001) faz algumas recomendações para os<br />

investidores que têm interesse em entrar nesse mercado.<br />

- Evite comprar imóveis sofisticados, pois os preços são muito<br />

influenciados por modismos.<br />

- Prefira imóveis menores, pois eles têm maior liquidez, são mais fáceis<br />

de alugar e são mais úteis no momento em que você enfrentar dificuldades<br />

financeiras.<br />

- Não se apaixone pelo imóvel. Procure enxergar todos os seus defeitos.<br />

Comprar um imóvel traz muitas preocupações, por isso é melhor avaliar bem o<br />

que se está comprando. E se você precisar vendê-lo algum dia, os futuros<br />

compradores serão bastante rigorosos. Seja exigente!<br />

- Procure um imóvel que atenda as necessidades de todos na família.<br />

- Pague à vista, pois isso aumenta o seu poder de barganha.<br />

Halfeld (2001) elenca ainda as vantagens de investir em imóveis:<br />

- Imóveis impõe disciplina ao investidor, pois têm baixa liquidez.<br />

- Podem ser tocados, são os chamados ativos reais.<br />

- Proteção contra inflação no longo prazo.<br />

- Satisfação de morar em sua própria casa.<br />

- Os aluguéis podem oferecer um complemento à aposentadoria, ou<br />

impulsionar a aquisição de outros imóveis a fim de aumentar seu patrimônio.<br />

3.4.2.4 P<strong>rev</strong>idência Privada


Gallagher (2004) destaca que em hoje em dia as pessoas vivem muito<br />

mais tempo e têm despesas cada vez maiores para se manter na velhice. A<br />

medicina permitiu que as pessoas vivessem mais, e com mais qualidade de<br />

vida, mas isso representa mais gastos por mais tempo. Além disso, os planos<br />

de saúde para idosos são bastante caros. Segundo ela, não é possível viver<br />

apenas com aquela aposentadoria recebida pelo INSS, é necessário um<br />

planejamento financeiro desde a juventude para garantir qualidade de vida e<br />

conforto na aposentadoria.<br />

Nesse sentido Halfeld (2001, p. 86) destaca que “pequenas quantias<br />

poupadas na juventude transformam-se facilmente em centenas de milhares de<br />

reais, ao fim de trinta anos.” Ou seja, mesmo que você não consiga guardar<br />

muito dinheiro, guarde, pois esse pouco pode fazer uma grande diferença no<br />

seu futuro.<br />

Fortuna (2008) define os planos de p<strong>rev</strong>idência privada como aplicações<br />

destinadas à complementação da aposentadoria de seu investidor a longo<br />

prazo.<br />

Para Halfeld (2001) existem dois tipos de plano de p<strong>rev</strong>idência privada,<br />

no que se refere aos benefícios:<br />

- Benefício definido: o valor que se vai receber no futuro é definido<br />

agora, independente do resultado que o fundo apresentar.<br />

- Contribuição definida: não há definição imediata sobre o valor do<br />

benefício que se receberá no futuro. São definidas as contribuições mensais, e<br />

o benefício depende da competência do administrador.<br />

Segundo Halfeld (2001), a p<strong>rev</strong>idência ainda pode ser aberta ou<br />

fechada. Os planos de p<strong>rev</strong>idência fechada são destinados normalmente a<br />

funcionários de uma empresa, que patrocina o plano. É o caso, por exemplo,<br />

da P<strong>rev</strong>i, que é o plano de p<strong>rev</strong>idência dos funcionários do Banco do Brasil. Já<br />

a p<strong>rev</strong>idência aberta, normalmente é oferecida por instituições financeiras a<br />

seus clientes, sem este tipo de restrição. Em alguns casos, o investidor não<br />

precisa nem mesmo ser cliente do banco.


Segundo Filho (2007) e Fortuna (2008) destacam três tipos de planos de<br />

p<strong>rev</strong>idência privada abertos.<br />

- FAPI (Fundo de Aposentadoria Programada Individual): tem forma de<br />

condomínio aberto, administrado por instituições financeiras, direcionado para<br />

pessoas físicas. As contribuições são dedutíveis do imposto de renda até 12%<br />

da renda bruta e pago no resgate.<br />

No FAPI, as aplicações dos recursos têm limite de até 100% em títulos<br />

públicos; até 80% renda fixa; até 40% renda variável. O risco desse<br />

investimento é o risco dos títulos da carteira.<br />

Este plano é ideal para pessoas que não dispõe de fundos de pensão,<br />

tais como os profissionais liberais, autônomos e empresários.<br />

- PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) e VGBL (Vida Gerador de<br />

Benefícios Livres): Segundo Gallagher (2004) o PGBL e o VGBL são produtos<br />

parecidos que diferem apenas na tributação, o que faz com que tenham um<br />

público alvo diferente. Ambos são planos de p<strong>rev</strong>idência privada, que não<br />

garantem rendimento mínimo, pois estão estruturados na forma de fundos de<br />

investimento.<br />

Existem três categorias de PGBL / VGBL, segundo Gallagher (2004) e<br />

Fortuna (2008).<br />

- Soberano: aplica 100% em títulos de emissão do Tesouro Nacional ou<br />

do Banco Central, por isso é o tipo que apresenta menor risco.<br />

- Renda Fixa: aplica 100% em títulos de renda fixa públicos ou privados<br />

(CDB, debêntures e letras de câmbio). Apresenta mais risco que o primeiro,<br />

mas sua rentabilidade também é majorada.<br />

- Composto: este tipo de plano pode aplicar até 49% dos ativos em<br />

renda variável (ações). Dado esse fator, apresenta um nível de risco mais<br />

elevado.


Segundo Gallagher (2004) em ambos os planos, a carência para resgate<br />

é de 60 dias. Também oferecem a contratação de seguros adicionais, com<br />

cobertura para morte e invalidez. As contribuições podem ser mensais ou<br />

esporádicas.<br />

As taxas cobradas para estes produtos são a de administração e a de<br />

carregamento. É importante atentar para elas antes de aplicar seu dinheiro em<br />

qualquer fundo, pois essas taxas afetam diretamente sua rentabilidade. A taxa<br />

de carregamento é cobrada em alguns casos por resgate antecipado das cotas,<br />

como uma forma de obrigar o investidor a permanecer no fundo pelo prazo<br />

contratado.<br />

A diferença básica entre o PGBL e o VGBL é que no primeiro caso,<br />

podem-se abater as contribuições ao fundo da base de cálculo para o imposto<br />

de renda até o limite máximo de 12% da renda bruta. Por isso o PGBL é<br />

indicado para pessoas que entregam a declaração do imposto de renda em<br />

formulário completo. Já o VGBL, por não apresentar esse benefício é indicado<br />

para aqueles que não declaram imposto de renda, ou declaram em formulário<br />

simplificado.<br />

Existe mais um diferencial: no resgate se você tiver um PGBL a<br />

tributação será calculada sobre o total do resgate, ou seja, capital mais<br />

rendimento. No caso do VGBL essa tributação incide apenas sobre o valor do<br />

rendimento.<br />

No momento em que o investidor ingressa no plano, há ainda a<br />

possibilidade de optar pelo tipo de tributação. Desde 2005 existem duas<br />

tabelas de imposto de renda para os planos de p<strong>rev</strong>idência que são a<br />

progressiva compensável e a regressiva definitiva. Ambas são apresentadas a<br />

seguir.<br />

Renda<br />

Alíquota IR<br />

Até 1.372,81 0%


De 1.372,81 a 2.743,25 15%<br />

Acima de 2.743,25 27,5%<br />

Quadro : Tabela Progressiva IR<br />

Fonte: Iniciante na Bolsa<br />

Prazo de acumulação dos recursos<br />

Alíquota IR<br />

Até 2 anos 35%<br />

De 2 a 4 anos 30%<br />

De 4 a 6 anos 25%<br />

De 6 a 8 anos 20%<br />

De 8 a 10 anos 15%<br />

Acima de 10 anos 10%<br />

Quadro : Tabela Regressiva IR<br />

Fonte: Andima<br />

A diferença básica entre as duas tabelas é que uma se baseia no valor<br />

resgatado e a outra no tempo de acumulação dos recursos. Deve-se ressaltar<br />

também que a tributação progressiva não é definitiva, pois no momento do<br />

resgate é feita a retenção de 15% de IR e há a possibilidade de redução do<br />

imposto a ser pago na declaração anual de ajuste do IR. Já a tributação<br />

regressiva é definitiva, sem possibilidade de ajustes na declaração de IR anual.<br />

Outra diferença é que na tabela regressiva não há faixa de isenção, já na<br />

progressiva existe essa possibilidade.<br />

Assim sendo, pode-se dizer que a tabela progressiva é aplicável aqueles<br />

que pretendem resgatar sua p<strong>rev</strong>idência privada em curto espaço de tempo, ou<br />

para aqueles que já se aproximam da aposentadoria. Já para aqueles que


estão começando suas contribuições e pretendem fazê-las por longo tempo a<br />

tabela regressiva é mais indicada.<br />

Ambos os tipos de plano permitem que o contribuinte escolha quanto e<br />

como contribuir. As contribuições podem variar e a forma de receber a renda<br />

ao decidir se aposentar também pode ser determinada pelo contribuinte entre<br />

as seguintes:<br />

- Renda mensal vitalícia: renda paga vitaliciamente ao participante, a<br />

partir da data de concessão do benefício.<br />

- Renda mensal por tempo determinado: consiste em renda paga<br />

temporária e exclusivamente ao participante. Cessa com o falecimento do<br />

participante ou o fim do tempo contratado.<br />

- Renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido: consiste em uma<br />

renda paga vitaliciamente ao participante, a partir da data de concessão do<br />

benefício. Caso o participante venha a falecer antes do prazo mínimo<br />

garantido, o benefício é pago aos beneficiários ou herdeiros até o prazo<br />

garantido.<br />

- Renda mensal vitalícia <strong>rev</strong>ersível ao beneficiário indicado: consiste em<br />

renda paga vitaliciamente ao participante, a partir da data de concessão do<br />

benefício, e no caso de morte deste, o percentual contratado na proposta de<br />

inscrição é <strong>rev</strong>ertido vitaliciamente ao beneficiário indicado.<br />

Com a descrição destes investimentos, pode-se agora decidir por algum<br />

ou alguns deles. Os autores, em sua maioria, recomendam a diversificação da<br />

carteira, ou seja, não aplicar todo o dinheiro no mesmo investimento, variar um<br />

pouco, experimentar formas novas de fazer as coisas. Normalmente as<br />

pessoas têm medo do desconhecido, mas quem não arrisca nunca pode saber<br />

o que está perdendo.<br />

Agora que já se conhece um pouco acerca de cada um deles fica mais<br />

fácil tomar a decisão de investimento mais adequada. O que não pode ser<br />

esquecido jamais é que para que se possa fazer investimentos é de suma<br />

importância poupar.


No próximo capítulo, será apresentada a metodologia utilizada para o<br />

desenvolvimento da pesquisa.<br />

4. METODOLOGIA<br />

Neste capítulo serão apresentados os meios para a realização da<br />

pesquisa proposta por este estudo.<br />

Segundo Vergara (2007), a pesquisa pode ser classificada quanto aos<br />

fins e quanto aos meios. Quanto aos fins esta pesquisa é descritiva, pois de<br />

acordo com Vergara (2007) e Gil (2002) a pesquisa descritiva é aquela que<br />

objetiva a definição das características de determinada população ou<br />

fenômeno. Neste caso, o objetivo é conhecer o comportamento financeiro de<br />

casais sem filhos.<br />

Quanto aos meios esta pesquisa se vale de dois métodos: além de ser<br />

um estudo bibliográfico, também se utiliza de questionário para a coleta das<br />

informações a serem analisadas.<br />

A pesquisa é bibliográfica, pois se vale de estudo desenvolvido com<br />

base em material publicado em livros, <strong>rev</strong>istas e internet. Esse procedimento é<br />

imprescindível, pois permite saber o que os autores dizem a respeito do<br />

assunto.<br />

Nesse sentido, Gil (2002) esclarece que a principal vantagem da<br />

pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao pesquisador a cobertura de<br />

uma gama de fenômenos muito maior do que aquela que poderia pesquisar<br />

diretamente. O maior problema deste tipo de pesquisa para Gil (2002) é que<br />

muitas vezes as fontes apresentam dados processados de forma equivocada,<br />

comprometendo a qualidade da pesquisa que se basear naquela fonte.


Já a aplicação do questionário é de suma importância para que se<br />

possa conhecer o comportamento dos casais em relação ao dinheiro. Para<br />

isso, utilizou-se um questionário misto, com perguntas abertas e fechadas.<br />

Gil (2002) destaca as vantagens e desvantagens desta forma de<br />

obtenção dos dados. Segundo o autor, entre as vantagens da aplicação de<br />

questionário estão o conhecimento direto da realidade, o baixo custo da<br />

pesquisa, a rapidez no levantamento dos dados e a possibilidade de se tabular<br />

os dados, para uma análise estatística dos mesmos.<br />

As desvantagens da aplicação do questionário como meio de obtenção<br />

dos dados são:<br />

- Ênfase nos aspectos perceptivos: o questionário recolhe os dados<br />

referentes à percepção que as pessoas têm de si mesmas. O problema é que a<br />

percepção é subjetiva, e existe grande diferença entre o que as pessoas fazem<br />

ou sentem e o que elas dizem.<br />

- Pouca profundidade no estudo acerca da estrutura e dos processos<br />

sociais: o questionário não é adequado à investigação profunda dos<br />

fenômenos, apenas permite obter uma grande quantidade de dados a respeito.<br />

No estudo aqui apresentado, isso implica em conhecer o comportamento dos<br />

casais sem filhos em relação a dinheiro, mas sem um estudo mais profundo<br />

acerca do que motiva esse comportamento.<br />

- Limitada apreensão do processo de mudança: o questionário oferece<br />

uma espécie de fotografia de determinado comportamento, mas não indica<br />

suas tendências de variação ou possíveis mudanças estruturais.<br />

Considerando esses fatores, Gil (2002) esclarece que a aplicação de<br />

questionários é muito adequada em pesquisas descritivas, e muito útil para o<br />

estudo de opiniões e atitudes.<br />

Uma vez aplicado o questionário, os dados foram tabulados em forma<br />

de gráficos e analisados a partir das afirmações dos autores utilizados para a<br />

elaboração do referencial teórico.


Os dados coletados foram analisados qualitativamente e<br />

quantitativamente, pois depois de obtidos foram tabulados e apresentados em<br />

forma de percentual. Em seguida foram estabelecidas comparações entre o<br />

comportamento dos casais e o que foi apresentado no referencial teórico do<br />

estudo. Esse procedimento é definido como método estatístico comparativo na<br />

definição de Marconi e Lakatos (2006).<br />

Para Marconi e Lakatos (2006) a análise qualitativa visa o<br />

aprofundamento das questões analisadas pela pesquisa, no trato do<br />

comportamento humano com o ambiente e a situação que está sendo<br />

investigada.<br />

Já a aplicação do método estatístico comparativo visa estabelecer<br />

semelhanças ou diferenças existentes no comportamento dos casais<br />

ent<strong>rev</strong>istados. Esses métodos se justificam, pois existem dados numéricos a<br />

serem analisados de forma que se possa obter conclusões a respeito do<br />

comportamento dos ent<strong>rev</strong>istados.<br />

No próximo capítulo os dados coletados são apresentados e analisados<br />

conforme descrito anteriormente.


5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS<br />

Como já descrito anteriormente, os dados foram coletados através da<br />

aplicação de um questionário composto de 14 questões, entre as quais, havia<br />

questões abertas e fechadas. Os casais ent<strong>rev</strong>istados eram em sua maioria<br />

jovens com pouco tempo de união e rendas semelhantes, variando entre dois e<br />

cinco salários mínimos. As questões respondidas pelos casais estão elencadas<br />

a seguir, juntamente com as respostas obtidas.<br />

Neste estudo, serão analisadas as respostas dos dez casais para cada<br />

questionamento, através de gráficos e das contribuições dos autores utilizados<br />

para o desenvolvimento do <strong>trabalho</strong> em seu referencial teórico.<br />

Serão apresentadas as perguntas, juntamente com um gráfico<br />

representativo das respostas, e em seguida uma análise dos resultados<br />

obtidos.<br />

Pergunta: Vocês dividem os pagamentos das despesas? De que forma?<br />

20%<br />

Sim igualmente<br />

20%<br />

10%<br />

50%<br />

Ela paga<br />

Dinheiro<br />

conjunto<br />

Paga mais quem<br />

ganha mais<br />

Gráfico 1: Divisão do Pagamento das Despesas entre os Casais


Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Quanto às respostas para a primeira questão feita a cada casal,<br />

observou-se, que em sua maioria as despesas do lar são pagas pelos dois<br />

membros do casal, divididas ao meio ou um valor aproximado. Assim cada um<br />

paga metade das despesas domésticas, e arca com suas despesas pessoais,<br />

sendo que não há conta conjunta em banco. Apenas 10% dos casais<br />

afirmaram que apenas um deles paga todas as despesas sozinho, enquanto<br />

que o outro nada contribui.Enquanto isso, 20% afirmaram que o dinheiro do<br />

casal é dos dois, e mantém conta conjunta em banco, sendo que neste caso,<br />

tanto as despesas quanto os investimentos são conjuntos. Outros 20%<br />

afirmaram ainda, que as despesas do casal são divididas, mas paga mais<br />

aquele que têm o maior salário. Curiosamente, neste caso, os investimentos<br />

são conjuntos.<br />

Essa realidade observada no cotidiano dos casais confirma o que diz<br />

Guimarães (2007) em sua dissertação de mestrado acerca do tratamento do<br />

dinheiro no âmbito do casamento. Os comportamentos apresentados pelos<br />

casais ent<strong>rev</strong>istados vão de encontro também ao que diz Cerbasi (2004) sobre<br />

o papel da mulher no orçamento dos casais atualmente.<br />

Pergunta: Vocês costumam fazer uma reserva (poupança) da renda<br />

mensalmente?<br />

10%<br />

30%<br />

Sim<br />

Não<br />

Sim,<br />

individualmente<br />

60%<br />

Gráfico 2: Hábito de poupar<br />

Fonte: Elaboração própria do autor


Pergunta: Vocês elaboram e controlam as receitas e despesas mensais<br />

em algum tipo de Planilha ou caderno?<br />

20%<br />

Sim<br />

Não<br />

80%<br />

Grafico 3: Hábito de Controlar o Orçamento Doméstico<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Serão analisadas em conjunto as respostas obtidas a segunda e terceira<br />

questão, por tratarem-se de assuntos complementares, em que se observando<br />

um comportamento é possível entender outro.<br />

A segunda pergunta do questionário dizia respeito ao hábito de poupar<br />

mensalmente algum valor da renda auferida pelo casal. Apenas 30% dos<br />

casais disseram fazer uma economia mensal da renda, enquanto que 60%<br />

afirmam que não poupam, ou por não sobrar dinheiro, ou por não terem<br />

adquirido este hábito. 10% dos casais afirmaram que apenas um dos membros<br />

faz uma poupança regularmente, não mensal, mas sempre que possível.<br />

Com estas respostas é possível observar que os autores consultados<br />

para a elaboração do <strong>trabalho</strong>, entre eles Segundo Filho (2003), Cerbasi<br />

(2004), Halfeld (2001) e Silva Neto (2003) acertam ao afirmar que a maioria da<br />

população não tem o hábito de poupar, seja pelos apelos do marketing que<br />

incita o consumo, seja pela falta de hábito ou até mesmo de motivação. Esse<br />

comportamento pode ser atribuído também ao fato de 80% dos casais terem<br />

afirmado não elaborar um controle das receitas e despesas nem em rabisco,<br />

conforme respostas dadas a terceira pergunta feita aos ent<strong>rev</strong>istados.


Novamente, o comportamento observado entre os casais confirma o que<br />

dizem Silva Neto (2003) e Halfeld (2001) acerca da falta de controle do<br />

orçamento doméstico. Sem saber o valor das receitas e despesas mensais,<br />

realmente fica difícil poupar.<br />

Pergunta: Vocês têm algum objetivo de consumo de médio e de longo<br />

prazo? (compra casa própria, carro, aposentadoria, viagem)<br />

20%<br />

Sim<br />

Não<br />

80%<br />

Grafico 4: Existência de objetivo de médio e longo prazo<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

As respostas a quarta questão feita aos ent<strong>rev</strong>istados também ajudam a<br />

entender o comportamento relatado anteriormente. Quando perguntados<br />

acerca de possuírem objetivos de longo prazo, tais como a compra da casa<br />

própria, carro, realização de viagem ou formação de reserva para a<br />

aposentadoria, 80% dos casais afirmaram ter algum destes objetivos, sendo<br />

que 30% desejam a aquisição da casa própria e 50% desejam comprar um<br />

carro novo. Como estes objetivos normalmente não podem ser alcançados no<br />

curto prazo, pois exigem muita disciplina para poupar parte da renda auferida<br />

com o <strong>trabalho</strong> e a obtenção de bons resultados em seus investimentos para a<br />

compra do bem à vista, grande parte das pessoas têm recorrido a longos<br />

financiamentos para a realização destes objetivos. Assim, comprometem a<br />

renda com mais uma prestação a pagar e acabam por alegar que não sobra<br />

dinheiro para investir. Esse comportamento vai de encontro ao relatado por<br />

Gallagher (2004), ao tratar do investimento em imóveis e da aquisição da casa<br />

própria.


Por outro lado, não ter objetivos também implica na falta de motivação<br />

para poupar, conforme destaca Silva Neto (2003), ao tratar o planejamento<br />

financeiro como negócio de família. O estabelecimento de objetivos faz com<br />

que os envolvidos se sintam menos penalizados com certos cortes do dia-adia,<br />

ao saberem que seu sacrifício será recompensado com a aquisição de<br />

uma casa na praia onde possam passar suas férias, por exemplo.<br />

Pergunta: Vocês já recorreram ao cheque especial?<br />

60%<br />

40%<br />

Sim<br />

Não<br />

Gráfico 5: Utilização do Cheque Especial<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

No que diz respeito ao uso do cheque especial, 40% dos ent<strong>rev</strong>istados<br />

afirmaram que já recorreram a essa modalidade de crédito. Alguns por<br />

descuido (afinal não há orçamento doméstico), outros por emergência, mas o<br />

preocupante é que há alguns recorrentes, embora saibam das altas taxas de<br />

juros cobradas pelos bancos para esse tipo de crédito. Esse comportamento é<br />

classificado por Cerbasi (2004) como o descontrole financeiro, que ocorre<br />

quando não se tem controle das receitas e despesas, nem qualitativa nem<br />

quantitativamente. Essa observação é possível através do cruzamento das<br />

respostas às perguntas 2 e 5, que questionam acerca da habitualidade de<br />

poupar e do uso do cheque especial, afinal todos os casais que afirmaram já<br />

ter recorrido ao cheque especial, responderam também que não costumam<br />

poupar.<br />

Dessa forma, pode ser observado que a recíproca é verdadeira, pois<br />

apenas um dos casais que afirmou jamais ter recorrido ao cheque especial, diz


não poupar parte de sua renda. Este comportamento é apontado por Cerbasi<br />

(2004) como o de gastadores, que vivem bem o momento e não poupam a não<br />

ser para uma próxima viagem. Essa classificação também pode ser atribuída<br />

aos dois casais que disseram ter recorrido ao cheque especial eventualmente,<br />

pois gastam todo o salário, às vezes um pouco mais e gostam de ostentar.<br />

Também não se incomodam em recorrer a financiamentos.<br />

Ao mesmo tempo, 50% dos casais declararam não utilizar o cheque<br />

especial e ainda fazer uma reserva mensal da renda. Estes, para Cerbasi<br />

(2004) podem ser considerados desligados, pois gastam menos do que<br />

ganham e poupam o que sobra, mas não sabem exatamente quanto. Esta<br />

conclusão é possível, pois além de afirmarem não usar cheque especial e<br />

poupar parte da renda, a totalidade destes casais afirmou que não controla<br />

seus gastos mensais, ou seja, poupam quando podem, quando não podem e<br />

não têm dinheiro compram parcelado. Quando têm um valor mais expressivo<br />

na conta trocam de carro ou fazem uma viagem, mas sempre acham cedo para<br />

planejar a aposentadoria.<br />

Entre os casais ent<strong>rev</strong>istados não foram encontrados os outros dois<br />

estilos de lidar com o dinheiro, segundo a classificação de Cerbasi (2004), que<br />

são os poupadores (conhecidos como avarentos, mesquinhos) e os financistas,<br />

que são aqueles que mantêm um rigoroso controle dos gastos, fazem<br />

pesquisas de preços e entendem de juros, investimentos e inflação.<br />

Pergunta: Vocês se julgam gastadores ou poupadores?<br />

40%<br />

60%<br />

Gastadores<br />

Poupadores<br />

Gráfico 6: Perfil dos casais


Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Os casais também foram questionados sobre o que acham do seu<br />

comportamento em relação ao dinheiro. Neste caso, 60% admitem ser<br />

gastadores, com alguma ressalva ou desculpa para justificar a resposta e 40%<br />

se disseram poupadores. Aqui é interessante observar que eles mesmos<br />

sabem que são gastadores em sua maioria, mas ao invés de procurar corrigir o<br />

problema, procuram desculpas para justificar seus gastos desordenados,<br />

comportamento este descrito por Segundo Filho (2003). Estas pessoas não se<br />

preocupam com o futuro e gostam de ostentar um padrão de vida mais alto do<br />

que aquele que realmente suportam. Já sobre os que se dizem poupadores,<br />

eles na verdade não sabem, mas são desligados, pois poupam sem traçar<br />

objetivos, sem controlar gastos. Poupam por poupar, e como diz Cerbasi<br />

(2004), o dinheiro não é um fim, e sim um meio. Poupar por si só não se<br />

justifica, é preciso ter ambições, investir em algo que traga felicidade ao casal.<br />

Pergunta: Já fizeram investimentos em ações ou pensam em investir?<br />

30%<br />

Sim<br />

Não<br />

70%<br />

Gráfico 7: Intenção de Realizar Investimento em Ações<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

A sétima pergunta procurou avaliar o grau de aversão ao risco dos<br />

participantes. Quando questionados acerca de investimento em ações, 70%<br />

dos casais disseram que nunca investiram nem jamais pretendem investir<br />

neste tipo de ativo. Em alguns deles até pode ser observado um sentimento de<br />

quase pavor ao ouvir a palavra ações. Por outro lado, 30% afirmaram já ter<br />

esse tipo de investimento ou pensar em fazê-lo. Esse comportamento confirma


a classificação de Gitman (2006) sobre propensão ao risco. Já diz ele, que em<br />

sua maioria, os investidores costumam ser avessos ao risco, em concordância<br />

com a avaliação de Segundo Filho (2003).<br />

É interessante observar que estes casais têm aversão ao risco de perder<br />

dinheiro com investimentos, mas não são capazes de perceber os desperdícios<br />

e extravagâncias que cometem no dia-a-dia, comportamento este que pode<br />

levar a perdas financeiras tão grandes ou ainda maiores do que as<br />

possivelmente obtidas com a desvalorização de uma ação.<br />

Pergunta: Fazem pesquisas de preço regularmente antes de irem às<br />

compras?<br />

50%<br />

50%<br />

Sim<br />

Não<br />

Gráfico 8: Hábito de pesquisar preços<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Este comportamento pode ser observado se compararmos as respostas<br />

da sétima questão em relação às obtidas para a oitava, que se referia ao hábito<br />

de pesquisar preços antes de ir às compras. 50% dos casais afirmaram fazer<br />

pesquisas e outros 50% afirmaram não fazer pesquisas. Todos os casais que<br />

disseram não pesquisar os preços antes de ir às compras se declararam<br />

avessos ao investimento em ações, além de não fazer qualquer tipo de<br />

orçamento doméstico. Cerbasi (2004) explica que muitos casais não fazem<br />

planejamento financeiro porque isso acarreta horas controlando as despesas e<br />

traçando estratégias para investir e poupar, enquanto que este tempo poderia<br />

estar sendo empregado em outras atividades mais prazerosas. Ewald (2007)<br />

também destaca que pesquisar preços exige muito <strong>trabalho</strong> e esforço, e talvez


o comodismo de comprar mais perto de casa ou onde sempre se compra<br />

acabe desestimulando a pesquisa de preços antes da realização das compras.<br />

Pergunta: O que vocês pensam acerca de investimento em imóveis?<br />

20%<br />

Gostam<br />

Não gostam<br />

80%<br />

Gráfico 9: Opinião acerca do investimento em imóveis<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Quando perguntados acerca de sua opinião sobre o investimento em<br />

imóveis, 80% declararam gostar deste tipo de investimento, pois ele possibilita<br />

um incremento da receita através dos aluguéis. Alguns também destacaram<br />

que este investimento mantém o valor do dinheiro, ou seja, não se desvaloriza<br />

ao longo dos anos. Para os 20% que declararam não gostar deste investimento<br />

a justificativa foi a baixa liquidez, pois se o investidor precisar se desfazer do<br />

imóvel para obter seu capital, primeiro precisará arrumar um comprador, e isto<br />

às vezes pode levar tempo, o que pode acarretar inclusive na venda do imóvel<br />

por um valor abaixo do mercado. Este comportamento vai de encontro ao<br />

descrito por Gallagher (2004), ao esc<strong>rev</strong>er que o brasileiro gosta do<br />

investimento em imóveis, principalmente por sua capacidade de preservar o<br />

valor do dinheiro e gerar renda extra através do aluguel.<br />

Pergunta: Costumam comprar à vista ou a prazo em relação às compras<br />

no mercado, roupas e eletro-eletrônicos?


20%<br />

20%<br />

20%<br />

40%<br />

À vista<br />

À vista só com<br />

desconto<br />

À vista só no<br />

mercado<br />

A prazo<br />

Gráfico 10: Forma de pagamento das compras<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

A décima pergunta foi a respeito da forma de pagamento das compras,<br />

se à vista ou a prazo. 40% declararam pagar as compras à vista. 20%<br />

declararam comprar à vista somente mediante a obtenção de um desconto.<br />

20% declararam comprar à vista apenas no mercado, e o restante (roupas e<br />

eletro-eletrônicos) parcelado. Outros 20% declararam comprar geralmente a<br />

prazo.<br />

Nesse sentido, Ewald (2007) esclarece que o ideal é pagar à vista e<br />

negociar o desconto, mas em caso de necessidade de pagar a prazo<br />

recomenda alguns cuidados. Pelo que pôde ser observado, a maioria dos<br />

casais segue este conselho, comprando à vista e pedindo desconto. No<br />

mundo atual, pelas tentações do consumo, é preciso muita cautela com as<br />

compras a prazo que podem se tornar vilãs do orçamento doméstico. No caso<br />

de não haver este orçamento, como declarou a maioria dos casais, é preciso<br />

cuidado redobrado, para evitar o completo descontrole das finanças do casal.<br />

Pergunta: O casal costuma conversar sobre dinheiro regularmente?


70%<br />

30%<br />

Sim<br />

Não<br />

Gráfico 11: Hábito de conversar sobre dinheiro<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Em resposta a essa questão a maioria dos casais declarou não<br />

conversar regularmente sobre dinheiro, fato este que vai de encontro ao que<br />

esc<strong>rev</strong>e Cerbasi (2004). Segundo ele, a maioria dos casais não conversa sobre<br />

dinheiro, a não ser quando a situação financeira já está bastante crítica, e as<br />

soluções são mais difíceis. Para ele, o tema dinheiro é um tabu ainda maior do<br />

que o sexo entre os casais, e isso precisa ser superado, pois essa falta de<br />

diálogo pode levar a brigas que culminem com o fim do relacionamento.<br />

Guimarães (2007) em sua dissertação de mestrado também faz afirmações a<br />

este respeito. O diálogo é a melhor forma de um deixar claro para o outro quais<br />

são seus objetivos e o que é preciso fazer em termos de orçamento doméstico<br />

para atingi-los.<br />

Pergunta: Vocês têm aplicações em renda fixa (Fundos, poupança ou<br />

CDB)?<br />

40%<br />

60%<br />

Sim<br />

Não


Gráfico 12: Aplicações em renda fixa<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Em resposta a esta pergunta a maioria dos casais afirmou ter algum tipo<br />

de aplicação em renda fixa. Os casais que afirmaram não ter aplicações deste<br />

tipo são aqueles que não conseguem poupar, gastam tudo o que ganham ou<br />

às vezes um pouco mais. As aplicações em renda fixa são as mais comuns,<br />

pois a maioria das pessoas é avessa ao risco, e em tese estas aplicações são<br />

as menos arriscadas que existem no mercado.<br />

Novamente pode-se ver confirmada a classificação de aversão risco<br />

dada por Gitman (2006) e Segundo Filho (2003), como já pode ser vista nas<br />

respostas à questão de número sete que perguntava acerca da possibilidade<br />

de investimento em ações. Como se pode ver as respostas a esta pergunta<br />

uma confirmam as análises feitas das respostas da outra.<br />

Para muitos autores, entre eles Segundo Filho (2003), Halfeld (2001),<br />

Silva Neto (2003) e Gallagher (2004), outro fator que propicia o investimento<br />

em renda fixa, em detrimento do investimento em ações é a facilidade de<br />

aplicação, a simplicidade deste tipo de investimento e o baixo valor exigido<br />

para as aplicações. Enquanto isso o mercado acionário parece muito<br />

complicado ao investidor brasileiro, que acaba sacrificando um maior<br />

rendimento por uma questão de comodidade.<br />

Pergunta: Costumam adotar práticas que levam a economia na conta de<br />

luz?<br />

60%<br />

40%<br />

Sim<br />

Não


Gráfico 13: Adoção de práticas para economia de energia elétrica<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

As respostas a esta pergunta <strong>rev</strong>elaram que a maioria dos casais<br />

ent<strong>rev</strong>istados não costuma adotar políticas de redução das despesas com<br />

energia elétrica, situação esta que já era p<strong>rev</strong>isível, uma vez que em sua<br />

grande maioria não fazem orçamento financeiro. Enquanto isso 40% dos<br />

ent<strong>rev</strong>istados afirmaram adotar algum tipo de prática que resultasse numa<br />

redução da conta de luz, entre elas a troca das lâmpadas da casa por outras<br />

mais econômicas, tomar banhos rápidos, desligar as luzes em ambientes que<br />

não estão sendo utilizados, desligar os aparelhos eletro-eletrônicos da tomada<br />

quando não estão sendo utilizados e outras do tipo. Estas práticas resultaram<br />

segundo os casais uma economia de até 40% na conta de luz. Como se pode<br />

ver, muitas destas práticas adotadas por estes casais estão listadas no Manual<br />

Dicas de Conservação de Energia, da Eletrobrás, do qual extraímos sugestões<br />

que proporcionam a economia com esta despesa. Estes casais estão no<br />

caminho certo, e com o conhecimento do conteúdo do Manual, que lhes foi<br />

disponibilizado, certamente passarão a economizar ainda mais. Já para<br />

aqueles que disseram não adotar nenhuma prática para a redução da conta de<br />

energia, também foi distribuído este material, para que eles comecem a pensar<br />

melhor nesta possibilidade, afinal são pequenas atitudes do cotidiano que<br />

acabam fazendo uma grande diferença no bolso.<br />

Pergunta: Cite algumas práticas adotadas pelo casal para economia de<br />

algumas contas mensais (Combustível, telefone, mercado e outros).


10%<br />

Sim<br />

Não<br />

90%<br />

Gráfico 14: Adoção de práticas de economia<br />

Fonte: Elaboração própria do autor<br />

Em resposta a essa pergunta, apenas 10% dos casais afirmou não<br />

adotar nenhuma prática no sentido de economizar nas contas mensais. Aos<br />

90% restantes que afirmaram adotar alguma prática neste sentido, foi pedido<br />

que dessem exemplos. Os exemplos dados pelos casais estão em<br />

concordância com as sugestões de Ewald (2007), como no caso do telefone,<br />

em que os casais afirmaram procurar planos de telefone mais barato,<br />

especialmente os empresariais, que apresentam uma parcela fixa baixa e cujo<br />

custo do minuto das ligações é algo em torno de quarenta centavos, com<br />

algumas variações de acordo com a operadora. Esta alternativa foi apontada<br />

por 50% dos casais para a redução dos custos de telefonia, especialmente com<br />

o celular. Outros 20% dizem que a forma encontrada para economizar com<br />

este custo é falar o mínimo possível ou em horários com tarifas mais baixas e<br />

evitar o uso do celular quando se tem um telefone fixo a disposição.<br />

Quanto à economia de combustível os casais em sua maioria se<br />

mostraram mais resistentes. Apenas 30% deles procura utilizar o transporte<br />

coletivo para se deslocar ao <strong>trabalho</strong>, como Sugere Ewald (2007). 10% dos<br />

casais afirmaram procurar os preços mais baixos na hora de abastecer o carro,<br />

e ainda procuram abastecer o carro com álcool, quando a relação com o preço<br />

da gasolina faz com este combustível de torne mais barato. Os 60% restantes<br />

afirmaram não adotar práticas para a redução desta despesa por uma questão<br />

de comodidade.


No que se refere às despesas com alimentação, 60% dos casais<br />

afirmaram procurar aproveitar as promoções e alguns deles até falaram em<br />

pesquisa de preços, mas em caráter eventual. Pode-se perceber que eles têm<br />

adotado as práticas sugeridas por Ewald (2007), mas este autor também<br />

sugere cuidados na hora de aproveitar estas promoções, como a observação<br />

da data de validade dos produtos, por exemplo.<br />

Quanto à economia de água, apenas 10% dos casais disseram adotar<br />

práticas nesse sentido. A forma encontrada para esta economia foi reaproveitar<br />

a água nas lavagens de roupa, tomar banhos rápidos, fechar a torneira ao lavar<br />

a louça e escovar os dentes, lavar a calçada com mangueira apenas uma vez<br />

por mês e lavar o carro com a utilização de baldes. Segundo o casal, estas<br />

práticas possibilitaram a redução de 20% na despesa com água. Estas práticas<br />

e muitas outras são listadas no site das Companhias de água do Rio Grande<br />

do Sul e da Paraíba, com a finalidade de economizar água, que é um recurso<br />

renovável. É possível que num futuro bem próximo, a economia de água não<br />

seja mais uma opção e sim uma obrigação de todos em contribuição para a<br />

conservação da vida no planeta.<br />

De um modo geral pode-se perceber que:<br />

- os casais ent<strong>rev</strong>istados costumam dividir as despesas da casa e o<br />

critério desta divisão geralmente é cada um pagar a metade.<br />

- não costumam fazer uma reserva da renda mensalmente, e nem<br />

elaboram um orçamento doméstico.<br />

- têm objetivos de longo prazo, como a compra da casa própria ou<br />

reforma daquela que possuem; a aquisição de um carro ou a troca do<br />

existente; a realização de uma viagem ou a formação de uma reserva para a<br />

aposentadoria, mas não tem disciplina para poupar, e no que se refere à estas<br />

aquisições acaba optando por longos financiamentos.<br />

- muitos deles já recorreram ao cheque especial, o que evidencia o<br />

descontrole financeiro destes casais, além deles próprios se julgarem<br />

gastadores, mas sem procurar alternativas e sim desculpas para tal<br />

comportamento.


- a maioria deles tem aversão ao risco de perder dinheiro com<br />

investimentos, por isso jamais teria investimentos em ações, preferindo a renda<br />

fixa.<br />

- metade dos casais afirma fazer pesquisas de preços antes de ir às<br />

compras e a maioria diz procurar fazer o pagamento à vista, com a exigência<br />

da obtenção de um desconto.<br />

- não costumam conversar sobre dinheiro regularmente e gostam do<br />

investimento em imóveis.<br />

- não adotam práticas de economia da despesa com energia elétrica,<br />

mas quase todos dizem adotar algum comportamento que reflita em economia<br />

das despesas domésticas, tais como supermercado, água, telefone e<br />

combustível.<br />

Assim sendo, a aplicação do questionário confirma um cenário conforme<br />

o apresentado por Cerbasi (2004). De acordo com ele, os casais não<br />

costumam conversar sobre dinheiro, nem elaborar orçamento financeiro. Em<br />

decorrência disso, gastam enquanto têm dinheiro na carteira e quando ele<br />

acaba nem perceberam. Isto faz com que precisem recorrer ao parcelamento<br />

das compras, e impossibilita qualquer tentativa de poupar parte da renda<br />

mensalmente. Para estes casais, é hora de começar a pensar no futuro e<br />

decidir o rumo das finanças do casal juntos, ainda que cada um faça isso<br />

individualmente. O importante é que cada um saiba dos objetivos do outro para<br />

que possam começar um planejamento financeiro que faça com que o dinheiro<br />

não se torne motivo para discussões seja pelo excesso ou pela falta, ou ainda<br />

pela forma de utilização.


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Ao término deste <strong>trabalho</strong> constata-se ao atendimento de seu objetivo<br />

geral, ou seja, estudar o comportamento financeiro de dez casais sem filhos<br />

com renda entre dois e cinco salários mínimos.<br />

Da mesma forma foram atendidos os objetivos específicos. Ao longo do<br />

estudo pode-se destacar a importância do planejamento financeiro e de poupar<br />

parte da renda mensalmente, a fim de formar uma reserva financeira. Também<br />

foram apresentados modelos de planilha de controle de gastos, balanço<br />

patrimonial e demonstração de resultados, que podem ser perfeitamente<br />

ajustados à realidade de cada casal.<br />

No segundo capítulo foram apresentadas alternativas para o equilíbrio<br />

do orçamento doméstico, através de redução das despesas ou do aumento das<br />

receitas. Uma vez equilibrado este orçamento, e tendo sobrado algum recurso,<br />

foram caracterizados os tipos de investimento disponíveis no mercado<br />

financeiro a fim de possibilitar que o dinheiro se multiplique e auxilie os casais<br />

na concretização de seus objetivos.<br />

Pode-se concluir várias coisas ao fim deste estudo. Primeiramente<br />

constata-se que o brasileiro em geral não costuma elaborar um planejamento<br />

financeiro para sua vida. Muitos até têm objetivos, como a compra de um carro<br />

do ano, ou da casa própria, mas não costumam planejar essas aquisições. Em<br />

decorrência disso, acabam recorrendo muitas vezes a longos financiamentos<br />

para a realização destes sonhos. Ou seja, fazem as coisas do jeito mais caro.<br />

É sempre mais barato e gratificante adquirir seus bens com <strong>trabalho</strong> e<br />

disciplina para poupar, o que se consegue através da elaboração do<br />

planejamento financeiro.<br />

Sem um planejamento financeiro, a pessoa ou o casal acaba perdendo o<br />

foco, nem começa a poupar para trocar de carro, porque acha que isso vai


demorar muito tempo para acontecer. E gastam o seu dinheiro com supérfluos<br />

ou mantendo um padrão de vida mais alto do que aquele que realmente<br />

possuem.<br />

Sendo assim, os casais não têm o hábito de poupar parte de sua renda<br />

mensalmente e nem de fazer um controle de gastos. Assim, continuam sem<br />

perceber seus erros e os sonhos que têm ficam cada vez mais distantes de se<br />

transformar em realidade. Sua realização passa a depender cada vez mais de<br />

empréstimos e financiamentos.<br />

Para isso também contribuem os apelos do marketing. É cada vez mais<br />

difícil poupar porque as estratégias de marketing das empresas estão cada vez<br />

mais ousadas. Ao mesmo tempo, o consumo imediato, ainda que ao custo de<br />

uma dívida se torna muito gratificante, enquanto que poupar requer alguns<br />

sacrifícios e disciplina, além de comprometimento consigo e com seus<br />

objetivos.<br />

A maioria das pessoas é desligada. Sem um controle de gastos e um<br />

planejamento financeiro, não sabem quanto entra e quanto sai da carteira nem<br />

quando isso ocorre. Se gastar um pouco mais, não tem problema, pois para<br />

isso existe o cheque especial. Se sobrar, guarda. Não existem compromissos<br />

nem regras, até porque a maioria das pessoas não gosta disso.<br />

O próprio casamento sofreu muitas transformações com o passar do<br />

tempo. Antigamente as pessoas casavam no civil e no religioso, com direito a<br />

aliança, padre, vestido branco e lua-de-mel. Atualmente, só vão morar juntas e<br />

isso já é considerado uma união estável, quase o mesmo que casamento. Em<br />

decorrência disso, e da entrada da mulher no mercado de <strong>trabalho</strong>, a divisão<br />

das despesas domésticas também mudou. Muitos casais dividem as despesas<br />

do lar igualmente, mas sem conta conjunta em banco. Na maioria dos casos,<br />

cada um tem sua própria conta e paga suas despesas pessoais. Antigamente,<br />

o homem trabalhava para sustentar a casa e a mulher cuidava do lar e dos<br />

filhos, e o dinheiro do marido era universal, assim como o regime de comunhão<br />

dos bens.


Outro fato que pode ser observado, é que os casais não costumam<br />

conversar sobre dinheiro. E quando o fazem geralmente ele está faltando, ou<br />

estão gastando além do que ganham. Sendo assim, o dinheiro acaba se<br />

tornando mais um motivo de briga para o casal, pois geralmente um coloca a<br />

culpa da situação no outro. Para o homem, a mulher está gastando demais<br />

com roupas, e para a mulher o homem é que não devia ter trocado de carro,<br />

por exemplo. Conversar sobre dinheiro nessas circunstâncias se torna algo<br />

realmente difícil e desgastante.<br />

Daí a importância de se conversar sobre dinheiro e sobre os objetivos<br />

que cada um tem. Isso possibilita além da elaboração do planejamento<br />

financeiro e do orçamento doméstico, o conhecimento mútuo entre o casal. Se<br />

o destino do dinheiro for decidido em comum acordo, o relacionamento do<br />

casal com o dinheiro pode ser otimizado, o que pode contribuir para uma<br />

melhoria inclusive do relacionamento amoroso entre ambos.<br />

Apesar de ter atingido seus objetivos, a pesquisa realizada tem suas<br />

limitações. A primeira delas é a quantidade limitada de casais. Talvez um<br />

número maior de casais poderia ter enriquecido esta pesquisa e demonstrado<br />

outras situações que não puderam ser avaliadas. A segunda foi o questionário<br />

ter sido composto na sua maioria por questões fechadas, em que os casais não<br />

podiam justificar suas opiniões ou dar explicações acerca dos fatos, o que<br />

permitiria uma análise mais profunda da situação.<br />

Apesar dessas limitações, a pesquisa foi bem sucedida quanto ao<br />

atingimento de seus objetivos e muito gratificante para o pesquisador, que<br />

pode ver comprovadas as realidades descritas pelos autores que deram<br />

embasamento teórico a pesquisa. Além disso, o <strong>trabalho</strong> possibilitou um<br />

grande aprendizado ao pesquisador, não só no ramo das finanças, mas<br />

também do relacionamento entre casais. Por outro lado, a partir da pesquisa os<br />

casais ent<strong>rev</strong>istados também se conscientizaram acerca da elaboração do<br />

planejamento financeiro e do controle de gastos, o que lhes proporcionará uma<br />

vida financeiramente mais tranqüila se souberem aplicar os conceitos<br />

apresentados. Fica evidente que cada um deveria ter noções de economia e<br />

finanças a fim de poder controlar melhor seu orçamento.


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