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Sinpro - Revista Textual - reimpressao 13-11-12 - Sinpro/RS

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artigo<br />

Limitação do número de alunos por<br />

turma: compromisso pedagógico<br />

acima de uma política de gestão<br />

Foto: Stock.XCHNG<br />

As mantenedoras do ensino privado, motivadas pela<br />

diminuição dos custos com a folha de pagamento dos professores<br />

e pela preocupação com a sustentabilidade institucional,<br />

organizam turmas com um número excessivo de alunos,<br />

complexificando mais ainda esta já difícil equação.<br />

Essa organização depende de diversos aspectos relacionados<br />

com os processos de gestão e com ações pedagógicas<br />

que são decorrentes do Projeto Pedagógico da escola,<br />

dos Planos de Estudo, da relação com os alunos e com a<br />

comunidade.<br />

Vitor Paro (20<strong>11</strong>) chama a atenção para a necessidade de<br />

transformar a estrutura da escola básica com base nas<br />

necessidades pedagógicas, “ou seja, de relacioná-la com a<br />

gestão pedagógica” (p.31). Sublinha, ainda, a necessidade<br />

de se buscar uma nova estrutura didática mais condizente<br />

com os avanços científicos em relação ao desenvolvimento<br />

da criança e do adolescente, um novo currículo focalizado<br />

nas múltiplas dimensões da cultura para dar conta da formação<br />

integral da personalidade dos educandos, não esquecendo<br />

de dar atenção e cuidado às condições de trabalho do<br />

docente e suas exigências.<br />

Considerações finais<br />

A partir das colocações anteriores, alguns aspectos<br />

merecem destaque especial no âmbito da nossa reflexão. O<br />

primeiro deles nos remete à característica particular do trabalho<br />

docente, enquanto uma ação que envolve sujeitos e<br />

que, portanto, não pode ser equalizada nas mesmas condições<br />

de produção que outros produtos do trabalho. Dito de<br />

outra forma, o educando transforma sua personalidade viva<br />

à medida que se educa e “tem como característica inalienável<br />

o fato de ser um sujeito” (PARO, 20<strong>11</strong>, p.150). O autor<br />

ainda acrescenta que: “(…)<br />

Essa condição deve ser determinante do trabalho<br />

do professor, que tem pela frente não um<br />

simples objeto, mas um sujeito que, como ele<br />

mesmo, trabalha nesse processo como coprodutor<br />

de sua educação... (…)”<br />

Essas considerações apontam para um processo de<br />

aprendizagem que ocorre numa instituição formal da sociedade<br />

chamada escola, que, na nossa realidade, está inserida<br />

no âmbito de um sistema de ensino regulamentado por um<br />

conjunto de normatizações de diversas índoles e que atende<br />

a formas diferentes de gestão.<br />

O professor, enquanto profissional, sente-se desprotegido,<br />

desacreditado, desvalorizado e sem assistência pedagógica,<br />

embora possa, na sua escola ou rede, estar submetido a<br />

diversas instâncias de supervisão ou coordenação. Muitas<br />

vezes o acompanhamento necessário e especializado não é<br />

prestado ao docente, ele precisa buscar um conhecimento<br />

que não foi contemplado na sua formação. Esse movimento<br />

frequente gera uma sobrecarga de trabalho e pode resultar<br />

em vitimização, porque responsabilizado pelos resultados<br />

não desejados dos indicadores de qualidade.<br />

O professor é um trabalhador e como tal tem direitos e<br />

deveres garantidos pela legislação vigente, cuja atividade<br />

tem como resultado um produto diferente daquele que<br />

resulta de outras instâncias da sociedade. As atividades<br />

41<br />

REVISTA TEXTUAL<br />

OUT 20<strong>12</strong>

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