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universidade feevale maria cristina rocha dos santos

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1<br />

UNIVERSIDADE FEEVALE<br />

MARIA CRISTINA ROCHA DOS SANTOS<br />

“A MÍDIA FÍSICA DEFICIENTE” E O DEFICIENTE FÍSICO NA MÍDIA:<br />

A CARACTERIZAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA EM ANÚNCIOS<br />

PUBLICITÁRIOS X A INCLUSÃO ATRAVÉS DO CONSUMO<br />

NOVO HAMBURGO<br />

2011


2<br />

MARIA CRISTINA ROCHA DOS SANTOS<br />

“A MÍDIA FÍSICA DEFICIENTE” E O DEFICIENTE FÍSICO NA MÍDIA:<br />

A CARACTERIZAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA EM ANÚNCIOS<br />

PUBLICITÁRIOS X A INCLUSÃO ATRAVÉS DO CONSUMO<br />

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como<br />

requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em<br />

Publicidade e Propaganda, pela Universidade Feevale.<br />

Orientador: Prof. Me. Henrique Keske<br />

Novo Hamburgo<br />

2011


3<br />

MARIA CRISTINA ROCHA DOS SANTOS<br />

Trabalho de Conclusão do Curso de Publicidade e Propaganda, com título “A MÍDIA<br />

FÍSICA DEFICIENTE” E O DEFICIENTE FÍSICO NA MÍDIA: A<br />

CARACTERIZAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA EM ANÚNCIOS<br />

PUBLICITÁRIOS X A INCLUSÃO ATRAVÉS DO CONSUMO, submetido ao corpo<br />

docente a Universidade Feevale, como requisito necessário para a obtenção do grau de<br />

Bacharel em Publicidade e Propaganda.<br />

Aprovado por:<br />

_____________________________<br />

Prof. Me. Henrique Keske - Orientador<br />

________________________________<br />

Prof. Dr. Humberto Keske - Banca examinadora<br />

__________________________________<br />

Prof.ª Dr.ª Christine Bahia - Banca examinadora<br />

Novo Hamburgo, novembro de 2011


4<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Agradeço aquela pessoa que é meu sol, meu<br />

caminho, minha luz, minha vida: minha mãe<br />

que sempre me incentivou a chegar até aqui e<br />

sem ela nada teria sentido.<br />

Ao amor da minha vida, Rodrigo Carasai que<br />

me aguenta a mais de 11 anos e que a cada dia<br />

me surpreende com sua garra e seu amor.<br />

A to<strong>dos</strong> meus professores que seguiram<br />

comigo nesta caminha, porém um<br />

agradecimento todo especial ao meu<br />

orientador, Henrique Keske, por seu carinho,<br />

atenção, e principalmente por acreditar no meu<br />

potencial e na minha linha de pesquisa.<br />

Claro que não poderia deixar de agradecer aos<br />

meus grandes amigos que sem eles por perto<br />

minha vida não teria graça!<br />

Com todo o meu carinho e gratidão, obrigada!


5<br />

“Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos<br />

discriminem;<br />

Lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos<br />

descaracterize.”<br />

Boaventura de Souza Santos<br />

"Nem a lua precisa do corpo inteiro para encantar o mundo".<br />

Autor Desconhecido


6<br />

RESUMO<br />

Esta pesquisa tem como tema a inclusão social na publicidade e propaganda e busca<br />

investigar como anúncios publicitários em mídias diversas como a revista segmentada<br />

Senti<strong>dos</strong>, as revistas de público misto IstoÉ e Veja, a rede social Facebook e televisão,<br />

caracterizam a pessoa com deficiência. Além de buscar a confirmação da inclusão social<br />

através do consumo. A metodologia escolhida foi uma pesquisa exploratória, descritiva,<br />

bibliográfica, análise de conteúdo, observação participante e questionário. Quanto a sua<br />

natureza, a presente pesquisa se identifica como sendo quantitativa e qualitativa. Como<br />

problema de pesquisa, buscou-se investigar - Como são caracterizadas as pessoas com<br />

deficiência física no campo da locomoção, em anúncios publicitários? E, o problema busca<br />

descobrir se – As pessoas com deficiência são tratadas/consideradas como nicho de mercado<br />

pela mídia? O objetivo geral do estudo acompanha o problema de pesquisa ao ser delimitado<br />

em entender como as pessoas com deficiência física no âmbito da locomoção estão sendo<br />

retratadas pela mídia, principalmente em anúncios publicitários. Como autor de referência<br />

para este estudo escolheu-se Sant‟Anna (2001) utilizando-se como apoio Sampaio (2003),<br />

Pinho (1991), Vestergaard/Schroder (2000) e Jolly (1996), Mira (2001), Carvalho (1996),<br />

Aumont (1999), Barbosa/Rabarça (1987) e Calazans (1998). Para desenhar um panorama<br />

sobre inclusão na publicidade e propaganda, optou-se por Veet Vivarta (2003), Sassaki<br />

(1999), Matarazzo (2009) e Werneck (2000). Silva (2005), Vash (1988) e Mello (2009).<br />

Haendchen (2006) e Bíblia Sagrada (1995), além de textos, reportagens e pesquisas, coleta<strong>dos</strong><br />

na revista Senti<strong>dos</strong> e na internet. Ao final, concluiu-se que a mídia principalmente a impressa,<br />

não vê a classe das pessoas com deficiência como prósperos consumidores e talvez por isso<br />

esta classe não aparece em mídias como revistas de público misto.<br />

Palavras-chave: Comunicação, Inclusão Social, Pessoa com Deficiência, Publicidade e<br />

Propaganda, Anúncios Publicitários.


7<br />

ABSTRACT<br />

This research has as theme the social inclusion in publicity and advertising and seeks to<br />

investigate how advertisements in several medias such as segmented magazines with a mixed<br />

audience, social networks and television, feature people with disabilities. Besides seeking the<br />

confirmation of social inclusion through consumption. The chosen methodology was an<br />

exploratory, descriptive, bibliographical, content analysis, participant observation and<br />

questionnaire. As to its nature, this research identifies as quantitative and qualitative. As a<br />

research problem sought to investigate how are characterized people with physical disabilities<br />

in the locomotion field, in advertisements? And also if people with disabilities are treated/<br />

regarded as a niche market by the media? The main objective of this study follows the<br />

research problem to be defined to understand how the ads features people with disabilities in<br />

the locomotion field. As a reference author for this study, was chosen Sant‟Anna (2001),<br />

using as a support Sampaio (2003), Pinho (1991), Vestergaard/Schroder (2000) and Jolly<br />

(1996), Mira (2001), Carvalho (1996), Aumont (1999), Barbosa/Rabarça (1987) and Calazans<br />

(1998). To create a picture about the inclusion in the publicity and advertising area, were<br />

chosen Veet Vivarta (2003), Sassaki (1999), Matarazzo (2009) and Werneck (2000). Silva<br />

(2005), Vash (1988) and Mello (2009). Haendchen (2006) and Bíblia Sagrada (1995), besides<br />

texts, reports and researches, collected in Senti<strong>dos</strong> magazine and in the internet. In the end,<br />

concluded that medias especially the press one, does not see the class of people with<br />

disabilities as prosperous consumers and that maybe that‟s why this class doesn‟t appear in<br />

medias like magazines with mixed audience<br />

Keywords: Communication, Social Inclusion, People with Disabilities, Publicity and<br />

Advertising, Advertisements


8<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1- Capa da publicação de 1900, ano I, número 5, da revista da Semana......................23<br />

Figura 2- Capa da publicação de 1902, ano I, número 3, da revista O Malho.........................24<br />

Figura 3- Capa da publicação de 1903 da revista A Avenida, ano I, número 2......................25<br />

Figura 4- Capa da publicação de 1904, ano I, número 1 da revista Kosmos...........................26<br />

Figura 5- Capa da publicação de 1907, ano I, número 1 da revista Fon Fon..........................27<br />

Figura 6- Capa da publicação de 1917, ano X, número 468, da revista Careta.......................28<br />

Figura 7- Capa da revista Senti<strong>dos</strong>, ano X, edição 63, março/abril, 2011...............................36<br />

Figura 8- Fuga de Escravos - Gazeta do Rio de Janeiro, 1809................................................37<br />

Figura 9- Massa Glutinada Secchi – revista A Lua, 1910.......................................................39<br />

Figura 10- Anúncio publicado na revista Careta, 1928...........................................................40<br />

Figura 11- Anúncio Coca Cola, 1934......................................................................................42<br />

Figura 12- Anúncio Volkswagen, 1960...................................................................................44<br />

Figura 13- Anúncio Benetton, outono/inverno de 1989/1990.................................................45<br />

Figura 14- Anúncio criado para Campeonato Canadense de Rugby em Cadeira de<br />

Rodas, 2006..............................................................................................................................49<br />

Figura 15- Anúncio criado para ADD (Associação Desportiva para Deficientes), 2009........51<br />

Figura 16- Editorial de moda – Revista Lola...........................................................................52<br />

Figura 17- Situação de Comunicação......................................................................................57<br />

Figura 18- Trauma na medula espinhal cervical......................................................................64<br />

Figura 19- Figura representando a viagem..............................................................................65<br />

Figura 20- Fotografia da pesquisadora com o marido.............................................................67<br />

Figura 21- Rodrigo Carasai no saguão do Sarah Kubistchek em Brasília...............................68<br />

Figura 22- Amigos que o casal fez no Centro de Reabilitação................................................69<br />

Figura 23- Rodrigo Carasai ás margens do Rio Paranoá, no Sarah Kubistchek, do Lago.......71<br />

Figura 24- Anúncio Honda, revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010, p.84..................84<br />

Figura 25- Anúncio Ortobras, revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010, p.58,59..........86


9<br />

Figura 26- Anúncio Peugeot, revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011, p.19..............................88<br />

Figura 27- Anúncio Otto Bock, revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011, p.55..........................92<br />

Figura 28- Clube Glee em apresentação................................................................................111<br />

Figura 29- Print Screen da página de interesse do Sarah Kubistchek no Facebook..............116


10<br />

LISTA DE GRÁFICOS<br />

Gráfico 1- Gênero <strong>dos</strong> leitores da revista Senti<strong>dos</strong>..................................................................31<br />

Gráfico 2- Classes sociais <strong>dos</strong> leitores da revista Senti<strong>dos</strong>......................................................32<br />

Gráfico 3- Idade <strong>dos</strong> leitores da revista Senti<strong>dos</strong>.....................................................................33<br />

Gráfico 4- Leitores que possuem deficiência ou não da revista Senti<strong>dos</strong>................................34<br />

Gráfico 5- Total de páginas da revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010 em relação<br />

ao total de páginas de anúncios................................................................................................78<br />

Gráfico 6- Maiores anunciantes da revista Senti<strong>dos</strong> de novembro/dezembro de 2010,<br />

por categorias...........................................................................................................................80<br />

Gráfico 7- Total de páginas da revista Senti<strong>dos</strong> de março/abril de 2011, em relação<br />

ao total de páginas de anúncios............................................................................................. ..81<br />

Gráfico 8- Maiores anunciantes da revista Senti<strong>dos</strong> de março/abril de 2011, por categorias..83<br />

Gráfico 9- Total de páginas da revista IstoÉ em relação às páginas destinadas<br />

aos anúncios...........................................................................................................................100<br />

Gráfico 10- Maiores anunciantes da revista IstoÉ, a partir de categorias..............................101<br />

Gráfico 11- Total de páginas da revista Veja em relação às páginas destinadas<br />

aos anúncios...........................................................................................................................108<br />

Gráfico 12- Maiores anunciantes da revista Veja, a partir de categorias...............................109<br />

Gráfico 13- Porcentual das idades <strong>dos</strong> participantes do questionário....................................122<br />

Gráfico 14- Causas das lesões em sua maioria......................................................................123<br />

Gráfico 15- As profissões <strong>dos</strong> participantes do questionário.................................................124<br />

Gráfico 16- Sonho de consumo..............................................................................................125<br />

Gráfico 17- Em que os participantes investem mais o seu dinheiro......................................126<br />

Gráfico 18- Quem são seus Ídolos.........................................................................................127<br />

Gráfico 19- O que mais gostam de fazer................................................................................128<br />

Gráfico 20- Grau de instrução <strong>dos</strong> participantes....................................................................129<br />

Gráfico 10- Estado civil <strong>dos</strong> participantes.............................................................................130<br />

Gráfico 22- Meios de comunicação mais utiliza<strong>dos</strong>..............................................................131<br />

Gráfico 23- Participantes leitores e não leitores de revistas..................................................131


11<br />

Gráfico 24- Conhecimento a respeito da revista Senti<strong>dos</strong>.....................................................132<br />

Gráfico 25- Busca por mídias segmentadas...........................................................................133<br />

Gráfico 26- Como costumam fazer suas compras..................................................................134<br />

Gráfico 27- Como os participantes fazem suas compras.......................................................135<br />

Gráfico 28- Preocupação em seguir as tendências tecnológicas............................................135<br />

Gráfico 29- Preocupação em seguir as tendências da moda..................................................136<br />

Gráfico 30- Como deve ser chamada a classe........................................................................137<br />

Gráfico 31- Participantes que possuem veículos...................................................................138<br />

Gráfico 32- Nível de satisfação em relação a personagens de novelas..................................139<br />

Gráfico 33- Nível de satisfação em relação a anúncios publicitários....................................139<br />

Gráfico 34- Nível de satisfação em relação à acessibilidade em centros de compras...........140<br />

Gráfico 35- Nível de satisfação em relação à acessibilidade em seus lares...........................141<br />

Gráfico 36- Nível de satisfação em relação à acessibilidade em centros de lazer.................141<br />

Gráfico 37- Nível de satisfação em relação a propagandas voltadas ao segmento................142<br />

Gráfico 38- Nível de satisfação em relação a produtos para a pessoa com deficiência.........143<br />

Gráfico 39- Nível de satisfação em relação a informações sobre a deficiência.....................143


12<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1- Representa a eficácia do anúncio publicitário.........................................................47<br />

Tabela 2- Representa a incumbência <strong>dos</strong> anúncios.................................................................47<br />

Tabela 3- Peças publicitárias contidas na revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010<br />

e suas categorias.......................................................................................................................79<br />

Tabela 4- Peças publicitárias contidas na revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011<br />

e suas categorias ......................................................................................................................82<br />

Tabela 5- Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 04 de maio de 2011<br />

e suas categorias.......................................................................................................................95<br />

Tabela 6- Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 15 de junho de 2011<br />

e suas categorias.......................................................................................................................96<br />

Tabela 7- Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 27 de julho de 2011<br />

e suas categorias.......................................................................................................................97<br />

Tabela 8- Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 31 de agosto de 2011<br />

e suas categorias...................................................................................................................... 98<br />

Tabela 9- Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 15 de setembro de 2011<br />

e suas categorias.......................................................................................................................99<br />

Tabela 10- Peças publicitárias contidas na revista Veja de 04 de maio de 2011<br />

e suas categorias.................................................................................................................... 102<br />

Tabela 11- Peças publicitárias contidas na revista Veja de 29 de junho de 2011<br />

e suas categorias.....................................................................................................................103<br />

Tabela 12- Peças publicitárias contidas na revista Veja de 27 de julho de 2011<br />

e suas categorias.....................................................................................................................105<br />

Tabela 13- Peças publicitárias contidas na revista Veja de 10 de agosto de 2011<br />

e suas categorias.................................................................................................................... 106<br />

Tabela 14- : Peças publicitárias contidas na revista Veja de 07 de setembro de 2011<br />

e suas categorias.....................................................................................................................107


13<br />

SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15<br />

1 PUBLICIDADE E PROPAGANDA .............................................................................. 17<br />

1.1 PUBLICIDADE E PROPAGANDA: CONCEITOS ......................................................... 19<br />

1.2 MÍDIA IMPRESSA – REVISTA ....................................................................................... 22<br />

1.3 MÍDIA IMPRESSA - REVISTA SENTIDOS....................................................................30<br />

1.3.1 Perfil da revista..........................................................................................................30<br />

1.3.2 Principais seções........................................................................................................31<br />

1.3.3 Perfil do leitor............................................................................................................31<br />

1.3.4 Classes sociais...........................................................................................................32<br />

1.3.5 Faixa etária.................................................................................................................33<br />

1.3.6 Deficientes e não deficientes......................................................................................34<br />

1.3.7 Da<strong>dos</strong>.........................................................................................................................34<br />

1.3.8 Tabela de veiculação..................................................................................................35<br />

1.4 ANÚNCIO PUBLICITÁRIO.............................................................................................36<br />

1.5 TEXTO PUBLICITÁRIO...................................................................................................54<br />

1.6 IMAGEM ........................................................................................................................... 58<br />

2 PESSOA COM DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO NA PUBLICIDADE.........................61<br />

2.1 QUEM SÃO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA...........................................................61<br />

2.2 CENTRO DE REABILITAÇÃO - SARAH KUBISTCHEK.............................................62<br />

2.2.1 Os principais diagnósticos da Rede Sarah.............................................................63<br />

2.2.2 Afinal, o que é lesão medular?................................................................................72<br />

2.3 INCLUSÃO SOCIAL NA PUBLICIDADE.......................................................................72<br />

3 A PRESENÇA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA MÍDIA ................................77<br />

3.1 ANÁLISES DOS ANÚNCIOS DA REVISTA SENTIDOS..............................................77<br />

3.1.1 Revista Senti<strong>dos</strong> Novembro/Dezembro de 2010, ano 09 - nº61............................77<br />

3.1.2 Revista Senti<strong>dos</strong> Março/Abril de 2011, ano 10 - nº 63..........................................80<br />

......3.1.3 Análise <strong>dos</strong> Anúncios das Revistas Selecionadas..................................................83


14<br />

3.1.3.1 Revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010....................................................83<br />

3.1.3.2 Anúncio marca Honda..........................................................................................84<br />

3.1.3.3 Anúncio da empresa Ortobras...............................................................................86<br />

3.1.3.4 Revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011...................................................................88<br />

3.1.3.5 Anúncio da Concessionária Peugeot Alpes..........................................................88<br />

3.1.3.6 Anúncio da empresa Otto Bock............................................................................92<br />

3.2 ANÁLISES DOS ANÚNCIOS DAS REVISTAS ISTOÉ E VEJA...................................94<br />

3.2.1 Revista IstoÉ.............................................................................................................94<br />

3.2.1.1 Revista IstoÉ - 04 de maio de 2011......................................................................94<br />

3.2.1.2 Revista IstoÉ - 15 de junho de 2011.....................................................................95<br />

3.2.1.3 Revista IstoÉ - 27 de julho de 2011......................................................................96<br />

3.2.1.4 Revista IstoÉ - 31 de agosto de 2011....................................................................98<br />

3.2.1.5 Revista IstoÉ - 07 de setembro de 2011..............................................................100<br />

3.2.2 Revista Veja............................................................................................................101<br />

3.2.2.1 Revista Veja - 25 de maio de 2011.....................................................................101<br />

3.2.2.2 Revista Veja - 29 de junho de 2011....................................................................103<br />

3.2.2.3 Revista Veja - 27 de julho de 2011.....................................................................104<br />

3.2.2.4 Revista Veja - 10 de agosto de 2011...................................................................105<br />

3.2.2.5 Revista Veja - 07 de setembro de 2011...............................................................107<br />

3.3 PROGRAMA TELEVISO GLEE.....................................................................................111<br />

3.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS................................................................................116<br />

3.4.1 Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>............................................................................................111<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................145<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................150<br />

ANEXO A: CAPA DA REVISTA "O CRUZEIRO".............................................................153<br />

ANEXO B: PÁGINA DO GRUPO DE INTERESSE DO SARAH NO FACEBOOK........154<br />

ANEXO C: QUESTIONÁRIO E RESULTADOS ...............................................................156


16<br />

INTRODUÇÃO<br />

O tema desta pesquisa é a inclusão social na publicidade e propaganda. O estudo<br />

proposto pretende investigar como anúncios publicitários em mídias diversas como a revista<br />

segmentada Senti<strong>dos</strong>, as revistas de público misto IstoÉ e Veja, a rede social Facebook e a<br />

televisão, caracterizam a pessoa com deficiência. Além de buscar a confirmação da inclusão<br />

social através do consumo. A metodologia seguida foi pesquisa exploratória, descritiva,<br />

bibliográfica, análise de conteúdo, observação participante e questionário. Quanto a sua<br />

natureza, a presente pesquisa se identifica como sendo quantitativa e qualitativa. Como<br />

problema de pesquisa, buscou-se investigar - Como são caracterizadas as pessoas com<br />

deficiência física no campo da locomoção, em anúncios publicitários? E, o problema segue<br />

com o questionamento – As pessoas com deficiência são trata<strong>dos</strong>/considera<strong>dos</strong> como nicho<br />

de mercado pela mídia? O objetivo geral do estudo acompanha o problema de pesquisa ao<br />

ser delimitado em entender como as pessoas com deficiência física no âmbito da locomoção<br />

estão sendo retratadas pela mídia, principalmente em anúncios publicitários. E, também visa<br />

buscar a confirmação da inclusão social através do consumo. Os objetivos específicos<br />

procuraram analisar o discurso publicitário <strong>dos</strong> anúncios como título, texto, slogan e<br />

assinatura, analisar as imagens <strong>dos</strong> anúncios publicitários. Compreender o oportunismo,<br />

persuasão, persistência, simbolismos e motivação e por fim determinar que tipo de<br />

características, tais como originalidade, fixação, persuasão, motivação, provocação,<br />

estruturação, os anúncios para pessoas com deficiência física no campo da locomoção, são<br />

constituídas.<br />

É relevante investigar essa caracterização tanto para a área da Publicidade e<br />

Propaganda como para a pesquisa em comunicação, para o aperfeiçoamento do trabalho com<br />

esse segmento e para a construção de sua imagem diante da sociedade em geral.<br />

Ser diferente é uma coisa, porém ser incapacitado é outra. Diante das transformações<br />

da sociedade atual, as pessoas com deficiência estão saindo da sombra e proclamando “eu<br />

existo, logo, penso”. Em um mundo onde a diversidade humana toma forma dentro de leis,<br />

cabe à sociedade tratar igualmente todas as pessoas, desconstruindo estereótipos sem a ênfase<br />

na deficiência e sim na imagem da pessoa como ser integrativo e participativo do social.<br />

O tema deste trabalho foi escolhido no início de 2010, um ano após o acidente com o<br />

marido desta pesquisadora, Rodrigo Carasai, em uma piscina, e que o deixou tetraplégico. A<br />

partir daí a pesquisadora, estudante de Publicidade e Propaganda, percebeu o quão raros eram


17<br />

os anúncios publicitários para esse segmento, e, mais ainda, como os anúncios publicitários<br />

mostravam uma imagem distorcida <strong>dos</strong> deficientes físicos − aqui delimita<strong>dos</strong> apenas aos<br />

indivíduos com deficiência relacionada à mobilidade. Vash (1998) exemplifica muito bem a<br />

ansiedade da autora do projeto em confirmar que a grande mídia, principalmente os anúncios<br />

publicitários, caracteriza as pessoas com deficiência, pressupondo que:<br />

Partindo <strong>dos</strong> comerciais de TV assisti<strong>dos</strong> por cidadão médio mais de uma hora por<br />

dia, as pessoas deficientes não escovam os dentes, não fritam frango, não usam<br />

perfumes, não comem pudim e nem enceram o assoalho. As mensagens combinadas<br />

da programação e <strong>dos</strong> comerciais de TV sugerem também que elas estão<br />

preocupadas com sua miséria objeta ou com sua coragem sobre – humana. Isso não<br />

ajuda a quebrar estereótipos que resultam em altamente destrutivas distinções de nós<br />

– eles. Algumas pessoas deficientes, como algumas pessoas não deficientes, podem<br />

ser corajosas, mas lidar com suas deficiências e handicaps 1 reflete mais<br />

provavelmente um instinto muito comum de sobrevivência (VASH, 1998, p.264).<br />

Face a esse conceito de Vash (1998), também os anúncios impressos em revistas têm<br />

foco na redução da capacidade física <strong>dos</strong> indivíduos, deixando de trazer mensagens criativas e<br />

principalmente positivas. Afinal, a publicidade em nossa época tornou-se referência social no<br />

sentido de criar representações ideológicas e aconselhar mo<strong>dos</strong> de vidas.<br />

Sendo assim, a questão é verificar como anunciantes e publicitários estão se<br />

comunicando de forma criativa ou não, através de anúncios publicitários em mídias diversas<br />

como revistas segmentadas e de público misto, redes sociais e televisão, em relação às<br />

pessoas com deficiência, aqui relacionadas a déficit motor, as quais são o consumidor e o<br />

nicho de mercado dessa publicação.<br />

Ainda nesta pesquisa se tem o relato desta pesquisadora que se insere na<br />

reconstrução da subjetividade e que se constitui em um material complementar aos anúncios,<br />

que diz respeito à experiência de estar em um Centro de Reabilitação. Os relatos foram<br />

cria<strong>dos</strong> no ano de 2010, quando a pesquisadora foi como acompanhante de seu marido,<br />

Rodrigo Carasai, em sua internação no Centro de Reabilitação Sarah Kubistchek em Brasília.<br />

Estes relatos viraram um blog 2 onde a acadêmica transcreveu suas expectativas, aprendiza<strong>dos</strong><br />

e principalmente sua experiência de acompanhante em um Centro de Reabilitação, que durou<br />

quase 3 meses. De agosto a outubro de 2010. Além <strong>dos</strong> relatos, há nesta pesquisa, a<br />

apresentação do Centro de Reabilitação Sarah Kubistchek, principais diagnósticos atendi<strong>dos</strong><br />

pela rede e a descrição do que é na verdade uma lesão medular.<br />

1 O termo handicap é uma pseudo vantagem que um concorrente tem em relação ao seu atual oponente,<br />

considerando seus resulta<strong>dos</strong> anteriores. Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/handicap/ .<br />

2 O blog tem como nome: marycris<strong>rocha</strong>@blogspot.com – Lá encontram-se to<strong>dos</strong> os textos cria<strong>dos</strong> pela<br />

pesquisadora.


18<br />

Para se apresentar os conceitos de propaganda e publicidade, foram seleciona<strong>dos</strong> os<br />

autores Santa‟Anna (1998), Pinho (1991) Barbosa/Rabarça (1987) e Sampaio (1999). No<br />

segundo momento, são aborda<strong>dos</strong>, histórico da chegada do meio de comunicação revista no<br />

Brasil, conceitos e definições da mesma. Os autores que fundamentam esses conceitos são<br />

Mira (2001), Sampaio (2003), Sant‟Anna (1998) e Pinho (1991). Trata-se sobre anúncios<br />

publicitários, a partir de Sant‟Anna (1998), Vestergaard/Schroder (2000), Pinho (1991) e<br />

Silva (2005). Para o estudo do texto publicitário em relação à eficiência do anúncio, utilizamse<br />

como referências, Sant‟Anna (1998), Vestergaard/Schroder (2000), Pinho (1991) e<br />

Carvalho (1996).<br />

No próximo momento, são apresentadas as definições de imagem e a sua utilidade no<br />

anúncio publicitário no sentido de reforçar os valores de atenção e sua eficácia. Os autores<br />

que fundamentam esse capítulo são Sant‟Anna (1998), Vestergaard/Schroder (2000), Aumont<br />

(1993), Jolly (1996) e Silva (2005). Para chegar aos conceitos sobre pessoas com deficiência,<br />

as referências consultadas foram documentos sobre o MEC 3 (1994), ONU 4 (1975) e Carneiro<br />

(1998).<br />

O último momento de teorização do estudo traz a discussão do papel da publicidade<br />

no processo de inclusão social das pessoas com deficiência física no campo da locomoção. Os<br />

autores referenciais para desenhar este panorama, são: Veet Vivarta (2003), Sassaki (1999),<br />

Matarazzo (2009) e Werneck (2000). Silva (2005), Vash (1988) e Mello (2009). Haendchen<br />

(2006) e Bíblia Sagrada (1995), além de textos, reportagens e pesquisas, coleta<strong>dos</strong> na revista<br />

Senti<strong>dos</strong> e na internet. O último capítulo traz as conclusões das análises e do estudo.<br />

1 PUBLICIDADE E PROPAGANDA<br />

A inclusão social na publicidade e propaganda é o tema desta monografia. O estudo<br />

proposto visa entender como se dá a caracterização da pessoa com deficiência física em<br />

anúncios publicitários em mídias diversas como a revista segmentada Senti<strong>dos</strong> e de público<br />

misto IstoÉ e Veja, na rede social Facebook e na televisão. Acrescido de uma análise sobre a<br />

presença da pessoa com deficiência em anúncios publicitários nas revistas Isto É e Veja. Será<br />

3 MEC – Ministério da Educação e Cultura.<br />

4 ONU – Organização das Nações Unidas.


19<br />

ainda analisado o seriado televisivo Glee, um breve relato em forma de diário e vídeos cria<strong>dos</strong><br />

pela pesquisadora, sobre o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek em Brasília. A internação<br />

de Rodrigo Carasai, marido da pesquisadora, a qual a mesma foi sua acompanhante, ocorreu<br />

de 01 de agosto de 2010 a 15 de outubro de 2010. Durante o processo de pesquisa deste<br />

estudo, realizou-se um questionário com participantes do grupo de interesse do Sarah<br />

Kubitschek, na página de relacionamento Facebook e uma análise da mesma.<br />

Neste capítulo, para se apresentar os conceitos de propaganda e publicidade, foram<br />

seleciona<strong>dos</strong> os autores Santa‟Anna (1998), Pinho (1991), Barbosa/Rabarça e Sampaio<br />

(2003). No segundo momento, é abordado o histórico da chegada do meio de comunicação<br />

revista no Brasil, conceitos e definições da mesma. Os autores que fundamentam esses<br />

conceitos são Mira (2001), Sampaio (2003), Sant‟Anna (1998) e Pinho (1991). Falaremos<br />

sobre anúncios publicitários, a partir de Sant‟Anna (1998), Vestergaard/Schroder (2000),<br />

Pinho (1991) e Silva (2005). Para o estudo do texto publicitário em relação à eficiência do<br />

anúncio, utilizam-se como referências, Sant‟Anna (1998), Vestergaard/Schroder (2000),<br />

Pinho (1991) e Carvalho (1996). No próximo momento, são apresentadas as definições de<br />

imagem e a sua utilidade no anúncio publicitário no sentido de reforçar os valores de atenção.<br />

Os autores que fundamentam esse capítulo são Sant‟Anna (1998), Vestergaard/Schroder<br />

(2000), Aumont (1993), Jolly (1996) e Silva (2005).<br />

1.1 PUBLICIDADE E PROPAGANDA: CONCEITOS<br />

Nos tempos atuais, as informações estão em to<strong>dos</strong> os lugares. To<strong>dos</strong> os dias as<br />

pessoas deparam-se com uma infinita quantidade de imagens e sons representa<strong>dos</strong> de diversas<br />

maneiras, tomando forma, principalmente na publicidade. Ela está na televisão, no rádio, nos<br />

banheiros, nas revistas, nos jornais, na internet, nas ruas, em outdoors, cartazes, a publicidade<br />

está em to<strong>dos</strong> os lugares possíveis que possam transmitir uma mensagem provida de<br />

significa<strong>dos</strong> e inserida em um contexto, através de um canal. De um emissor para um<br />

receptor.<br />

A publicidade é uma grande ferramenta de comunicação, possui grande abrangência,<br />

e está presente em vários lugares e de maneiras diversificadas. Ela possui caráter econômico,<br />

visto que está intimamente ligada ao progresso industrial e na expansão do mercado de


20<br />

consumo. Ao mesmo tempo em que é fonte de recursos econômicos para seus produtores, a<br />

publicidade se torna benéfica para seus consumidores, na medida em que desperta desejo por<br />

algo que está sendo anunciado. Ela influi nas tomadas de decisões da massa consumidora.<br />

Além disso, é fonte de informação e entretenimento.<br />

Para analisar anúncios publicitários é preciso entender os termos publicidade e<br />

propaganda, que, em muitos casos − e, principalmente no Brasil −, são entendi<strong>dos</strong> como<br />

sinônimos.<br />

Publicidade, calcada em Barbosa/Rabarça (1987) deriva de público, do latim<br />

publicus, e designa a qualidade do que é público. Significa em seus primórdios, o ato de<br />

divulgar, tornar público um fato, uma ideia. A partir do século XIX, a publicidade adquiriu<br />

também um significado comercial:<br />

Qualquer forma de divulgação de produtos ou serviços, através de anúncios<br />

geralmente pagos e veicula<strong>dos</strong> sob a responsabilidade de um anunciante<br />

identificado, com objetivos de interesse comercial. (BARBOSA/RABARÇA, 1987,<br />

p.481).<br />

Propaganda é definida como a propagação de princípios e teorias, deriva do latim<br />

propagare, que se entendem como propagar. A palavra foi introduzida na língua moderna<br />

pela Igreja Católica, como ressaltou Barbosa/Rabarça (1987):<br />

O conceito de propaganda esteve essencialmente ligado a um sentido eclesiástico<br />

até o século XIX, quando adquiriu também um significado político (continuando a<br />

designar o ato de disseminar ideologias, de incutir uma idéia, uma crença na mente<br />

alheia). (BARBOSA/RABARÇA, 1987, p.481).<br />

Entretanto, a publicidade visa promover vendas, enquanto que, para promover<br />

vendas é necessário, na maior parte das vezes, implantar na mente da massa consumidora uma<br />

ideia sobre o produto. (SANT‟ANNA, 1998, p.75).<br />

da língua inglesa:<br />

Para explicar melhor o conceito de propaganda, Sampaio (1999) usa três definições<br />

Advertising: Anúncio comercial, propaganda que visa divulgar e promover o<br />

consumo de bens (mercadorias e serviços); assim como a propaganda dita de<br />

utilidade pública, que objetiva promover comportamentos e ações comunitariamente<br />

úteis (não sujar as ruas, respeitar as leis de trânsito, doar dinheiro ou objetos para<br />

obras de caridade, não tomar drogas etc). Publicity: Informação disseminada<br />

editorialmente (através de jornal, revista, rádio, TV, cinema ou outro meio de<br />

comunicação público) com objetivo de divulgar informações sobre pessoas,<br />

empresas produtos, entidades, idéias, eventos etc, sem que para isso o anunciante<br />

pague pelo espaço ou tempo utilizado na divulgação da informação. Propaganda:<br />

Propaganda de caráter político, religioso, ou ideológico, que tem como objetivo<br />

disseminar idéias dessa natureza. (SAMPAIO, 1999, p.25).


21<br />

Para o autor, os três conceitos acima descritos, transformam-se em „publicidade‟ e<br />

„propaganda‟ usa<strong>dos</strong> com o mesmo significado, principalmente em nosso país. Sampaio<br />

(1999), ainda aponta os diferentes tipos de propaganda quando fala em „propaganda política‟,<br />

„propaganda de utilidade pública‟, „propaganda editorial‟, etc.<br />

Com relação à publicidade, Pinho (1991, p.30) cita Malanga 5 para definir como um<br />

conjunto de técnicas de ação coletiva utilizada no sentido de promover o lucro de uma<br />

atividade comercial, conquistando, aumentando e mantendo clientes. A publicidade é, então,<br />

uma prática social, visto que se trata de uma ação coletiva, persuasiva, que coloca em uma<br />

situação de comunicação um produtor - anunciante e um leitor - consumidor, utilizando-se de<br />

textos verbais e não-verbais com a finalidade de levar o consumidor à ação de compra. Possui<br />

caráter comercial, pois objetiva o lucro. Ela instiga, induz, cria necessidades e formas de<br />

consumo. Sant‟Anna (1998, p.76) vai adiante quando cita que a publicidade, além de<br />

persuadir à ação de compra, “tem como finalidade fornecer informações, desenvolver atitudes<br />

e provocar ações benéficas para os anunciantes”. Sua finalidade primeira é a venda. Enquanto<br />

que a publicidade desenvolve a divulgação e promoção de produtos e serviços, a captação de<br />

novos clientes, a criação e a preferência por determinada marca e o combate à concorrência, a<br />

propaganda influencia opiniões, sentimentos e atitudes para um determinado sentido<br />

utilizando as técnicas e atividades de persuasão.<br />

Completando o conceito de Sant‟Anna, Sampaio (1999) enfatiza que a função<br />

principal da propaganda é de um lado, essencialmente:<br />

Disseminar informações, raciocínios e idéias que permitam aos consumidores<br />

estarem mais informa<strong>dos</strong> sobre os produtos e serviços existentes e à sua disposição,<br />

e, de outro, possibilitar aos anunciantes o aumento de seus negócios, através da<br />

conquista de mais consumidores. (Sampaio, 1999, p.26)<br />

Então, publicidade é segundo Pinho (1991, p.27), “qualquer forma de divulgação de<br />

produtos ou serviços através de anúncios geralmente pagos e veicula<strong>dos</strong> sob a<br />

responsabilidade de um anunciante identificado, com objetivo e interesse comercial”.<br />

Pinho (1991, p.31) divide a publicidade em duas funções:<br />

- Pioneira: tem por propósito criar a procura primária, isto é, a procura de um tipo de<br />

produto e não de uma marca específica. O objetivo é informar e não persuadir.<br />

- Competitiva: enfatizar a procura seletiva, uma marca determinada em vez de uma<br />

categoria de produto.<br />

5 MALANGA, Eugênio. Publicidade: uma introdução. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1977, p.11.


22<br />

Essas características, aliadas à criatividade, à ousadia e à inovação, fazem a<br />

publicidade influenciar, chamar a atenção, provocar o desejo e despertar o interesse do<br />

público alvo: “É o meio de comunicação com a massa. Um meio de tornar conhecido e<br />

despertar o fascínio sobre um produto, uma marca ou serviço, provoca o prestígio ao<br />

anunciante além de fidelizar o consumidor”; complementa Sant‟Anna (1998, p.76).<br />

Sampaio (1999, p.36) destaca que a publicidade atual utiliza argumentos que<br />

misturam apelos lógicos e emocionais, informação e argumentação, medo e inveja, fascínio<br />

pelo novo e necessidade de segurança além de outros elementos que, em conjunto, possam<br />

atingir seu propósito maior, de gerar nos seus consumidores − pela persuasão −<br />

comportamentos que beneficiam o anunciante que a utiliza. A publicidade age sobre to<strong>dos</strong> os<br />

campos sociais do indivíduo, da família, <strong>dos</strong> grupos e das comunidades, pois é uma das<br />

grandes formadoras do ambiente cultural e social de nossa época:<br />

Isso porque trabalha a partir de da<strong>dos</strong> culturais existentes, recombinando-os,<br />

remodelando-os (até mesmo alterando suas relevâncias), e sobre alguns instintos<br />

mais fortes <strong>dos</strong> seres humanos: o medo, a vontade de ganhar, a inveja, o desejo de<br />

aceitação social, a necessidade de auto-realização, a compulsão de experimentar o<br />

novo, a angústia de saber mais, a segurança da tradição. (SAMPAIO, 1999, p.36).<br />

Desta forma nota-se que a publicidade, juntamente com a propaganda, atua sobre os<br />

consumidores com intuito de informar, argumentar e comparar. Tanto de modo lógico e<br />

racional quanto de subjetivo e emocional. A publicidade chega até aos consumidores,<br />

apoderando-se de princípios básicos, tais como:<br />

- Criatividade: para se destacar, fugir do comum e chamar a atenção do consumidor;<br />

- Emoção e interesse: para ter a atenção do consumidor;<br />

- Pertinência: para não se desvincular do objetivo que buscou ao realizá-la;<br />

- Compreensão: para o consumidor sentir e entender fácil e claramente a mensagem.<br />

Como já foi descrito anteriormente, a publicidade se apossa de diferentes espaços<br />

midiáticos para veicular suas mensagens repletas de significações. Novas formas de<br />

veiculação, a cada momento, são criadas e estudadas para despertar e conquistar o interesse<br />

do consumidor. Para exemplificar os meios mais tradicionais de comunicação, Sampaio<br />

(1999, p.86) os divide em dois grandes grupos:<br />

- Mídia eletrônica (televisão, rádio e cinema): Esse tipo de mídia trabalha com o<br />

sentido da audição, como é o caso do rádio e da audição e visão como a televisão e o cinema.<br />

O objetivo é a informação através de imagens, sons, cores, movimentos e formas.


23<br />

- Mídia impressa (revistas, jornais e outdoor): Esse tipo de mídia trabalha<br />

fundamentalmente com o sentido da visão acionada por imagens (fotos, ilustrações, formas) e<br />

texto. O objetivo é fixar a marca ou produto de uma forma mais específica ao receptor. Ela<br />

trabalha com o inconsciente, pois passa através da imagem e texto o conceito assinado.<br />

A publicidade é, contudo, uma das muitas forças da comunicação que faz com que o<br />

consumidor, através de diferentes níveis, elucide o desconhecimento a cerca de produtos, bens<br />

e serviços, trazendo-lhe compreensão, convicção e ação.<br />

Com base nestes conceitos e definições sobre publicidade e propaganda, o presente<br />

trabalho trata da análise de anúncios publicitários na revista Senti<strong>dos</strong> datadas em<br />

novembro/dezembro 2010 e março/abril de 2011, portanto, de mídia impressa, ampliando seu<br />

objeto de estudo para uma breve análise de duas revistas de circulação nacional, IstoÉ e Veja,<br />

nos meses de maio, junho, julho, agosto e setembro de 2011, para evidenciar a ausência de<br />

anúncios publicitários dirigi<strong>dos</strong> a este público específico. Além disso, destacar alguns<br />

materiais que tratam do tema presente na internet e televisão, que, podem ser incluí<strong>dos</strong> nos<br />

conceitos de publicidade aqui aborda<strong>dos</strong>.<br />

1.2 MÍDIA IMPRESSA – REVISTA<br />

Este subcapítulo tratará do desenvolvimento das revistas no Brasil, a partir da virada<br />

do século XIX para o século XX, período em que diversos títulos e revistas ilustradas surgem<br />

no país. As revistas são literárias em sua maioria, mas também críticas e mundanas. A baixo<br />

uma cronologia organizada por Mira (2001, p.20), em que podemos contar com ilustrações<br />

das capas de algumas dessas revistas:<br />

1900 – Revista da Semana 6<br />

6 Capa de 24 de junho de 1900. – Disponível em http://w3z.com.br/almanaque/artigos/605.html Acesso em<br />

08/09/2011


24<br />

Figura 1- Capa da publicação de 1900, ano I, número 5, da Revista da Semana<br />

1900 – A Rua do Ouvidor<br />

1901 – A Ilustração Brasileira<br />

A seguir a capa da publicação de 1902, ano I, número 3, da revista O Malho:<br />

1902 – O Malho 7<br />

7 Capa de 04 de outubro de 1902 - Disponível em http://memoriaviva.tumblr.com/page/2 Acesso em<br />

08/09/2011


25<br />

Figura 2- Capa da publicação de 1902, ano I, número 3, da Revista O Malho<br />

Capa da publicação de 1903 da revista A Avenida, ano I, número 2:<br />

1903 – A Avenida 8<br />

8 Capa de 06 de agosto de 1903 - Disponível em http://www.leiloes.net/REVISTA-ANTIGA--A-AVENIDA--<br />

1903,name,179108674,auction_id,auction_details Acesso em 08/09/2011


26<br />

Figura 3- Capa da publicação de 1903 da Revista A Avenida, ano I, número 2<br />

1904 – Os Anais<br />

Capa da publicação de 1904, ano I, número 1 da revista Kosmos<br />

1904 – Kosmos 9<br />

9 Capa de 1930, número 1- Disponível em http://lista.mercadolivre.com.br/REVISTA-KOSMOS-%C3%98-<br />

LOTE-COM Acesso em 08/09/2011


27<br />

Figura 4- Capa da publicação de 1904, ano I, número 1 da Revista Kosmos<br />

Capa da publicação de 1907, ano I, número 1 da revista Fon Fon<br />

1907 – Fon Fon 10<br />

10 Capa de 12 de outubro de 1912 - Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Fon-Fon_(revista) Acesso em<br />

08/09/2011


28<br />

Figura 5- Capa da publicação de 1907, ano I, número 1 da Revista Fon Fon<br />

Capa da publicação de 1917, ano I, número 1 da revista Kosmos<br />

1908 – Careta 11<br />

11 Capa de 09 de junho de 1917 - Disponível em http://blogdogiesbrecht.blogspot.com/2010_08_01_archive.html<br />

Acesso em 08/09/2011


29<br />

Figura 6- Capa da publicação de 1917, ano X, número 468, da Revista Careta<br />

1909 – Revista Norte-Americana<br />

1913 – A Cigarra<br />

1917 – Dom Quixot<br />

No Brasil <strong>dos</strong> anos 1930, 40 e 50, O Cruzeiro 12 era a revista que trazia assuntos<br />

varia<strong>dos</strong> e se dirigia a to<strong>dos</strong> os segmentos. Não se pensava ainda em segmentar os públicos,<br />

então, O Cruzeiro se dirigia a homens, mulheres, crianças, legitimando-se como a revista da<br />

família brasileira. A revista percorria diferentes idades e gêneros, dentro da mesma casa.<br />

Difundida na França em mea<strong>dos</strong> do século XIX, a fotografia chega ao Brasil, na<br />

década de 1940 e dá mais liberdade às revistas. A imprensa vai se modernizando e abrindo<br />

portas para a chegada de novas máquinas, como a linotipo, cuja composição já é mecânica:<br />

“A grande guinada, no entanto, fica por conta da invenção da rotativa, que introduz o<br />

automatismo e a integração das operações nas atividades gráficas” (MIRA, 2001, p.21).<br />

Assim:<br />

12 Em anexo, capa de 22 de fevereiro 1930 - Disponível em http://memoriaviva.tumblr.com/page/2 Acesso em<br />

08/09/2011 Acesso em 11 de agosto de 2011.


30<br />

Novas técnicas surgem para uma maior profissionalização <strong>dos</strong> processos. “Progresso<br />

técnico e divisão do trabalho farão das revistas do novo século um espetáculo à<br />

altura, com muitas fotografias e ilustrações coloridas dispostas numa diagramação<br />

mais leve e atraente” (MIRA, 2001, p.21).<br />

Sampaio (1999, p.91) define a revista, em seus primórdios, como uma “mídia<br />

nacional, visto que a sociedade torna-se globalizada, com possibilidade de veiculação regional<br />

e local, e uma boa alternativa para a segmentação”. Ela pode ser impressa colorida ou em<br />

preto e branco. A revista possibilita um contato direto e íntimo com o público, dando<br />

credibilidade a ele e conquistando a fidelidade. O leitor tem uma grande identificação com a<br />

revista que está lendo, pois, na maioria <strong>dos</strong> casos, ela é comprada por nela estar empregada<br />

algum assunto que lhe diga respeito de alguma forma. Entretanto, em sua evolução, as revistas<br />

acabam segmentando os públicos, como podemos ver:<br />

Nas classes de padrão de vida mais folgado é hábito a leitura de revistas. Há as que<br />

apelam mais para o homem ou para a mulher, bem como as que circulam entre as<br />

classes rica e média. Elas são por isso mesmo, mais seletivas do que os jornais, no<br />

que se refere ao sexo, categoria socioeconômica e vocação, do leitor (SANT‟ANNA,<br />

1990, p.209).<br />

Vale ressaltar a importância <strong>dos</strong> veículos de comunicação na publicidade, pois são<br />

eles os responsáveis por levar a mensagem <strong>dos</strong> anunciantes para os consumidores. Dentro do<br />

segmento revista, que se encontra no seio <strong>dos</strong> veículos visuais, Sampaio (1999, p.91) cita que<br />

sua “principal característica é a seletividade de público consumidor, uma vez que existem<br />

centenas de títulos volta<strong>dos</strong> para os mais diversos segmentos da população”. Os anunciantes<br />

contam com um público mais qualificado, pois há uma multiplicidade de títulos para os mais<br />

diversos segmentos, o que possibilita a adequação da mensagem ao consumidor, evitando<br />

desperdício de verbas. Essa forma de público bem caracterizado e seletivo está perdendo a<br />

legitimação, na medida em que começa a reflexão sobre o estado de espírito do público: “[...]<br />

se aos 18 anos uma moça começa a namorar, ela vai se preocupar com beleza e moda; depois<br />

fica noiva e vai se preocupar com decoração; depois com crianças, com adolescentes, e assim<br />

por diante.” (PINHO, 1991, p.85).<br />

Sant‟Anna (1998, p.209) descreve algumas vantagens de se anunciar em revistas, tais<br />

como: permitem melhor reprodução <strong>dos</strong> anúncios e melhor aparência; possuem vida mais<br />

longa, são lidas devagar; possuem maior porcentagem de leitores por número; e, por último,<br />

são seletivas. Por conta disso:<br />

Os anúncios em revistas oferecem, então, o benefício do direcionamento preciso<br />

para muitos segmentos de consumidores, do clima adequado para tratar de assuntos<br />

específicos, da possibilidade do uso da cor, do espaço para abordagens mais


31<br />

detalhadas e, pelo modo como se consomem as revistas, de diversos impactos para<br />

cada anúncio publicado (SAMPAIO, 1999, p.91).<br />

A mensagem publicitária de anúncios em revistas ocupa lugar de destaque. Baseada<br />

na palavra escrita tem como função direcionar o sentido da imagem. Anunciar estabelece uma<br />

ligação direta entre a oferta e a procura. Revistas permitem reproduções e fotos de qualidade e<br />

seu público alvo é diferenciado, segmentado e específico.<br />

1.3 MÍDIA IMPRESSA – REVISTA SENTIDOS<br />

1.3.1 Perfil da revista<br />

A Revista Senti<strong>dos</strong> 13 – incluindo a pessoa com deficiência na sociedade, é voltada<br />

para as pessoas com deficiência, profissionais da área e familiares. Abrange todo o território<br />

nacional levando informações de educação, saúde, comportamento, curiosidades e<br />

experiências de vida que são exemplos de superação de limites e conquistas admiráveis.<br />

Todas as reportagens são focadas na inclusão social deste público. A Senti<strong>dos</strong> está presente<br />

nos principais eventos para este segmento. Completando seu 11° ano de existência a<br />

publicação já conquistou seu espaço entre os formadores de opinião, sendo convidada a<br />

participar de programas de rádio, televisão e internet. Foi vencedora do Prêmio de Ouro<br />

ANATEC 14 2010 como o melhor meio de comunicação segmentado.<br />

A seguir segue algumas características relevantes sobre a revista Senti<strong>dos</strong>, cujas<br />

informações foram enviadas pela redação da própria revista em forma de um kit mídia, para a<br />

pesquisadora. Neste kit mídia se encontram o perfil da revista por completo. A partir de então,<br />

houve a necessidade de se criar gráficos a partir <strong>dos</strong> números já existentes nas informações<br />

contidas no kit. Portanto, neste capítulo, o estudo tem caráter quantitativo, pois se baseia em<br />

da<strong>dos</strong> já existentes.<br />

13 Da<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong> através do kit mídia enviado pela redação da Revista Senti<strong>dos</strong>.<br />

14 ANATEC: Associação Nacional de Editores de Publicações – Disponível em www.anatec.org.br Acesso em<br />

15 de setembro de 2011.


32<br />

1.3.2 Principais seções<br />

Desenvolve um conteúdo que mostra a deficiência sobre um novo ponto de vista e<br />

promove uma discussão mais abrangente sobre a inclusão social no Brasil. Suas principais<br />

seções são: comportamento, educação, turismo, guia de relacionamento, lazer e cultura,<br />

cidade, saúde, tecnologia e esporte.<br />

1.3.3 Perfil do leitor<br />

Homens e Mulheres classe A, B e C.<br />

Homens – 45%<br />

Mulheres – 55%<br />

Nota-se a partir do gráfico a baixo que a maioria <strong>dos</strong> leitores da revista Senti<strong>dos</strong> são<br />

formado de mulheres. Com 55% de público feminino em relação a 45% de leitores masculino.<br />

Gráfico 1- Gênero <strong>dos</strong> leitores da revista Senti<strong>dos</strong>


33<br />

1.3.4 Classes sociais:<br />

A – 22%<br />

B – 55%<br />

C – 23%<br />

Como se pode perceber, no gráfico logo a seguir, a classe social da maioria <strong>dos</strong><br />

leitores da revista Senti<strong>dos</strong> é formada pela a classe B com 55%, em seguida, 23% vem à<br />

classe C e para finalizar, 22% <strong>dos</strong> leitores formam a classe A.<br />

Gráfico 2- Classe social <strong>dos</strong> leitores


34<br />

1.3.5 Faixa etária:<br />

16 a 24 anos – 17%<br />

25 a 34 anos – 32%<br />

35 a 44 anos – 31%<br />

45 + anos – 20%<br />

A faixa etária <strong>dos</strong> leitores da revista Senti<strong>dos</strong> são na maioria entre 25 a 34 anos de<br />

idade com 32%, logo em seguida a média de idade é de 35 a 44 anos com 31%, 45 anos ou<br />

mais cabe aos 20% e 16 a 24 anos de idade somam 17% <strong>dos</strong> leitores da revista. Pode-se dizer<br />

que seu público é formado por leitores mais maduros.<br />

Gráfico 3- Idade <strong>dos</strong> leitores da revista Senti<strong>dos</strong>


35<br />

1.3.6 Deficientes e não deficientes:<br />

Deficientes – 57%<br />

Não deficientes – 43%<br />

Quanto aos leitores que possuem deficiência e aos que não possuem nenhum tipo de<br />

deficiência, as pessoas com deficiência representam 57% <strong>dos</strong> leitores da revista enquanto que<br />

43% <strong>dos</strong> leitores não possuem nenhum tipo de deficiência.<br />

Gráfico 4- Leitores que possuem deficiência ou não da revista Senti<strong>dos</strong><br />

1.3.7 Da<strong>dos</strong><br />

Tiragem – 40.000 exemplares<br />

Periodicidade – Bimestral<br />

Preço em banca – R$ 7,90


36<br />

1.3.8 Tabela de veiculação<br />

Página simples – formato: 20,5 x 27,5 cm<br />

Página dupla – formato: 41 x 27,5 cm<br />

1/2 de página – formato: 27,5 x 13,7 cm<br />

1/3 de página – formato: 7 x 27,5 cm<br />

2ª ou 3ª capa – formato: 20,5 x 27,5 cm<br />

4ª capa – formato: 20,5 x 27,5 cm<br />

A partir das informações obtidas no kit mídia, enviado pela redação da revista<br />

Senti<strong>dos</strong> para a pesquisadora, pode-se dizer que a respeito do perfil da revista Senti<strong>dos</strong>, a<br />

pluralidade entre seus leitores é nítida. Evidencia-se o perfil de um possível público ativo que<br />

na maioria do tempo passa por despercebido pelos profissionais de comunicação,<br />

principalmente pelos publicitários. O grande desafio é incluir este público na publicidade e<br />

propaganda e esta por sua vez, encarar este segmento de mercado como um nicho promissor.<br />

Visto que atualmente esta classe encontra-se esquecida pela publicidade e comunicação em<br />

geral.


37<br />

Figura 7- Capa da revista Senti<strong>dos</strong>, ano X, edição 63, março/abril, 2011<br />

1.4 ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS – BREVE HISTÓRICO<br />

Os anúncios publicitários 15 surgiram na sociedade brasileira no início do século XIX,<br />

porém foi só na segunda metade do século passado que o desenvolvimento econômico<br />

capitalista provocou crescimento urbano e os profissionais e setores de negócios precisavam<br />

comunicar sua existência ao mercado. Os anúncios tinham cunhos nitidamente explicativos<br />

para ensinar à sociedade brasileira, novos hábitos de vida e consumo.<br />

Silva (2005, p. 111) traz a tona palavras de Postman 16 para argumentar que “antes do<br />

século XX, a publicidade tendia a ser geralmente informativa ou, ao menos, usava os meios<br />

impressos, a argumentação racional, a persuasão verbal e a retórica para induzir os<br />

consumidores a comprar os produtos ofereci<strong>dos</strong>”.<br />

15<br />

Disponível em http://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/historia-da-propaganda-a-publicidadetambem-chegou-com-dom-joao/<br />

Acesso em: 10 jun. 2011.<br />

16 POSTMAN, Neil. Amusing Ourselves to Death, 1985, p. 60


38<br />

A partir de uma pesquisa na internet sobre anúncios publicitários veicula<strong>dos</strong> em<br />

mídia impressa, buscou-se fazer uma linha do tempo. Começa com anúncios do século XIX,<br />

século XX até os anúncios atuais. Sempre visando entrelaçar o tema deficiência com as peças<br />

publicitárias.<br />

Figura 8- Fuga de Escravos - Gazeta do Rio de Janeiro, 1809 17 .<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 1809 da Gazeta do Rio de<br />

Janeiro sobre a fuga de escravos:<br />

Trata-se de um anúncio de 1809, impresso na Gazeta do Rio de Janeiro.<br />

Título com fonte em negrito e com serifa 18 , todas maiúsculas, com o brasão do<br />

jornal cortando o texto e formando marca d‟água: “Gazeta do Rio” já, na próxima linha com<br />

fontes menores, “De Janeiro”. Entre duas linhas onduladas, vem à data “Sábado, 25 de<br />

fevereiro de 1809”. Na próxima linha um traço sólido, dividindo título e data do anúncio que<br />

diz: “Avisos.” Com fontes em maiúsculo, do mesmo tamanho da data. Na próxima linha vem<br />

o texto: “Sahio à luz: Regimento <strong>dos</strong> boticários do anno de 1809. Vende- se na Botica do<br />

17 Disponível em: http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/noticias.php?id=242. Acesso em: 18 maio 2011.<br />

18 Serifa: Pequeno traço ou barra que arremata as hastes de determinadas letras. Disponível em<br />

http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=serifa Acesso em<br />

12 de outubro de 2011.


39<br />

Boticário na casa Real na Rua da Quitanda, N º 93. A 960 reis. No dia de entrudo pelas 9<br />

horas e meia da noite fugio a Vicente Guedes de Souza huma mulata, filha do Cabo da Boa<br />

Esperança, por nome Dina, de estatura ordinária, clara, e com signaes de sardas pela cara.<br />

Falla português e inglez; cabello um pouco crespa, idade um pouco mais ou menos de 25<br />

annos: Quem della tiver noticias, avisará ao mesmo, na rua Misericórdia, defronte o<br />

açogue grande, ou na loja da Gazeta, e receba boas alviçaras.”<br />

Como pode- se perceber este anúncio datado em 25 de fevereiro de 1809, da Gazeta<br />

do Rio de Janeiro legitima o que Silva (2005), salientou quando diz que os anúncios<br />

anteriores ao século XX tendiam para a racionalidade com textos longos e informativos,<br />

obtinham a persuasão apenas pelo discurso verbal.<br />

A partir de 1890, Silva (2005) ressalva que:<br />

[...] os anúncios começaram a fazer uso crescente de fotografias e ilustrações e seu<br />

texto passou a ser apresentado na forma de slogans, jingles e rimas simples, com a<br />

imagem substituindo a racionalidade discursiva. Em um certo sentido a publicidade<br />

tornou-se o discurso público dominante do século XX, com suas imagens de<br />

mercadorias, consumo, estilos de vida, valores e papéis de gênero deslocando outras<br />

formas de discursos público (SILVA ,2005 p.111).<br />

Com o surgimento das revistas e a melhoria do parque gráfico, os anúncios ganham<br />

ilustrações coloridas e textos objetivos. As primeiras agências de publicidade começaram a se<br />

formar. No início, as peças gráficas apenas vendiam espaço publicitário para anúncio, depois<br />

evoluíram para a elaboração de conteúdo. A seguir apresentamos algumas imagens:


40<br />

Figura 9- Massa Glutinada Secchi – Revista A Lua, 1910 19<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 1910 da Massa Glutinada<br />

Secchi, veiculado na Revista A Lua:<br />

Trata-se de anúncio da marca Secchi, de Massa Glutinada.<br />

Trata-se de um anúncio em página horizontal dividida em quatro colunas, com<br />

margens desenhadas. Na primeira coluna dentro de um box 20 com fundo branco e com<br />

margens desenhadas, leva o título em três linhas e em negrito “ Massa Glutinada “Secchi””.<br />

Na próxima linha um vetor em forma de flor para dividir o título do texto do anúncio, que diz<br />

“Como alimento para crianças e adolescentes, não há igual!” Texto com fonte diferente do<br />

título. Novamente a flor para a divisão do texto com a assinatura “Largo da Concordia S.<br />

Paulo” em negrito e caixa alta. Nas duas colunas do meio, está a foto da embalagem, uma lata<br />

decorada. Ao lado na quarta coluna, um box com fundo branco, e com a mesma borda<br />

decorada e com o texto “ Esta massa preparada cientificamente e com o mais escrupuloso<br />

19<br />

Disponível em: http://historianovest.blogspot.com/2009/09/do-registro-seducao-os-primeiros-tempos.html<br />

Acesso em: 18 /05/ 2011.<br />

20 “Boxe” – espaço, geralmente delimitado por fios, que traz informações adicionais ao corpo da matéria<br />

jornalística ou anúncio publicitário. RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de<br />

comunicação. [3. ed.] rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2002.


41<br />

cuidado, representa um Super-Alimento poderoso, são de facílima digestão e delicado sabor.<br />

A sua riqueza em princípios nutritivos, sobresae na seguinte analyse: água....9,20; gluten, em<br />

negrito, 58,20; outras matérias adotadas 2,95; amido e traços de celulose 28,00; matéria graxa<br />

0,90; claras ( substancias minerais) 0,66 = 100,00”. Mais uma vez a divisão do texto para a<br />

assinatura com a flor. A assinatura diz: “Graças a sua superioridade, obteve na Exposição<br />

Internacional Mygiene, em negrito, em 1909 no Rio de Janeiro, o importante premio:<br />

Medalha de ouro”. Em negrito.<br />

Este anúncio traz a imagem como destaque embora tenha sua forma persuasiva no<br />

discurso verbal. Ele “brinca” com estilos diferentes de fontes e dá relevância para a descrição<br />

do produto e seu diferencial.<br />

Na ilustração a seguir, podemos verificar mais um exemplo de anúncio impresso do<br />

ano de 1928:<br />

Figura 10- Anúncio publicado na revista Careta, de 1928 21<br />

21 Disponível em http://rio-curioso.blogspot.com/2009_11_01_archive.html Acesso em 08 de setembro de 2011


42<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 1928 da empresa Luto<br />

Parisiense – Fazendas Pretas.<br />

Trata-se de um anúncio da empresa Luto Parisiense<br />

Trata-se de um anúncio em página vertical, preto e branco com 15 cm. Supõe-se que<br />

dividida em duas colunas. Título em caixa alta “luto parisiense” centralizado. Na próxima<br />

linha se tem alinhamento à direita, com duas barras e o texto ao lado: “Estabelecimento<br />

especial de” em itálico. Na linha seguinte, alinhado a esquerda, caixa alta e fonte maior<br />

“fazendas”, ao lado de quatro linhas assimétricas. Na próxima linha, com o mesmo corpo,<br />

“pretas” em caixa alta, alinhada à direita. Ao lado do P de “pretas” está inserida uma gravura<br />

que chega até o final do anúncio na primeira coluna. Encontra-se uma senhora, de chapéu,<br />

vestido preto, com uma bolsa de mão. Assim, visando as senhoras de luto, confirma o padrão<br />

de elegância <strong>dos</strong> estabelecimentos instala<strong>dos</strong> na rua Uruguayana. Na próxima linha, nota-se o<br />

endereço “76, Rua da Uruguayana,76”em negrito. Na próxima, com outra fonte e em caixa<br />

alta: “grandes ateliers de costuras e chapéos”. Abaixo há uma linha grossa dividindo os texto<br />

do que segue “Enxovais completos executa<strong>dos</strong>” logo abaixo em negrito e caixa alta “ em 24<br />

horas”. Novamente uma linha grossa separando o próximo texto que diz: “Vesti<strong>dos</strong>, Chapéos,<br />

Capas, Manteaux”, seguindo com alinhamento centralizado: “ Bleases, Saias, Japens”.Logo a<br />

baixo em caixa baixa: “ o maior sortimento de” ocupando o restante do espaço duas linhas<br />

finas. Na próxima linha, em caixa alta e negrito: “fazendas pretas”. Seguindo a baixo, “de<br />

todo o Brasil, por preços, desafiando toda e”, seguindo entre duas linhas “ qualquer<br />

concorrência.” Na próxima linha encontram-se duas linhas grossas que faz a divisão de texto e<br />

seguem na próxima, com o endereço em caixa alta e em negrito: “ rua da uruguayana, 76”.<br />

Logo baixo e com uma fonte pequena diz: “telephone N. 27” e fecha com um box: “ esta casa,<br />

em negrito e caixa alta, não tem filial nem é filial de nenhuma outra”.<br />

Neste anúncio já nota-se a preocupação com a concorrência quando dá relevância ao<br />

preço e ao zelo contra o plágio e falsificação.<br />

Na ilustração a seguir, temos um anúncio impresso da Coca Cola, já da década de<br />

1930, mais especificamente do ano de 1934:


43<br />

Figura 11- Anúncio Coca Cola, 1934 22<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 1934 da Coca Cola.<br />

Trata-se de um anúncio da Coca Cola sobre sua presença na feira Internacional de<br />

Chicago.<br />

Página na vertical, dividida em três colunas. Percebe-se que o anúncio está<br />

comemorando os 50 anos da bebida. Na primeira coluna há o texto que se encontra ilegível e<br />

abaixo uma figura em preto e branco possivelmente da feira em Chicago. Nas duas próximas<br />

colunas encontra-se uma fotografia de uma moça, de chapéu branco, com trajes legítimos da<br />

época, sentada a princípio em uma cadeira de rodas, segurando um copo de Coca Cola em<br />

suas mãos. Como legenda da foto “Meet me at Chicago‟s Fair”, em itálico. Como tradução:<br />

“Encontra-me na feira de Chicago”. Logo a baixo está um título em negrito “The drink that<br />

22 Disponível em: http://jipemania.com/coke/1930/MyAlbum/index2.html. Acesso em18 maio 2011.


44<br />

Keeps you Feeling Fit everywhere” Como tradução: “A bebida que se encaixa em to<strong>dos</strong> os<br />

lugares”. Logo abaixo, na primeira coluna, encontra-se uma foto de dois copos de<br />

refrigerantes em baixo de uma torneira de Coca Cola, ao lado direito a logomarca. Um círculo<br />

vermelho com o dizer “Drink” – “ Bebida”, a marca Coca Cola e “Delicious and Refreshing”<br />

“ Deliciosa e Refrescante. Na terceira coluna, outro texto ilegível, com o numeral 50 a baixo;<br />

e, a sua direita um selo com o globo terrestre e fecha com a assinatura “BOUNCE BACK TO<br />

NORMAL” – “ Voltam ao normal”.<br />

Não poderia deixar de utilizar este anúncio da Coca Cola <strong>dos</strong> anos 30, mesmo com<br />

textos ilegíveis. Este anúncio chamou a atenção da pesquisadora pelo fato da modelo estar<br />

sentada em uma suposta “cadeira de rodas”. Porém na verdade a modelo que não sabemos<br />

quem é, está sentada em um riquixá 23 .<br />

Na próxima ilustração, temos um anúncio publicitário da época de 1960, que assinala<br />

um <strong>dos</strong> produtos característicos do processo de industrialização do país, a primeira fábrica da<br />

Volkswagen:<br />

23 Forma abreviada de jinriquixá, veículo pequeno e leve, de duas rodas, para um só passageiro, puxado por um<br />

homem a pé, usado nos países do Extremo Oriente. Disponível em<br />

http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&palavra=riquix%E1 Acesso em 16 de<br />

setembro de 2011.


45<br />

Figura 12- Anúncio Volkswagen, 1960 24<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 1960 da Volkswagen.<br />

Trata-se de um anúncio da Volkswagen para o automóvel fusca.<br />

Anúncio da Volkswagen, preto e branco, em apresentação do fusca. Dividido em<br />

duas colunas, sendo que na parte superior encontra-se um homem, com terno e gravata<br />

segurando uma pasta, sugerindo que está pronto para o trabalho, encostado em um fusca de<br />

cor preta. Ao seu lado encontra-se, supostamente sua esposa, de avental e a cada lado<br />

supostamente seus filhos, uma menina e um menino. Abaixo da fotografia, em negrito “Ele” e<br />

ao lado também em negrito “Ela”. Abaixo de ele: “de manhã vai ao trabalho e volta à noite” e<br />

abaixo do ela “ leva as crianças na escola, vai à feira, vai ao cabeleireiro, vai buscar mamãe,<br />

busca as crianças na escola, busca os sobrinhos para brincarem com as crianças que voltaram<br />

da escola, vai à costureira, leva mamãe para casa, vai fazer compras na cidade, devolve os<br />

24 Disponível em http://historiadapublicidade.blogspot.com/2009/01/propagandas-antigas-de-fusca.html Acesso<br />

em 10 de novembro de 2011.


46<br />

sobrinhos, vai visitar as amigas, vai ver como titia Celina está passando, volta a casa de uma<br />

amiga para apanhar a bolsa que tinha esquecido, etc, etc, etc.” Fecha com a assinatura ao lado<br />

do logo da Wolks “ Não é justo que ela tenha um Wolkswagen só para ela ?<br />

Percebe-se neste anúncio, a atenção dada às mulheres no sentido de constituírem<br />

como consumidoras. “Da rainha do lar para a empresária e mulher de sucesso”. Nota-se a<br />

mudança quanto à descrição do produto para vir a dar destaque a assuntos pertinentes à época.<br />

Caso do padrão de consumo das mulheres. Sobre o produto em si, o anúncio não destaca<br />

nenhuma característica, apenas coloca o produto como sendo um sonho de consumo para as<br />

mulheres ganharem a liberdade. Conforme Carvalho (1996, p.12) [...] há cerca de um século,<br />

a publicidade limitava-se a dizer que “na rua tal, número tal, vende-se tal coisa”, mas ao longo<br />

se afastou desse modelo, passando a adotar uma lógica e uma linguagem própria, na qual a<br />

sedução e a persuasão substituem a objetividade informativa.<br />

Figura 13- Anúncio Benetton, outono/inverno de 1989/1990 25<br />

25 Disponível em http://taticas.blogspot.com/2010/03/ousadia-de-toscani.html#!/2010/03/ousadia-de-toscani.html<br />

Acesso em 01 de novembro de 2011.


47<br />

Benetton.<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 1989/1990 da marca<br />

Anúncio da marca Benetton do inverno de 1989/1990. Campanha criada por Oliviero<br />

Toscani.<br />

O anúncio resume-se em página horizontal com fundo branco. Uma imagem que<br />

abrange toda a extensão da página e conta ainda com a logomarca da Benetton em cor verde.<br />

Este anúncio não possui título nem texto, apenas a fotografia, e esta, fala por si, só.<br />

A fotografia representa uma mãe negra de casaco de cor vermelha, aberto,<br />

amamentando um suposto filho branco. A imagem ainda deixa a mostra um seio desta mãe e<br />

ao mesmo tempo, omite o seu rosto. A cor do casaco que a mãe leva em seu corpo, a cor<br />

vermelha, não foi escolhida por acaso, segundo Calazans, 1998, p.126:<br />

Vermelho: considerado o símbolo universal da vida, cor do fogo e do sangue, tendo<br />

ambivalência simbólica em termos visuais, quando o claro e o escuro. O vermelho<br />

claro, brilhante, é diurno, tônico e incita à ação. O vermelho escuro é noturno,<br />

secreto, representa o mistério da vida. O vermelho sangue profundo, se escondido é<br />

a condição da vida, se espalhado significa a morte; (CALAZANS, 1998, p.126).<br />

A fotografia está trazendo a discussão da igualdade de raças, de religião, de política,<br />

a discussão sexual, moral e social. Contrastes que quebram tabus sobre proibições,<br />

impossibilidades, sobre a diferença que separa ao invés de unir, desenvolvendo uma espécie<br />

de contrapropaganda, mostrando justamente o contrário do sonho, mas a possibilidade a<br />

realidade. Desse modo, a marca se torna engajada na inclusão pela diferença, quebrando<br />

barreiras e instigando o diálogo.<br />

O século XXI começa com uma nova configuração econômica e o mercado se<br />

obriga a posicionar-se de uma maneira diferenciada perante o cliente. A maturidade e a<br />

criatividade presentes nos anúncios publicitários das empresas ou produtos passam a ser<br />

fundamentais para o bom desempenho comercial. Assim:<br />

O anúncio é descrito como a grande peça do imenso tabuleiro publicitário com a<br />

intenção de vender serviços ou produtos e caracteriza-se por criar uma<br />

diferenciação, estimular um desejo além de divulgar e tornar conhecido algo novo e<br />

interessante para os consumidores (SANT‟ANNA, 1998, p.77).


48<br />

Um bom anúncio precisa expressar de uma maneira verdadeira e criativa to<strong>dos</strong> os<br />

benefícios do produto e, assim, torná-lo atraente aos olhos do público consumidor. Segundo<br />

Sant‟Anna (1998, p.153), o anúncio para ser eficiente precisa ser:<br />

Original: destacar-se pela forma, ilustração, cores, layout 26 , apresentação;<br />

Oportuno: atual, saber aproveitar o momento adequando;<br />

Persuasivo: passar credibilidade na mensagem;<br />

Persistente: induzir o hábito na mente do público;<br />

Ter motivação: atender às necessidades e desejos, responder a perguntas, mostrar que o<br />

sonho pode se tornar realidade;<br />

Tabela 1: Representa a eficácia do anúncio publicitário<br />

Vestergaard/Schroder (2000, p.47) vão além afirmando que cabe aos anúncios:<br />

Chamar a atenção<br />

Despertar interesse<br />

Estimular o desejo;<br />

Estimular o desejo;<br />

Criar convicção<br />

Induzir a ação.<br />

Tabela 2: Representa a incumbência <strong>dos</strong> anúncios<br />

Além desses requisitos, o anúncio deve ser estruturado de maneira que prenda a<br />

atenção do público, visando informar sobre o produto e despertar o interesse para a leitura do<br />

texto complementar além do que, deve ser de fácil entendimento. Um bom layout precisa<br />

passar ritmo 27 e equilíbrio 28 na disposição <strong>dos</strong> elementos formando uma simetria agradável.<br />

26 É um esboço, mais elaborado que um “rafe”, de um anúncio a ser apresentado ao cliente (anunciante) e<br />

posteriormente arte-finalizado e impresso. No layout estão apresenta<strong>dos</strong> (ainda não de forma definida, mas<br />

aproximada) to<strong>dos</strong> os elementos visuais básicos da peça publicitária. RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA,<br />

Gustavo. Dicionário de comunicação. [3. ed.] rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2002.<br />

27 Ritmo – Sucessão adequada, no tempo e espaço, de um espetáculo, show, programa, filme, texto etc... <strong>dos</strong><br />

diversos momentos ou movimentos, com variadas intensidades de emoção, velocidade... RABAÇA, Carlos<br />

Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. [3. ed.] rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2002.<br />

P. 517.


49<br />

A mensagem publicitária, para ter a eficácia necessária, deve ter uma sequência na<br />

apresentação, de tal forma que o leitor deve ser conduzido pelo olhar, partindo do canto<br />

superior esquerdo e descendo, progressivamente, em diagonal da esquerda para a direita e de<br />

cima para baixo; o anúncio deve observar também a proporção 29 , o contraste 30 e a harmonia 31<br />

que deve existir entre a composição <strong>dos</strong> elementos da mensagem.<br />

Pinho (1991, p.94 a 103) descreve os seguintes itens como sendo as principais partes<br />

do anúncio:<br />

- Título: sua função é fixar a atenção, despertar o interesse e induzir à leitura do<br />

texto;<br />

- Texto: sua função é apoiar o título, informar, esclarecer, seduzir, conquistar,<br />

persuadir, convencer a venda;<br />

- Slogan: é uma frase concisa, marcante, atraente de fácil memorização. Concentra o<br />

argumento de venda;<br />

- Assinatura: nome do produto ou anunciante;<br />

- Ilustração: tem como função aumentar a atenção ao anúncio, induzir a leitura do<br />

texto, provocar desejo, interesses, imaginação sobre coisa anunciada.<br />

As mudanças históricas <strong>dos</strong> anúncios publicitários ao longo das décadas são nítidas.<br />

Daqueles racionais, descritivos de venda de imóveis, ofertas de escravos, datas de leilões,<br />

ofertas de serviços de artesãos e profissionais liberais que se caracterizavam por textos longos<br />

e poucas ilustrações do século XIX, evoluindo, com a ajuda da melhoria do parque gráfico das<br />

mídias impressas, ganhando ilustrações coloridas e textos objetivos do século passado,<br />

conforme salientou Mira (2001), até os atuais em que a maturidade e a criatividade presentes<br />

nos anúncios publicitários das empresas ou produtos passam a ser fundamentais para o bom<br />

desempenho comercial e diferenciação da concorrência, conforme mostra Silva (2005). Os<br />

anúncios de hoje, esbanjam estética e criatividade em conseqüência da mudança na qualidade<br />

gráfica, como salientou Vestergaard/Schroder (2000). As figuras a seguir, selecionadas de<br />

28<br />

Equilíbrio- Relação harmoniosa; justa proporção (equilíbrio de cores).Fonte<br />

http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=equil%EDbrio<br />

Acesso em 02 de outubro de 2011.<br />

29 Proporção - Arrumação harmônica das partes que compõe um todo; HARMONIA; SIMETRIA. Fonte<br />

http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=propor%E7%E3o<br />

Acesso em 02 de outubro de 2011.<br />

30 Contrate: Maior ou menor variação entre elementos claros e escuros da imagem. ... RABAÇA, Carlos Alberto;<br />

BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. [3. ed.] rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2002.<br />

31 Harmonia: Equilíbrio entre elementos diversos que resulta em algo agradável de ver ou ouvir. Disponível em<br />

http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=harmonia


50<br />

acordo com o tema estudado nesta pesquisa - publicidade e propaganda na inclusão social -<br />

nos legitimam essa nova maneira de criação. Falar com os leitores e consumidores sobre<br />

temas delica<strong>dos</strong> como a da deficiência física de forma criativa, positiva e atual. Não é tarefa<br />

fácil, porém, anúncios criativos para o segmento existem:<br />

Figura 14- Anúncio criado para Campeonato Canadense de Rugby em Cadeira de Rodas, 2006<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 2006 para o Campeonato<br />

Canadense de Rugby 32 em cadeira de rodas.<br />

32 O rugby, rúgbi (português brasileiro) é um esporte coletivo criado na Inglaterra. Conta à lenda que o esporte<br />

surgiu de uma jogada irregular do futebol, na qual um jogador de um colégio da cidade inglesa de Rugby, de<br />

nome Willian Webb Ellis, teria pegado a bola do jogo com as mãos, e seguido com ela até a linha de fundo


51<br />

Trata-se de um anúncio criado pela agência canadense Colour para Campeonato<br />

Canadense de Rugby em Cadeira de Rodas no ano de 2006.<br />

O anúncio sintetiza-se em página vertical, estampa a foto de uma roda de uma<br />

cadeira de Rugby, de uma excelente proporção, quase não percebe-se que realmente é uma<br />

roda. O esporte é extremamente de contato 33 e as rodas são estilizadas remetendo-nos ao tema<br />

do filme <strong>dos</strong> anos 80, Mad Max. Por isso a proteção de roda encontra-se no estado da foto,<br />

totalmente amassada e riscada. Na roda da cadeira do anúncio está escrito “To Play<br />

Wheelchair Rugby You Have To Be Physically Handicapped And Mentally Insane” (Para<br />

jogar Rugby em cadeira de rodas você tem que ter alguma deficiência física e ser<br />

mentalmente insano). Logo a baixo como assinatura, encontra-se o logo do Campeonato<br />

Canadense de Rugby.<br />

Este anúncio é baseado no documentário Murderball 34 que retrata a saga e a<br />

rivalidade das equipes de Rugby <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e Canadá. A nitidez da qualidade gráfica<br />

da peça e a escolha da tipografia é o grande diferencial. Ela conota a batalha, a guerra, o suor,<br />

o sangue no sentido da rivalidade, porém tendo visão de que por de trás de seus protagonistas,<br />

a equipe de Rugby Adaptado, há também uma narrativa de dor, de batalha e suor, dignos de<br />

guerreiros que quase perderam a vida na batalha e mesmo com suas cicatrizes e seqüelas,<br />

ainda estampam sorrisos e aplaudem o novo dia.<br />

Percebe-se no anúncio a criatividade para se falar de um assunto muitas vezes<br />

delicado que é a cadeira de rodas e seus usuários. Em vez de se tratar as pessoas com<br />

deficiência como “coitadinhas” ou desprovidas de forças, o anúncio mostra a garra, força,<br />

coragem e representa que nada está perdido. Que a vida pode ser vivida por inteira após um<br />

acidente medular.<br />

adversária. Isto teria ocorrido em 1823. O Rugby só foi reconhecido como esporte pela associação de Futebol em<br />

1863. Chegou ao Brasil no século retrasado, e segundo o historiador Paulo Várzea, Charles Miller, o “pai do<br />

futebol”, teria organizado em 1895 o primeiro time de Rugby brasileiro, em São Paulo; e o primeiro clube a<br />

praticar o esporte, o Clube Brasileiro de Futebol Rugby, teria sido fundado em 1891. Mas o que realmente<br />

devemos saber é que hoje o Rugby é um esporte dinâmico, diferente de qualquer outro tipo de esporte grupal,<br />

com regras um tanto diferentes que dão a este esporte o título de 'esporte para cavalheiros'. A bola oval é o centro<br />

das atenções no campo de jogo. Seu peculiar formato surpreende jogadores e espectadores pois o seu percurso<br />

deixa de ser previsível. Fonte http://www.canalarena.com.br/index.php/arena/outrosesportes/212-o-que-e-rugby<br />

Acesso em 01 de novembro de 2011.<br />

33 Matéria do esporte espetacular em 16 de agosto de 2009 sobre Rugby em cadeira de rodas. Disponível em<br />

http://www.youtube.com/watch?v=EPaoDwILhls&noredirect=1 Acesso em 14 de setembro de 2011.<br />

34 "Murderball – Paixão e Glória" é um documentário sobre um esporte bem agressivo, o rúgbi para<br />

paraplégicos, no qual os jogadores utilizam cadeiras com rodas especiais. A modalidade era chamada de<br />

"Murderball"(bola assassina) quando foi criada. Disponível em<br />

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u64760.shtml Acesso em 19 de setembro de 2011.


52<br />

Figura 15- Anúncio criado para ADD (Associação Desportiva para Deficientes), 2009 35<br />

A seguir segue análise e contextualização do anúncio de 2009, criado para a ADD –<br />

Associação Desportiva para Deficientes.<br />

O anúncio trata-se de uma campanha criada pela agência AGE para a ADD –<br />

Associação Desportiva para Deficientes de 2009.<br />

Com uma fotografia de supostamente a saída do metrô, logo nota-se – a escadaria –<br />

com traça<strong>dos</strong> e numerações reproduzindo raias de piscina. No ato percebe-se a conotação da<br />

escada como um obstáculo para as pessoas com deficiência. A peça resume-se em página<br />

horizontal, em tons de cinza, claro e escuro. O texto a direita da fotografia, encontra-se de<br />

fontes brancas: “Você não imagina o que é viver o tempo todo competindo” logo a baixo a<br />

assinatura, com o site da ONG. E, ao lado direito para finalizar, o logo da ADD.<br />

Este é outro anúncio muito criativo que reflete e faz pensar sobre as barreiras que as<br />

pessoas com deficiência enfrentam to<strong>dos</strong> os dias. Sejam elas de preconceito, arquitetônicas<br />

entre tantas outras. O texto juntamente com o todo do anúncio é impactante, pois dá ênfase<br />

35<br />

Disponível em http://2.0.bloguite.com/publicidade/publicidade-made-in-brasil.html/#axzz1PR8IGNJn –<br />

Acesso em: 18 de maio 2011.


53<br />

para a escadaria. São justamente os obstáculos do cotidiano que fazem das pessoas com<br />

deficiência grandes competidores diários.<br />

Figura 16- Editorial de moda – Revista Lola 36<br />

A seguir segue análise e contextualização do editorial de moda para a Revista Lola<br />

Ensaio fotográfico de Lady Gaga feito por David LaChapelle para a capa da Revista<br />

Rolling Stone. Gaga encontra-se deitada como se fosse uma boneca, com roupas futuristas e<br />

peruca cor de rosa. A cena compõe-se em um céu com nuvens e a baixo uma alusão de água<br />

ou até mesmo de mar, flores cor de rosa e uma cadeira de rodas estilizada. No Brasil, suas<br />

fotos estamparam o editorial de moda para a Revista Lola. Com o título de “CAMP 37 – O<br />

triunfo do Estilo”. Logo abaixo o texto “Não é brega, não é chique e ninguém sabe<br />

exatamente o que é. Mas ele impulsiona sucessos no mundo da moda e do show business há<br />

décadas, de Carmem Miranda a Lady Gaga”.<br />

36 Disponível em http://www.lolavocenaoprecisavocequer.com.br/FolderLola_baixa.pdf. Acesso em 18 de maio<br />

2011.<br />

37 CAMP - é moda extravagante, exagerada, teatral, performática! Um cruzamento de Lady Gaga com Elke<br />

Maravilha. Disponível em http://www.batidasalveto<strong>dos</strong>.com.br/2011/02/a-moda-agora-e-ser-camp-hein/ Acesso<br />

em 21 de setembro de 2011.


2003. 38 Em sua última estada na Austrália, a cantora causou polêmica ao subir no palco<br />

54<br />

A cantora, modelo e colunista de moda da Revista V Magazine, Stefani Joanne<br />

Angelina Germanotta, mais conhecida pelo nome artístico de Lady Gaga, é considerada uma<br />

das 25 pessoas mais influentes e uma das 5 pessoas mais bem remuneradas do mundo. Ela<br />

começou a apresentar-se no cenário musical de rock no sudoeste da cidade de Nova Iorque em<br />

utilizando cadeira de rodas. Segundo o site Terra em matéria de 14 de julho de 2011, “Em sua<br />

entrada, a cantora usou uma cadeira de rodas, fazendo referência ao músico Kurt Cobain,<br />

quando subiu ao palco em uma durante um show, no ano de 1992, no Britain's Reading<br />

Festival.”<br />

Por ser uma das pessoas mais influentes no mundo, Lady Gaga, torna-se referência<br />

no processo inclusivo na medida que não só se utiliza do apelo sexual para transmitir seu<br />

discurso, como torna-se ativista pela causa <strong>dos</strong> excluí<strong>dos</strong>. Sua mudança discursiva começa<br />

com a doação de renda de shows e produtos da diva em beneficência as vítimas do terremoto<br />

no Haiti. E, ergue a bandeira em defesa <strong>dos</strong> renega<strong>dos</strong> da sociedade. Ao ponto de afirmar que<br />

Gaga foi quem espalhou pelo mundo a mensagem de que não faz mal ser diferente, e ainda<br />

gritou para as pessoas se assumirem e serem o que de fato são. Seguidamente é vista em seus<br />

clipes, shows e editoriais de moda utilizando da cadeira de rodas e de uma maneira sempre<br />

positiva. Na peça acima, embora futurista, podemos dizer que a cadeira de rodas está sendo<br />

representada como objeto de desejo e consumo. O estilo “CAMP” da artista introduz no<br />

mundo glamoroso do sucesso e das celebridades, este objeto que faz a sociedade se estufar de<br />

preconceitos e incômo<strong>dos</strong>, a cadeira de rodas. Intencionalmente ou não, Lady Gaga acaba<br />

quebrando paradigmas sociais, principalmente o da exclusão da sociedade com as minorias.<br />

38 Disponível em http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=84153.0 Acesso em 21 de<br />

setembro de 2011


55<br />

1.5 TEXTO PUBLICITÁRIO<br />

“A palavra tem o poder de criar e destruir, de prometer e negar, e a publicidade se<br />

vale desse recurso como o seu principal instrumento”, indaga (Carvalho 1996, p.18). A autora<br />

ainda utiliza as palavras de Bolinger (1980, p.7), para concluir que “com o uso de simples<br />

palavras, a publicidade pode transformar um relógio em jóia, um carro em símbolo de<br />

prestígio e um pântano em paraíso tropical”<br />

A plataforma de texto em anúncios publicitários abrange desde o título e seu<br />

conteúdo ao texto ou mensagem publicitária. Santa‟Anna (2002 p.160) afirma que o título tem<br />

como função despertar o interesse e induzir à leitura do texto. Ele deve então chamar a<br />

atenção do leitor, detê-lo e persuadi-lo a ler o texto. Pinho (1991) soma as suas palavras com<br />

as de ALMADA 39 e OGILVY 40 quando indaga que “o título responde por 50 a 70% de<br />

eficiência do anúncio.” E deduz “que se você não vender o seu produto no título, estará<br />

desperdiçando 90% de seu dinheiro.” Pinho (1991 p.95) ainda conclui que podemos ter duas<br />

formas de títulos em peças publicitárias, o título direto e o indireto:<br />

O título é direto quando seleciona o leitor, dá uma informação sobre o produto,<br />

expõe uma vantagem ou promete um benéfico. O título indireto provoca a<br />

curiosidade, promete uma solução para um problema ou dificuldade e desperta o<br />

interesse pela leitura do texto. (PINHO, 1991 p.95).<br />

O texto é a extensão do título visto que ele, o título do anúncio, é o chamariz para a<br />

leitura da peça. Enquanto o título e a imagem atraem o leitor, o texto tem a função principal –<br />

que é a de vender. Para Pinho (1991 p.96) “O corpo do texto, enfim, convence, persuade e diz<br />

ao leitor como responder, que comportamento deve adotar.” Ainda afirma que se têm duas<br />

formas básicas de texto, o racional e o emotivo:<br />

O texto racional se dirige à inteligência, agindo pela lógica <strong>dos</strong> fatos. De caráter<br />

informativo, descreve o produto em suas particularidades, enumera as vantagens e –<br />

principalmente- justifica as razões pelas quais deve ser comprado. O texto emotivo<br />

dirige-se ao conteúdo afetivo da pessoa, ou seu lado emocional. Fala a linguagem<br />

<strong>dos</strong> sentimentos e das emoções. . (PINHO, 1991 p.95).<br />

39 ALMADA, Fernando. “ A criação”. In: SIMÕES, Roberto (coord). Comunicação publicitária. São Paulo,<br />

Atlas, 1972,p.75.<br />

40 OGILVY, David. A publicidade segundo Ogilvy. São Paulo, Prêmio Editorial, 1985, p.75.


56<br />

Assim, enquanto o texto racional vende, por exemplo, o shampoo para cabelos, o<br />

texto emotivo vende a maciez, o brilho, a beleza, o perfume <strong>dos</strong> cabelos.<br />

Conforme (Vestergaard/Schroder 2000, p.14), a plataforma de texto do anúncio deve<br />

ser estudada de acordo com três pontos de vistas:<br />

Como ela funciona realmente na situação de comunicação?<br />

Como se acha estruturada, isto é, de que forma suas partes são unidas num todo?<br />

Que significado ela comunica?<br />

Já, Pinho, (1991, p.93) cita que “a plataforma de texto ajuda a organizar a<br />

informação coletada e as ideias, de forma que se possa decidir o que se irá enfatizar e como se<br />

planeja atingir o objetivo”. E segue:<br />

Os componentes de uma plataforma de texto são:<br />

I – Principais Benefícios do Produto<br />

A. A grande vantagem<br />

1. Pontos exclusivos<br />

2. Pontos diferenciadores<br />

B. Vantagens secundárias<br />

1. Características <strong>dos</strong> componentes<br />

2. Características da mão de obra<br />

II – Objetivo do Anúncio<br />

A. Resposta inicial desejada do comprador<br />

B. Comportamento futuro desejado do comprador<br />

III – Táticas Criativas<br />

A. Tema central de venda<br />

B. Abordagem verbal<br />

C. Abordagem visual<br />

O mesmo autor ainda esclarece que:<br />

A primeira parte da plataforma de texto concentra-se nas características exclusivas<br />

ou diferenciadoras do produto e que benefícios eles oferecem ao consumidor. Na<br />

segunda parte, determina-se o que o redator espera que o comprador potencial pense,<br />

sinta ou faça depois de ver a mensagem. A terceira parte gira em torno de como<br />

registrar o tema central da forma mais forte possível (PINHO, 1991, p.94).


57<br />

Para Sant‟Anna (2002, p.161), “o texto é a expressão do tema. É o desenvolvimento<br />

da ideia contida no mesmo, cristalizada, geralmente no título”. Não há regras definidas para se<br />

redigir um bom texto publicitário. Conhecimento sobre o produto, à campanha, à natureza do<br />

consumidor são essenciais. O bom redator de texto publicitário deve ter bom senso além de<br />

intuição de vendedor e imaginação. Completando esse pensamento, Carvalho (1996, p.19)<br />

diz:<br />

A função persuasiva na linguagem publicitária consiste em tentar mudar a atitude do<br />

receptor. Para isso, ao elaborar o texto o publicitário leva em conta o receptor ideal<br />

da mensagem, ou seja, o público para o qual a mensagem está sendo criada. O<br />

vocabulário é escolhido no registro referente a seus usos. Tomando por base o vazio<br />

interior de cada ser humano, a mensagem faz ver que falta algo para completar a<br />

pessoa: prestígio, amor, sucesso, lazer, vitória. Para completar este vazio, utiliza<br />

palavras adequadas, que despertam o desejo de ser feliz, natural de cada ser. Por<br />

meio das palavras o receptor “descobre” o que lhe faltava, embora logo após a<br />

compra sinta frustração de permanecer insatisfeito (CARVALHO 1996, p.19).<br />

O texto publicitário em anúncios de mídia impressa tem o poder de ditar o modo de<br />

estar no mundo e de que maneira deve-se vivê-lo. Os recursos linguísticos de uma peça<br />

publicitária influenciam e orientam as percepções e pensamentos da sociedade.<br />

O texto tem que cumprir com o seu objetivo e, em linhas gerais, Sant‟Anna (2000,<br />

p.161) cita dois passos de como se deve prosseguir para se fazer um texto:<br />

A. Roteiro - Determinado o tema, a forma de apresentá-lo (direta – seleciona o<br />

leitor, informa, expõe vantagem e promete benefícios. ou indireta – provoca curiosidade,<br />

promete a solução de uma dificuldade, desperta o interesse pela leitura) e o seu<br />

desenvolvimento (racional – age pela persuasão, pela lógica. Informa, descreve o produto,<br />

enumera as vantagens e justifica as razões de compra ou emotivo – age no emocional, atua<br />

por sugestão, fala a linguagem <strong>dos</strong> sentimentos das emoções, está relacionado com a forma<br />

indireta, não vende o produto e sim o status, estilo, moda), (começa redigindo os argumentos<br />

<strong>dos</strong> fatos que devem configurar o texto).<br />

B. Unidade – Tentar manter dentro da ideia ou tema a unidade do texto.<br />

Conforme Vestergaard/Schroder (2000, p.15), “a comunicação envolve<br />

necessariamente pelo menos duas pessoas, aquela que fala (emissor) e aquela a quem se fala<br />

(receptor). A comunicação entre eles será o significado transmitido por via de um código que<br />

sempre será comunicado através de um canal”. Contudo, todo ato de comunicação está<br />

intimamente ligado a um contexto.


58<br />

CONTEXTO<br />

EMISSOR<br />

CANAL<br />

SIGNIFi -<br />

CADO<br />

RECEPTOR<br />

Figura 17- Situação de Comunicação 41<br />

Do mesmo autor, concebemos ainda a seguinte afirmação:<br />

No caso da propaganda, a relação entre este quadro é perfeitamente clara: o emissor<br />

é o anunciante e o receptor é o leitor, o significado transmitido refere-se ao produto<br />

(mais especificamente, uma tentativa de induzir o leitor a adquirir o produto), o<br />

código (no caso do anúncio impresso) é a linguagem, mas também uma certa espécie<br />

de código visual, o canal consiste em publicações impressas e o contexto inclui<br />

aspectos como a situação do leitor(já tem o produto? Tem condições de adquiri-lo?<br />

[...], a publicação em que o anúncio aparece e – por último, mas não menos<br />

importante – o conhecimento de que o texto é um anúncio (Vestergaard/Schroder,<br />

2000, p.15).<br />

Assim como os autores já haviam dito anteriormente, o anúncio publicitário em<br />

mídia impressa possui uma estrutura a ser seguida para conquistar o prestígio e o interesse do<br />

público final. Dentro desta estrutura, encontra-se a imagem ou ilustração que, aliada à<br />

plataforma de texto e ao título, torna possível que o anúncio alcance seus objetivos.<br />

41 VESTERGAARD, Torben; SCHRODER, Kim. A Linguagem da propaganda. 3. ed. São Paulo, SP: Martins<br />

Fontes, 2000. – p. 15


59<br />

1.6 IMAGEM<br />

O termo imagem deriva do latim imago, e significa um objeto representado<br />

visualmente. Segundo Joly (1996, p.13), é uma palavra tão utilizada, com tantos tipos de<br />

significação, sem vínculo aparente, que parece bem difícil dar uma definição simples dela,<br />

que recubra to<strong>dos</strong> os seus empregos. Visualmente representa desenhos, fotografias, pintura,<br />

escultura, entre outros. Sant‟Anna (2002, p.180), enfoca que “a ilustração é como um texto,<br />

uma forma de expressar a mensagem e como tal deve ser estruturada no momento de<br />

determinado tema”. Vestergaard/Schroder (2000) remete à diferença de texto publicitário e<br />

imagem:<br />

A diferença mais importante entre a imagem e o texto (verbal) é que este contém um<br />

verbo conjugado num tempo definido. Sempre que dizemos alguma coisa, temos que<br />

escolher entre as formas de tempos e conjugações de que a língua dispõe (encontra,<br />

está encontrado, encontrou – se, esteve encontrado, tinha – se encontrado, etc.) Ao<br />

contrário, as imagens são atemporais (VESTERGAARD/SCHRODER, 2000, p.30).<br />

A imagem, como meio de conhecimento, faz com que o indivíduo possa perceber,<br />

através da visão, o mundo e também interpretá-lo. Para Aumont (1993, p.77), “as imagens são<br />

feitas para serem vistas, por isso convém dar destaque ao órgão da visão”. O olho não apenas<br />

é o encontro do cérebro com o mundo, pois neste processo de “ver”, entra em jogo a<br />

percepção e além dela, entram também as crenças e os sentimentos, que são basicamente de<br />

cada espectador. Complementando, Pinho (1991 p.100) afirma que [...] a visão é o meio<br />

intermediário mais importante para o contato das pessoas com mundo que o cerca. Embora a<br />

forma mais antiga de comunicação seja a palavra escrita, a informação visual constitui, para o<br />

homem moderno, o meio mais rápido e eficiente de comunicação.<br />

A imagem/ilustração é um processo que precisa atenção. Quando a ilustração é<br />

colocada junto ao título e se passa como um fixador de vista, precisa de compreensão. Quando<br />

se destina a facilitar o entendimento do texto e este processo de ilustração na peça publicitária<br />

precisa de memorização. Quando contribui para a identificação do produto e distinção da<br />

concorrência. E, credibilidade quando a ilustração mostra o resultado da ação do produto.<br />

Dessa forma:<br />

A ilustração de um anúncio tem de servir para reforçar os valores de atenção, de<br />

compreensão, de memorabilidade e de credibilidade do texto, e só tem interesse na


60<br />

medida em que aumenta o rendimento do texto não ilustrado, pois ilustração pode<br />

ser inútil e até prejudicial (SANT‟ANNA, 2000, p.180).<br />

A imagem quando considerada uma mensagem visual precisa ser composta por<br />

diversos tipos de signos 42 . “Na publicidade e propaganda, principalmente em anúncios, as<br />

imagens são utilizadas neste sentido sígnico, pois ela sempre representa um conteúdo”, afirma<br />

Aumont (1999, p.79). Completando o conceito de imagem como mensagem visual, Joly<br />

(1996, p.55) diz que “é o mesmo que considerá-la como uma linguagem, como uma<br />

ferramenta de expressão e comunicação”. Sendo assim, Silva (2005) conclui que [...] imagens<br />

não apenas tentam vender o produto, ao associá-lo com certas qualidades socialmente<br />

desejáveis, mas que elas vendem também uma visão de mundo, um estilo de vida e um<br />

sistema de valor congruentes com os imperativos do capitalismo de consumo (SILVA, 2005,<br />

p.113).<br />

Para compreender corretamente uma mensagem visual, é importante saber para quem<br />

ela foi produzida. Mesmo que se saiba para quem foi destinada a mensagem, é também<br />

preciso compreender qual a sua função. Para saber distinguir o destinatário e a sua função, são<br />

necessários alguns critérios. Segundo Joly (1996, p.55) pode ser utilizado dois méto<strong>dos</strong>:<br />

- o primeiro consiste em situar os diversos tipos de imagens no esquema da<br />

comunicação;<br />

- o segundo, em comparar os usos da mensagem visual com os das principais<br />

produções humanas destinadas a estabelecer uma relação entre o homem e o mundo.<br />

Para concluir os conceitos, Sant‟Anna (1998, p.180) mostra as principais funções da<br />

imagem dentro do anúncio publicitário:<br />

a) Aumentar o índice de atenção ao anúncio;<br />

b) Tornar o anúncio mais aprazível à vista;<br />

c) Induzir à leitura do texto;<br />

d) Estimular o desejo pela coisa anunciada;<br />

e) Engrandecer a coisa anunciada;<br />

f) Demonstrar ou reforçar afirmações feitas no texto;<br />

g) Identificar o produto ou a marca;<br />

42 [...] o signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se<br />

carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele. Ora, o signo não é o objeto. Ele<br />

apenas está no lugar do objeto. Portanto, ele só pode representar esse objeto de certo um certo modo e numa<br />

certa capacidade. Por exemplo: a palavra casa, a pintura de uma casa, o desenho de uma casa, a fotografia de<br />

uma casa, o esboço de uma casa, um filme de uma casa, a planta baixa de uma casa, a maquete de uma casa, ou<br />

mesmo o seu olhar para uma casa, são to<strong>dos</strong> signos do objeto casa (SANTAELLA, 1983, p.58).


61<br />

h) Formar atmosfera adequada;<br />

O mesmo autor ainda afirma que: “A ilustração é, sobretudo, um estímulo sutil e<br />

forte, de ordem emotiva, que tende a desencadear os desejos e os interesses, que são molas da<br />

ação, e a estimular imaginação”. Sant‟Anna (1998, p.181).<br />

A análise de anúncios publicitários impressos em revistas faz com que nos permita<br />

um estudo mais aprofundado sobre os processos de construção das peças publicitárias e,<br />

ainda, possibilita-nos testar a assimilação das mensagens e os diferentes mo<strong>dos</strong> de como elas<br />

são interpretadas pelo público alvo. Dessa maneira, será possível reconhecer até que ponto a<br />

imagem, juntamente com a plataforma de texto, atinge o seu objetivo de transmitir a<br />

mensagem de forma clara, pois como Martine Joly (1996) nos diz, “[...] as imagens não são as<br />

coisas que representam, elas se servem das coisas para falar de outra coisa” (JOLY, 1996,<br />

p.84). Contudo as imagens dentro da peça publicitária utilizam-se da mensagem visual para<br />

falar das relações entre os seres humanos com o mundo que os cercam.


62<br />

2 PESSOA COM DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO NA PUBLICIDADE<br />

2.1 QUEM SÃO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA<br />

Há muitas maneiras de conceituar quem pode ser classificado como pessoa com<br />

deficiência, principalmente porque esses conceitos mudaram ao longo da história, assim como<br />

as palavras utilizadas para exprimi-los. Termos como: retardado, doente, aleijado, surdomudo,<br />

surdinho, mudinho, excepcional, mongolóide, débil mental entre outros, não são mais<br />

aceitos atualmente, pois carregam muitos preconceitos. E sabe-se o quanto as palavras são<br />

poderosas.<br />

Atualmente, o termo adequado é: Pessoa com Deficiência. Este termo sinaliza que,<br />

em primeiro lugar, refere-se a uma pessoa que, dentre outros atributos e características, tem<br />

uma deficiência, mas ela não é esta deficiência. O que importa, em primeiro lugar, é a pessoa.<br />

De acordo com o MEC 43 (BRASIL, 1994), pessoa com deficiência é a que<br />

apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial,<br />

cognitiva, múltipla, condutas a típicas ou altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos<br />

especializa<strong>dos</strong> para desenvolver mais plenamente o seu potencial e/ou superar ou minimizar<br />

suas dificuldades. Já para a Declaração <strong>dos</strong> Direitos das Pessoas com Deficiência da resolução<br />

aprovada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas em 09/12/75 44 , afirma<br />

que o termo pessoas com deficiência refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar, por si<br />

mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em<br />

decorrência de uma deficiência, congênita ou não, em suas capacidades físicas ou mentais.<br />

Segundo Carneiro (1998, p.41), as deficiências classificam-se em:<br />

a) Portadores de Deficiência Auditivos, Visuais (sensorial), Mental, Física, Múltipla;<br />

b) Portadores de Condutas Típicas (comportamentos típicos de portadores de<br />

síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos com repercussão sobre o<br />

desenvolvimento e comprometimento no relacionamento social);<br />

c) Crianças de Alto Risco (aqueles que têm o desenvolvimento fragilizado em<br />

decorrência de fatores como: gestação inadequada, alimentação imprópria, nascimento<br />

prematuro, etc);<br />

43 Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dec_def.pdf. Acesso em: 17 maio 2011.<br />

44 Disponível em http://www.cedipod.org.br/W6ddpd.htm. Acesso em: 17 maio 2011.


63<br />

d) Portadores de Altas Habilidades (também chama<strong>dos</strong> de superdota<strong>dos</strong>, são aquelas<br />

crianças que exibem elevada potencialidade em aspectos como: capacidade intelectual geral;<br />

acadêmica específica; capacidade criativa e produtiva; alta performance em liderança; elevada<br />

capacidade psicomotora; talento especial para artes).<br />

Em suma pessoa com deficiência é aquela que apresenta, em comparação com a<br />

maioria das pessoas, diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos<br />

ou adquiri<strong>dos</strong>, de caráter permanente e/ou temporário e que acarretam dificuldades em sua<br />

interação com o meio físico e social.<br />

2.2 CENTRO DE REABILITAÇÃO – SARAH KUBISTCHEK<br />

Antes de seguir em frente com a pesquisa, é válido informar como é que se começa a<br />

incluir uma pessoa com deficiência na sociedade. As causas da deficiência são em muitas<br />

vezes adquiridas durante a vida. Seja em um acidente automobilístico ou motociclístico, por<br />

queda de altura, mergulho em água rasa ou até mesmo por projétil de arma de fogo. To<strong>dos</strong><br />

estes, podem causar uma lesão medular, que como conseqüência, deixam as pessoas na<br />

cadeira de rodas. Este trauma afeta a vida daquele que o sofreu. Então, para se aprender<br />

novamente a seguir a vida, agora com limitações motoras, os lesa<strong>dos</strong> medulares encontram no<br />

Sarah Kubistchek uma oportunidade de recomeçar e se adaptar a sua nova realidade. Assim,<br />

buscando a sua readequação junto ao convívio social.<br />

A Rede SARAH, é uma das maiores Redes de Neurorreabilitação e Neuropsicologia<br />

do mundo. O paciente conta com um atendimento igualitário, de qualidade, personalizado,<br />

humano. No SARAH, to<strong>dos</strong> são trata<strong>dos</strong> com dignidade, respeito, seriedade. É totalmente<br />

gratuito.<br />

Os hospitais da Rede realizaram, em 2008, uma média diária de 6.398 atendimentos,<br />

totalizando neste ano mais de 1.612.323 atendimentos a pacientes.<br />

Os pacientes atendi<strong>dos</strong> em suas unidades hospitalares demandam cuida<strong>dos</strong><br />

especializa<strong>dos</strong>, para os quais são formadas equipes multidisciplinares que atuam,<br />

conjuntamente, em todas as fases da reabilitação para atingir um <strong>dos</strong> objetivos da Instituição:<br />

A melhoria de sua qualidade de vida. 45<br />

45 Fonte http://www.sarah.br/ Acesso em 21 de setembro de 2011.


64<br />

2.2.1 Os principais diagnósticos atendi<strong>dos</strong> na Rede Sarah:<br />

Crianças e Adultos:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Atraso do neurodesenvolvimento;<br />

Problemas ortopédicos na criança;<br />

Paralisia cerebral;<br />

Acidente vascular cerebral;<br />

Espinha bífida;<br />

Doenças metabólicas que afetam o cérebro;<br />

Diagnóstico clínico-laboratorial das doenças genéticas;<br />

Atrofia muscular espinhal;<br />

Traumatismo cranioencefálico;<br />

Lesão medular;<br />

Paralisia braquial obstétrica.<br />

2.2.2.Afinal, o que é lesão medular?<br />

A lesão medular traumática ocorre quando um evento traumático, como o associado a<br />

acidentes automobilísticos ou motociclísticos, mergulho, agressão com arma de fogo ou<br />

queda resulta em lesão das estruturas medulares interrompendo a passagem de estímulos<br />

nervosos através da medula. A lesão pode ser completa ou incompleta. A lesão é completa<br />

quando não existe movimento voluntário abaixo do nível da lesão e é incompleta quando há<br />

algum movimento voluntário ou sensação abaixo do nível da lesão. A medula pode também<br />

ser lesada por doenças (causas não traumáticas), como por exemplo, hemorragias, tumores e<br />

infecções por vírus.<br />

A seguir segue figura que representa um pescoço com um trauma na medula espinhal.


65<br />

Figura 18 - Trauma na medula espinhal cervical.<br />

A seguir, a pesquisadora conta a partir de um blog e a partir de vídeos 46 cria<strong>dos</strong> em<br />

2010, durante a véspera da viagem e a internação na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação,<br />

em Brasília. Ela demonstra em seus vídeos e em seu blog narrativas, anseios e curiosidades da<br />

internação de seu marido em que foi sua acompanhante. Foram três longos meses longe da<br />

família e de muita dedicação e persistência de ambos para chegarem a tão sonhada<br />

independência.<br />

Antes de qualquer coisa é preciso destacar que em Brasília existem dois hospitais da<br />

Rede Sarah. O primeiro fica no centro de Brasília e atende to<strong>dos</strong> os diagnósticos desde lesão<br />

medular a oncologia. Ainda neste local existe bloco cirúrgico e reabilitação. O segundo é<br />

localizado ás margens do Rio Paranoá na região Norte da Capital do país. Este, não é<br />

considerado um Hospital, é um Centro Internacional em Neuroreabilitação. Não são to<strong>dos</strong> os<br />

pacientes que conseguem chegar até o tão sonhado “Sarah do Lago Norte”. É preciso ter<br />

garra, força de vontade de aprender e crescer com a deficiência. Para se chegar até o Sarah do<br />

Lago, é preciso ser convidado pela equipe médica e, foi isso que aconteceu com a<br />

pesquisadora e seu acompanhante. Após 20 dias interna<strong>dos</strong> no Sarah do Centro, o casal foi<br />

convidado a seguir tratamento no Sarah do Lago Norte. Um <strong>dos</strong> grandes diferenciais do Sarah<br />

46 A seguir segue o link do canal da pesquisadora no Youtube. Neste canal são encontra<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os vídeos<br />

cria<strong>dos</strong> durante a internação na Rede Sarah de Reabilitação, no período de 1º de agosto a 15 de outubro de 2010.<br />

Os vídeos retratam brincadeiras, atividades <strong>dos</strong> pacientes do Sarah, demonstrando que eles fazem coisas normais<br />

como qualquer outra pessoa, como brincar, dar risadas, esportes entre outros.<br />

http://www.youtube.com/user/<strong>maria</strong>cris<strong>rocha</strong>?feature=mhee#p/u/10/_l4eVKTWWXI


66<br />

do Lago é que a reabilitação é feita através do esporte como, tênis de mesa, musculação, remo<br />

e veleiro, condicionamento físico além de natação. A seguir alguns relatos da pesquisadora<br />

sobre sua visão de estar em um centro de reabilitação.<br />

A seguir segue um texto criado pela autora em seu blog 47 , nas vésperas da viagem<br />

para Brasília, mais precisamente para o Centro de Reabilitação Sarah Kubistchek, onde seu<br />

marido Rodrigo Carasai foi convidado para praticar sua reabilitação em função de uma lesão<br />

medular. O texto fala do momento de arrumar as malas para a viagem.<br />

MALA OU ALMA?<br />

Figura 19- Figura representando a viagem<br />

Véspera de viagem... Se quer fechei minha mala, ainda. Tenho sempre a impressão<br />

de que falta algo. Lá vou eu, tirar tudo pra fora e bagunçar o pouco que havia arrumado!<br />

47 Blog Vida louca Vida - marycris<strong>rocha</strong>.blogspot.com


67<br />

Dizem que é coisa de mulher. Eu juro que sou prática! Mas na hora de fechar a mala acho que<br />

não sou, não. Definitivamente nem um pouco.<br />

É difícil para eu ter limite sobre o que posso levar numa viagem. Dependemos do<br />

tamanho da mala a ser utilizada. A minha é grande, de verdade. Só de pensar em querer usar<br />

algo e descobrir que não botei na mala me dá tic. Por isso eu tento colocar tudo e mais um<br />

pouco dentro dela. Se pudesse levar minha casa, meus amigos, minha<br />

família...uuuhhhuuuuulllll seria maravilhoso. Mas levo a MALA, que com as mesmas<br />

palavras se transforma em ALMA, e é isso que vou levar dentro dela, sonhos, coragem,<br />

ideais, fé, persistência e principalmente FORÇA de vontade, de luta, de amor...não há no<br />

mercado à venda se precisarmos, depende apenas de nós mesmos querer fazer caber dentro<br />

dela ... Fui lá fechar minha Mala!<br />

A seguir segue um texto criado pela autora, sobre sua expectativa da viagem para o<br />

Centro de Reabilitação Sarah Kubistchek, onde seu marido Rodrigo Carasai foi convidado<br />

para praticar sua reabilitação em função de uma lesão medular. O texto fala do medo do novo,<br />

as conquistas, a amizade e da troca de experiências com outros pacientes com o mesmo<br />

objetivo: reabilitação.


68<br />

DE CORAÇÃO ABERTO!<br />

Figura 20- Fotografia da pesquisadora com o marido<br />

Rumo à capital do País (escrevo País em maiúsculo, pois estou tão patriota nos<br />

últimos tempos...) mais precisamente ao hospital Sarah Kubitscheck, acompanhando meu<br />

maridão Rodrigo Carasai. Sei que não é, para ninguém, uma viagem tipo assim, daquelas com<br />

praias paradisíacas e o marzão azul, azul, mas é uma porta para a vida acessível que buscamos<br />

há cerca de um ano e meio.<br />

Referência mundial em reabilitação a rede de hospital Sarah nos aguarda segunda,<br />

dia 02 de agosto de 2010.<br />

Estamos ansiosos para conhecer Brasília, o Sarah e principalmente conhecer novos<br />

amigos que trazem consigo na bagagem, como nós, sabedoria, dor, felicidade, e tudo, tudo o<br />

mais que uma pessoa portadora de deficiência física se traduz. Além de adquir conhecimentos<br />

sobre tratamentos, estaremos de coração aberto para escutar a história de cada um daqueles<br />

que cruzarem o nosso caminho por essas bandas.<br />

Mãos trêmulas, coração apertado e friozinho na barriga... Por quê? Por quê? Temer o<br />

desconhecido se sabemos que boas vindas virão? Partiu?


69<br />

A seguir segue um texto criado pela pesquisadora, que trata do primeiro dia de<br />

internação no Centro de Reabilitação Sarah Kubistchek.<br />

PRIMEIRO DIA!<br />

Figura 21- Rodrigo Carasai no saguão do Sarah Kubistchek em Brasília<br />

Que isso? Já sabia que o Sarah era referência em reabilitação... Mas que estrutura...<br />

Jardins de inverno e um aquário nos dando as boas vindas... Surpreendente!<br />

Estou pasma... Por favor, Sr. Rodrigo Carasai compareça na ala verde sala 6..que<br />

linda a médica que nos recebe... Digo de coração que a analisei <strong>dos</strong> pés a cabeça. Morena com<br />

no máximo seus 33 anos. Roberta se chamava. Deitado na maca, eu com os olhos<br />

desconfia<strong>dos</strong> daqueles de marujo de primeira viagem. Com uma joaninha em mãos passava<br />

em seu corpo perguntando sempre, onde estava tocando e qual lado (fino ou grosso) estava<br />

tocando o seu corpo, logo após, com um algodão, fazia o mesmo. Eu óbvio, rezava para o<br />

Rodrigo acertar!<br />

A tensão nos pegou em cheio. Isso ai, meu bem... Maior orgulho!<br />

Internação... Arrepio <strong>dos</strong> pés a cabeça. Banho e troca de roupa.


70<br />

Ufa... Chegamos à enfer<strong>maria</strong>. 5º andar, ala A. Apenas rapazes com a mesma fé,<br />

sonhos e vontade de aprender.<br />

Ao nosso lado, um rapaz de Manaus, bem debilitado, pós-cirurgia. Do outro, um<br />

rapaz Gaúcho, mas vivendo no Paraná, por coincidência, seu acidente foi em piscina e no<br />

mesmo dia, trinta e um de janeiro que sofreu o Rodrigo. Gente boníssima!<br />

16 horas: fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionista e assistente social... Falamos<br />

toda a nossa vida pós-acidente. Quantas coisas a falar e quantas expectativas no coração!<br />

A seguir segue um texto criado pela pesquisadora, que diz respeito ao convite da<br />

equipe médica de mudar do Sarah Centro para o Sarah do Lago Norte, onde nem to<strong>dos</strong> os<br />

pacientes conseguem chegar para seguir tratamento. Visto que o Sarah do Lago Norte é um<br />

Centro Internacional em Neurorreabilitação e desenvolve atividades voltadas para os esportes.<br />

O texto fala da dor da despedida e as expectativas de um novo lugar.<br />

ESSA TAL DE DESPEDIDA!<br />

Figura 22- Amigos que o casal fez no Centro de Reabilitação


71<br />

Vigésimo dia aqui no Sarah Centro. Recebemos o convite de seguir o tratamento de<br />

reabilitação no Sarah do Lago Norte. Que felicidade, coração a mil! Que orgulho de ver o<br />

suor, o sacrifício valer a pena. De dez pessoas em reabilitação, apenas uma tem a<br />

oportunidade de seguir sua reabilitação no Sarah do Logo. O Rodrigo foi exatamente este um<br />

por cento. Mais felicidade!<br />

Ops! Caiu a ficha. Na mesma cidade que chegamos completamente sozinhos, na<br />

mala ou na alma somente saudades e expectativas, agora raízes que teremos de podá-las, para<br />

novamente formar uma nova família.<br />

Deixaremos para trás Marilda (Joinvile), Léia (Nova Trento), Seu Luiz - nosso<br />

paizão (Panambi), Rosana (Mato Grosso), Alessandra (Mato Grosso do Sul), Sandro, Aline,<br />

Tiago, Dona Ilza, Thayla, Chicão, Ju, Neto, Lucas... Meu Deus, coração partido!<br />

Por mais que sabemos que to<strong>dos</strong> têm sua hora de dar até logo, estou me sentindo<br />

meio confusa. Metade de mim é felicidade e outra é tristeza. Dava tudo por ter minha mãe<br />

aqui por perto!<br />

Ok. Amanhã é outro dia. Bola pra frente e novamente rumo ao desconhecido!<br />

A seguir segue um texto, que conta a chegada do casal ao Sarah do Lago Norte. Sob<br />

a visão da pesquisadora, acompanhante de Rodrigo Carasai, seu marido.


72<br />

LUGAR AO SOL!<br />

Figura 23- Rodrigo Carasai ás margens do Rio Paranoá, no Sarah Kubistchek, do Lago<br />

22 de agosto de 2010, chegou o grande dia!<br />

A despedida foi dolorosa, praticamente um desmamo do bebê do seio de sua mãe.<br />

Mais uma vez, somente nós e Deus!<br />

Ás 16 horas o Trolle (ônibus adaptado do Sarah) nos levou ao Sarah do Lago Norte.<br />

UAU! Que lindo este lugar, da janela pensava comigo mesma.<br />

Desembarcamos e Carasai com um olhar de quem dizia - eu dei tudo e mais um<br />

pouco de mim para chegar até aqui! Não dispensava um sorriso de ponta a ponta em seu rosto<br />

e eu toda orgulhosa se estar compartilhando este momento único.<br />

Uma enfermeira nos acompanhou por uma passada rápida por todas as dependências<br />

do Centro Internacional de Reabilitação. Logo, nos levou até o nosso quarto, número 49. De<br />

frente para lago! Deixamos nossas coisas e fomos jantar. Até a comida daqui tem outro sabor.<br />

Boa noite, o dia que nasce nos chama. Até logo!


73<br />

2.3 INCLUSÃO SOCIAL NA PUBLICIDADE E PROPAGANDA<br />

Para que se fale sobre deficiência física, tanto no âmbito social quanto na mídia, é<br />

preciso em primeiro lugar, fazer um breve histórico da visão e das mudanças históricas nas<br />

sociedades ao longo da história, em relação às pessoas com deficiência. Pode-se sintetizá-la<br />

em três grandes momentos, conforme Veet Vivarta (2003): a política da segregação, a política<br />

de integração e a política de uma sociedade inclusiva. Assim sendo:<br />

Durante muitos séculos, as pessoas com deficiência eram consideradas inválidas e<br />

socialmente inúteis. Neste contexto de quase barbárie, a política da segregação<br />

iniciada no final do século XIX e aplicada até a década de 40, impondo a internação<br />

definitiva em instituições fechadas, representou um progresso humanitário. A reação<br />

da sociedade contra a política de segregação institucional viria com o chamado<br />

movimento de integração, que propõe a adaptação das pessoas com deficiência ao<br />

meio social. Mas, a partir da década de 1980, começa a crescer uma inquietação<br />

contra os limites da integração, que ganha força no conceito da sociedade inclusiva e<br />

se converte em princípios da política de direitos humanos, de organismos<br />

internacionais e com direitos assegura<strong>dos</strong> na constituição brasileira (VEET<br />

VIVARTA, 2003, p.17).<br />

Sassaki (2003 p.31) complementa que, durante séculos, as pessoas com deficiência<br />

foram consideradas inúteis – um peso morto para a sociedade, um fardo para a família e sem<br />

valor profissional. Chamadas de inválidas foram excluídas da sociedade, sendo muitas delas<br />

literalmente exterminadas em certas culturas.<br />

A questão da exclusão das pessoas com deficiência ao longo da história pode ser<br />

considerada como “macabra”, quando Mello (2009) indaga que:<br />

Na época micênica, por exemplo, os gregos de Esparta viam crianças nascidas com<br />

alguma deficiência como seres inferiores. Após ser examinada pelos anciões, a prole<br />

considerada defeituosa era destinada à morte. Em Atenas, os filhos ditos “anormais”<br />

eram abandona<strong>dos</strong> à própria sorte e acabavam por morrer, porém não eram<br />

enterra<strong>dos</strong> dignamente porque os atenienses temiam macular a terra. Durante a Idade<br />

Média, deficientes eram visto pela Igreja Católica como punição às suas famílias<br />

pecadoras.”(MELLO, 2009, p.16).<br />

Não se pode deixar de observar a visão do cristianismo em relação às pessoas com<br />

deficiência. Esta visão é clara em passagens contidas na Bíblia, principalmente no Novo<br />

Testamento. Nesse documento encontram-se alguns costumes e atitudes a respeito das pessoas<br />

com deficiência. Silva (1986, p.88) "Segundo seus relatos, Jesus fez mais de 40 milagres<br />

notórios. Deles to<strong>dos</strong>, pelo menos 21 são relaciona<strong>dos</strong> à pessoa com deficiência física ou<br />

sensorial”.


74<br />

Pode-se afirmar que as pessoas com deficiência, segundo o cristianismo, estavam<br />

intimamente ligadas sob influência de maus espíritos. Ou eram tidas como um castigo para<br />

pagamento de peca<strong>dos</strong> seus ou de ancestrais ou ainda, instrumento de Deus para que pudesse<br />

ser despertado o sentimento da caridade e do amor diante ao próximo.<br />

Entre os milagres descritos nos Evangelhos que fazem referência as causas das<br />

deficiências enquanto a interferência <strong>dos</strong> maus espíritos pode-se destacar as palavras de Lucas<br />

a respeito do cego Bartimeu de Jericó:<br />

Saíram eles, pois, a ver o que havia ocorrido. Chegaram a Jesus e acharam a seus<br />

pés, sentando, vestido e calmo, o homem de quem haviam sido expulsos os<br />

demônios: e toma<strong>dos</strong> de medo, ouviram das testemunhas a narração deste<br />

exorcismo. Então todo povo da região de gerasenos rogou a Jesus que se retirasse<br />

deles, pois estavam possuí<strong>dos</strong> de grande temor. Jesus subiu à barca para regressar.<br />

Neste momento, pedia-lhe o homem, de quem tinham saído os demônios, para ficar<br />

com ele. Mas Jesus despediu-o, dizendo: volta para casa, e conta quanto Deus te fez.<br />

E ele se foi, publicando por toda cidade essas grandes coisas. (BÍBLIA SAGRADA,<br />

1995, Lucas, 8: 35 a 39). 48<br />

Já em relação ao pecado enquanto o causador de deficiência encontra-se nos<br />

evangelhos um milagre recebido por um paralítico de Cafarnaum. O evangelista Mateus<br />

utiliza as seguintes palavras para se referir a ele:<br />

Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para sua cidade. Eis que lhe<br />

apresentaram um paralítico estendido numa padiola.<br />

Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: Meu filho, coragem! Teus<br />

peca<strong>dos</strong> te são perdoa<strong>dos</strong>. Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: Este<br />

homem blasfema. Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: Por que<br />

pensais mal em vossos corações? Que é mais fácil dizer: teus peca<strong>dos</strong> te<br />

serão perdoa<strong>dos</strong>, ou: Levanta-te e anda? Ora, para que saibas que o filho do homem<br />

tem na terra o poder de perdoar os peca<strong>dos</strong>: Levanta-te - disse ele ao paralítico -,<br />

toma a tua maca e volta para tua casa. Levantou-se aquele homem e foi para sua<br />

casa. Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal<br />

poder aos homens. (BÍBLIA SAGRADA, 1995, Mateus, 9: 1 a 8). 49<br />

Este passado deixou na sociedade contemporânea rastros iminentes. É possível<br />

perceber nas relações sociais a discriminação perante as minorias. Com uma visão quase<br />

utópica sobre o pensamento de igualdade social, cabe ao tripé do processo inclusivo - mídia,<br />

educação e família, incentivá-la e retratá-la com sinônimos positivos.<br />

Vivemos em um mundo onde o acúmulo de experiências e conhecimentos<br />

construí<strong>dos</strong> ao longo da história da humanidade deveria nos remeter a uma forma de<br />

vida mais fraterna, de mais paz e justiça social. Contudo, insistimos em viver sob o<br />

48 Esta concepção a respeito das causas das deficiências também aparece nos evangelhos de Mateus (9: 32 a 34 e<br />

12: 22); Marcos (9: 16 a 26) e Lucas (9: 37 a 43e 13: 11 a 13).<br />

49 O pecado, como causa das deficiências, também se encontra presente nos evangelhos de Marcos (2: 1 a 12) e<br />

Lucas (5: 17a 26).


75<br />

domínio da competição: do mais forte e do mais capaz. Subjugamos, dessa forma,<br />

to<strong>dos</strong> aqueles que não atingem esse patamar a se sentirem inferioriza<strong>dos</strong>. Habitamos<br />

um mundo competitivo, no qual to<strong>dos</strong> querem e exigem qualidade, o que pode por<br />

um lado ser positivo em alguns aspectos. Porém, por outro lado, pode ser muito<br />

cruel quando passamos a exigir de nós mesmos e <strong>dos</strong> outros um grau de excelência<br />

extremamente elevado, esquecendo-nos de nossas limitações humanas e<br />

fragilidades. (MELLO, 2009, p.54).<br />

Ao confrontar as diferenças estéticas, intelectuais, sociais e físicas, a sociedade tende<br />

a produzir rejeição, preconceitos e até mesmo exclusão ao que está fora <strong>dos</strong> padrões que<br />

define como de normalidade. Essa mentalidade não está totalmente errônea se analisada em<br />

relação ao pensamento que perdura em toda a história das sociedades, o corpo como<br />

referência de status e normalidade.<br />

Segundo Haendchen (2006, p.23), “o medo nos enfraquece diante daquilo que é<br />

desconhecido. Quando encontramos uma pessoa com deficiência, cuja limitação faz parte da<br />

diversidade humana, confrontamos nossas semelhanças e diferenças para pôr em julgamento<br />

aquilo que não nos é familiar.”<br />

Desta forma, é nítida a maneira de como a sociedade reage diante das pessoas com<br />

deficiência física. Mesmo apresentando características físicas que impeçam ou interfiram em<br />

algumas funções, o indivíduo tem o direito e dignidade de pertencer a uma cultura e necessita,<br />

para desenvolver-se enquanto sujeito desta cultura, apropriar-se dela a partir de relações<br />

interpessoais e também do consumo.<br />

Todas as pessoas têm um papel a desempenhar na sociedade em diversos sistemas,<br />

familiar, profissional, social, porém a omissão a esta classe, das pessoas com deficiência<br />

física, só atrasa o processo inclusivo delas com a sociedade.<br />

Os seres humanos não vivem isola<strong>dos</strong>, necessitam sentir-se ama<strong>dos</strong>, ter laços de<br />

amizades, reconhecimento individual e consciência de pertencer a grupos sociais. Frente às<br />

necessidades sociais <strong>dos</strong> indivíduos, no que a publicidade intermediada por anúncios, lhes<br />

fornece indicadores, assim como possibilidades de inclusão social, Vestergaard/Schroder,<br />

(2000) afirma que:<br />

É difícil dizer quais são as necessidades mais importantes. Se as nossas necessidades<br />

materiais não forem satisfeitas, morreremos de fome ou de frio; se não o forem as<br />

necessidades sociais, tenderemos a sofrer problemas psicológicos. O ponto crucial é<br />

que, ao consumir bens, estamos satisfazendo ao mesmo tempo necessidades<br />

materiais e sociais. Os vários grupos sociais identificam – se por suas atitudes,<br />

maneiras, jeito de falar e hábitos de consumo - pelas roupas que vestem. Desta<br />

forma os objetos que usamos e consumimos deixam de ser meros objetos para se<br />

transformar em veículos de informação sobre o tipo de pessoa que somos ou<br />

gostaríamos de ser (VESTERGAARD/SCHRODER, 2000, p.5).


76<br />

Há cerca de um século, a publicidade foi limitada, mas logo passou a buscar lógica e<br />

uma linguagem própria, onde a sedução e a persuasão substituem a objetividade informativa.<br />

A publicidade trabalha com o imaginário das pessoas, uma vez que constrói um<br />

ambiente ideal que vai além do produto. Dessa forma a publicidade cria uma alma para o<br />

produto, ignorando o limite do tangível, pois da vida ao objeto, agregando características,<br />

identidades, que serão desejadas e consumidas. O consumismo passa a ser sinônimo de<br />

felicidade, possuir objetos representa bem estar e êxito. Segundo Carvalho (1996):<br />

[...] toda estrutura publicitária sustenta uma argumentação que leva o consumidor a<br />

convencer-se conscientemente ou inconscientemente a adquirir determinado objeto.<br />

A fórmula persuasiva da linguagem publicitária também é caracterizada pela<br />

linguagem visual, gráfica e imagética1, que seduz através de combinações e<br />

desconstruções (CARVALHO, 1996, p.13).<br />

A sedução é usada como uma estratégia, e não deixa de estar presente nos anúncios<br />

publicitários. Para seduzir alguém, é preciso conhecer aquele que se quer seduzir. Após este<br />

conhecimento, estrutura-se a peça publicitária de forma que vá ao encontro das necessidades e<br />

desejos do público que se deseja falar.<br />

A publicidade, assim como a moda, trabalha com imagens, é feita para o olhar, notar<br />

e ser vista. Constituída por belas imagens, paisagens, sons, belos corpos e rostos, interiores e<br />

cenários bem elabora<strong>dos</strong>, na maioria <strong>dos</strong> casos, reforçando a ideia do ideal para que a<br />

publicidade crie o perfeito ambiente de sedução de um determinado produto. É essa atmosfera<br />

perfeita que permite à publicidade manipular o imaginário <strong>dos</strong> grupos, estimulando a vontade<br />

de consumo do sujeito, passando a mensagem de credibilidade que proporciona a compra.<br />

Da mesma maneira que a moda não pode ser separada da estetização da pessoa, a<br />

publicidade funciona como cosmético da comunicação. Da mesma maneira que a<br />

moda, a publicidade se dirige principalmente ao olho, é promessa de beleza, sedução<br />

das aparências, ambiência idealizada antes de ser informação. Toma lugar no<br />

processo de estetização e de decoração generalizada da vida cotidiana, paralelamente<br />

ao design industrial, à renovação <strong>dos</strong> bairros antigos, à camuflagem de antenas, à<br />

decoração das vitrinas, ao paisagismo. Por toda parte se expandem a maquiagem do<br />

real, o valor acrescentado estilo moda. (LIPOVETSKY, 1989, p.189).<br />

Ao manipular o imaginário <strong>dos</strong> grupos e estimular o sujeito ao consumo, a<br />

publicidade possibilita à moda, por exemplo, o lançamento de novos produtos, que,<br />

posteriormente, tornar-se-ão novas necessidades para o público consumidor. Portanto sabe-se<br />

que na esteira do capitalismo e da industrialização, muitas pessoas ficam de fora do processo<br />

de consumo, principalmente as minorias. Como por exemplo, as pessoas com deficiência e os<br />

desprovi<strong>dos</strong> de recursos financeiros.


77<br />

A presente pesquisa destina-se apenas a abordar as questões relativas às pessoas com<br />

deficiência no campo da mobilidade que representam, segundo o último censo 50 , realizado no<br />

ano 2000, mais de 24 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. Um número que,<br />

certamente não representa uma minoria, se levarmos em conta a população de vários países.<br />

Não esquecendo que ao lado da pessoa com deficiência existem pessoas que estão<br />

intimamente ligadas a eles: a família. Nesta concepção este número deve dobrar.<br />

É neste sentido que se inclui a discussão a respeito da inclusão social através do<br />

consumo do belo e de bens e serviços, uma vez que para Sassaki (1997, p.41), inclusão social,<br />

“é um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais<br />

gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para<br />

assumir seus papéis na sociedade.” E segue: “A inclusão social constitui, então, um processo<br />

bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar<br />

problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para to<strong>dos</strong>.”<br />

Neste sentido, a mídia, mais precisamente a publicidade em seus anúncios, possui grande<br />

poder para a premissa de uma sociedade mais justa e igual. No artigo Diversidade, Adriana<br />

Carranca 51 cita dois principais pontos da mídia como aliada da inclusão social:<br />

Primeiro, e talvez mais importante, garantindo que todas as pessoas, independentes<br />

de qualquer característica que as distingam sejam ouvidas e ganhem visibilidade.<br />

Em segundo lugar, dentro da perspectiva do agendamento social, criando um<br />

contexto para que as necessidades e aspirações de to<strong>dos</strong> os membros da sociedade<br />

sejam consideradas (CARRANCA , 2008).<br />

A publicidade assume no processo de inclusão social, o desafio de resgatar a<br />

valorização e o reconhecimento social das minorias dando visibilidade em suas mais variadas<br />

ramificações. Ela, segundo Silva (2005 p.112), [...] é um texto social importante e um<br />

indicador social que fornece um repositório de informações a respeito de tendências sociais,<br />

de modas, de valores contemporâneos.<br />

No traçado de uma sociedade inclusiva, a publicidade e a propaganda precisam ficar<br />

mais atentas às suas estratégias e comunicação. Dar voz às minorias e tratar de forma positiva<br />

e humana à classe menos desprovida, através de mensagens construtivas verbais e visuais.<br />

Nesse mesmo sentido, pode-se acrescentar que:<br />

Como filosofia, incluir é crença de que to<strong>dos</strong> têm direito de participar ativamente da<br />

sociedade, contribuindo de alguma forma para o desenvolvimento. Como ideologia,<br />

50 Disponível em ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2000/populacao/Brasil/ Acesso em 21 de<br />

agosto de 2011<br />

51 FESTA, Regina. Notas sobre a diversidade. CARRANCA, Adriana. Dar voz à diversidade, p.307.


78<br />

a inclusão vem para quebrar barreiras cristalizadas em torno de grupos<br />

estigmatiza<strong>dos</strong>. Indivíduos marginaliza<strong>dos</strong> terão a oportunidade de mostrar seus<br />

talentos. O processo de virar tudo pelo avesso é sustentado pela variedade de<br />

comportamentos da espécie humana e das possibilidades que cada um tem de se<br />

mostrar em certo momento histórico (WERNECK, 2000, p.42).<br />

A partir <strong>dos</strong> autores cita<strong>dos</strong>, pretende-se analisar, nos anúncios que compõem a<br />

amostra deste estudo, como eles caracterizam as pessoas com deficiência física.<br />

3 A PRESENÇA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA MÍDIA<br />

3.1 ANÁLISE DOS ANÚNCIOS NA REVISTA SENTIDOS<br />

Foram seleciona<strong>dos</strong> dois exemplares da revista Senti<strong>dos</strong>. O primeiro datado em<br />

novembro/dezembro de 2010 visto que, em dezembro, ocorrem as festas de final de ano e é<br />

pago o décimo terceiro salário. É, assim, o mês em que mais se consome bens e serviços. E, o<br />

segundo exemplar datado em março/abril de 2011, cujos meses são os que antecipam a Feira<br />

Internacional Reatech – maior feira da América Latina de tecnologias em reabilitação,<br />

inclusão e acessibilidade.<br />

Serão conta<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os anúncios existentes nas revistas e a partir deste número,<br />

chegar ao porcentual de páginas reservadas para anúncios publicitários. Serão analisa<strong>dos</strong><br />

também, quatro anúncios, dois de cada respectiva revista. Eles foram seleciona<strong>dos</strong> a partir de<br />

uma análise de to<strong>dos</strong> os anúncios que indicaram em sua maioria, anúncios de veículos e<br />

cadeira de rodas. Analisar-se-á como os anunciantes estão vendendo os seus produtos e<br />

serviços para as pessoas com deficiência e como assim, eles estão as caracterizando.<br />

3.1.1 Revista Senti<strong>dos</strong> Novembro/Dezembro de 2010, ano 09-nº 61<br />

Páginas: 84 páginas<br />

Anúncios: 37 anúncios ao total


79<br />

A seguir segue o gráfico criado pela pesquisadora, que representa a proporção entre o<br />

número de páginas da revista Senti<strong>dos</strong> e as páginas destinadas à publicidade e propaganda.<br />

Gráfico 5- Total de páginas da revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010 em relação ao total de<br />

páginas de anúncios<br />

O gráfico representado acima demonstra que 31% das páginas da revista são<br />

destinadas a publicidade. Isto quer dizer que existe empresas/marcas que consideram as<br />

pessoas com deficiência, consumidores possíveis.<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista Senti<strong>dos</strong> de novembro/dezembro de 2010. Foram separadas todas as<br />

categorias de anúncios bem como veículos, produtos/serviços, editoras, alimentação e assim<br />

por diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.


80<br />

Produtos/Serviços<br />

Veículos – 10 anúncios<br />

Empregos – 2 anúncios<br />

Produtos/Serviços – 12 anúncios<br />

Escolas – 1 anúncio<br />

Auto Escola/Despachante – 1 anúncio<br />

Marcas<br />

Honda (Forte, p.2), Toyota (p.4,5), Peugeot<br />

(p.9), Toyota (Green Automóveis p.37-1/2),<br />

Honda (Issa Motrs, p.39-1/2), Honda<br />

(Daitan, (p.53), GM (Nova, p.63-1/2), GM<br />

(Primarca, p.67-1/2), Toyota (Caltabiano,<br />

p.83), Honda (p.84)<br />

Deloitte (p.7), Deficiente Online (p.39-1/2)<br />

Mobility Brasil (p.11), Central das Soluções<br />

(p.19-1/3), Rea Team (p.20,21), Ortomix<br />

(p.29), Europa (p.35), Terra eletrônica (p.37-<br />

1/2), Dell Inox (p.45-1/3), Freedom<br />

(Ortopedia Monumento, (p.55-1/2,),<br />

Adequare (p.55-, 1/2), Ortobras (p.58,59),<br />

Como Ir (p.61-1/3), Freedom (Roda Viva,<br />

p.63-1/2),<br />

Tatuapé (p.13-1/3)<br />

Auto Escola Javarotti (p.15)<br />

Editora/Revistas – 4 anúncios Escala (p.33-1/3, 38-1/3, 74, 79),<br />

Empresas/Grupos – 1 anúncio<br />

Informe Publicitário – 2 anúncios<br />

Alimentação – 1 anúncio<br />

Eventos/Promoções – 3 anúncios<br />

Enterpa (p.41),<br />

Andaluz (p.47), Instituto Ressoar (p.76,77)<br />

Esteio Grill (p.51-1/3)<br />

Prêmio ABT (p.67-1/2), Senti<strong>dos</strong> Adventure<br />

(p.69-1/3), ReaTech (p.71),<br />

Tabela 3: Peças publicitárias contidas na revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010 e suas<br />

categorias<br />

O gráfico a baixo demonstra que as duas categorias com mais anúncios publicitários<br />

na revista Senti<strong>dos</strong> de novembro/dezembro de 2010. São as categorias de produtos e serviços,<br />

que representam 37% <strong>dos</strong> anúncios veicula<strong>dos</strong>, seguidamente da categoria veículos com 30%.


81<br />

Gráfico 6- Maiores anunciantes da revista Senti<strong>dos</strong> de novembro/dezembro de 2010, por categorias<br />

3.1.2 Revista Senti<strong>dos</strong> Março/Abril de 2011, ano 10-nº 63<br />

Páginas: 84 páginas<br />

Anúncios: 38 anúncios ao total<br />

A seguir segue o gráfico criado pela pesquisadora que representa a proporção entre o<br />

número de páginas da revista Senti<strong>dos</strong> e as páginas destinadas à publicidade e propaganda.


82<br />

Gráfico 7- Total de páginas da revista Senti<strong>dos</strong> de março/abril de 2011, em relação ao total de páginas de<br />

anúncios<br />

O gráfico representado acima demonstra que 31% das páginas da revista são<br />

destinadas a publicidade.<br />

A tabela a seguir criada pela pesquisadora representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na revista Senti<strong>dos</strong> de março/abril de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, turismo, alimentação e assim por diante com<br />

suas respectivas páginas.


83<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Veículos – 13 anúncios<br />

Honda (Forte, p.2) Toyota (p.4,5), Honda<br />

(Daitan, p.9), Honda (Flora Motors, p.13-<br />

1/2), Peugeot (Alpes, p.19), Honda (André<br />

Ribeiro, p. 25), Wolkswagen (Das Auto,<br />

p.37), GM ( Aba, p.41), GM (Primarca, p.53-<br />

1/2), Peugeot (Itapeva, p.65-1/2), GM (Nova,<br />

p.75-1/2), Toyota (Caltabiano, p.83), Honda<br />

(p.84)<br />

Empregos – 4 anúncios<br />

Deloitte (p.7), KPMG (p.15), Page PCD<br />

(p.21-1/2), Enterpa Engenharia (p.63),<br />

Auto escola, Despachante – 2 anúncios Javarotti (p.11), Stella Isenções (p.79)<br />

Produtos/Serviços – 12 anúncios<br />

Bengala Branca (p.17-1/4), Vanzetti, (p.29),<br />

Ortobras (p.32,33), Rea Team (p.47)<br />

AlphaMix (p.51) Otto Bock (p.55), Como Ir<br />

(p.61-1/4), Expansão Laboratório de<br />

Tecnologia Terapêutica (p.65-1/2), Andaluz<br />

(p.67), Ortobras (Adaquare, (p.69), Ortomix<br />

(p.71), Dell Inox (p.73-1/4)<br />

Editoras, livros, revistas – 3 anúncios Escala Educacional (p.20), Editora Senac<br />

São Paulo (p.21 – ½), Escala (p.70),<br />

Turismo – 1 anúncio<br />

Hotel fazenda parque <strong>dos</strong> sonhos (p.39)<br />

Alimentação – 1 anúncio<br />

Esteio Grill (p.45-1/4)<br />

Feiras, Eventos – 1 anúncio<br />

Reatech (p.58,59)<br />

Informe Publicitário – 1 anúncio<br />

Instituto Ressoar (p.76,77),<br />

Tabela 4: Peças publicitárias contidas na revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011 e suas categorias<br />

A seguir segue o gráfico criado pela pesquisadora, que representa, quais são os<br />

maiores anunciantes por categoria, nas páginas da revista Senti<strong>dos</strong> de março/abril de 2011.


84<br />

Gráfico 8- Maiores anunciantes da revista Senti<strong>dos</strong> de março/abril de 2011, por categorias<br />

O Gráfico acima demonstra as duas categorias com mais anúncios na revista. São as<br />

categorias de veículos que representam 34% <strong>dos</strong> anúncios veicula<strong>dos</strong>, seguidamente da<br />

categoria produtos e serviços com 32%.<br />

3.1.3 Análise <strong>dos</strong> anúncios das revistas selecionadas:<br />

3.1.3.1 Revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010.


85<br />

3.1.3.2 Anúncio da marca Honda.<br />

Figura 24- Anúncio Honda, da revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010, p.84<br />

O anúncio resume-se em página vertical e simples e encontra-se na contra capa.<br />

Possui fundo cinza com degradê branco da parte superior para a inferior. No canto superior<br />

esquerdo encontra-se a marca “Honda” em vermelho com o slogan em fontes brancas


86<br />

menores e abaixo da marca: “ The Power of dreams” (O poder <strong>dos</strong> sonhos), na mesma linha<br />

porém no canto direito encontra-se o selo do IBAMA. A baixo, da esquerda para a direita,<br />

com fontes brancas grandes o título: “Design, conforto, desempenho e segurança. Um Honda<br />

tem to<strong>dos</strong> os motivos para ser seu.” Logo em seguida temos as imagens de três veículos<br />

Honda de modelos diferentes em cor prata. Os veículos encontram-se em ângulos diferentes.<br />

As ilustrações formam um triângulo. As primeiras ilustrações estão menores que a central. Na<br />

parte inferior esquerda, encontra-se o logotipo do programa Honda Conduz que se dá em uma<br />

chave e o nome do programa na cor preta com o símbolo do cadeirante na cor branca. Ao lado<br />

, temos em fontes brancas e pequenas, o texto: “O programa Honda Conduz conta com<br />

profissionais prepara<strong>dos</strong> para atender pessoas portadoras de deficiências. Isso sem falar na<br />

agilidade do atendimento e na rapidez de entrega. Tudo para que seu Honda chegue o mais<br />

rápido possível às suas mãos e você possa desfrutar de toda a sua tecnologia.” No canto<br />

direito inferior fecha com HONDA” em vermelho.<br />

O anúncio da Honda, nos mostra na maior parte da peça, um anúncio sem distinção<br />

de público. O título e as imagens foram feitas para a sociedade em geral. Percebemos apenas<br />

na parte inferior da página que o anúncio é dirigido para as pessoas com deficiência quando<br />

fala do programa Honda Conduz. Em nenhum momento este texto leva consigo preconceito,<br />

apenas percebe-se o termo utilizado pessoas portadoras de deficiência, termo esse em desuso<br />

atualmente.


87<br />

3.1.3.3 Anúncio da empresa Ortobras.<br />

Figura 25- Anúncio Ortobras da revista Senti<strong>dos</strong> novembro/dezembro de 2010, p.58,59<br />

O anúncio em página dupla, possui fundo azul, com quadriculado formando marca<br />

d‟água e em degradê do azul para o branco da esquerda para a direita. Na página esquerda, de<br />

cara encontra-se o título em fontes brancas e caixa alta: “M3, A MELHOR MONOBLOCO<br />

FABRICADA NA AMÉRICA LATINA.” Logo a baixo em fontes maiores e brancas, o texto<br />

centralizado que diz: “ QUEM CONHECE NÃO SE ARRISCA COM SIMILARES” Em<br />

seguida, vem o texto de apoio em fonte menor e também em cor branca: “ Em abril de 2009, o<br />

mercado nacional de produtos de mobilidade foi surpreendido com a apresentação daquela<br />

que viria ser a melhor e mais completa cadeira de rodas monobloco de uso ativo fabricada na<br />

América latina. Investimentos expressivos foram aplica<strong>dos</strong> pela Ortobras, com o intuito de<br />

fazer da M3 um produto de alta performance, dirigida efetivamente à mobilidade do usuário,<br />

o que consolidou a liderança da empresa no segmento de cadeiras de alto desempenho. Temos


88<br />

consciência <strong>dos</strong> impactos que os nossos produtos causam na vida cotidiana <strong>dos</strong> usuários-e é<br />

exclusivamente com eles que nos preocupamos. Conhecida pela tradição de apresentar ao<br />

mercado os melhores projetos de mobilidade, aplicando qualidade e tecnologia de produção<br />

de alto nível na fabricação de seus produtos, a Ortobras reconhece que, a todo o momento,<br />

aparecem produtos que se dizem concorrentes. Há diversas cadeiras de rodas que tentam ser a<br />

M3, mas isso é impossível. Não se engane. Afinal, M3 é Ortobras. A baixo do texto na parte<br />

inferior da página esquerda e centralizado encontra-se em fontes brancas e pequenas o site:<br />

www.ortobras.com.br. Na página direita, logo na parte superior centralizado, encontra-se um<br />

retângulo de cor branca com texto em fontes azuis o depoimento de uma mulher com<br />

deficiência que diz sobre a sua cadeira de rodas M3: “Para mim, a M3 é incomparável. É com<br />

ela que eu viajo o mundo nas competições de natação. Ela me proporciona maior sensação de<br />

liberdade e leveza. Além disso, há uma infinidade de ajustes indica<strong>dos</strong> para minhas<br />

particularidades físicas. “É a cadeira perfeita, se adapta às minhas atividades diárias sem que<br />

eu perca a independência e agilidade”. Logo em seguida deste testemunho, dentro de um<br />

retângulo de cor azul, com texto em fontes brancas e caixa alta informa: “LETÍCIA LUCAS<br />

FERREIRA, QUE VIAJA O MUNDO COM SUA M3, É INTEGRANTE DA SELEÇÃO<br />

BRASILEIRA DE NATAÇÃO PARAOLÍMPICA, DUAS VEZES CAMPEÃ MUNDIAL<br />

EM 2009 E VICE-CAMPEÃ MUNDIAL 2010.” Ao lado deste testemunhal, há a foto da<br />

atleta com sua M3. A foto apresenta Letícia em sua M3 numa passarela entre vegetação. Ela<br />

está de lado e sorrindo para a câmera. Abaixo, está a cadeira de rodas M3 de cor vermelha<br />

com detalhes em preto. Em seguida na parte inferior da página, temos a assinatura com a<br />

logomarca da Ortobras e abaixo da logo, o texto: “cadeira de rodas”.<br />

O anúncio da M3 não carrega preconceitos, utiliza termos atuais e demonstra na peça o que os<br />

futuros compradores querem e precisam saber. O anúncio é bem estruturado e proporcional.<br />

As cores utilizadas são agradáveis e as marcas d‟águas tornaram o anúncio bem atual e<br />

moderno. Outro ponto positivo foi o testemunhal de uma atleta contando o seu laço com sua<br />

M3.


89<br />

3.1.3.4 Revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011.<br />

3.1.3.5 Anúncio da Concessionária Peugeot Alpes.<br />

Figura 26- Anúncio Peugeot da revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011, p.19<br />

Este anúncio se dá na posição vertical e página simples. Logo na margem superior há<br />

um retângulo com fundo azul marinho, que leva o site em fonte branca e tamanho pequeno<br />

“www.alpesp.com.br” no canto superior esquerdo e, o nome da rede de concessionárias vem<br />

em fontes brancas, diferentes das utilizadas no site e em caixa alta,“REDE DE<br />

CONSECIONÁRIAS PEUGEOT”. Abaixo, em um retângulo azul claro, temos a esquerda na<br />

parte superior do retângulo, o logo do Programa Direção Livre Peugeot, que é representado


90<br />

por uma ilustração de uma pessoa com deficiência sentada numa cadeira de rodas, com<br />

sensação de movimento. Ao lado, o título dividido em três linhas, em caixa alta e fontes<br />

brancas: “COM A ASSESSORIA GRATUITA DA ALPES NA OBTENÇÃO DE<br />

ISENÇÕES DE IMPOSTOS, VOCÊ TEM O ACESSO GARANTIDO AO SEU<br />

PEUGEOT.”. Logo a baixo do título, estão as imagens. No total são quatro que representam<br />

modelos de carros da Peugeot e os quatro de cor prata. São eles: o 207 HB XS 1.6 FLEX AT,<br />

207 SW XS 1.6 FLEX AT, 307 HB 2.0 AT FLEX PRESENCE PACK, 207 PASSION XS 1.6<br />

FLEX AT. Todas as imagens <strong>dos</strong> automóveis estão expostas dento de um círculo branco em<br />

tons de cinzas, chamando a atenção para as ilustrações. Todas as imagens possuem legendas<br />

e, estas por sua vez, estão localizadas dentro de retângulos de cor cinza, em bordas<br />

arredondas. A primeira imagem é de um 207 de cor prata com legendas separadas por título e<br />

texto, que diz: “207 HB XS 1.6 FLEX AT” em fonte azul bebê. O texto diz sobre as<br />

características do veículo. Surge em forma de tópicos, caixa alta e fontes brancas: “ABS,<br />

ALARME, AR CONDICIONADO COM CONTROLE AUTOMÁTICO DE<br />

TEMPERATURA, DIREÇÃO HIDRÁULICA, SENSOR DE CHUVA, ACENDIMENTO<br />

AUTOMÁTICO DOS FARÓIS, TRAVAS E VIDROS ELÉTRICOS.” A ilustração do carro<br />

encontra-se no lado esquerdo da página. No lado direito do anúncio, proporcionalmente com a<br />

legenda da primeira ilustração, tem um círculo branco de borda azul, com o numeral 3,<br />

representando 3 anos de garantia, só na Alpes. em negrito. A segunda imagem é de um<br />

Peugeot 207 SW de cor prata com legendas separadas por título e texto que diz: “207 SW XS<br />

1.6 FLEX AT” com a mesma cor do título correspondente da imagem anterior, azul bebê. O<br />

texto também fala sobre os diferenciais e igualmente a ilustração anterior, em caixa alta e de<br />

cor branca: “ABS, ALARME, AR CONDICIONADO COM CONTROLE AUTOMÁTICO<br />

DE TEMPERATURA, DIREÇÃO HIDRÁULICA, SENSOR DE CHUVA,<br />

ACENDIMENTO AUTOMÁTICO DOS FARÓIS, TRAVAS E VIDROS ELÉTRICOS”. A<br />

ilustração do 207 SW encontra- se no lado direito da página e a legenda ao lado direito. A<br />

terceira imagem é de um Peugeot 307 HB 2.0 AT de cor prata com legendas separadas por<br />

título e texto que diz: “307 HB 2.0 AT FLEX PRECENSE PACK” com a mesma cor do título<br />

correspondente da imagem anterior, azul bebê. O texto também fala sobre os diferenciais e<br />

igualmente a ilustração anterior, em caixa alta e de cor branca: “ABS,AIR BAG, TETO<br />

SOLAR, DIREÇÃO HISRÁULICA, AR-CONDICIONADO, TRAVAS E VIDROS<br />

ELÉTRICOS”. A ilustração do 307 HB 2.0 AT encontra- se no lado esquerdo da página e a<br />

legenda ao lado direito.


91<br />

Entre a terceira e a quarta ilustração, dividido em cinco linhas, encontra-se um texto<br />

de apoio em fonte de cor azul marinho que diz: “Preços especiais para empresas e portadores<br />

de necessidades especiais.” A quarta e última imagem é de um Peugeot 207 Passion de cor<br />

prata com legendas separadas por título e texto que diz: “207 PASSION XS 1.6 FLEX AT”<br />

seguindo o mesmo padrão de cores das imagens anteriores, azul bebê. O texto também fala<br />

sobre os diferenciais, em caixa alta e de cor branca: “ABS,ALARME, AR-<br />

CONDICIONADO COM CONTROLE AUTOMÁTICO DE TEMPERATURA, DIREÇÃO<br />

HIDRÁULICA, SENSOR DE CHUVA, ACENDIMENTO AUTOMÁTICO DOS FARÓIS,<br />

TRAVAS E VIDROS ELÉTRICOS”. A ilustração do 207 Passion encontra- se no lado direito<br />

da página e a legenda ao lado direito.<br />

A baixo da última figura, a esquerda, quase imperceptível, uma linha em fontes<br />

minúsculas e de cor preta “Peugeot usa e recomenda lubrificantes total”. Logo a seguir no<br />

anúncio, há um retângulo branco com o título em letra de cora azul bebê e em caixa alta:<br />

“Veja algumas situações que poderão se enquadrar nestes benefícios” em seguida em caixa<br />

alta: “ARTRITE, ARTROSE, AVC (DERRAME), ESCLEROSE MÚLTIPLA,<br />

PARAPLEGIA; TETRAPLEGIA; NANISMO; PRÓTESES INTERNAS E EXTERNAS;<br />

POLIOMIELITE; ACIDENTES QUE DEIXAM SEQUELAS; AMPUTAÇÕES,<br />

MASTECTOMIA OU QUADRANTECTOMIA (CANCER DE MAMA); PROBLEMAS E<br />

COLUNA (QUE PROVOCAM PERDA DA MOBILIDADE); LER (LESÃO POR<br />

ESFORÇO REPETITIVO); TALIDOMIDA; DOENÇAS NEUROLÓGICAS, PARALISIA,<br />

DOENÇAS DEGENERATIVAS, INSUFICIÊNCIA RENAL (FÍSTULAS), NEUROPATIAS<br />

DIABÉTICAS, TENDINITE CRÔNICA, ENCURTAMENTO DE MEBROS OU MÁS-<br />

FORMAÇÕES.” Logo a baixo do texto descrito acima, em letras de cor preta e caixa alta:<br />

“CONSULTE UM DOS NOSSOS ORIENTADORES OU FALE CONOSCO PELO TEL.:<br />

4336-7003 OU PELO E-MAIL: KATIA.PAULA@UABRASIL.COM.BR”.<br />

A seguir em minúsculas letras de cor pretas e caixa alta: “(1) A ALPES OFERECE<br />

O SERVIÇO DE DESPACHE JUNTO A RECEITA FEDERAL, SECRETARIA DA<br />

FAZENDA E DVS. (2) GARANTIA ESTENDIDA ASSURANT SEGURADORA S.A.<br />

03.823.704/0001-52/PROCESSO SUSEP: 15414002336/2007-05/ISENÇÃO SUSEP: 0214-<br />

3. O REGISTRO DESTE PLANO NA SUSEPNÃO IMPLICA, POR PARTE DA<br />

AUTORQUIA, INCENTIVO OU RECOMENDAÇÃO À SUA COMERCIALIZAÇÃO. A<br />

REPOSIÇÃO DAS PEÇAS É CONDICIONADA À MANUNTEÇÃO OBRIGATÓRIA DO<br />

VEÍCULO E MEDIANTE O PAGAMENTO DA FRANQUIA. INFORMAÇÕES<br />

PARCIAIS PARA O CONHECIMENTO DA COBERTURA DO SEGURO PARA


92<br />

DETALHAMENTO E VALORES DESTE SEGURO, CONSULTE UM VENDEDOR.<br />

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LOJA. É CONSIDERADA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA FÍSICA AQUELA<br />

QUE APRESENTA ALTERAÇÃO COMPLETA OU PARCIAL DE UM OU MAIS<br />

SEGMENTOS DA FUNÇÃO FÍSICA, APRESENTANDO-SE SOB A FORMA DE<br />

PARAPLEGIA, PARAPARESIA, MONOPLEGIA, MONOPARESIA, TETRAPLEGIA,<br />

TRIPLEGIA, TRIPARESIA, HEMIPLEGIA, HEMIPARESIA, AMPUTAÇÃO OU<br />

AUSÊNCIA DE MEMBRO, PARALISIA CEREBRAL, MEMBROS COM<br />

DEFORMIDADE CONGÊNITA OU ADQUIRIDA, EXCETO AS DEFORMIDADES<br />

ESTÉTICAS E AS QUE NÃO PRODUZAM DIFICULDADES PARA O DESEMPENHO<br />

DE FUNÇÃO. TAIS CONDIÇÕES E ISENÇÕES SÓ SERÃO OFERECIDAS A<br />

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA MEDIANTE A APRESENTÇÃO DA CNH<br />

ESPECÍFICA. OS VALORES JÁ FORAM CALCULADOS COM AS ISENÇÕES DE IPI E<br />

ICMS. SUJEITO A REAJUSTE SEM PRÉVIO AVISO NA DATA DO FATURAMENTO.<br />

FOTOS MERAMENTE ILUSTRATIVAS. ALGUNS ITENS MOSTRADOS E/OU<br />

MENCIONADOS SÃO OPCIONAIS E/OU ACESSÓRIOS E/OU REFEREM-SE A<br />

VERSÕES ESPECÍFICAS. RESERVAMO-NOS O DIREITO DE CORIRIGIR POSSÍVEIS<br />

ERROS GRÁFICOS E DE DIGITAÇÃO. NÃO JOGUE ESTE IMPRESSO EM VIA<br />

PÚBLICA”. Ao lado do texto descrito a cima encontra-se os logos do IBAMA, Peugeot,<br />

Peugeot Assistance. Como assinatura, dentro de um retângulo na parte inferior da peça, cor<br />

azul marinho os contatos e endereços: 4336-70000 Av. Senador Vergueiro, 332 São Bernardo,<br />

4223-6000 R. Oswaldo Cruz, 185 São Caetano.” Logo da Peugeot e o logo da Alpes em<br />

seguida “ 4437-9000 Av. D. Pedro II, 217 – Show Room Santo André, 4477-4400 Av. <strong>dos</strong><br />

Esta<strong>dos</strong>, 6639 Santo André II.”<br />

A peça descrita acima, apesar de conter muitas informações, tem um foco específico:<br />

a isenção de impostos para Pessoas com Deficiência. Ela nos apresenta alguns modelos de<br />

veículos, não esquecendo seus diferenciais. No título, a empresa utiliza a frase “você tem<br />

acesso garantido ao seu Peugeot”. Esta frase é impactante, pois, infelizmente, as pessoas com<br />

deficiência não tem livre acesso em seu dia a dia. Como por exemplo, ir a cinemas, bares e<br />

restaurantes, muitos não possuem acessibilidade. E assim segue até mesmo em suas casas. A<br />

falta de acessibilidade é a principal barreira enfrentada pelas pessoas com deficiência física.<br />

Além desta observação, olhando para outra perspectiva, nota-se que sem a isenção de<br />

impostos as pessoas com deficiência não poderão obter o sonho de possuírem um automóvel<br />

Peugeot. A peça possui cores frias, possui uma estética e proporção bem definida. O texto de


93<br />

apoio “preços especiais para empresas e portadores de necessidades especiais”, utiliza termos<br />

defasa<strong>dos</strong> como portadores de necessidades especiais. Faltou uma pesquisa para sanar termos<br />

já obsoletos. A peça em geral não deixa dúvidas sobre o que é a isenção e para quem é<br />

destinada a isenção de impostos além de especificar os diferenciais <strong>dos</strong> produtos sugeri<strong>dos</strong>.<br />

3.1.3.6 Anúncio da empresa Otto Bock.<br />

Figura 27- Anúncio Otto Bock da revista Senti<strong>dos</strong> março/abril de 2011, p.55


94<br />

Anúncio na vertical, página simples e com fundo preto.<br />

De cara encontra-se o título que diz em letras brancas: “Novo conceito,” na mesma<br />

frase, porém em negrito, “ Nova Avantgarde.” Logo a seguir a linha de apoio em fontes<br />

brancas: “ Paixão e inspiração em to<strong>dos</strong> detalhes.” Ao lado esquerdo da linha de apoio há um<br />

selo em círculo azul royal e contorno ponte agu<strong>dos</strong>. Dentro do círculo encontra-se o numeral<br />

3 grande e as frases: “NOVA GRAÇÃO”, em caixa alta e cor preta e a baixo em fontes<br />

brancas “AVANTGARDE”. Ao lado do selo a ilustração de uma cadeira de rodas azul com<br />

detalhes em preto. Logo a baixo um retângulo com contorno branco e fundo preto. Dentro do<br />

retângulo, o título diz em azul royal: “Avantgard CLT” e o texto de apoio na linha seguinte<br />

descreve em fontes brancas, alguns diferenciais da cadeira: “ Desing moderno, alta<br />

performance, peso aprox. de apenas 9,2 kg. Disponível em 19 atrativas opções de cores e<br />

ampla variedade de acessórios”. A direita do retângulo o slogan que diz em fontes brancas:<br />

“Siga sua mente e escute seu coração.” Na linha seguinte: “Experimente o novo!”<br />

Na parte inferior da peça em cor branca e dividido em três linhas o contato e<br />

endereço na feira Reatech: Visite o stand Otto Bock na Feria Reatech. Conheça outros<br />

modelos Avantgarde e muitas novidades. RUA 400, nº 413/415.” Fecha com a assinatura, a<br />

direita da empresa: “Otto Bock” e em baixo da assinatura encontra-se o site<br />

www.ottobock.com.br .<br />

Nesta peça nota-se que o anunciante não coloca nenhuma barreira para os<br />

consumidores, pelo contrário, utiliza o texto sem carregar preconceitos. Destaca os<br />

diferenciais do produto, o que realmente as pessoas que procuram cadeira de rodas necessitam<br />

saber, como peso, cores, acessórios. A fotografia demonstra uma cadeira bem atual e não<br />

esquecendo de destacar que Otto Bock é uma marca estrangeira e assim sendo, com to<strong>dos</strong> os<br />

impostos brasileiros seu preço chega ao valor de um automóvel. Esta cadeira torna-se sonho<br />

de consumo da classe visto que os produtos nacionais em relação os importa<strong>dos</strong>, são com<br />

baixa qualidade e materiais menos resistentes.


95<br />

3.2 ANÁLISE DOS ANÚNCIOS DAS REVISTAS ISTO É E VEJA<br />

Foram seleciona<strong>dos</strong> dez exemplares de revistas. Sendo que cinco de Veja, datadas<br />

em: 25 de maio de 2011, 29 de junho de 2011, 27 de julho de 2011, 10 de agosto de 2011, e 7<br />

de setembro de 2011 e cinco exemplares da revista IstoÉ. Foram selecionadas as datas de 04<br />

de maio de 2011, 15 de junho de 2011, 27 de julho de 2011, 31 de agosto de 2011, 07 de<br />

setembro de 2011.<br />

Foram separadas todas as categorias de anúncios bem como bancos, veículos, beleza,<br />

tecnologia, alimentação e assim por diante. Tendo a tabela com to<strong>dos</strong> os anúncios<br />

publicitários em suas respectivas categorias e paginação, analisar-se-á, se em alguma peça<br />

existe algo como: produtos, serviços ou o pictograma azul com o cadeirante em cor branca,<br />

destinado ao público com deficiência física.<br />

3.2.1 Revista IstoÉ<br />

3.2.1.1 IstoÉ – 04 de maio de 2011<br />

Total de páginas – 132 páginas<br />

Total de anúncios – 28 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista IstoÉ de 04 de maio de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.


96<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Bancos - 3 anúncios<br />

Bradesco (p.2,3), Brasil (p.22,23), HSBC<br />

(p.132)<br />

Veículos – 3 anúncios<br />

Hyundai (p.4,5,7,8,9,), Kia (p.16,17,18,19),<br />

Mitsubishi (p.72,73)<br />

Cia aéreas – 2 anúncios<br />

Azul (p.11), TAM (p.15-1/3)<br />

Empresas/grupos – 2 anúncios<br />

CPFL Renováveis (p.14), AMBEV (p.89)<br />

Operadoras telefone – 2 anúncios<br />

Vivo (p.29), Nextel (p.61)<br />

Tecnologias – 3 anúncios Samsung (p.36,37,76,77), ZTE (p.58,59),<br />

Buster (p.131)<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Casas Bahia (p.46,47)<br />

Alimentação – 1 anúncio<br />

Mc Donald‟s (p.51,52)<br />

Revistas/Editoras/Livros – 2 anúncios Status (p.68,69,117), Enciclopédia Terra<br />

(p.50,121)<br />

Emissoras de TV – 2 anúncios<br />

Band (p.78,79), Record (p.114,115)<br />

Produtos/serviços – 3 anúncios<br />

Philips (Walita, p.85), Europa (Davinci, p.99)<br />

Bagaggio (p.111)<br />

Foruns/eventos/feiras – 4 anúncios<br />

Marketing Esportivo, (p.101-1/2), Rio à<br />

Porter (p.104), Franchising Fair (p.108) Rio<br />

Boat Show 2011(p.118)<br />

Tabela 5: Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 04 de maio de 2011 e suas categorias<br />

3.2.1.2 IstoÉ – 15 de junho de 2011<br />

Total de páginas – 127 páginas<br />

Total de anúncios – 38 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista IstoÉ de 15 de junho de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.


97<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Banco – 2 anúncios<br />

Bradesco (p.2,3), Caixa (p.87)<br />

Veículos – 6 anúncios<br />

Hyundai (p.4,5,11,12,13), Honda (p.6,7), Kia<br />

(p.16,17), Ford (p.42,43), Iveco (p.58,59),<br />

Mitsubishi (p.64,65)<br />

Tecnologia – 5 anúncios<br />

Nokia (p.14,15), Dell (p.83), buster (p.31),<br />

Samsung (p.24,25), Motorolla (p.6)<br />

Beleza – 4 anúncios<br />

Axe (p.19,21,23), Nívia (p.28), Oral B<br />

(p.33), Clear (p.35)<br />

Produtos/serviços – 3 anúncios<br />

Localiza (p.32-1/3), Sky (p.75), CNS (p.121)<br />

Educação/ trabalho – 1 anúncios<br />

FGV (p.57)<br />

Alimentação – 1 anúncio<br />

Barbacoa (p.61)<br />

Óleos combustíveis – 1 anúncio<br />

Móbil (p.69)<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Casas Bahia (p.70,71)<br />

Empresas/grupos – 2 anúncios<br />

AMBEV (p.73), Petrobrás (p.84,85)<br />

Feiras, fóruns – 4 anúncios<br />

São João da Bahia (p.89), Feira internacional<br />

logística (p.91), Panamericano de<br />

Guadalajara (p.101), Desing são Paulo<br />

(p.125)<br />

Informe publicitário – 1 anúncio<br />

MMX (p.93)<br />

Emissora de Tv – 1 anúncio<br />

Band (p.99)<br />

Revistas/ editoras/Jornais – 3 anúncios Status (p.102,103), Isto é dinheiro (p.114,<br />

115), Destak (p.111)<br />

Rádios – 1 anúncios<br />

Transamérica (p.105)<br />

Turismo – 2 anúncios<br />

Hotel Villa santo Agostinho (p.116), Lide<br />

Exclusive (p.126,127)<br />

Companhias Aéreas – 1 anúncio<br />

Azul (p.13)<br />

Tabela 6: Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 15 de junho de 2011 e suas categorias<br />

3.2.1.3 IstoÉ – 27 de julho de 2011<br />

Total de páginas – 116 páginas


98<br />

Total de anúncios – 29 anúncios<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista IstoÉ de 27 de julho de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Bancos – 3 anúncios<br />

Bradesco (p.2,3), Itaú (p.11), HSBC (p.116)<br />

Veículos – 4 anúncios Hyundai (p.4,5,7,8,9) , Kia (p.18,19) ,<br />

Citroën (p.25-1/3, Fiat (p.36,37)<br />

Tecnologia – 4 anúncios<br />

LG (p.14,15), Samsung (p.47), DELL (p.59)<br />

, Buster (p.115)<br />

Beleza – 1 anúncio<br />

Clear (p.13)<br />

Produtos/serviços – 5 anúncios<br />

Mafre Seguros (p.42,43), Sky (p.55), Avis<br />

(p.71), Bagaggio (p.99), Experience Club<br />

(p.109)<br />

Produtos Pet – 1 anúncio<br />

Purina (p.27)<br />

Alimentação – 2 anúncios<br />

BRF- Brasil Foods (p.50,51), Churrasco ao<br />

Vivo (p.102)<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Casas Bahia (p.62,63)<br />

Empresas/grupos – 3 anúncios<br />

Limpa Brasil (p.29), Petrobras (p.56,57),<br />

Petrópolis (p.85)<br />

Livros – 1 anúncio<br />

Enciclopédia terra (p.90,91)<br />

Feiras, fóruns – 4 anúncios<br />

Fórum de Marketing Empresarial (p.74,75),<br />

Barretos 2011 (p.87), Abimad (p.93), Fórum<br />

Internacional Aba Procurement (p.97-1/2)<br />

Emissora de TV – 1 anúncio<br />

Record (p.100,101)<br />

Companhia aérea – 1 anúncio<br />

Tam (p.69)<br />

Tabela 7: Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 27 de julho de 2011 e suas categorias


99<br />

3.2.1.4 IstoÉ 31 de agosto de 2011<br />

Total de páginas – 148 páginas<br />

Total de anúncios – 36 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista IstoÉ de 31 de agosto de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Bancos – 3 anúncios<br />

Itaú (p.2,3), brasil (p.11) , HSBC (p.148)<br />

Veículos – 8 anúncios Hyundai (p.4,5,7,8,9), Citroën (p.17-1/3<br />

62,63), Kia (p.23,24,25), Renault (p.40,41),<br />

Wolksvagem (p.50,51), Fiat (p.67,68,69),<br />

Mitsubishi (p.74,75), Mercedes-Benz<br />

(p.79,80,81)<br />

Tecnologia – 4 anúncios<br />

HP (p.31), LG (p.47), Intel (p.60,61), Buster<br />

(p.147)<br />

Produtos/serviços – 1 anúncio<br />

Eagles Flight (p.89)<br />

Alimentação – 4 anúncios<br />

Ninho (p.13), Nestlé (p.14,15,59), Barbacoa<br />

(p.65), Kopenhagen (p.127)<br />

Operadora telefonia – 1anúncio<br />

Oi (p.87)<br />

Medicamentos – 1 anúncio<br />

Medley (p.26)<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Casas Bahia (p.32,33)<br />

Empresas/grupos – 3 anúncios GE (p.18,19), Itaipava (p.95), abmr&a –<br />

Associação brasileira de Marketing Rural e<br />

Agronegócio (p.91)<br />

Governo – 2 anúncios<br />

Rio de janeiro (p.70,71), Petrobras (p.111)<br />

Feiras, fóruns – 4 anúncios<br />

Construir Minas 2011 (p.124), Meeting


100<br />

Internacional (p.130, 131), Rocky Spirit<br />

(p.135), Equipotel (p.139)<br />

Informe publicitário – 2 anúncios<br />

Creci (p.85), CONFEF (p.113)<br />

Revistas/ editoras – 3 anúncios<br />

Select (p.83), Isto É (p.104,105), Go Outside<br />

(p.14)<br />

Livros – 1 anúncio<br />

Enciclopédia Terra (p.100,101)<br />

Tabela 8: Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 31 de agosto de 2011 e suas categorias<br />

3.2.1.5 IstoÉ 7de setembro de 2011<br />

Total de páginas – 132 páginas<br />

Total de anúncios – 30 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista IstoÉ de 15 de setembro de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Veículos – 6 anúncios Renault (p.2,3), Hyundai<br />

(p.6,7,11,12,13,14,15), Kia (p.29,30,31),<br />

Volkswagen (p.46,47,58.59), Land Rover (p.<br />

52,53), Honda (p.62,63)<br />

Tecnologia – 3 anúncios<br />

Dell (p.109), Buster (p.131), Panasonic<br />

(p.132)<br />

Beleza – 1 anúncio<br />

Rexona (p.17)<br />

Produtos/serviços – 2 anúncios<br />

Locaweb (p.79), Sky (p.87)<br />

Educação/ trabalho – 1 anúncio<br />

Panamericana (p.115)<br />

Operadora telefonia – 2 anúncios<br />

Vivo (p.45) , Oi (p.51,110)


101<br />

Varejo – 2 anúncios<br />

Empresas/grupos/ONGS – 2 anúncios<br />

Governo – 1 anúncio<br />

Fast Shop (p.35), Casas Bahia (p.84,85)<br />

GE (p.60,61), Greenpeace (p.100,101)<br />

Brasil (p.4,5)<br />

Feiras, fóruns – 4 anúncios Inovações em mídia (p.18-1/3),<br />

Panamericano de Guadalajara (p.73), Salão<br />

do Estudante (p.118,119), Seminário de<br />

Crédito (p.125)<br />

Informe publicitário – 1 anúncio<br />

CRFMG (p.26,27)<br />

Rádio – 1 anúncio<br />

Revistas/ editoras – 4 anúncios<br />

Medicamentos – 1 anúncio<br />

Jovem Pan (p.121)<br />

Select (p.19), Lance (p.76,77), Isto É<br />

(p.80,81), Três (p.96,97-1/2)<br />

Medley (p.113)<br />

Tabela 9: Peças publicitárias contidas na revista IstoÉ de 15 de setembro de 2011 e suas<br />

categorias<br />

A baixo gráfico demonstrativo de anúncios na revista IstoÉ criado pela pesquisadora:<br />

Gráfico 9-Total de páginas da revista IstoÉ em relação às páginas destinadas aos anúncios


102<br />

O gráfico a cima representa que de 100% das páginas das revistas IstoÉ analisadas,<br />

20% <strong>dos</strong> espaços são reserva<strong>dos</strong> a publicidade e propaganda.<br />

Gráfico 10- Maiores anunciantes da revista IstoÉ, a partir de categorias<br />

O gráfico acima representa que os maiores anunciantes na revista IstoÉ são as<br />

empresas de veículos com 27%, seguido da categoria feiras, fóruns,eventos com 20% e com<br />

18% encontram-se as empresas que vendem tecnologias, como computadores, tablets, MP3<br />

entre outros. 15% <strong>dos</strong> anunciantes representam a categoria produtos/serviços, são eles TV por<br />

assinatura, seguradoras, acessórios entre outros. Com 13% representa a classe <strong>dos</strong> bancos e<br />

para finalizar com 7% estão as empresas/grupos.<br />

3.2.2 Revista Veja<br />

3.2.2.1 Veja – 25 de maio de 2011


103<br />

Total de páginas –143 páginas<br />

Total de anúncios – 50 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista Veja de 04 de maio de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

Bancos – 2 anúncios<br />

Veículos – 9 anúncios<br />

Tecnologia – 4 anúncios<br />

Beleza – 2 anúncios<br />

Produtos/serviços – 8 anúncios<br />

Alimentação – 3 anúncios<br />

Operadora telefonia – 1 anúncio<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Empresas/grupos – 5 anúncios<br />

Medicamentos – 3 anúncios<br />

MARCAS<br />

Bradesco (p.2,3), Itaú (p.144)<br />

Hyundai (p.4,5,27,28,29), Ford (p.12,13,48,<br />

49,50), Kia (p.20,21), Iveco (p.24,25), Fiat<br />

(p.32,33), Citroën (p.36,37,49-1/3), Peugeot<br />

(p.58,59,64,65-1/2), Volkswagen (p.66,67),<br />

Volvo (p.123)<br />

Dell (p.35), Samsung (p.77), Nokia (p.83),<br />

FNAC (p.143)<br />

Nívia (p.18), Rexona (p.39)<br />

Net (p.6,7), Castor (11-1/3), H. Stern (p.15),<br />

Varilux (p.42-1/3) HDI Seguros (p.43),<br />

American Express (p.73), Technos (p.115),<br />

Intercontrol (p.125)<br />

Sadia (p.17), Becel (p.31), MC Donald‟s<br />

(p.103)<br />

Claro (p.111)<br />

Ponto frio (p.62,63,64,65)<br />

Gerdau (p.8,9), Pirelli (p.40,41), Coca Cola<br />

(p. 53), Hering (p.85-1/3), Johnson Johnson<br />

(p.97),<br />

Nutrilatina (p.55), Triaton (p.79), Sundow<br />

Naturals (p.1391/3)


104<br />

Governo – 1 anúncio<br />

Brasil (p.108,109)<br />

Feiras/ fóruns – 1 anúncios<br />

Semana Otimismo que Transforma, Prêmio<br />

Victor Civita Educador Nota 10 (p.105)<br />

Informe publicitário – 1 anúncio<br />

Einstein (p.47)<br />

Emissora de TV – 1 anúncio<br />

Record (p.118,119),<br />

Revistas/ editoras – 4 anúncios<br />

Você S/A (p.44), Capricho (p.48), Abril<br />

(p.56,57-1/2,102,103-1/3), Alfa(p.129)<br />

Turismo – 3 anúncios<br />

Costão do Santinho Resort (p.45), Termas de<br />

Jurema (p.101), CVC (p.106,107),<br />

Cia aérea – 1 anúncio<br />

Tam (p.46,47)<br />

Tabela 10: Peças publicitárias contidas na revista Veja de 04 de maio de 2011 e suas categorias<br />

3.2.2.2 Veja 29 de junho de 2011<br />

Total de páginas – 144 páginas<br />

Total de anúncios – 43 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista Veja de 29 de junho de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Bancos – 4 anúncios Bradesco (p.2,3), Caixa (p.102,103),<br />

FEBABAN (p.107), Itaú (p.144)<br />

Veículos – 11 anúncios<br />

Hyundai (p.4,5,25,26,27,) Ford (p.110,11),<br />

Fiat (p.14,15), Kia (p.18,19), Renault<br />

(p.22,23), Peugeot (p.32,33), Iveco (p.38,39),<br />

Citroën (p.41), Volkswagen (p.52,53,6,67),


105<br />

Suzuki (p.56,57-1/2), Mitsubishi (p.110,111)<br />

Tecnologia – 3 anúncios Dell (p.35), Intel (p.42,43), Samsung<br />

(p.82,83),<br />

Beleza – 1 anúncio<br />

Dove (p.31)<br />

Produtos/serviços – 3 anúncios<br />

Varilux (p.9-1/3), HDI Seguros (p.16), Mobil<br />

(p.105),<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Ponto frio (p.62,63),<br />

Empresas/grupos – 5 anúncios GE (28,29), Bostón Medical Group (45-1/3),<br />

Votorantin (p.55), Boticário (p.58,59),<br />

SuperGasbras (p.143)<br />

Medicamentos – 1 anúncio<br />

Vick (p.12)<br />

Governo – 1 anúncio<br />

São Paulo (p.36,37)<br />

Informe publicitário – 1 anúncio Einstein (47)<br />

Emissora de TV – 4 anúncios Globo (p.116,117), band (p.121), MTV<br />

(p.126,127), Record (p.128,129),<br />

Revistas/ editoras – 2 anúncios<br />

Abril (p.51,101), Veja (p.125), Planeta<br />

Sustentável (p.44)<br />

Cia aérea – 1 anúncio<br />

Tam (p.48)<br />

Alimentação – 1 anúncio<br />

Sadia (p.6,7)<br />

Tabela 11: Peças publicitárias contidas na revista Veja de 29 de junho de 2011 e suas categorias<br />

3.2.2.3 Veja 27 de julho de 2011<br />

Total de páginas – 178 páginas<br />

Total de anúncios – 41 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista Veja de 27 de julho de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.


106<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Bancos – 3 anúncios<br />

Bradesco (p.2,3), Itaú (p.30,31,32,33,34,35),<br />

HSBC (p.178)<br />

Veículos – 8 anúncios<br />

Hyundai(p.4,5,25,26,27), Ford (p.10,11), Fiat<br />

(14,15), Kia (p.18,19,70,71), Citroën (p.42-<br />

1/3), Peugeot (p.51,58,59-1/2), Volkswagen<br />

(p.46,47), Das Auto (p.112,113)<br />

Tecnologia – 5 anúncios<br />

Dell (p.37), HP (p.49), Samsung (p.66),<br />

Mercedes-Benz (p.145,146,147),<br />

Beleza – 3 anúncios<br />

Natura (p.6,7), Rexona (p.29), Dove (p.39)<br />

Produtos/serviços – 5 anúncios<br />

Hdi Seguros (p.16), Liberty Seguros (p.110),<br />

Sky (p.123,125,, Aplicativos Veja (p.139),<br />

Mafre Seguros (p.140,141)<br />

Alimentação – 1 anúncio<br />

BRF– Brasil Foods (p.22,23)<br />

Operadora telefonia – 1 anúncio<br />

Claro (p.131)<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Ponto Frio (p.56,57)<br />

Empresas/grupos – 5 anúncios<br />

C&A (p.12) ,Gás LP (p.44), BRAHMA<br />

(p.72,73), Save the Children (p.109) Hering<br />

(p.133-1/3), New Holland (p.177)<br />

Feiras, fóruns – 1 anúncio<br />

Feria Guia do Estudante (p.40)<br />

Informe publicitário – 1 anúncio<br />

Einstein (p.43)<br />

Emissora de TV – 2 anúncios<br />

Viva (p.155), Globo (p.158,159)<br />

Revistas/ editoras – 4 anúncios<br />

Quatro Rodas (p.9-1/3), Abril (p.52,53-<br />

1/2,80,81), Veja (p.69), Grandes Mestres<br />

(p.163), Capricho (p.173)<br />

Cia aérea – 1 anúncio<br />

Tam (p.129)<br />

Tabela 12: Peças publicitárias contidas na revista Veja de 27 de julho de 2011 e suas categorias<br />

3.2.2.4 Veja 10 de agosto de 2011<br />

Total de páginas – 144 páginas<br />

Total de anúncios – 43 anúncios publicitários


107<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista Veja de 10 de agosto de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

Bancos – 4 anúncios<br />

Veículos – 8 anúncios<br />

Tecnologia – 4 anúncios<br />

Beleza – 1 anúncio<br />

Produtos/serviços – 3 anúncios<br />

Alimentação – 2 anúncios<br />

Operadora telefonia – 4 anúncios<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Empresas/grupos – 6 anúncios<br />

Produtos pet – 1 anúncio<br />

Governo – 2 anúncios<br />

Emissoras de TV – 1 anúncio<br />

Informe publicitário – 1 anúncio<br />

Ensino/trabalho – 2 anúncios<br />

Revistas/ editoras – 3 anúncios<br />

MARCAS<br />

Itaú (p.2,3), Brasil (p.6,7), Caixa (p.99),<br />

HSBC (p.144)<br />

Hyundai (p.4,5,25,26,27) , Ford (p.10,11,53),<br />

Volkswagen (p.14,15), Kia (p.22,23),<br />

Peugeot (p.32,33), AUDI (p.42,43), Citroën<br />

(45-1/3, Mitsubishi (p.122,123,124)<br />

Siemens (p.30,31), LG (p.95) , Samsung<br />

(p.111) , Buster (p.143)<br />

Rexona (p.29)<br />

H. Stern (p.13), HDI Seguros (p.16), Orient<br />

Japan (p.44)<br />

Ninho (p.48), Polenghi (p.129)<br />

Claro (p.22,23), Vivo (p.39,40,41), Tim<br />

(p.70,71) , Nextel (p.77)<br />

Ponto Frio (p.58,59)<br />

Lupo (p.35,36,37), Timberland (p.75), Coca<br />

Cola (p.83,85), Malwee (p.97), Cia di T<br />

1erno(p.15) Boston Medical Group (p.37-<br />

1/3)<br />

Purina (p.87)<br />

Brasil (p.62,63), Sedex (p.113)<br />

Globo (p.118,119)<br />

Einstein (p.47)<br />

COC – Sistema de Ensino (p.50,51), Catho<br />

(p.101)<br />

Ática (p.9), Abril (p.54,55), Veja (p.102,103)


108<br />

Tabela 13: Peças publicitárias contidas na revista Veja de 10 de agosto de 2011 e suas categorias<br />

3.2.2.5 Veja 7 de setembro de 2011<br />

Total de páginas – 172 páginas<br />

Total de anúncios – 54 anúncios publicitários<br />

A tabela a seguir, criada pela pesquisadora, representa todas as peças publicitárias<br />

contidas na Revista Veja de 07 de setembro de 2011. Foram separadas todas as categorias de<br />

anúncios bem como veículos, produtos/serviços, bancos, tecnologias, alimentação e assim por<br />

diante. Também se encontram na tabela, as páginas correspondentes aos anúncios.<br />

PRODUTOS/SERVIÇOS<br />

MARCAS<br />

Bancos – 4 anúncios<br />

Itaú (p.2,3), Bradesco (p.31), Santander<br />

(p.105), HSBC (p.172)<br />

Veículos – 12 anúncios Hyundai (p.4,5,25,26,27,28,29), Ford<br />

(p.10,11), Mitsubishi (p.18,19), Fiat<br />

(p.32,33), Volkswagen (p.36,37), Renault<br />

(p.40,41), Kia (p.45,46,47), Citroën (p.51-<br />

1/4), Audi (p.52,53), Suzuki (p.68,69-1/2),<br />

Peugeot (p.74,75-1/2), Das Auto (p.88,89),<br />

Governo – 2 anúncios<br />

Brasil (p. 6,7), Portugal (p.67)<br />

Medicamentos – 1 anúncio<br />

Sundown Naturals (p.9-1/4)<br />

Produtos/serviços – 5 anúncios<br />

H.Stern (p.13), Usaflex (p.39), Luxaflex<br />

(p.48,49), Localiza (p.54-1/4), Hering (p.97-<br />

1/4),<br />

Beleza – 4 anúncios Natura (p.14,15), Boticário (p.34,35),<br />

Desmacyd (p.63), Pantene (p.87),<br />

Empresas, grupos – 10 anúncios<br />

Pão de Açúcar (p.16), CCR (p.23), Bostón


109<br />

Cia Aéreas – 1 anúncio<br />

Escolas – 2 anúncios<br />

Tecnologia – 4 anúncios<br />

Turismo – 1 anúncio<br />

Editora, revistas – 2 anúncios<br />

Informe Publicitário – 2 anúncios<br />

Varejo – 1 anúncio<br />

Emissora de TV, jornal – 2 anúncios<br />

Alimentação - 1 anúncio<br />

Medical Group (p.44-1/4), GE (p.76,77),<br />

Invel (p.85), Deloitte (p.113), SAP (p.121),<br />

Shell (p.123), Ampliar (p.141), Emicon<br />

(p.147),<br />

Gol (p.42,43),<br />

Anglo (p.50), Ser (p.161),<br />

Samsung (p.55), Nokia (p.65), STI (p.94,95),<br />

Buster (171)<br />

CVC (p.56,57)<br />

Abril (p.58), Veja (p.126,127)<br />

Einstein (p.61), CFMV (p143)<br />

Ponto Frio (p.72,73)<br />

Globo (p.115), Folha (p.116,117),<br />

Spoleto (p.139)<br />

Tabela 14: Peças publicitárias contidas na revista Veja de 07 de setembro de 2011 e suas<br />

categorias<br />

A baixo gráfico demonstrativo de anúncios na revista Veja criado pela pesquisadora:<br />

Gráfico 11-Total de páginas da revista Veja em relação às páginas destinadas aos anúncios


110<br />

O gráfico a cima representa que de 100% das páginas das revistas Veja analisadas,<br />

20% <strong>dos</strong> espaços são reserva<strong>dos</strong> a publicidade e propaganda.<br />

Gráfico 12- Maiores anunciantes da revista Veja, a partir de categorias<br />

O gráfico acima criado pela pesquisadora representa que os maiores anunciantes na<br />

revista Veja são as empresas de veículos com 34%, seguido da categoria empresas/grupos<br />

com 22% e com 17% encontram-se os produtos/serviços. 14% <strong>dos</strong> anunciantes representam a<br />

categoria tecnologia, que vendem computadores, tablets, MP3 entre outros, são eles TV por<br />

assinatura, seguradoras, acessórios entre outros. 11% representam a classe <strong>dos</strong> bancos e para<br />

finalizar com 2% está a categoria, feiras, fóruns, eventos.<br />

Conforme a análise <strong>dos</strong> anúncios das revistas IstoÉ e Veja datadas em maio a<br />

setembro de 2011, pode-se concluir que os anúncios publicitários correspondem entre 20% a<br />

24% das páginas totais das revistas, sendo que a revista IstoÉ em média, possui 132 a 148<br />

páginas ao passo que a revista Veja tem em média 143 a 178 páginas. São 28 a 38 páginas<br />

reservadas a anúncios publicitários na revista IstoÉ, enquanto na revista Veja este número se<br />

eleva para 41 a 59 páginas reservadas para anúncios.


111<br />

Nas dez revistas analisadas foram encontra<strong>dos</strong> 401 anúncios, entre sua maioria<br />

anúncios de bancos, veículos, empresas, tecnologia entre tantos outros. Dentro deste número<br />

de anúncios, não foram encontra<strong>dos</strong> nenhum tipo de destinação às pessoas com deficiência.<br />

Principalmente nos anúncios de veículos, se quer destacaram algum programa inclusivo como<br />

o Honda conduz, Programa Toyota de inclusão, entre outros. Muito menos foi percebido o<br />

pictograma azul com um boneco na cadeira de rodas em branco. Símbolo que representa a<br />

classe.<br />

Pode-se concluir com este estudo, que as pessoas com deficiência, não são vistas<br />

como consumidores ativos por anunciantes das revistas IstoÉ e Veja, representadas nesta<br />

pesquisa como mídias de públicos mistos. Anúncios publicitários destina<strong>dos</strong> as pessoas com<br />

deficiência encontram-se apenas em mídias relacionadas a essas pessoas, ou seja, mídias de<br />

público segmentado.


112<br />

3.3 PROGRAMA TELEVISIVO GLEE<br />

A foto a seguir apresenta os participantes do grupo do coral da escola McKinley<br />

designado como Clube Glee.<br />

Figura 28- Principais membros do Clube Glee 52<br />

Glee é uma série de televisão musical comédia-drama que vai ao ar na Fox nos<br />

Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e no Brasil pela Rede Globo aos sába<strong>dos</strong> pela manhã. Encontra-se na segunda<br />

temporada já encomendada a terceira. A história centra-se no Clube de Glee, o coro da escola<br />

McKinley em Lima, Ohio. O coral é chamado de "New Directions” (Novos Rumos) e<br />

competem no circuito de “show coirs”(mostra de coros). Seus membros, os alunos da escola<br />

McKinley, passam narrando situações de relacionamento, sexualidade e questões sociais,<br />

principalmente ligadas às diferenças. Sua música é outro ponto que faz do seriado, sucesso de<br />

audiência.<br />

52 Fonte http://actionscreen.wordpress.com/category/series/glee/ - Acesso em 05/12/2011.


113<br />

O elenco principal inicial abrange o diretor do Clube Glee e professor de espanhol<br />

Will Schuester, sua esposa Terri Schuester, a treinadora das líderes de torcida Sue Sylvester, a<br />

conselheira de orientação Emma Pillsbury, e oito membros do clube interpreta<strong>dos</strong> por Dianna<br />

Agron, Chris Colfer, Kevin McHale, Lea Michele, Cory Monteith, Amber Riley, Mark<br />

Salling e Jenna Ushkowitz. A série foi criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan ,<br />

que primeiro concebeu Glee como um filme. Na televisão brasileira, a primeira temporada foi<br />

ao ar a partir de 9 de setembro de 2009 a 8 de junho de 2010 no canal da FOX Brasil e no dia<br />

2 de julho de 2011, na Rede Globo.<br />

A música de Glee foi um sucesso comercial, com mais de treze milhões de vendas<br />

digitais individuais e cinco milhões de álbuns vendi<strong>dos</strong>. O marketing da série, inclui também,<br />

lançamentos em DVD e Blu-Ray, uma série de livros, um aplicativo do IPAD , um jogo de<br />

karaoke para o Wii e um reality show para escolher a nova estrela da nova temporada.<br />

A segunda temporada atualmente tem sido indicado para cinco Globos de Ouro,<br />

incluindo Melhor Série de Televisão em Comédia e assim como as nomeações para Matthew<br />

Morrison, Jane Lynch, Lea Michele e Chris Colfer. Em março de 2010 os direitos de exibição<br />

da série foram adquiri<strong>dos</strong> pela Rede Globo de Televisão,e vem sendo exibida na grade da<br />

emissora desde o dia 02 de Julho de 2011, às 11h15. 53<br />

O que chama a atenção para esta série é que retrata o universo <strong>dos</strong> “exclui<strong>dos</strong>”.<br />

Motivou as minorias a se assumirem e a ganharem espaço nos grupos em que fazem parte, ou<br />

seja, no grupo familiar, escolar, profissional, social entre outros.<br />

Glee celebra os menos populares. E, liberta a opressão das minorias de dentro para<br />

fora. A tolerência seja física, sexual, racial é o objetivo do seriado.<br />

A série valoriza e representa milhões de pessoas vistas pela sociedade como incapazes<br />

e diferentes. Seus personagens principais os quais formam o coral “Novos Rumos” da escola<br />

McKinley são aqueles que conforme Matarazzo (2009) as pessoas “normais” de maneira<br />

geral, as enxergam como se fossem invisíveis. São eles 54 :<br />

Glee Club;<br />

Will Schuester: professor de espanhol que tenta resgatar o coral –<br />

53 Fonte http://oglobo.globo.com/cultura/revistadatv/mat/2011/01/17/com-tres-premios-glee-a-grande-vencedoradas-categorias-de-tv-do-globo-de-ouro-923517395.asp<br />

Acesso em 27 de setembro de 2011.<br />

54 Disponível em http://www.canalfox.com.br/br/series/glee/ Acesso em 27 de setembro de 2011


114<br />

Emma Pillsbury: é conselheira pedagógica na escola McKinley.<br />

Gosta de ajudar às pessoas, e sofre de misofobia. É apaixonada pelo professor Will, e lamenta<br />

por ele ser casado, e mais ainda, porque a esposa o trata muito mal;<br />

Finn Hudson: é do time de futebol americano da escola. Gosta de<br />

músicas <strong>dos</strong> anos oitenta, também curte cantar e tocar bateria. Ele foi criado apenas pela sua<br />

mãe, pois seu pai morreu lutando no Oriente Médio. Finn quer que sua mãe se sinta orgulhosa<br />

dele. O clube Glee tem trazido de volta a felicidade na vida deste garoto;<br />

Rachel Berry: É fruto de uma relação homossexual. Seus pais<br />

escolheram uma “mãe” basea<strong>dos</strong> no QI e a beleza. Criaram-na desde pequena para virar uma<br />

estrela. Rachel é perfeccionista e é viciada em internet, principalmente no My Space. Seu<br />

maior sonho é virar atriz da Broadway;<br />

Kurt Hummel: é um soprano de 16 anos, órfão de mãe, seu pai sabe<br />

que ele é homossexual desde que tinha três anos de idade. Ele gosta de se vestir com roupas<br />

da moda e os garotos populares da escola fazem da vida dele um inferno;<br />

Artie Abrams: um <strong>dos</strong> primeiros a entrar no Glee Club. Artie é um<br />

garoto nerd e inteligente, cadeirante desde os oito anos de idade quando sofreu um acidente de<br />

carro com sua mãe, ela nada sofreu, mas ele ficou na cadeira de rodas;<br />

Mercedes Jones: é a típica cantora que sonha em virar uma diva.<br />

Gordinha, ela não gosta de ser ignorada enquanto se apresenta. Seu maior medo é que alguém<br />

machuque seu coração;


115<br />

Tinna Cohen-Chang: representa a cultura oriental. Canta muito<br />

bem, mas possui pouca auto-confiança e por isso na 6º série inventou que era gaga para to<strong>dos</strong><br />

se afastarem dela. Gosta muito do Artie e eles até namoraram. É tímida, emotiva e muito<br />

feminista;<br />

Terri Schuester: é esposa de Will. Vive reclamando por ter que<br />

trabalhar 4 horas por dia, 3 dias na semana na loja "Sheets and Things". Morre de medo de<br />

perder o marido;<br />

Sue Sylvester: é a treinadora do time das torcedoras de McKinley.<br />

É do tipo de pessoa que faz de tudo para vencer na vida. Não apóia e nem gosta do Clube<br />

Glee e de seus membros, pois acha que são to<strong>dos</strong>, pessoas perdedoras;<br />

Noah Puckerman: é o valentão e o pegador. É o personagem que<br />

mais mostra avanço em seu amadurecimento como pessoa, na série. Está em constante<br />

evolução.<br />

Quinn Fabray: faz parte do time das torcedoras de McKinley, é<br />

namorada de Finn Hudson. Ela também é presidenta do clube do celibato, odeia qualquer<br />

coisa proibida pela Bíblia. Ela acha Rachel uma perdedora e faz de tudo para que escola<br />

inteira saiba disso;<br />

Brittany S. Pierce: é uma ex lider de torcida, amiga de Quinn e<br />

Santana. É bissexual e tem um affair as escondidas com Santana. Se junta ao Glee Club<br />

inicialmente para espioná-lo. Já namorou Artie.


116<br />

Kurt Hummel: é um contratenor de 16 anos, melhor amigo de<br />

Mercedes. Ele é homossexual assumido, não tendo nenhum problema com sua opção sexual.<br />

Foi muito recriminado, sofrendo bullyng no colégio, sendo perseguido durante algum tempo<br />

por várias pessoas;<br />

Santana Lopez: Era uma lider de torcida, já teve um caso com<br />

Puck, Matt, Sam e Finn. É ambiciosa e não deixa que ninguém se meta no seu caminho.<br />

Santana atribui seu mal humor ao fato de ter que esconder sua sexualidade, a relação de<br />

amizade com Britanny fez com que Santana se descubrisse homossexual mas tem medo de<br />

sofrer preconceito pelo restante do colégio. 55<br />

Glee é um belo exemplo de como a mídia, aqui referindo-se a televisão, pode ser<br />

grande aliada a inclusão social. Na maioria das vezes, em programas juvenis, os personagens<br />

tendem a ser caracteriza<strong>dos</strong> por belas garotas e garotos, na maior parte das vezes de alto poder<br />

aquisitivo, de cor branca e sem problemas aparentes. Glee defende a classe <strong>dos</strong> jovens menos<br />

populares, ou seja, jovens que não se encaixam nos padrões impostos pela mídia.<br />

O seriado presta um serviço soscial para com a sociedade, no momento em que inclui<br />

as pessoas e aceita as diferenças. Os meios de comunicção precisam quebrar paradigmas e<br />

estereótipos e principalmente dar voz as minorias.<br />

55 Fonte http://wwwstatic.megavideo.com/mv_player3.swf#http://www.megavideo.com/?v=M5ZIWIAI Primeiro<br />

episódio – Acesso em 03 de outubro de 2011.


117<br />

3.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS<br />

Entre os dias 01 a 31 de agosto, foram realiza<strong>dos</strong> os questionários referentes à<br />

pesquisa com lesa<strong>dos</strong> medulares. Foram feitas 30 perguntas em um questionário semi<br />

estruturado, com perguntas abertas e fechadas, de origem qualitativa e quantitativa. As<br />

amostragens foram colhidas a partir do grupo do Sarah Kubistchek na rede social Facebook,<br />

que contém 212 membros de todo o país 56 . Formou a amostragem homens e mulheres de todo<br />

o Brasil que fazem parte do grupo de interesse e relacionamentos do Sarah Kubistchek na rede<br />

social Facebook. To<strong>dos</strong> com lesão medular.<br />

Este questionário visa o entendimento de como e de que maneira estas pessoas<br />

consomem, que mídias mais utilizam para se comunicarem, com o que gastam o seu dinheiro.<br />

Quais são seus sonhos de consumo, seus ídolos e também verificar o nível de satisfação sobre<br />

acessibilidade e para com a mídia. Além de descobrir como as pessoas com deficiência se<br />

enxergam.<br />

Antes de começar a análise é válido tratar de apresentar a página de relacionamento e<br />

interesse, do Sarah Kubistchek na rede social Facebook. A seguir, ilustrações da mesma:<br />

Figura 29- Print Screen 57 da página de interesse do Sarah Kubistchek no Facebook<br />

56 Número de membros do grupo de interesse do Sarah Kubistchek no Facebook até a data de 13 de setembro de<br />

2011. Este número já deve ter mudado.<br />

57 Print Screen serve para capturar telas, ou seja, capturar tudo que está na tela do monitor no momento que a<br />

tecla for pressionada. Encontra-se no canto superior direito do teclado. Fonte http://ufpa.br/dicas/ms/wincapt.htm<br />

- acesso em 13 de novembro de 2011.


118<br />

A figura a cima representa a página do grupo do Sarah no Facebook. O membro<br />

Maria Cristina Rocha alerta sobre o programa do Canal Sportv sobre o documentário “Os<br />

incríveis Pára-Atletas”.<br />

Em outra ocasião a participante do grupo, Yarah Oliveira pede ajuda para saber qual<br />

a melhor cadeira para o tipo de vida que ela leva 58 , ou seja, “[...] saio bastante, tem que ser<br />

uma cadeira leve e boa para agüentar essas ruas que é só por Deus...me de umas dicas.” Logo<br />

a baixo, seguem os comentários de outros membros : Brazuka Saavedra - Chegou a minha<br />

dinâmica New Adjustável com a roda X Core no dia 20/09. Estou adorando essa cadeira. Já,<br />

Fernando Rodrigues comenta: É isso ai galera, tomem bastante cuidado com cadeiras que só<br />

tem nome.<br />

Juliana Dezzem pede ajuda aos membros do grupo em relação a prova da OAB: “<br />

Olá, algum tetraplégico que fez faculdade de direito e prestou exame da Ordem, pode me<br />

dizer como é a prova especial?”<br />

Fábio Grando, em outra situação diz: “Olá, vcs sabem de lugares que adaptam carros<br />

para deficientes? Estou precisando comprar um "pomo de 3 pontas". Se for no DF melhor,<br />

mas aceito dicas de to<strong>dos</strong> lugares do Brasil pra pesquisar os preços. Desde já agradeço a ajuda<br />

;)” 59 Algumas respostas foram dadas entre elas de: Antonio Veras Santos: “Os melhores<br />

preços de adaptaçãoes é no Paulo adaptaçãoes que fica em Santa Maria Norte -DF e telefone<br />

dele e 33950061. Lá ele tem to<strong>dos</strong> os demais acessórios.” Já, Gustavo Wapler comenta: “<br />

www.helioadaptacoes.com.br esses caras de BH representam a marca italiana Gui<strong>dos</strong> Implex<br />

que é a maior do mundo em adaptações, deve ter algum revendedor no DF. Meu carro ta<br />

chegando e vou colocar os equipamentos deles.”<br />

Wagner Galdencio desabafa: “Acabei de chegar da Pajuçara, visitei 8 pousadas e<br />

nenhuma das 8 era acessível, isso é absurdo! tá difícil achar uma pousada em Maceió<br />

acessível, fora pousada Barra Bonita que fica na Barra de são Miguel.” Entre várias respostas<br />

segue a de Flávia Batista: “ Chato né...aqui no Rio não é diferente”. Wagner Gaudencio<br />

responde: “ Eu acho que é pré-conceito Flávia Batista, do tipo financeiro, acha que toda<br />

pessoa com deficiência não poderá pagar uma diária em um lugar assim. Hoje eu disse pra um<br />

administrador que muitas vezes não procuramos porque sabem da falta de acessibilidade, se<br />

existisse com certeza procurariamos, certo?”. E, Flávia retruca: “Certíssimo ... mas estamos<br />

no caminho certo ... botando a cara. Este debate teve mais de 20 comentários.<br />

58 Anexo B, p. 143<br />

59 Anexo B, p.143


119<br />

Como pode-se perceber, as pessoas com deficiência não possuem to<strong>dos</strong> os tipos de<br />

informações ao seu alcançe. Precisam correr a grupos de interese na internet para obter<br />

conhcimento <strong>dos</strong> mais varia<strong>dos</strong> assuntos. Tais como produtos e serviços, informações sobre<br />

direitos e deveres e até mesmo informações sobre a própria deficiência. Como na maioria das<br />

vezes a deficiência é adquirida durante a vida, as pessoas acabam iniciando uma nova jornada<br />

num mundo completamente desconhecido até então, o da deficiência física. A lesão medular<br />

chega sem avisar e de uma hora para outra, as pessoas, pós trauma, se deparam com uma<br />

sociedade que as barram no direito de ir vir no sentido arquitetônico, individualista,<br />

profissional e principalmento no sentido pré conceitual.<br />

3.4.1 Análises <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Entre os dias 01 a 31 de agosto, foram realiza<strong>dos</strong> os questionários referentes à<br />

pesquisa com lesa<strong>dos</strong> medulares. Foram feitas 31 perguntas em um questionário semi<br />

estruturado, com 27 perguntas fechadas e 4 perguntas abertas, de origem qualitativa e<br />

quantitativa. As amostragens foram colhidas a partir do grupo do Sarah Kubistchek na rede<br />

social Facebook, que contém 212 membros de todo o país. Formou a amostragem homens e<br />

mulheres de todo o Brasil que fazem parte do grupo de interesse e relacionamentos do Sarah<br />

Kubistchek na rede social Facebook. To<strong>dos</strong> com lesão medular.<br />

O questionário foi desenvolvido a partir do programa do Google, o DOCS, aplicado<br />

online, com 45 lesa<strong>dos</strong> medulares de todo o Brasil a partir do grupo de relacionamento e<br />

interesse do Sarah Kubistchek na rede social Facebook. 60 A partir das respostas das perguntas<br />

do questionário, a pesquisadora criou gráficos para quantificar os resulta<strong>dos</strong>.<br />

A seguir segue o questionário aplicado durante os dias 01 a 31 de agosto de 2011<br />

com membros do grupo do Sarah Kubistchek na rede social Facebook:<br />

60 Anexo C, p.156


120<br />

1) Nome:................................................................................................................................<br />

2) Idade:.................................................................................................................................<br />

3) Escolaridade:.....................................................................................................................<br />

4) Profissão:...........................................................................................................................<br />

5) Estado Civil:.....................................................................................................................<br />

6) Cidade:..............................................................................................................................<br />

7) Email:................................................................................................................................<br />

8) Altura e motivo da lesão:..................................................................................................<br />

9) Qual destes meios de comunicação você mais utiliza diariamente?<br />

TV Rádio Jornal Revista Internet Outro ..................<br />

10) Você costuma ler revistas? Sim Não<br />

11) Você conhece a revista Senti<strong>dos</strong>? Sim Não<br />

12) Você costuma acompanhar mídias segmentadas para Pessoa com Deficiência?<br />

Sim<br />

Não<br />

13) Você é quem faz suas compras na maioria das vezes? Sim Não<br />

14) Qual é o seu sonho de consumo? ....................................................................................<br />

15) Em que você mais gasta o seu dinheiro?..........................................................................<br />

16) Como você faz suas compras? Ponto de Venda........ Online...........Outro...................<br />

17) Você acompanha as novidades tecnológicas? Sim Não<br />

18) Você acompanha as tendências de moda? Sim, a risca Sim, mas sem se<br />

preocupar muito<br />

Não, nenhum pouco<br />

19) Qual é o seu ídolo?...........................................................................................................<br />

20) O que mais gosta de fazer?..............................................................................................<br />

21) Como devem chamar a classe? Portadores de necessidades especiais<br />

Cadeirantes Portadores de deficiência Pessoa com deficiência<br />

22) Você possui carro? Sim Não<br />

23) Nas questões a seguir indique o seu grau de satisfação, sendo 1 a 3 muito insatisfeito ,<br />

4 a 6 satisfeito e 7 a 9 muito satisfeito<br />

Em relação a personagens/ modelos<br />

24) Em novela: 1 a 3 4 a 6 7 a 9<br />

25) Em anúncios publicitários: 1 a 3 4 a 6 7 a 9<br />

Em relação à acessibilidade<br />

26) Em centro de compras: 1 a 3 4 a 6 7 a 9


121<br />

27) Em sua casa: 1 a 3 4 a 6 7 a 9<br />

28) Em lugares de lazer: 1 a 3 4 a 6 7 a 9<br />

29) Em relação às propagandas voltadas a Pessoa com Deficiência:<br />

1 a 3 4 a 6 7 a 9<br />

30) Em relação a produtos para a Pessoa com Deficiência:<br />

1 a 3 4 a 6 7 a 9<br />

31) Em relação a informações sobre a deficiência:<br />

1 a 3 4 a 6 7 a 9<br />

Apresentamos primeiramente os nomes <strong>dos</strong> participantes e seus contatos:<br />

1 RODRIDO CARASAI – rcarasai@gmail.com<br />

2 ADRIANO DALMEDICO – Adriano.dalmedico@gmail.com<br />

3 DIEGO BECKER – diegobecker00@gmail.com<br />

4 ANTONIO VERAS - verasgold@hotmail.com<br />

5 FABIULA - biulacat@yahoo.com.br<br />

6 G.........<br />

7 PAULO RODRIGUES - paulobergallo@gmail.com<br />

8 FÁBIO GRANDO - fabiohfg@hotmail.com<br />

9 EMANUELLI FRANÇA PASQUALOTTO - m4nuh@hotmail.com<br />

10 RODRIGO SOUZA - digu_capao@hotmail.com<br />

11 GREICE DIETRICH - greicedietrich10@hotmail.com<br />

12 TATIANA - tatizinnha@gmail.com<br />

13 GUSTAVO - wapler@gmail.com<br />

14 GUILHERME - karka_01@hotmail.com<br />

15 ALEX GONZAGA - xandy30@hotmail.com<br />

16 JOSÉ HIGINO - josehigino@gmail.com<br />

17 MARCIO NASCIMENTO REZENDE FILHO - marcinhoitba@hotmail.com<br />

18 RAQUEL SARAIVA SOARES - raquelsaraiva2005@hotmail.com<br />

19 TÂNIA MANSKE - tatylair@hotmail.com<br />

20 BRENO NOGUEIRA DA ROSA - brenonogueira@gmail.com<br />

21 CAMILA LIMA - camilamlm@hotmail.com


122<br />

22 MICHELLY VIEIRA MARQUES - michellyvieira@yahoo.com.br<br />

23 LUIZ ALBERTO B. DE CASTRO - Niterói luiz@rugbiabrc.org.br<br />

24 YMANITU - ymanitu@hotmail.com<br />

25 ANDRÉA RIBEIRO - andrews.ribeiro@hotmail.com<br />

26 KARINA REINHOLD BERTOLINO - karina-bel15@hotmail.com<br />

27 FÁBIO ARAÚJO DE HOLANDA SOUZA - fabio@ideiasdobrasil.org<br />

28 JUCIELI - jucielirodrigues@hotmail.com<br />

29 IARA OLIVEIRA LINDA - yara_guialan@hotmail.com<br />

30 FLÁVIA BATISTA - vinha.1976@hotmail.com<br />

31 MARCELO BARROS - marcelo.barros.design@gmail.com<br />

32 HENRY - henrymendes@yahoo.com.br<br />

33 ALESSANDRO R CARAÇA - caracalessandro@hotmail.com<br />

34 CRISTHIANE TUNES - cristhiane237@hotmail.com<br />

35 ADRIANO GARCIA - adrianogarciavet@gmail.com<br />

36 SILVANA CARINA FRITZEN - silvana_fritzen@brturbo.com.br<br />

37 THIAGO SARTOR - thiago.sartor19@hotmail.com<br />

38 FÁBIO HOLANDA - fahol@hotmail.com<br />

39 PAULO CESAR ESTEVINHO - paulo@estevinho.net<br />

40 ADEMIR DA SILVA JÚNIOR - asjjunior@yahoo.com.br<br />

41 MÁRCIO FOLLE - folle.pirelli@ig.com.br<br />

42 MARCUS VINICIUS BASILIO DE FREITAS -<br />

marcolinofifit@hotmail.com<br />

43 FELIPE TRIGINELLI - trigineli@hotmail.com<br />

44 SÉRGIO COSTA - s.de.costa@uol.com.br<br />

45 IVAN JOSÉ DE SOUZA - bivan2326@hotmail.com<br />

To<strong>dos</strong> os gráficos aqui representa<strong>dos</strong> foram cria<strong>dos</strong> pela pesquisadora, a partir das<br />

respostas <strong>dos</strong> participantes do questionário realizado. Foram cria<strong>dos</strong> gráficos para quantificar<br />

e entender melhor em forma de números, as questões apresentadas no questionário.<br />

O gráfico a seguir, criado pela pesquisadora, representa a porcentagem das idades<br />

<strong>dos</strong> entrevista<strong>dos</strong>, lembrando que formam a amostragem, 45 pessoas de todo o Brasil que<br />

responderam ao questionário. Percebe-se que 42% representam as idades entre 25 a 32 anos,<br />

27% 21 a 26 anos, 18% 33 a 38 anos, 7% acima de 39 anos e 6 % de 15 a 20 anos.


123<br />

Nota-se que os participantes do questionário, em sua maioria, possuem idades entre<br />

25 a 32 anos, idades essas que representam a fase do maior índice de produtividade do ser<br />

humano, ou seja, a fase em que as pessoas se firmam profissionalmente, concluem a<br />

<strong>universidade</strong>, contudo, também, a fase em que as pessoas formam suas famílias.<br />

Gráfico 13- Porcentual das idades <strong>dos</strong> participantes do questionário<br />

O gráfico a seguir representa as causas das lesões <strong>dos</strong> entrevista<strong>dos</strong>. Com 47%<br />

encontram-se acidentes automobilísticos, 24% mergulho, 16% lesão por projétil de arma de<br />

fogo, 11% outros como vírus e com 2% estão às quedas.<br />

Com este índice podemos concluir que faltam campanhas nacionais de prevenção de<br />

acidentes e principalmente de fiscalizações mais rígidas. Pode-se dizer que de todas as causas<br />

das lesões acima apresentadas, são obtidas a partir da imprudência. No que diz respeito ao<br />

trânsito a imprudência se dá pelo o não uso do cinto de segurança, alta velocidade e<br />

principalmente a ingestão de bebidas alcoólicas somadas à direção. No mergulho pode- se<br />

dizer que a imprudência está em nadar, pular em águas desconhecidas que podem esconder<br />

alguns perigos como <strong>rocha</strong>s e banco de areias. Também não podemos deixar de estabelecer a<br />

soma de bebidas alcoólicas com banhos de piscina, mares, cachoeiras e rios. A lesão por<br />

projétil de arma de fogo se dá primeiramente pela imprudência de possuir armas sem ter porte<br />

da mesma e treinamentos específicos, também em brigas e assaltos. Em quedas a imprudência


124<br />

se dá primeiramente pela execução de trabalhos destina<strong>dos</strong> a profissionais como limpeza de<br />

telha<strong>dos</strong>, poda de árvores entre outros. Apenas na categoria outros, as lesões não possuem<br />

uma causa específica. É transmitida por um vírus que se aloja na medula tendo como<br />

resultado um trauma medular, que deixam as pessoas na maioria das vezes, na cadeira de<br />

rodas.<br />

Gráfico 14- Causas das lesões em sua maioria<br />

Sobre profissões, a presente pesquisa demonstrou que a lesão medular está presente<br />

nos mais diferentes ofícios entre eles estão: aposenta<strong>dos</strong>, encosta<strong>dos</strong>, psicólogos, produtor<br />

áudio visual, jornalistas, estudantes, professores, administrador. Assistente social, autônomo,<br />

nutricionista, médico, socióloga, biólogas, técnico administrativo, publicitária, esteticista,<br />

servidores públicos, promotora de vendas, desing gráfico, engenheiro civil, veterinário,<br />

vendedor, militar, web desing e técnico em seguros. Isto quer dizer que o trauma medular<br />

pode vir a acontecer com qualquer pessoa, sem distinção de raça, credo e classe social.


125<br />

Gráfico 15- As profissões <strong>dos</strong> participantes do questionário<br />

Sobre sonho de consumo, a presente pesquisa demonstrou que o sonho da casa<br />

própria atravessa as diferenças e o questionário demonstrou que as pessoas com deficiência<br />

sonham com: casa própria/ adaptada, filho, carro adaptado, triciclo da BMW, Hammer.<br />

Surgiram as pessoas que não possuem nenhum sonho de consumo. Apartamento, virar<br />

paraplégica, independência, carro de rally adaptado, cadeira motorizada, produtos para<br />

deficiência imprta<strong>dos</strong>, IPad, ônibus, cura da lesão medular, voltar a andar, viajar, cadeira Top<br />

end titânio, exoesqueleto, mundo adaptado, ser feliz, empresa de desing legalizada, ter de<br />

volta os movimentos das mãos e as funções sexuais sem remédios, indepedência financeira,<br />

Chevrolet Camaro, campeão pára olímpico, Fiat Punto. Neste sentido percebe-se que a<br />

inclusão social pode se dar a partir do consumo, visto que pessoas com deficiência e aquelas<br />

que são vistas como “normais” possuem sonhos de consumo pareci<strong>dos</strong> começando pela<br />

necessidade de moradia. As empresas de produtos/serviços devem estar mais antenadas para<br />

uma classe que apesar de possuírem diferenças físicas em relação à maioria, possuem sonhos<br />

de consumo como outra pessoa qualquer. Porém ao mesmo tempo que as pessoas com<br />

deficiência sentem a necessidade do consumo, os criadores de bens e serviços não as<br />

enxergam como consumidoras.


126<br />

Gráfico 16- Sonho de consumo<br />

Sobre onde os participantes investem mais os seus dinheiros, a presente pesquisa<br />

demonstrou que os participantes da pesquisa investem em: alimentação, casa, produtos<br />

hospitalares, família, saídas, vestuário, eletrônicos, saúde, fisioterapia, balada, medicamentos,<br />

transporte, acessibilidade, investimento próprio, produtos de beleza, tratamentos, viagens,<br />

sapatos, livros, lazer, cadeira de rodas, tecnologias, compras online, manutenção de<br />

computador.<br />

A grande diferença <strong>dos</strong> gastos das pessoas com deficiência em relação as que não as<br />

possuem é o gasto com a saúde. Para se ter uma idéia, os lesa<strong>dos</strong> medulares em sua maioria,<br />

não possuem controle de suas necessidades fisiológicas como bexiga e intestinos, assim<br />

necessitam de sondas de alívio para poderem urinar, muitos utilizam fraldas, luvas,<br />

medicamentos, enfim, tudo isso é um custo a mais que esta classe possui para viver com<br />

qualidade de vida.


127<br />

Gráfico 17- Em que os participantes investem mais o seu dinheiro<br />

Sobre ídolos, a presente pesquisa demonstrou que a fé vem em primeiro lugar para a<br />

vida <strong>dos</strong> lesa<strong>dos</strong> medulares, segui<strong>dos</strong> por atletas, família, artistas. Também surgiram aqueles<br />

que não possuem admirações por pessoas ou energias.<br />

Como todas as pessoas os lesa<strong>dos</strong> medulares possuem admirações por outras pessoas<br />

e energias, sejam elas atletas, artistas, Deus, familiares entre outros. Confirma-se aqui que a<br />

grande diferença da classe para a sociedade está no problema físico, não na sua diminuição.


128<br />

Gráfico 18- Quem são seus Ídolos<br />

Sobre o que mais gostam de fazer, o presente questionário demonstrou que os<br />

participantes gostam mais de: passear, namorar, internet, esportes, viajar, ver jogos de futebol,<br />

filmes, viver, trabalhar, dirigir, comer, conversar, rodar, cinema, violão, sonhar, cantar,<br />

diversão, fazenda, beber, família, negócios, balada, amigos. Isto representa também a<br />

normalidade sobre as opções de lazer que a classe tem em relação aos cidadãos em geral. Os<br />

participantes gostam de coisas normais como qualquer outro cidadão.


129<br />

Gráfico 19- O que mais gostam de fazer<br />

O gráfico a seguir representa o grau de instrução <strong>dos</strong> participantes do questiório e são<br />

na maioria, com ensino superior completo representado por 42% <strong>dos</strong> participantes do<br />

questionário em relação a 28% superior incompleto que pode-se dizer que estão em<br />

andamento com o ensino superior ou mesmo que pararam no caminho. Com 26% estão<br />

aqueles com ensino médio completo e para finalizar com 2% cada, estão aqueles que possuem<br />

ensino médio incompleto e fundamental incompleto.


130<br />

Gráfico 20- Grau de instrução <strong>dos</strong> participantes<br />

O gráfico a seguir representa o estado civil <strong>dos</strong> entrevista<strong>dos</strong>, que em suma maioria<br />

são solteiros. Este dado pode vir a estar relacionado ao preconceito. Sabendo que as idades<br />

<strong>dos</strong> participantes do questionário correspondem 26 a 32 anos de idade, pode-se dizer que<br />

nesta idade os jovens possuem relacionamentos pouco duradouros ou até mesmo sérios. Mas<br />

depois de um trauma no auge da vida, muitos <strong>dos</strong> companheiros e companheiras deixam <strong>dos</strong><br />

seus respectivos pares. Muitos por falta de coragem de seguir em frente um relacionamento<br />

com uma pessoa com deficiência, ou mesmo por imaturidade e principalmente pelo<br />

individualismo. É muito difícil um casamento prosseguir após uma lesão medular. 61<br />

61 Coloco estes da<strong>dos</strong>, pois freqüento a associação <strong>dos</strong> Lesa<strong>dos</strong> Medulares do Rio Grande do Sul, a LEME. Nesta<br />

associação tenho a oportunidade de conviver diariamente com mais de 50 lesa<strong>dos</strong> medulares e a maior parte <strong>dos</strong><br />

associa<strong>dos</strong>, na época do acidente eram casa<strong>dos</strong> ou possuíam namora<strong>dos</strong> ou namoradas. Após trauma, seus<br />

relacionamentos acabaram. Também pode-se dizer que a renda diminui e isso gera stress na família pelo fato da<br />

invalidez e até os acidenta<strong>dos</strong> voltarem a ativa de seus trabalhos levam-se algum tempo. Em muitos casos, as<br />

pessoas após trauma medular, não são mais aptas ao trabalho e assim são aposentadas pelo INSS.


131<br />

Gráfico 21- Estado civil <strong>dos</strong> participantes<br />

O gráfico a baixo representa os meios de comunicação mais utiliza<strong>dos</strong> pelos lesa<strong>dos</strong><br />

medulares participantes. Com a maioria <strong>dos</strong> votos a internet disparou com 82% das respostas.<br />

Este dado está intimamente ligado ao fácil acesso e a atualidade das informações que só a<br />

internet dá.


132<br />

Gráfico 22- Meios de comunicação mais utiliza<strong>dos</strong><br />

O gráfico a seguir representa se os participantes costumam ler revistas. constatou-se<br />

que em sua maioria com 67% <strong>dos</strong> lesa<strong>dos</strong> medulares que participaram do questionário,<br />

costumam sim, ler revistas.<br />

Gráfico 23- Participantes leitores e não leitores de revistas


133<br />

O gráfico a baixo representa se os participantes da pesquisa conhecem a revista<br />

segmentada Senti<strong>dos</strong>. Em sua maioria com 56%, os participantes do questionário o<br />

questionário não conhecem a revista.<br />

Gráfico 24 - Conhecimento a respeito da revista Senti<strong>dos</strong><br />

O gráfico a seguir representa se os participantes costumam acompanhar mídias<br />

segmentadas que dizem respeito às pessoas com deficiência. O resultado foi que sim, os<br />

participantes com 82% procuram se interar em mídias segmentadas


134<br />

Gráfico 25 - Busca por mídias segmentadas<br />

O gráfico a baixo representa se são os próprios participantes da pesquisa que<br />

costumam fazer suas compras. Em sua maioria com 82%, são os próprios participantes que<br />

fazem suas compras. Com este dado pode-se dizer que aqueles que representam os 16% <strong>dos</strong><br />

que não fazem suas próprias compras possuem lesões que tornam suas habilidades<br />

fragilizadas, ou seja, são aqueles que tiveram lesões altas como, por exemplo, no pescoço e<br />

esta lesão causa comprometimento de membros superiores e neste caso, necessitam de ajuda<br />

para realizar as tarefas do dia a dia. Entre elas estão, banho, compras, vestir-se, ajuda para<br />

comer e assim por diante...


135<br />

Gráfico 26- Como costumam fazer suas compras<br />

O Próximo gráfico diz respeito ao hábito/maneira <strong>dos</strong> participantes do questionário<br />

de fazerem suas compras. Com 60% foi concluído que os participantes costumam ir até o<br />

ponto de venda para realizarem suas compras. Logo com 20% estão aqueles que preferem<br />

comprar pela internet e com 13% estão outras maneiras de consumir.


136<br />

Gráfico 27- Como os participantes fazem suas compras<br />

O gráfico a seguir corresponde ao costume <strong>dos</strong> participantes em acompanhar as<br />

tendências tecnológicas. Com 89%, a grande maioria segue as tendências tecnológicas, que<br />

correspondem às novidades em telefonia, informática, som, televisores entre outros. Já, com<br />

11% estão as pessoas que não buscam estar em constante busca por novidades tecnológicas<br />

Gráfico 28- Preocupação em seguir as tendências tecnológicas


137<br />

A seguir segue o gráfico que corresponde ao costume <strong>dos</strong> participantes em<br />

acompanhar as tendências da moda. Com 65% as pessoas acompanham as tendências da<br />

moda sem se preocupar muito. Com 22% estão aquelas que de nenhuma maneira seguem as<br />

tendências da moda e para finalizar com 13% estão aqueles que buscam estarem de acordo<br />

com as tendências da moda.<br />

Gráfico 29- Preocupação em seguir as tendências da moda<br />

O gráfico a baixo diz respeito de como a classe das pessoas com deficiência, de<br />

acordo com a opinião <strong>dos</strong> próprios participantes do questionário, devem ser chamada. Com<br />

este dado percebe-se a confusão que os próprios participantes do questionário fazem em<br />

relação à terminologia de como devem ser chama<strong>dos</strong> a classe das pessoas com deficiência.<br />

Bem diferentes das bibliografias existentes sobre deficiência, as pessoas aqui delimitadas as<br />

que responderam ao questionário, com uma porcentagem de 29%, acham que a classe deve<br />

ser chamada de cadeirantes. Com 20% estão empata<strong>dos</strong> os termos pessoas com deficiência e<br />

portadores de necessidades especiais, logo em seguida com 18% os participantes acham que a<br />

classe deve ser chamada de portadores de deficiência. Outros termos correspondem a 13%. A<br />

terminologia adequada, legitimada na literatura é pessoa com deficiência, pois em primeiro<br />

lugar existe uma pessoa que dentre outras tantas possui uma deficiência. Cadeirantes não se


138<br />

utiliza mais, pois a palavra carrega preconceitos quando diminui a pessoa a uma cadeira.<br />

Portadores de deficiência não é mais usado por que ninguém porta olhos azuis ou cabelos<br />

longos, contudo as pessoas não portam a deficiência. Portadores de necessidades especiais<br />

não é adequado, pois todas as pessoas são especiais. Não é por causa da deficiência que a<br />

pessoa se torna de uma hora para outra uma pessoa especial. Diga-se assim, pelo fato de as<br />

pessoas serem diferentes umas das outras, apesar da deficiência. Existem pessoas com<br />

deficiência, honestas e desonestas, humanas e desumanas entre outras.<br />

Gráfico 30- Como deve ser chamada a classe<br />

O próximo gráfico representa dentre os participantes aqueles que possuem carro e os<br />

que não possuem. Com 62% <strong>dos</strong> participantes do questionário possuem carro contra 38% que<br />

não o possui.


139<br />

Gráfico 31- Participantes que possuem veículos<br />

O próximo passo do questionário realizado foi o de os participantes indicarem os<br />

seus graus de satisfação em relação à acessibilidade, em relação a personagens e modelos,<br />

anúncios publicitários, em relação a propagandas e informações voltadas a pessoa com<br />

deficiência:<br />

muito satisfeito:<br />

Indique o seu grau de satisfação, sendo 1 a 3 muito insatisfeito, 4 a 6 satisfeito e 7 a 9<br />

Em relação a personagens / modelos<br />

Em novelas:


140<br />

Gráfico 32 – Nível de satisfação em relação a personagens de novelas<br />

O gráfico acima representou que em relação ao nível de satisfação a personagens de<br />

novelas que utilizam a cadeira de rodas, a maioria respondeu o número 6 que representa que<br />

os participantes estão satisfeito com os personagens.<br />

Em anúncios publicitários<br />

Gráfico 33 - Nível de satisfação em relação a anúncios publicitários<br />

O gráfico acima representou que em relação ao nível de satisfação em anúncios<br />

publicitários destina<strong>dos</strong> a classe, a maioria respondeu o número 4 e 5 que representa que os


141<br />

participantes estão satisfeito com a publicidade. Em segundo lugar os participantes indicaram<br />

o número 1 que representa um grau de satisfação muito baixo, ou seja, muito insatisfeitos.<br />

Em relação à acessibilidade:<br />

Em centros de compras<br />

Gráfico 34 - Nível de satisfação em relação à acessibilidade em centros de compras<br />

O gráfico acima representou que em relação ao nível de satisfação a acessibilidade<br />

em centro de compras, a maioria respondeu o número 1 que representa que os participantes<br />

estão muito insatisfeitos. Isso representa a falta de acesso para o consumo.<br />

Em sua casa


142<br />

Gráfico 35 - Nível de satisfação em relação à acessibilidade em seus lares<br />

. O gráfico acima representou que em relação ao nível de satisfação a acessibilidade<br />

em suas próprias casas, a maioria respondeu o número 7 que representa que os participantes<br />

estão muito satisfeitos com o acesso em seus lares.<br />

Em centro de lazer<br />

Gráfico 36 - Nível de satisfação em relação à acessibilidade em centros de lazer


143<br />

O gráfico acima representou que em relação ao nível de satisfação a acessibilidade<br />

em lugares de lazer, a maioria respondeu o número 1,2 e 3, números esses que representam o<br />

grau de insatisfação <strong>dos</strong> participantes. Isso quer dizer que a falta de acesso faz com que as<br />

pessoas com deficiência não possam aproveitar qualquer lugar que represente lazer.<br />

Em relação a propagandas voltadas as Pessoas com Deficiência<br />

Gráfico 37 - Nível de satisfação em relação a propagandas voltada as pessoas com deficiência<br />

O gráfico acima representou que em relação ao nível de satisfação as propagandas<br />

dirigidas às pessoas com deficiência, a maioria respondeu o número 1 que representa que os<br />

participantes estão muito insatisfeitos com propagandas destinadas a eles.<br />

Em relação a produtos para a Pessoa com Deficiência


144<br />

Gráfico 38 - Nível de satisfação em relação a produtos para a pessoa com deficiência<br />

O gráfico acima representou que em relação ao nível de satisfação a produtos<br />

destina<strong>dos</strong> a pessoa com deficiência, a maioria respondeu o número 1 que representa que os<br />

participantes estão muito insatisfeitos com os produtos destina<strong>dos</strong> a eles.<br />

Em relação a informações sobre a deficiência<br />

Gráfico 39 - Nível de satisfação em relação a informações sobre a deficiência


145<br />

O gráfico acima representou que, em relação ao nível de satisfação ao acesso a<br />

informações sobre a deficiência, a maioria respondeu o número 5 que representa que os<br />

participantes estão satisfeitos com o acesso às informações sobre a deficiência, seguido <strong>dos</strong><br />

números 1,2,3 que representa que muitos estão muito insatisfeitos com o acesso às<br />

informações sobre a deficiência.<br />

A internet em suas ramificações como, por exemplo, as redes sociais como<br />

Facebook, Youtube, Orkut, Twitter tornou-se fonte de desabafos, troca de experiências e<br />

informação, das pessoas em vulnerabilidade, principalmente as pessoas com deficiência, no<br />

sentido de expor a realidade de cada um e poder compartilhar experiência. A internet oferece<br />

às pessoas com deficiência, o livre acesso e não representa barreiras. Os internautas podem<br />

ser, por de trás da tela do computador, quem quiserem, pois para a comunicação se dar na<br />

internet não é preciso estar fisicamente com outra pessoa. Por conta disso, não se percebe<br />

preconceitos a partir das diferenças físicas.


146<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Para finalizar este trabalho, cabe fazer algumas considerações no intuito de<br />

sistematizar as questões e os entendimentos formula<strong>dos</strong> ao longo da pesquisa. Para tanto, é<br />

importante recolocar o problema que gerou esta investigação e as hipóteses levantadas no<br />

início do trabalho. No primeiro caso buscou-se verificar como anúncios publicitários em<br />

mídias variadas tais como revistas, internet e televisão caracterizam as pessoas com<br />

deficiência com déficit motor e a partir de então, pensou-se na inclusão social das mesmas,<br />

enquanto nicho de mercado, através do consumo, o que nos levou a análise <strong>dos</strong> anúncios<br />

específicos para este publico alvo.<br />

No desenvolvimento desse trabalho, mais precisamente no primeiro capítulo, foram<br />

aborda<strong>dos</strong> conceitos sobre publicidade e propaganda, seleciona<strong>dos</strong> os autores<br />

Barbosa/Rabarça (1987), Santa‟Anna (1998), Pinho (1991) e Sampaio (1999). Em seguida,<br />

foi abordado um breve histórico da chegada do meio de comunicação revista no Brasil,<br />

conceitos e definições da mesma. Os autores que fundamentaram esses conceitos foram Mira<br />

(2001), Sampaio (2003), Sant‟Anna (1998) e Pinho (1991). No próximo momento, foram<br />

cita<strong>dos</strong> conceitos sobre anúncios publicitários a partir de Sant‟Anna (1998),<br />

Vestergaard/Schroder (2000), Pinho (1991) e Silva (2005). Para o estudo do texto publicitário<br />

em anúncios, em relação à sua eficiência, utilizaram-se como referências, Sant‟Anna (1998),<br />

Vestergaard/Schroder (2000), Pinho (1991) e Carvalho (1996). Foram apresentadas também<br />

as definições de imagem e a sua utilidade no anúncio publicitário no sentido de reforçar os<br />

valores de atenção e sua eficácia. Os autores que fundamentaram esse capítulo foram<br />

Sant‟Anna (1998), Vestergaard/Schroder (2000), Aumont (1993), Jolly (1996) e Silva (2005).<br />

Para chegar aos conceitos sobre pessoas com deficiência, as referências consultadas foram<br />

documentos sobre o tema no MEC 62 (1994), ONU 63 (1975) e Carneiro (1998).<br />

O último momento de teorização do estudo tratou da discussão do papel da<br />

publicidade no processo de inclusão social das pessoas com deficiência física no campo da<br />

locomoção e sua inclusão social através do consumo. Os autores referências foram Sassaki<br />

(1997), Werneck (2000), Veet Vivarta (2003), Haendchen (2006), Silva 2005), Mello (2009) e<br />

Vestergaard/Schroder (2000).<br />

62 MEC – Ministério da Educação e Cultura.<br />

63 ONU – Organização das Nações Unidas.


147<br />

O último capítulo traz as conclusões das análises <strong>dos</strong> questionários realiza<strong>dos</strong> com os<br />

membros do grupo do Sarah Kubistchek, na rede social Facebook. Foram cria<strong>dos</strong> gráficos<br />

para quantificar as respostas e a partir daí houve as conclusões do estudo.<br />

Durante a pesquisa foram analisa<strong>dos</strong> anúncios publicitários para então serem<br />

estuda<strong>dos</strong> sobre a ótica da estruturação do mesmo e sua eficácia enquanto criadores de<br />

identidades e maneiras de consumo. E, foram feitas análises de anúncios de duas revistas<br />

Senti<strong>dos</strong>, mais precisamente anúncios de veículos e cadeira de rodas. Além de uma análise de<br />

to<strong>dos</strong> os anúncios a partir de dez revistas Veja e IstoÉ, diga-se, cinco exemplares de cada<br />

uma, para que se verifique se as pessoas com deficiência são apresentada em seus anúncios ou<br />

se seus anúncios apresentam produtos para as mesmas. Com o desenrolar da pesquisa houve a<br />

necessidade de ampliar o foco principal de anúncios impressos em revistas para uma pesquisa<br />

de reconhecimento da inclusão social, partindo de iniciativas em mídias como internet e<br />

televisão. A pesquisa em internet ficou restrita, na rede social Facebook, respectivamente na<br />

página do grupo de relacionamento e interesse do Centro de Reabilitação Sarah Kubistchek na<br />

respectiva rede. Na televisão, procurou-se trazer à tona programas inclusivos como o seriado e<br />

musical Glee, o qual traz a mensagem de que to<strong>dos</strong> somos iguais e que problemas to<strong>dos</strong><br />

temos, uns maiores ou menores, piores ou melhores. O seriado faz com que as pessoas se<br />

assumam e se aceitem do jeito que realmente são. A tolerência seja física, sexual, racial é o<br />

objetivo do seriado.<br />

Este trabalho partiu de um desejo da pesquisadora, estudante de Publicidade e<br />

Propaganda em confirmar se a inclusão social pode também se manifestar através do<br />

consumo. O tema deste trabalho foi escolhido no início de 2010, um ano após o acidente com<br />

o marido desta pesquisadora, Rodrigo Carasai, em uma piscina, e que o deixou tetraplégico. A<br />

partir daí percebeu-se o quão raros eram os anúncios publicitários para esse segmento, e, mais<br />

ainda, como os anúncios publicitários retratavam de forma estigmatizada, a imagem das<br />

pessoas com deficiência − aqui delimitadas apenas aos indivíduos com deficiência<br />

relacionada à mobilidade.<br />

Ao longo do trabalho defendeu-se a hipótese de que as pessoas com deficiência<br />

física, não eram consideradas, pelas grandes marcas, consumidores em potencial. A pesquisa<br />

deu conta desta hipótese, partindo em primeiro lugar, do número de pessoas com deficiência<br />

no Brasil, o qual não é pequeno. Atualmente, segundo o último senso realizado no ano de<br />

2000, são mais de 24 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, 14,5% da população. Um<br />

número que, certamente não representa uma minoria, se levarmos em conta a população de<br />

vários países. Ao mesmo tempo em que temos mais de 24 milhões de pessoas com


148<br />

deficiência, podemos considerar que intimamente envolvi<strong>dos</strong> a este porcentual, estão as<br />

pessoas que se encontram junto a este dado: seus familiares. Com este pensamento, podemos<br />

dizer que este número dobra, chegando a mais de 50 milhões de pessoas interessadas no<br />

“consumo inclusivo”. Partindo das análises <strong>dos</strong> anúncios e <strong>dos</strong> relatos da amostragem do<br />

questionário, muitas das pessoas com deficiência gostariam de poder gastar seu dinheiro com<br />

o que realmente gostam, como por exemplo, poder viajar, porém a barreira não começa com<br />

os preços e sim em pousadas e hotéis que não contam com acessibilidade para receber a<br />

classe. Outra questão que foi percebida foi à falta de informação e produtos dirigi<strong>dos</strong> às<br />

mesmas.<br />

Os anúncios determinaram que os anunciantes ao se dirigirem à classe, as expõem<br />

como consumidores frios e racionais, para os quais a sedução, a criatividade e a interatividade<br />

são elementos dispensáveis. Os anúncios em sua maioria, não exploram as diferenças de<br />

gênero, na medida em que há diferenças de prioridades e necessidades para o público<br />

masculino e feminino. Também se confirmou, sob a ótica da mesma hipótese, que a classe<br />

apenas se encontra e se vê em mídias segmentadas para a pessoa com deficiência.<br />

Seguindo a análise <strong>dos</strong> questionários, percebeu-se que quando as novelas e<br />

programas televisivos abordam este tema da deficiência, os estereótipos saltam à vista, como<br />

por exemplo, retratar a pessoa com deficiência como “coitadinhos”, inaptos, incapazes e<br />

diferentes. Para a classe, eles não os representam. Porém estão satisfeitos em tornar público a<br />

deficiência. Notou-se a falta de comprometimento <strong>dos</strong> meios de comunicação com a<br />

sociedade civil. Neste sentido, outro ponto que chamou a atenção durante a pesquisa e, ainda<br />

falando-se em televisão, são as matérias jornalísticas. Estas estão sempre buscando a cura para<br />

a deficiência a qualquer custo 64 . Deixa-se de trazer informações sobre convivência e<br />

felicidade esquecendo também de ir atrás de suportes para a qualidade de vida das mesmas. A<br />

mídia televisiva caracteriza a classe, como doentes e infelizes. Percebeu-se que a pessoa com<br />

deficiência conseguirá ser feliz quando ela for curada. A mídia está tratando a deficiência<br />

como uma doença e não como uma condição. Se não for assim, elas viverão presas em suas<br />

cadeiras de rodas, como também foi visto na capa da Zero Hora de 18 de setembro de 2011. 65<br />

Deparamos com frases desgastadas e de mau gosto como “preso à cadeira de rodas”. Neste<br />

aspecto, percebemos o despreparo e a falta de informação <strong>dos</strong> comunicadores, visto que a<br />

cadeira de rodas faz justamente ao contrário. Ela não prende, ela liberta. Esta também foi uma<br />

64<br />

Matéria da Globo News em 01 de junho de 2011- disponível em<br />

http://www.youtube.com/watch?v=2tF3qDxOVtc Acesso em 12 de novembro de 2011.<br />

65 O texto diz: “A vida com o Trauma – Campanha alerta para o crescente exército de sobreviventes do trânsito<br />

que enfrentam seqüelas, como o do motociclista Ferreira, preso a cadeira de rodas.


149<br />

hipótese sanada pela pesquisa, no sentido de que os comunicadores são mal informa<strong>dos</strong> e<br />

muito menos querem se informar sobre o tema deficiência. Assim surgem, nas grandes<br />

mídias, frases bizarras, desgastadas, para se tratar e falar com as pessoas com deficiência.<br />

Desta forma, o surgimento da proposta de inclusão social não é somente uma prática<br />

encontrada no papel e longínqua. Vencer as barreiras da discriminação e do preconceito,<br />

promovendo o respeito à diversidade humana faz parte da sociedade, que embora muitas<br />

vezes, coloca barreiras em suas atitudes em relação às pessoas com deficiência, pode<br />

estabelecer as condições necessárias para que o problema ou defeito por si só não transforme<br />

alguém que o possui em pessoa com deficiência.<br />

O “consumo inclusivo” é um negócio como qualquer outro. A pessoa com<br />

deficiência é um consumidor e como tal, deve ser bem atendida. Isso deve ser percebido pela<br />

sociedade, pois este nicho de mercado tem grande potencial de crescimento, devendo ser mais<br />

estudado e trabalhado. Os resulta<strong>dos</strong> virão, mas investimentos devem ser realiza<strong>dos</strong>,<br />

especialmente em adaptações arquitetônicas, educacionais, profissionais, nos esforços da<br />

publicidade e propaganda.<br />

O que norteou o estudo foi a tentativa de compreender o mundo das pessoas com<br />

deficiência, a partir da ótica das mesmas. Considerando que o número de pessoas com<br />

deficiência como um todo vem crescendo, e, ao mesmo tempo, elas vêm se organizando<br />

(representando uma força maior para a obtenção de conquistas). Já tiveram uma grande<br />

conquista no mercado de trabalho o qual já iniciou a inclusão deste segmento. Mas não pára<br />

por ai a luta pela visibilidade da classe. Temos um longo caminho a seguir para que as<br />

pessoas com deficiência sejam vistas como consumidores ativos (com desejos vontades e<br />

sonhos). Elas não aceitam mais que as barreiras arquitetônicas e atitudinais sejam empecilhos<br />

para uma maior participação social. Em decorrência disso, a evolução natural desta parcela da<br />

população será de consumir cada vez mais bens e serviços.<br />

Acredita-se que a educação de nível superior é um <strong>dos</strong> principais alia<strong>dos</strong> no processo<br />

inclusivo, principalmente para a mudança de mentalidade utópica que há em relação à<br />

inclusão social. Não podemos mais esperar de braços cruza<strong>dos</strong> que os até então, estudantes de<br />

comunicação, saiam para o mercado de trabalho sem estarem prepara<strong>dos</strong> para lidarem com<br />

to<strong>dos</strong> os tipos de públicos, aqui falando das pessoas com deficiência.<br />

Portanto, faz-se necessário e importantíssimo o envolvimento das <strong>universidade</strong>s na<br />

preparação e qualificação <strong>dos</strong> futuros profissionais para o hoje, para o presente e, não<br />

aguardar ou preparar modificações para o futuro.


150<br />

Por isso, sugiro que este trabalho tenha continuidade através de novos estu<strong>dos</strong><br />

realiza<strong>dos</strong> por outras pessoas, pois ainda há muito que fazer e muitas perguntas a serem<br />

respondidas e estudadas, que, certamente, virão a contribuir para o conhecimento na área de<br />

comunicação, inclusão social e consumo.


151<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

AUMONT, J. A imagem. 10. ed. Campinas, SP Papirus 2005<br />

BARROS, Carla; FREDERICO, Celso; BARROS FILHO, Clóvis de; ROCHA, Everardo P.<br />

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análise e interpretação de da<strong>dos</strong>. 6. ed. rev. e ampl. São Paulo, SP: Atlas, 2006.


152<br />

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Paulo, SP: Pioneira, 1998.<br />

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153<br />

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http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=17420 - Acesso em 20/10/2011<br />

http://www.ufsm.br/direito/artigos/opiniao/influencia-midia.htm - Acesso em 20/10/2011<br />

http://jus-operandi.blogspot.com/2008/04/o-que-semitica-lcia-santaella.htm - Acesso em<br />

08/08/2011.


154<br />

ANEXO A<br />

Capa da Revista “O Cruzeiro” datada em 22 de fevereiro de 1930 com desenho de<br />

Umberto della Latta. 66<br />

66 Fonte http://memoriaviva.tumblr.com/page/2 Acesso em 28 de agosto de 2011.


155<br />

ANEXO B<br />

Facebook<br />

Figuras que representam a página do grupo de interesse do Sarah Kubistchek no


156


157<br />

ANEXO C<br />

Figuras que representam o questionário e os resulta<strong>dos</strong> na íntegra, aplicado via<br />

internet com membros da página do Sarah Kubistchek no Facebook


158


159


160<br />

Google Docs:<br />

A seguir, segue cópia do modelo das respostas <strong>dos</strong> participantes da pesquisa via


161

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