Percurso para a Quaresma 2012 - FEC
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8 de Abril | Domingo da Ressurreição<br />
DESENVOLVIMENTO COMO PASSAGEM<br />
Trazer esta enormíssima massa humana que vive nas “margens” <strong>para</strong> o centro das nossas vidas é a única forma de não<br />
vivermos nós à margem, descomprometidos com o mundo e ao mesmo tempo, <strong>para</strong>doxalmente, engolidos por ele...<br />
Estou disposto a assumir as consequências de colocar milhões de vidas humanas no centro da minha vida? A assumir<br />
essa inversão de papéis sociais que me fará optar, decidir… no dia a dia como nas grandes decisões?<br />
Resumindo: a minha capacidade de promover o outro, de promover desenvolvimento humano, de anunciar o Evangelho<br />
da Justiça passa, então, pelo VALOR que dou à pessoa humana a ponto de a colocar no centro da minha vida.<br />
A pergunta que está subjacente a esta reflexão é: estou também certa que o outro é a maior riqueza <strong>para</strong> o desenvolvimento<br />
da sociedade em que todos vivemos?<br />
III. SEM FINS LUCRATIVOS – SER PARA O OUTRO<br />
Seria um erro, um tremendo engano dar por certo que quando até compreendo esta lógica e opto por ela, estou isento<br />
de não misturar na minha acção outros interesses: políticos, institucionais e até mesmo pessoais.<br />
Por experiência posso dizer-vos que infelizmente não é assim: que convivemos neste âmbito de acção social com<br />
muitos interesses que ocultam os interesses daqueles a quem servimos… e temos e devemos estar alerta!<br />
O lucro em contextos de exclusão, quando trabalhamos tentando promover a vida dos mais fracos, assume o nome<br />
de desejo de dominar, de impor sem ouvir, das lutas de poderes institucionais e políticos e até de um certo prestigio e<br />
reconhecimento social... com enormes fins lucrativos!... lucro que só fere a dignidade do outro….<br />
Porque entrar e estar em lugares de exclusão não é apenas definir medidas e acções, criar instrumentos e indicadores, medir<br />
resultados, articular com os parceiros e intervir… Sem entrar no âmbito do juízo, o campo da intervenção social pode ser<br />
altamente escorregadio, na tomada de decisões conduzidas pelo mal – interesses próprios - sob aparência de Bem.<br />
Ao longo destes anos fui percebendo que a única postura que podemos assumir <strong>para</strong> promover o outro SEM FINS<br />
LUCRATIVOS, diminuindo o risco de não estar ali em proveito próprio – pss, institucional ou políticos - é de SER PARA E<br />
COM O OUTRO.<br />
8 PASSOS NO CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO | QUARESMA <strong>2012</strong><br />
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