BAHIA

NOVA VENEZA
v BELEZA DAS ÁGUAS
Carnevale di Venezia
Não bastasse a típica gôndola, Nova Veneza também convida
anualmente, durante o mês de junho, para o Carnevale di
Venezia que rememora as peculiaridades dos festejos do Carnaval
de Veneza nascido durante o século 18, o que faz com
que nesta época do ano, as ruas sejam tomadas por arlequins,
bobos da corte, colombinas e bufões. Quem não adere à fantasia
completa, adota as máscaras confeccionadas pelos artesãos
locais, relembrando os bailes de máscaras encenados por uma
seleta aristocracia que tinha no encontro social uma maneira
luxuosa de se divertir. O traje cria uma atmosfera de mistério
envolvente, convidando faces, até então escondidas, a se
conhecerem. Independente de estar completamente trajado
ou não, o mais importante é fazer com que um costume com
mais de 300 anos seja passado para as próximas gerações. Na
versão nacional, o Carnevale di Venezia, que já está marcado
para acontecer no dia 16 de junho de 2012, integra a programação
da Festa da Gastronomia Típica Italiana, considerado
o evento de maior expressão do município, quando viajantes
das mais diversas fronteiras chegam aqui para se fartar das delícias
que somente uma verdadeira nona sabe preparar, como
é o caso, das bruschettas, das pizzas, do macarrão espaguete,
da polenta, assim como os saborosos salames e queijos acompanhados
pelo melhor vinho. Além de ser um momento de
pular carnaval à moda veneziana, bem como, provar temperos
e texturas da cozinha italiana, a festa é enriquecida pela vibe
sempre alegre dos italianos, motivo que potencializa a vontade
de ficar pelos arredores, desfrutando da hospitalidade, das
manifestações folclóricas e esforçando-se na compreensão do
vêneto e do bergamasco, dois idiomas falados por quase todos
que moram na região, e pouco compreensível para os brasileiros,
mas ainda assim um encanto definitivo para sentir-se
completamente arraigado ao cotidiano italiano.
2Para quem não deseja voltar para casa sem experimentar tudo o que Nova
Veneza tem a oferecer, vale esticar alguns dias para se aventurar nas águas
frias das cachoeiras Vila Maria, com quedas d’água com mais de 100 metros
de altura, a Coral, situada em propriedade privada com 12 metros de altura, e
a Três Quedas formada por paredões de água que ultrapassam os 70 metros
de altura. O ideal é que para cada uma das cachoeiras você conte com apoio
de guias profissionais. No fim de tantas emoções, na Cachaçaria Canória,
cercada por grandes plantações de arroz, prove das cachaças Canória e
Doce Cana. O lugar está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h.
a PARA SABER MAIS
2Nova Veneza www.novaveneza.sc.gov.br
Orgulho das raízes
Primeira colônia de imigrantes italianos do Brasil, Nova
Veneza faz questão de mostrar o orgulho de suas raízes,
homenageando de diversas formas as 400 famílias envolvidas
na construção da cidade, com ênfase para os colonos
Bortolomeu Dal Moro, Bortolotto Bortoluzzi e Alfredo
Pessi que somaram para o desenvolvimento do município,
por exemplo, por meio da Firma Bortoluzzi, empresa
que servia ao ramo de secos e molhados, e que permanece
lembrada na forma de uma chaminé de 20 metros de altura
construída em 1925, na travessa Oswaldo Búrigo, com
grandes tijolos. Na rua Nicolau Pederneiras, por sua vez
está o Casario que consiste em um conjunto arquitetônico
do século 20 onde esteve acolhida parte da Indústria e
Comércio Bortoluzzi S/Z. Embora não esteja aberta à visitação
pública, os prédios são exemplares arquitetônicos
seculares que resistem ao tempo, e que certamente conferirão
um detalhe a mais para suas fotos de recordação.
Aliás, o apreço pela história é levado bastante a sério nos
limites de Nova Veneza, o que contribuiu para a edificação
do Museu do Imigrante, ambientado em um prédio
assobradado do final do século 19, onde são conferidas
algumas centenas de itens que narram a fundação da cidade,
divididos entre ferramentas, vestuário, utilitários,
máquinas, documentos e mobílias. Não bastasse ser a casa
para o maior tesouro local, o edifício também carrega outra
grande importância, uma vez que aqui foram erguidas
a primeira sede da companhia colonizadora, a primeira
igreja e o primeiro salão e casa paroquial. Na entrada da
cidade, próximo ao Pórtico, os primeiros imigrantes são
novamente lembrados em um monumento criado para
celebrar o Centenário de Colonização de Nova Veneza,
que também é rememorado através da Roda d´água, uma
espécie de moinho instalado para metaforizar o principal
gerador de energia usado pelas famílias colonizadoras.
Feita em estilo eclético, a Igreja de São Marcos representa
a face religiosa de Nova Veneza, e se estabelece como um
dos templos de maior respeito da cidade, uma vez que
concentra diversas obras sacras em seu interior. Além da
magnitude de suas proporções, a igreja tem detalhes que
chamam a atenção de olhares mais atentos, como os três
sinos que tocam diferentes melodias, um relógio trazido
de Turim, na Itália, em 1922, além da marcação das horas,
já que os três martelos têm funções diferenciadas: um
bate as horas no sino maior e os outros dois batem 40 vezes
seguidas nos sinos menores nos horários de 6 da manha,
meio dia e 6 da tarde, horários das Aves Marias. A qualquer
hora do dia, outra opção é conhecer os limites da
Via-Crúcis que inicia a partir da igreja, composta por 14
capitéis num trajeto de aproximadamente dois quilômetros.
No distrito de Caravaggio, é a igreja de Nossa Senhora
de Caravaggio, construída em 1963, que brilha diante de
seus devotos. A região recebeu o nome em função da imagem
trazida pelos primeiros italianos instalados por aqui
e acolhida no coração de uma área montanhosa é mais
um cartão-postal com lugar garantido na memória. b
102 2011 BRASIL TRAVEL NEWS