28.05.2015 Views

BAHIA

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

YNa Igrejinha o<br />

formato triangular<br />

do telhado e os<br />

azulejos de Bulcão<br />

chamam atenção<br />

IDetalhe dos azulejos que adornam a Igrejinha<br />

FOTOS: © EDGARD CESAR / PATRICK GROSNER<br />

Quando se pensa nas linhas e formas que<br />

compõem a cena brasiliense, o mais comum<br />

é que brotem referências aos nomes de Lúcio<br />

Costa e Oscar Niemeyer, donos das mentes geniais<br />

responsáveis por grande parte da estética arquitetônica<br />

que predomina na paisagem onde se sobressaem empreendimentos<br />

que misturam a curva e a reta. Em meio aos blocos<br />

de concreto, a assinatura do paisagista Roberto Burle Marx<br />

contribuiu para este ambiente ao perpetuar grandes corredores<br />

repletos de árvores e espécies do cerrado em imensos<br />

jardins urbanos. Nem sempre visível nos olhares mais distantes,<br />

os detalhes que compõem os prédios, templos religiosos<br />

e espaços culturais desenvolvidos por essa tríade de artistas,<br />

carregam a delicadeza apurada do pintor e mosaiista Athos<br />

Bulcão, nome que completa este quarteto fantástico. Nascido<br />

no Rio de Janeiro no século 20, Bulcão se iniciou na pintura<br />

de maneira majestosa, como assistente de Cândido Portinari<br />

– um dos mais importantes pintores da história da arte<br />

brasileira – na execução do Mural de São Francisco de Assis,<br />

na Igreja da Pampulha, em Minas Gerais. Mas foi em Brasília<br />

que o artista eternizou seu potencial criativo, na forma<br />

de murais, mosaicos e pinturas nos arredores da estrela do<br />

cerrado. Segundo o autor, “Artista eu era. Pioneiro eu fiz-me.<br />

Devo a Brasília esse sofrido privilégio. Realmente um privilégio:<br />

ser pioneiro. Dureza que gera espírito. Um prêmio<br />

moral”. Para compreender o legado do artista, basta colocar<br />

bons calçados e seguir por seus rastros deixados de asa à asa.<br />

Beleza de Norte a Sul<br />

Procurada por grande parte das pessoas que chegam à Brasília,<br />

a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida,<br />

projetada por Oscar Niemyer, em 1958, revela em seu entorno<br />

de 70 metros de diâmetro, 16 colunas de concretos semelhantes<br />

a uma coroa, enquanto que em seu interior a decoração<br />

do Batistério ficou a cargo de Bulcão que se utilizou de azulejos<br />

nas cores branca, verde e azul para criar um painel de<br />

280 por 1380 centímetros em tons suaves. Ainda na esfera<br />

religiosa, na Igreja Nossa Senhora de Fátima – carinhosamente<br />

chamada de Igrejinha -, localizada nas entrequadras sul, sua<br />

marca ficou registrada nos azulejos azulados com desenhos<br />

de pombas ou anjos, que cobrem as paredes externas, literalmente<br />

trazendo o céu para a terra. A pequena construção<br />

teve sua pedra fundamental lançada pela então primeira-<br />

-dama, Sarah Kubitschek, em outubro de 1957, de forma que<br />

sua edificação consumiu apenas cem dias, com inauguração<br />

ocorrida em 1958. Desenhada por Niemeyer, a Igrejinha<br />

tem lugar na história nacional por representar o primeiro<br />

espaço religioso feito em alvenaria em Brasília, e anualmente<br />

chama a atenção de amantes da arquitetura, justamente<br />

por seu teto em formato triangular, apoiado em três colunas.<br />

Na Praça do Cruzeiro, o ambiente cultural brasiliense<br />

começa a surgir no Memorial JK, um museu criado em<br />

uma área de 25 mil metros quadrados em homena- 2<br />

BRASIL TRAVEL NEWS 2011<br />

83

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!