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Biotecnologia

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VETORES ADENOVIRAISPesquisaAdenovírus recombinantes como uma poderosa ferramenta de transferência gênicaFotos e lustrações cedidas pelos autoresAdenovírus-RecombinantesBreve história do adenovíruss adenovírus compreendemuma ampla família devírus não-envelopado quecontêm uma dupla fita deDNA genômico de aproximadamente36 Kpb (Horwitz, 1996). Os adenovírushumanos, hoje com 50 diferentessorotipos virais identificados, estãoentre os vírus mais bem caracterizadose compreende um importante grupode agentes etiológicos que apresentamcapacidade de infectar diferentestipos de células. Os sintomas clínicosmais importantes associados aos adenovirusestão relacionados a doençasrespiratórias, urinárias, oculares e gastrointestinais.Em geral, as infecçõespor adenovírus são de fácil cura, maspodem ser fatais em pacientes imunocomprometidos,nos quais podem causarinfecções generalizadas (Hierholzer,Alysson Renato MuotriPós-doutorando do Departamento deMicrobiologia do Instituto de CiênciasBiomédicas – USParmuotri@usp.brMaria Carolina NasserMarchettoMestranda do Departamento de Microbiologiado Instituto de Ciências Biomédicas – USPJussara Bianchi CastelliMédica Assistente do Laboratório de AnatomiaPatológica, InCor-HCFMUSPArmando Morais VenturaProfessor Doutor do Departamento deMicrobiologia do Instituto de CiênciasBiomédicas – USPCarlos Frederico Martins MenckProfessor Titular do Departamento deMicrobiologia do Instituto de CiênciasBiomédicas – USP1992).A caracterização desses agentes começouem 1953, quando Rowe e cols.,trabalhando com culturas isoladas detecidos de amídalas e adenóides removidoscirurgicamente de crianças, descreveramum agente que causava degeneraçãoespontânea nas células epiteliais.No ano seguinte, dois pesquisadores(Hillerman e Werner, 1954),estudando uma epidemia de doençarespiratória em recrutas militares, descreveramum agente viral similar queinduzia efeito citopático em culturasde células humanas. Esses vírus foram,inicialmente, denominados de “adenoiddegeneration” (AD), “adenoidpharyngealconjuntival”(APC) e “acuterespiratory disease agents” (ARD).Em 1956, a nomenclatura dada aogrupo adenovírus foi adotada e semantém até os dias atuais (Enders ecols., 1956). Um interesse maior poresses vírus surgiu em 1962, quandoTrentin e cols. Demonstraram, pelaprimeira vez, que os adenovírus humanosdo tipo 12 apresentavam capacidadede transformar células primáriasde hamsters. Esse foi o primeiro relatode um vírus patogênico humano relacionadocom oncogênese. No entanto,apesar da ampla pesquisa realizadasobre esse assunto, até hoje não secomprovou qualquer correlação deadenovírus e câncer em humanos. Essecurioso fato de oncogênese provocadapor adenovírus humanos em roedoresé reflexo da semipermissividade à replicaçãodos adenovírus, que ocorrenessas células (Branton e cols., 1984).Dessa forma, apenas parte do genomaviral é expressa, induzindo o fenótipotransformado. Esses genes, expressosde forma precoce, foram caracterizadoscomo regulatórios do processo dereplicação viral e localizados nas regiõesE1A e E1B do genoma viral (Galose cols., 1980). Provavelmente, existemfunções complementares em célulasde roedores, que permitem a suatransformação por esses genes do genomaadenoviral, o que, aparentemente,não ocorre em células humanas,mesmo porque, são encontradascom freqüência seqüências adenoviraisjunto ao genoma de células nãoepiteliais em humanos (por exemplo,células do sangue), indicando uma nãopermissividade ou semipermissividadeque não se reflete em transformação.A infecção viral, mais precisamentena fase de adsorção da partícula viralna membrana celular, é mediada poruma interação de alta afinidade entre afibra protéica do capsídeo com o receptorcelular CAR (Coxsackie andAdenovirus Receptor), recentementeidentificado como uma glicoproteínade 46 KDa. Aparentemente, a susceptibilidadede células à infecção poradenovirus é diretamente proporcionalaos níveis de expressão de CAR.Com a internalização do vírus porendocitose, o genoma viral é deslocadopara o núcleo celular por meio demicrotúbulos, onde a fase precoce dociclo replicativo é iniciada. Nessa fase,temos a transcrição das regiões regulatóriasE1-E4, que dura cerca de 5 horas.A replicação do DNA e a transcriçãodas proteínas estruturais (da fase tardia,regiões L1-L5) acontece posteriormente.O ciclo se completa em tornode 32 horas e a liberação do vírusocorre após a lise celular, gerando emtorno de 10 4 partículas virais por célulainfectada (Horwitz, 1996).38 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento - nº 26- maio/junho 2002

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