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Das proibições de prova no âmbito do direito processual penal – o ...

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CLÁUDIO LIMA RODRIGUES Proibição <strong>de</strong> <strong>prova</strong> <strong>no</strong> <strong>âmbito</strong> <strong>do</strong> <strong>direito</strong> processo <strong>penal</strong>: escutas telefónicas e da valoração da <strong>prova</strong> proibida pro reo : 19tenha posto em causa, <strong>de</strong> forma séria, a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada pessoa. Isto, porque,como <strong>no</strong>ta CONDE CORREIA, aqui, “ não está em causa a (in) justiça substancial dacon<strong>de</strong>nação. Aquele vício <strong>processual</strong> é, portanto, suficiente para <strong>de</strong>struir o resulta<strong>do</strong> final,qualquer que ele seja. Devi<strong>do</strong> às graves insuficiências da meto<strong>do</strong>logia utilizada, o próprioveredicto <strong>–</strong> qualquer que ele seja <strong>–</strong> <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> dar as necessárias garantias. Num Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>Direito não po<strong>de</strong> ser aplicada uma pena sem intervenção legitima<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> um processo justo.Ele é o garante mínimo da aceitabilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>cisão” 61 .V. Por fim é <strong>de</strong> salientar que “não cabe <strong>no</strong> <strong>âmbito</strong> <strong>de</strong> um recurso <strong>de</strong> revisão verificar sefoi ou não feita <strong>prova</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> facto que consta da sentença con<strong>de</strong>natória, com oerróneo fundamento <strong>de</strong> que a falta <strong>de</strong> <strong>prova</strong>, ainda que manifesta, equivale ao uso <strong>de</strong> umméto<strong>do</strong> proibi<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>prova</strong>, pois esta última situação só se verifica se estiver abrangida porum ou por vários <strong>do</strong>s casos taxativamente enuncia<strong>do</strong>s <strong>no</strong> art.º 126.º <strong>do</strong> CPP” 62 .3. <strong>–</strong> AS PROIBIÇÕES DE PROVA NO CONTEXTO DAS ESCUTAS TELEFÓNICASI. Apura<strong>do</strong> o que <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r-se por <strong>proibições</strong> <strong>de</strong> <strong>prova</strong> e qual regime jurídico aque se encontram submetidas, cumpre atentar na aplicação <strong>de</strong>ste regime à violação <strong>do</strong>spressupostos estabeleci<strong>do</strong>s pelo legisla<strong>do</strong>r para a realização <strong>de</strong> uma escuta telefónica.Certo é que a não observância <strong>do</strong>s pressupostos materiais <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> umaintercepção telefónica gera uma proibição <strong>de</strong> <strong>prova</strong>, por violação <strong>do</strong>s artigos 32.º, n.º 8 daCRP e 126.º, n.º 3 <strong>do</strong> CPP, uma vez que tais pressupostos são aqueles <strong>de</strong> que a lei faz<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a a<strong>do</strong>pção <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> <strong>prova</strong>. Mais concretamente, estamos peranteuma proibição <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> <strong>prova</strong> (por utilização <strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> <strong>prova</strong>proibi<strong>do</strong>), por violação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s <strong>direito</strong>s liberda<strong>de</strong>s e garantias, que vai redundarnuma proibição <strong>de</strong> valoração das gravações assim obtidas, como estatuí<strong>do</strong> expressamente <strong>no</strong>art. 126.º, n.º 3 <strong>do</strong> CPP.Por conseguinte, atestada a violação <strong>do</strong>s artigos 187.º e/ou 188.º <strong>do</strong> CPP, estabelece oart. 190.º <strong>do</strong> CPP a nulida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses actos, pelo que tem-se posto a questão, entre nós, <strong>de</strong>saber se a nulida<strong>de</strong> a que se refere este preceito é exactamente a mesma nas situações emque se violem os pressupostos materiais <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> das escutas telefónicas (comassento legal <strong>no</strong> art. 187.º <strong>do</strong> CPP) e <strong>no</strong>s casos em que se violem as formalida<strong>de</strong>s dasoperações, previstas <strong>no</strong> art. 188.º <strong>do</strong> CPP.61Cf., CONDE CORREIA, O «Mito, 2010, cit., pp. 568 e 569.62Cf. Ac. <strong>do</strong> STJ <strong>de</strong> 08/04/2010; Processo n.º 12749/04.4TDLSB-A.S1; Relator: SANTOS CARVALHO.

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